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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ANGELA SUELEM DE SOUZA R.A: 1804611


HITIARA DE MATOS FONSECA R.A: 1811341
JÚLIA ESPOSITO QUEIROZ - R.A: 1813529
JULIANA VILELA FERRAZ – R.A: 1809570

A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NO BRASIL

SOCORRO/SP
2020
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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NO BRASIL

Relatório Parcial apresentado na disciplina de Projeto Integrador para o curso de


Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São
Paulo (UNIVESP).

Tutora: LILLIAN SALATINI MAURICIO RODRIGUES

SOCORRO/SP

2020
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SOUZA, ANGELA SUELEM DE; FONSECA, HITIARA DE MATOS; QUEIROZ,


JÚLIA ESPOSITO; FERRAZ, JULIANA VILELA. A EDUCAÇÃO INDÍGENA NO
BRASIL. Projeto Integrador (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do
Estado de São Paulo. Tutor:. Polo Socorro-SP, 2020.

RESUMO

O Brasil é um país que tem diversas comunidades indígenas. Desde o seu


descobrimento até os dias atual eles se fazem presentes na nossa história. E
pensando nisso desenvolvemos este projeto com o intuito de mostrar como foi e
como é, nos dias de hoje, a educação escolar indígena. Avanços e consensos na
área de educação escolar indígena se deram tanto no plano legal quanto no plano
administrativo. Todavia, ainda não se estruturou um sistema que atenda às
necessidades educacionais dos povos indígenas de acordo com seus interesses,
respeitando seus modos e ritmos de vida, resguardando o papel da comunidade
indígena na definição e no funcionamento do tipo de escola que desejam nesse
contexto, um registro deve ser feito: a educação escolar indígena virou uma pauta
política relevante dos índios, do movimento indígena e de apoio aos índios. Deixou
de ser uma temática secundária, ganhou importância à medida em que mobiliza
diferentes atores, instituições e recursos. Encontros, reuniões e seminários têm se
tornado recorrentes para a discussão da legislação educacional, de propostas
curriculares para a escola indígena, de formação de professores índios, do direito de
terem uma educação que atenda a suas necessidades e seus projetos de futuro.
Hoje não mais se discute se os índios têm ou não que ter escola, mas sim que tipo
de escola.

Palavra-chave: Indígena, Educação, Escola, Professores, Futuro


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ABSTRACT

Brazil is a country that has several indigenous communities. From its discovery to the
present day they are present in our history. AND
with this in mind we developed this project in order to show how indigenous school
education was and how it is today. Advances and consensus in the area of
indigenous school education took place both on the legal and administrative levels.
However, a system that meets the educational needs of indigenous peoples has not
yet been structured according to their interests, respecting their ways and rhythms of
life, safeguarding the role of the indigenous community in defining and operating the
type of school they want in this context, a record must be made: indigenous school
education has become a relevant political agenda for the Indians, the indigenous
movement and support for the Indians. It is no longer a secondary theme, it has
gained importance as it mobilizes different actors, institutions and resources.
Meetings, meetings and seminars have become recurrent for the discussion of
educational legislation, curricular proposals for indigenous schools, the training of
Indian teachers, the right to have an education that meets their needs and their
projects for the future. Today it is no longer discussed whether the Indians have to
have a school or not, but what kind of school.

Keyword: Indigenous, Education, School, Teachers, Future.


Sumário

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................11

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.......................................................................................................................12

OBJETIVOS................................................................................................................................................14

JUSTIFICATIVA..........................................................................................................................................15

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................................................16

REFERÊNCIAS............................................................................................................................................17
INTRODUÇÃO

Este projeto integrador surge como uma aprimoração dos saberes sobre a
educação indígena no Brasil, com a Lei de Diretrizes e Bases, na qual a educação
indígena recebeu destaque inexistente nas legislações anteriores, impôs-se a
necessidade de que regulamentações em âmbito nacional, estadual e municipal
fossem estabelecidas e cumpridas, de modo a garantir padrões básicos de
qualidade no atendimento em escolas indígenas.
Os Povos Indígenas têm direito a uma educação escolar específica,
diferenciada, intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária, conforme define a
legislação nacional que fundamenta a Educação Escolar Indígena. Seguindo o
regime de colaboração, posto pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a coordenação nacional das
políticas de Educação Escolar Indígena é de competência do Ministério da
Educação (MEC), cabendo aos Estados e Municípios a execução para a garantia
deste direito dos povos indígenas.

A educação escolar indígena no Brasil foi imposta aos povos originários


desde os primórdios da colonização, com o intuito de catequizá-los e civilizá-los. No
entanto, coerentes com suas cosmologias, esses povos mantiveram um modo
próprio de educação. Apesar dos prejuízos infligidos historicamente pela escola nas
sociedades indígenas, estas aprenderam a com ela conviver e, em muitos casos, a
demandam e a recriam. Observa-se hoje uma "indianização" das escolas nas
aldeias, por meio de práticas que buscam na memória, na tradição, nos saberes
ancestrais e no ensino de história a afirmação de suas identidades étnicas, fazendo
dessa instituição e das práticas que nela desenvolvem possíveis aliadas de luta.

O Brasil é um país constituído por diferentes povos etnicamente


diferenciados, com histórias, saberes e línguas próprias. São 216 povos falando
mais de 180 línguas indígenas diferentes.
A relação social se promove sempre nos padrões de dominância. Elegemos
então o seguinte problema a ser pesquisado: a política escolar indígena no Brasil,
como ela mudou no decorrer dos anos e como a educação pode fazer com que os
índios exerçam sua cidadania e finalmente como a educação: isto é, não apenas a
defesa da leitura e escrita, pode fortalecer a preservação destas culturas e permitir
uma nova comunicação entre a aldeia e fora dela.
Buscamos desenvolver esse projeto com caráter qualitativo, sem utilizar um
índio genérico, analisando a realidade histórico-cultural do povo que procura manter
o reconhecimento dos seus valores e sua identidade e que ao mesmo tempo busca
mesclar conhecimentos não indígenas, garantindo assim sua sobrevivência
econômico-social e um futuro mais digno.
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DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Quando iniciamos um curso para aprender outro idioma, sabemos a


importância de professores capacitados e recursos necessários para essa
aprendizagem. Atualmente, o cenário da educação indígena não tem favorecido
esses povos. De acordo com o Censo Escolar 2015, apenas metade das escolas
indígenas possuem material adequado para o grupo. Sabemos que não é possível
utilizar os mesmos materiais didáticos da escola convencional, pois eles possuem
elementos que não fazem parte do mundo indígena.

A escassez de professores especializados em educação indígena ainda é um


obstáculo para oferecer uma educação escolar de qualidade á esses povos. Ir a
escola para assistir aulas em outro idioma, aprender a história de outro povo e ter
exemplos diferentes à realidade em que se vive, essa é a situação atual que vivem
boa parte das crianças e jovens indígenas no Brasil. O aluno precisa se identificar
com aquilo que está estudando, a educação escolar precisar abordar temas sobre a
realidade que ele vive.

Uma das ações geridas pelo MEC, favorece essa educação, o Programa de
Apoio á Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind). Este
programa estimula o desenvolvimento de projetos de curso na área das
Licenciaturas Interculturais em instituições de ensino superior (público, federal e
estadual). Tem o objetivo de formar professores para a docência no ensino médio e
nos anos finais do ensino fundamental das comunidades indígenas.

A educação indígena possui as mesmas necessidades que a educação


básica, como inclusão escolar, desempenho e evasão. E os alunos que ultrapassam
esses obstáculos ainda devem lidar com sua alteridade que não é abordada nas
aulas, abdicando do índio o direito de ser índio. É ferramenta essencial no processo
de aprendizagem indígena uma educação de qualidade que visa a importância que o
povo indígena e sua cultura tem para o nosso país, afinal, para garantir um trabalho
de educação escolar de qualidade tem que se levar em conta o contexto eu que o
estudante está inserido, seu modo de vida e os recursos a quais ele tem acesso.
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Portanto, o indígena que chegam até o ambiente universitário encontra ainda


mais dificuldades na permanência por conta de suas especificidades culturais e
linguísticas, e as instituições ainda não estão completamente preparadas para lidar
com isso.
O processo de inclusão étnico racial vem decorrendo como uma significativa
forma de melhoria de desigualdades históricas que até hoje se perpétua na
sociedade brasileira.
Diante desta situação, estipula-se por lei que a qualidade da educação
escolar indígena deve responder as demandas e necessidades da diversidade
cultural desse povo. É um direito dos indígenas uma educação que contribua para
que eles conquistem o desenvolvimento de suas culturas e expressões.
Por exemplo, a LDB prevê 200 dias letivos, mas o povo indígena tem sua
realidade, tempos, rituais e seu próprio calendário, dessa forma fica praticamente
impossível cumprir os 200 dias.
Uma ferramenta importante que cada escola indígena possui, é a construção
do seu próprio Projeto Político Pedagógico. Também conhecido como PPP, este
projeto é desenvolvido pela comunidade que a instituição está inserida. É pensando
no calendário da comunidade que se cria o calendário escolar.
Por fim, as escolas indígenas precisam do auxílio dos órgãos educacionais.
Professores e comunidade deve ser ouvida como um todo, e incluídos em órgãos
como secretárias de educação, para que de fato executem as políticas públicas
relacionadas ao ensino.
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OBJETIVOS

Realizar um breve histórico do processo de escolarização indígena e as


diversas formas de educação indígena existentes no Brasil.

- Saber até onde vai o conhecimento dos alunos referente a educação


indígena;

- Conhecer o modo de vida escolar dos povos indígenas no passado e


presente;

- Valorizar a alteridade nós diversão modos de culturas;

- Conscientizar sobre a relevância dos indígenas para com a sociedade;


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JUSTIFICATIVA

A educação indigna é uma realidade antiga, podendo variar de acordo com o


contexto histórico, social e cultural. O Brasil é um país com grande diversidade de
grupos étnicos, dessa forma, a legislação concede a esses povos o direito a
manutenção de suas especificidades culturais, históricas e linguísticas, vindo a
adaptar a política governamental em relação a educação indígena.

Este projeto traz um breve histórico da escolarização indígena brasileira,


retratando a alteridade dos povos. Buscando a reflexão acerca da educação
indígena nos dias de hoje.

Apesar do avanço legal e dos esforços para garantir ao índio o direito de ser
índio e manter sua cultura, ainda há um enorme caminho para que se alcance uma
educação de qualidade e que contemple as demandas das diversas populações
existentes no Brasil.

“Ai de nós educadores, se deixamos de sonhar sonhos possíveis (…) Os profetas são aqueles ou
aquelas que se molham de tal forma nas águas da sua cultura e da sua história, da cultura e da
história do seu povo, que conhecem o seu aqui e o seu agora e, por isso, podem prever o amanhã
que eles, mais do que adivinham, realizam. ” Paulo Freire
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No que se refere à História e Geografia, algumas conceituações serão


apresentadas para que se compreenda melhor o sentido de serem aprendidas e
ensinadas em toda a Educação Básica. De acordo com Ferreira (2004, p. 1050),
História é a narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida dos povos, em
particular, e na vida da humanidade, em geral; conjunto de conhecimentos
adquiridos através da tradição e ou por meio dos documentos, relativos à evolução,
ao passado da humanidade; ciência e método que permitem adquirir e transmitir.

Este é um conceito que se detém no conhecimento sobre a narrativa da vida


dos povos, quer seja através de documentos ou depoimentos e que são transmitidos
de uma geração para outra. Diz respeito à história factual, isto é, os fatos.

Esta não é a única visão sobre o assunto. Reforçando o que foi colocado no
item anterior, a história, de acordo com Penteado (2010), investiga permanências e
mudanças ou transformações do modo de vida, no empenho de compreendê-la.

Tratando-se de História, de acordo com Neves (1985), o que se objetiva é


desenvolver na criança “[...] a percepção da multiplicidade temporal da História, em
termos de ritmos de mudanças-mais rápidas ou mais lentas-, e que explicariam
certas contradições aparentes da sociedade atual. ” (p. 17).

Aí foram apresentadas evoluções que os conceitos sofreram no decorrer dos


tempos e também visões diferenciadas. No que se refere à Geografia, Ferreira
(2004) a define como a “[...] ciência que tem por objeto a descrição da superfície da
Terra, o estudo dos seus acidentes físicos, climas, solos e vegetações, e das
relações entre o meio natural e os grupos.” (p. 977). Este autor também apresenta
como “[...] tratado ou compêndio relativo a essa ciência.” (p. 977).

Ensino de História e Geografia: objetivos, importância e perspectiva


interdisciplinar

Os estudos de História e Geografia foram contemplados no Currículo da


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Educação Básica devido a importância que assumem na formação da cidadania.


Fonseca (2003), coloca uma citação de Zamboni no que se refere aos objetivos do
ensino de História na construção da identidade. Para ele o objetivo fundamental da
História, no ensino de 1º Grau (hoje Ensino Fundamental), “[...] é situar o aluno no
momento histórico em que vive [...]” (p.154). Refere também que a “[...] construção
da história de vida do aluno, de suas relações sociais, situado em contextos mais
amplos, contribui para situá-lo historicamente, em sua formação intelectual e social,
a fim de que o seu crescimento social e afetivo desenvolva-lhe o sentido de
pertencer. (ZAMBONI, apud FONSECA, 2003, p.154).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais expressam: [...] o ensino e


aprendizagem de História estão voltados, inicialmente, para atividades em que os
alunos possam compreender as semelhanças e as diferenças, as permanências e
as transformações no modo de vida social, cultural e econômico de sua localidade,
no presente e no passado, mediante a leitura de diferentes obras humanas.
(BRASIL, 2000, p. 49).

No que se refere à Geografia, em linhas gerais, pode-se dizer que o seu


principal objetivo na escola e como ciência é o homem em permanente inter-relação
com o meio. “O homem não como elemento cegamente submetido à paisagem,
mas como elemento atuante, como ser criador que transforma a realidade física e
também biológica.” (NIDELCOFF, 1979, p. 50).

Convém observar que, tanto no ensino de História como de Geografia, o ser


humano constitui-se no centro de atenção, o que pode ser considerado um
aprimoramento no estudo destes campos do conhecimento, ao passar a considerar
o homem em primeiro lugar.

Afirma Aranha (2008, p. 19): Somos feitos de tempo. Somos seres históricos,
já que nossas ações e pensamentos mudam no tempo, à medida que enfrentamos
os problemas não só da vida pessoal, como também da experiência coletiva. É
assim que produzimos a nós mesmos e a cultura a que pertencemos.

Com isso, começamos a definir o grande significado da História em nossas


vidas em termos do que recebemos de nossos antepassados que, dialogando com
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nossas conquistas, defines nossos projetos de vida do presente e do futuro, uma vez
que estamos situados no tempo.

Vamos nos lembrar de uma atividade desenvolvida nas escolas, que é fazer o
cabeçalho para iniciarmos o dia: na lousa ou no caderno, consta o nome da escola,
cidade onde se localiza, data, nome da disciplina ou da aula, às vezes o nome da
professora e a rotina do dia, tudo isso para identificar onde estamos e o que faremos
nas próximas horas. Registramos o tempo e também o espaço!

Já que citamos Aranha, historiadora, vamos saber o que nos dizem Filizola e
Kozel (2010, p. 8), também historiadores:

[...] o ser humano pode ser tomado como um produtor de espaço! Mesmo nos
tempos mais remotos, os seres humanos, vivendo em grupos, necessitavam de
guardar, de alguma forma, as informações que possuíam sobre os espaços que
percorriam [...]

Contudo, não estamos falando de compartimentalização: o tempo não se


separa do espaço, portanto, também somos feitos de espaço: o espaço do nosso
corpo, marcado pelo tempo (nossa idade), o espaço que habitamos e dividimos com
nossas pessoas queridas (casa, escola, trabalho, igreja, clube), ou seja, tempo e
espaço, História e Geografia estão juntos em nossa conversa, é necessário
reafirmar que o conhecimento é um processo de construção de significados pelo
aluno ativo e interessado. O professor e a escola que acolhem tal pressuposto
adotam uma postura construtivista, visto que o construtivismo não é um método,
mas uma postura de vida. O professor articulador dos conhecimentos é, portanto,
elemento ativo na construção do conhecimento do aluno protagonista.

Pensando na dimensão formadora dos alunos, Nemi e Martins (1996, p. 24)


apontam que o ensino de História no Ensino Fundamental deve estimular, a partir de
comparações, interpretações diversas sobre a nossa diversidade cultural, a começar
pelo encontro das diferenças na sala de aula. Dado que o aluno é protagonista do
seu conhecimento, é preciso incentivar que ele mesmo faça as leituras necessárias
ao tema em estudo e organize as diferentes visões que seja capaz de ter. Esse é o
ponto de partida para a aprendizagem compartilhada que tem por fundamento a
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interação social.

Deste modo, o aluno poderá compreender o momento histórico em que vive,


e para atingir esse objetivo, caberá à escola e ao professor, sobretudo por meio da
problematização, orientar o olhar e o pensamento crítico do aluno na direção dos
eventos transformadores das relações humanas no tempo, ou seja, na História.

Conforme Circe Bittencourt (2004, p. 84), esse novo jeito de se trabalhar a


História se baseia nos pressupostos da psicologia cognitiva. Antes disso, a História
era transmitida pronta pelo professor que esperava do aluno apenas a memorização
e a reprodução do que lhe havia sido transmitido em sala de aula.

Bittencourt (2004, p. 99) também deixa evidente sua preocupação com


algumas propostas da atualidade para que o ensino de história seja significativo para
os alunos: o novo “público escolar”, entendido em seu protagonismo, sua origem
sociocultural diversificada, sua singularidade, seus recursos próprios de aprender
em um ritmo pessoal. Entretanto, escola e professor não podem perder de vista que
o aluno está inserido em um contexto de valorização extrema do consumo com
expectativas voltadas para o capitalismo e de mudanças rápidas e bruscas nas
relações sociais e do trabalho.

Esse contexto atual a que se refere Bittencourt é muito bem explicado por
Antunes (2006, p. 13). Vamos acompanhar sua interpretação:

A mudança de paradigma nas informações existentes no mundo de hoje,


trazidas por uma visão de planeta baseada em novas tecnologias aeroespaciais, a
popularização das informações atentadas pela difusão da TV a cabo, as aberturas à
pesquisa e à informação científica possibilitadas pela internet, a globalização da
economia e do consumo mundial, as novas revelações cientificas que alteram
saberes de diversos ramos do conhecimento, associados ao avanço da pedagogia,
com a conquista de novos elementos sobre a memória, inteligência, aprendizagem e
criatividade, acabaram por tornar inadiável o acréscimo de substanciais mudanças
no atual conceito de Geografia e de História e nos procedimentos para fazê-las
plenamente compreendidas pelos aluno no Ensino Fundamental e Médio.

Há que se completar esse pensamento lembrando que a educação é um


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direito de todos, que se desdobra em desenvolvimento pleno, preparo para a


cidadania e qualificação para o trabalho. O compromisso do professor precisa estar
sedimentado em sólida formação técnica, humana, política e social para dar suporte
a tantas solicitações educacionais do atual contexto.
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REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia Geral e do


Brasil. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2008.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96. Brasília,


1996.

CUNHA. Manoela Carneiro da (Org.). História dos Índios no Brasil, São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.

FERREIRA, Marieta de Moraes. Memórias da História: nossa H istória. São Paulo:


n. 8, p. 98,

GONÇALVES, E.; MELLO, F. Educação Indígena. Curitiba, 2009

MAGALHÃES, E. D. Legislação Indigenista Brasileira e Normas Correlatas. 3. ed.


Brasília, 2005

MELIÀ, Bartomeu. Educação indígena e alfabetização. São Paulo: Loyola, 1979


“Desafios e tendências na alfabetização em língua indígena”.

NADAI, Elza; BITTENCOURT, Circe M. F. Repensando a noção de tempo


histórico no ensino. In: PINSKY, Jaime. (Org.). O Ensino de História e a
Criação do Fato. São Paulo: 1998

PALADINO, Mariana; CZARNY, Gabriela (Org.). Povos indígenas e escolarização:


discussões para se repensar novas epistemes nas sociedades latino-americanas.
Rio de Janeiro,RJ: Garamond, 2012. p. 27-42

PENTEADO, Heloísa Dupas. Metodologia do Ensino de História e Geografia.


São Paulo: Cor tez, 1991.

SANTOS, Silvio C. A integração do índio na sociedade regional: a função dos postos


indígenas em Santa Catarina. Florianópolis : EDUFSC, 1970

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