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continuado, quanto aos efeitos futuros).

Era, pois, um imperativo


para emprestar funcionalidade e efetividade ao controle.15
Esta exceção está atualmente prevista no art. 140, nº 7, da
Constituição da Áustria, o qual autoriza, todavia, que a Corte
negue efeitos retroativos inclusivamente em relação ao caso ensejador da
anulação.16 Portanto, pelo texto atualmente em vigor,
excepcionalmente, o próprio caso gerador poderia não se beneficiar
da anulação. Todavia, segundo Rui Medeiros, os casos análogos
pendentes de apreciação têm recebido o mesmo tratamento do caso
gerador da decisão de anulação.17
Kelsen admitia, outrossim, que a Constituição outorgasse poder
ao Tribunal para restabelecer a legislação revogada pela lei anulada
a fim de evitar um vazio jurídico. Mas, para tanto, era indispensável uma
disposição constitucional expressa.18 De fato, se a decisão
15. “Tal força, concedida excepcionalmente à decisão anulatória, era uma
necessidade
técnica, pois sem ela as autoridades encarregadas da aplicação das leis (isto é, os
juízes
da Suprema Corte e da Corte Administrativa) não teriam tido um interesse imediato e
portanto suficientemente relevante para provocar a intervenção da Corte
Constitucional. As autoridades que solicitassem à Corte Constitucional a revisão
judicial de uma
lei precisavam saber que seu pedido, caso tivesse sucesso em anular a lei, teria um
efeito imediato sobre a própria decisão no caso concreto onde haviam interrompido o
processo para obter a decisão anulatória.” (KELSEN, Hans. Jurisdição
constitucional.
São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 315.)
16. “Art. 140. (7) Si une loi a été annulée pour inconstitutionnalité ou si,
conformément
aux dispositions de l’alinéa 4 ci-dessus, la Cour constitutionnelle a conclu à
l’inconstitutionnalité d’une loi, tous les tribunaux et autorités administratives
sont liés par l’arrêt
de la Cour. La loi reste cependant applicable aux faits intervenus avant
l’annulation, à
l’exception toutefois de l’affaire à l’origine de l’annulation, à moins que la Cour
constitutionnelle n’en ait décidé autrement dans son arrêt d’annulation. Si la Cour
constitutionnelle a fixé, dans son arrêt, un délai conformément aux dispositions de
l’alinéa 5 ci-dessus, la loi reste applicable à tous les faits intervenus avant
l’expiration du
délai, à l’exception toutefois de l’affaire ayant donné lieu à l’annulation.”
(Grifou-se.)
17. “Nos termos da mais recente jurisprudência do Tribunal Constitucional, o
chamado
caso pretexto não é ‘apenas aquele caso que, de facto, deu ensejo à instauração de
um processo de apreciação de uma lei [...]. Casos pretextos constituem também todos
aqueles que estavam pendentes no Tribunal Constitucional na altura da audiência
oral
ou, na falta desta, ao início da deliberação não pública’.” (MEDEIROS, Rui. A
decisão de
inconstitucionalidade: os autores, o conteúdo e os efeitos da decisão de
inconstitucionalidade da lei. Lisboa: Universidade Católica Editora, 1999, p. 536.)
18. “Pode-se cogitar ainda de outro meio, que consistiria em autorizar o tribunal
constitucional a pronunciar, na decisão que anula uma norma geral, que a entrada em
vigor da
anulação voltará a fazer vigorar precisamente as normas gerais que regiam a matéria

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