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LAGES (SC)
2013
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LAGES (SC)
2013
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RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo a avaliação ergonômica da postura exercida pelo
trabalhador no seu posto de trabalho no setor de montagem de uma indústria de equipamentos
automotivos situada na cidade de Lages – SC. A oportunidade de desenvolvimento do estudo
relacionado com a saúde e segurança no trabalho através da ergonomia foi efetuada como
forma de entendimento do processo de desenvolvimento deste tema. Como metodologia de
aplicação, foi utilizada observações diárias da jornada de trabalho, registros fotográficos e
leitura sobre o tema ergonomia, a análise dos resultados foi efetuada a partir do método
OWAS, que detectou condições de trabalho prejudiciais à saúde, como a alta prevalência de
desconfortos posturais. Com isso, foram apresentadas sugestões de melhorias no setor para
minimizar os prejuízos causados pela má postura no andamento do trabalho e afastamentos
por motivos de saúde. E contribuir positivamente à produtividade e qualidade do trabalho. O
conteúdo do relatório de estágio apresenta colocações sobre o desenvolvimento da ergonomia
no ambiente de trabalho e suas perspectivas, considerando-se a busca do conhecimento por
parte das empresas, as competências a serem adquiridas, como se dá o desenvolvimento
dessas competências para a empresa e pessoas.
ABSTRACT
This study aimed to evaluate ergonomic posture performed by the worker in his job in the
assembly sector of an industry of automotive equipment in the city of Lages - SC. The
opportunity to study development related to health and safety at work through ergonomics
was made as a way of understanding the process of developing this theme. As application
methodology was used daily observations of the workday, photographic records and reading
on the topic ergonomics, the analysis of the results was performed by the method OWAS,
which detected working conditions harmful to health, such as the high prevalence of
discomfort posture. With this, suggestions have been made for improvements in the sector to
minimize the damage caused by bad posture at work progress and absences for health reasons.
And contribute positively to productivity and work quality. The contents of the probation
report presents placements on the development of ergonomics in the workplace and its
prospects, considering the pursuit of knowledge by firms, the skills to be acquired, how is the
development of these skills to the company and people.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Categorias de ação segundo posição das costas, braços e pernas para uso
de forças no Método OWAS......................................................................................25
Quadro 2 – Categorias de ação Método OWAS para posturas de trabalho de acordo
com percentual de permanência na mesma postura....................................................26
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SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO................................................................................................................10
2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................................11
2.1 Caracterização da organização............................................................................................11
2.2 Problema de pesquisa..........................................................................................................12
3 OBJETIVOS..........................................................................................................................13
3.1 Objetivo Geral....................................................................................................................13
3.2 Objetivos Específicos.........................................................................................................13
4 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................14
5 REFERENCIAL TEORICO..................................................................................................15
5.1 História da Ergonomia........................................................................................................15
5.2 NR 17 – Ergonomia............................................................................................................18
5.3 Ergonomia e postos de trabalho..........................................................................................21
6 METODOLOGIA..................................................................................................................23
6.1 Estudo de caso.....................................................................................................................25
6.2 Pesquisa qualitativa e quantitativa......................................................................................26
6.3 Delineamento da Pesquisa..................................................................................................27
6.4 Coleta de Dados..................................................................................................................28
6.5 Análise dos Dados..............................................................................................................28
7 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA.............................................................................29
7.1 Método de Avaliação postural OWAS................................................................................29
7.1.1 Classificação da Postura...................................................................................................30
7.2 Aplicação do método OWAS..............................................................................................35
7.3 Análise dos resultados.........................................................................................................41
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................44
9 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................46
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1 APRESENTAÇÃO
2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Esta empresa foi constituída em 1990 e situa-se no bairro Coral na cidade de Lages –
SC. É uma empresa de administração familiar voltada para o desenvolvimento e fabricação de
equipamentos automotivos designados a suprir as necessidades dos mercados de revendedores
de pneus, concessionários de veículos, renovadores e transportadores de pneus.
Atualmente fabrica montadoras de pneus para veículos utilitários, de passeio e
motocicletas, alinhadores de direção com tecnologia laser, digital e computadorizada,
balanceadores computadorizados de rodas, elevadores pneumáticos e plataformas para uso
com alinhadores de direção.
Possui cerca de 18 funcionários e tem uma jornada de trabalho de oito horas e
quarenta e cinco minutos com pausas de almoço e lanches totalizando duas horas, de segunda
a sexta-feira.
A empresa importa produtos da China, estando estes a pronta entrega para os
consumidores. A produção é sob encomenda, só é produzido o que já está vendido. E
casualmente a empresa recebe máquinas depreciadas, que voltam ao processo produtivo e são
vendidas como reformadas.
A linha de produção é totalmente manual, o que gera desperdício de tempo quando o
trabalhador se vê na necessidade de parar a sua função por atraso de peças. O grande impasse
da organização, é o espaço físico, pois a empresa foi se desenvolvendo e ocupando toda a área
disponível, e encontra-se limitada para ampliar sua produção.
O problema com o espaço físico gera desconfortos aos trabalhadores, pois o ambiente
de trabalho torna-se apertado para executar as atividades de forma mais adequada e segura,
exigindo posturas inadequadas no decorrer das atividades.
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3 OBJETIVOS
4 JUSTIFICATIVA
Estamos realizando esta pesquisa para salientar dificuldades que são diárias na jornada
do montador com relação ao posto de trabalho, onde podem ocasionar queixas ou doenças
ocupacionais crônicas, podendo vir a comprometer a produtividade e qualidade do trabalho.
Existindo a possibilidade de aplicação da ergonomia constata-se que a conservação de
uma postura ideal é de suma relevância ao trabalhador. As doenças em decorrência da má
postura avolumam os afastamentos e incapacitações de funcionários.
A inadequação dos postos de trabalho ocasionam estresses musculares, dores e fadiga
que pode ser corrigida com atitudes simples. Na maioria das vezes, os sintomas aparecem aos
poucos até serem visivelmente notados. E frequentemente vão agravando após momentos de
quantidades de trabalho ou jornadas maiores, e comumente o funcionário procura manter sua
atividade mesmo sentindo dores, com isso a redução de sua capacidade física é notada no
trabalho e fora dele.
O objetivo da interferência ergonômica é transformar o caso avaliado possibilitando
alcançar ligeiramente e com segurança, a baixo custo, as metas definidas a ponto de melhorar
as condições de trabalho, especialmente em termos operacionais: qualidade, confiabilidade e
produtividade, tendo em vista a economia de movimentos e diminuição das exigências
biomecânicas do trabalhador.
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5 REFERENCIAL TEÓRICO
Por ser multidisciplinar, a ergonomia utiliza várias outras ciências, para que o
desenvolvimento de projetos seja eficiente e alcance os diversos pontos do ambiente de
trabalho com resoluções necessárias aos problemas identificados.
A ergonomia se difere de outras áreas do conhecimento pelo seu caráter
interdisciplinar e pela sua natureza aplicada. O caráter interdisciplinar significa que
a ergonomia se apoia em diversas áreas do conhecimento humano. O caráter
aplicado configura-se na adaptação do posto de trabalho e do ambiente às
características e necessidades do trabalhador (DUL, 2000, pg.14).
Essa análise da relação trabalho x homem mostra-se como uma maneira de ampliar
conhecimentos, pois o estudo da ergonomia implica no trabalho como um todo, seu ambiente,
a atividade executada, a organização do trabalho, o comportamento do trabalhador, pois para
que a ergonomia traga melhorias é necessária a compreensão de tudo o que acontece no
ambiente de trabalho para que sua aplicação seja efetiva.
Assim, a ergonomia faz o planejamento ou a correção física das áreas industriais
através de intervenções que ampliem a possibilidade de segurança, conforto e bem-estar aos
trabalhadores. Tornando assim, a eficácia das atividades ampliada, ocasionando um ganho do
funcionário de menor função até o empresário que o contratou, sendo este um ganho
profissional, econômico e pessoal a todos que estão ligados a empresa.
A adequação dos postos de trabalho, ferramentas e instrumentos, máquinas e ambiente
de trabalho às necessidades do trabalhador é o objetivo prático da ergonomia. Pois a
concretização desses objetivos ao plano industrial, facilita o trabalho e melhora o rendimento
do trabalho.
“Numa situação ideal, a ergonomia deve ser aplicada desde as etapas iniciais do
projeto de uma máquina, sistema, ambiente ou local de trabalho. Estas devem sempre incluir o
ser humano como um de seus componentes” (IIDA, 2005, pg.19). Ou seja, as particularidades
do trabalhador precisam ser atendidas conjuntamente com as particularidades ou limites dos
fragmentos mecânicos, sistêmicos ou ambientais, para uma adequação mútua.
5.2 NR 17 – Ergonomia
Ruído;
Temperatura;
Velocidade e umidade do ar.
As normas de produção;
O modo operatório;
A exigência de tempo;
A determinação do conteúdo de tempo;
O ritmo de trabalho;
O conteúdo das tarefas.
Sempre que possível, devem ser incluídas pausas para descanso, e após qualquer
afastamento, o retorno à atividade deve ser de forma gradativa aos níveis de produção.
A ergonomia, então, projeta e corrige fisicamente os campos industriais,
especialmente através de interferências que permitam ao trabalhador segurança, bem estar e
conforto. Portanto, a eficácia é expressivamente aumentada, ocasionando um rendimento do
trabalhador de menor cargo num posto até a gerência, seja este um rendimento econômico,
profissional e pessoal.
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A NR 17 fala sobre o mobiliário nos postos de trabalho e recomenda que sempre que
o trabalho puder ser efetuado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser projetado ou
modificado para esta posição. E para trabalhos manuais sentado ou que tenha de ser efetuado
em pé, o mobiliário deve oferecer boas condições de postura, visualização e operação ao
trabalhador.
Com posturas inadequadas e permanência numa única posição por muito tempo, o
trabalhador dispõe-se a adquirir lesões no seu corpo, danificando sua saúde e produtividade.
Ocasionando assim, o seu possível afastamento, onde a empresa perde financeiramente, tendo
que buscar e treinar outro profissional. E pelos seus princípios de segurança e bem estar do
trabalhador, visando sua saúde e integridade a frente da atividade exercida.
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6 METODOLOGIA
Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de
desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema (GIL, 2002,
pg.17).
Gil (2002, pg.17) comenta sobre as razões que motivam a execução de uma pesquisa,
e classifica-as em: “razões de ordem intelectual e razões de ordem prática. As primeiras
decorrem do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer. As últimas decorrem do
desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente ou eficaz”.
“A pesquisa é um processo interminável, intrinsecamente processual. É um
fenômeno de aproximações sucessivas e nunca esgotado, não numa situação definitiva, diante
da qual já não haveria o que descobrir” (DEMO, 1987, pg.23).
O êxito de uma pesquisa depende fundamentalmente de certas qualidades intelectuais
e sociais do pesquisador, entre as quais são:
Conhecimento do assunto a ser pesquisado;
Curiosidade;
Criatividade;
Integridade intelectual;
Atitude autocorretiva;
Sensibilidade social;
Imaginação disciplinada;
Perseverança e paciência;
Confiança na experiência (GIL, 2002, pg.18).
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De acordo com Silva (2005) a pesquisa é uma mistura de ações e propostas para
determinar a solução para um problema, que se fundamenta em procedimentos racionais e
sistemáticos. A pesquisa é executada quando há um problema e não se encontram
informações para solucioná-lo.
Refere-se a um estudo detalhado de um ou mais casos, para que seja possível o seu
vasto e aprofundado conhecimento. O estudo de caso é uma pesquisa de origem empírica que
indaga um certo acontecimento, inserido numa situação real, quando os limites entre o
acontecimento e a situação em que está inserido não se encontram visivelmente determinados.
Tem por finalidade desenvolver o conhecimento acerca de uma situação
problemática não definida, tendo em vista incitar o entendimento, propor suposições e
discussões ou aperfeiçoar a teoria.
O estudo de caso envolve a análise de registros, observação de fatos, entrevista
estruturada ou não-estruturada, e outras técnicas de pesquisa. Pode ter como objetivo um
indivíduo ou grupo, uma organização ou várias organizações, e ainda uma situação.
“Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que
permita seu amplo e detalhado conhecimento” (GIL, 2002, pg.54).
“Um estudo de caso refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular”
(TULL, 1976, pg.323).
O estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o
fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de
evidência são utilizadas (YIN, 1989, pg.23).
O maior proveito do estudo de caso é constatado nas pesquisas exploratórias. Por ser
flexível, é indicado nas primeiras etapas da pesquisa de temas complexos, para o
desenvolvimento de hipóteses ou reelaboração do problema. É útil nas variadas áreas do
conhecimento. A coleta de dados comumente se dá por mais de um procedimento, os mais
utilizados são: a observação, a entrevista, a análise de documentos e a história da vida.
Contudo é possível distinguir algumas fases na maior parte dos estudos de caso:
Definição do problema;
Delimitação da unidade-caso;
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Coleta de dados;
Análise e interpretação dos dados;
Redação de relatório.
O estudo de caso é caracterizado de acordo com YIN (1989, pg.19) como sendo a
“capacidade de lidar com uma completa variedade de evidências, documentos, artefatos,
entrevistas e observações”.
É visto como o delineamento ideal para a pesquisa de um acontecimento
contemporâneo no seu contexto real, onde o limite entre o acontecimento e o contexto não é
nitidamente compreendido.
De acordo com Gil (2002, pg.54) a utilização do estudo de caso pode apresentar
diferentes propósitos, tais como:
Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos;
Preservar o caráter unitário do objeto estudado;
Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada
investigação;
Formular hipóteses ou desenvolver teorias;
Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações
complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos
(GIL, 2002, pg.54).
O estudo de caso é uma categoria de histórico de um acontecimento, retirado de
diversas fontes de evidências onde qualquer registro importante ao fluxo de ocorrências que
delineiam o acontecimento é um dado possível para estudo.
Roesch (1996, pg.118) comenta que “o delineamento da pesquisa determina quem vai
ser pesquisado e quais questões serão levantadas”.
Gil (1999) comenta que com o delineamento da pesquisa, as preocupações
basicamente lógicas e teóricas dão lugar às dificuldades mais técnicas de realização. O
delineamento ocupa-se justamente da oposição entre a teoria e os fatos, e seu feitio é o de uma
tática ou plano comum que determine as operações necessárias para realiza-lo. O
delineamento é composto pela etapa em que o pesquisador considera a aplicação dos métodos
discretos, ou seja, daqueles que oferecem os meios técnicos para a averiguação.
Nesta análise será considerado apenas o setor de montagem da empresa, onde
apresentou situações posturais críticas e prejudiciais ao trabalhador no decorrer da sua
atividade.
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“Com efeito, nos estudos de caso os dados podem ser obtidos mediante análise de
documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação espontânea, observação
participante e análise de artefatos físicos” (GIL, 2002, pg.141).
A coleta de dados é realizada em situações espontâneas em que ocorrem os
acontecimentos, onde são observados de forma direta, sem a influência do pesquisador.
Para Roesch (1996, pg.120) “a coleta de dados primários é feita através de entrevistas,
questionários, observação ou testes. E quando se trata de dados secundários é importante
relatar sua natureza e especificações”.
Na idealização adequada da coleta de dados deve haver cuidado aos detalhes, pois o
estudo de caso pode não ser considerado. Assim sendo, deve haver um plano formal de coleta.
Gil (2002) destaca que a coleta de dados no estudo de caso deve acontecer de forma
mais cuidadosa do que em outras modalidades de pesquisa, por ser mais complexa e afirma
que “obter dados mediante procedimentos diversos é fundamental para garantir a qualidade
dos resultados obtidos (...)” e estes necessitam “(...) ser provenientes da convergência ou
divergência das observações obtidas de diferentes procedimentos”.
Para a coleta de dados será utilizada a observação, entrevista e fotografias.
7 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Para Iida (2005, pg.169) o método OWAS (Ovako Working Posture Analysing
System) é um sistema prático de registro que foi elaborado por três pesquisadores finlandeses
(Karku, Kansi e Kuorinka, 1977), que trabalhavam em uma sinderúrgica. Eles iniciaram com
análises fotográficas das principais posturas efetuadas características na indústria pesada.
O método OWAS surgiu da necessidade de se identificar e avaliar as posturas
inadequadas durante a execução de uma tarefa, que podem em conjugado com
outros fatores, causar o advento de problemas músculos-esqueletais, gerando
incapacidade para o trabalho, absenteísmo e custos adicionais ao processo produtivo
(KARHU et.al., 1997a).
1º Dígito - Costas
1- Ereta
2- Inclinada para frente ou para trás
3- Torcida ou inclinada para os lados
4- Inclinada e torcida ou inclinada para frente e para os lados
2º Dígito – Braços
3º Dígito - Pernas
1- Sentado
7- Andando ou se movendo
De acordo com essas avaliações, as posturas são classificadas em uma das seguintes
categorias propostas por Iida (2005, pg. 171):
Classe 1 – postura normal, que dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais.
Classe 2 – postura que deve ser verificada durante a próxima revisão rotineira dos
métodos de trabalho.
Classe 3 – postura que deve merecer atenção a curto prazo.
Classe 4 – postura que deve merecer atenção imediata.
Iida (2005, pg. 171) ainda comenta que “essas classes dependem do tempo de
duração das posturas, em percentagens da jornada de trabalho ou da combinação das quatro
variáveis (costas, braços, pernas e carga)”.
Dois dígitos são preservados para a etapa da atividade variando de 00 a 99,
escolhidos através da subdivisão de tarefas. A combinação das posições das costas, braços e
pernas geram níveis de ação para as medidas corretivas (quadro 1). Quando a atividade é
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habitual, ainda com carga leve, o processo de amostragem consente a estimativa da proporção
do tempo que o tronco e membros fiquem nas diversas posturas durante o período de trabalho
observado.
Quadro 1 - Categorias de ação segundo posição das costas, braços, pernas e uso de força no
método OWAS
permite a estimativa da proporção de tempo que o tronco e membros ficam nas várias posturas
Quadro 2 - Categorias de ação do método OWAS para posturas de trabalho de acordo com o
percentual de permanências na mesma postura .
COSTAS
1 – ereta 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 – inclinada 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3
3 – torcida 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3
4 – inclinada e torcida 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4
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BRAÇOS
1 – ambos os braços 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
abaixo dos ombros
2 – um braço no nível 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3
ou acima dos ombros
3 – Ambos os braços 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3
no nível ou acima dos
ombros
PERNAS
1 – sentado 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
2 - de pé com ambas 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2
as mãos esticadas
3 - de pé com uma das 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3
pernas esticadas
4 – Dois joelhos 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4
dobrados 2
5 – Um joelho 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4
dobrado 2
6 – Ajoelhado 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3
7 – Andando 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2
% de tempo de 0 20 40 60 80 100
trabalho
Fonte: Software OWAS
A combinação das posições das costas, braços, pernas e uso de força no método
OWAS admite uma pontuação que pode ser compreendida no sistema de avaliação Win-
OWAS que consente categorizar níveis de ação para medidas corretivas propondo a ascensão
da saúde ocupacional.
Está apresentado nas figuras 1 e 2 as posições das costas, braços, pernas através do
sistema de análise Win-OWAS.
Fonte:Software OWAS.
Foram feitas 4 amostras onde foram constituídas pelo funcionário da empresa que
exercia suas atividades no momento da avaliação. Foram feitas observações e descrição dos
movimentos e hábitos posturais realizados. Após as análises, foi elaborado um relatório com
as fotos, descrição dos movimentos e posturas realizadas e sugestões de melhoria.
Para demonstrar uma forma mais correta improvisamos uma bancada, onde foi
realizada as atividades que são frequentes na jornada do trabalhador que foram registradas por
meio de fotos onde as mesmas passaram pelo mesmo modo de analise do software OWAS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
9 REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. São Paulo - SP; Ed. Edgard Bluncher
LTDA,2000.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. 2ª. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
KARHU, O. et al., Correcting working posture in industry, a practical method for analysis,
“Applied Ergonomics”, 1997: 8, 199-201a.
WISNER, Alain. Por dentro do trabalho: ergonomia: método & técnica, São Paulo – SP;
Ed. FTD Oboré, 1987.