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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DESEMBARGADOR (A) PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Processo nº 00000-00.0000.0.00.0000

Ação de Alimentos

Primeira Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora / MG.

Agravante: Matilde

Agravado: Emerson

MATILDE, menor incapaz, neste ato representada por sua representante legal,
MELINA, ambas já devidamente qualificadas nos autos do processo em
epígrafe, que move em face de EMERSON, já devidamente qualificado nos
autos do processo, vem, por intermédio de seu advogado, conforme
procuração em anexo, não se conformando com a decisão interlocutória acerca
da liminar proferida pelo juízo de 1º grau de fls. xx, perante Vossa Excelência,
com fulcro no artigo 1.015, I, do CPC/15, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

Inicialmente, requer que seja intimado o Ministério Público, bem como o


agravado para, querendo, apresentar as contrarrazões, nos termos do artigo
1.019, II do CPC/15.

Para tanto, junta cópia dos seguintes documentos: c ó p i a petição inicial;


c ó p ia d e a m b a s a s procurações dos advogados da agravante e do
agravado; decisão agravada; certidão de intimação da decisão agravada.
Registre-se que o subscritor da presente declara, sob sua responsabilidade
pessoal, que todas as cópias que formam o presente instrumento
CONFEREM com os originais (art. 425, IV, CPC).

Requer, ademais, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, vez que se


declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração juntada nos
autos principais e reproduzida neste instrumento.

Requer, por fim, seja o presente recurso recebido e regularmente processado.

I – DO NOME E ENDEREÇO DOS ADVOGADOS

Conforme o artigo 1.016, IV, do CPC/15, represente a agravante o advogado


xxx, OAB xx, endereço em xxxx e o agravado o advogado xxxx, OAB xx,
endereço em xxxxx.

II – DO CABIMENTO

A decisão ora recorrida se trata de decisão interlocutória, sendo esta atacável


por meio de interposição do presente recurso de agravo de instrumento, nos
termos dos artigos 994, II e 1.015, I e ss. Do CPC/15.

III – DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO

O presente recurso foi interposto tempestivamente, visto que a publicação da


decisão interlocutória foi realizada no dia 18/11/2021, com o prazo para
interposição do recurso de 15 dias uteis, até o dia 09/12/2021, conforme artigo
1.003, caput e §5º, bem como o artigo 219, ambos do CPC/15.

O recorrente deixa de acostar o comprovante de recolhimento do preparo, visto


que foi concedido o beneficio da gratuidade de justiça, utilizando-se o preceito
do artigo 1.017, §1º do CPC/15.

Requer ainda, a intimação do agravado para, querendo, apresentar


contrarrazões.

Termos em que, pede deferimento.

Local, xxx data xx de xxxxx de xxxx.


Advogado

OAB/xx.

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DESEMBARGADOR (A) PRESIDENTE


DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RAZÕES RECURSAIS

Processo nº 00000-00.0000.0.00.0000

Ação de Alimentos

Primeira Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora / MG.

Agravante: Matilde

Agravado: Emerson

Egrégio tribunal

Colenda câmara

Eméritos desembargadores

I – DOS FATOS

Trata-se de Ação de Alimentos proposta por Matilde, ora agravante, em face de


Emerson, ora agravado. O nome do agravado não consta na Certidão de
Nascimento da agravante, porém, foi realizado em 2019, exame de DNA, de
forma voluntária e extrajudicial, que acabou por apontar a existência da
paternidade de Emerson em relação a Matilde.

Conforme consta da inicial, a agravante informou ao juízo que sua genitora se


encontrava desempregada e, quanto a seu pai, ora agravado, não exercia
emprego formal, mas vivia de “bicos” e serviços prestados de forma autônoma
e informal, razão pela qual pediu a fixação dos alimentos no valor de 30%
(trinta por cento) do salario mínimo, ocasião em que o juízo de 1º grau indeferiu
o pedido de tutela antecipada, rejeitando o pedido de fixação dos alimentos
provisórios.

Dentre os fundamentos da decisão do referido juízo, está o de inexistência de


verossimilhança da paternidade, vez que o nome de Emerson não constava na
Certidão de Nascimento, sendo o exame de DNA prova extrajudicial colhida
sem o devido processo legal; bem como a inexistência de possibilidade da
parte ré, que não tem condições de arcar com os alimentos pelo fato de não
exercer emprego formal.

Isto posto, temos que a referida decisão se mostra manifestamente


equivocada, necessitando de reforma, motivo pelo qual se interpõe o presente
recurso de Agravo de Instrumento.

II – DO DIREITO

II.1 – DA PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE

Conforme consta dos autos do processo, o pedido de tutela antecipada foi


indeferido, com uma das justificativas como sendo de que inexiste a
verossimilhança da paternidade.

Contudo, a referida decisão merece reforma, visto que a presunção sobre a


paternidade biológica da agravante restou demonstrada com o exame de DNA,
realizado extrajudicialmente, de forma voluntária, a pedido da ex-esposa, por
Emerson, ora agravado, apontando que este seria o pai biológico da agravante.

Desta forma, não restam dúvidas de que existe a presunção da paternidade


biológica por Emerson, ora agravado, motivo pelo qual a decisão proferida pelo
juízo de 1º grau merece ser reformada.

II.2 – DA FIXAÇÃO DE ALIMENTOS

Ainda acerca dos fundamentos que ensejaram a decisão pelo indeferimento do


pedido de tutela antecipada, para fixação dos alimentos provisórios, está o de
que Emerson, ora agravado, não tem “possibilidade” de arcar com os custos da
pensão alimentícia pelo fato de não exercer emprego formal.

Neste sentido, cabe esclarecer que o agravado presta serviços de forma


autônoma, podendo ser detentor de qualquer tipo de renda, até mesmo de
altos valores. Conforme disposto no artigo 1.694, do Código Civil, os alimentos
devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos
recursos da pessoa obrigada. No mesmo sentido, dispõe o artigo 1.695, do
mesmo código, que são devidos os alimentos quando quem os pretende não
tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, a própria mantença,
e aquele, de quem se reclamam, podem fornecê-los, sem desfalque do
necessário ao seu sustento.

Isto posto, faz-se mister que haja proporcionalidade entre a necessidade do


alimentado, com a possibilidade do alimentante.

No presente caso, restou demonstrada a necessidade da alimentada que é


impúbere e vive com sua mãe, desempregada, hipossuficiente, bem como a
possibilidade do alimentante, que apesar de não exercer atividade formal,
exerce atividade autônoma remunerada, sendo perfeitamente capaz de serem
fixados os alimentos provisórios, não restando dúvidas quanto à necessidade
de reforma da decisão proferida pelo juízo de 1º grau.

III – DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL

No presente caso, tendo em vista o indeferimento do pedido de tutela


antecipada pelo juízo de 1º grau, temos que a não concessão do efeito
pretendido acarretará claros prejuízos à alimentada, devendo ser concedida a
tutela antecipada para fins de fixação de alimentos provisórios, considerando
ainda que restaram demonstrados no presente recurso o periculum in mora,
bem como o fumus boni iuris, devendo a alimentada ser poupada de longa
batalha judicial, podendo o feito ser prontamente julgado.

IV - DO PEDIDO

Diante do exposto, requer:

Seja o presente recurso conhecido e o deferimento da tutela antecipada


recursal, conforme artigo 1.019, I, CPC/15, para que sejam fixados os
alimentos provisórios;

Seja o presente recurso provido para reformar a decisão de fls. xx, para que,
no mérito, lhe seja dado provimento, oficiando-se à instância originária,
reformando-se a decisão de primeira instância proferida pelo juízo “a quo”;

Seja intimado o Ministério Público para acompanhar o feito.


Termos em que, pede deferimento.

Local, xxxx data xx de xxxxx de xxxx.

Advogado.

OAB./xx

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