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Técnico/a Superior de Segurança e Higiene do Trabalho

2012

Módulo: Segurança no trabalho

Formador: João Pedro Marques


ÍNDICE

1. Introdução.........................................................................3
1.1. Resultados da aprendizagem................................................3

1.2. Conteúdos Programáticos.....................................................3

2. Princípios e domínios da segurança no trabalho.........................3


2.1. Conceitos relacionados com a segurança no trabalho...................5

3. Causas e consequências dos acidentes de trabalho.....................6


3.1. Causas dos acidentes de trabalho...........................................6

3.2. Consequências dos acidentes de trabalho.................................7

4. Reparação dos acidentes de trabalho.....................................10

5. Caracterização da sinistralidade laboral.................................11

6. Locais e postos de trabalho.................................................13


6.1. Medidas mínimas do posto de trabalho...................................13

7. Riscos associados à movimentação manual de cargas.................14

8. Conclusão.......................................................................16

9. Bibliografia......................................................................16

10. Web Sites......................................................................16

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1 Introdução

Quando falamos em segurança no trabalho, falamos da exposição dos trabalhadores a vários factores de
risco e pensa-se imediatamente na questão dos acidentes de trabalho. Inclusive, podemos afirmar que os
acidentes de trabalho são inerentes à actividade laboral. No entanto, isso não quer dizer que devemos
aceitar o acidente de trabalho como uma ocorrência normal no quotidiano das empresas. Pelo contrário,
devemos sim considerá-lo anormal, pois todas as possibilidades de um trabalhador sofrer um acidente de
trabalho, devem ser analisadas e estudadas no sentido de criar condições efectivas para que esses
acontecimentos indesejáveis (acidentes de trabalho) não se manifestem.

Um acidente de trabalho traz sempre consequências dramáticas principalmente para o acidentado e para a
respectiva família. Porém, as empresas e consequentemente a sociedade também perdem com a sua
ocorrência.

2 Resultados da aprendizagem

 Identificar os conceitos fundamentais de segurança do trabalho;

 Identificar as principais causas e consequências dos acidentes de trabalho;

 Avaliar e controlar os riscos associados aos locais de trabalho;

 Avaliar e controlar os riscos associados à movimentação manual de cargas.

3Conteúdos Programáticos

No âmbito do curso de formação, será prosseguido o seguinte plano de estudos:

 Princípios e domínios da Segurança do Trabalho;

 Causas e consequências dos acidentes de trabalho.

4 Princípios e domínios da segurança no trabalho

A prevenção laboral é uma tecnologia da fiabilidade dos sistemas de trabalho e a sua função principal é a
segurança.

Num sistema de trabalho (conjunto de pessoas e meios técnicos que sob determinadas condições
ambientais actuam sobre um processo de trabalho para levar a cabo uma actividade laboral) são tantas as
interacções possíveis que não pode parecer estranho, que de entre todas elas algumas sejam indesejáveis,
de que são exemplo os acidentes de trabalho.

Portanto, a segurança consiste num conjunto de dispositivos e disposições que actuam sobre os sistemas
de trabalho – máquinas, procedimentos e organização – de forma a torná-los mais fiáveis para as pessoas.

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Portanto, a segurança define acções e actuações que sejam o mais incompatíveis com os acontecimentos
que queremos evitar: os acidentes de trabalho.

Incompatibilidades:

- físicas (resguardos de protecções de máquinas);

- organizacionais (instruções claras e precisas, formação);

- institucionais (normas, regulamentações);

Estas incompatibilidades devem ter em conta os erros que existem e que se deve gerir esses erros.

Para prevenir acidentes de trabalho, a segurança dedica-se à identificação, avaliação e controlo de riscos
de operação. Neste sentido, a segurança estuda:

 Locais e postos de trabalho;

 Equipamentos de trabalho;

 Substâncias químicas;

 Transporte manual e mecânico de cargas;

 Armazenagem;

 Riscos eléctricos, de incêndio e explosão, emissão e dispersão de produtos tóxicos;

 Actividades e operações particularmente perigosas.

Avaliação de riscos em segurança no trabalho – o processo de avaliação de riscos consiste nas seguintes
fases:

 Identificação dos perigos;

 Avaliação do risco;

 Controlo do risco.

Ferramentas de avaliação dos riscos – recolha de informação através de questionários, os quais assumem
uma forma de listas de verificação.

Quando se efectua um estudo de segurança no trabalho numa organização, geralmente esse trabalho
divide-se em duas partes:

 1.ª parte - Organização e gestão da prevenção - esta primeira parte tem por objectivo avaliar o
modelo de gestão preventiva da empresa efectuando-se um questionário abrangendo a globalidade
da empresa.

 2.ª parte – Factores de risco por área/secção/sector da empresa - nesta fase pretende-se avaliar o
controlo existente sobre os diferentes factores de risco operativos que podem existir na empresa:

 Construção e lay-out

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 Risco de circulação

 Risco horizontal

 Risco vertical

 Movimentação mecânica de cargas

 Segurança de máquinas

 Substâncias químicas

 Movimentação manual de cargas

 Equipamentos de protecção individual

5 Conceitos relacionados com a segurança no trabalho

A segurança do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho,
quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem
medidas preventivas.

A Segurança no trabalho pode também ser definida com um conjunto de metodologias adequadas à
prevenção de acidentes. O objectivo é a identificação e o controlo (eliminar/minimizar) dos riscos
associados ao local de trabalho e ao processo produtivo.

Prevenção - acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de disposições ou


medidas que devam ser tomadas no licenciamento e em todas as fases de actividade da empresa, do
estabelecimento ou do serviço.

Prevenção integrada - modo de prevenção que consiste em agir na fase de concepção, intervindo a
montante (até para eliminar o risco ou, ao menos, para o reduzir), tendo presente um número cada vez
maior de factores (organização do trabalho, planificação do trabalho, ritmos de trabalho, monotonia de
tarefas, concepção do posto de trabalho, cargas físicas e mentais do trabalho, factores de natureza
psicossocial).

Prevenção intrínseca - modo de prevenção que consiste em agir unicamente sobre a forma, a disposição,
o modo de montagem, o princípio dos elementos constituintes funcionais de um sistema (máquina), sem
acrescentar elementos especificamente concebidos com vista a garantir a segurança.

Conceito de protecção - Conjunto de meios e técnicas para controlar os riscos mediante:

 A adaptação de sistemas de segurança;

 Normas de segurança e sinalização de riscos;

 Disciplina e incentivos;

 Equipamentos de protecção individual (EPI´s).

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Protecção colectiva - medidas de protecção do conjunto de trabalhadores, afastando-os do risco ou
interpondo barreiras entre estes e o risco. Dentro destas protecções, consideram-se as normas de
segurança e de sinalização.

Protecção individual - medida de protecção, de um ou mais riscos, em que se aplica ao trabalhador a


respectiva protecção em detrimento da protecção colectiva.

Acidente de trabalho: acontecimento não esperado no local e no tempo de trabalho de que provoca uma
lesão corporal ou perturbação funcional e resulta em redução da capacidade de trabalho, redução da
capacidade de ganho ou morte.

Risco aceitável - risco que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela organização, tomando em
atenção as suas obrigações legais e a sua própria política de SHST.

Perigo – propriedade o capacidade intrínseca de uma coisa (materiais, equipamentos, métodos e práticas
de trabalho) potencialmente causadora de dano.

Risco – probabilidade de potencial danificador ser atingido nas condições de uso e/ou de exposição, bem
como a possível amplitude do dano.

Riscos de operação: são os riscos que podem originar acidentes de trabalho.

Posto de trabalho – local onde se exerce a actividade laboral. É constituído por:

 Pessoas

 Equipamentos (máquinas, veículos, ferramentas, etc.)

 Materiais (mátérias-primas, combustíveis líquidos e gasosos, produtos químicos e outras


substâncias que os trabalhadores utilizam, trabalham e processam)

 Ambiente (é visto na generalidade , nomeadamente: edifícios, habitáculos e locais de trabalho, as


superfícies em que as coisas se encontram e se movimentam.)

Risco profissional - probabilidade de um trabalhador, quando executa um trabalho em determinadas


condições, contrair uma doença profissional ou sofrer um acidente de trabalho.

Incidente - todo o evento...de que não resulte lesões diagnosticadas de imediato ou não necessitem de 1ºs
socorros.

6 Causas e consequências dos acidentes de trabalho

7 Causas dos acidentes de trabalho

Geralmente as causas dos acidentes de trabalho dividem-se em:

 Existência de condições perigosas - circunstância física perigosa que pode permitir que se verifique
directa ou indirectamente um acidente. Seguidamente apresentam-se alguns exemplos:

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 MÁQUINAS E FERRAMENTAS

 Instalações não protegidas

 Instalações mal protegidas

 Equipamentos em mau estado

 ORGANIZAÇÃO

 Armazenamento perigoso ou deficiente

 Disposição errada dos equipamentos

 Ordem, limpeza e arrumação deficiente

 AMBIENTE FISICO

 Iluminação inadequada

 Ruído

 Comportamentos/actos inseguros - desvio de uma acção, considerada correcta em termos de


segurança, por parte do trabalhador e que pode ter como causa imediata o acidente de trabalho.
Seguidamente apresentam-se alguns exemplos:

 DEFICIENTES MÉTODOS DE TRABALHO

 Trabalhar a um ritmo anormal

 Utilizar ferramentas de forma errada

 Adoptar posições pouco seguras ou inadequadas

 NÃO CUMPRIMENTO DE ORDENS ESTABELECIDAS

 Actuar sem autorização ou sem avisar

 Não utilizar dispositivos de segurança

 Não utilizar equipamento de protecção

 Não respeitar a sinalização de segurança

De modo a evitar os acidentes de trabalho deve-se actuar sempre nas causas.

8 Consequências dos acidentes de trabalho

Muitas vezes, pior que o acidente em si, são as suas consequências. Todos acabam por sofrer:

 a vítima, que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o
trabalho;

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 a família, que tem seu padrão de vida afectado pela falta dos ganhos normais, correndo o risco de
cair na marginalidade;

 as empresas, com a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, tempo etc., e,


consequentemente, elevação dos custos operacionais;

 a própria sociedade, com o número crescente de inválidos e dependentes.

Sofre, enfim, o próprio país, com todo o conjunto de efeitos negativos dos acidentes do trabalho. Um
acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por algumas horas, o que
é chamado de acidente sem incapacidade (ou sem afastamento). É o que ocorre, por exemplo, quando o
acidente resulta num pequeno corte no dedo e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida. Outras
vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar as suas actividades por dias seguidos,
ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou
até na jornada seguinte, temos o chamado acidente com incapacidade (com afastamento), que pode
resultar na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na
incapacidade total e permanente para o trabalho.

A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo,
após o qual o trabalhador retorna às suas actividades normais.

A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade física total para o
trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista.

A incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho. Nesse caso, o trabalhador não
tem mais condições para trabalhar. É o que acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas
num acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador. Os danos
causados pelos acidentes são sempre bem maiores do que se imagina à primeira vista.

H. W. Heinrich (1931) considerou os custos dos acidentes divididos em directos (cd) e indirectos (ci). Os
primeiros, também designados por custos segurados, englobam: indemnizações, gastos em assistência
médica, podendo ser representados pelo prémio de seguro.

Os segundos (custos não segurados) abrangem o tempo perdido pelo acidentado e por outros operários, o
tempo utilizado na investigação das causas do acidente, o tempo necessário à selecção e formação de um
substituto do acidentado, perdas para a produção por impressão causada nos outros operários, perdas por
reparações, perdas por produtos defeituosos, perdas no nível de eficiência e rendimento do trabalhador
lesionado quando regressa ao trabalho, perdas do tipo comercial, por não ser possível satisfazer prazos de
entrega estabelecidos, perdas resultantes da deterioração da imagem da empresa.

Os custos totais são dados pela expressão ct = cd + ci

Heinrich estabeleceu uma relação linear entre entre ci e cd de 4:1 ou, por outras palavras, considerou os
custos totais de um acidente como o quíntuplo dos custos directos verificados. Este valor, amplamente
divulgado, foi obtido para a média indústria americana e não era propósito de Heinrich usá-lo em todos os

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casos, como estimativa do custo de acidentes. A sua análise é, pois, condicionada pelo tempo, pelo local,
pela actividade produtiva e pela dimensão da empresa.

Na mesma época, Heinrich introduziu, pela primeira vez, o levantamento de acidentes sem lesão
(eventualmente com dano à propriedade), alargando, assim, o conceito de acidente.

A sua investigação apresentou como resultado:

Lesão incapacitante ------- 1

Lesões não incapacitantes - 29

Acidentes sem lesão ------- 300

Isto significa que para uma lesão incapacitante havia 29 lesões menores e 300 acidentes sem lesão.

Em 1966, Frank Bird Jr. baseou a sua teoria de controlo de perdas numa análise de 90.000 acidentes
ocorridos numa empresa siderúrgica americana, durante um período de mais de 7 anos apresentando a
seguinte distribuição de acidentes:

Lesão incapacitante -------------------------- 1

Lesões não incapacitantes -------------------- 100

Acidentes com dano à propriedade (sem lesão) - 500

Bird procedeu, também, a uma análise de custos para os diferentes tipos de acidentes, estabelecendo uma
relação entre custos indirectos e directos de 6:1. De salientar, na sua análise, a constatação da elevada
contribuição, em termos de custos, dos acidentes com dano à propriedade.

Em termos gerais, utiliza-se a imagem seguinte para demonstrar os custos associados aos acidentes de
trabalho.

 Prémio do seguro

 salários pagos

 assistência médica e medicamentos

 indemnizações

---------------------------------------------------------------------------------

 Socorro das vítimas

 Quebra produtividade

 Custos administrativos

 Reparação de equipamentos e colocação de protecções adequadas

 Perda de competitividade

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 Atraso de encomendas:

o redução de capacidade de resposta

o aquisição produtos a outras empresas

 Degradação da imagem da empresa

 Despesas com substitutos ou trabalho extra

Portanto, o custo dos acidentes é, normalmente, associado ao custo do prémio do seguro, o qual se
encontra relacionado com o número e gravidade dos acidentes ocorridos na empresa. No entanto,
associados à ocorrência de acidentes existem custos elevados que nem sempre lhe são imputados. Estudos
realizados nos Estados Unidos têm revelado que existe uma relação entre custos directos e indirectos da
ordem de 5 a 8 vezes, ou seja:

Custo Indirecto = (5 a 8) x Custo Directo

Custo Total = Custo Indirecto + Custo Directo = (6 a 9) x Custo Directo

Esta situação é confirmada pelo facto de muitas empresas que sofrem acidentes graves (mesmo cobertos
pelo seguro) passarem, posteriormente, por dificuldades financeiras que não poucas vezes conduzem ao
seu encerramento.

9 Reparação dos acidentes de trabalho

Todos os trabalhadores têm direito à reparação dos danos provocados pelos acidentes de trabalho. As
entidades empregadoras são obrigadas a transferir a responsabilidade pela reparação para entidades
legalmente autorizadas a realizar este seguro. A reparação pode ser em:

 Espécie:

 assistência médica, cirúrgica, hospitalar e farmacêutica

 reabilitação funcional

 hospedagem e transportes

 Dinheiro:

 indemnização por incapacidade temporária

 pensão por incapacidade permanente

 subsídio de readaptação da habitação

 prestações suplementares

 pensão por morte

Todas as indemnizações são calculadas com base na retribuição auferida no dia do acidente. A indicação
da retribuição é da responsabilidade do empregador. A retribuição inclui:
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 remuneração base;

 subsídio de férias e de Natal;

 subsídio de turno;

 remunerações de trabalho nocturno;

10 Caracterização da sinistralidade laboral

Os acidentes de trabalho devem ser classificados de acordo com os seguintes critérios de classificação,
definidos na 10.ª Conferência Internacional do Trabalho:
 Segundo as respectivas consequências
 Segundo a forma do acidente
 Segundo o agente material
 Segundo a natureza da lesão
 Segundo a localização da lesão

Segundo as respectivas consequências:


 Morte
 Acidente com incapacidade permanente
 Acidente com incapacidade permanente, In-itinere
 Acidente com incapacidade temporária absoluta
 Acidente com incapacidade temporária absoluta, In-itinere
 Acidente sem incapacidade
 Acidente sem incapacidade, In-itinere

Segundo a forma do acidente:


 Queda de pessoas ao mesmo nível
 Queda de pessoas a níveis diferentes-queda em altura
 Queda de objectos no decurso de manutenção manual, movimentação manual e mecânica
 Desmoronamento (de edifícios, muros, andaimes, escadas, mercadorias empilhadas)
 Desabamento (queda de massas de terra, rochedos, pedras, neve)
 Pancada por objectos móveis (incluindo fragmentos volantes e partículas), com excepção de queda de
objectos
 Choque contra objectos móveis
 Choque contra objectos imóveis, com exclusão de choques devidos a queda anterior
 Marcha sobre objectos
 Entaladela entre dois objectos móveis (c/exclusão de objectos volantes ou cadentes)
 Entaladela entre um objecto imóvel e outro móvel
 Entaladela num objecto
 Esforços físicos excessivos
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 Movimentos em falso
 Contacto com substâncias ou objectos muito frios
 Contacto com substâncias ou objectos em ignescência
 Exposição ao frio (da atmosfera ou do ambiente de trabalho)
 Exposição ao calor (da atmosfera ou do ambiente de trabalho)
 Exposição a, ou contacto com a corrente eléctrica
 Exposição a radiações ionizantes
 Exposição a radiações não ionizantes
 Contacto por inalação, ingestão ou absorção, com substâncias nocivas
 Outras formas de acidentes não classificadas noutra parte
 Acidentes não classificados por falta de dados suficientes

Segundo o agente material:


 Meios de transporte
 Tapetes de transporte
 Empilhadores
 Ascensores e monta-cargas
 Transportadores Aéreos
 Fornos
 Estufas
 Recipientes sob pressão
 Outros materiais - andaimes
 Outros materiais - escadas móveis, rampas móveis
 Radiações
 Fragmentos volantes
 Poeiras/gases/líquidos e produtos químicos, com eclosão de explosivos
 Materiais Movimentados
 Ambiente interno (iluminação, ventilação, temperatura, ruído)
 Ambiente interno (aberturas nos pavimentos e paredes)
 Ambiente interno (Escadas)
 Ambiente interno (Espaços confinados)
 Ambiente interno (Pavimentos)
 Ambiente interno (Outras superfícies de trabalho e circulação)
 Ambiente interno (Outros)
 Ambiente externo (superfícies de trabalho e circulação)
 Ambiente externo (condições atmosféricas)
 Outros agentes não classificados noutra parte
 Agentes não classificados por falta de dados suficientes

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Segundo a natureza da lesão:
 Amputações
 Asfixias
 Comoções e outros traumatismos internos
 Contusões e esmagamentos
 Efeitos das intempéries e de outros factores exteriores
 Efeitos nocivos da electricidade
 Efeitos nocivos das radiações
 Entorses e distensões
 Envenenamentos e intoxicações agudas
 Fracturas
 Lesões múltiplas de naturezas diferentes
 Luxações
 Outras feridas
 Outros traumatismos ou traumatismos mal definidos
 Queimaduras
 Traumatismos superficiais

Segundo a localização da lesão


 Cabeça (excepto olhos)
 Olhos
 Pescoço
 Membros superiores
 Mãos
 Tronco
 Membros inferiores
 Pés
 Localizações múltiplas
 Lesões gerais

11 Locais e postos de trabalho

12 Medidas mínimas do posto de trabalho

Área útil por trabalhador: 2 m2 com uma tolerância de 0,2 m.

Cubagem de ar útil por trabalhador: 11,5 m3; em casos particulares pode haver uma tolerância de 1 m3,
desde que se renove o ar suficientemente.

O pé-direito livre mínimo dos pisos destinados a locais de trabalho é de 3 m.

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Para estabelecimentos industriais já em laboração admite-se, excepcionalmente, uma tolerância de 0,2 m.

Em edifícios adaptados (comércio, escritórios e serviços) admite-se uma tolerância de 0,3 m.

Nos locais de trabalho, os intervalos entre as máquinas, instalações ou materiais devem ter uma largura
de, pelo menos, 0,6 m.

O espaço entre postos de trabalho não deve ser inferior a 80 cm (no caso de estabelecimentos comerciais,
escritórios e serviços).

As aberturas existentes nos pavimentos dos locais de trabalho ou de passagem devem ser resguardadas
com coberturas resistentes, ou com guarda-corpos colocados à altura de 0,9 m e rodapés com a altura
mínima de 0,14 m.

Todos os lados das plataformas fixas por onde haja risco de queda livre devem ser protegidos por um
guarda-corpos colocado à altura do 0,90 m e por um rodapé; com altura não inferior a 0,14 m.

13 Riscos associados à movimentação manual de cargas

Conceito de movimentação manual de cargas

A movimentação manual de cargas pode-se definir como sendo qualquer operação de transporte e
sustentação de uma carga por um ou mais trabalhadores, incluindo levantar, colocar, empurrar, puxar,
transportar e deslocar e que comporte riscos para estes.

Riscos

Os riscos podem ser causados devido:

 Às características da carga;

 Ao esforço físico;

 Locais de trabalho;

 Actividade.

Técnicas correctas de movimentação de cargas

Para levantamento de uma carga a técnica correcta é a seguinte:

1. Colocar os pés dos lados da carga com as pernas ligeiramente separadas e um pé ligeiramente à frente
do outro. Ficar numa posição agachada, equilibrada, com as costas direitas e tensionar os músculos
dorsais e abdominais.

2. Elevar a carga usando as pernas.

3. Erguer a parte superior do corpo.

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Para o transporte de cargas ser feito com o mínimo de esforço devem ser respeitadas as posições
correctas:

 Transportar a carga mantendo-se erguido;

 Cargas simétricas;

 Suportar a carga com o corpo;

 Aproximar a carga do corpo;

 Utilizar elementos auxiliares.

Como se pode verificar na imagem seguinte o esforço produzido pela coluna quando se adoptam posturas
incorrectas é 5 vezes superior.

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14Conclusão

Em jeito de conclusão é importante referir que a segurança no trabalho está muito relacionada com a
prevenção. A evolução da segurança, antigamente feita a partir dos acidentes ocorridos, progrediu no
sentido prevencionista, isto é, antes do acidente ocorrer. É neste sentido que actualmente se caminha.

No entanto, a análise dos acidentes de trabalhos ocorridos numa organização continua a desempenhar um
papel importante segurança no trabalho, uma vez que através da caracterização da sinistralidade laboral
poder-se-á chegar a conclusões que nos permitem implementar medidas correctivas no sentido de evitar
que acidentes iguais ou parecidos ocorram.

15Bibliografia
 FREITAS, Luís Conceição - Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, edições universitárias lusófonas.
 MIGUEL, Alberto Sérgio – Manual de Higiene e Segurança do Trabalho, porto Editora, 7ª edição, 2004
 ROXO M. Manuel “Segurança e saúde no trabalho: avaliação e controlo dos riscos”(Almedina, 2003)
 VEIGA, Rui (2001) – Higiene, Segurança, Saúde e Prevenção de Acidentes de Trabalho. Lisboa, Verlag
Dashofer, Edições profissionais Lda

16 Web Sites
 www.act.gov.pt/
 agency.osha.eu.int
 www.dgert.mtss.gov.pt/Arquivo/seguranca/indice%20das%20directivas%20comunitarias.htm
 www.ehsportugal.com/
 www.hpa.org.uk/
 www.inrs.fr/
 www.mtas.es/insht/index.htm
 www.prevention-world.com

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