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LÍNGUA PORTUGUESA

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS (LITERÁRIO/NÃO-


LITERÁRIO, VERBAL/NÃO-VERBAL) E DIFERENTES MODOS DE
ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO (NARRATIVO, DESCRITIVO, EXPOSITIVO,
ARGUMENTATIVO, INJUNTIVO E DIALOGAL).

Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um


leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica,
além de necessitar de um bom léxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas.
Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as
inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma
postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Denotação e Conotação

Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e
significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico
(significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido
verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que,
para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção
frasal, uma nova relação entre significante e significado.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de
extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas
significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por
exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se
está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de
expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto


Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a
interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto.
Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura.
Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem
como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a
memória visual, favorecendo o entendimento.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação
deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou
como pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de
cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão
global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se
podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são
fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem
diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar
certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
uma outra alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a
base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo.
A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida
no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta
maneira a resposta será mais consciente e segura.

Narração (ou texto narrativo): é um texto em que se conta uma história, com um narrador,
personagens, enredo, tempo e espaço. É o relato organizado de um acontecimento real ou fictício.
Na narração temos:

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 Discurso direto – indicado sempre por travessão, cria a ilusão de se ouvir os personagens.
 Discurso indireto – é o relato do que dizem os personagens.
Na narração devemos evitar frases longas, usar uma linguagem apropriada ao perfil dos personagens e
evitar explicações muito detalhadas que nada têm a ver com a trama descrita na narração.
A música “Valsinha” de Chico Buarque de Holanda, que transcrevemos abaixo é um exemplo de
narração. Veja:

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar


Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto,
Pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar.
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado, cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos
Como não se ouvia mais
Que o mundo compreender e o dia amanheceu em paz.

Note que os personagens participam dos acontecimentos e são caracterizados com uma descrição,
apesar de bem sutil, do seu perfil físico e psicológico.
OBS: Uma narrativa é boa quando desenhamos o texto na cabeça enquanto lemos.

Descrição (ou texto descritivo): é um texto com a função de caracterizar algum objeto,
sentimento, animal ou alguma pessoa. Para fazê-lo, o sujeito se vale dos cinco sentidos – tato, audição,
visão, paladar e olfato.
 Descrever é transformar em linguagem aquilo que os sentidos captam a partir da observação de um
objeto, de uma pessoa ou de um lugar.
 O vocabulário deve ser preciso, exato.
 Traços presentes na descrição: cor, peso, dimensões, formato, material, som, cheiro, gosto,
sensação tátil, características físicas, características psicológicas.

Dissertação (ou texto dissertativo): é um texto que tem como objetivo debater um assunto,
expondo um ponto de vista fundamentado em argumentos, visando convencer o leitor. Em nossa vida diária
dissertamos muitas vezes ao emitirmos nossas opiniões e ao tentarmos expor as razões que nos fazem
pensar de um determinado modo acerca de um assunto. Escrever uma dissertação é repetir este processo,
substituindo a língua falada pela escrita.
A dissertação deve conter:
 Introdução – com a idéia principal a ser desenvolvida
 Desenvolvimento – com a exposição dos elementos que vão fundamentar, dar argumentos para
sustentar a idéia principal.
 Conclusão – que é a retomada da idéia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais
convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. É o
espaço em que o autor da dissertação apresenta propostas ou faz o fechamento de sua tese.
Alguns lembretes necessários quando da produção de uma dissertação:
 Não use gírias.
 Não utilize provérbios ou ditos populares.
 Não utilize fatos ocorridos com terceiros, que não sejam de domínio público.
 Procure fundamentar de maneira consistente os argumentos utilizados para defender um ponto de
vista.

Para conhecer melhor um texto dissertativo, transcreveremos a seguir a letra da música “Sampa” de
Caetano Veloso:

Alguma coisa acontece no meu coração


Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda que não havia para mim Rita Lee

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A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João

Quando te encarei frente a frente não vi o meu rosto


Chamei de mau gosto o que vi de mau gosto o mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas nas vilas favelas


Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
Tuas oficinas de florestas teus deuses da chuva
Panaméricas de Áfricas utópicas túmulo do samba
Mais novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E os novos baianos te podem curtir numa boa

Sampa refere-se à cidade de São Paulo, o texto relaciona lugares de São Paulo, bem como poetas,
músicos e movimentos culturais que agitavam essa cidade na época em que foi escrito (70).
Narciso está presente na mitologia grega, que narra a história de um rapaz muito belo que um dia,
ao curvar-se sobre as águas cristalinas de uma fonte para beber água, viu sua imagem refletida no espelho
d’água e apaixonou-se por ela. Suas tentativas frustradas de aproximar-se da bela imagem levaram-no ao
desespero e à morte. Transformou-se então na flor que tem o seu nome. Freud, ao estudar esse mito,
considera-o uma explicação da existência de personalidades que só amam a própria imagem.
O Quilombo de Palmares foi um dos maiores redutos de escravos foragidos do Brasil colonial, e
estava organizado como um verdadeiro Estado, sob a chefia de Zumbi, que liderou a resistência nas lutas
que se seguiram durante anos, para destruir o quilombo.
A seguir apresentamos três textos, cada um deles exemplificando um dos tipos citados acima:

“Tinha 6 ou 7 anos, nunca se lembrou bem. Foi até o criado-mudo, a pedido do pai, apanhar o
relógio. Relógio do avô... No ato de pegar, deixou-o cair. Relógio quebrado. Surra. Uma surra violentíssima,
inesquecível.” (Ribeiro Fester).
Trata-se de uma Narração.

“O relógio era uma enorme cebola de ouro, suíço, pedras preciosas nos ponteiros, o tampo em
filigranas, uma jóia, uma antiguidade, uma relíquia, uma preciosidade” (Ribeiro Fester).
Trata-se de uma Descrição.

“O homem ocidental civilizado vive num mundo que gira de acordo com os símbolos mecânicos e
matemáticos das horas marcadas pelo relógio. É ele que vai determinar seus movimentos e dificultar suas
ações. O relógio transformou o tempo, transformou-o de um processo natural em uma mercadoria que pode
ser comprada, vendida e medida como um sabonete, ou um punhado de passas de uvas. E, pelo simples
fato de que, se não houvesse um meio para marcar as horas com exatidão, o capitalismo industrial nunca
poderia ter se desenvolvido, nem teria continuado a explorar os trabalhadores. O relógio representa um
elemento de ditadura mecânica da vida do homem moderno, mais poderoso do que qualquer outro
explorador isolado ou do que qualquer outra máquina.” (George Woodcock)
Já este texto é uma Dissertação.
Obs: Procure ler jornais, revistas, editoriais, textos diários que mostram a opinião dos jornais sobre os
assuntos em destaque, para ir se acostumando com os diferentes tipos de textos.
E não se esqueça que, para a produção de um texto, seja ele qual for, é necessário um
planejamento.

Carta Argumentativa /Persuasiva

Características do texto argumentativo/persuasivo:

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O que diferencia a proposta da carta argumentativa da proposta de dissertação é o tipo de
argumentação que caracteriza cada um desses tipos de texto. Como se viu, o texto dissertativo é dirigido a
um interlocutor genérico, universal. Por outro lado, a proposta de carta argumentativa pressupõe um
interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar orientada. Essa diferença de interlocutores
deve necessariamente levar a uma organização argumentativa diferente, nos dois casos. Até porque, na
carta argumentativa, a intenção é freqüentemente a de persuadir um interlocutor específico (convencê-lo do
ponto de vista defendido por quem escreve a carta ou demovê-lo do ponto de vista por ele defendido e que
o autor da carta considera equivocado).
É importante justificar por que se solicita que a argumentação seja feita em forma de carta. Acredite,
essa é uma opção estratégica feita em seu próprio benefício. O pressuposto é o de que, se é definido
previamente quem é seu interlocutor sobre um determinado assunto, você tem melhores condições de
fundamentar sua argumentação.
Vamos tentar exemplificar, mais ou menos concretamente, algumas situações argumentativas
diferentes. Imagine-se um defensor ardoroso da legalização do aborto. Perceba que sua estratégia
argumentativa seria necessariamente diferente se fosse solicitado a:
*escrever uma dissertação sobre o assunto, portanto, escrever para o nosso “leitor universal”;
*escrever ao Papa, para demonstrar a necessidade de a Igreja Católica, em alguns casos, rever sua
postura frente ao aborto;
*escrever a um congressista procurando persuadi-lo a apresentar um anteprojeto para a legalização
do aborto no Brasil;
*escrever ao Roberto Carlos procurando persuadi-lo a incluir, em seu LP de final de ano, uma
música em favor da descriminação do aborto.
Você não concorda conosco? Não fica mais fácil decidir que argumentos utilizar conhecendo o
interlocutor? É por isso que é tão importante que você, durante a elaboração do seu projeto de texto,
procure representar da melhor maneira possível o seu interlocutor, uma vez conhecido.
Embora o foco desta proposta seja um determinado tipo de argumentação, o fato de que o
contexto criado para este exercício é o de uma carta implica também algumas expectativas quanto à forma
do seu texto. Por exemplo, é necessário estabelecer e manter a interlocução, usar uma linguagem
compatível com o interlocutor (por exemplo, não se dirigir ao Papa com um jovial E aí, Santidade, tudo em
cima?, muito menos despedir-se de tão beatífica figura com Pô, cara, tu é do mal!). Mas que fique bem
claro: no cumprimento da proposta em que é exigida uma carta argumentativa, não basta dar ao texto a
organização de uma carta, mesmo que a interlocução seja natural e coerentemente mantida; é necessário
argumentar.

ORGANIZAÇÃO TEXTUAL: ASSUNTO, TEMA, TESE, TÍTULO, PONTO DE


VISTA, ARGUMENTAÇÃO; COESÃO E COERÊNCIA; PARÁGRAFO -
CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO; DISCURSO DIRETO E INDIRETO.

ASSUNTO, TEMA, TESE, TÍTULO, PONTO DE VISTA, ARGUMENTAÇÃO

Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos
parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
 Declaração inicial;
 Definição;
 Divisão;
 Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem
esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de
maneira clara e resumida.
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará
à compreensão do texto.
Idéia principal de um texto: Idéia refere-se a conteúdo. Uma seqüência de idéias está relacionada
com a estrutura. É o conhecimento do assunto que indicará o que é essencial ou principal em um texto ou
em uma obra. A seqüência de idéias começa a ser definida quando optamos pela estrutura do ensaio e se
completa na organização dos parágrafos. 
O planejamento de um texto é a maior garantia para se obter uma boa estrutura de idéias.

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Mesmo em um texto pequeno, as idéias principais podem ser reunidas em um resumo, numa
síntese ou em uma seqüência de itens. Se a síntese do conteúdo for feita com a previsão dos trechos do
texto, provavelmente estarão sendo definidas as idéias centrais dos parágrafos.
Ao definir as idéias principais do texto, começa a ficar clara a relação entre conteúdo e estrutura do
texto. 
Quando considerados elementos que relacionam conteúdo e estrutura de idéias, os parágrafos não
são aleatórios. 
Portanto, os parágrafos não são resultado apenas de regras preestabelecidas sobre sua
construção. Eles são decorrência natural da necessidade de distribuir bem o conteúdo no texto e
também uma forma de valorizar as idéias principais desse conteúdo. 

Idéias Secundárias de um texto: Um texto contém muito mais idéias secundárias do que idéias
principais. Os conteúdos das idéias secundárias não são os mais importantes, mas sem eles o texto não
flui – torna-se pesado. Na verdade, não é possível escrever um texto sem as idéias secundárias. 
As idéias secundárias funcionam como atores coadjuvantes. Cumprem um papel secundário, mas
imprescindível. Redigir bem depende muito do domínio que o autor tem dessas idéias.
Colocadas em excesso, as idéias secundárias dificultam a compreensão do essencial. Mas
quando há idéias de menos, o texto fica sintético demais, telegráfico. As idéias secundárias são
dispensáveis somente quando queremos fazer uma síntese ou um resumo do conteúdo. 

DEPREENDIMENTO DE UMA AFIRMAÇÃO EXPLÍCITA E OUTRA IFORMAÇÃO IMPLÍCITA

Idéias Explícitas de um texto: São as idéias que o autor pretende realmente “passar” ao leitor.
São as mensagens claramente percebidas no título do texto, no seu primeiro parágrafo, ou até mesmo no
decorrer do texto inteiro. São mensagens que não deixam dúvidas sobre a sua informação. Poderíamos
chamar de idéias literais, idéias traduzidas “ao pé da letra”, idéias reais, sem chance de serem tomadas por
outro sentido. Nas idéias explícitas não encontraremos comentários do tipo “não foi assim que eu
entendi...”.

Idéias Implícitas de um texto: há dois tipos de implícitos: os pressupostos e os subentendidos.


Os pressupostos são idéias que não aparecem explicitamente em um enunciado, mas decorrem do
sentido de certas palavras ou expressões pertencentes a este.
Exemplo:
João continua doente.
Esta frase nos traz o pressuposto de que João já estava doente antes. O sentido do verbo
“continuar” nos permite dizer isso.
O médico atendeu ao seu primeiro cliente.
O adjetivo “primeiro” revela o pressuposto de que o médico não havia atendido a ninguém ainda.

Há algumas palavras que geralmente servem de marcadores de pressupostos:


a) adjetivos (ou palavras e expressões com valor adjetivo)
Ex: Aquela é a moça mais feia da festa
Pressuposto: há outras moças na festa que não são tão feias como esta.

b) certos verbos
Ex: Juliana parou de fumar.
Pressuposto: Juliana fumava antes.

c) certos advérbios
Ex: O governo está pensando somente da reeleição.
Pressuposto: o governo não está pensando em mais nada.
Enquanto os pressupostos decorrem de alguma palavra contida na frase, não podendo por isso
serem negados, o subentendido é uma insinuação que dependerá do ouvinte para ser consumado.
Exemplo:
“Nossa! São três horas da manhã!” – diz a dona de casa a um convidado chato que veio para jantar
e esqueceu-se de ir embora.
Se esse convidado for realmente chato, ele poderá dizer para a dona da casa: “São só três horas da
manhã e você já quer que eu vá embora?”
Como o subentendido tem a vantagem de poder ser negado, a dona da casa poderá responder:
“Imagine! Eu só queria dizer que ao seu lado o tempo passa voando!”

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Argumentação
A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o
assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relações de causa-conseqüência e pontos favoráveis e
desfavoráveis, muito usadas nesse processo.

Algumas expressões indicadoras de causa e conseqüência:


causa: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de
conseqüência: conseqüentemente, em decorrência, como resultado, efeito de
Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de opiniões: em
contrapartida, se por um lado... / por outro... , xxx é um fenômeno ambíguo, enquanto uns afirmam... / outros
dizem que...
Exemplo de argumentação para a tese de que as abelhas são insetos extraordinários:
porque tem instinto muito apurado
porque são organizadas em repúblicas disciplinadas
porque fornecem ao homem cera e mel
apesar de seus ferrões e de sua força quando constituem um enxame
Mesmo quando se destacam características positivas, é bom utilizar ponto negativo. Neste caso,
destaca-se que a importância dos pontos positivos minimizam a negatividade do outro argumento.

COESÃO E COERÊNCIA

A coesão, ou conectividade seqüencial, é a ligação, o nexo que se estabelece entre as partes


de um texto, mesmo que não seja aparente. Contribuem para esta ligação elementos de natureza
gramatical (como os pronomes, conjunções, preposições, categorias verbais), elementos de natureza lexical
(sinônimos, antônimos, repetições) e mecanismos sintáticos ( subordinação, coordenação, ordem dos
vocábulos e orações). É um dos mecanismos responsáveis pela interdependência semântica que se
instaura entre os elementos constituintes de um texto.
A coesão sequencial é um dos requisitos fundamentais para a construção de qualquer texto --
seja ele um texto literário, jornalístico, científico ou até mesmo uma conversação espontânea.

Coerência

É a relação que se estabelece entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido.
Que mecanismos podem ajudar a produzir um texto unitário:
a - encadeamento de figuras compatíveis entre si.
Num jantar de gala do Itamarati, os guardanapos não serão de papel.
b – não contradição de sentidos.
Não podemos estar em Portugal à beira do Pacífico.
c – combinação de termos compatíveis.
uma “pedra não vê o lago”, porque o verbo “ver” exige sujeito humano, no entanto; se considerarmos uma
pedra em sentido metafórico de “pessoa rígida, pesada e imóvel”, o pequeno texto passa a ganhar
coerência porque passa a existir compatibilidade entre “pedra” e “ver”.
d – não contradição de argumentos.
Não posso ser a favor da pena de morte por ser contra tirar a vida de alguém.
e – combinação de atos de fala adequados.
Não posso responder a uma “pergunta” com outra; um pedido com algo que nada tem que ver com ele:
Você me traz o dinheiro ? / A professora nova é bonita.
f – presença de elementos semânticos logicamente pressupostos entre si.
X não pode ser casado e não ter esposa; Y não pode estar saciado e não ter comido nada.

Coesão

É a ligação, a relação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto. A coesão é


manifestada por elementos formais. Os elementos coesivos assinalam a conexão entre partes do texto. São
muitos os mecanismos de coesão textual, mas vamos citar três deles:

1 – A retomada ou a antecipação de termos:


André e Pedro são ambos fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com
quem torce para outro time; aquele o faz.
O termo “isso” retoma o predicado “são ambos fanáticos torcedores de futebol”, “este” retoma o termo
“Pedro”; “aquele”, a palavra “André”; “o faz”, “briga com quem torce para outro time”. Todos os termos que
servem para retomar outros são chamados anafóricos. Quando esses mesmos termos antecipam outro

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(por exemplo, na frase Meu pai me disse isto: vá deitar cedo, onde “isto” antecipa “vá deitar cedo”) são
chamados catafóricos.

2 – O encadeamento:
É feito por conectores, que são palavras e expressões responsáveis pela concatenação, pela criação de
relações entre os segmentos do texto.

CONECTIVOS:

Os conectivos ligam palavras ou orações. São elementos de ligação na frase.


Ex: O prazer e a dor são passageiros.
A espada vence mas não convence.
No primeiro exemplo, o conectivo e liga duas palavras; no segundo, o conectivo mas liga duas
orações.
Os conectivos dividem-se em duas classes: coordenativos e subordinativos.

Quadro dos conectivos:

Coordenativos: ligam orações coordenadas.


1. Conjunções coordenativas
a. aditivas: e
b. adversativas: mas
c. alternativas: ou
d. conclusivas: logo
e. explicativas: pois

Subordinativos: subordinam orações dependentes às principais.


1. Conjunções subordinativas
a. causais: porque
b. comparativas: como
c. concessivas: embora
d. condicionais: se
e. conformativas: conforme
f. consecutivas: [tão] que
g. finais: para que
h. proporcionais: à medida que
i. temporais: quando
- INICIAM ORAÇÕES ADVERBIAIS -
2. integrantes: que, se
- INICIAM ORAÇÕES SUBSTANTIVAS -
3. Pronomes relativos: que, quem, cujo, cuja, o qual, a qual, etc.
- INICIAM ORAÇÕES ADJETIVAS -

3 – Presença de todos os termos necessários ao sentido da oração e do período.


A escrita não exige que os períodos sejam longos, mas que sejam completos e que as partes estejam
absolutamente conectadas entre si. Se faltam partes, não pode haver coesão.

PARÁGRAFO – CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Os textos em prosa, sejam eles narrativos, descritivos ou dissertativos, são estruturados


geralmente em unidades menores, os parágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira
linha em relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há parágrafos longos e
parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a unidade temática, já que cada idéia exposta no
texto deve corresponder a um parágrafo.
"O parágrafo é uma unidade de composição, constituída por um ou mais de um período em que
desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente
relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela." [GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa
moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978, p. 203.]
Essa definição não se aplica a todo o tipo de parágrafo: trata-se de um modelo - denominado
parágrafo-padrão - que, por ser cultivado por bons escritores modernos, o aluno poderá (e até deverá)
imitar:

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Muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com idéias e exigem maior rigor e
objetividade na composição, o parágrafo-padrão apresente a seguinte estrutura:
a) introdução - também denominada tópico fasal, é constituída de uma ou duas frases curtas, que
expressam, de maneira sintética, a idéia principal do parágrafo, definindo seu objetivo;
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, com apresentação de idéias
secundárias que o fundamentam ou esclarecem;
c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos mais curtos e simples, a
conclusão retoma a idéia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no
desenvolvimento.
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma idéia que normalmente é
apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão.

Os Parágrafos na Dissertação Escolar


As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas em quatro ou cinco
parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão).
É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema proposto e da abordagem que se
dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um
texto em parágrafos (cada um correspondendo a uma determinada idéia que nele se desenvolve) tem a
função de facilitar, para quem escreve, a estruturação coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma
melhor compreensão do texto em sua totalidade.

Parágrafo Narrativo
Nas narrações, a idéia central do parágrafo é um incidente, isto é, um episódio curto.
Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se referem a personagens, além de
indicações de circunstâncias relativas ao fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc.
O que falamos acima aplica-se ao parágrafo narrativo propriamente dito, ou seja, aquele que
relata um fato (lembrando que podemos ter, em um texto narrativo, parágrafos descritivos e dissertativos).
Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir as falas dos personagens.
No caso do discurso direto (em geral antecedido por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de
um personagem deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com a do narrador
ou com a de outro personagem.

Parágrafo Descritivo
A idéia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um fragmento daquilo que está
sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num
determinado momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo.
O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da descrição: predomínio de
verbos de ligação, emprego de adjetivos que caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações
justapostas ou coordenadas.

DISCURSO DIRETO E INDIRETO

DISCURSO DIRETO
 
É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
  Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
 - Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
 - Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.
 
Exemplo:
  O juiz disse:
  - O réu é inocente.
 
DISCURSO INDIRETO
 
É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra
pessoa.
  No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.
 
Exemplo:
  O juiz disse que o réu era inocente.

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DISCURSO INDIRETO LIVRE
 
É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações
absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.
 
Exemplo:
  Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves
matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse
tresvariando”. (Graciliano Ramos).

FONOLOGIA/FONÉTICA: ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS;


SÍLABA - CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE
SÍLABAS E QUANTO AO ACENTO TÔNICO.

ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS

ENCONTROS VOCÁLICOS

As palavras vaidade, ousa, árduo e sabão encerram, todas elas, um encontro vocálico, o ditongo.

Ditongo – é a combinação de uma vogal e uma semivogal, ou de uma semivogal e uma vogal,
numa mesma sílaba.
Os ditongos podem ser:

a) decrescentes (vogal + semivogal): há uma descida da vogal base que leva toda a carga tônica
para a semivogal átona. Assim:
pau-ta (a- vogal; u-semivogal)

b) crescentes (semivogal + vogal): há uma subida da semivogal para a vogal base. Assim:
má-goa (o – semivogal; a – vogal)

OBSERVAÇÃO: Assim como acontece com as vogais simples, os ditongos também podem ser nasalizados
por uma consoante imediatamente posterior. Veja:
Agüentar / uê/, cliente / iê/, cãozinho / ão/
Como se vê, a nasalidade abrange a vogal e a semivogal no ditongo decrescente; no ditongo
crescente, apenas a vogal.

O segundo dos encontros vocálicos é o tritongo.


Tritongo – é o encontro de semivogal + vogal base + semivogal, em uma só sílaba.
Exemplo: Pa-ra-guai (u – semivogal; a – vogal base; i – semivogal)
Assim como os ditongos, os tritongos podem ser orais ou nasais:
Orais: i-guais; U-ru-guai; quais.
Nasais: sa-guão; quão; sa-guões

Existe, ainda, o hiato, o terceiro dos encontros vocálicos.


Hiato – é o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos de voz, formando, por isso,
sílabas diferentes.
Exemplos: mo-e-da; ra-i-nha; mo-i-nho; sa-í-da; sa-ú-de.

ENCONTROS CONSONANTAIS

Os encontros consonantais são agrupamentos formados por mais de uma consoante no interior de
uma palavra. Esses encontros acontecem em uma mesma sílaba ou em sílabas diferentes.
Exemplos: Geografia; participar.

DÍGRAFOS

Aos grupos de letras que representam apenas um som chamamos dígrafo.


São dígrafos:
ch – representa o fonema /∫/: Chico

Apostilas Decisão 9 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
lh - representa o fonema /λ/: velho
nh - representa o fonema /ŋ/: farinha
rr - representa o fonema /R/: corrupção
ss - representa o fonema /s/: pássaro
sc - representa o fonema /s/: descer
sç - representa o fonema /s/: cresço
xc - representa o fonema /s/: exceder
gu - representa o fonema /g/: guerra
qu - representa o fonema /k/: quibe

SÍLABA - CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS E QUANTO AO


ACENTO TÔNICO

Sílaba - conjunto de sons que pode ser emitido numa só expiração. Pode ser aberta ou fechada
se terminada por vogal ou consoante, respectivamente.
Na estrutura da sílaba existe, necessariamente, uma vogal, à qual se juntam, ou não, semivogais
e/ou consoantes. Assim, não há sílaba sem vogal e esse é o único fonema que, sozinho, forma sílaba.
A maneira mais fácil para separar as sílabas é pronunciar a palavra lentamente, de forma
melódica.
Toda consoante precedida de vogal forma sílaba com a vogal seguinte. Merece a lembrança de
que m e n podem ser índices de nasalização da vogal anterior, acompanhando-a na sílaba. (ja-ne-la, su-bu-
ma-no, é-ti-co, tran-sa-ma-zô-ni-ca; mas bom-ba, sen-ti-do)

Consoante inicial não seguida de vogal fica na sílaba seguinte (pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co). Se
a consoante não seguida de vogal estiver dentro do vocábulo, ela fica na sílaba precedente (ap-to, rit-mo).

Os ditongos e tritongos não se separam, porém no hiato cada vogal está numa sílaba diferente.

Os dígrafos do h e do u também são inseparáveis, os demais devem ser separados. (cha-ve, ne-
nhum, a-qui-lo, se-gue)

Em geral, os grupos consonantais onde a segunda letra é l ou r não se separam. (bra-ço, a-tle-ta)
Em sufixos terminados por consoante + palavra iniciada por vogal, há união dessa consoante final
com a vogal, não se considerando a integridade do elemento mórfico (bi-sa-vô ≠ bis-ne-to, tran-sa-cio-nal ≠
trans-pa-ren-te).
As letras duplas e os encontros consonantais pronunciados disjuntamente devem ser separados.
(oc-cip-tal, ca-a-tin-ga, ad-vo-ga-do, dig-no, sub-li-nhar, ab-ro-gar, ab-rup-to)
Na translineação, devem-se evitar separações que resultem no fim de uma linha ou no início da
outra vogais isoladas ou termos grosseiros. (i//déi//a, cus//toso, puta//tivo, fede//ral)
Dependendo da quantidade de sílabas, as palavras podem ser classificadas em:
 monossílaba (mono = um) – palavras compostas por uma sílaba: pé, mão.
 dissílaba (di = dois) – palavras compostas por duas sílabas: ca-fé, me-sa.
 trissílaba (tri = três) – palavras compostas por três sílabas: ca-dei-ra, pol-tro-na.
 polissílaba (poli = vários / + de quatro) – palavras compostas por quatro ou mais sílabas: en-can-ta-
do, gra-má-ti-ca.

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO ACENTO TÔNICO

As palavras com mais de uma sílaba, conforme a tonicidade, classificam-se em:


Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração, São Tomé, etc.
Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima - cadeira, linha, régua, etc.
Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima - ibérica, América, etc.
Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos:
Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, como se fossem sílabas tônicas.Ex.: ré,
teu, lá, etc.
Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois  não são autônomos, são emitidos 
fracamente, como se fossem sílabas átonas.São palavras sem sentido quando estão
isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos,
conjunções, pronome relativo que.Ex.: o, lhe, nem, etc.

Apostilas Decisão 10 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
ORTOGRAFIA: REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA; DIVISÃO SILÁBICA.

ORTOGRAFIA

Ortografia: palavra constituída das partes: orto (correta) +grafia (escrita). A ortografia é a parte da
gramática que trata da correta escrita das palavras.
Nosso alfabeto é composto de 23 letras:

a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z

Observação: Você deve estar se perguntando pelas letras W, Y e K. Elas não pertencem mais ao nosso
alfabeto. São usadas apenas em casos especiais:
 nomes próprios estrangeiros ( Wellington, Willian.... ),
 abreviaturas e símbolos de uso internacional (K- potássio, Y- ítrio..),
 palavras estrangeiras (show, play...)

Letra H
Por que usar a letra H se ela não representa nenhum som? Realmente ela não possui valor
fonético, mas continua sendo usada em nossa língua por força da etimologia e da tradição escrita.

Emprega-se o H:
 Inicial, quando etimológico: horizonte, hulha, etc.
 Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh: chamada, molha, sonho, etc.
 Em algumas interjeições: oh!, hum!, etc.
 Em palavras compostas unidos por hífen, se algum elemento começa com H: hispano-americano,
super-homem, etc. Palavras compostas ligadas sem hífen não são escritas com H. Exemplo: reaver
 No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por tradição. As palavras derivadas dessa são
escritas sem H. Exemplo: baiano. . .

Letras E / I

E I
Prefixo ante- ( antes, anterior) Prefixo anti- ( contra)
Ex.: antecipar, antebraço... Ex.: antipatia, antitetânico...
Algumas formas de verbos terminados em -oar, Algumas formas de verbos terminados em -uir.
-uar Ex.: possui ( possuir ),
Ex.: doem ( doar ), flutuem ( flutuar) retribui ( retribuir)

Letras G / J

G J
Palavras terminadas em -agem, -igem, -ugem, Palavras de origem africana ou indígena.
-ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: jiló, Ubirajara, acarajé...
Ex.: garagem, vertigem, ferrugem, relógio, refúgio,
estágio, colégio, prodígio...
Exceções: pajem e lambujem
Derivadas de palavras que possuam G. Derivadas de palavras que possuam J e verbos
Ex.: rabugento ( rabugem), selvageria que terminem em -jar ou -jear.
( selvagem) Ex.: gorjeta ( gorja), nojento ( nojo), cerejeira
( cereja),
arranjar ( arranjo, arranjaria ...)

Letras S / Z

S Z
Derivadas de primitivas com "s" Derivadas de primitivas com "z".
Ex.: visitante ( visita)... Ex.: enraizar ( raiz), vazar (vazio)...
Nas formas dos verbos pôr, querer e seus Sufixo formador de verbo -izar.
derivados (repor, requerer...). Ex.: realizar, modernizar...

Apostilas Decisão 11 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: pusesse, quisesse...
Após um ditongo.
Ex.: maisena, pausa...
Sufixo -oso formador de adjetivos . Sufixo -ez (a) formador de substantivos abstratos.
Ex.: amoroso, atencioso... Ex.: timidez, viuvez...
Sufixos -isa, -ês, -esa usados na constituição de
vocábulos que indicam: profissão, nacionalidade,
estado social e títulos.
Ex.: baronesa, norueguês, sacerdotisa, cortês,
camponês...

- O verbo catequizar é derivado da palavra catequese deveria ser escrito com "s", mas, como é derivado do
grego, já veio formado para nosso vernáculo (língua do país).
- MAIZENA é um substantivo próprio, marca registrada.

Letras X / CH

X CH
Depois de ditongo. Palavras derivadas de outras escritas com pl, fl e
Ex.: peixe, ameixa... cl.
Ex.: chumbo( plúmbeo), chave (clave)...
Depois da sílaba me-.
Ex.: mexer, mexerico...
A palavra mecha (substantivo) é uma exceção.
Depois da sílaba en-. Verbos encher, encharcar, enchumaçar e seus
Ex.: enxoval, enxaqueca... derivados.
São exceções encher, encharcar, enchumaçar e Ex.: preencher, encharcado...
seus derivados.
Em palavras de origem indígena ou africana. Palavras derivadas de primitivas que tenham o ch.
Ex.: orixá, abacaxi... Ex.: enchoçar (choça)...

Letras SS / Ç

SS Ç (só é grafado antes de a, o, u)


Terminação dos superlativos sintéticos e do Palavras derivadas de primitivas escritas com ç.
imperfeito de todos verbos. Ex.: embaçado (embaço)...
Ex.: lindíssimo, corrêssemos...
Palavras ou radicais iniciados por s que entram na Verbos em -ecer, -escer.
formação de palavras derivadas ou compostas. Ex.:anoiteça (anoitecer)...
Ex.: homossexual ( homo + sexual)
Palavras de origem árabe, indígena e africana.
Ex.: paçoca, muçulmano, miçanga...

O HÍFEN

O hífen, ou traço-de-união, é um sinal(-) com várias funções na escrita.

A. O hífen é usado na composição de palavras novas.


Têm sentidos diferentes:
amor perfeito # amor-perfeito
copo de leite # copo-de-leite
segunda feira # segunda-feira
sem vergonha # sem-vergonha
sempre viva # sempre-viva

Atenção:
Nem toda palavra composta é ligada por hífen.
Exemplos: girassol, mandachuva, malmequer, rodapé, vaivém.

B. O hífen é usado nos adjetivos compostos:

Apostilas Decisão 12 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
luso-brasileiro
histórico-geográfico
médico-cirúrgico
sino-japonês

C. O hífen separa os elementos sufixados:


mor
açu
guaçu
mirim
após vogal tônica ou nasal.
altar-mor
guarda-mor
maracanã-guaçu
ingá-açu
socó-mirim

Exceção:
Os nomes de cidades Manhuaçu, Manhumirim, Mojiguaçu e Mojimirim estão registrados sem hífen.

D.O hífen sempre separa dos radicais os seguintes prefixos tônicos:

Aquém Pró Sem Sota, soto Nuper Grão


Além Pré Bem Vice, vizo Ex Grã
Recém Pós - - Co Bel
- - - - Pará -

além-mar bem-amado co-autor


Recém-casado soto-ministro pára-choque
pré-escola vice-reitor grão-duque
pós-graduação vizo-rei bel-prazer
sem-vergonha ex-aluno

Exceção:
Sr. Benvindo antropônimo), seja bem-vindo!

E.O hífen separa os prefixos dos seus radicais quando ocorrem os casos discriminados abaixo:
Auto, Contra, Extra , Infra, Intra, Neo, Proto, Pseudo, Semi, Supra, Ultra, diante de
vogal, H, R, S, usam o hífen.

Exceção:
extraordinário

F. Ante, sobre, anti, arqui, diante de h, r, s, usam o hífen.

Exceções:
antissepsica, antisséptico, sobressair, sobressaltar, sobressalto, sobressaltear, sobressalente,
sobressaliente.

REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico.


Toda palavra da língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica.
Observe as sílabas tônicas das palavras arte, gentil, táxi e mocotó.
Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba inicial em arte, a final em gentil, a inicial em
táxi e a final em mocotó.
Além disso, você notou que a sílaba tônica nem sempre recebe acento gráfico.
Portanto, todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão
acento gráfico. A tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita
(grafia).

Oxítonas

Apostilas Decisão 13 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
1. São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e
com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s:

a já, cajá, vatapá


as ás, ananás, mafuás
e fé, café, jacaré
es pés, pajés, pontapés
o pó, cipó, mocotó
os nós, sós, retrós
e crê, dendê, vê
es freguês, inglês, lês
o avô, bordô, metrô
os bisavôs, borderôs, propôs

NOTA
Incluem-se nesta regra os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las: dá-lo, matá-los, vendê-
la, fê-las, compô-lo, pô-los etc.

OBSERVAÇÃO: Nunca se acentuam: (a) as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes - ali, caqui,


rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor etc.; (b) os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la,
los, las - fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las.

2. Acentuam-se sempre as oxítonas de duas ou mais sílabas terminadas em -em e -ens:


alguém, armazém, também, conténs, parabéns, vinténs.

Paroxítonas

Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em:

i dândi, júri, táxi


is lápis, tênis, Clóvis
ã/ãs ímã, órfã, ímãs
ão/ãos bênção, órfão, órgãos
us bônus, ônus, vírus
l amável, fácil, imóvel
um/uns álbum, médium, álbuns
n albúmen, hífen, Nílton
ps bíceps, fórceps, tríceps
r César, mártir, revólver
x fênix, látex, tórax

NOTAS
a) O substantivo éden faz o plural edens, sem o acento gráfico.
b) Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados graficamente: anti-
rábico, anti-séptico, inter-humano, inter-racial, semi-árido, semi-selvagem, super-homem, super-requintado.
c) Não se acentuam graficamente as paroxítonas apenas porque apresentam vogais tônicas abertas ou
fechadas: espelho, famosa, medo, ontem, socorro, pires, tela etc.

Proparoxítonas

Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente: abóbora, bússola, cântaro, dúvida,


líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora etc.

Casos especiais
1. Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éi, éu, ói: boléia, fiéis, idéia, céu, chapéu,
véu, apóio, herói, caracóis etc.

2. Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou
são seguidos de s: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, etc.

Apostilas Decisão 14 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
3. Acentua-se com acento circunflexo o primeiro o do hiato ôo, seguido ou não de s: abençôo,
enjôo, corôo, perdôo, vôos etc.

4. Mantém-se o acento circunflexo do singular crê, dê, lê, vê nas formas do plural desses
verbos - crêem, dêem, lêem, vêem - e de seus compostos - descrêem, desdêem, relêem, revêem etc.

5. Acentua-se com acento agudo o u tônico pronunciado precedido de g ou q e seguido de e


ou i, com ou sem s: argúi, argúis, averigúe, averigúes, obliqúe, obliqúes etc.

6. Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não


de s: área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis etc.

7. Emprega-se o trema no u que se pronuncia depois de g ou q, sempre que for seguido de e


ou i: agüentar, argüição, ungüento, eloqüência, freqüente, tranqüilizante etc.

8. Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã,
relação etc.

Acento diferencial

O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual
maneira. Usamos o acento diferencial - agudo ou circunflexo - nos vocábulos da coluna esquerda para
diferenciar dos da direita:

côa/côas coa/coas
(verbo coar) (com + a/as)
pára para
(3.ª pessoa do sing. do pres. do ind. de parar) (preposição)
péla/pélas e péla pela/pelas
(verbo pelar e subst.) (per + a/as)
pêlo/pêlos e pélo pelo/pelos
(subst. e verbo pelar) (per + o/os)
péra pera
(arcaísmo-subst. pedra) (arcaísmo-prep. para)
pêra pera
(subst. fruto da pereira) (arcaísmo-prep. para)
pôde pode
(pret. perf. do ind. de poder) (pres. do ind. de poder)
pólo/pólos polo/polos
(subst. eixo em torno do qual uma coisa gira) (aglutinação da prep. por e dos arts. arcaicos lo/las)
pôr por
(verbo) (preposição)

DIVISÃO SILÁBICA

Para separar corretamente as sílabas, faz-se necessário reconhecer os encontros vocálicos,


que podem ser ditongos, tritongos e hiatos.

Ditongo é o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.
Exemplos:
herói (vogal +semivogal)- ditongo decrescente
ginásio (semivogal + vogal)- ditongo crescente
 Semivogais são os fonemas /i/ e /u/ que, juntos de uma vogal, formam com ela uma mesma
sílaba.

Tritongo é o encontro de uma semivogal com uma vogal e outra semivogal numa mesma sílaba.
Exemplos: Paraguai, iguais.
O tritongo pode ser de dois tipos:
a) oral: iguais, averigüei, averiguou, delinqüi, seqüóia;
b) nasal: quão, saguão, saguões, mínguam (mínguãu), enxágüem (enxagüei).

Apostilas Decisão 15 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Hiato é a seqüência de duas vogais numa mesma palavra, mas em sílabas diferentes. Exemplos:
baú, ciúme, país, raízes, suíço, suíno.

REGRAS DA DIVISÃO SILÁBICA

 Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: noi-te, lei-te, gló-ria, U-ru-guai.


 Não se separam as letras dos grupos ch, lh, nh, qu. Exemplos: chu-va, fi-lho, li-nha, qui-lo.
 Não se separa a consoante inicial seguida de outra consoante. Exemplos: pneu-má-ti-co, mne-mô-
ni-co, psi-co-ló-gi-co.
 Separam-se as vogais que compõem um hiato. Exemplos: ca-ir, ba-ú, va-zi-o, ca-a-tin-ga, pa-ra-í-
so.
 Separam-se as letras dos grupos rr, ss, cc, cç, sc e xc. Exemplos: car-ro, fic-ção, pas-so, des-ço,
fic-cio-nal, ex-ce-len-te.
 Separam-se as consoantes seguidas que pertencem a sílabas diferentes. Exemplos: au-tóp-si, por-
ta, ad-je-ti-vo, abs-tra-to, dig-no.

SEMÂNTICA: ADEQUAÇÃO VOCABULAR; SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS


(SINÔNIMO, ANTÔNIMO, HOMÔNIMO, PARÔNIMO); CAMPOS
SEMÂNTICOS; VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA; ESTRANGEIRISMOS E
NEOLOGISMOS.

ADEQUAÇÃO VOCABULAR

Será que você já fez uso de "adequação vocabular"? "Vocabular" diz respeito a vocábulo, palavra.
"Adequação vocabular" é adequar as palavras à situação de fala. As gírias, por exemplo, podem ser
perfeitamente ajustadas a certos contextos. Repare na palavra "detonada" utilizada na letra da música
abaixo, "Nada a declarar", do grupo Ultraje a Rigor:
Mas eu 'tô vendo que a galera anda entediada
não 'tá fazendo nada e eu não 'tô dando risada
Aí, qualé? Vamos lá, moçada!
Vamos agitar, vamos dar uma detonada!
"Detonar", nos dicionários, aparece como sinônimo de "fazer explodir", "provocar uma explosão". Na
gíria, essa palavra passou a ser usada como sinônimo de "pôr tudo a perder", "acabar com tudo" e até de
"ser o máximo", "ser o melhor dos melhores". O jogador que "detonou", por exemplo, foi o melhor do jogo.
No território da gíria, da linguagem popular, usar o verbo "detonar" com esse sentido é
perfeitamente possível. Em linguagem formal, isso não seria de maneira alguma adequado. "Detonar" se
limitaria, nesse caso, a indicar a idéia de explosão.

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS (SINÔNIMO, ANTÔNIMO, HOMÔNIMO, PARÔNIMO)

A significação literal e contextual dos vocábulos é o estudo das mudanças que, no espaço e no
tempo, as palavras sofrem. Veja como as palavras podem apresentar-se:

SINÔNIMOS:

São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado.


triste = melancólico.
resgatar = recuperar
maciço = compacto
ratificar = confirmar
digno = decente, honesto
reminiscências = lembranças
insipiente = ignorante.
 
ANTÔNIMOS:

São palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários.


bom x mau
bem x mal

Apostilas Decisão 16 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
condenar x absolver
simplificar x complicar
 
HOMÔNIMOS:
 
São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos:
 
HOMÔNIMOS PERFEITOS:

Têm a mesma grafia e o mesmo som.


cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder);

meio (numeral), meio (adjetivo) e meio (substantivo).


 
HOMÔNIMOS HOMÓFONOS:

Têm o mesmo som e grafias diferentes.


sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de ceder);
concerto (harmonia) e conserto (remendo).
 
HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS:

Têm a mesma grafia e sons diferentes.


almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar);
sede (vontade de beber) e sede (residência).

 
PARÔNIMOS:

São palavras de significação diferente, mas de forma parecida, semelhante.

retificar e ratificar;
emergir e imergir.

CAMPOS SEMÂNTICOS

Damos o nome de campo semântico ao conjunto dos empregos de uma palavra num determinado
contexto. Dessa forma, o campo semântico de uma determinada palavra é dado pelas diversas nuances de
significado que ela assume. Num mesmo texto, a palavra justiça pode ser utilizada com significações
diversas, como "aquilo que é conforme ao Direito", "a faculdade de julgar segundo a consciência", "o Poder
Judiciário", etc. As diversas acepções que essa palavra toma serão dadas pelas relações dela com outras
palavras do mesmo texto.

VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA

A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia
de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem
individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa
pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.
Ao trabalhar com o conceito de variação lingüística, estamos pretendendo demonstrar:
 que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de
maneira uniforme em todo o território brasileiro;
"Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta
um sem-número de diferenciações.(...) Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até
individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o
pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam
diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção."
(Celso Cunha, em Uma política do idioma)
 que a variação lingüística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da
linguagem ;
 que a variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor ;

Apostilas Decisão 17 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
 que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são
responsáveis pela variação da língua;
 que não há hierarquia entre os usos variados da língua, assim como não há uso
lingüisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade lingüística, portanto, coexistem
usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa ser considerado superior. O que
determina a escolha de tal ou tal variedade é a situação concreta de comunicação.
 que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade cultural existente
em qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, no Brasil, que, dependendo do tipo de
colonização a que uma determinada região foi exposta, os reflexos dessa colonização aí estarão
presentes de maneira indiscutível.

Níveis de variação lingüística


É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de funcionamento
da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna
mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque, eles se superpõem.
Nível fonológico - por exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como consoante pelos gaúchos,
enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja, pronunciado como um u; o r caipira; o s
chiado do carioca.
Nível morfo-sintático - muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas conjugam
verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez de "manteve", "ansio" em vez de "anseio";
certos segmentos sociais não realizam a concordância entre sujeito e verbo, e isto ocorre com mais
freqüência se o sujeito está posposto ao verbo. Há ainda variedade em termos de regência: "eu lhe vi" ao
invés de "eu o vi".
Nível vocabular - algumas palavras são empregadas em um sentido específico de acordo com a
localidade. Exemplos: em Portugal diz-se "miúdo", ao passo que no Brasil usa-se " moleque", "garoto",
"menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um processo de variação vocabular.

Tipos de variação lingüística


Travaglia (1996), discutindo questões relativas ao ensino da gramática no primeiro e segundo
graus, apresenta, com base em Halliday, McIntosh e Strevens (1974), um quadro bastante claro sobre as
possibilidades de variação lingüística, chamando a atenção para o fato de que, apesar de reconhecer a
existência dessas variedades, a escola continua a privilegiar apenas a norma culta, em detrimento das
outras, inclusive daquela que o educando já conhece anteriormente.
Existem dois tipos de variedades lingüísticas: os dialetos (variedades que ocorrem em função
das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores); os registros ( variedades que ocorrem em
função do uso que se faz da língua, as quais dependem do receptor, da mensagem e da situação).

ESTRANGEIRISMOS E NEOLOGISMOS

Estrangeirismo:
Todo e qualquer emprego de palavras, expressões e construções estrangeiras em nosso idioma
recebe denominação de estrangeirismo. Classificam-se em: francesismo, italianismo, espanholismo,
anglicismo (inglês), germanismo (alemão), eslavismo (russo, polaço, etc.), arabismo, hebraísmo, grecismo,
latinismo, tupinismo (tupi-guarani), americanismo (línguas da América) etc...
O estrangeirismo pode ser morfológico ou sintático.
 Estrangeirismos morfológicos:
o Francesismo: abajur, chefe, carnê, matinê etc...
o Italianismos: ravioli, pizza, cicerone, minestra, madona etc...
o Espanholismos: camarilha, guitarra, quadrilha etc...
o Anglicanismos: futebol, telex, bofe, ringue, sanduíche breque.
o Germanismos: chope, cerveja, gás, touca etc...
o Eslavismos: gravata, estepe etc...
o Arabismos: alface, tarimba, açougue, bazar etc...
o Hebraísmos: amém, sábado etc...
o Grecismos: batismo, farmácia, o limpo, bispo etc...
o Latinismos: index, bis, memorandum, quo vadis etc...
o Tupinismos: mirim, pipoca, peteca, caipira etc...
o Americanismos: canoa, chocolate, mate, mandioca etc...
o Orientalismos: chá, xícara, pagode, kamikaze etc...
o Africanismos: macumba, fuxicar, cochilar, samba etc...

Apostilas Decisão 18 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
 
 Estrangeirismos Sintáticos:
Exemplos:
o Saltar aos olhos (francesismo);
o Pedro é mais velho de mim. (italianismo);
o O jogo resultou admirável. (espanholismo);
o Porcentagem (anglicanismo), guerra fria (anglicanismo) etc...

Neologismo:
Palavra, expressão ou construção recentemente criadas ou introduzidas na língua. Costumam-se
classificar os neologismos em:
 Extrínsecos: que compreendem os estrangeirismos.
 Intrínsecos: (ou vernáculos), que são formados com os recursos da própria língua.
Podem ser de origem culta ou popular.
Os neologismos de origem culta subdividem-se em:
 Científicos ou técnicos: aeromoça, penicilina, telespectador, taxímetro (redução:
táxi), fonemática, televisão, comunista, etc...
 Literários ou artísticos: olhicerúleo, sesquiorelhal, paredro (= pessoa importante,
prócer), vesperal, festival, recital, concretismo, modernismo etc...
OBS.: Os neologismos populares são constituídos pelos termos de gíria. "Manjar"
(entender, saber do assunto), "a pampa", legal (excelente), Zico, biruta, transa, psicodélico etc...

ESTILÍSTICA: FIGURAS DE PALAVRAS, DE SINTAXE E DE PENSAMENTO.

FIGURAS DE PALAVRAS

As figuras de palavras consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele


convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.

ANTONOMÁSIA
Ocorre quando se coloca uma expressão designativa no lugar do nome de alguém ou algo.
Exemplo: O Rei do Futebol marcou o milésimo gol contra o Vasco.
 
CATACRESE
É a utilização de uma expressão no lugar de outra quando não há um nome específico para o objeto
a se nomear.
Exemplos: O pé do sofá está torto.  //  O céu da minha boca está em chamas.
 
METONÍMIA
É a substituição de um termo por outro com o qual possui estreita relação de sentido.
Exemplo: Acabei de ler Machado de Assis. (obra do escritor Machado de Assis) 

FIGURAS DE SINTAXE OU DE CONSTRUÇÃO FRASAL

As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre


os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.

ALITERAÇÃO E ASSONÂNCIA
Aliteração é a repetição de um mesmo fonema (som) consonantal; quando o som é vocálico, então
denomina-se assonância.
Exemplo: 
“Ó velho vento saudoso,
Velho vento compassivo,
Ó ser vulcânico e vivo, Taciturno
e tormentoso.”   (Cruz e Souza)
 
ANACOLUTO
Ocorre quando há uma interrupção na estrutura sintática da frase.
Exemplo: Eu queria, não sei, acho que não vou.  

Apostilas Decisão 19 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
 
ANÁFORA
É a repetição de uma ou mais palavras no início de versos ou frases.
Exemplo:
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais deseja tanto amor e amizade 
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.” (Vinícius de Moraes)

ASSÍNDETO
É a omissão do conectivo de ligação entre as frases.
Exemplo: Falta água, luz, o gás acabou, todos estão famintos....
 
COMPARAÇÃO
É o estabelecimento de semelhança entre dois elementos. A comparação se diferencia da metáfora
porque a comparação exige o uso das expressões assim como, tal como, etc.
Exemplo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” (Renato Russo)

ELIPSE
É a supressão de um termo cujo sentido pode ser apreendido pelo contexto.
Exemplo: (Nós) Sabemos o que queremos.
 
HIPÉRBATO OU INVERSÃO
É a inversão na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complementos).
Exemplo: Ontem aconteceram várias mortes. (Ordem direta: Várias mortes aconteceram ontem.)
 
ONOMATOPÉIA
É o uso de palavras ou expressões que imitam sons.
Exemplo:  Trim... trim... o telefone não parava de tocar...
 
PARADOXO
É o uso de idéias simultaneamente contrárias.
Exemplos:
Será que alguém já assistiu algum desses filmes:
“As tranças do rei careca.” 
“A volta dos que não foram.”
“Poeira em alto mar.”          
“Incêndio na caixa d´água.” 
“Perigo na curva reta.”             
 
PERÍFRASE OU CIRCUNLÓQUIO
É o uso de várias palavras para expressar uma idéia que poderia ser expressa com uma, somente.
É o rodeio de palavras.
Exemplo: “Graças à onipotência de quem devemos a criação do universo.” (Em vez de “Graças a Deus”)
 
PLEONASMO
É a repetição enfática de um termo.
Exemplos: Viver uma vida longa. // Ver com os próprios olhos.
 
POLISSÍNDETO
É a repetição do conectivo.
Exemplo: E o povo gritava, e batia as mãos, e batia as mãos...
 
SILEPSE
É a concordância com o sentido, a idéia, e não com a gramática. Pode ser: silepse de gênero
(masculino / feminino), de número (singular / plural) e de pessoa (1a., 2a. e 3a.).
Exemplos:
a) gênero:
A gente ficou bastante emocionado com a decisão. (concordância gramatical: emocionada)
b) número:
A multidão em torno do cantor gritavam o nome do ídolo. (concordância gramatical: gritava)

c) pessoa:

Apostilas Decisão 20 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Os brasileiros sofremos muito... (concordância gramatical: sofrem) 
 SINESTESIA
É a mistura de planos sensoriais (olfato misturado com audição, tato com paladar, etc.).
Exemplo:
“Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve
E forte e cego e tenso fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.” (Renato Russo)
 
ZEUGMA
É a omissão de um termo da oração que já foi expresso anteriormente.
Exemplo: Ele não estava lá; a irmã também não.

FIGURAS DE PENSAMENTO

As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras,
ao seu aspecto semântico.

ANTÍTESE
É a oposição de idéias.
Exemplo:  “Um sabor de vida e morte”. (Milton Nascimento)
 
APÓSTROFE
É a expressão usada para chamar alguém ou algo.
Exemplo: “Oh Anna Julia” (Los Hermanos)
 
EUFEMISMO
É o uso de uma expressão de sentido mais brando no lugar de uma considerada “pesada”ou
grosseira.
Exemplos: Funcionários da limpeza pública (lixeiro) // Entregou a alma ao Criador.(morreu)

HIPÉRBOLE
É o uso de uma imagem exagerada.
Exemplos: Ganhou rios de dinheiro. // Já te disse isso mais de mil vezes!  
 
IRONIA
É o uso de uma expressão com sentido contrário ao que se quer dizer com o claro objetivo de crítica
ou sátira.
Exemplo: Eles se matam de trabalhar e os filhos não dão a mínima.   
 
PROSOPOPÉIA OU PERSONIFICAÇÃO
É a atribuição de características humanas ou animadas a seres que não são humanos ou são
inanimados.
Exemplo: Os raios solares tocaram o lago adormecido. 

MORFOLOGIA: CLASSES, ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS


(COMPOSIÇÃO E DERIVAÇÃO); FAMÍLIAS DE PALAVRAS; MECANISMOS DE
FLEXÃO DOS NOMES E VERBOS; EMPREGO DOS TEMPOS E MODOS
VERBAIS.

CLASSES

Temos em nossa língua dez classes de palavras, assim divididas:

§ Variáveis: (Aquelas que podemos passar para o plural ou para o singular, para o feminino ou masculino,
para o aumentativo ou para o diminutivo):
Substantivo Adjetivo Artigo Numeral Pronome Verbo
§ Invariáveis: (Aquelas que não podemos modificar em gênero (masculino ou feminino), número (singular
ou plural) e grau (aumentativo ou diminutivo):
Advérbio Preposição Conjunção Interjeição

Apostilas Decisão 21 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
SUBSTANTIVO

ASPECTOS MORFOLÓGICOS: Substantivo é todo nome com que designamos os seres. "É a
palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral ". (Celso Cunha)
São, portanto, substantivos:

1 - Os nomes de pessoas, animais, legumes, verduras, frutas, lugares, coisas.


Pedro, Mário, boi, cavalo, chuchu, beterraba, repolho, couve, laranja, manga, Vitória, Argentina, Brasil,
caderno, mesa, livro, lápis etc.
NOTA: Qualquer palavra precedida de artigo é um substantivo, ou seja, pode ser uma palavra
substantivada.
O sim, o não, o porquê, o ser, o amar, o querer, o triste, o alegre, etc., são palavras substantivadas.
Ex.: O não é uma palavra amarga.
2 - Os nomes tomados como seres, indicando ação, estado ou qualidade:
Tristeza, bondade, patriotismo, velhice, colheita, limpeza, firmeza, inteligência, etc.

CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO

O substantivo pode ser:


- COMUM: quando se refere a todos os seres de uma mesma espécie.
Revista (esse nome se refere a toda a espécie de revista)
Cidade (identifica toda a espécie de cidade)

- PRÓPRIO: quando se refere a um só ser de uma mesma espécie.


A GAZETA ( refere-se a um só ser da espécie jornal),
Recife; (identifica um ser da espécie cidade)

- SIMPLES: quando o substantivo é formado por um só radical.


Árvore, flor, repolho, menino, pé, mão...

- COMPOSTO: quando o substantivo for formado por mais de um radical


Salário-família Azul-marinho Pé- de- moleque

- PRIMITIVO: dá origem a outro substantivo.


Carro, terra...

- DERIVADO: quando se origina de outro substantivo, primitivo.


Carroça, carroceiro, carretel, carruagem, terreiro, terreno, terremoto...

- CONCRETO: quando indica um ser de existência independente, real ou não.


Menino, Deus, alma, terreiro, couve-flor...

- ABSTRATO: quando indica um ser de existência dependente, isto é, ser que não existe no mundo
exterior, mas apenas em nossa consciência.
Amor, saudade, inveja, entrada, dor...

FORMAÇÃO DO SUBSTANTIVO

O substantivo pode ser primitivo ou derivado.

- PRIMITIVOS: são os que não derivam de outra palavra


pedra, ferro, dente, trovão...

- DERIVADOS: são os que derivam de outra palavra


pedrada, pedraria, pedregal, pedregoso, pedregulho, ferroada, ferrolho, ferroso, ferrovia, ferraria,
ferreiro, dentada, trovoada

SUBSTANTIVOS COLETIVOS

São os substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma
espécie.

Apostilas Decisão 22 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
É assim chamado o substantivo comum que, embora na forma singular, exprime, quanto à idéia,
diversos seres ou coisas da mesma espécie.

Alguns esclarecimentos:
a) Não estão relacionados nesta lista coletivos formados do próprio radical da palavra acrescidos de sufixos
designativos de coleção.
Árvore arvoredo
Casa casario
Corda cordame
Sapo sapataria
Taquara taquaral

b) A lista de coletivos não é completa, mas não existem coletivos para todo e qualquer substantivo.

c) Se você estiver procurando coletivos que indiquem o número certo dos elementos da coleção, isto é, o
conjunto de dois, de três, de quatro, ..., estes devem ser procurados na lista ou dicionário.

d) Às vezes, ao usar um coletivo - miríade, por exemplo - não basta escrever miríade, é necessário
acrescentar o especificativo, "de estrelas", um "cardume de peixes", "um enxame de abelhas" e não basta
simplesmente - "um cardume", "um enxame", a menos que o contexto já esclareça o coletivo.

Eis alguns coletivos:


Abelhas - colméia, cortiço, enxame
Amigo - quando em assembléia - tertúlia
Anedota - anedotário, repertório
Bêbedo - corja, súcia, farândula
Borboleta - panapaná
Botão - abotoadura
Burro - manada, tropa, récua
Cabelo - cacho, trança, madeixa
Cobra - fato
Cálice - baixela
Dez - dezena
Dez anos - década
Disco - discoteca
Dois animais - casal, par
Égua - piara
Erro - barba
Escravo - na mesma morada - senzala
Feiticeiro - conciliábulo
Garoto - cambada, bando, chusma
Gato - cambada
Gravura - quando colecionadas - iconoteca
Habitante - povo, população
Herói - falange
Ilha - arquipélago
Índio - quando formam bando - maloca
Jornal, revista - hemeroteca
Ladrão - bando, cáfila, malta, quadrilha, tropa
Livro - biblioteca
Lobo - alcatéia, caterva
Macaco - capela
Mapa - Atlas - quando ordenados em volume
- Mapoteca - quando em coleção
Máquina - maquinaria
Nove dias - novena
Oito dias - oitava
Ovelha - rebanho, grei, chafordel, malhada, oviário
Padre - clero, clerezia
Palavra - vocabulário
Pantera - alcatéia
Quadro - de pintura - pinacoteca, galeria
Quarenta dias - quarentena

Apostilas Decisão 23 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Quatro anos - quadriênio
Quatro vozes - quarteto
Três dias - tríduo
Três meses - trimestre
Três versos - terceto
Três vozes - terceto
Vaca - armento, armentio
Vinte - vintena
Vinte e cinco anos - quartel de século

ADJETIVO

Adjetivo é a palavra variável que serve para caracterizar seres e objetos exprimindo aparência,
modo de ser, estado, qualidade.

Inteligência lúcida Homem perverso Pessoa descontraída


Céu azul Mulher bonita Jovem sentimental
Homem mortal Água morna Mata verde
Menino estudioso Praia limpa Laranjeiras floridas
Terras secas Animais lindos Roupa suja
Papel branco Água mole Gelo pequeno

CLASSIFICAÇÃO DOS ADJETIVOS

O adjetivo pode ser:

a) Uniforme: quando tem uma só forma para os dois gêneros:


Feliz, alegre
Menina feliz Menino feliz
Menina alegre Menino alegre

b) Biforme: quando tem uma forma para cada gênero.


Bom boa
mau má
c)Simples: têm um só radical
Verde azul

d) Composto: tem mais de um radical.


Azul-claro Amarelo-ouro

FORMAÇÃO DO AJETIVO

Quanto à formação o adjetivo pode ser:

a) Primitivo: O que não deriva de outra palavra:


Bom forte
baixo veloz
b) Derivado: O que deriva de outro substantivo ou verbo:
Altaneiro (de alto)
Aceitável (de aceito)
Brioso (de brio)
c) Simples: O que tem uma só palavra.
Marinha brasileira
Menina prodigiosa
Noite escura
d) Composto: O que tem mais de uma palavra;
Comissão luso-brasileira
Mata verde-escuro

ARTIGO

Apostilas Decisão 24 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Dá-se o nome de artigo à palavra que, anteposta ao substantivo, serve para determina-lo ou
indetermina-lo. Observe a frase: "O menino entrou na sala". Nesse caso, a palavra grifada é artigo
definido, pois determina o substantivo, individualizando. Nesta outra frase: "Um menino entrou na sala", a
palavra grifada é artigo indefinido, pois o substantivo a que ele se refere passa a ter um sentido
indeterminado.
O artigo pode ser, então:
- definido - o, a, os, as
- indefinidos - um, uma, uns, umas

NUMERAL

Dá-se o nome de numeral à palavra que quantifica os seres ou indica a posição que podem ocupar
numa série. Os numerais dividem-se em:
- cardinais - designam quantidades determinadas de seres ou quantidades em si mesmas.
Ex: Dois meninos acabaram de chegar.
Três e dois são cinco.

- ordinais - designam a rdem em que um substantivo se coloca no interior de uma série.


Ex: Pedro é o segundo da fila.
- multiplicativos - referem-se à multiplicação de quantidades.
Ex: Ele tem o dobro de minha idade.

- fracionários - referem-se à divisão das quantidades.


Ex: Ela tem um terço da minha idade.

PRONOME

Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do


discurso.
As pessoas do discurso são três:
§ Primeira pessoa -a pessoa que fala
§ Segunda pessoa -a pessoa com quem se fala
§ Terceira pessoa -a pessoa de quem se fala

CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES

Há seis tipos de pronomes:


§ pessoais,
§ possessivos,
§ demonstrativos,
§ indefinidos,
§ interrogativos e
§ relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles:
§ retos
§ oblíquos e
§ de tratamento

Pronomes pessoais retos e oblíquos:

Pessoas do discurso Pronomes Retos Pronomes oblíquos


primeira pessoa do singular Eu me, mim, comigo
segunda pessoa do singular tu te, ti, contigo
terceira pessoa do singular ele/ela se, si, o, a, lhe, consigo
primeira pessoa do plural Nós nos, conosco
segunda pessoa do plural vós vos, convosco
terceira pessoa do plural eles/elas se, si, os, os, lhes, consigo

Formas Pronominais

Apostilas Decisão 25 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes o, a, os, as, adquirem as seguintes formas:
§ -lo, la, los, las, quando associados a verbos terminados em r, s ou z.
Ex.: encontrá-lo, fê-las...

§ no, na, nos, nas, quando associados a verbos terminados em som nazal.
Ex.: encontraram-no, põe-nas.

Pronomes Pessoais de Tratamento


Os pronomes pessoais de tratamento representam a forma de se tratar as pessoas: trato cortês ou
informal. Os mais usados são:

AUTORIDADES DE ESTADO

Civis

Pronome de tratamento Abreviatura Usado para


Presidente da República, Senadores da República, Ministro de
a Estado, Governadores, Deputados Federais e Estaduais,
Vossa Excelência V. Ex.
Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules, Chefes das
Casas Civis e Casas Militares
Vossa Magnificência V. M. Reitores, vice-reitores e pró-reitores de Universidade
a
Vossa Senhoria V. S. Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais

Judiciárias

Pronome de tratamento Abreviatura Usado para


Pronome de
Abreviatura Usado para
tratamento

Vossa Excelência V. Ex.a Desembargador da Justiça, curador, promotor

Meritíssimo Juiz M. Juiz Juízes de Direito

Vossa Senhoria V. S.a Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais

Militares
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para
a
Vossa Excelência V. Ex. Oficiais generais (até coronéis)
a
Vossa Senhoria V. S. Outras patentes militares
a
Vossa Senhoria V. S. Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais

AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS

Pronome de tratamento Abreviatura Usado para


Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Eminência
V. Em.a Revm.a Cardeais, arcebispos e bispos
Reverendíssima
Abades, superiores de conventos, outras autoridades
Vossa Reverendíssima V. Revma
eclesiásticas e sacerdotes em geral

AUTORIDADES MONÁRQUICAS
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para

Apostilas Decisão 26 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Vossa Majestade V. M. Reis e Imperadores
Vossa Alteza V. A. Príncipe, Arquiduques e Duques
Abades, superiores de conventos, outras autoridades
Vossa Reverendíssima V. Revma
eclesiásticas e sacerdotes em geral

OUTRAS AUTORIDADES
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para
a
Vossa Senhoria V. S. Dom
Doutor Dr. Doutor
Comendador Com. Comendador
Professor Prof. Professor

Pronomes possessivos
Pronomes Possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor),
acrescentam a ela a idéia de posse de algo (coisa possuída).

São eles:
primeira pessoa do singular meu, minha, meus, minhas
segunda pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
terceira pessoa do singular seu, sua, seus, suas
primeira pessoa do plural nosso, nossa, nossos, nossas
segunda pessoa do plural vosso, vossa, vossos, vossas
terceira pessoa do plural seu, sua, seus, suas

O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor e em gênero e número com a coisa
possuída.

Pronomes Demonstrativos
Pronomes Demonstrativos são palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser
em relação às pessoas do discurso.

São eles:
Variáveis - este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas
Invariáveis - isto, isso, aquilo

Pronomes Indefinidos
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido
vago ou expressando quantidade indeterminada.

São eles:
Variáveis - algum, nenhum, todo, muito, pouco, certo, outro, quantotanto, vários, diversos, um, qual,
bastante Invariáveis - Algo, alguém, nada, ninguém, tudo, cada, outrem, quem mais, menos, demais

Pronomes Interrogativos
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas.
Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
São eles: que, quem, qual, quanto...

Pronomes Relativos
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os
quais se relacionam.
Ex.: Eu estou lendo um livro.
O livro que estou lendo é muito bom.

Podemos, então, utilizarmo-nos de um pronome relativo, para nos referirmos à palavra livro que se
repete. Assim:
O livro que estou lendo é muito bom.

Apostilas Decisão 27 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Os Pronomes Relativos são:
Variáveis - o qual, cujo, quanto
Invariáveis - Que, quem, onde

O uso do pronome relativo "onde"


Essa palavra deve ser utilizada, quando o antecedente for um termo que indique lugar.

EXEMPLO:
Os regimes democráticos onde todos têm direitos iguais deve vigorar em todas as nações.
(ERRADO)
As nações onde os regimes democráticos vigoram têm mais condições de desenvolverem-se.
(CERTO)

O uso de sua e vossa


Os pronomes de tratamento são de 3º pessoa. Por esse motivo, a concordância deve ser feita em 3º
pessoa:
Ex: Vossa Senhoria deve comparecer com seus convidados à festa.
Sua Majestade partirá com sua comitiva amanhã de manhã.

Usa-se vossa quando estamos falando diretamente com a pessoa e sua quando falamos da pessoa.
Ex.: Lembrem-se dos pedidos que Sua Excelência fez entes de partir.
Vossa Excelência, conte-nos as novidades.

VERBO

Esta classe de palavras já foi vista em tópico anterior

ADVÉRBIO

Aspectos Morfológicos: Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo e o advérbio,


denotando circunstância.
Exemplos: Procedeste lealmente (verbo).
És muito corajoso e pouco prudente (adjetivos).
Cheguei muito tarde (advérbio).
O advérbio pode modificar uma oração inteira.
Exemplo: Lamentavelmente todos saíram.

Observação: Quando o advérbio modifica o adjetivo ou outro advérbio, indica apenas intensidade.

CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS - Os advérbios classificam-se de acordo com a circunstância que


expressam, podendo ser de:

1 - Afirmação: certamente, certo, decididamente, efetivamente, positivamente, sim.


Exemplos: Certamente ele fará a prova.
Sim, farei o que for preciso.

2 - Dúvida: acaso, possivelmente, provavelmente, porventura, quiçá, talvez.


Exemplos: Ver-nos-emos acaso outra vez?
Provavelmente iremos lá.

3 - Intensidade: algo, assaz, bastante, bem, demais, excessivamente, mais, meio, menos, mui, muito,
pouco, quanto, quão, quase, que, sobremaneira, sobremodo, tanto, tão, todo.
Exemplos: Trabalhas excessivamente.
Quão educada és, menina.

4 - Lugar: abaixo, acima, acolá, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (=em algum lugar), alhures (=em
outra parte), ali, aquém, aqui, cá, debaixo, defronte, dentro, detrás, diante, embaixo, em cima, fora, lá,
longe, nenhures (=em nenhuma parte), perto.
Exemplos: Caminha acima e abaixo.
Além cintilam estrelas.

5 - Modo: alerta, assim, bem, debalde (=inutilmente), depressa, devagar, mal, melhor, pior.

Apostilas Decisão 28 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplos: Implorava debalde a proteção do amigo.
A criança fala bem.

6 - Negação: não, nem (=não).


Exemplo: Não fui à praia.

7 - Tempo: afinal, agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, enfim, hoje, já, jamais,
logo, nunca, ontem, ora (=nesta ocasião), outrora, primeiramente, sempre, súbito, tarde.
Exemplos: Rui Barbosa é o gênio que ora exaltamos.
Jamais te contrariarei, disse-me ela.

8 - Interrogativo: são certas palavras empregadas nas interrogações diretas ou indiretas.


Classificam-se em:
a) Causa - por que.
Exemplos: Por que sorriste?
Indagaram-me por que sorriste.

INTERJEIÇÃO

Dá-se o nome de interjeição às palavras invariáveis que exprimem emoções e sentimentos ou que
procuram imitar ruídos.
Ex: "De repente, no melhor da festa, plaft!, uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta em cheio o
nariz" (M. Lobato)
"Ai, que meus olhos choram!" (C. Meireles)
A idéia expressa pela interjeição dependa da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.
Ex: Oh! Que surpresa desagradável! (contrariedade)
"Oh! Que bom encontra-lo novamente! (alegria)
Comumente, as interjeições expressam sentido de:

a) advertência - cuidado!, devagar!


b) Afugentamento - fora!, passa!
c) Alegria ou satisfação - oh!, ah!
d) Alívio - arre!, ufa!
e) Animação ou estímulo - vamos! Força!
f) Aplauso ou aprovação - bravo! Bis!
g) Repulsa ou desaprovação - credo!, irra!
h) Desejo ou intenção - tomara! Oxalá!
i) Desculpa - Perdão!
j) Dor ou tristeza - ai!, ui!, eh!
k) Espanto ou admiração - oh! Ah! Puxa!
l) Imitação de ruídos - zás!, bum!
m) Impaciência ou contrariedade - hum!, raios!
n) Pedido de auxílio - socorro! Aqui!
o) Saudação, chamamento ou invocação - salve! Adeus! Olá! Tchau!
p) Silêncio - psiu!, silêncio!
q) Terror ou medo - credo! Cruzes! Oh!, uh!

PREPOSIÇÃO

Preposição é a palavra ou expressão (locução prepositiva) que serve para ligar duas palavras,
estabelecendo relação entre elas.
As principais preposições são:
§ A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

CONJUNÇÃO

Dá-se o nome de conjunção à palavra ou locução invariável que liga orações ou termos
semelhantes da mesma oração.
Ex: O inverno passou e eles não voltaram.
Encontrei meu pai e minha irmã no cinema.

Apostilas Decisão 29 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
As conjunções se dividem em: corrdenativas (que ligam orações de sentido completo e
independente) e subordinativas (que ligam orações quando uma delas depende da outra).

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS (COMPOSIÇÃO E DERIVAÇÃO)

Os vocábulos da língua portuguesa são, normalmente, constituídos de um elemento fundamental,


básico para a significação ao qual se dá o nome de radical ou semantema. Esse elemento é portador do
sentido primeiro da palavra, desprovido de elementos flexionais, indicadores de gênero e número nos
nomes e de conjugação, tempo, modo e pessoa nos verbos. A estes elementos chamamos desinências ou
morfemas. Há, também as vogais temáticas.

Observe os exemplos seguintes:


Menin + a
o
Radical Desinências

Ama + A + sse + mos


Radical Vogal Temática Desinência Desinência

Existem, ainda, elementos que servem para formar novas palavras, a partir do radical: são os afixos
(prefixos, quando postos antes do radical e sufixos, quando postos depois do radical.
Exemplos:
infeliz; felizmente.

A partir da análise desses elementos designam-se os processos de formação das palavras.


Basicamente são dois os processos: derivação e composição.

 Processos de derivação

a) prefixal ou prefixação:
Adição de um prefixo ao radical.
Exemplo:
desleal.

b)sufixal ou sufixação:
Adição de um sufixo ao radical.
Exemplo:
lealdade.

c) prefixal e sufixal:
Adição de um prefixo e de um sufixo ao radical.
Exemplo:
deslealdade.

Nota: Nos casos de derivação prefixal e sufixal sempre se formará uma palavra com qualquer dos afixos.
Verifique: desleal/lealdade.

d) derivação parassintética:
Na parassíntese ocorrem dois afixos simultaneamente. Assim, não se pode usá-los separadamente.
Exemplo: envelhecer. Note que não é possível formar envelh nem velhecer.

e) derivação regressiva ou deverbal:


Geralmente forma substantivos abstratos indicadores de ação. Consiste no aproveitamento do
radical de um verbo ao qual se acrescenta uma vogal temática de nomes: a, e ou  o .
Exemplos:
a luta (de lutar + a); o combate (de combater + e); o choro (de chorar + o).

f) derivação imprópria:
Caso em que se faz a mudança de classe da palavra: verbos passam a substantivos, adjetivos
passam a substantivos, nomes comuns passam a próprios e assim por diante.
Exemplos:

Apostilas Decisão 30 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
“O fumar prejudica a saúde.”
“Não conhecíamos o falecido.” (particípio do verbo falecer passou a substantivo). “Procure o Sr.
Leitão.” (substantivo comum passou a substantivo próprio).

 Processos de composição

a) justaposição:
Forma palavras por meio da junção de radicais, sem que haja neles alteração morfológica. Alguns
desses nomes têm seus núcleos separados por hífen, outros não.
Exemplos:
couve-flor; passatempo, girassol.

b) aglutinação:
Forma palavras por meio da junção de radicais que sofrem alteração morfológica.
Exemplos:
fidalgo (filho+de+algo); vinagre (vinho+acre); petróleo (pedra+óleo).

Nota: Chama-se hibridismo o processo que reúne elementos mórficos de origens diferentes. Exemplo:
televisão (tele = grego + visão + latim)

 Outros processos de formação de palavras

a) onomatopéia:
Formação de palavras que sugerem ruídos, barulhos, sons de animais.
Exemplos:
reco-reco; teco-teco; chibum!, tilintar, farfalhar, urrar, arrulhar, berrar.

b) Sigla ou siglonimização:
Muito freqüentes em nossa língua, principalmente na esfera governamental.
Exemplos:
INSS, IPVA, IPTU.

c) Redução ou abreviação:
Consiste em utilizar apenas parte da palavra.
Exemplos:
tevê (por televisão); fone (por telefone); ônibus (por auto-ônibus).

FAMÍLIAS DE PALAVRAS

As palavras são constituídas por diferentes unidades significativas chamadas de elementos


mórficos ou morfemas.

Exemplos:
gatinho: gat - inh - o
cachorrinhos: cachorr - inh - o – s

Os morfemas que constituem as palavras são os seguintes:


 Radical: é o elemento irredutível que informa o significado básico da palavra. As palavras que
possuem o mesmo radical são as famílias de palavras ou palavras cognatas.
Exemplo: folha, desfolhar, folhagem, folhinha.
 Afixos: são os morfemas que se unem ao radical para formar novas palavras. Quando os
afixos aparecem antes do radical são chamados de prefixos (infeliz, refazer, desmentir); quando aparecem
depois do radical são chamados de sufixos (crueldade, felizmente, lealdade).
 Desinências: são elementos que aparecem depois do radical para indicar as flexões de gênero
e número, de modo-tempo e número-pessoa das palavras variáveis. Podem ser nominais e verbais:
a) Desinências nominais - indicam o gênero e o número das palavras.

Exemplo:

Apostilas Decisão 31 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
b) Desinências verbais - indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais), o número e a pessoa
(desinências número-pessoais) dos verbos.
Exemplo:

 Vogais temáticas: são as vogais que possibilitam a ligação entre o radical e as desinências.
Exemplos:
amava: am - a – va
pedisse: ped - i – sse
carta: cart – a
livro: livr – o
mares: mar - e – s

As vogais temáticas, nos verbos, indicam a conjugação a que eles pertencem:


Falar: vogal temática -a-, que indica a 1a conjugação.
Viver: vogal temática -e-, que indica a 2a conjugação.
Pedir: vogal temática -i-, que indica a 3a conjugação.
 Tema: é o radical acrescido da vogal temática. Portanto, o tema é o radical pronto para receber
as desinências.

Exemplos:
amava (tema: ama - )
vendemos (tema: vende -)
 Vogais e consoantes de ligação: intercalam-se na palavra, normalmente entre o radical e o
sufixo (ou entre radicais, em algumas palavras compostas), para facilitar a pronúncia.

Exemplos:
- Consoantes de ligação - paulada, chaleira, cafeteira.
- Vogais de ligação - cafeicultura, gasômetro.

MECANISMOS DE FLEXÃO DOS NOMES E VERBOS

Flexão nominal

A flexão nominal compreende o conjunto de variações morfológicas assumidas por substantivos,


adjetivos, pronomes e formas participiais do verbo em diferentes situações.
Em substantivos simples, acrescenta-se a desinência "-s" aos substantivos terminados em vogal,
ditongo oral ou ditongo nasal "ãe": casa/casas, peru/perus, pai/pais, lei/leis, herói/heróis, réu/réus,
troféu/troféus, fogaréu/fogaréus, degrau/degraus, grau/graus, sarau/saraus, bacalhau/ bacalhaus,
maçã/maçãs, mãe/mães...
Observação :
Atente para as formas "avôs" (o avô materno e o paterno) e "avós" (casal formado por avô e avó,
ou plural de avó; também indica os antepassados de um modo geral).

A maioria dos substantivos terminados em "-ão" forma o plural substituindo essa terminação por "-ões"
(incluem-se nesse grupo os aumentativos): balão/balões, eleição/eleições, leão/leões, sabichão/sabichões,
coração/corações, vozeirão/vozeirões...
Os paroxítonos terminados em "-ão" e alguns poucos oxítonos e monossílabos formam o plural
pelo simples acréscimo de "s": sótão/sótãos, cidadão/cidadãos, chão/chãos, bênção/bênçãos,
cristão/cristãos, grão/grãos, órfão/órfãos, irmão/irmãos, mão/mãos...
Alguns substantivos terminados em "-ão" formam o plural substituindo essa terminação por "-ães":
alemão/alemães, capitão/capitães, pão/pães, cão/cães, charlatão/charlatães, sacristão/sacristães,
capelão/capelães, escrivão/escrivães, tabelião/tabeliães...
Em alguns casos, há mais do que uma forma aceitável para esses plurais. A tendência da língua
portuguesa atual do Brasil é utilizar a forma de plural em "-ões":

Apostilas Decisão 32 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
guardião - guardiões, guardiães;
verão - verões, verãos;
anão - anões, anãos;
cirurgião - cirurgiões, cirurgiães;
corrimão - corrimões, corrimãos;
vilão - vilões, vilãos;
ancião - anciões, anciães, anciãos;
ermitão - ermitões, ermitães, ermitãos;
faisão - faisões, faisães;
refrão - refrães, refrãos.
zangão (substantivo masculino de abelha) zangãos, zangões; que pode ser
pronunciada também de duas maneiras: zangão ou zângão (acento colocado
para mostrar a pronúncia).
Observação:

ARTESÃOS/ARTESÕES
Quando se refere ao indivíduo que tem por ofício as artes que dependem de habilidade manual, o
feminino é "artesã", e o plural é "artesãos". No entanto, a palavra "artesão" também se usa em arquitetura,
com o sentido de "adorno que se coloca entre molduras em abóbadas e tetos". Neste caso, o plural é
"artesões". Disso se conclui que é possível dizer que "os artesões de determinada igreja foram produzidos
por famosos artesãos".
Acrescenta-se a desinência "-s" aos substantivos terminados em "-m". Essa letra é substituída por
"-n" na forma do plural: homem/homens, jardim/jardins, som/sons, atum/atuns...
Os substantivos terminados em "-r" e "-z" formam o plural com o acréscimo de "-es": mar/mares,
açúcar/açúcares, hambúrguer/hambúrgueres, flor/flores, repórter/repórteres, revólver/revólveres; raiz/raízes,
rapaz/rapazes, cruz/cruzes...
Observação:
No caso do plural das palavras "júnior", "sênior" e "caráter", além de acrescentar "es", devemos
observar a mudança da posição da sílaba tônica: "juni ô res", "seni ô res", "carac té res" (devemos escrever
essas palavras sem acento, mas pronunciar com a sílaba tônica nas vogais aqui acentuadas.).
Os substantivos terminados em "-s" formam o plural com acréscimo de "-es"; quando paroxítonos
ou proparoxítonos, são invariáveis - o que faz com que a indicação de número passe a depender de um
artigo ou outro determinante: gás/gases, obus/obuses, um lápis/dois lápis, mês/meses, o atlas/os atlas,
algum ônibus/vários ônibus, país/países, o pires/os pires, o vírus/os vírus...
Os substantivos terminados em "-al", "-el", "-ol" e "-ul" formam o plural pela transformação do "-l"
dessas terminações em "-is": animal/animais, canal/canais, vogal/vogais, igual/iguais, anel/anéis,
pastel/pastéis, álcool/álcoois, anzol/anzóis...

Observação:
O plural de "mal" (males) e de "cônsul" (cônsules) é uma exceção à regra das palavras
terminadas em "l". Já "mel" admite dois plurais: "meles" ou "méis". Os dicionários e as gramáticas afirmam
que "gol" também admite dois plurais: "gois" (com o "o" fechado, como o de bois) e "goles" (com o "o"
também fechado); exemplo: Ronaldinho fez três goles (ou gois) numa só partida. No entanto, a forma
irregular "gols" é a que tem predominado na imprensa em geral.

Os substantivos oxítonos terminados em "-il" trocam o "-l" pelo "-s"; os paroxítonos trocam essa terminação
por "-eis": barril/barris, ardil/ardis, funil/funis, fuzil/fuzis, fóssil/fósseis, projétil/projéteis, réptil/répteis,
difícil/difíceis...
Além das formas paroxítonas apresentadas acima, existem as formas oxítonas "projetil" e "reptil",
que fazem os plurais "projetis" e "reptis", oxítonos.
Os substantivos terminados em "-n" formam o plural pelo acréscimo de "-s" ou "-es":
abdômen/abdomens ou abdômenes, gérmen/germens ou gérmenes, hífen/hifens ou hífenes, líquen/liquens
ou líquenes...
No português do Brasil, há acentuada tendência para o uso das formas obtidas pelo acréscimo de
"-s". Observe que, quando paroxítonas, essas formas de plural não recebem acento gráfico.
Destaque-se "cânon", cujo plural é a forma "cânones".
Os substantivos terminados em "-x" são invariáveis; a indicação de número depende da
concordância com algum determinante: o tórax/os tórax, um clímax/alguns clímax, uma (ou um) xerox/duas
(ou dois) xerox...
Existem alguns substantivos terminados em "-x" que apresentam formas variantes terminadas em
"-ce"; nesses casos, deve-se utilizar a forma plural da variante: o cálix ou cálice/ os cálices, o códex ou
códice/ os códices...

Apostilas Decisão 33 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Os diminutivos com o sufixo "-zinho" (e mais raramente "-zito") fazem o plural da seguinte forma:
o plural da palavra original sem o "s" + o plural do sufixo (-zinhos ou -zitos).
Exemplos:
botão + zinho (botõe + zinhos = botõezinhos)
balão + zinho (balõe + zinhos = balõezinhos)
pão + zinho (pãe + zinhos = pãezinhos)
papel + zinho (papei + zinhos = papeizinhos)
anzol + zinho (anzoi + zinhos = anzoizinhos)
colar + zinho (colare + zinhos = colarezinhos)
flor + zinha (flore + zinhas = florezinhas)

Observações:
No caso de diminutivos formados a partir de substantivos terminados em "-r", existe acentuada
tendência na língua atual do Brasil para limitar-se o plural à terminação da forma derivada:
colarzinho/colarzinhos, florzinha/florzinhas, mulherzinha/mulherzinhas. Essa forma de plural, no entanto, é
repudiada pela norma culta.
No caso das palavras "luzinha" e "cruzinha", o sufixo para o diminutivo é "inha" (a letra "z"
pertence à raiz da palavra). Não se aplica, portanto, a regra acima. Basta pôr a desinência "s": luzinhas e
cruzinhas.

PLURAL DE PALAVRAS COMPOSTAS


A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo
de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados
ligadamente (sem hífen) Comportam-se como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
girassol/girassóis, pontapé/pontapés...
Nesse sentido, para fazer o plural de uma palavra composta, é preciso antes verificar em que
classe gramatical ela se encaixa. Basicamente, uma palavra composta pode ser um substantivo ou um
adjetivo. No caso de "pombo-correio", por exemplo, temos um substantivo composto. Afinal, "pombo-
correio" é nome de algo. Se é nome, é substantivo.
O segundo passo é verificar a classe gramatical de cada elemento formador da palavra composta.
No caso de "pombo-correio", tanto "pombo" quanto "correio" são substantivos. Dizem as gramáticas que,
quando o segundo substantivo indica idéia de semelhança ou finalidade em relação ao primeiro, há duas
possibilidades de plural: variam os dois ou varia só o primeiro. "Pombo-correio" se encaixa nesse caso. Um
pombo-correio nada mais é do que "variedade de pombo que se utiliza para levar comunicações e
correspondência", como diz o próprio Aurélio. O segundo substantivo ("correio") indica finalidade em relação
ao primeiro ("pombo"). Deduz-se, pois, que o plural de "pombo-correio" pode ser "pombos-correio" ou
"pombos-correios".
Vejamos outros exemplos de substantivos compostos que se encaixam nesse caso: "carro-
bomba", "homem-bomba", "público-alvo", "samba-enredo", "caminhão-tanque", "navio-escola", "couve-flor",
"banana-maçã", "saia-balão" e tantos outros de estrutura semelhante (dois substantivos, com o segundo
indicando semelhança ou finalidade em relação ao primeiro). Um carro-bomba, por exemplo, é um carro
feito com a finalidade específica de explodir; assim como um homem-bomba é um indivíduo (normalmente
um terrorista) que amarra explosivos em seu corpo com o mesmo fim. Um público-alvo é uma determinada
parcela da população. Um samba-enredo é um samba feito para contar o enredo do desfile de uma escola.
Uma couve-flor é uma couve semelhante a uma flor. A saia-balão é uma saia que lembra um balão. E por aí
vai.
Sendo assim, o plural de cada um desses substantivos compostos apresenta-se desta maneira:
"carros-bomba" ou "carros-bombas", "homens-bomba" ou "homens-bombas", "públicos-alvo" ou
"públicos-alvos", "sambas-enredo" ou "sambas-enredos", "caminhões-tanque" ou "caminhões-tanques",
"navios-escola" ou "navios-escolas", "couves-flor" ou "couves-flores", "bananas-maçã" ou "bananas-maçãs",
"saias-balão" ou "saias-balões".
Convém aproveitar a ocasião para lembrar que, quando o segundo substantivo não indica
semelhança ou finalidade em relação ao primeiro, só há uma possibilidade de plural: flexionam-se os dois
elementos. É o que ocorre com "cirurgião-dentista", "tio-avô", "tia-avó", "tenente-coronel", "bicho-papão",
"rainha-mãe", "decreto-lei" e tantos outros. Vamos ao plural: "cirurgiões-dentistas" (ou "cirurgiães-
dentistas"), "tios-avôs" (ou "tios-avós"), "tias-avós", "tenentes-coronéis", "bichos-papões", "rainhas-mães",
"decretos-leis".
Vejamos agora o caso de "cavalo-marinho". Trata-se de substantivo composto formado por um
substantivo ("cavalo") e um adjetivo ("marinho"). Aqui não há segredo: variam os dois elementos. O plural,
então, só pode ser "cavalos-marinhos".
Esse princípio pode ser aplicado em relação a todos os substantivos compostos formados por
duas palavras, das quais uma seja substantivo e a outra, um adjetivo ou numeral. Encaixam-se nesse caso
muitas e muitas palavras. Veja algumas: obra-prima, primeira-dama, queixo-duro, primeiro-ministro, amor-

Apostilas Decisão 34 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
perfeito, capitão-mor, cachorro-quente, boa-vida, curta-metragem, quarta-feira, sexta-feira, bóia-fria. O plural
de todos esses compostos é feito com a flexão dos dois elementos: obras-primas, primeiras-damas,
queixos-duros, primeiros-ministros, amores-perfeitos, capitães-mores, cachorros-quentes, boas-vidas,
curtas-metragens, quartas-feiras, sextas-feiras, bóias-frias.
Tome cuidado com o caso de compostos em que entram "grão" e "grã", como "grão-duque", "grã-
fina", "grã-fino", "grã-cruz". Só varia o segundo elemento: "grão-duques", "grã-finas", "grã-finos", "grã-
cruzes". Merece destaque "terra-nova" (tipo de cão), que, segundo alguns autores, faz plural excepcional:
"terra-novas". Para outros, no entanto, também é possível o plural regular: "terras-novas".
Quando o substantivo composto é formado por três elementos, dos quais o segundo seja uma
preposição, só se faz a flexão do primeiro. É esse o caso de mulas-sem-cabeça, pães-de-ló, quedas-d'água,
pés-de-moleque, amigos-da-onça, bicos-de-papagaio, dores-de-cotovelo, estrelas-do-mar, generais-de-
divisão, grãos-de-bico, joões-de-barro, pais-de-santo, pés-de-cabra, pores-do-sol...
Observação : os fora-da-lei , os fora-de-série ...são invariáveis .
Talvez esteja aí a explicação para o plural de "sem-terra" adotado por todos os órgãos da
imprensa: "Sem-terra". Por quê? Porque se supõe que haja uma palavra implícita. Algo como "homem sem
terra", que não é propriamente uma palavra composta, mas tem estrutura semelhante: dois substantivos
("homem" e "terra"), ligados por uma preposição ("sem"). O plural dessa expressão seria "homens sem
terra", que acaba sendo reduzida para "sem-terra", com hífen, justamente porque nomeia uma categoria
específica de pessoas.
O caso de "sem-vergonha" é semelhante. Algo como "pessoa sem vergonha" acaba se
transformando em "sem-vergonha", com hífen. Segundo o dicionário "Aurélio" e muitos gramáticos, o plural
é "sem-vergonha" mesmo. Alguns discordam e propõem "os sem-vergonhas" e "os sem-terras". O
argumento é que se deve proceder com "sem-terra" como se procede com "contra-ataque", cujo plural é
"contra-ataques". Ocorre que esse "contra" não é a preposição, mas o elemento de composição, ou prefixo,
como o define Caldas Aulete. Os casos de "contra-ataque" e de "sem-terra", na verdade, são distintos.

Se a palavra composta for constituída de um verbo e um substantivo, somente o substantivo irá para o
plural: arranha-céus, bate-papos, bate-bocas, bate-bolas, caça-talentos, guarda-chuvas, lança-perfumes,
lava-pés, mata-borrões, pára-brisas, pára-choques, pára-lamas, porta-bandeiras, porta-vozes, quebra-
cabeças, quebra-molas, salva-vidas, vira-latas...
Observação :
Em guarda-civil , guarda é substantivo e civil é adjetivo. Os dois vão para o plural: guardas-civis ,
guardas-noturnos, guardas-florestais...
Já em guarda-chuva , guarda é verbo e chuva é substantivo. Só o substantivo vai para o plural:
guarda-chuvas , guarda-sóis, guarda-louças, guarda-roupas, guarda-costas...

Se a palavra composta for constituída de dois ou mais adjetivos, somente o último adjetivo irá para o plural:
consultórios médico-cirúrgicos ; candidatos social-democratas ; atividades técnico-científicas ; problemas
político-econômicos ; questões luso-brasileiras ; camisas rubro-negras ; cabelos castanho-escuros ; olhos
verde-claros ...
Observação :
Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis quando o segundo elemento é um
substantivo: verde-garrafa, verde-mar, verde-musgo, verde-oliva, azul-céu, azul-piscina, amarelo-ouro, rosa-
choque, vermelho-sangue...
Compare:
Olhos verde-claros = cor + adjetivo (claro ou escuro)
Calças verde-garrafa = cor + substantivo
Também são invariáveis: azul-celeste e azul-marinho .
O termo "infravermelho" varia porque o adjetivo "vermelho" varia: "carro vermelho / carros
vermelhos; calça vermelha / calças vermelhas; raio infravermelho / raios infravermelhos.
Já "ultravioleta" não varia, porque, como substantivo adjetivado, "violeta" também não varia: vaso
violeta / vasos violeta; camisa violeta / camisas violeta; raio ultravioleta / raios ultravioleta.
Quando se indica a cor com a expressão "cor de", clara ou subentendida, não se faz a flexão do
qualificador: "paredes (cor de) gelo", "camisas (cor de) creme", "blusas (cor de) vinho", "vasos (cor de)
violeta". Quando substantivo, "violeta" é palavra variável: "Há belas violetas no jardim".
Se o primeiro elemento for advérbio, preposição ou prefixo, somente o segundo elemento irá para
o plural: abaixo-assinados, alto-falantes, ante-salas, anti-semitas, auto-retratos, bel-prazeres, contra-
ataques, recém-nascidos, super-homens, todo-poderosos, vice-campeões...
Se a palavra composta for constituída por advérbio + pronome + verbo, somente o último
elemento varia: bem-me-queres, bem-te-vis, não-me-toques...
Se a palavra composta for constituída pela repetição das palavras (onomatopéias = reprodução
dos sons), o segundo elemento irá para o plural: bangue-bangues, pingue-pongues, reco-recos, teco-tecos,
tique-taques, zigue-zagues...

Apostilas Decisão 35 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Casos Excepcionais
Os arco-íris, as ave-marias, os banhos-maria, os joões-ninguém, os louva-a-deus, os lugar-
tenentes, os mapas-múndi, os padre-nossos, as salve-rainhas, os surdos-mudos, os surdos-cegos...

São invariáveis :
- compostos de verbo + palavra invariável: os bota-fora, os cola-tudo, os topa-tudo...
- compostos de verbos de sentido oposto: os entra-e-sai, os leva-e-traz, os perde-ganha, os sobe-
e-desce, os vai-volta...
- expressões substantivadas: os bumba-meu-boi, os chove-não-molha, os disse-me-disse...

Flexão Verbal

PRESENTE DO INDICATIVO.
O MODO INDICATIVO serve para expressar ações definidas, reais. O TEMPO PRESENTE, normalmente,
exprime as ações que acontecem no momento em que se fala. Entretanto, este tempo verbal pode ser
também empregado em outras circunstâncias.
_ PRESENTE MOMENTÂNEO:
"Não percamos de vista o ardente Sílvio que lá vai, que desce e sobe, escorrega e salta." - M. Assis. (Fato
atual, que se dá no momento em que se fala; o narrador, aqui, está presenciando as ações do personagem)
_ PRESENTE DURATIVO:
"A Igreja condena a pílula anticomcepcional e a Ciência a aprova." (Ações ou estados considerados
permanentes)
_ PRESENTE HABITUAL ou FREQÜENTATIVO:
"Aqueles jovens estudam na mesma escola."
_ PRESENTE HISTÓRICO ou NARRATIVO:
"Procuram-se e acham-se. Enfim, Sílvio achou Sílvia; viram-se, caíram nos braços um do outro, ofegantes
de canseira, mas remidos com a paga. Unem-se, entrelaçam os braços e regressam palpitando da
inconsciência para a consciência." - M. Assis. (Verbos no presente para dar mais vivacidade às ações
acontecidas no passado)
_ PRESENTE COM SENTIDO DE FUTURO MUITO PRÓXIMO:
"Vou arrumar as malas e, amanhã, embarco para a Europa."
"Vou à Roma, depois sigo para Londres."
(Para se evitar qualquer tipo de ambigüidade, deve-se usar advérbios de
tempo que exprimem futuro, junto ao verbo no presente)

IMPERATIVO.

Sendo por excelência o modo que exprime "ordens e mandamentos", o Imperativo também pode expressar
outros sentimentos, intenções e interesses do ser humano.
Exemplos:
Saia daqui! (ordem)
Partamos antes que seja tarde. (conselho)
Não se preocupe com isso. (conselho expresso pelo Imperativo Negativo)
Venha à nossa casa hoje à noite. (convite)
Não deixem de comparecer à festa. (convite expresso pelo Imperativo Negativo)
Por favor, espere por mim!
"Perdoai as nossas ofensas..."
"Livrai-nos do mal." (súplicas)
"Não nos deixeis cair em tentação..."
(súplica expressa pelo Imperativo Negativo)
O modo Imperativo Afirmativo é formado da seguinte maneira: tu e vós do Presente do Indicativo, sem o s
final, e as demais pessoas (você/ele, nós, vocês/eles) do Presente do Subjuntivo. Já o imperativo negativo é
formado com todas as pessoas deste tempo. Não se usa a primeira pessoa do singular em ambos os casos.
O sistema de conjugação dos imperativos vale para todos os verbos da língua portuguesa, com exceção do
verbo ser. Este verbo só não segue a regra nas duas segundas pessoas do imperativo afirmativo: sê (tu) e
sede (vós), esta lida com o primeiro "e" fechado, do mesmo jeito que se lê a palavra que significa vontade
de beber.
Exemplo:
"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo
que fazes." (Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Ricardo Reis)

MODO SUBJUNTIVO.

Apostilas Decisão 36 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Modo que se caracteriza por expressar ações e fatos hipotéticos, isto é, tudo aquilo que está no campo de
nossos desejos, de nossas aspirações. É o modo das orações subordinadas por excelência.
TEMPOS:
_ Presente.
Este tempo pode expressar ações tanto no presente quanto no futuro.
Exemplos:
Duvido que ele SEJA rico. (ação presente)
É bom que você VOLTE amanhã. (ação futura)
Observação: A primeira pessoa do singular do presente do indicativo dá origem ao presente do subjuntivo.
Exemplos:
"Eu vejo" dá origem a "que eu veja"; "eu ouço" dá origem a "que eu ouça"; "eu digo" dá origem a "que eu
diga". Se a primeira do singular do presente do indicativo é nula, como nos verbos defectivos, todo o
presente do subjuntivo é nulo.

_ Imperfeito.
Embora esta seja uma forma do tempo pretérito, pode também expressar fatos no presente e no futuro.
Exemplos:
Fosse verdade o que dizes, e todos estariam felizes. (a correlação com a forma verbal "dizes" dá à forma
"fosse" um aspecto também de presente)
Chovesse ou fizesse sol, ele ia ao trabalho.
Pediu-lhe que voltasse na próxima semana. (a expressão adverbial "na próxima semana" traz um matiz de
futuro à oração)

_ Pretérito.
Forma verbal sempre no tempo composto, formado pelo auxiliar TER no presente do subjuntivo, acrescido
do particípio passado do verbo principal.
Exemplos:
Acredito que ele TENHA PASSADO no exame. (fato passado, supostamente concluído)
Espero que ela TENHA ARRUMADO tudo antes de eu chegar. (fato passado, supostamente terminado
antes de outro fato no futuro acontecer)

_ Pretérito mais-que-perfeito.
Também um tempo composto, formado por um auxiliar no Imperfeito do subjuntivo e um verbo principal no
particípio passado.
Exemplos:
Não esperava que ela TIVESSE CHEGADO aqui antes de mim. (ação concluída eventualmente antes de
outra, ambas no passado)
TIVESSE CHEGADO antes, e o prêmio seria seu. (ação hipotética, ocorrida no passado)

_ Futuro (simples).
Pode ser empregado nas orações adverbiais ou adjetivas.
Exemplos:
SE QUISER, irei vê-lo. (idéia de eventualidade no futuro)
Trarei presentes aos que me ENCOMENDAREM.

_ Futuro (composto).
Formado do verbo auxiliar no futuro simples e o particípio passado do verbo principal.
Exemplos:
Quando TIVER ENCONTRADO a resposta, revelarei a todos. (fato futuro eventualmente terminado em
relação a outro também no futuro)

EMPREGO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS

Modo verbal:

O falante, ao enunciar o processo verbal, pode tomar várias atitudes em relação ao que enuncia:
de certeza, de dúvida, de ordem, etc.
O modo verbal revela a atitude do falante ao enunciar o processo.
Pode ser:
a) indicativo: revela o fato de modo certo, preciso, seja ele passado, presente ou futuro.

Apostilas Decisão 37 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Ele deitou na rede
b) subjetivo: revela o fato de modo incerto, duvidoso.
Se todos estudassem, a aprovação seria maior.
c) imperativo: exprime uma atitude de mando, ordem ou solicitação.
Fique quieto.

Emprego dos tempos verbais.

Há em Português, basicamente, três tempos verbais:


a) presente: revela um fato que ocorre no momento em que se fala.
Neste instante ele olha para mim.
b) passado: revela um fato que ocorreu anteriormente ao momento em que se fala.
Ele saiu com os amigos.
c) futuro: revela um fato que deverá ocorrer posteriormente ao momento em que se fala.
Amanhã terei aula de Português.

Essa divisão dos tempos verbais em passado, presente e futuro não esgota todas as variações que
o verbo pode assumir em relação à categoria tempo, já que esses tempos verbais se subdividem e, muitas
vezes, assumem outros matizes, alterando de maneira bastante sensível a significação inicial.
Sem pretender esgotar o assunto, vejamos alguns empregos significativos dos tempos verbais.

1. presente do indicativo: exprime um fato que ocorre no momento em que se fala. Vejo um pássaro na
janela
O presente do indicativo também é usado para:
a) exprimir uma verdade científica, um axioma:
A Terra é redonda.
Por um ponto passam infinitas retas.
b) para exprimir uma ação habitual:
Aos domingos não saio de casa.
c) para dar atualidade a fatos ocorridos no passado:
Cabral chega ao Brasil em 1500.
d) para indicar fato futuro bastante próximo, quando se tem certeza de que ele ocorrerá:
Amanhã faço os exercícios.

2. pretérito perfeito do indicativo: exprime um fato já concluído anteriormente ao momento em que se


fala.
Ontem eu reguei as plantas do jardim.

3. pretérito imperfeito do indicativo: exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o
toma como concluído, acabado. Revela, pois, o fato em seu curso, em sua duração.
Ele falava muito durante as aulas.

4. pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato passado que já foi concluído, em relação a
outro fato também passado.
Quando você resolveu o problema, eu já o resolvera.
Obs.: Na linguagem atual tem-se usado com mais freqüência o pretérito mais-que-perfeito
composto.
Quando você resolveu o problema, eu já o tinha resolvido.
O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do
subjuntivo.
"…mais servira, se não fora Para tão longo amor tão curta a vida!"(Camões) servira = serviria; fora = fosse)

5. futuro do presente: exprime um fato, posterior ao momento em que se fala, tido com certo.
Amanhã chegarão os meus pais. As aulas começarão segunda-feira.
O futuro do presente pode ser empregado para exprimir idéia de incerteza, de dúvida. Serei eu o único
culpado?

6. futuro do pretérito: exprime um gato futuro tomado em relação a um fato passado.


Ontem você me disse que viria à escola.
O futuro do pretérito também pode ser usado para indicar incerteza, dúvida.
Seriam mais ou menos dez horas quando ele chegou.
Usa-se ainda o futuro do pretérito, em vez do presente do indicativo ou do imperativo, como forma de

Apostilas Decisão 38 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
cortesia, de boa educação.
Você me faria um favor?
Emprego do infinitivo:
Não é fácil sistematizar o emprego do infinitivo em Português, já que, além do infinitivo impessoal, nossa
língua apresenta também o infinitivo pessoal (ou flexionado). Emprega-se o infinitivo impessoal:
1. quando ele não estiver se referindo a nenhum sujeito:
É preciso sair.
2. na função de complemento nominal (virá regido de preposição):
Esses exercícios eram fáceis de resolver.
3. quando ele faz parte de uma locução verbal:
Eles deviam ir ao cinema.
4. quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar, ele tiver por sujeito um pronome
oblíquo:
Mandei-os sair. Deixei-os falar.
5. com valor de imperativo:
Fazer silêncio, por favor.

Emprega-se o infinitivo pessoal: * quando ele tiver sujeito próprio (expresso ou implícito) diferente
do sujeito da oração principal:
O remédio era ficarmos em casa.
O costume é os jovens falarem e os velhos ouvirem.
Além dos casos mencionados, em que é obrigatório o uso de uma ou de outra forma, quando o
infinitivo for regido de preposição (com exceção de a), admite-se indiferentemente o uso das duas formas.
Viemos aqui para cumprimentar (ou cumprimentarmos) os vencedores.

Tempos derivados do presente do indicativo


O presente do indicativo é um tempo primitivo. Da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo obtêm-se: o presente do subjuntivo; o imperativo negativo.
Obs.: Evidentemente, se o verbo não possui a primeira pessoa do singular do presente do
indicativo, não possuirá também o presente do subjuntivo e o imperativo negativo. O imperativo afirmativo
provém em parte do presente do indicativo (as segundas pessoas) e em parte do presente do subjuntivo (as
demais pessoas).

Vozes do verbo

As vozes verbais são três:


1. voz ativa: quando o sujeito é o agente, isto é, aquele que executa a ação expressa pelo verbo.
O macaco comeu a banana.
O aluno leu o livro.
2. voz passiva: quando o sujeito é o paciente, isto é, o receptor da ação expressa pelo verbo.
Há dois tipos de voz passiva:
a) voz passiva analítica: formada por verbo auxiliar mais particípio. A banana foi comida pelo macaco.
O livro foi lido pelo aluno.
b) voz passiva sintética (ou pronominal): quando é formada pelo verbo na terceira pessoa mais a partícula
apassivadora se.
Comeu-se a banana.
Leu-se o livro.
3. voz reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, executor e receptor da ação
expressa pelo verbo.
O macaco cortou-se.
O aluno feriu-se

SINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO; TERMOS DA ORAÇÃO;


COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO; CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL;
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL; EMPREGO DO ACENTO GRAVE INDICADOR
DA CRASE; SINAIS DE PONTUAÇÃO.

Sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura formal da frase, i.e., as combinações e
relações entre as palavras. Interessa à sintaxe:
1. A função que as palavras exercem na frase (função sintática).

Apostilas Decisão 39 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
O futebol feminino é mais clássico
futebol: sujeito do verbo ser.
2. A ordem das palavras na frase (sintaxe de colocação).
3. A concordância das palavras na frase (sintaxe de concordância).
4. A dependência das palavras na frase (sintaxe de regência).

FRASE
É a menor unidade da comunicação lingüística. Tem como características básicas:
1. a apresentação de um sentido ou significado completo
2. ser acompanhada por uma entonação
Durante o uso cotidiano da língua, os falantes costumam produzir seus textos articulando enunciados.
Esses enunciados, quando transmitem uma idéia acabada, isto é, um sentido comunicativo completo, se
constituem na chamada frase. Não há um padrão definido de frase; contudo, podemos identificá-la em três
tipos distintos de construção:
a. quando se compõe de apenas uma palavra.
Exemplos:
1. Perigo!
2. Coragem!

b. quando se compõe de mais de uma palavra, dentre as quais não se verifica a presença de
verbo.
Exemplos:
1. Que tempestade!
2. Quanta ingenuidade!

c. quando se compõe de mais de uma palavra, dentre as quais, um verbo ou locução verbal.
Exemplos:
1. Infelizmente, precisamos seguir viagem! [presença de verbo]
2. A concorrência deve determinar a redução dos nossos preços. [presença de locução verbal]
A identificação de uma frase na situação de comunicação também se deve ao fato de que ela é um
produto da entonação, ou seja, da melodia produzida na língua oral. Dessa forma, quando um falante
constrói uma frase, ela só se realiza se houver marcas melódicas de início e fim do enunciado. Em geral, na
fala essas pausas são expressas através do silêncio; já no registro escrito as marcas de início são as
iniciais maiúsculas das palavras e as marcas finais, os sinais de pontuação.
Exemplos:
1. Jonas!
2. Que vexame!
3. Acordei hoje com fortes dores de cabeça.
Observe-se que nos exemplos (1) e (2) os segmentos não apresentam verbos. No entanto, dada a
entonação frasal, podemos extrair dessas construções um sentido comunicativo completo. O contexto da
comunicação e a melodia empregada pelos falantes na produção do exemplo (1) são fundamentais para
distingui-lo de uma simples palavra sem função comunicativa. Basta imaginarmos para isso um contexto em
que alguém está chamando por uma pessoa cujo nome é "Jonas". Nesse caso, a frase (1) poderia
expressar alguma coisa como "Ei, Jonas, estou lhe chamando."

ORAÇÃO

Oração é um segmento lingüístico caracterizado basicamente:


1. pela presença obrigatória do verbo (ou locução verbal), e
2. pela propriedade de se tornar, ela mesma, um objeto de análise sintática
A maioria dos gramáticos da língua portuguesa costuma atribuir à oração uma qualidade discursiva
bastante particular que é a de expressar um conteúdo informativo na forma de uma construção dotada de
verbo. Independentemente de essa construção expressar um sentido acabado no discurso oral ou escrito, o
verbo torna-se fundamental para caracterizar a oração; por isso, a determinação de que o verbo é o núcleo
de uma oração. Vejamos alguns exemplos:
1. Gabriel toca sanfona maravilhosamente.
...[toca: verbo]
...[enunciado em forma de oração com sentido acabado]
2. portanto, traz felicidade.
...[traz: verbo]
...[enunciado em forma de oração sem sentido acabado]
Nesses dois exemplos observamos ora a expressão de um conteúdo comunicativo completo ora a
ausência desse enunciado significativo. No entanto, em nenhum dos casos podemos notar a falta do verbo.

Apostilas Decisão 40 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
As orações são, além disso, construções que, por contarem com um esquema discursivo definido,
podem ser analisadas sintaticamente. Isto é, existindo oração pressupõe-se também a existência de uma
organização interna entre os seus elementos constituintes – os termos da oração – que se reúnem em
torno do verbo. A esse tipo de exercício chamamos análise sintática, da qual a gramática da língua
costuma abstrair as diversas classificações das orações.
Para os fins de análise ou, mais modernamente, no uso comum dos termos, costuma-se empregar
equivocadamente a palavra sentença em lugar de oração e também de frase. Trata-se de uma tradução
imperfeita da noção inglesa de período: no inglês o termo phrase refere-se em português a sintagma ; o
termo clause, a "oração", e sentence, a "período".

PERÍODO

Período é o enunciado constituído de uma ou mais orações.


“Os sábios falam pouco, porque pensam e meditam” (Marquês de Maricá)
Aqui temos três orações, porque há três verbos:
1ª oração – Os sábios falam pouco
2ª oração – porque pensam
3ª oração – e meditam
Damos o nome de período simples quando é formado por uma oração somente (oração absoluta).
Ao período formado de duas ou mais orações damos o nome de período composto.

TERMOS DA ORAÇÃO

Para estudarmos os períodos formados por coordenação e por subordinação, faz-se necessário
conhecermos os termos da oração.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados em três grandes níveis:

Termos essenciais da oração:

SUJEITO PREDICADO

Termos integrantes da oração

complemento nominal Complementos verbais:


· objeto direto · objeto indireto
· predicativo do objeto · agente da passiva

Termos acessórios da oração:

adjunto adnominal adjunto adverbial


aposto vocativo

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Sujeito é um dos temos essenciais da oração. Tem por características básicas:


 estabelecer concordância com o núcleo do sintagma verbal
 apresentar-se como elemento determinante em relação ao predicado
 constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer palavra
substantivada
O sujeito só é considerado no âmbito da análise sintática, isto é, somente na organização da
sentença é que uma palavra (ou um conjunto de palavras) pode constituir aquilo que chamamos sujeito.
Nesse sentido, é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do
qual se diz alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do sujeito
(agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de
uma análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele que
estabelece concordância com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é
sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um nome.
Exemplos:
1. A padaria está fechada hoje.
...[está fechada hoje: predicado nominal]
...[fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado]

Apostilas Decisão 41 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
...[fechada: nome feminino singular]
...[a padaria: sujeito]
...[núcleo do sujeito: nome feminino singular]

2. Nós mentimos sobre nossa idade para você.


...[mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal]
...[mentimos: verbo = núcleo do predicado]
...[mentimos: primeira pessoa do plural]
...[nós: sujeito]
...[sujeito: primeira pessoa do plural]

A relação de concordância é, por excelência, uma relação de dependência, na qual dois (ou mais)
elementos se harmonizam. Um desses elementos é chamado determinado (ou principal) e o outro,
determinante (subordinado). No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o
predicado é o termo determinado. Essa posição de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca uma
sentença sem predicado.
Exemplos:
1. As formigas invadiram minha casa.
...[as formigas: sujeito = termo determinante]
...[invadiram minha casa: predicado = termo determinado]

2. Há formigas na minha casa.


...[há formigas na minha casa: predicado = termo determinado]
...[sujeito: inexistente]

O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal , isto é, seu núcleo é sempre um
nome. Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por
um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de qualquer
conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.

Exemplos:
1. Eu acompanho você até o guichê.
...[eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa]
2. Vocês disseram alguma coisa?
...[vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa]
3. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
...[Marcos: sujeito = substantivo próprio]
4. Ninguém entra na sala agora.
...[ninguém: sujeito = pronome substantivo]
5. O andar deve ser uma atividade diária.
...[o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração]

Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração
recebe o nome de oração substantiva subjetiva:
É difícil optar por esse ou aquele doce...
...[É difícil: oração principal]
...[optar por esse ou aquele doce: oração subjetiva = sujeito oracional]
É importante conhecer outras particularidades do sujeito: sujeito posposto

Sujeito posposto
Embora a Língua Portuguesa se apresente predominantemente pela ordem direta (sujeito + verbo+
predicado), é comum encontrarmos alguns termos em posições variadas na oração.
É o que se entende por ordem inversa, na qual alguns termos são encontrados em combinação
contrária ao esperado (ex.: verbo + sujeito = sujeito posposto.
Exemplos:
1. Vivendo sozinho o ancião, sua saúde se tornara precária.
2. Sobre esse assunto falo eu!

O fato de se inverter a posição dos termos na oração é movido por fatores gramaticais (ex.:
colocação pronominal) ou por fatores estilísticos. A construção de sentenças em que o sujeito é colocado
após o verbo (sujeito posposto) surge em decorrência da ênfase que se pretende dar à idéia expressa

Apostilas Decisão 42 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
pelo termo que ocupa a primeira posição na sentença. Trata-se da valorização de algum termo em
detrimento de outro e, portanto, de uma alteração estilística.
O sujeito posposto pode ser encontrado:
 nas orações interrogativas;
 em orações com verbos na forma passiva pronominal;
 em orações com verbos na forma imperativa;
 em orações reduzidas;
 em orações que expressem o discurso direto;
 em orações absolutas com verbos no subjuntivo;
 em orações subordinadas adverbiais condicionais sem conjunção;
 em orações com verbos unipessoais;
 em orações iniciadas pelos complementos verbais.

É muito importante que se localize o sujeito e o verbo na oração. Mesmo em posição que não é a
sua habitual, o verbo deve sempre concordar com o sujeito.
Predicado é um dos termos essenciais da oração. Tem por características básicas:
 apresentar-se como elemento determinado em relação ao sujeito
 apontar um atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito

Assim como o sujeito, o predicado é um segmento extraído da estrutura interna das orações ou das
frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Isso implica dizer que a noção de predicado só é
importante para a caracterização das palavras em termos sintáticos. Nesse sentido, o predicado é
sintaticamente o segmento lingüístico que estabelece concordância com outro termo essencial da oração –
o sujeito -, sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo determinado (ou
principal). Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo que se diz do sujeito” como fazem
certas gramáticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno da concordância
entre esses dois termos essenciais da oração.
Exemplos:
1. Carolina conhece os índios da Amazônia.
...[sujeito: Carolina = termo determinante]
...[predicado: conhece os índios da Amazônia = termo determinado]
...[Carolina: 3ª pessoa do singular = conhece: 3ª pessoa do singular]

2. Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João.


...[sujeito: todos nós = termo determinante]
...[predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = termo determinado]
...[Todos nós: 1ª pessoa do plural = fazemos parte: 1ª pessoa do plural]
Nesses exemplos podemos observar que a concordância é estabelecida entre algumas poucas
palavras dos dois termos essenciais. Na frase (1), entre “Carolina” e “conhece”; na frase (2), entre “nós” e
“fazemos”. Isso se dá porque a concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto é, que são
responsáveis pela principal informação naquele segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos:
um nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou locução verbal).
No primeiro caso, temos um predicado nominal e no segundo um predicado verbal. Quando, num mesmo
segmento o nome e o verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do predicado e resultam
no tipo de predicado verbo-nominal.
Exemplos:
1. Minha empregada é desastrada.
...[predicado: é desastrada]
...[núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito]
...[tipo de predicado: nominal]

2. A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.


...[predicado: demoliu nosso antigo prédio]
...[núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o sujeito]
...[tipo de predicado: verbal]

3. Os manifestantes desciam a rua desesperados.


...[predicado: desciam a rua desesperados]
...[núcleos do predicado: 1. desciam = nova informação sobre o sujeito; 2. desesperados = atributo do
sujeito]
...[tipo de predicado: verbo-nominal]

Apostilas Decisão 43 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é responsável também por definir os tipos de
elementos que aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o predicado
(verbo intransitivo). Em outros casos é necessário um complemento que, juntamente com o verbo,
constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo não
interferem na tipologia do predicado. São elementos que constituem os chamados termos integrantes da
oração.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

COMPLEMENTO NOMINAL

Dá-se o nome de complemento nominal ao termo que complementa o sentido de um nome ou um


advérbio, conferindo-lhe uma significação completa ou, ao menos, mais específica.
Como o complemento nominal vem integrar-se ao nome em busca de uma significação extensa
para nome ao qual se liga, ele compõe os chamados termos integrantes da oração.
São duas as principais características do complemento nominal:
- sempre seguem um nome, em geral abstrato;
- ligam-se ao nome por meio de preposição, sempre obrigatória.
Os complementos nominais podem ser formados por substantivo, pronome, numeral ou oração
subordinada completiva nominal.
Exemplos:
1. Meus filhos têm loucura por futebol.
...[substantivo]

2. O sonho dele era saltar de pára-quedas.


...[pronome]

3. A vitória de um é a conquista de todos.


...[numeral]

4. O medo de que lhe furtassem as jóias a mantinha afastada daqui.


...[oração subordinada completiva nominal]

Em geral os nomes que exigem complementos nominais possuem formas correspondentes a verbos
transitivos, pois ambos completam o sentido de outro termo. São exemplos dessa correlação:
- obedecer aos pais?obediência aos pais
- chegar em casa?chegada em casa
- entregar a revista à amiga?entrega da revista à amiga
- protestar contra a opressão?protesto contra a opressão

OBJETO DIRETO

Do ponto de vista da sintaxe, objeto direto é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo
direto, por isso, é complemento verbal, na grande maioria dos casos, não preposicionado. Do ponto de
vista da semântica, o objeto direto é:
- o resultado da ação verbal, ou
- o ser ao qual se dirige a ação verbal, ou
- o conteúdo da ação verbal.

O objeto direto pode ser formado por um substantivo, pronome substantivo, ou mesmo qualquer
palavra substantivada. Além disso, o objeto direto pode ser constituído por uma oração inteira que
complemente o verbo transitivo direto da oração dita principal. Nesse caso, a oração recebe o nome de
oração subordinada substantiva objetiva direta.
Exemplos:
1. O amor de Mariana transformava a minha vida.
...[transformava: verbo transitivo direto]
...[a minha vida: objeto direto]
...[núcleo: vida = substantivo]

2. Conserve isto na tua memória: vou partir em breve.


...[conserve: verbo transitivo direto]
...[isso: objeto direto = pronome substantivo]

Apostilas Decisão 44 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
3. Não prometa mais do que possa cumprir depois.
...[prometa: verbo transitivo direto]
...[mais do que possa cumprir depois: oração subordinada substantiva objetiva direta]

Os objetos diretos são constituídos por nomes como núcleos do segmento. A noção de núcleo torna-
se importante porque, num processo de substituição de um nome por um pronome deve-se procurar por um
pronome de igual função gramatical do núcleo. No exemplo (1) acima verificamos um conjunto de palavras
formando o objeto direto (a minha vida), dentre as quais apenas uma é núcleo (vida = substantivo).
Podemos transformar esse núcleo substantivo em objeto direto formado por pronome oblíquo, que é um tipo
de pronome substantivo. Além disso, nesse processo de substituição, devemos ter claro que o pronome
ocupará o lugar de todo o objeto direto e não só do núcleo do objeto. Vejamos um exemplo dessa
representação:
O amor de Mariana transformava a minha vida.
O amor de Mariana a transformava.
Os pronomes oblíquos átonos (me, te, o, a, se, etc.) funcionam sintaticamente como objetos diretos.
Isso implica dizer que somente podem figurar nessa função de objeto e não na função de sujeito, por
exemplo. Porém algumas vezes os pronomes pessoais retos (eu, tu, ele, etc.) ou pronome oblíquo tônico
(mim, ti, ele, etc.) são chamados a constituir o núcleo dos objetos diretos. Nesse caso, o uso da preposição
se torna obrigatório e, por conseqüência, tem-se um objeto direto especial: objeto direto preposicionado.
Exemplos:
1. Ame ele que é teu irmão. [Inadequado]
Ame-o que é teu irmão. [Adequado]
2. Você chamou eu ao teu encontro? [Inadequado]
Você me chamou ao teu encontro? [Adequado]
...[me: pronome oblíquo átono = sem preposição]
Você chamou a mim ao teu encontro? [Adequado]
...[a mim: pronome oblíquo tônico = com preposição]

OBJETO INDIRETO

Do ponto de vista da sintaxe, objeto indireto é o termo que completa o sentido de um verbo
transitivo indireto e vem sempre acompanhado de preposição. Do ponto de vista da semântica, o objeto
indireto é o ser ao qual se destina a ação verbal.
O objeto indireto pode ser formado por substantivo, ou pronome substantivo, ou numeral, ou ainda,
uma oração substantiva objetiva indireta. Em qualquer um desses casos, o traço mais importante e
característico do objeto indireto é a presença da preposição.
Exemplo:
A cigana pedia dinheiro a moça. [Inadequado]
A cigana pedia dinheiro à moça. [Adequado]
...[pedia = verbo transitivo direto e indireto]
...[dinheiro = objeto direto]
...[à moça = destinatário da ação verbal = objeto indireto]
O objeto indireto pode ser representado por um pronome. Como o núcleo do objeto é sempre um
nome, é possível substituí-lo por um pronome. Nesse caso, um pronome oblíquo, já que se trata de uma
posição de complemento verbal e não de sujeito da oração. O único pronome que representa o objeto
indireto é o pronome oblíquo átono lhe(s) – pronome de terceira pessoa. Os pronomes indicativos das
demais pessoas verbais são sempre acompanhados de preposição.

Exemplos:
1. Ela contava a seu pai como fora o seu dia na escola.
2. Ela lhe contava como fora o seu dia na escola.
3. Todos dariam ao padre a palavra final.
4. Todos dar-lhe-iam a palavra final.
5. Responderam a Fátima com delicadeza.
6. Responderam a mim com delicadeza.

Não é difícil confundir objeto indireto e adjunto adverbial, pois ambos os termos são construídos
com preposição. Uma regra prática para se determinar o objeto indireto e até mesmo o identificar na oração
é indagar ao verbo se ele necessita de algum complemento preposicionado. Esse complemento será:
1) Adjunto adverbial, se estiver expressando um significado adicional, como lugar, tempo, companhia,
modo e etc.
2) Objeto indireto, se estiver apenas completando o sentido do verbo, sem acrescentar outra idéia à
oração.

Apostilas Decisão 45 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplos:
1. Ele sabia a lição de cor. [Adjunto adverbial “de modo”]
2. Ele se encarregou do formulário. [Objeto indireto]

PREDICATIVO DO OBJETO

É o termo ou expressão que complementa o objeto direto ou o objeto indireto, conferindo-lhe um


atributo.
O predicativo do objeto apresenta duas características básicas:
 acompanha o verbo de ligação implícito;
 pertence ao predicado verbo-nominal.
A formação do predicativo do objeto é feita através de um substantivo ou um adjetivo.

Exemplos:
1. O vilarejo finalmente elegeu Otaviano prefeito.
...[objeto: Otaviano]
...[predicativo: substantivo]

2. Os policiais pediam calma absoluta.


...[objeto: calma]
...[predicativo: adjetivo]

3. Todos julgavam-no culpado.


...[objeto: no]
...[predicativo: adjetivo]

Alguns gramáticos admitem o predicativo do objeto em orações com verbos transitivos indiretos tais
como crer, estimar, julgar, nomear, eleger. Em geral, porém, a ocorrência do predicativo do objeto em
objetos indiretos se dá somente com o verbo chamar, com sentido de “atribuir um nome a”.
Exemplo:
Chamavam-lhe falsário, sem notar-lhe suas verdades.

AGENTE DA PASSIVA

É o termo da oração que complementa o sentido de um verbo na voz passiva, indicando-lhe o ser
que praticou a ação verbal.
A característica fundamental do agente da passiva é, pois, o fato de somente existir se a oração
estiver na voz passiva. Há três vozes verbais na nossa língua: a voz ativa, na qual a ênfase recai na ação
verbal praticada pelo sujeito; a voz passiva, cuja ênfase é a ação verbal sofrida pelo sujeito; e a voz
reflexiva, em que a ação verbal é praticada e sofrida pelo sujeito. Nota-se, com isso, que o papel do sujeito
em relação à ação verbal está em evidência.
Na voz ativa o sujeito exerce a função de agente da ação e o agente da passiva não existe. Para
completar o sentido do verbo na voz ativa, este verbo conta com outro elemento – o objeto (direto). Na voz
passiva, o sujeito exerce a função de receptor de uma ação praticada pelo agente da passiva. Por
conseqüência, é este mesmo agente da passiva que complementa o sentido do verbo neste tipo de oração,
substituindo o objeto (direto).
Exemplo:
O barulho acordou toda a vizinhança. [oração na voz ativa]
...[o barulho: sujeito]
...[acordou: verbo transitivo direto = pede um complemento verbal]
...[toda a vizinhança: ser para o qual se dirigiu a ação verbal = objeto direto]

Toda a vizinhança foi acordada pelo barulho. [oração na voz passiva]


...[toda a vizinhança: sujeito]
...[foi: verbo auxiliar / acordada: verbo principal no particípio]
...[pelo barulho: ser que praticou a ação = agente da passiva]

O agente da passiva é um complemento exigido somente por verbos transitivos diretos (aqueles que
pedem um complemento sem preposição). Esse tipo de verbo, em geral, indica uma ação (em oposição aos
verbos que exprimem estado ou processo) que, do ponto de vista do significado, é complementada pelo
auxílio de outro termo que é o seu objeto (em oposição aos verbos que não pedem complemento: os verbos
intransitivos). Como vimos, na voz passiva o complemento do verbo transitivo direto é o agente da passiva;

Apostilas Decisão 46 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
já na voz ativa esse complemento é o objeto direto. Nas orações com verbos intransitivos, então, não existe
agente da passiva, porque não há como construir sentenças na voz passiva com verbos intransitivos.
Observe:
1. Karina socorreu os feridos.
...[verbo transitivo direto na voz ativa]

2. Os feridos foram socorridos por Karina


...[verbo transitivo direto na voz passiva]

3. Karina gritou.
...[verbo intransitivo na voz ativa]

4. Karina foi gritada. (sentença inaceitável na língua)


...[verbo intransitivo na voz passiva]

*Os feridos: objeto direto em (1) e sujeito em (2)


Karina: sujeito em (1) e agente da passiva em (2)

A oração na voz passiva pode ser formada através do recurso de um verbo auxiliar ( ser, estar). Nas
construções com verbo auxiliar, costuma-se explicitar o agente da passiva, apesar de ser este um termo de
presença facultativa na oração. Em orações cujo verbo está na terceira pessoa do plural, é muito comum
ocultar-se o agente da passiva. Isso se justifica pelo fato de que, nessas situações, o sujeito pode ser
indeterminado na voz ativa. Porém mesmo nesses casos, a ausência do agente é fruto da liberdade do
falante.
Exemplos:
1. Os visitantes do zoológico foram atacados pelos bichos.
...[foram: verbo auxiliar / passado do verbo “ser”]
...[pelos bichos: agente da passiva]

2. Nossas reivindicações são simplesmente ignoradas.


...[são: verbo auxiliar / presente do verbo “ser”]
...[agente da passiva: ausente]

3. Cercaram a cidade. [voz ativa com sujeito indeterminado]


A cidade está cercada.
...[está: verbo auxiliar / presente do verbo “estar”]
...[agente da passiva: ausente]
A cidade está cercada pelos inimigos.
...[pelos inimigos: agente da passiva]

O agente da passiva é mais comumente introduzido pela preposição por (e suas variantes: pelo, pela,
pelos, pelas). É possível, no entanto, encontrar construções em que o agente da passiva é introduzido pelas
preposições de ou a.
Exemplos:
1. O hino será executado pela orquestra sinfônica.
...[pela orquestra sinfônica: agente da passiva]
2. O jantar foi regado a champanhe.
...[a champanhe: agente da passiva]

3. A sala está cheia de gente.


...[de gente: agente da passiva]

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

ADJUNTO ADNOMINAL

É a palavra ou expressão que acompanha um ou mais nomes conferindo-lhe um atributo. Trata-se,


portanto, de um termo de valor adjetivo que modificará o nome a que se refere.
Os adjuntos adnominais não determinam ou especificam o nome, tal qual os determinantes. Ao
invés disso, eles conferem uma nova informação ao nome e por isso são chamados de modificadores.
Além disso, os adjuntos adnominais não interferem na compreensão do enunciado. Por esse
motivo, eles pertencem aos chamados termos acessórios da oração.

Apostilas Decisão 47 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Os adjuntos adnominais podem ser formados por artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome
adjetivo, numeral e oração adjetiva.

Exemplos:
1. Nosso velho mestre sempre nos voltava à mente.
...[nosso: pronome adjetivo]
...[velho: adjetivo]

2. Todos querem saber a música que cantarei na apresentação.


...[a: artigo]
...[que cantarei na apresentação: oração adjetiva]

ADJUNTO ADVERBIAL

É a palavra ou expressão que acompanha um verbo, um adjetivo ou um advérbio modificando a


natureza das informações que esses elementos transmitem. Por esse seu caráter, o adjunto adverbial é
tido como um modificador. Pelo fato de não ser um elemento essencial ao enunciado, insere-se no rol dos
termos acessórios da oração.
A modificação que os adjuntos adverbiais conferem aos elementos aos quais se liga na sentença é
de duas naturezas: a primeira, de modificação circunstancial, e a segunda, de intensidade.
Exemplos:
1. Os candidatos foram selecionados aleatoriamente.
...[aleatoriamente: modifica o segmento verbal “foram selecionados”]
...[natureza do adjunto adverbial: modificador]

2. Os preços dos remédios aumentaram demais.


...[demais: intensifica o segmento verbal “aumentaram”]
...[natureza do adjunto adverbial: intensificador]

Os adjuntos adverbiais podem ser representados por meio de um advérbio, uma locução adverbial
ou uma oração inteira denominada oração subordinada adverbial.
Exemplos:
1. Os ingressos para o espetáculo de dança esgotaram-se hoje.
...[hoje: advérbio = adjunto adverbial]

2. Acompanharemos de perto todos os teus passos!


...[de perto: locução adverbial = adjunto adverbial]

3. Eles sabiam que me magoavam com aquela maneira de falar.


...[com aquela maneira de falar: oração subordinada adverbial]

Freqüentemente observa-se certa confusão estabelecida entre o adjunto adverbial expressado por
uma locução adverbial e o objeto indireto. Isso se dá porque ambas as construções são introduzidas por
uma preposição. Deve-se ter claro, no entanto, que o objeto indireto é essencial para complementar o
sentido de um verbo transitivo indireto, ao passo que o adjunto adverbial é elemento dispensável para a
compreensão do sentido tanto de um verbo como de qualquer outro elemento ao qual se liga. Além disso, o
objeto indireto é complemento verbal; já o adjunto adverbial pode ou não estar associado a verbos.
Exemplos:
1. Essa minha nota equivale a um emprego.
...[a um emprego: complementa o sentido do verbo transitivo indireto”equivaler”]
...[a um emprego: objeto indireto]

2. Estávamos todos reunidos à mesa.


...[à mesa: modifica a informação verbal “estávamos reunidos”]
...[à mesa: adjunto adverbial (de lugar)]

APOSTO

É o termo da oração que se associa a outro termo para especificá-lo ou explicá-lo. O aposto tem
caráter nominal, ou seja, é representado por nomes e não por verbos ou advérbios. Seu emprego é tido
como acessório na oração porque o enunciado sobrevive sem a informação veiculada através do aposto.
Exemplos:
1. Meu nome estava definitivamente fora da lista dos aprovados.

Apostilas Decisão 48 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
...[oração sem aposto]
Meu nome, Espedito, estava definitivamente fora da lista dos aprovados.
...[Espedito: aposto / substantivo próprio = nome]
...[idéia expressada pelo aposto: especificação (do sujeito)]

2. Nas festas de Santo Antônio as pessoas faziam promessas.


...[oração sem aposto]
Nas festas de Santo Antônio, santo casamenteiro, as pessoas faziam promessas.
...[santo casamenteiro: aposto / núcleo: substantivo = nome]
...[idéia expressada pelo aposto: explicação (do adjunto adnominal)]

Na língua portuguesa o aposto costuma vir acompanhado de uma pausa expressada através da
vírgula ou do sinal de dois pontos. No entanto, o uso da pontuação para marcar a posição do aposto na
sentença não é obrigatório. Trata-se de uma elegância textual, para a qual a utilização, especialmente das
vírgulas, torna o aposto mais destacado.
Exemplos:
1. Aquela rodovia de São Paulo a Campinas foi ampliada recentemente.
...[aposto não separado por vírgulas]

2. Tua cunhada, solteira e de muitas posses, ainda quer se casar?


...[aposto separado por vírgulas]

3. Ninguém sabia informar sobre a prova: data, horário e local.


...[aposto introduzido pelos dois pontos]

É comum notarmos certa confusão entre aposto e adjunto adnominal, já que o aposto pode ser
introduzido por meio da preposição de. Deve-se ter claro, no entanto, que o aposto tem sempre o
substantivo como seu núcleo, ao passo que o adjunto adnominal pode ser representado por um adjetivo.
Uma maneira prática de identificar um ou outro termo da oração é transformar o segmento num adjetivo. Se
a operação tiver sucesso, tratar-se-á de um adjunto adnominal.
Exemplos:
1. As paredes de fora estão sendo pintadas agora.
...[de fora > externo = adjunto adnominal]

As paredes externas estão sendo pintadas agora.


2. A praça da República foi invadida pelos turistas.
...[da República: aposto]

Uma oração inteira também pode exercer a função de aposto. Nesse caso ela recebe o nome de
oração subordinada substantiva apositiva:
Normalmente optamos pelo futebol, o que é típico de brasileiro.
...[aposto associado ao núcleo do objeto indireto “futebol”]

VOCATIVO

É a palavra ou conjunto de palavras, de caráter nominal, que empregamos para expressar uma
invocação ou chamado.
O vocativo é um elemento que, embora colocado pelos gramáticos dentre os termos da oração,
isola-se dela. Isto é, o vocativo não se integra sintaticamente aos termos essenciais da oração (sujeito e
predicado) e pode, sozinho, constituir-se uma frase. Essa propriedade advém do fato de que o vocativo
insere, na oração, o interlocutor discursivo, ou seja, aquele a quem o falante se dirige na situação
comunicativa.
Exemplos:
1. Por Deus, Amélia, vamos encerrar essa discussão!
2. Posso me retirar agora, senhor?
3. Meninos!
...[vocativo constituindo uma frase]

A entonação melódica da língua falada costuma acentuar os vocativos. Essa forma de expressão é
reproduzida, na língua escrita, por meio de sinais de pontuação. Assim, o vocativo é obrigatoriamente
acompanhado de uma pausa: curta, através do recurso da vírgula; longa, através do recurso da exclamação
ou das reticências. Não há posição definida para o vocativo na sentença, porém, quando se apresenta no
interior da oração, deve ser colocado entre vírgulas.

Apostilas Decisão 49 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Além disso, é bastante comum encontrarmos o vocativo associado a alguma forma de ênfase. Se
não através da pontuação, o recurso mais popular é vê-lo associado a uma interjeição.
Exemplos:
1. Ah, mãe! Deixe-me ir ao jogo hoje!
2. Ó, céus, para quê tanto espetáculo em dias tão desastrosos?

Há de atentarmos para uma distinção entre o vocativo e frases constituídas por um único substantivo.
Nestas não se verifica qualquer invocação ao interlocutor do discurso, mas, antes, se dirigem a alguém
expressando um aviso, um pedido ou um conselho. No vocativo, porém, o interlocutor é chamado a integrar
o discurso do falante.
Exemplos:
1. Perigo!
...[frase constituída por um substantivo]
2. Rebeca!
...[vocativo]

Período é a unidade lingüística composta por uma ou mais orações. Tem como características
básicas:
1. a apresentação de um sentido ou significado completo
2. encerrar-se por meio de certos símbolos de pontuação.
Uma das propriedades da língua é expressar enunciados articulados. Essa articulação é evidenciada
internamente pela verificação de uma qualidade comunicativa das informações contidas no período. Isto é,
um período é bem articulado quando revela informações de sentido completo, uma idéia acabada. Esse
atributo pode ser exibido em termos de um período constituído por uma única oração - período simples –
ou constituído por mais de uma oração – período composto.
Exemplos:
1. Sabrina tinha medo do brinquedo.
...[período simples]
2. Sabrina tinha medo do brinquedo, apesar de levá-lo consigo todo o tempo.
...[período composto]

Não há uma forma definida para a constituição de períodos, pois se trata de uma liberdade do
falante de elaborar seu discurso da maneira como quiser ou como julgar ser compreendido na situação
discursiva. Porém a língua falada, mais freqüentemente, organiza-se em períodos simples, ao passo que a
língua escrita costuma apresentar maior elaboração sintática, o que faz notarmos a presença maior de
períodos compostos. Um dos aspectos mais notáveis dessa complexidade sintática nos períodos compostos
é o uso dos vários recursos de coesão. Isso pode ser visualizado no exercício de transformação de alguns
períodos simples em período composto fazendo uso dos chamados conectivos (elementos lingüísticos que
marcam a coesão textual).
Exemplos:
1. Eu tenho um gatinho muito preguiçoso. Todo dia ele procura a minha cama para dormir. Minha mãe
não gosta do meu gatinho. Então, eu o escondo para a minha mãe não ver que ele está dormindo
comigo.
2. Eu tenho um gatinho muito preguiçoso, que todo dia procura a minha cama para dormir. Como a
minha mãe não gosta dele, eu o escondo e, assim, ela não vê que o gatinho está dormindo comigo.

Notem que no exemplo (1) temos um parágrafo formado por quatro períodos. Já no exemplo (2) o
parágrafo está organizado em apenas dois períodos. Isso é possível articulando as informações por meio de
alguns conectivos (que, como, assim) e eliminando os elementos redundantes (o gatinho, minha mãe = ele,
ela).
Finalmente, os períodos são definidos materialmente no registro escrito por meio de uma marca da
pontuação, das quais se excluem a vírgula e o ponto-e-vírgula. O recurso da pontuação é uma forma de
reproduzir na escrita uma longa pausa percebida na língua falada.
Todas as orações de um período composto podem ligar-se por conetivos coordenativos (formando os
períodos compostos por coordenação) ou subornativos (formando os períodos compostos por
subordinação), estando esses conectivos claros ou ocultos.

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

ORAÇÕES COORDENADAS

             As orações coordenadas são independentes sintaticamente. Não exercem nenhuma função
sintática em relação a outra dentro do período.

Apostilas Decisão 50 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
            Quando não são introduzidas por conjunções (conectivos), são classificadas como assindéticas.
Exemplo:
            “No alto da figueira estava, / no alto da figueira fiquei.” (J. C. de Carvalho)
            
            Se introduzidas por conjunções (conectivo), classificam-se como sindéticas, recebendo o nome da
conjunção que as introduzem, assim:
  a) aditivas (e, nem, mas também...)
Exemplo:
            O ministro não pediu demissão e manteve sua posição anterior.
 
b) adversativa (mas, porém, todavia, contudo, entretanto)
Exemplo:
            O ministro pediu demissão, mas o presidente não a aceitou.
 
c) explicativas (que, porque, e a palavra pois antes do verbo)
Exemplo:
            Peçam a demissão dos seus assessores, pois eles pouco fazem para o bem do povo.
 
d) conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, por isso, de modo que e a palavra
pois após o verbo)
Exemplo:
            Os assessores pouco fazem pelo povo; devem, pois, deixar seus cargos.
 
e) alternativas (ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ... seja, já ... já, talvez ...
talvez)
Exemplo:

            O Congresso deve ser soberano, ou perderá a legitimidade.

ORAÇÕES SUBORDINADAS

         São orações dependentes sintaticamente de outra. Exercem uma função sintática correspondente
ao substantivo, adjetivo ou advérbio.
Exemplo:
        Os credores internacionais esperavam  / que o Brasil suspendesse o pagamento dos juros.
        Nesse exemplo, a segunda oração está subordinada à primeira, pois exerce função sintática de
objeto direto do verbo esperar.
 
· Orações subordinadas substantivas
            São aquelas que exercem função sintática própria de um substantivo, a saber: sujeito, objeto
direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto ou agente da passiva.
Assim temos:
a) Subjetiva
            Função de sujeito em relação ao verbo da principal.
Exemplos:
            É importante / que tenhamos o equilíbrio da balança comercial.
            Ainda se espera / que o governo mude as normas do imposto de renda.
            Ainda era esperado / que a equipe palmeirense se reabilitasse.
            Consta / que haverá mudanças no ministério, caso o presidente seja reeleito.

  b) Objetiva direta
            Função de objeto direto em relação ao verbo da principal.
Exemplo:
            Os contribuintes esperam / que o governo altere as normas do imposto de renda.
 
c) Objetiva indireta
            Função de objeto indireto em relação ao verbo da principal.
Exemplo:
            O país necessita / de que se faça uma melhor distribuição de renda.
 
d) Completiva nominal
            Função sintática de complemento nominal em relação a um substantivo, adjetivo ou advérbio da
principal.

Apostilas Decisão 51 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplos:
            O país tem necessidade / de que se faça uma reforma social.
            O governador era contrário / a que mudassem as regras do jogo.
            Percebia-se que agia favoravelmente / a que mudassem as regras do jogo.
 
e) Predicativa
            Função de predicativo do sujeito em relação à principal.
Exemplo:
            O medo dos empresários era / que sobreviesse uma violenta recessão.
 
f) Apositiva
            Função de aposto em relação a um termo da principal.
Exemplo:
            O receio dos jogadores era esse: / que o técnico não os ouvisse.
 
g) Agente da passiva
            Função de agente da passiva em relação à principal.
Exemplo:
            O assunto era explicado / por quem o entendia profundamente.

· Orações subordinadas adjetivas


            São aquelas que exercem função sintática própria de um adjetivo:
 
a) Restritivas
            Restringem, limitam o sentido de um termo da oração principal. Não são isoladas por vírgulas.
Exemplo:
            A doença que surgiu nestes últimos anos pode matar muita gente.
 
b) Explicativas
            Explicam, generalizam o sentido de um termo da oração principal. São isoladas por vírgulas.
Exemplo:
            As doenças, que são um flagelo da humanidade, já mataram muita gente.
 
Observação:
            As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos: que, quem, o qual, a
qual, cujo, onde, como, quando etc.
            Os pronomes relativos exercem funções sintáticas, a saber:
  a) Sujeito
Exemplo:
            Os trabalhadores que fizeram greve exigiam aumento salarial.
            (= Os trabalhadores fizeram greve.)

  b) Objeto direto
Exemplo:
            As reivindicações que os trabalhadores faziam preocupavam os empresários.
            (= Os trabalhadores faziam as reivindicações.)
 
c) Objeto indireto
Exemplo:
            O aumento de que todos necessitavam proveria o sustento da casa.
            (= Todos necessitavam do aumento.)
 
d) Complemento nominal
Exemplo:
            O aumento de que todos tinham necessidade proveria o sustento da casa.
            (= Todos tinham necessidade do aumento.)
 
e) Predicativo do sujeito
Exemplo:
            O grande mestre que ele sempre foi agradava a todos.
            (= Ele sempre foi o grande mestre.)
 
f) Adjunto adnominal

Apostilas Decisão 52 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo:
            Os peregrinos de cujas contribuições a paróquia dependia retornaram à sua cidade.
            (= A paróquia dependia de suas contribuições.)
 
g) Adjunto adverbial
Exemplo:
            Observem o jeitinho como ela se requebra.
            (= Ela se requebra com jeitinho.)

· Orações subordinadas adverbiais


            São aquelas que exercem função sintática própria de advérbio, ou seja, adjunto adverbial em
relação à principal.
 
a) Causal
Exemplo:
            Todos se opuseram a ele, porque não concordavam com suas idéias.
 
b) Condicional
Exemplo:
            Se houvesse opiniões contrárias, o acordo seria desfeito.
 
c) Temporal
Exemplo:
            Assim que chegou a casa, resolveu os problemas.
 
d) Proporcional
Exemplo:
            Quanto mais obstáculos surgiam, mais ele se superava.
 
e) Final
Exemplo:
            O pai sempre trabalhou para que os filhos estudassem.
  f) Conformativa
Exemplo:
            Os jogadores procederam segundo o técnico lhes ordenara.
 
g) Consecutiva
Exemplo:
            Suas dívidas eram tantas que vivia nervoso.

  h) Concessiva
Exemplo:
            Embora enfrentasse dificuldades, procurava manter a calma.
 
i) Comparativa
Exemplo:
            Ele sempre se comportou tal qual um cavalheiro.

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância

É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem harmonicamente
na frase.
A concordância pode ser feita de três formas:

1 - Lógica ou gramatical – é a mais comum no português e consiste em adequar o


determinante(acompanhante) à forma gramatical do determinado(acompanhado) a que se refere.
Ex.: A maioria dos professores faltou.
O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito (maioria)

Ex.: Escolheram a hora adequada.


O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram com o substantivo (hora).

Apostilas Decisão 53 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
2 - Atrativa – é a adequação do determinante :
a) a apenas um dos vários elementos determinados, escolhendo-se aquele que está mais próximo:
Escolheram a hora e o local adequado.
O adjetivo (adequado) está concordando com o substantivo mais próximo (local)
b) a uma parte do termo determinado que não constitui gramaticalmente seu núcleo:
A maioria dos professores faltaram.
O verbo (faltaram) concordou com o substantivo (professores) que não é o núcleo do sujeito.
c) a outro termo da oração que não é o determinado:
Tudo são flores.
O verbo (são) concorda com o predicativo do sujeito (flores).

3 - Ideológica ou silepse- consiste em adequar o vocábulo determinante ao sentido do vocábulo


determinado e não à forma como se apresenta:
O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram.
O verbo (aplaudiram) concorda com a idéia da palavra povo (plural) e não com sua forma (singular).
Existem dois tipos de concordância:
 Nominal
 Verbal

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com o substantivo a
que se referem em gênero e número.
Ex.: Dois pequenos goles de vinho e um calçado certo deixam qualquer mulher irresistivelmente
alta.

Concordâncias especiais:
Ocorrem quando algumas palavras variam sua classe gramatical, ora se comportando como um
adjetivo (variável) ora como um advérbio (invariável).

Mais de um vocábulo determinado:

1- Pode ser feita a concordância gramatical ou a atrativa.


Ex.: Comprei um sapato e um vestido pretos. (gramatical, o adjetivo concorda com os dois substantivos)
Comprei um sapato e um vestido preto. (atrativa, apesar do adjetivo se referir aos dois substantivos ele
concordará apenas com o núcleo mais próximo) Um só vocábulo determinado
1- Um substantivo acompanhado (determinado) por mais de um adjetivo: os adjetivos concordam com o
substantivo
Ex.: Seus lábios eram doces e macios.

2- Bastante- bastantes
Quando adjetivo, será variável e quando advérbio, será invariável
Ex.: Há bastantes motivos para sua ausência. (bastantes será adjetivo de motivos)
Os alunos falam bastante. ( bastante será advérbio de intensidade referindo-se ao verbo)

3- Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio


São adjetivos que devem concordar com o substantivo a que se referem.
Ex.: A fotografia vai anexa ao curriculum.
Os documentos irão anexos ao relatório.

Quando precedido da preposição em, fica invariável.


Ex.: A fotografia vai em anexo.

Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue o documento.


A professora disse: muito obrigada./ O professor disse: muito obrigado.
Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará o trabalho.

Mesmo pode ser advérbio quando significa realmente, de fato. Será portanto invariável.
Ex.: Maria viajará mesmo para os EUA.
Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria fará o pedido ao diretor.

4- Muito, pouco, caro, barato, longe, meio, sério, alto

Apostilas Decisão 54 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
São palavras que variam seu comportamento funcionando ora como advérbios (sendo assim
invariáveis) ora como adjetivos (variáveis).
Ex.: Os homens eram altos./ Os homens falavam alto.
Poucas pessoas acreditavam nele./ Eu ganho pouco pelo meu trabalho.
Os sapatos custam caro./ Os sapatos estão caros.
A água é barata./ A água custa barato.
Viajaram por longes terras./ Eles vivem longe.
Eles são homens sérios./ Eles falavam sério.
Muitos homens morreram na guerra./ João fala muito.
Ele não usa meias palavras./ Estou meio gorda.

5-É bom, é necessário, é proibido


Só variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante.
Ex.: É proibido entrada de estranhos./ É proibida a entrada de estranhos.
É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada.

6- Menos, alerta, pseudo


São sempre invariáveis.
Ex.: Havia menos professores na reunião./Havia menos professoras na reunião.
O aluno ficou alerta./ Os alunos ficaram alerta.
Era um pseudomédico./ Era uma pseudomédica.

7- Só, sós
Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbios serão invariáveis.
Ex.: A criança ficou só./ As crianças ficaram sós. (adjetivo)
Depois da briga, só restaram copos e garrafas quebrados. (advérbio)

A locução adverbial a sós é invariável.


Ex.: Preciso falar a sós com ele.

8- Concordância dos particípios


Os particípios concordarão com o substantivo a que se referem.
Ex.: Os livros foram comprados a prazo./ As mercadorias foram compradas a prazo.

Se o particípio pertencer a um tempo composto será invariável.


Ex.: O juiz tinha iniciado o jogo de vôlei./ A juíza tinha iniciado o jogo de vôlei.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.


Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de
ser.
Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples
Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo- o verbo fica no singular.
Ex.:A multidão gritou pelo rádio.

Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.


Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda com o antecedente do pronome.

Apostilas Decisão 55 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o
antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ...,
etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal
(nós ou vós).
Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com eles em pessoa e
número.

Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural- se o sujeito não vier precedido de artigo, o
verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo
concorda com o numeral.
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões a maioria, a maior parte, grande parte, etc.- o verbo poderá
ser usado no singular ( concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).
Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o verbo poderá ser usado no singular ou
plural se este vier afastado do substantivo.
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade,
temendo a violência da rua, permanecem em casa.

2) Sujeito composto
Regra geral: o verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes- o verbo ficará no plural
seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural) amigos.

O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.


Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis ( 2ª pessoa do plural) amigos.

O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.


No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Ex.: Tu e ele se tornarão amigos.(3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.
Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e - o verbo concordará com os
dois núcleos.
Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural
(concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se
concentrar.
Apostilas Decisão 56 Apostilas Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
d) Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas
com o núcleo mais próximo.
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concorda com o aposto
resumidor.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...- o verbo poderá
ficar no singular ou no plural.
Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular quando a idéia for de
exclusão e plural quando for de inclusão.
Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como/ assim...como/ não só...mas
também, etc.) - o mais comum é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos
estiverem no singular.
Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo./ Tanto Erundina quanto
Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula SE:
a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.
Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.


Ex.: Precisa-se de secretárias.

c- Confia-se em pessoas honestas.

2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.

O verbo existir não é impessoal. Veja:


Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir sérios problemas na cidade

3) Verbos dar, bater e soar


Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele
devem concordar.
Ex.: O relógio deu duas horas.
Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.

1) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.

2) Concordância com o infinitivo

Apostilas Decisão 57 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.
Ex.: Esperei-as chegar.
- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o
verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo
(ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Ex.: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.
- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e
determinante de verbo não causativo nem sensitivo.
Ex.: Esperei saírem todos.

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto


- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.
Ex.: Passamos horas a comentar o filme.(comentando)
- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.
Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o texto.
- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e
está indicado por algum termo do contexto.
Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.
- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e
não está indicado por nenhum termo no contexto.
Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.

c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal


- não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal quando devida à
ordem dos termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.
Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.
- é facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o
verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela./
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.

3) Concordância com o verbo ser:


a- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO,
ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concordarão com o predicativo.
Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.

Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.


Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

b- O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou
QUEM.
Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?

c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será com a expressão numérica
Ex.: São nove horas./ É uma hora.
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se a palavra dia.Ex.: Hoje são
24 de outubro./ Hoje é (dia) 24 de outubro.

d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o
pronome.
Ex.: Aqui o presidente sou eu.

Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece
primeiro, considerando o sujeito da oração.
Ex.: Eu não sou tu

e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.


Ex.: O menino era as esperanças da família.

f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações de preço, peso,
quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.
Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito.

Apostilas Decisão 58 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
g- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar
invariáveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito
posposto.
Ex.: É necessário aqueles materiais./ São necessários aqueles materiais.

h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o
que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.
Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam atrasados.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Regência é a parte da Gramática Normativa que estuda a relação entre dois termos, verificando se
um termo serve de complemento a outro. A palavra ou oração que governa ou rege as outras chama-se
regente ou subordinante; os termos ou oração que dela dependem são os regidos ou subordinados.
Ex.: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a uma vida melhor. (desejar)

REGÊNCIA NOMINAL

Alguns nomes também exigem complementos preposicionados. Conheça alguns:

1- acessível a 34- digno de 67- natural de


2- acostumado a, com 35- entendido em 68- necessário a
3- adaptado a, para 36- equivalente a 69- negligente em
4- afável com, para com 37- erudito em 70- nocivo a
5- aflito com, em, para, por 38- escasso de 71- ojeriza a, por
6- agradável a 39- essencial para 72- paralelo a
7- alheio a, de 40- estranho a 73- parco em, de
8- alienado a, de 41- fácil de 74- passível de
9- alusão a 42- favorável a 75- perito em
10- amante de 43- fiel a 76- permissivo a
11- análogo a 44- firme em 77- perpendicular a
12- ansioso de, para, por 45- generoso com 78- pertinaz em
13- apto a, para 46- grato a 79- possível de
14- atento a, em 47- hábil em 80- possuído de
15- aversão a, para, por 48- habituado a 81- posterior a
16- ávido de, por 49- horror a 82- preferível a
17- benéfico a 50- hostil a 83- prejudicial a
18- capaz de, para 51- idêntico a 84- prestes a
19- certo de 52- impossível de 85- propenso a, para
20- compatível com 53- impróprio para 86- propício a
21- compreensível a 54- imune a 87- próximo a, de
22- comum a, de 55- incompatível com 88- relacionado com
23- constante em 56- inconseqüente com 89- residente em
24- contemporâneo a, de 57- indeciso em 90- responsável por
25- contrário a 58- independente de, em 91- rico de, em
26- curioso de, para, por 59- indiferente a 92- seguro de, em
27- desatento a 60- indigno de 93- semelhante a
28- descontente com 61- inerente a 94- sensível a
29- desejoso de 62- insaciável de 95- sito em
30- desfavorável a 63- leal a 96- suspeito de
31- devoto a, de 64- lento em 97- útil a, para
32- diferente de 65- liberal com 98- versado em
33- difícil de 66- medo a, de

REGÊNCIA VERBAL

1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.

2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em.


Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina.

Apostilas Decisão 59 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
1- Namorar – não se usa com preposição.
Ex.: Joana namora Antônio.

2- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a.


Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu ao professor.

5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com.


Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História.

Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas quando os
mesmos aparecem acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu
professor de História.
6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a
preposição a.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.

Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais,
muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

Verbos que apresentam mais de uma regência

1 – Aspirar
a- no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da manhã.
b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava.

2 – Assistir
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Ex.: O técnico assistia os
jogadores novatos.
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.
Ex.: Não assistimos ao show.
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.
Ex.: Assiste ao homem tal direito.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.
Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.

3 - Esquecer/lembrar
a- Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.
Ex.: Esqueci o nome dela.
b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de.
Ex.: Lembrei-me do nome de todos.

4 – Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.
b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos.
c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a.
Ex.: Viso a uma situação melhor.

5 – Querer
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje.
b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a.
Ex.: Quero muito aos meus amigos.

6 – Proceder
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.
Ex.: Suas queixas não procedem.
b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de.
Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo.
c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a.
Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa.

7 - Pagar/ perdoar

Apostilas Decisão 60 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição. Ex.: Ela pagou a conta do
restaurante.
b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a. Ex.: Perdoou a
todos,

8 – Informar
a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:
1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre). Ex.: Informou todos
do ocorrido.
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.: Informou a todos o ocorrido.

9 – Implicar
a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.
Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a
preposição em.
Ex.: Implicou o negociante no crime.
c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com.
Ex.: Implica com ela todo o tempo.

10- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o
problema.
b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O carro custou-me todas
as economias.
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.
Ex.: Imóveis custam caro.

EMPREGO DO ACENTO GRAVE INDICADOR DA CRASE

Crase é o nome que se dá à fusão de dois fonemas.


Na língua escrita, indica-se a crase por meio do acento grave (‘).
Emprega-se a crase sempre que ocorram duas condições:
- Palavra que exija a preposição a;
- Palavra que venha antecedida do artigo feminino a ou as.

NÃO se emprega a crase diante de palavras que não pedem artigo feminino a ou as.
Abaixo, seguem algumas classes de palavras que não vêm antecedidas de artigo. Portanto, diante
delas, não se usa crase:

1. Diante de verbo:
Começou a chover.
Chegaram a falar.

2. Diante de palavras masculinas:


Vende-se a prazo.
Caminhavam a pé.
Entreguei isto a João.

3. Diante de pronomes pessoais:


Obedeceu a mim.
Disse a ela.

4. Diante de pronomes de tratamento:


Faço a V.Sª. este pedido.
Amou a você.

Exceções: Excetuam-se senhora, senhorita, dona:


Peço à senhora a fineza de sair.
Remeto à senhorita a encomenda.
Os alunos se referiram à dona Epifânia.

Apostilas Decisão 61 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
5. Diante de palavras de sentido indefinido:
Matéria referente a pesquisas.

6. Diante do artigo indefinido, pronome indefinido e pronomes demonstrativos esta e essa:


Dirigiu-se a uma pessoa.
a certa - a qualquer - a toda - a cada - a esta
Observação: ocorre crase antes do numeral uma:
Irei vê-la à uma hora da tarde.

7. Diante de nomes de cidades:


Fui a Santos.
Dirigiu-se a Recife.

Observação: emprega-se a crase diante de nomes próprios de cidade, quando estiverem determinados
por adjetivo ou locução adjetiva:
Fui à moderna Brasília.

8. Em expressões formadas de palavras repetidas:


Ficou face a face diante do medo.
Havia desprezo de parte a parte.

9. Diante da palavra “casa”:


Vou a casa. (Vou para casa)

Observação: se a palavra “casa” vier determinada, emprega-se a crase:


Vou à casa de Marta. (Vou para a casa de Marta).

OS CASOS DE EMPREGO DA CRASE

Emprega-se a crase:
1. em expressões que indicam número de horas:
Às duas horas, começaremos a reunião.
O comício será às dez horas.

2. Quando ocorre ou está subentendida a expressão moda de ou moda:


Vestia-se à moda baiana.
Comeu um tutu à mineira. (à moda mineira)

3. Em locuções adverbiais femininas:


Estou à procura de amor. (locução adverbial de fim)
Chegaremos da escola à tarde. (locução adverbial de tempo)
Ele só trabalhava à força. (locução adverbial de modo)
O objeto estava à margem. (locução adverbial de lugar)

Observação: Não ocorre crase diante de locuções adverbiais femininas de instrumento ou de meio.
Escreveu o texto a máquina.
Pedro foi morto a bala.

4. Pode ocorrer crase diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
Dirigiu-se para aquele lugar. > Dirigiu-se a aquele lugar. > Dirigiu-se àquele lugar.
(Nesta frase, houve a fusão da preposição a com o fonema a de aquele).

CASOS FACULTATIVOS

A crase á facultativa:
1. diante de pronomes possessivos femininos no singular:
Fez referência à sua irmã.
Fez referência a sua irmã.

2. Depois da preposição até:


Ele foi até a janela.
Ele foi até à janela.

Apostilas Decisão 62 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
3. Diante de nomes próprios femininos de pessoas:
Fizeram alusão a Priscila.
Fizeram alusão à Priscila.

 
SINAIS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar
recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc...
Divisão e emprego dos sinais de pontuação:

1- PONTO ( . )
a) indicar o final de uma frase declarativa.
Ex.: Lembro-me muito bem dele.

b) separar períodos entre si.


Ex.: Fica comigo. Não vá embora.

c) nas abreviaturas
Ex.: Av.; V. Ex.ª

2- DOIS-PONTOS ( : )
a) iniciar a fala dos personagens:
Ex.: Então o padre respondeu:
- Parta agora.

b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam,


resumem idéias anteriores.
Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.

c) antes de citação
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que
seja infinito enquanto dure.”

3- RETICÊNCIAS ( ... )
a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.
Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.

b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta


Ex.: - Alô! João está?
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...

c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de


idéia.
Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...”
(Cecília- José de Alencar)

d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.


Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros- Raimundo Fagner)

4- PARÊNTESES ( ( ) )
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.
Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas.
"Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

5- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
a) Após vocativo
Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos)

b) Após imperativo
Ex.: Cale-se!

Apostilas Decisão 63 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
c) Após interjeição
Ex.: Ufa! Ai!

d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional


Ex.: Que pena!

6- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretas
Ex.: Como você se chama?

b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação


Ex.: - Quem ganhou na loteria?
- Você.
- Eu?!

7- VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos
por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade
sintática.
Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.

Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode
separá-los por meio de vírgula.

Não se separam por vírgula:


a) predicado de sujeito;
b) objeto de verbo;
c) adjunto adnominal de nome;
d) complemento nominal de nome;
e) predicativo do objeto do objeto;
f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa)

A vírgula no interior da oração


É utilizada nas seguintes situações:
a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.
A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.

b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.

c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.


Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.
As pessoas, muitas vezes, são falsas.

d) separar elementos de uma enumeração.


Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.

e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.


Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem.

f) separar conjunções intercaladas.


Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.

g) separar o complemento pleonástico antecipado.


Ex.: A mim, nada me importa.

h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.


Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.

i) separar termos coordenados assindéticos.


Ex.: "Lua, lua, lua, lua,
por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)

Apostilas Decisão 64 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).
Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)

Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.:
Conversaram sobre futebol, religião e política.
Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.

Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da
vírgula passa a ser obrigatório.
Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.

A vírgula entre orações


É utilizada nas seguintes situações:
a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.

b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela


conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não
foi aprovado no exame.
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:
1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.
2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e
grita, e pula de alegria.
3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência,
por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

a) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se


estiverem antepostas à oração principal.

b) Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo
apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)

d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos
em a estar plantando..."

Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho
- tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."

e) separar as orações substantivas antepostas à principal.


Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei

8- PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo)

b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido
utilizado a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era
pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de
que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os
lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

9- TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem
Ex.: O filho perguntou:

Apostilas Decisão 65 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
- Pai, quando começarão as aulas?

b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos


- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom

c) unir grupos de palavras que indicam itinerário


Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.

Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas


Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.

10- ASPAS ( “ ” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares.
Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.

b) indicar uma citação textual


Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz
e refiz a mala”. ( O prazer de viajar - Eça de Queirós)

Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas
serão simples. ( ' ' )

Recursos alternativos para pontuação:


Parágrafo ( § )
Chave ( { } )
Colchete ( [ ] )
Barra ( / )

TESTES

As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.

Walter Ceneviva fará palestra sobre os “Dois ‘ismos’ perigosos: denuncismo e


sensacionalismo”, no Seminário Internacional, promovido pelo Centro de Estudos Judiciários do
Conselho da Justiça Federal.
Ceneviva avalia que a imprensa investigativa tem cumprido bem o seu papel, mas há
excessos a serem eliminados, principalmente quando se trata de preservar a dignidade de
inocentes. “Seria injusto ignorar, porém, que muitas notícias são fornecidas deliberadamente por
autoridades, em busca de notoriedade, sobretudo da Polícia e do Ministério Público, às vezes em
intercâmbio espúrio de favores com o mau jornalismo”, critica o advogado.
Ceneviva considera que a liberdade de imprensa é essencial para a democracia, e,
portanto, não deve ser restringida. Mas ele defende a punição por excessos cometidos, condenando
a veiculação indiscriminada da violência pela mídia, que pode ser um estímulo à criminalidade.
“Programas que pregam a punição violenta de acusados, expondo situações degradantes,
antes da condenação final, são outro mal a ser evitado,” opina. (Revista Consultor Jurídico, 04/11/02)

1. De acordo com o texto, Walter Ceneviva acredita que


a) os acusados por crimes violentos merecem a humilhação pública.
b) as autoridades do sistema judiciário não compactuam com o mau jornalismo.
c) a imprensa não deve ser investigativa, já que essa não é função sua.
d) a censura da imprensa é um caminho para o fortalecimento da democracia.
e) os excessos cometidos pela mídia não podem ficar impunes.

2. Os dois “ismos” a que se refere Walter Ceneviva constituem


a) dois excessos que têm marcado a atuação dos nossos legisladores.
b) duas características que devem marcar o bom jornalismo televisivo.
c) dois excessos que devem ser evitados pela imprensa investigativa.

Apostilas Decisão 66 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
d) duas características que precisam ser intensificadas na ação da mídia.
e) duas virtudes que não devem ser expurgadas da imprensa responsável.

3. Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período:


a) No anunciado Seminário, que contará com a participação de Walter Ceneviva, um dos temas
oferecidos a debate será o que diz respeito ao sensacionalismo da imprensa.
b) No anunciado Seminário que contará com a participação de Walter Ceneviva, um dos temas
oferecidos a debate, será o que diz respeito ao sensacionalismo da imprensa.
c) No anunciado Seminário que contará com a participação de Walter Ceneviva um dos temas,
oferecidos a debate, será o que diz respeito: ao sensacionalismo da imprensa.
d) No anunciado Seminário, que contará com a participação de Walter Ceneviva um dos temas,
oferecidos a debate será: o que diz respeito ao sensacionalismo da imprensa.
e) No anunciado Seminário, que contará com a participação, de Walter Ceneviva, um dos temas
oferecidos a debate, será o que diz respeito – ao sensacionalismo da imprensa.

4. O verbo indicado entre parênteses adotará, obrigatoriamente, uma forma do plural para preencher
de modo correto a lacuna da frase:
a) A punição dos abusos ....... (CORRIGIR) essa onda de exageros da imprensa.
b) É degradante a situação a que se .... (EXPOR) alguns suspeitos.
c) É difícil saber qual dos dois “ismos” a que se refere Ceneviva .... (TRAZER) piores conseqüências.
d) Entre os excessos a serem eliminados ..... (ESTAR) o sensacionalismo da imprensa.
e) Em busca de notoriedade, há sempre gente que..... (FAZER) o jogo da má imprensa.

5. Está clara, coerente e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) O Seminário Internacional constará da presença de Ceneviva, cujo o tema da palestra envolve os
dois “ismos” que ele considera perigosos.
b) O advogado e jornalista aprova que a imprensa opinativa cumpra bem o papel que ela se destina,
desde que se evite cometer os excessos atuais.
c) Como advogado e jornalista, Ceneviva convive nos dois lados da imprensa e do sistema judiciário,
onde critica os desmandos a que ambos cometem.
d) Longe de pretender restringir a liberdade de imprensa, Ceneviva busca corrigir os excessos da
mídia na veiculação indiscriminada da violência.
e) É nas situações degradantes de certos programas em que se pregam a punição de acusados antes
de ser finalmente condenados, opina ele.
6. É preciso corrigir a forma sublinhada na frase:
a) Tanto os bons quanto os maus jornalistas ganharão se forem ao Seminário.
b) As pessoas ficam meia confusas diante dos excessos da imprensa.
c) As meias verdades são às vezes mais perigosas que as mentiras completas.
d) As autoridades ficam meio atrapalhadas quando expostas à opinião pública.
e) Por muito menos razões, as pessoas pobres sofrem severas punições.

7. Outra forma clara e correta de se dizer “Ceneviva avalia que a imprensa investigativa tem
cumprido bem o seu papel” está representada na seguinte frase:
a) A imprensa investigativa tem exercido bem sua função, na avaliação de Ceneviva.
b) Ao avaliar Ceneviva, a imprensa investigativa parece desempenhar o papel que lhe cabe.
c) Apesar da avaliação de Ceneviva, a imprensa investigativa tem exercido bem sua função.
d) Ceneviva calcula que a imprensa deve investigar-se de modo a cumprir bem seu papel.
e) Na avaliação que faz, a imprensa investigativa julga Ceneviva, está cumprindo bem o seu papel.
8. Estão corretos o emprego e a forma do elemento sublinhado em:
a) A maior parte da imprensa não vê porquê colaborar.
b) É pela ânsia de notoriedade onde se cometem esses excessos.
c) Será que todos os jornalistas estão afins de evitar esses excessos?
d) Ceneviva dispõe-se a analisar o por que desses excessos.
e) Por que haveria esse intercâmbio espúrio de favores?

9. É adequado o emprego do elemento sublinhado na frase:


a) O advogado cujo é muito conhecido desenvolverá um tema polêmico.
b) É preciso distinguir os bons jornalistas com àqueles que só querem a fama.
c) Deverá despertar polêmica a palestra cujo tema dá título ao texto.
d) O papel de que a imprensa deve exercer é o de informar com isenção.
e) As pessoas cuja a conduta é honesta nada têm a temer.

10. Está correta a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase:

Apostilas Decisão 67 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
a) Os excessos só seriam evitados no caso de que todos se comprometem em agir honestamente.
b) Seria profundamente injusto se todo e qualquer suspeito seja condenado sem direito a julgamento.
c) Uma vez terminada a palestra que fará, Ceneviva teria passado a debater com os espectadores.
d) Tão logo termine a palestra, Ceneviva estará à disposição para eventuais debates.
e) Será preciso que todos se comportem democraticamente para que se evitassem os excessos.

11. Assinale a alternativa em que todos os vocábulos foram acentuados pelo mesmo motivo:
a) atrás, haverá, também ,após
b) insônia, nível, pólem, película
c) pés, lá, já, troféu
d) pára, táxi, fácil, tirá-lo e) tênis, jatobá, pelé, está

12. Série corretamente acentuada:


a) heroglifo, javanês, urutú b) gás pôde, fusível, retrós
c) gibóia, vácuo, púdico, vêzes
d) rítimo, sinonímia, conteúdo
e) residênciais, cômodo, vertíce

13. Assinale a alternativa em que nenhuma palavra deve ser acentuada:


a) lapis, canoa, abacaxi, jovens
b) ruim, sozinho, aquele, traiu
c) saudade, onix, grau, orquidea
d) voo, legua, assim, tenis
e) especifico, topico, areas

14. Assinale a alternativa com erro:


a) Um pensamento que nos ilumine a existência, eis o melhor presente que os céus podem dar
b) No esquema cósmico, tudo têm um propósito a preencher.
c) “Acaso é, talvez, o pseudônimo que Deus usa, quando não quer assinar suas obras
d) A pessoa que não lê, mal fala, mal ouve, mal vê
e) Quem espera sempre alcança.
15. Assinale a alternativa que contém palavras com erro de acentuação:
a) destituído, diluído, conteúdo
b) anágua, árduo, bênção
c) francês, camponês, pequenêz
d) benefício, benemérito, bíblico
e) bancário, depositário, elétrico

16. Nenhuma palavra deve ser acentuada graficamente:


a) preto, orgão, seres b) atras, medo, garoa
c) item, nuvem, erro d) juri, biquini, himens
e) caracteristica, credito, custodia

17. Indique a alternativa com erro de acentuação gráfica:


a) Quem conhece seus defeitos está muito próximo de corrigí-los
b) A virtude é comunicável, porém o vício é contagioso
c) Saúde e inteligência, eis duas recompensas da vida
d) A História glorifica os heróis, a vida santifica os mártires
e) É tempo de entrar em ação.

18. Assinale a alternativa com apenas um erro de acentuação:


a) tênis, núcleo, lápis, perua
b) éter, fôlego, côres, álbum
c) vírgula, tôda, tonico, capítulo
d) fêmea, íbero, faróis, anéizinhos
e) tropé, telefônica, títulos

19. Assinale a alternativa em que os vocábulos estão errados, quanto à acentuação gráfica:
a) saída, tórax, avô, vezes
b) filatélia, ventoínha, lagôa
c) carência, amigável, única, super
d) abençôo, austero, ímã, abdômem
e) sócio, política, econômico

Apostilas Decisão 68 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
20. Assinale onde houver erro:
a) Este plano de pagamento não nos convêm
b) Poucas pessoas, nesta cidade, detêm o poder
c) Esta caixa contém alguns doces
d) Os professores revêem as provas
e) Estou menos indisposta do que ontem.

21. Assinale a única alternativa em que o verbo está acentuado corretamente:


a) Ela vém à reunião
b) Eles releêm a obra
c) Seu depoimento convém a todos
d) Esta festa provêm do folclore
e) Todos tem vontade de aprender.

22. Em qual das alternativas todas as palavras devem ser acentuadas:


a) hifen, cafezinho, acrobata, siri
b) voo, corvo, America, chapeu
c) mantem, compos, caiste, reporter
d) torax, bufalo, portuguesa, moça
e) ferroviarios, cruzeiro, catarina

23. Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos:
a) paletó, avô, pajé, café, jiló
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
c) vovô, capilé, Paraná, lápis, caí
d) amém, amável, filó, porém, além
e) cômodo, tênue, atúm
24. Assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços:
1) Nem todos ____ isto com bondade
2) Prêmios para os que ____ bem
3) Os que ____ na justiça
4) Quero que me _____ motivos claros
a)vêem, lêem, crêem dêem
b)vêm, lêem, creem, dêem
c)vêem, lêem, crêm, dem
d) vêm, lêm, crêem, dêem
e) veem, leem, creem, deem
 
25. Acentuadas por serem paroxítonas:
a) psicólogo, indício, ingênuo, ímã
b) espécie, básico, Esaú, equilíbrio
c) variável, otário, órgão, ímã
d) sótão, ímpar, adotável, período
e) informática, debênture, previdência

26. Acentuação incorreta:


a) pára b) pêlo c) ítem
d) pôr e) pólen

27. Nenhuma oxítona deve ser acentuada:


a) Bauru, juriti, tatu Jundiai
b) aqui, chuchu, Embu, Jau
c) caju, Iguaçu,, caqui, saci
d) Itu, Tramandai, colibri, angu
e) caju, Pele, Tatuape.

28. Todas corretamente acentuadas:


a) máximo, álbum, vôlei, enjôo
b) niquel, revólver elétron, vírus
c) vintém, cipó freguês, biquini
d) água, ingênuo, medium, hífems
e) câmara, ânjo, timpano, oregâno

Apostilas Decisão 69 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
29. Erro de acentuação gráfica:
a) O delegado mantém o preso incomunicável
b) Eles mantêm os reféns amarrados
c) Os que detém o poder, responderão por seus atos
d) Os reféns, transidos de medo, vêem os soldados como verdugos
e) Seremos todos vencedores se procedermos bem.

30. Acentuados pela mesma regra:


a) eqüino, álbum, idéia, glória
b) também, chaminé, temíveis, rádio
c) uísque, cafeína, saúde, balaústre
d) lágrima, remói, inajá, faróis
e) angu, sagu, iemanjá, tilápia

31. Assinale a frase com erro de colocação pronominal:


a) Tudo se acaba com a morte, menos a saudade
b) Com muito prazer, se soubesse, explicaria-lhe tudo
c) João tem-se interessado por suas novas atividades
d) Ele estava preparando-se para o vestibular de Direito
e) Nunca me digas isso.
 
32. Assinale a frase com erro de colocação pronominal:
a) Tudo me era completamente indiferente
b) Ela não me deixou concluir a frase
c) Este casamento não deve realizar-se
d) Ninguém havia lembrado-me de fazer as reservas
e) Eu te amo.
33. Assinale a frase incorreta:
a) Nunca mais encontrei o colega que me emprestou o livro
b) Retiramo-nos do salão, deixando-os sós
c) Faça boa viagem! Deus proteja-o
d) Não quero magoar-te, porém não posso deixar de te dizer a verdade
e) Que Deus o abençôe sempre.
 
34. Na oração: O funcionário que se inscreve, fará prova amanhã:
1. Ocorre próclise em função do pronome relativo
2. Deveria ocorrer ênclise
3. A mesóclise é impraticável
4. Tanto a ênclise quanto a próclise são aceitáveis
a) Correta apenas a 1ª afirmativa
b) Apenas a 2ª é correta
c) São corretas a 1ª e a 3ª
d) A 4ª é a única correta
e) Nenhuma está correta
 
35. Assinale a colocação inaceitável:
a) Maria Oliva convidou-o
b) Se abre a porta da caleça por dentro
c) Situar-se-ia Orfeu numa gafieira?
d) D. Pedro II o convidou
e) Não convidaram-me para a festa.
 
36. O pronome pessoal oblíquo átono está bem colocado em um só dos períodos. Qual?
a) Isto me não diz respeito! Respondeu-me ele, afetadamente
b) Segundo deliberou-se na sessão, espero que todos apresentem-se na hora conveniente
c) Os conselhos que dão-nos os pais, levamo-los em conta mais tarde
d) Amanhã contar-lhe-ei por que peripécias consegui não envolver-me
e) O amo como nunca amei.
 
37. Estas conservas são para nós __________ durante o inverno.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna:
a) alimentarmos-nos b) alimentar-mo-nos

Apostilas Decisão 70 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
c) nos alimentarmos d) nos alimentarmo-nos
e) nos alimentar

38. Caso _______ lá, _______, para que não _______


Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:
a) se demoram – avisem-nos – nos preocupemos
b) se demorem – avisem-nos – preocupemo-nos
c) demorem-se – nos avisem – preocupemo-nos
d) demorem-se – nos avisem – nos preocupemos
e) se demorem-se - avisem-os - preocupemo-los
 
39. Do lugar onde _______, ______um belo panorama, em que o céu ________com a terra
a) se encontrava – se divisava – ligava-se
b) se encontravam – se divisava – ligava-se
c) se encontravam – divisava-se – se ligava
d) encontravam-se – divisava-se – se ligava

40. O pronome está mal colocado em apenas um dos períodos. Identifique-o:


a) Finalmente entendemos que aquela não era a estante onde deveriam-se colocar cristais
b) Ninguém nos falou, outrora, com tanta sinceridade
c) Não se vá, custa-lhe ficar um pouco mais?
d) A mão que te estendemos é amiga
e) Não me estrague o dia.

41. Assinale a alternativa que completa corretamente as orações:


Seguem _______várias propostas.
Ouvi histórias as mais mirabolantes _________.
A criança estava ______ sonolenta.
a) anexas, possíveis, meio
b) anexas, possível, meio
c) anexo, possíveis, meia
d) anexo, possíveis, meia
e) anexos, poss´vel, meia
 
42. Concordância errada:
a) Tinha belos olhos e boca
b) Todos se moviam cautelosamente, alertas ao perigo.
c) Os braços e as mãos trêmulas erguiam-se para o céu.
d) A terceira e a quarta séries tiveram bom índice de aprovação.
e) Posso dirimir quaisquer dúvidas.

43. Assinale o erro:


a) Compramos dois mil e quarenta folhas de papel especial.
b) Comprei oitocentos gramas de pão.
c) Fizemos uma observação na página trezentos e dois
d) Você ainda reside na casa dois?
e) Onde você mora?
 
44. Assinale a alternativa que completa corretamente as orações:
Segue a documentação ___________.
Pedro está __________com a tesouraria.
Os vigias estão sempre _________.
Maria estava _________ encabulada.
a) anexo, quites, alerta, meio
b) anexo, quites, alertas, meia
c) anexa, quite, alerta, meio
d) anexa, quite, alertas, meio
e) anexas, quites, alertos, meio

45. Assinale a alternativa que completa corretamente as orações:


Achei o chefe e sua filha muito _______.
Vão _______as listas do material.
Suas Excelências estavam _______ de suas esposas.

Apostilas Decisão 71 Apostilas Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
a) simpáticos, anexas, acompanhadas
b) simpática, anexo, acompanhada
c)simpáticos, anexas, acompanhados
d) simpáticas, anexo, acompanhados
e) simpático, anexo, acompanhada
 
46. Concordância incorreta:
a) A nau ia afundando a olhos vistos
b) Os tratados luso-brasileiros foram revogados
c) Comprei dois vestidos verde-limão
d) Pintou paisagens as mais belas possível
e) Acho Maria e Pedro bonito.
47. Erro na utilização da palavra destacada.
a) Estavam meio atônito com a nota
b) Faltava meio capítulo para o fim
c)Ela ficou meia aborrecida contigo
d) Já passava de meio-dia e meia
e) Eu andava meio confusa.

48. Concordância injustificável:


a) Foi necessária toda a documentação pedida para a matrícula
b) É bom ter muita cautela nesse caso
c) É necessário habilidade para resolver este problema
d) Na presente situação, é valido a justificativa trazida por ele
e) Nem todos poderiam estar presentes.

49. Erro de concordância:


a) Os fatos falam por si só
b) Ele estuda História e Mitologia Grega
c) Estes produtos custam cada vez mais caro
d) Ela mesma nos agradeceu
e) Eu mesma consegui a vitória.

50. Assinale a frase que contém erro:


a) Os jogadores estavam meio fracos
b) A moça estava toda de preto
c) Era um crime de leso-patriotismo
d) Rui conhece as línguas alemãs e japonesas
e) Penso em você a cada momento.
 
GABARITO

1. E 11. A 21. C 31. B 41. A


2. C 12. B 22. C 32. D 42. B
3. A 13. B 23. A 33. C 43. A
4. B 14. B 24. A 34. C 44. C
5. D 15. C 25. C 35. B 45. C
6. B 16. C 26. C 36. A 46. D
7. A 17. A 27. C 37. C 47. C
8. E 18. B 28. A 38. A 48. D
9. C 19. B 29. C 39. C 49. A
10. D 20. A 30. C 40. A 50. D

Apostilas Decisão 72 Apostilas Decisão

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