Este
trabalho
foi
baseado
no
livro
MODINHAS
DO
PASSADO,
do
professor
Baptista
Siqueira,
editado
pela
Folha
Carioca
Editora
Ltda.
Rio
de
Janeiro.1979.
.
O
título
das
modinhas,
via
de
regra,
era
extraído
do
1º
verso
da
letra.
1.
Letra:
temas
recorrentes
1.1
-‐
Saudade
da
terra
natal
distante,
da
família,
dos
amigos;
1.2
-‐
Tristeza
da
partida,
viagem
ou
morte;
1.3
-‐
Romance,
amor,
sedução
(paixão
inconfessa,
amor
não
correspondido,
inconstância
conjugal);
1.4
-‐
Autocomiseração,
piedade,
depressão.
2.
Aspectos
melódicos
de
efeito
psicológico,
remetendo
à
tristeza,
melancolia,
sensualidade
e
depressão:
2.1
-‐
Eixo
melódico
descendente;
2.2
-‐
Apojaturas
descendentes;
2.3
-‐
Movimento
ascendente
acentuado
entre
a
1ª
e
a
2ª
frase
sobre
o
acorde
de
V7
do
IVm,
levando
ao
ponto
de
maior
tensão
da
melodia;
2.4
-‐
Repetição
expressiva
de
notas
no
ponto
de
maior
tensão
da
melodia;
2.5
-‐
Grande
salto
descendente
(ou
movimento
de
notas
descendentes),
como
um
anticlímax,
próximo
do
final.
Siqueira
denomina
este
intervalo
como
“salto
aniquilante”,
no
sentido
de
aniquilar,
interromper
o
discurso
musical.
O
que
se
ouve
após
esta
interrupção
nos
soa
como
uma
coda,
um
fechamento
da
melodia;
2.6
-‐
Presença
da
sensível
em
direção
à
tônica,
a
sugerir
o
“suspiro
derradeiro”
da
melodia,
mas
apenas
no
seu
final.
3.
Harmonia:
3.1
-‐
Maior
incidência
de
tonalidade
menor;
3.2
–
Harmonização
girando
em
torno
dos
graus
I,
IVm,
V7;
3.3
–
Rápida
inclinação
ao
tom
da
subdominante
entre
a
1ª
e
a
2ª
frase
onde,
em
geral,
se
situa
o
ponto
de
maior
tensão
da
melodia,
com
a
repetição
de
notas
mencionada
no
item
2.4.
4.
Ritmo:
configurações
rítmico-‐melódicas
4.1
-‐
Maior
incidência
de
compasso
binário
simples
mas
ocorrendo,
também,
compasso
binário
composto,
ternário
e
quaternário;
4.2
–
Ausência
de
ritmos
melódicos
brejeiros,
sincopados;
4.3
–
Início
anacrúsico;
4.5
–
Ausência
de
uma
“levada”
rítmica
marcante
ou
característica.
No
regional
de
choro
modinha
é
denominada
e
acompanhada
como
“seresta”,
uma
espécie
de
polca
muito
lenta
(semínima
=
50).
5.
Classificação
da
modinha
Siqueira
classifica
a
modinha
em
3
tipos
distintos:
5.1
–
Modinha
bárdica
–
estruturada
em
uma
estrofe
que
repete
sempre
com
letra
diferente
tendo
um
pequeno
interlúdio
a
separar
as
estrofes;
período
simples
de
duas
frases
de
8
compassos,
em
compasso
2/4
ou,
se
quaternário,
duas
frases
de
4
compassos.
São
exemplos
de
modinha
bárdica:
“Já
não
me
queres
bem”,
“Soluçando
eu
te
digo”.
5.2
–
Modinha
estrófica
–
forma
estável,
estruturada
em
duas
estrofes
simples
ou
duas
estrofes
e
um
estribilho
ou,
ainda,
duas
estrofes
e
um
trio
em
movimento
acelerado.
São
exemplos
de
modinha
estrófica:
“Se
os
meus
suspiros
pudessem”,
“Já
tens
um
novo
amor”,
“Tarde,
bem
tarde”.
5.3
–
Modinha
árcade
–
caracterizada
pela
instabilidade
da
forma.
Ligada
aos
versos
da
Arcádia
Ultramarina
que
se
constituiu
no
Brasil,
no
fim
do
século
XVIII,
na
famosa
Escola
Mineira.
Tipo
de
modinha
adotado
também
pelos
poetas
românticos
da
Bahia.
Saõ
exemplos
de
modinha
árcade:
“Hei
de
amar-‐te
até
morrer”,
“A
Rosa”,
“Minh’alma
fala”.