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Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
Denotação e Conotação
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e
significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico
(significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido
verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que,
para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção
frasal, uma nova relação entre significante e significado.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de
extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas
significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por
exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se
está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de
expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.
Narração (ou texto narrativo): é um texto em que se conta uma história, com um narrador,
personagens, enredo, tempo e espaço. É o relato organizado de um acontecimento real ou fictício.
Na narração temos:
Note que os personagens participam dos acontecimentos e são caracterizados com uma descrição,
apesar de bem sutil, do seu perfil físico e psicológico.
OBS: Uma narrativa é boa quando desenhamos o texto na cabeça enquanto lemos.
Descrição (ou texto descritivo): é um texto com a função de caracterizar algum objeto,
sentimento, animal ou alguma pessoa. Para fazê-lo, o sujeito se vale dos cinco sentidos – tato, audição,
visão, paladar e olfato.
Descrever é transformar em linguagem aquilo que os sentidos captam a partir da observação de um
objeto, de uma pessoa ou de um lugar.
O vocabulário deve ser preciso, exato.
Traços presentes na descrição: cor, peso, dimensões, formato, material, som, cheiro, gosto,
sensação tátil, características físicas, características psicológicas.
Dissertação (ou texto dissertativo): é um texto que tem como objetivo debater um assunto,
expondo um ponto de vista fundamentado em argumentos, visando convencer o leitor. Em nossa vida diária
dissertamos muitas vezes ao emitirmos nossas opiniões e ao tentarmos expor as razões que nos fazem
pensar de um determinado modo acerca de um assunto. Escrever uma dissertação é repetir este processo,
substituindo a língua falada pela escrita.
A dissertação deve conter:
Introdução – com a idéia principal a ser desenvolvida
Desenvolvimento – com a exposição dos elementos que vão fundamentar, dar argumentos para
sustentar a idéia principal.
Conclusão – que é a retomada da idéia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais
convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. É o
espaço em que o autor da dissertação apresenta propostas ou faz o fechamento de sua tese.
Alguns lembretes necessários quando da produção de uma dissertação:
Não use gírias.
Não utilize provérbios ou ditos populares.
Não utilize fatos ocorridos com terceiros, que não sejam de domínio público.
Procure fundamentar de maneira consistente os argumentos utilizados para defender um ponto de
vista.
Para conhecer melhor um texto dissertativo, transcreveremos a seguir a letra da música “Sampa” de
Caetano Veloso:
Sampa refere-se à cidade de São Paulo, o texto relaciona lugares de São Paulo, bem como poetas,
músicos e movimentos culturais que agitavam essa cidade na época em que foi escrito (70).
Narciso está presente na mitologia grega, que narra a história de um rapaz muito belo que um dia,
ao curvar-se sobre as águas cristalinas de uma fonte para beber água, viu sua imagem refletida no espelho
d’água e apaixonou-se por ela. Suas tentativas frustradas de aproximar-se da bela imagem levaram-no ao
desespero e à morte. Transformou-se então na flor que tem o seu nome. Freud, ao estudar esse mito,
considera-o uma explicação da existência de personalidades que só amam a própria imagem.
O Quilombo de Palmares foi um dos maiores redutos de escravos foragidos do Brasil colonial, e
estava organizado como um verdadeiro Estado, sob a chefia de Zumbi, que liderou a resistência nas lutas
que se seguiram durante anos, para destruir o quilombo.
A seguir apresentamos três textos, cada um deles exemplificando um dos tipos citados acima:
“Tinha 6 ou 7 anos, nunca se lembrou bem. Foi até o criado-mudo, a pedido do pai, apanhar o
relógio. Relógio do avô... No ato de pegar, deixou-o cair. Relógio quebrado. Surra. Uma surra violentíssima,
inesquecível.” (Ribeiro Fester).
Trata-se de uma Narração.
“O relógio era uma enorme cebola de ouro, suíço, pedras preciosas nos ponteiros, o tampo em
filigranas, uma jóia, uma antiguidade, uma relíquia, uma preciosidade” (Ribeiro Fester).
Trata-se de uma Descrição.
“O homem ocidental civilizado vive num mundo que gira de acordo com os símbolos mecânicos e
matemáticos das horas marcadas pelo relógio. É ele que vai determinar seus movimentos e dificultar suas
ações. O relógio transformou o tempo, transformou-o de um processo natural em uma mercadoria que pode
ser comprada, vendida e medida como um sabonete, ou um punhado de passas de uvas. E, pelo simples
fato de que, se não houvesse um meio para marcar as horas com exatidão, o capitalismo industrial nunca
poderia ter se desenvolvido, nem teria continuado a explorar os trabalhadores. O relógio representa um
elemento de ditadura mecânica da vida do homem moderno, mais poderoso do que qualquer outro
explorador isolado ou do que qualquer outra máquina.” (George Woodcock)
Já este texto é uma Dissertação.
Obs: Procure ler jornais, revistas, editoriais, textos diários que mostram a opinião dos jornais sobre os
assuntos em destaque, para ir se acostumando com os diferentes tipos de textos.
E não se esqueça que, para a produção de um texto, seja ele qual for, é necessário um
planejamento.
Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos
parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
Declaração inicial;
Definição;
Divisão;
Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem
esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de
maneira clara e resumida.
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará
à compreensão do texto.
Idéia principal de um texto: Idéia refere-se a conteúdo. Uma seqüência de idéias está relacionada
com a estrutura. É o conhecimento do assunto que indicará o que é essencial ou principal em um texto ou
em uma obra. A seqüência de idéias começa a ser definida quando optamos pela estrutura do ensaio e se
completa na organização dos parágrafos.
O planejamento de um texto é a maior garantia para se obter uma boa estrutura de idéias.
Idéias Secundárias de um texto: Um texto contém muito mais idéias secundárias do que idéias
principais. Os conteúdos das idéias secundárias não são os mais importantes, mas sem eles o texto não
flui – torna-se pesado. Na verdade, não é possível escrever um texto sem as idéias secundárias.
As idéias secundárias funcionam como atores coadjuvantes. Cumprem um papel secundário, mas
imprescindível. Redigir bem depende muito do domínio que o autor tem dessas idéias.
Colocadas em excesso, as idéias secundárias dificultam a compreensão do essencial. Mas
quando há idéias de menos, o texto fica sintético demais, telegráfico. As idéias secundárias são
dispensáveis somente quando queremos fazer uma síntese ou um resumo do conteúdo.
Idéias Explícitas de um texto: São as idéias que o autor pretende realmente “passar” ao leitor.
São as mensagens claramente percebidas no título do texto, no seu primeiro parágrafo, ou até mesmo no
decorrer do texto inteiro. São mensagens que não deixam dúvidas sobre a sua informação. Poderíamos
chamar de idéias literais, idéias traduzidas “ao pé da letra”, idéias reais, sem chance de serem tomadas por
outro sentido. Nas idéias explícitas não encontraremos comentários do tipo “não foi assim que eu
entendi...”.
b) certos verbos
Ex: Juliana parou de fumar.
Pressuposto: Juliana fumava antes.
c) certos advérbios
Ex: O governo está pensando somente da reeleição.
Pressuposto: o governo não está pensando em mais nada.
Enquanto os pressupostos decorrem de alguma palavra contida na frase, não podendo por isso
serem negados, o subentendido é uma insinuação que dependerá do ouvinte para ser consumado.
Exemplo:
“Nossa! São três horas da manhã!” – diz a dona de casa a um convidado chato que veio para jantar
e esqueceu-se de ir embora.
Se esse convidado for realmente chato, ele poderá dizer para a dona da casa: “São só três horas da
manhã e você já quer que eu vá embora?”
Como o subentendido tem a vantagem de poder ser negado, a dona da casa poderá responder:
“Imagine! Eu só queria dizer que ao seu lado o tempo passa voando!”
COESÃO E COERÊNCIA
Coerência
É a relação que se estabelece entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido.
Que mecanismos podem ajudar a produzir um texto unitário:
a - encadeamento de figuras compatíveis entre si.
Num jantar de gala do Itamarati, os guardanapos não serão de papel.
b – não contradição de sentidos.
Não podemos estar em Portugal à beira do Pacífico.
c – combinação de termos compatíveis.
uma “pedra não vê o lago”, porque o verbo “ver” exige sujeito humano, no entanto; se considerarmos uma
pedra em sentido metafórico de “pessoa rígida, pesada e imóvel”, o pequeno texto passa a ganhar
coerência porque passa a existir compatibilidade entre “pedra” e “ver”.
d – não contradição de argumentos.
Não posso ser a favor da pena de morte por ser contra tirar a vida de alguém.
e – combinação de atos de fala adequados.
Não posso responder a uma “pergunta” com outra; um pedido com algo que nada tem que ver com ele:
Você me traz o dinheiro ? / A professora nova é bonita.
f – presença de elementos semânticos logicamente pressupostos entre si.
X não pode ser casado e não ter esposa; Y não pode estar saciado e não ter comido nada.
Coesão
2 – O encadeamento:
É feito por conectores, que são palavras e expressões responsáveis pela concatenação, pela criação de
relações entre os segmentos do texto.
CONECTIVOS:
Parágrafo Narrativo
Nas narrações, a idéia central do parágrafo é um incidente, isto é, um episódio curto.
Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se referem a personagens, além de
indicações de circunstâncias relativas ao fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc.
O que falamos acima aplica-se ao parágrafo narrativo propriamente dito, ou seja, aquele que
relata um fato (lembrando que podemos ter, em um texto narrativo, parágrafos descritivos e dissertativos).
Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir as falas dos personagens.
No caso do discurso direto (em geral antecedido por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de
um personagem deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com a do narrador
ou com a de outro personagem.
Parágrafo Descritivo
A idéia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um fragmento daquilo que está
sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num
determinado momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo.
O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da descrição: predomínio de
verbos de ligação, emprego de adjetivos que caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações
justapostas ou coordenadas.
DISCURSO DIRETO
É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.
Exemplo:
O juiz disse:
- O réu é inocente.
DISCURSO INDIRETO
É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra
pessoa.
No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.
Exemplo:
O juiz disse que o réu era inocente.
ENCONTROS VOCÁLICOS
As palavras vaidade, ousa, árduo e sabão encerram, todas elas, um encontro vocálico, o ditongo.
Ditongo – é a combinação de uma vogal e uma semivogal, ou de uma semivogal e uma vogal,
numa mesma sílaba.
Os ditongos podem ser:
a) decrescentes (vogal + semivogal): há uma descida da vogal base que leva toda a carga tônica
para a semivogal átona. Assim:
pau-ta (a- vogal; u-semivogal)
b) crescentes (semivogal + vogal): há uma subida da semivogal para a vogal base. Assim:
má-goa (o – semivogal; a – vogal)
OBSERVAÇÃO: Assim como acontece com as vogais simples, os ditongos também podem ser nasalizados
por uma consoante imediatamente posterior. Veja:
Agüentar / uê/, cliente / iê/, cãozinho / ão/
Como se vê, a nasalidade abrange a vogal e a semivogal no ditongo decrescente; no ditongo
crescente, apenas a vogal.
ENCONTROS CONSONANTAIS
Os encontros consonantais são agrupamentos formados por mais de uma consoante no interior de
uma palavra. Esses encontros acontecem em uma mesma sílaba ou em sílabas diferentes.
Exemplos: Geografia; participar.
DÍGRAFOS
Sílaba - conjunto de sons que pode ser emitido numa só expiração. Pode ser aberta ou fechada
se terminada por vogal ou consoante, respectivamente.
Na estrutura da sílaba existe, necessariamente, uma vogal, à qual se juntam, ou não, semivogais
e/ou consoantes. Assim, não há sílaba sem vogal e esse é o único fonema que, sozinho, forma sílaba.
A maneira mais fácil para separar as sílabas é pronunciar a palavra lentamente, de forma
melódica.
Toda consoante precedida de vogal forma sílaba com a vogal seguinte. Merece a lembrança de
que m e n podem ser índices de nasalização da vogal anterior, acompanhando-a na sílaba. (ja-ne-la, su-bu-
ma-no, é-ti-co, tran-sa-ma-zô-ni-ca; mas bom-ba, sen-ti-do)
Consoante inicial não seguida de vogal fica na sílaba seguinte (pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co). Se
a consoante não seguida de vogal estiver dentro do vocábulo, ela fica na sílaba precedente (ap-to, rit-mo).
Os ditongos e tritongos não se separam, porém no hiato cada vogal está numa sílaba diferente.
Os dígrafos do h e do u também são inseparáveis, os demais devem ser separados. (cha-ve, ne-
nhum, a-qui-lo, se-gue)
Em geral, os grupos consonantais onde a segunda letra é l ou r não se separam. (bra-ço, a-tle-ta)
Em sufixos terminados por consoante + palavra iniciada por vogal, há união dessa consoante final
com a vogal, não se considerando a integridade do elemento mórfico (bi-sa-vô ≠ bis-ne-to, tran-sa-cio-nal ≠
trans-pa-ren-te).
As letras duplas e os encontros consonantais pronunciados disjuntamente devem ser separados.
(oc-cip-tal, ca-a-tin-ga, ad-vo-ga-do, dig-no, sub-li-nhar, ab-ro-gar, ab-rup-to)
Na translineação, devem-se evitar separações que resultem no fim de uma linha ou no início da
outra vogais isoladas ou termos grosseiros. (i//déi//a, cus//toso, puta//tivo, fede//ral)
Dependendo da quantidade de sílabas, as palavras podem ser classificadas em:
monossílaba (mono = um) – palavras compostas por uma sílaba: pé, mão.
dissílaba (di = dois) – palavras compostas por duas sílabas: ca-fé, me-sa.
trissílaba (tri = três) – palavras compostas por três sílabas: ca-dei-ra, pol-tro-na.
polissílaba (poli = vários / + de quatro) – palavras compostas por quatro ou mais sílabas: en-can-ta-
do, gra-má-ti-ca.
ORTOGRAFIA
Ortografia: palavra constituída das partes: orto (correta) +grafia (escrita). A ortografia é a parte da
gramática que trata da correta escrita das palavras.
Nosso alfabeto é composto de 23 letras:
a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z
Observação: Você deve estar se perguntando pelas letras W, Y e K. Elas não pertencem mais ao nosso
alfabeto. São usadas apenas em casos especiais:
nomes próprios estrangeiros ( Wellington, Willian.... ),
abreviaturas e símbolos de uso internacional (K- potássio, Y- ítrio..),
palavras estrangeiras (show, play...)
Letra H
Por que usar a letra H se ela não representa nenhum som? Realmente ela não possui valor
fonético, mas continua sendo usada em nossa língua por força da etimologia e da tradição escrita.
Emprega-se o H:
Inicial, quando etimológico: horizonte, hulha, etc.
Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh: chamada, molha, sonho, etc.
Em algumas interjeições: oh!, hum!, etc.
Em palavras compostas unidos por hífen, se algum elemento começa com H: hispano-americano,
super-homem, etc. Palavras compostas ligadas sem hífen não são escritas com H. Exemplo: reaver
No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por tradição. As palavras derivadas dessa são
escritas sem H. Exemplo: baiano. . .
Letras E / I
E I
Prefixo ante- ( antes, anterior) Prefixo anti- ( contra)
Ex.: antecipar, antebraço... Ex.: antipatia, antitetânico...
Algumas formas de verbos terminados em -oar, Algumas formas de verbos terminados em -uir.
-uar Ex.: possui ( possuir ),
Ex.: doem ( doar ), flutuem ( flutuar) retribui ( retribuir)
Letras G / J
G J
Palavras terminadas em -agem, -igem, -ugem, Palavras de origem africana ou indígena.
-ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: jiló, Ubirajara, acarajé...
Ex.: garagem, vertigem, ferrugem, relógio, refúgio,
estágio, colégio, prodígio...
Exceções: pajem e lambujem
Derivadas de palavras que possuam G. Derivadas de palavras que possuam J e verbos
Ex.: rabugento ( rabugem), selvageria que terminem em -jar ou -jear.
( selvagem) Ex.: gorjeta ( gorja), nojento ( nojo), cerejeira
( cereja),
arranjar ( arranjo, arranjaria ...)
Letras S / Z
S Z
Derivadas de primitivas com "s" Derivadas de primitivas com "z".
Ex.: visitante ( visita)... Ex.: enraizar ( raiz), vazar (vazio)...
Nas formas dos verbos pôr, querer e seus Sufixo formador de verbo -izar.
derivados (repor, requerer...). Ex.: realizar, modernizar...
- O verbo catequizar é derivado da palavra catequese deveria ser escrito com "s", mas, como é derivado do
grego, já veio formado para nosso vernáculo (língua do país).
- MAIZENA é um substantivo próprio, marca registrada.
Letras X / CH
X CH
Depois de ditongo. Palavras derivadas de outras escritas com pl, fl e
Ex.: peixe, ameixa... cl.
Ex.: chumbo( plúmbeo), chave (clave)...
Depois da sílaba me-.
Ex.: mexer, mexerico...
A palavra mecha (substantivo) é uma exceção.
Depois da sílaba en-. Verbos encher, encharcar, enchumaçar e seus
Ex.: enxoval, enxaqueca... derivados.
São exceções encher, encharcar, enchumaçar e Ex.: preencher, encharcado...
seus derivados.
Em palavras de origem indígena ou africana. Palavras derivadas de primitivas que tenham o ch.
Ex.: orixá, abacaxi... Ex.: enchoçar (choça)...
Letras SS / Ç
O HÍFEN
Atenção:
Nem toda palavra composta é ligada por hífen.
Exemplos: girassol, mandachuva, malmequer, rodapé, vaivém.
Exceção:
Os nomes de cidades Manhuaçu, Manhumirim, Mojiguaçu e Mojimirim estão registrados sem hífen.
Exceção:
Sr. Benvindo antropônimo), seja bem-vindo!
E.O hífen separa os prefixos dos seus radicais quando ocorrem os casos discriminados abaixo:
Auto, Contra, Extra , Infra, Intra, Neo, Proto, Pseudo, Semi, Supra, Ultra, diante de
vogal, H, R, S, usam o hífen.
Exceção:
extraordinário
Exceções:
antissepsica, antisséptico, sobressair, sobressaltar, sobressalto, sobressaltear, sobressalente,
sobressaliente.
Oxítonas
NOTA
Incluem-se nesta regra os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las: dá-lo, matá-los, vendê-
la, fê-las, compô-lo, pô-los etc.
Paroxítonas
NOTAS
a) O substantivo éden faz o plural edens, sem o acento gráfico.
b) Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados graficamente: anti-
rábico, anti-séptico, inter-humano, inter-racial, semi-árido, semi-selvagem, super-homem, super-requintado.
c) Não se acentuam graficamente as paroxítonas apenas porque apresentam vogais tônicas abertas ou
fechadas: espelho, famosa, medo, ontem, socorro, pires, tela etc.
Proparoxítonas
Casos especiais
1. Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éi, éu, ói: boléia, fiéis, idéia, céu, chapéu,
véu, apóio, herói, caracóis etc.
2. Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou
são seguidos de s: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, etc.
4. Mantém-se o acento circunflexo do singular crê, dê, lê, vê nas formas do plural desses
verbos - crêem, dêem, lêem, vêem - e de seus compostos - descrêem, desdêem, relêem, revêem etc.
8. Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã,
relação etc.
Acento diferencial
O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual
maneira. Usamos o acento diferencial - agudo ou circunflexo - nos vocábulos da coluna esquerda para
diferenciar dos da direita:
côa/côas coa/coas
(verbo coar) (com + a/as)
pára para
(3.ª pessoa do sing. do pres. do ind. de parar) (preposição)
péla/pélas e péla pela/pelas
(verbo pelar e subst.) (per + a/as)
pêlo/pêlos e pélo pelo/pelos
(subst. e verbo pelar) (per + o/os)
péra pera
(arcaísmo-subst. pedra) (arcaísmo-prep. para)
pêra pera
(subst. fruto da pereira) (arcaísmo-prep. para)
pôde pode
(pret. perf. do ind. de poder) (pres. do ind. de poder)
pólo/pólos polo/polos
(subst. eixo em torno do qual uma coisa gira) (aglutinação da prep. por e dos arts. arcaicos lo/las)
pôr por
(verbo) (preposição)
DIVISÃO SILÁBICA
Ditongo é o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.
Exemplos:
herói (vogal +semivogal)- ditongo decrescente
ginásio (semivogal + vogal)- ditongo crescente
Semivogais são os fonemas /i/ e /u/ que, juntos de uma vogal, formam com ela uma mesma
sílaba.
Tritongo é o encontro de uma semivogal com uma vogal e outra semivogal numa mesma sílaba.
Exemplos: Paraguai, iguais.
O tritongo pode ser de dois tipos:
a) oral: iguais, averigüei, averiguou, delinqüi, seqüóia;
b) nasal: quão, saguão, saguões, mínguam (mínguãu), enxágüem (enxagüei).
ADEQUAÇÃO VOCABULAR
Será que você já fez uso de "adequação vocabular"? "Vocabular" diz respeito a vocábulo, palavra.
"Adequação vocabular" é adequar as palavras à situação de fala. As gírias, por exemplo, podem ser
perfeitamente ajustadas a certos contextos. Repare na palavra "detonada" utilizada na letra da música
abaixo, "Nada a declarar", do grupo Ultraje a Rigor:
Mas eu 'tô vendo que a galera anda entediada
não 'tá fazendo nada e eu não 'tô dando risada
Aí, qualé? Vamos lá, moçada!
Vamos agitar, vamos dar uma detonada!
"Detonar", nos dicionários, aparece como sinônimo de "fazer explodir", "provocar uma explosão". Na
gíria, essa palavra passou a ser usada como sinônimo de "pôr tudo a perder", "acabar com tudo" e até de
"ser o máximo", "ser o melhor dos melhores". O jogador que "detonou", por exemplo, foi o melhor do jogo.
No território da gíria, da linguagem popular, usar o verbo "detonar" com esse sentido é
perfeitamente possível. Em linguagem formal, isso não seria de maneira alguma adequado. "Detonar" se
limitaria, nesse caso, a indicar a idéia de explosão.
A significação literal e contextual dos vocábulos é o estudo das mudanças que, no espaço e no
tempo, as palavras sofrem. Veja como as palavras podem apresentar-se:
SINÔNIMOS:
PARÔNIMOS:
retificar e ratificar;
emergir e imergir.
CAMPOS SEMÂNTICOS
Damos o nome de campo semântico ao conjunto dos empregos de uma palavra num determinado
contexto. Dessa forma, o campo semântico de uma determinada palavra é dado pelas diversas nuances de
significado que ela assume. Num mesmo texto, a palavra justiça pode ser utilizada com significações
diversas, como "aquilo que é conforme ao Direito", "a faculdade de julgar segundo a consciência", "o Poder
Judiciário", etc. As diversas acepções que essa palavra toma serão dadas pelas relações dela com outras
palavras do mesmo texto.
VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia
de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem
individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa
pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.
Ao trabalhar com o conceito de variação lingüística, estamos pretendendo demonstrar:
que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de
maneira uniforme em todo o território brasileiro;
"Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta
um sem-número de diferenciações.(...) Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até
individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o
pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam
diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção."
(Celso Cunha, em Uma política do idioma)
que a variação lingüística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da
linguagem ;
que a variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor ;
ESTRANGEIRISMOS E NEOLOGISMOS
Estrangeirismo:
Todo e qualquer emprego de palavras, expressões e construções estrangeiras em nosso idioma
recebe denominação de estrangeirismo. Classificam-se em: francesismo, italianismo, espanholismo,
anglicismo (inglês), germanismo (alemão), eslavismo (russo, polaço, etc.), arabismo, hebraísmo, grecismo,
latinismo, tupinismo (tupi-guarani), americanismo (línguas da América) etc...
O estrangeirismo pode ser morfológico ou sintático.
Estrangeirismos morfológicos:
o Francesismo: abajur, chefe, carnê, matinê etc...
o Italianismos: ravioli, pizza, cicerone, minestra, madona etc...
o Espanholismos: camarilha, guitarra, quadrilha etc...
o Anglicanismos: futebol, telex, bofe, ringue, sanduíche breque.
o Germanismos: chope, cerveja, gás, touca etc...
o Eslavismos: gravata, estepe etc...
o Arabismos: alface, tarimba, açougue, bazar etc...
o Hebraísmos: amém, sábado etc...
o Grecismos: batismo, farmácia, o limpo, bispo etc...
o Latinismos: index, bis, memorandum, quo vadis etc...
o Tupinismos: mirim, pipoca, peteca, caipira etc...
o Americanismos: canoa, chocolate, mate, mandioca etc...
o Orientalismos: chá, xícara, pagode, kamikaze etc...
o Africanismos: macumba, fuxicar, cochilar, samba etc...
Neologismo:
Palavra, expressão ou construção recentemente criadas ou introduzidas na língua. Costumam-se
classificar os neologismos em:
Extrínsecos: que compreendem os estrangeirismos.
Intrínsecos: (ou vernáculos), que são formados com os recursos da própria língua.
Podem ser de origem culta ou popular.
Os neologismos de origem culta subdividem-se em:
Científicos ou técnicos: aeromoça, penicilina, telespectador, taxímetro (redução:
táxi), fonemática, televisão, comunista, etc...
Literários ou artísticos: olhicerúleo, sesquiorelhal, paredro (= pessoa importante,
prócer), vesperal, festival, recital, concretismo, modernismo etc...
OBS.: Os neologismos populares são constituídos pelos termos de gíria. "Manjar"
(entender, saber do assunto), "a pampa", legal (excelente), Zico, biruta, transa, psicodélico etc...
FIGURAS DE PALAVRAS
ANTONOMÁSIA
Ocorre quando se coloca uma expressão designativa no lugar do nome de alguém ou algo.
Exemplo: O Rei do Futebol marcou o milésimo gol contra o Vasco.
CATACRESE
É a utilização de uma expressão no lugar de outra quando não há um nome específico para o objeto
a se nomear.
Exemplos: O pé do sofá está torto. // O céu da minha boca está em chamas.
METONÍMIA
É a substituição de um termo por outro com o qual possui estreita relação de sentido.
Exemplo: Acabei de ler Machado de Assis. (obra do escritor Machado de Assis)
ALITERAÇÃO E ASSONÂNCIA
Aliteração é a repetição de um mesmo fonema (som) consonantal; quando o som é vocálico, então
denomina-se assonância.
Exemplo:
“Ó velho vento saudoso,
Velho vento compassivo,
Ó ser vulcânico e vivo, Taciturno
e tormentoso.” (Cruz e Souza)
ANACOLUTO
Ocorre quando há uma interrupção na estrutura sintática da frase.
Exemplo: Eu queria, não sei, acho que não vou.
ASSÍNDETO
É a omissão do conectivo de ligação entre as frases.
Exemplo: Falta água, luz, o gás acabou, todos estão famintos....
COMPARAÇÃO
É o estabelecimento de semelhança entre dois elementos. A comparação se diferencia da metáfora
porque a comparação exige o uso das expressões assim como, tal como, etc.
Exemplo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” (Renato Russo)
ELIPSE
É a supressão de um termo cujo sentido pode ser apreendido pelo contexto.
Exemplo: (Nós) Sabemos o que queremos.
HIPÉRBATO OU INVERSÃO
É a inversão na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complementos).
Exemplo: Ontem aconteceram várias mortes. (Ordem direta: Várias mortes aconteceram ontem.)
ONOMATOPÉIA
É o uso de palavras ou expressões que imitam sons.
Exemplo: Trim... trim... o telefone não parava de tocar...
PARADOXO
É o uso de idéias simultaneamente contrárias.
Exemplos:
Será que alguém já assistiu algum desses filmes:
“As tranças do rei careca.”
“A volta dos que não foram.”
“Poeira em alto mar.”
“Incêndio na caixa d´água.”
“Perigo na curva reta.”
PERÍFRASE OU CIRCUNLÓQUIO
É o uso de várias palavras para expressar uma idéia que poderia ser expressa com uma, somente.
É o rodeio de palavras.
Exemplo: “Graças à onipotência de quem devemos a criação do universo.” (Em vez de “Graças a Deus”)
PLEONASMO
É a repetição enfática de um termo.
Exemplos: Viver uma vida longa. // Ver com os próprios olhos.
POLISSÍNDETO
É a repetição do conectivo.
Exemplo: E o povo gritava, e batia as mãos, e batia as mãos...
SILEPSE
É a concordância com o sentido, a idéia, e não com a gramática. Pode ser: silepse de gênero
(masculino / feminino), de número (singular / plural) e de pessoa (1a., 2a. e 3a.).
Exemplos:
a) gênero:
A gente ficou bastante emocionado com a decisão. (concordância gramatical: emocionada)
b) número:
A multidão em torno do cantor gritavam o nome do ídolo. (concordância gramatical: gritava)
c) pessoa:
FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras,
ao seu aspecto semântico.
ANTÍTESE
É a oposição de idéias.
Exemplo: “Um sabor de vida e morte”. (Milton Nascimento)
APÓSTROFE
É a expressão usada para chamar alguém ou algo.
Exemplo: “Oh Anna Julia” (Los Hermanos)
EUFEMISMO
É o uso de uma expressão de sentido mais brando no lugar de uma considerada “pesada”ou
grosseira.
Exemplos: Funcionários da limpeza pública (lixeiro) // Entregou a alma ao Criador.(morreu)
HIPÉRBOLE
É o uso de uma imagem exagerada.
Exemplos: Ganhou rios de dinheiro. // Já te disse isso mais de mil vezes!
IRONIA
É o uso de uma expressão com sentido contrário ao que se quer dizer com o claro objetivo de crítica
ou sátira.
Exemplo: Eles se matam de trabalhar e os filhos não dão a mínima.
PROSOPOPÉIA OU PERSONIFICAÇÃO
É a atribuição de características humanas ou animadas a seres que não são humanos ou são
inanimados.
Exemplo: Os raios solares tocaram o lago adormecido.
CLASSES
§ Variáveis: (Aquelas que podemos passar para o plural ou para o singular, para o feminino ou masculino,
para o aumentativo ou para o diminutivo):
Substantivo Adjetivo Artigo Numeral Pronome Verbo
§ Invariáveis: (Aquelas que não podemos modificar em gênero (masculino ou feminino), número (singular
ou plural) e grau (aumentativo ou diminutivo):
Advérbio Preposição Conjunção Interjeição
ASPECTOS MORFOLÓGICOS: Substantivo é todo nome com que designamos os seres. "É a
palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral ". (Celso Cunha)
São, portanto, substantivos:
CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO
- ABSTRATO: quando indica um ser de existência dependente, isto é, ser que não existe no mundo
exterior, mas apenas em nossa consciência.
Amor, saudade, inveja, entrada, dor...
FORMAÇÃO DO SUBSTANTIVO
SUBSTANTIVOS COLETIVOS
São os substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma
espécie.
Alguns esclarecimentos:
a) Não estão relacionados nesta lista coletivos formados do próprio radical da palavra acrescidos de sufixos
designativos de coleção.
Árvore arvoredo
Casa casario
Corda cordame
Sapo sapataria
Taquara taquaral
b) A lista de coletivos não é completa, mas não existem coletivos para todo e qualquer substantivo.
c) Se você estiver procurando coletivos que indiquem o número certo dos elementos da coleção, isto é, o
conjunto de dois, de três, de quatro, ..., estes devem ser procurados na lista ou dicionário.
d) Às vezes, ao usar um coletivo - miríade, por exemplo - não basta escrever miríade, é necessário
acrescentar o especificativo, "de estrelas", um "cardume de peixes", "um enxame de abelhas" e não basta
simplesmente - "um cardume", "um enxame", a menos que o contexto já esclareça o coletivo.
ADJETIVO
Adjetivo é a palavra variável que serve para caracterizar seres e objetos exprimindo aparência,
modo de ser, estado, qualidade.
FORMAÇÃO DO AJETIVO
ARTIGO
NUMERAL
Dá-se o nome de numeral à palavra que quantifica os seres ou indica a posição que podem ocupar
numa série. Os numerais dividem-se em:
- cardinais - designam quantidades determinadas de seres ou quantidades em si mesmas.
Ex: Dois meninos acabaram de chegar.
Três e dois são cinco.
PRONOME
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles:
§ retos
§ oblíquos e
§ de tratamento
Formas Pronominais
§ no, na, nos, nas, quando associados a verbos terminados em som nazal.
Ex.: encontraram-no, põe-nas.
AUTORIDADES DE ESTADO
Civis
Judiciárias
Militares
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para
a
Vossa Excelência V. Ex. Oficiais generais (até coronéis)
a
Vossa Senhoria V. S. Outras patentes militares
a
Vossa Senhoria V. S. Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais
AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS
AUTORIDADES MONÁRQUICAS
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para
OUTRAS AUTORIDADES
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para
a
Vossa Senhoria V. S. Dom
Doutor Dr. Doutor
Comendador Com. Comendador
Professor Prof. Professor
Pronomes possessivos
Pronomes Possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor),
acrescentam a ela a idéia de posse de algo (coisa possuída).
São eles:
primeira pessoa do singular meu, minha, meus, minhas
segunda pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
terceira pessoa do singular seu, sua, seus, suas
primeira pessoa do plural nosso, nossa, nossos, nossas
segunda pessoa do plural vosso, vossa, vossos, vossas
terceira pessoa do plural seu, sua, seus, suas
O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor e em gênero e número com a coisa
possuída.
Pronomes Demonstrativos
Pronomes Demonstrativos são palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser
em relação às pessoas do discurso.
São eles:
Variáveis - este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas
Invariáveis - isto, isso, aquilo
Pronomes Indefinidos
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido
vago ou expressando quantidade indeterminada.
São eles:
Variáveis - algum, nenhum, todo, muito, pouco, certo, outro, quantotanto, vários, diversos, um, qual,
bastante Invariáveis - Algo, alguém, nada, ninguém, tudo, cada, outrem, quem mais, menos, demais
Pronomes Interrogativos
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas.
Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
São eles: que, quem, qual, quanto...
Pronomes Relativos
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os
quais se relacionam.
Ex.: Eu estou lendo um livro.
O livro que estou lendo é muito bom.
Podemos, então, utilizarmo-nos de um pronome relativo, para nos referirmos à palavra livro que se
repete. Assim:
O livro que estou lendo é muito bom.
EXEMPLO:
Os regimes democráticos onde todos têm direitos iguais deve vigorar em todas as nações.
(ERRADO)
As nações onde os regimes democráticos vigoram têm mais condições de desenvolverem-se.
(CERTO)
Usa-se vossa quando estamos falando diretamente com a pessoa e sua quando falamos da pessoa.
Ex.: Lembrem-se dos pedidos que Sua Excelência fez entes de partir.
Vossa Excelência, conte-nos as novidades.
VERBO
ADVÉRBIO
Observação: Quando o advérbio modifica o adjetivo ou outro advérbio, indica apenas intensidade.
3 - Intensidade: algo, assaz, bastante, bem, demais, excessivamente, mais, meio, menos, mui, muito,
pouco, quanto, quão, quase, que, sobremaneira, sobremodo, tanto, tão, todo.
Exemplos: Trabalhas excessivamente.
Quão educada és, menina.
4 - Lugar: abaixo, acima, acolá, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (=em algum lugar), alhures (=em
outra parte), ali, aquém, aqui, cá, debaixo, defronte, dentro, detrás, diante, embaixo, em cima, fora, lá,
longe, nenhures (=em nenhuma parte), perto.
Exemplos: Caminha acima e abaixo.
Além cintilam estrelas.
5 - Modo: alerta, assim, bem, debalde (=inutilmente), depressa, devagar, mal, melhor, pior.
7 - Tempo: afinal, agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, enfim, hoje, já, jamais,
logo, nunca, ontem, ora (=nesta ocasião), outrora, primeiramente, sempre, súbito, tarde.
Exemplos: Rui Barbosa é o gênio que ora exaltamos.
Jamais te contrariarei, disse-me ela.
INTERJEIÇÃO
Dá-se o nome de interjeição às palavras invariáveis que exprimem emoções e sentimentos ou que
procuram imitar ruídos.
Ex: "De repente, no melhor da festa, plaft!, uma jabuticaba cai do galho e lhe acerta em cheio o
nariz" (M. Lobato)
"Ai, que meus olhos choram!" (C. Meireles)
A idéia expressa pela interjeição dependa da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.
Ex: Oh! Que surpresa desagradável! (contrariedade)
"Oh! Que bom encontra-lo novamente! (alegria)
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
PREPOSIÇÃO
Preposição é a palavra ou expressão (locução prepositiva) que serve para ligar duas palavras,
estabelecendo relação entre elas.
As principais preposições são:
§ A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
CONJUNÇÃO
Dá-se o nome de conjunção à palavra ou locução invariável que liga orações ou termos
semelhantes da mesma oração.
Ex: O inverno passou e eles não voltaram.
Encontrei meu pai e minha irmã no cinema.
Existem, ainda, elementos que servem para formar novas palavras, a partir do radical: são os afixos
(prefixos, quando postos antes do radical e sufixos, quando postos depois do radical.
Exemplos:
infeliz; felizmente.
Processos de derivação
a) prefixal ou prefixação:
Adição de um prefixo ao radical.
Exemplo:
desleal.
b)sufixal ou sufixação:
Adição de um sufixo ao radical.
Exemplo:
lealdade.
c) prefixal e sufixal:
Adição de um prefixo e de um sufixo ao radical.
Exemplo:
deslealdade.
Nota: Nos casos de derivação prefixal e sufixal sempre se formará uma palavra com qualquer dos afixos.
Verifique: desleal/lealdade.
d) derivação parassintética:
Na parassíntese ocorrem dois afixos simultaneamente. Assim, não se pode usá-los separadamente.
Exemplo: envelhecer. Note que não é possível formar envelh nem velhecer.
f) derivação imprópria:
Caso em que se faz a mudança de classe da palavra: verbos passam a substantivos, adjetivos
passam a substantivos, nomes comuns passam a próprios e assim por diante.
Exemplos:
Processos de composição
a) justaposição:
Forma palavras por meio da junção de radicais, sem que haja neles alteração morfológica. Alguns
desses nomes têm seus núcleos separados por hífen, outros não.
Exemplos:
couve-flor; passatempo, girassol.
b) aglutinação:
Forma palavras por meio da junção de radicais que sofrem alteração morfológica.
Exemplos:
fidalgo (filho+de+algo); vinagre (vinho+acre); petróleo (pedra+óleo).
Nota: Chama-se hibridismo o processo que reúne elementos mórficos de origens diferentes. Exemplo:
televisão (tele = grego + visão + latim)
a) onomatopéia:
Formação de palavras que sugerem ruídos, barulhos, sons de animais.
Exemplos:
reco-reco; teco-teco; chibum!, tilintar, farfalhar, urrar, arrulhar, berrar.
b) Sigla ou siglonimização:
Muito freqüentes em nossa língua, principalmente na esfera governamental.
Exemplos:
INSS, IPVA, IPTU.
c) Redução ou abreviação:
Consiste em utilizar apenas parte da palavra.
Exemplos:
tevê (por televisão); fone (por telefone); ônibus (por auto-ônibus).
FAMÍLIAS DE PALAVRAS
Exemplos:
gatinho: gat - inh - o
cachorrinhos: cachorr - inh - o – s
Exemplo:
Vogais temáticas: são as vogais que possibilitam a ligação entre o radical e as desinências.
Exemplos:
amava: am - a – va
pedisse: ped - i – sse
carta: cart – a
livro: livr – o
mares: mar - e – s
Exemplos:
amava (tema: ama - )
vendemos (tema: vende -)
Vogais e consoantes de ligação: intercalam-se na palavra, normalmente entre o radical e o
sufixo (ou entre radicais, em algumas palavras compostas), para facilitar a pronúncia.
Exemplos:
- Consoantes de ligação - paulada, chaleira, cafeteira.
- Vogais de ligação - cafeicultura, gasômetro.
Flexão nominal
A maioria dos substantivos terminados em "-ão" forma o plural substituindo essa terminação por "-ões"
(incluem-se nesse grupo os aumentativos): balão/balões, eleição/eleições, leão/leões, sabichão/sabichões,
coração/corações, vozeirão/vozeirões...
Os paroxítonos terminados em "-ão" e alguns poucos oxítonos e monossílabos formam o plural
pelo simples acréscimo de "s": sótão/sótãos, cidadão/cidadãos, chão/chãos, bênção/bênçãos,
cristão/cristãos, grão/grãos, órfão/órfãos, irmão/irmãos, mão/mãos...
Alguns substantivos terminados em "-ão" formam o plural substituindo essa terminação por "-ães":
alemão/alemães, capitão/capitães, pão/pães, cão/cães, charlatão/charlatães, sacristão/sacristães,
capelão/capelães, escrivão/escrivães, tabelião/tabeliães...
Em alguns casos, há mais do que uma forma aceitável para esses plurais. A tendência da língua
portuguesa atual do Brasil é utilizar a forma de plural em "-ões":
ARTESÃOS/ARTESÕES
Quando se refere ao indivíduo que tem por ofício as artes que dependem de habilidade manual, o
feminino é "artesã", e o plural é "artesãos". No entanto, a palavra "artesão" também se usa em arquitetura,
com o sentido de "adorno que se coloca entre molduras em abóbadas e tetos". Neste caso, o plural é
"artesões". Disso se conclui que é possível dizer que "os artesões de determinada igreja foram produzidos
por famosos artesãos".
Acrescenta-se a desinência "-s" aos substantivos terminados em "-m". Essa letra é substituída por
"-n" na forma do plural: homem/homens, jardim/jardins, som/sons, atum/atuns...
Os substantivos terminados em "-r" e "-z" formam o plural com o acréscimo de "-es": mar/mares,
açúcar/açúcares, hambúrguer/hambúrgueres, flor/flores, repórter/repórteres, revólver/revólveres; raiz/raízes,
rapaz/rapazes, cruz/cruzes...
Observação:
No caso do plural das palavras "júnior", "sênior" e "caráter", além de acrescentar "es", devemos
observar a mudança da posição da sílaba tônica: "juni ô res", "seni ô res", "carac té res" (devemos escrever
essas palavras sem acento, mas pronunciar com a sílaba tônica nas vogais aqui acentuadas.).
Os substantivos terminados em "-s" formam o plural com acréscimo de "-es"; quando paroxítonos
ou proparoxítonos, são invariáveis - o que faz com que a indicação de número passe a depender de um
artigo ou outro determinante: gás/gases, obus/obuses, um lápis/dois lápis, mês/meses, o atlas/os atlas,
algum ônibus/vários ônibus, país/países, o pires/os pires, o vírus/os vírus...
Os substantivos terminados em "-al", "-el", "-ol" e "-ul" formam o plural pela transformação do "-l"
dessas terminações em "-is": animal/animais, canal/canais, vogal/vogais, igual/iguais, anel/anéis,
pastel/pastéis, álcool/álcoois, anzol/anzóis...
Observação:
O plural de "mal" (males) e de "cônsul" (cônsules) é uma exceção à regra das palavras
terminadas em "l". Já "mel" admite dois plurais: "meles" ou "méis". Os dicionários e as gramáticas afirmam
que "gol" também admite dois plurais: "gois" (com o "o" fechado, como o de bois) e "goles" (com o "o"
também fechado); exemplo: Ronaldinho fez três goles (ou gois) numa só partida. No entanto, a forma
irregular "gols" é a que tem predominado na imprensa em geral.
Os substantivos oxítonos terminados em "-il" trocam o "-l" pelo "-s"; os paroxítonos trocam essa terminação
por "-eis": barril/barris, ardil/ardis, funil/funis, fuzil/fuzis, fóssil/fósseis, projétil/projéteis, réptil/répteis,
difícil/difíceis...
Além das formas paroxítonas apresentadas acima, existem as formas oxítonas "projetil" e "reptil",
que fazem os plurais "projetis" e "reptis", oxítonos.
Os substantivos terminados em "-n" formam o plural pelo acréscimo de "-s" ou "-es":
abdômen/abdomens ou abdômenes, gérmen/germens ou gérmenes, hífen/hifens ou hífenes, líquen/liquens
ou líquenes...
No português do Brasil, há acentuada tendência para o uso das formas obtidas pelo acréscimo de
"-s". Observe que, quando paroxítonas, essas formas de plural não recebem acento gráfico.
Destaque-se "cânon", cujo plural é a forma "cânones".
Os substantivos terminados em "-x" são invariáveis; a indicação de número depende da
concordância com algum determinante: o tórax/os tórax, um clímax/alguns clímax, uma (ou um) xerox/duas
(ou dois) xerox...
Existem alguns substantivos terminados em "-x" que apresentam formas variantes terminadas em
"-ce"; nesses casos, deve-se utilizar a forma plural da variante: o cálix ou cálice/ os cálices, o códex ou
códice/ os códices...
Observações:
No caso de diminutivos formados a partir de substantivos terminados em "-r", existe acentuada
tendência na língua atual do Brasil para limitar-se o plural à terminação da forma derivada:
colarzinho/colarzinhos, florzinha/florzinhas, mulherzinha/mulherzinhas. Essa forma de plural, no entanto, é
repudiada pela norma culta.
No caso das palavras "luzinha" e "cruzinha", o sufixo para o diminutivo é "inha" (a letra "z"
pertence à raiz da palavra). Não se aplica, portanto, a regra acima. Basta pôr a desinência "s": luzinhas e
cruzinhas.
Se a palavra composta for constituída de um verbo e um substantivo, somente o substantivo irá para o
plural: arranha-céus, bate-papos, bate-bocas, bate-bolas, caça-talentos, guarda-chuvas, lança-perfumes,
lava-pés, mata-borrões, pára-brisas, pára-choques, pára-lamas, porta-bandeiras, porta-vozes, quebra-
cabeças, quebra-molas, salva-vidas, vira-latas...
Observação :
Em guarda-civil , guarda é substantivo e civil é adjetivo. Os dois vão para o plural: guardas-civis ,
guardas-noturnos, guardas-florestais...
Já em guarda-chuva , guarda é verbo e chuva é substantivo. Só o substantivo vai para o plural:
guarda-chuvas , guarda-sóis, guarda-louças, guarda-roupas, guarda-costas...
Se a palavra composta for constituída de dois ou mais adjetivos, somente o último adjetivo irá para o plural:
consultórios médico-cirúrgicos ; candidatos social-democratas ; atividades técnico-científicas ; problemas
político-econômicos ; questões luso-brasileiras ; camisas rubro-negras ; cabelos castanho-escuros ; olhos
verde-claros ...
Observação :
Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis quando o segundo elemento é um
substantivo: verde-garrafa, verde-mar, verde-musgo, verde-oliva, azul-céu, azul-piscina, amarelo-ouro, rosa-
choque, vermelho-sangue...
Compare:
Olhos verde-claros = cor + adjetivo (claro ou escuro)
Calças verde-garrafa = cor + substantivo
Também são invariáveis: azul-celeste e azul-marinho .
O termo "infravermelho" varia porque o adjetivo "vermelho" varia: "carro vermelho / carros
vermelhos; calça vermelha / calças vermelhas; raio infravermelho / raios infravermelhos.
Já "ultravioleta" não varia, porque, como substantivo adjetivado, "violeta" também não varia: vaso
violeta / vasos violeta; camisa violeta / camisas violeta; raio ultravioleta / raios ultravioleta.
Quando se indica a cor com a expressão "cor de", clara ou subentendida, não se faz a flexão do
qualificador: "paredes (cor de) gelo", "camisas (cor de) creme", "blusas (cor de) vinho", "vasos (cor de)
violeta". Quando substantivo, "violeta" é palavra variável: "Há belas violetas no jardim".
Se o primeiro elemento for advérbio, preposição ou prefixo, somente o segundo elemento irá para
o plural: abaixo-assinados, alto-falantes, ante-salas, anti-semitas, auto-retratos, bel-prazeres, contra-
ataques, recém-nascidos, super-homens, todo-poderosos, vice-campeões...
Se a palavra composta for constituída por advérbio + pronome + verbo, somente o último
elemento varia: bem-me-queres, bem-te-vis, não-me-toques...
Se a palavra composta for constituída pela repetição das palavras (onomatopéias = reprodução
dos sons), o segundo elemento irá para o plural: bangue-bangues, pingue-pongues, reco-recos, teco-tecos,
tique-taques, zigue-zagues...
São invariáveis :
- compostos de verbo + palavra invariável: os bota-fora, os cola-tudo, os topa-tudo...
- compostos de verbos de sentido oposto: os entra-e-sai, os leva-e-traz, os perde-ganha, os sobe-
e-desce, os vai-volta...
- expressões substantivadas: os bumba-meu-boi, os chove-não-molha, os disse-me-disse...
Flexão Verbal
PRESENTE DO INDICATIVO.
O MODO INDICATIVO serve para expressar ações definidas, reais. O TEMPO PRESENTE, normalmente,
exprime as ações que acontecem no momento em que se fala. Entretanto, este tempo verbal pode ser
também empregado em outras circunstâncias.
_ PRESENTE MOMENTÂNEO:
"Não percamos de vista o ardente Sílvio que lá vai, que desce e sobe, escorrega e salta." - M. Assis. (Fato
atual, que se dá no momento em que se fala; o narrador, aqui, está presenciando as ações do personagem)
_ PRESENTE DURATIVO:
"A Igreja condena a pílula anticomcepcional e a Ciência a aprova." (Ações ou estados considerados
permanentes)
_ PRESENTE HABITUAL ou FREQÜENTATIVO:
"Aqueles jovens estudam na mesma escola."
_ PRESENTE HISTÓRICO ou NARRATIVO:
"Procuram-se e acham-se. Enfim, Sílvio achou Sílvia; viram-se, caíram nos braços um do outro, ofegantes
de canseira, mas remidos com a paga. Unem-se, entrelaçam os braços e regressam palpitando da
inconsciência para a consciência." - M. Assis. (Verbos no presente para dar mais vivacidade às ações
acontecidas no passado)
_ PRESENTE COM SENTIDO DE FUTURO MUITO PRÓXIMO:
"Vou arrumar as malas e, amanhã, embarco para a Europa."
"Vou à Roma, depois sigo para Londres."
(Para se evitar qualquer tipo de ambigüidade, deve-se usar advérbios de
tempo que exprimem futuro, junto ao verbo no presente)
IMPERATIVO.
Sendo por excelência o modo que exprime "ordens e mandamentos", o Imperativo também pode expressar
outros sentimentos, intenções e interesses do ser humano.
Exemplos:
Saia daqui! (ordem)
Partamos antes que seja tarde. (conselho)
Não se preocupe com isso. (conselho expresso pelo Imperativo Negativo)
Venha à nossa casa hoje à noite. (convite)
Não deixem de comparecer à festa. (convite expresso pelo Imperativo Negativo)
Por favor, espere por mim!
"Perdoai as nossas ofensas..."
"Livrai-nos do mal." (súplicas)
"Não nos deixeis cair em tentação..."
(súplica expressa pelo Imperativo Negativo)
O modo Imperativo Afirmativo é formado da seguinte maneira: tu e vós do Presente do Indicativo, sem o s
final, e as demais pessoas (você/ele, nós, vocês/eles) do Presente do Subjuntivo. Já o imperativo negativo é
formado com todas as pessoas deste tempo. Não se usa a primeira pessoa do singular em ambos os casos.
O sistema de conjugação dos imperativos vale para todos os verbos da língua portuguesa, com exceção do
verbo ser. Este verbo só não segue a regra nas duas segundas pessoas do imperativo afirmativo: sê (tu) e
sede (vós), esta lida com o primeiro "e" fechado, do mesmo jeito que se lê a palavra que significa vontade
de beber.
Exemplo:
"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo
que fazes." (Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Ricardo Reis)
MODO SUBJUNTIVO.
_ Imperfeito.
Embora esta seja uma forma do tempo pretérito, pode também expressar fatos no presente e no futuro.
Exemplos:
Fosse verdade o que dizes, e todos estariam felizes. (a correlação com a forma verbal "dizes" dá à forma
"fosse" um aspecto também de presente)
Chovesse ou fizesse sol, ele ia ao trabalho.
Pediu-lhe que voltasse na próxima semana. (a expressão adverbial "na próxima semana" traz um matiz de
futuro à oração)
_ Pretérito.
Forma verbal sempre no tempo composto, formado pelo auxiliar TER no presente do subjuntivo, acrescido
do particípio passado do verbo principal.
Exemplos:
Acredito que ele TENHA PASSADO no exame. (fato passado, supostamente concluído)
Espero que ela TENHA ARRUMADO tudo antes de eu chegar. (fato passado, supostamente terminado
antes de outro fato no futuro acontecer)
_ Pretérito mais-que-perfeito.
Também um tempo composto, formado por um auxiliar no Imperfeito do subjuntivo e um verbo principal no
particípio passado.
Exemplos:
Não esperava que ela TIVESSE CHEGADO aqui antes de mim. (ação concluída eventualmente antes de
outra, ambas no passado)
TIVESSE CHEGADO antes, e o prêmio seria seu. (ação hipotética, ocorrida no passado)
_ Futuro (simples).
Pode ser empregado nas orações adverbiais ou adjetivas.
Exemplos:
SE QUISER, irei vê-lo. (idéia de eventualidade no futuro)
Trarei presentes aos que me ENCOMENDAREM.
_ Futuro (composto).
Formado do verbo auxiliar no futuro simples e o particípio passado do verbo principal.
Exemplos:
Quando TIVER ENCONTRADO a resposta, revelarei a todos. (fato futuro eventualmente terminado em
relação a outro também no futuro)
Modo verbal:
O falante, ao enunciar o processo verbal, pode tomar várias atitudes em relação ao que enuncia:
de certeza, de dúvida, de ordem, etc.
O modo verbal revela a atitude do falante ao enunciar o processo.
Pode ser:
a) indicativo: revela o fato de modo certo, preciso, seja ele passado, presente ou futuro.
Essa divisão dos tempos verbais em passado, presente e futuro não esgota todas as variações que
o verbo pode assumir em relação à categoria tempo, já que esses tempos verbais se subdividem e, muitas
vezes, assumem outros matizes, alterando de maneira bastante sensível a significação inicial.
Sem pretender esgotar o assunto, vejamos alguns empregos significativos dos tempos verbais.
1. presente do indicativo: exprime um fato que ocorre no momento em que se fala. Vejo um pássaro na
janela
O presente do indicativo também é usado para:
a) exprimir uma verdade científica, um axioma:
A Terra é redonda.
Por um ponto passam infinitas retas.
b) para exprimir uma ação habitual:
Aos domingos não saio de casa.
c) para dar atualidade a fatos ocorridos no passado:
Cabral chega ao Brasil em 1500.
d) para indicar fato futuro bastante próximo, quando se tem certeza de que ele ocorrerá:
Amanhã faço os exercícios.
3. pretérito imperfeito do indicativo: exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o
toma como concluído, acabado. Revela, pois, o fato em seu curso, em sua duração.
Ele falava muito durante as aulas.
4. pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato passado que já foi concluído, em relação a
outro fato também passado.
Quando você resolveu o problema, eu já o resolvera.
Obs.: Na linguagem atual tem-se usado com mais freqüência o pretérito mais-que-perfeito
composto.
Quando você resolveu o problema, eu já o tinha resolvido.
O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do
subjuntivo.
"…mais servira, se não fora Para tão longo amor tão curta a vida!"(Camões) servira = serviria; fora = fosse)
5. futuro do presente: exprime um fato, posterior ao momento em que se fala, tido com certo.
Amanhã chegarão os meus pais. As aulas começarão segunda-feira.
O futuro do presente pode ser empregado para exprimir idéia de incerteza, de dúvida. Serei eu o único
culpado?
Emprega-se o infinitivo pessoal: * quando ele tiver sujeito próprio (expresso ou implícito) diferente
do sujeito da oração principal:
O remédio era ficarmos em casa.
O costume é os jovens falarem e os velhos ouvirem.
Além dos casos mencionados, em que é obrigatório o uso de uma ou de outra forma, quando o
infinitivo for regido de preposição (com exceção de a), admite-se indiferentemente o uso das duas formas.
Viemos aqui para cumprimentar (ou cumprimentarmos) os vencedores.
Vozes do verbo
Sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura formal da frase, i.e., as combinações e
relações entre as palavras. Interessa à sintaxe:
1. A função que as palavras exercem na frase (função sintática).
FRASE
É a menor unidade da comunicação lingüística. Tem como características básicas:
1. a apresentação de um sentido ou significado completo
2. ser acompanhada por uma entonação
Durante o uso cotidiano da língua, os falantes costumam produzir seus textos articulando enunciados.
Esses enunciados, quando transmitem uma idéia acabada, isto é, um sentido comunicativo completo, se
constituem na chamada frase. Não há um padrão definido de frase; contudo, podemos identificá-la em três
tipos distintos de construção:
a. quando se compõe de apenas uma palavra.
Exemplos:
1. Perigo!
2. Coragem!
b. quando se compõe de mais de uma palavra, dentre as quais não se verifica a presença de
verbo.
Exemplos:
1. Que tempestade!
2. Quanta ingenuidade!
c. quando se compõe de mais de uma palavra, dentre as quais, um verbo ou locução verbal.
Exemplos:
1. Infelizmente, precisamos seguir viagem! [presença de verbo]
2. A concorrência deve determinar a redução dos nossos preços. [presença de locução verbal]
A identificação de uma frase na situação de comunicação também se deve ao fato de que ela é um
produto da entonação, ou seja, da melodia produzida na língua oral. Dessa forma, quando um falante
constrói uma frase, ela só se realiza se houver marcas melódicas de início e fim do enunciado. Em geral, na
fala essas pausas são expressas através do silêncio; já no registro escrito as marcas de início são as
iniciais maiúsculas das palavras e as marcas finais, os sinais de pontuação.
Exemplos:
1. Jonas!
2. Que vexame!
3. Acordei hoje com fortes dores de cabeça.
Observe-se que nos exemplos (1) e (2) os segmentos não apresentam verbos. No entanto, dada a
entonação frasal, podemos extrair dessas construções um sentido comunicativo completo. O contexto da
comunicação e a melodia empregada pelos falantes na produção do exemplo (1) são fundamentais para
distingui-lo de uma simples palavra sem função comunicativa. Basta imaginarmos para isso um contexto em
que alguém está chamando por uma pessoa cujo nome é "Jonas". Nesse caso, a frase (1) poderia
expressar alguma coisa como "Ei, Jonas, estou lhe chamando."
ORAÇÃO
PERÍODO
TERMOS DA ORAÇÃO
Para estudarmos os períodos formados por coordenação e por subordinação, faz-se necessário
conhecermos os termos da oração.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados em três grandes níveis:
SUJEITO PREDICADO
A relação de concordância é, por excelência, uma relação de dependência, na qual dois (ou mais)
elementos se harmonizam. Um desses elementos é chamado determinado (ou principal) e o outro,
determinante (subordinado). No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, ao passo que o
predicado é o termo determinado. Essa posição de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca uma
sentença sem predicado.
Exemplos:
1. As formigas invadiram minha casa.
...[as formigas: sujeito = termo determinante]
...[invadiram minha casa: predicado = termo determinado]
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal , isto é, seu núcleo é sempre um
nome. Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é representado por
um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
sua representação pode ser feita através de um substantivo, de um pronome substantivo ou de qualquer
conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
1. Eu acompanho você até o guichê.
...[eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa]
2. Vocês disseram alguma coisa?
...[vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa]
3. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
...[Marcos: sujeito = substantivo próprio]
4. Ninguém entra na sala agora.
...[ninguém: sujeito = pronome substantivo]
5. O andar deve ser uma atividade diária.
...[o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração]
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração
recebe o nome de oração substantiva subjetiva:
É difícil optar por esse ou aquele doce...
...[É difícil: oração principal]
...[optar por esse ou aquele doce: oração subjetiva = sujeito oracional]
É importante conhecer outras particularidades do sujeito: sujeito posposto
Sujeito posposto
Embora a Língua Portuguesa se apresente predominantemente pela ordem direta (sujeito + verbo+
predicado), é comum encontrarmos alguns termos em posições variadas na oração.
É o que se entende por ordem inversa, na qual alguns termos são encontrados em combinação
contrária ao esperado (ex.: verbo + sujeito = sujeito posposto.
Exemplos:
1. Vivendo sozinho o ancião, sua saúde se tornara precária.
2. Sobre esse assunto falo eu!
O fato de se inverter a posição dos termos na oração é movido por fatores gramaticais (ex.:
colocação pronominal) ou por fatores estilísticos. A construção de sentenças em que o sujeito é colocado
após o verbo (sujeito posposto) surge em decorrência da ênfase que se pretende dar à idéia expressa
É muito importante que se localize o sujeito e o verbo na oração. Mesmo em posição que não é a
sua habitual, o verbo deve sempre concordar com o sujeito.
Predicado é um dos termos essenciais da oração. Tem por características básicas:
apresentar-se como elemento determinado em relação ao sujeito
apontar um atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito
Assim como o sujeito, o predicado é um segmento extraído da estrutura interna das orações ou das
frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Isso implica dizer que a noção de predicado só é
importante para a caracterização das palavras em termos sintáticos. Nesse sentido, o predicado é
sintaticamente o segmento lingüístico que estabelece concordância com outro termo essencial da oração –
o sujeito -, sendo este o termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo determinado (ou
principal). Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo que se diz do sujeito” como fazem
certas gramáticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno da concordância
entre esses dois termos essenciais da oração.
Exemplos:
1. Carolina conhece os índios da Amazônia.
...[sujeito: Carolina = termo determinante]
...[predicado: conhece os índios da Amazônia = termo determinado]
...[Carolina: 3ª pessoa do singular = conhece: 3ª pessoa do singular]
COMPLEMENTO NOMINAL
Em geral os nomes que exigem complementos nominais possuem formas correspondentes a verbos
transitivos, pois ambos completam o sentido de outro termo. São exemplos dessa correlação:
- obedecer aos pais?obediência aos pais
- chegar em casa?chegada em casa
- entregar a revista à amiga?entrega da revista à amiga
- protestar contra a opressão?protesto contra a opressão
OBJETO DIRETO
Do ponto de vista da sintaxe, objeto direto é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo
direto, por isso, é complemento verbal, na grande maioria dos casos, não preposicionado. Do ponto de
vista da semântica, o objeto direto é:
- o resultado da ação verbal, ou
- o ser ao qual se dirige a ação verbal, ou
- o conteúdo da ação verbal.
O objeto direto pode ser formado por um substantivo, pronome substantivo, ou mesmo qualquer
palavra substantivada. Além disso, o objeto direto pode ser constituído por uma oração inteira que
complemente o verbo transitivo direto da oração dita principal. Nesse caso, a oração recebe o nome de
oração subordinada substantiva objetiva direta.
Exemplos:
1. O amor de Mariana transformava a minha vida.
...[transformava: verbo transitivo direto]
...[a minha vida: objeto direto]
...[núcleo: vida = substantivo]
Os objetos diretos são constituídos por nomes como núcleos do segmento. A noção de núcleo torna-
se importante porque, num processo de substituição de um nome por um pronome deve-se procurar por um
pronome de igual função gramatical do núcleo. No exemplo (1) acima verificamos um conjunto de palavras
formando o objeto direto (a minha vida), dentre as quais apenas uma é núcleo (vida = substantivo).
Podemos transformar esse núcleo substantivo em objeto direto formado por pronome oblíquo, que é um tipo
de pronome substantivo. Além disso, nesse processo de substituição, devemos ter claro que o pronome
ocupará o lugar de todo o objeto direto e não só do núcleo do objeto. Vejamos um exemplo dessa
representação:
O amor de Mariana transformava a minha vida.
O amor de Mariana a transformava.
Os pronomes oblíquos átonos (me, te, o, a, se, etc.) funcionam sintaticamente como objetos diretos.
Isso implica dizer que somente podem figurar nessa função de objeto e não na função de sujeito, por
exemplo. Porém algumas vezes os pronomes pessoais retos (eu, tu, ele, etc.) ou pronome oblíquo tônico
(mim, ti, ele, etc.) são chamados a constituir o núcleo dos objetos diretos. Nesse caso, o uso da preposição
se torna obrigatório e, por conseqüência, tem-se um objeto direto especial: objeto direto preposicionado.
Exemplos:
1. Ame ele que é teu irmão. [Inadequado]
Ame-o que é teu irmão. [Adequado]
2. Você chamou eu ao teu encontro? [Inadequado]
Você me chamou ao teu encontro? [Adequado]
...[me: pronome oblíquo átono = sem preposição]
Você chamou a mim ao teu encontro? [Adequado]
...[a mim: pronome oblíquo tônico = com preposição]
OBJETO INDIRETO
Do ponto de vista da sintaxe, objeto indireto é o termo que completa o sentido de um verbo
transitivo indireto e vem sempre acompanhado de preposição. Do ponto de vista da semântica, o objeto
indireto é o ser ao qual se destina a ação verbal.
O objeto indireto pode ser formado por substantivo, ou pronome substantivo, ou numeral, ou ainda,
uma oração substantiva objetiva indireta. Em qualquer um desses casos, o traço mais importante e
característico do objeto indireto é a presença da preposição.
Exemplo:
A cigana pedia dinheiro a moça. [Inadequado]
A cigana pedia dinheiro à moça. [Adequado]
...[pedia = verbo transitivo direto e indireto]
...[dinheiro = objeto direto]
...[à moça = destinatário da ação verbal = objeto indireto]
O objeto indireto pode ser representado por um pronome. Como o núcleo do objeto é sempre um
nome, é possível substituí-lo por um pronome. Nesse caso, um pronome oblíquo, já que se trata de uma
posição de complemento verbal e não de sujeito da oração. O único pronome que representa o objeto
indireto é o pronome oblíquo átono lhe(s) – pronome de terceira pessoa. Os pronomes indicativos das
demais pessoas verbais são sempre acompanhados de preposição.
Exemplos:
1. Ela contava a seu pai como fora o seu dia na escola.
2. Ela lhe contava como fora o seu dia na escola.
3. Todos dariam ao padre a palavra final.
4. Todos dar-lhe-iam a palavra final.
5. Responderam a Fátima com delicadeza.
6. Responderam a mim com delicadeza.
Não é difícil confundir objeto indireto e adjunto adverbial, pois ambos os termos são construídos
com preposição. Uma regra prática para se determinar o objeto indireto e até mesmo o identificar na oração
é indagar ao verbo se ele necessita de algum complemento preposicionado. Esse complemento será:
1) Adjunto adverbial, se estiver expressando um significado adicional, como lugar, tempo, companhia,
modo e etc.
2) Objeto indireto, se estiver apenas completando o sentido do verbo, sem acrescentar outra idéia à
oração.
PREDICATIVO DO OBJETO
Exemplos:
1. O vilarejo finalmente elegeu Otaviano prefeito.
...[objeto: Otaviano]
...[predicativo: substantivo]
Alguns gramáticos admitem o predicativo do objeto em orações com verbos transitivos indiretos tais
como crer, estimar, julgar, nomear, eleger. Em geral, porém, a ocorrência do predicativo do objeto em
objetos indiretos se dá somente com o verbo chamar, com sentido de “atribuir um nome a”.
Exemplo:
Chamavam-lhe falsário, sem notar-lhe suas verdades.
AGENTE DA PASSIVA
É o termo da oração que complementa o sentido de um verbo na voz passiva, indicando-lhe o ser
que praticou a ação verbal.
A característica fundamental do agente da passiva é, pois, o fato de somente existir se a oração
estiver na voz passiva. Há três vozes verbais na nossa língua: a voz ativa, na qual a ênfase recai na ação
verbal praticada pelo sujeito; a voz passiva, cuja ênfase é a ação verbal sofrida pelo sujeito; e a voz
reflexiva, em que a ação verbal é praticada e sofrida pelo sujeito. Nota-se, com isso, que o papel do sujeito
em relação à ação verbal está em evidência.
Na voz ativa o sujeito exerce a função de agente da ação e o agente da passiva não existe. Para
completar o sentido do verbo na voz ativa, este verbo conta com outro elemento – o objeto (direto). Na voz
passiva, o sujeito exerce a função de receptor de uma ação praticada pelo agente da passiva. Por
conseqüência, é este mesmo agente da passiva que complementa o sentido do verbo neste tipo de oração,
substituindo o objeto (direto).
Exemplo:
O barulho acordou toda a vizinhança. [oração na voz ativa]
...[o barulho: sujeito]
...[acordou: verbo transitivo direto = pede um complemento verbal]
...[toda a vizinhança: ser para o qual se dirigiu a ação verbal = objeto direto]
O agente da passiva é um complemento exigido somente por verbos transitivos diretos (aqueles que
pedem um complemento sem preposição). Esse tipo de verbo, em geral, indica uma ação (em oposição aos
verbos que exprimem estado ou processo) que, do ponto de vista do significado, é complementada pelo
auxílio de outro termo que é o seu objeto (em oposição aos verbos que não pedem complemento: os verbos
intransitivos). Como vimos, na voz passiva o complemento do verbo transitivo direto é o agente da passiva;
3. Karina gritou.
...[verbo intransitivo na voz ativa]
A oração na voz passiva pode ser formada através do recurso de um verbo auxiliar ( ser, estar). Nas
construções com verbo auxiliar, costuma-se explicitar o agente da passiva, apesar de ser este um termo de
presença facultativa na oração. Em orações cujo verbo está na terceira pessoa do plural, é muito comum
ocultar-se o agente da passiva. Isso se justifica pelo fato de que, nessas situações, o sujeito pode ser
indeterminado na voz ativa. Porém mesmo nesses casos, a ausência do agente é fruto da liberdade do
falante.
Exemplos:
1. Os visitantes do zoológico foram atacados pelos bichos.
...[foram: verbo auxiliar / passado do verbo “ser”]
...[pelos bichos: agente da passiva]
O agente da passiva é mais comumente introduzido pela preposição por (e suas variantes: pelo, pela,
pelos, pelas). É possível, no entanto, encontrar construções em que o agente da passiva é introduzido pelas
preposições de ou a.
Exemplos:
1. O hino será executado pela orquestra sinfônica.
...[pela orquestra sinfônica: agente da passiva]
2. O jantar foi regado a champanhe.
...[a champanhe: agente da passiva]
ADJUNTO ADNOMINAL
Exemplos:
1. Nosso velho mestre sempre nos voltava à mente.
...[nosso: pronome adjetivo]
...[velho: adjetivo]
ADJUNTO ADVERBIAL
Os adjuntos adverbiais podem ser representados por meio de um advérbio, uma locução adverbial
ou uma oração inteira denominada oração subordinada adverbial.
Exemplos:
1. Os ingressos para o espetáculo de dança esgotaram-se hoje.
...[hoje: advérbio = adjunto adverbial]
Freqüentemente observa-se certa confusão estabelecida entre o adjunto adverbial expressado por
uma locução adverbial e o objeto indireto. Isso se dá porque ambas as construções são introduzidas por
uma preposição. Deve-se ter claro, no entanto, que o objeto indireto é essencial para complementar o
sentido de um verbo transitivo indireto, ao passo que o adjunto adverbial é elemento dispensável para a
compreensão do sentido tanto de um verbo como de qualquer outro elemento ao qual se liga. Além disso, o
objeto indireto é complemento verbal; já o adjunto adverbial pode ou não estar associado a verbos.
Exemplos:
1. Essa minha nota equivale a um emprego.
...[a um emprego: complementa o sentido do verbo transitivo indireto”equivaler”]
...[a um emprego: objeto indireto]
APOSTO
É o termo da oração que se associa a outro termo para especificá-lo ou explicá-lo. O aposto tem
caráter nominal, ou seja, é representado por nomes e não por verbos ou advérbios. Seu emprego é tido
como acessório na oração porque o enunciado sobrevive sem a informação veiculada através do aposto.
Exemplos:
1. Meu nome estava definitivamente fora da lista dos aprovados.
Na língua portuguesa o aposto costuma vir acompanhado de uma pausa expressada através da
vírgula ou do sinal de dois pontos. No entanto, o uso da pontuação para marcar a posição do aposto na
sentença não é obrigatório. Trata-se de uma elegância textual, para a qual a utilização, especialmente das
vírgulas, torna o aposto mais destacado.
Exemplos:
1. Aquela rodovia de São Paulo a Campinas foi ampliada recentemente.
...[aposto não separado por vírgulas]
É comum notarmos certa confusão entre aposto e adjunto adnominal, já que o aposto pode ser
introduzido por meio da preposição de. Deve-se ter claro, no entanto, que o aposto tem sempre o
substantivo como seu núcleo, ao passo que o adjunto adnominal pode ser representado por um adjetivo.
Uma maneira prática de identificar um ou outro termo da oração é transformar o segmento num adjetivo. Se
a operação tiver sucesso, tratar-se-á de um adjunto adnominal.
Exemplos:
1. As paredes de fora estão sendo pintadas agora.
...[de fora > externo = adjunto adnominal]
Uma oração inteira também pode exercer a função de aposto. Nesse caso ela recebe o nome de
oração subordinada substantiva apositiva:
Normalmente optamos pelo futebol, o que é típico de brasileiro.
...[aposto associado ao núcleo do objeto indireto “futebol”]
VOCATIVO
É a palavra ou conjunto de palavras, de caráter nominal, que empregamos para expressar uma
invocação ou chamado.
O vocativo é um elemento que, embora colocado pelos gramáticos dentre os termos da oração,
isola-se dela. Isto é, o vocativo não se integra sintaticamente aos termos essenciais da oração (sujeito e
predicado) e pode, sozinho, constituir-se uma frase. Essa propriedade advém do fato de que o vocativo
insere, na oração, o interlocutor discursivo, ou seja, aquele a quem o falante se dirige na situação
comunicativa.
Exemplos:
1. Por Deus, Amélia, vamos encerrar essa discussão!
2. Posso me retirar agora, senhor?
3. Meninos!
...[vocativo constituindo uma frase]
A entonação melódica da língua falada costuma acentuar os vocativos. Essa forma de expressão é
reproduzida, na língua escrita, por meio de sinais de pontuação. Assim, o vocativo é obrigatoriamente
acompanhado de uma pausa: curta, através do recurso da vírgula; longa, através do recurso da exclamação
ou das reticências. Não há posição definida para o vocativo na sentença, porém, quando se apresenta no
interior da oração, deve ser colocado entre vírgulas.
Há de atentarmos para uma distinção entre o vocativo e frases constituídas por um único substantivo.
Nestas não se verifica qualquer invocação ao interlocutor do discurso, mas, antes, se dirigem a alguém
expressando um aviso, um pedido ou um conselho. No vocativo, porém, o interlocutor é chamado a integrar
o discurso do falante.
Exemplos:
1. Perigo!
...[frase constituída por um substantivo]
2. Rebeca!
...[vocativo]
Período é a unidade lingüística composta por uma ou mais orações. Tem como características
básicas:
1. a apresentação de um sentido ou significado completo
2. encerrar-se por meio de certos símbolos de pontuação.
Uma das propriedades da língua é expressar enunciados articulados. Essa articulação é evidenciada
internamente pela verificação de uma qualidade comunicativa das informações contidas no período. Isto é,
um período é bem articulado quando revela informações de sentido completo, uma idéia acabada. Esse
atributo pode ser exibido em termos de um período constituído por uma única oração - período simples –
ou constituído por mais de uma oração – período composto.
Exemplos:
1. Sabrina tinha medo do brinquedo.
...[período simples]
2. Sabrina tinha medo do brinquedo, apesar de levá-lo consigo todo o tempo.
...[período composto]
Não há uma forma definida para a constituição de períodos, pois se trata de uma liberdade do
falante de elaborar seu discurso da maneira como quiser ou como julgar ser compreendido na situação
discursiva. Porém a língua falada, mais freqüentemente, organiza-se em períodos simples, ao passo que a
língua escrita costuma apresentar maior elaboração sintática, o que faz notarmos a presença maior de
períodos compostos. Um dos aspectos mais notáveis dessa complexidade sintática nos períodos compostos
é o uso dos vários recursos de coesão. Isso pode ser visualizado no exercício de transformação de alguns
períodos simples em período composto fazendo uso dos chamados conectivos (elementos lingüísticos que
marcam a coesão textual).
Exemplos:
1. Eu tenho um gatinho muito preguiçoso. Todo dia ele procura a minha cama para dormir. Minha mãe
não gosta do meu gatinho. Então, eu o escondo para a minha mãe não ver que ele está dormindo
comigo.
2. Eu tenho um gatinho muito preguiçoso, que todo dia procura a minha cama para dormir. Como a
minha mãe não gosta dele, eu o escondo e, assim, ela não vê que o gatinho está dormindo comigo.
Notem que no exemplo (1) temos um parágrafo formado por quatro períodos. Já no exemplo (2) o
parágrafo está organizado em apenas dois períodos. Isso é possível articulando as informações por meio de
alguns conectivos (que, como, assim) e eliminando os elementos redundantes (o gatinho, minha mãe = ele,
ela).
Finalmente, os períodos são definidos materialmente no registro escrito por meio de uma marca da
pontuação, das quais se excluem a vírgula e o ponto-e-vírgula. O recurso da pontuação é uma forma de
reproduzir na escrita uma longa pausa percebida na língua falada.
Todas as orações de um período composto podem ligar-se por conetivos coordenativos (formando os
períodos compostos por coordenação) ou subornativos (formando os períodos compostos por
subordinação), estando esses conectivos claros ou ocultos.
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
ORAÇÕES COORDENADAS
As orações coordenadas são independentes sintaticamente. Não exercem nenhuma função
sintática em relação a outra dentro do período.
ORAÇÕES SUBORDINADAS
São orações dependentes sintaticamente de outra. Exercem uma função sintática correspondente
ao substantivo, adjetivo ou advérbio.
Exemplo:
Os credores internacionais esperavam / que o Brasil suspendesse o pagamento dos juros.
Nesse exemplo, a segunda oração está subordinada à primeira, pois exerce função sintática de
objeto direto do verbo esperar.
· Orações subordinadas substantivas
São aquelas que exercem função sintática própria de um substantivo, a saber: sujeito, objeto
direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto ou agente da passiva.
Assim temos:
a) Subjetiva
Função de sujeito em relação ao verbo da principal.
Exemplos:
É importante / que tenhamos o equilíbrio da balança comercial.
Ainda se espera / que o governo mude as normas do imposto de renda.
Ainda era esperado / que a equipe palmeirense se reabilitasse.
Consta / que haverá mudanças no ministério, caso o presidente seja reeleito.
b) Objetiva direta
Função de objeto direto em relação ao verbo da principal.
Exemplo:
Os contribuintes esperam / que o governo altere as normas do imposto de renda.
c) Objetiva indireta
Função de objeto indireto em relação ao verbo da principal.
Exemplo:
O país necessita / de que se faça uma melhor distribuição de renda.
d) Completiva nominal
Função sintática de complemento nominal em relação a um substantivo, adjetivo ou advérbio da
principal.
b) Objeto direto
Exemplo:
As reivindicações que os trabalhadores faziam preocupavam os empresários.
(= Os trabalhadores faziam as reivindicações.)
c) Objeto indireto
Exemplo:
O aumento de que todos necessitavam proveria o sustento da casa.
(= Todos necessitavam do aumento.)
d) Complemento nominal
Exemplo:
O aumento de que todos tinham necessidade proveria o sustento da casa.
(= Todos tinham necessidade do aumento.)
e) Predicativo do sujeito
Exemplo:
O grande mestre que ele sempre foi agradava a todos.
(= Ele sempre foi o grande mestre.)
f) Adjunto adnominal
h) Concessiva
Exemplo:
Embora enfrentasse dificuldades, procurava manter a calma.
i) Comparativa
Exemplo:
Ele sempre se comportou tal qual um cavalheiro.
Concordância
É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem harmonicamente
na frase.
A concordância pode ser feita de três formas:
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com o substantivo a
que se referem em gênero e número.
Ex.: Dois pequenos goles de vinho e um calçado certo deixam qualquer mulher irresistivelmente
alta.
Concordâncias especiais:
Ocorrem quando algumas palavras variam sua classe gramatical, ora se comportando como um
adjetivo (variável) ora como um advérbio (invariável).
2- Bastante- bastantes
Quando adjetivo, será variável e quando advérbio, será invariável
Ex.: Há bastantes motivos para sua ausência. (bastantes será adjetivo de motivos)
Os alunos falam bastante. ( bastante será advérbio de intensidade referindo-se ao verbo)
Mesmo pode ser advérbio quando significa realmente, de fato. Será portanto invariável.
Ex.: Maria viajará mesmo para os EUA.
Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria fará o pedido ao diretor.
7- Só, sós
Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbios serão invariáveis.
Ex.: A criança ficou só./ As crianças ficaram sós. (adjetivo)
Depois da briga, só restaram copos e garrafas quebrados. (advérbio)
CONCORDÂNCIA VERBAL
1) Sujeito simples
Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).
Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo- o verbo fica no singular.
Ex.:A multidão gritou pelo rádio.
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.
e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o
antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ...,
etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal
(nós ou vós).
Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com eles em pessoa e
número.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural- se o sujeito não vier precedido de artigo, o
verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo
concorda com o numeral.
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões a maioria, a maior parte, grande parte, etc.- o verbo poderá
ser usado no singular ( concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).
Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o verbo poderá ser usado no singular ou
plural se este vier afastado do substantivo.
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade,
temendo a violência da rua, permanecem em casa.
2) Sujeito composto
Regra geral: o verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear no bosque.
Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes- o verbo ficará no plural
seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural) amigos.
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.
Ex.: Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e - o verbo concordará com os
dois núcleos.
Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural
(concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se
concentrar.
Apostilas Decisão 56 Apostilas Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
d) Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas
com o núcleo mais próximo.
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concorda com o aposto
resumidor.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...- o verbo poderá
ficar no singular ou no plural.
Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular quando a idéia for de
exclusão e plural quando for de inclusão.
Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como/ assim...como/ não só...mas
também, etc.) - o mais comum é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos
estiverem no singular.
Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo./ Tanto Erundina quanto
Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.
Outros casos:
1) Partícula SE:
a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.
Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
1) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.
b- O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou
QUEM.
Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?
c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será com a expressão numérica
Ex.: São nove horas./ É uma hora.
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se a palavra dia.Ex.: Hoje são
24 de outubro./ Hoje é (dia) 24 de outubro.
d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o
pronome.
Ex.: Aqui o presidente sou eu.
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece
primeiro, considerando o sujeito da oração.
Ex.: Eu não sou tu
f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações de preço, peso,
quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.
Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito.
h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o
que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.
Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam atrasados.
Regência é a parte da Gramática Normativa que estuda a relação entre dois termos, verificando se
um termo serve de complemento a outro. A palavra ou oração que governa ou rege as outras chama-se
regente ou subordinante; os termos ou oração que dela dependem são os regidos ou subordinados.
Ex.: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a uma vida melhor. (desejar)
REGÊNCIA NOMINAL
REGÊNCIA VERBAL
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.
Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas quando os
mesmos aparecem acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu
professor de História.
6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a
preposição a.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.
Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais,
muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.
1 – Aspirar
a- no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da manhã.
b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava.
2 – Assistir
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Ex.: O técnico assistia os
jogadores novatos.
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.
Ex.: Não assistimos ao show.
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.
Ex.: Assiste ao homem tal direito.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.
Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.
3 - Esquecer/lembrar
a- Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.
Ex.: Esqueci o nome dela.
b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de.
Ex.: Lembrei-me do nome de todos.
4 – Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.
b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos.
c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a.
Ex.: Viso a uma situação melhor.
5 – Querer
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje.
b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a.
Ex.: Quero muito aos meus amigos.
6 – Proceder
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.
Ex.: Suas queixas não procedem.
b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de.
Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo.
c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a.
Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa.
7 - Pagar/ perdoar
8 – Informar
a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:
1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre). Ex.: Informou todos
do ocorrido.
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.: Informou a todos o ocorrido.
9 – Implicar
a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.
Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a
preposição em.
Ex.: Implicou o negociante no crime.
c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com.
Ex.: Implica com ela todo o tempo.
10- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o
problema.
b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O carro custou-me todas
as economias.
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.
Ex.: Imóveis custam caro.
NÃO se emprega a crase diante de palavras que não pedem artigo feminino a ou as.
Abaixo, seguem algumas classes de palavras que não vêm antecedidas de artigo. Portanto, diante
delas, não se usa crase:
1. Diante de verbo:
Começou a chover.
Chegaram a falar.
Observação: emprega-se a crase diante de nomes próprios de cidade, quando estiverem determinados
por adjetivo ou locução adjetiva:
Fui à moderna Brasília.
Emprega-se a crase:
1. em expressões que indicam número de horas:
Às duas horas, começaremos a reunião.
O comício será às dez horas.
Observação: Não ocorre crase diante de locuções adverbiais femininas de instrumento ou de meio.
Escreveu o texto a máquina.
Pedro foi morto a bala.
4. Pode ocorrer crase diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
Dirigiu-se para aquele lugar. > Dirigiu-se a aquele lugar. > Dirigiu-se àquele lugar.
(Nesta frase, houve a fusão da preposição a com o fonema a de aquele).
CASOS FACULTATIVOS
A crase á facultativa:
1. diante de pronomes possessivos femininos no singular:
Fez referência à sua irmã.
Fez referência a sua irmã.
SINAIS DE PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar
recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc...
Divisão e emprego dos sinais de pontuação:
1- PONTO ( . )
a) indicar o final de uma frase declarativa.
Ex.: Lembro-me muito bem dele.
c) nas abreviaturas
Ex.: Av.; V. Ex.ª
2- DOIS-PONTOS ( : )
a) iniciar a fala dos personagens:
Ex.: Então o padre respondeu:
- Parta agora.
c) antes de citação
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que
seja infinito enquanto dure.”
3- RETICÊNCIAS ( ... )
a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.
Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.
4- PARÊNTESES ( ( ) )
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.
Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas.
"Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
5- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
a) Após vocativo
Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos)
b) Após imperativo
Ex.: Cale-se!
6- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretas
Ex.: Como você se chama?
7- VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos
por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade
sintática.
Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode
separá-los por meio de vírgula.
b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.:
Conversaram sobre futebol, religião e política.
Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.
Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da
vírgula passa a ser obrigatório.
Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.
b) Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo
apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)
d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos
em a estar plantando..."
Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho
- tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
8- PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo)
b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido
utilizado a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era
pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de
que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os
lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)
9- TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem
Ex.: O filho perguntou:
10- ASPAS ( “ ” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares.
Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas
serão simples. ( ' ' )
TESTES
4. O verbo indicado entre parênteses adotará, obrigatoriamente, uma forma do plural para preencher
de modo correto a lacuna da frase:
a) A punição dos abusos ....... (CORRIGIR) essa onda de exageros da imprensa.
b) É degradante a situação a que se .... (EXPOR) alguns suspeitos.
c) É difícil saber qual dos dois “ismos” a que se refere Ceneviva .... (TRAZER) piores conseqüências.
d) Entre os excessos a serem eliminados ..... (ESTAR) o sensacionalismo da imprensa.
e) Em busca de notoriedade, há sempre gente que..... (FAZER) o jogo da má imprensa.
7. Outra forma clara e correta de se dizer “Ceneviva avalia que a imprensa investigativa tem
cumprido bem o seu papel” está representada na seguinte frase:
a) A imprensa investigativa tem exercido bem sua função, na avaliação de Ceneviva.
b) Ao avaliar Ceneviva, a imprensa investigativa parece desempenhar o papel que lhe cabe.
c) Apesar da avaliação de Ceneviva, a imprensa investigativa tem exercido bem sua função.
d) Ceneviva calcula que a imprensa deve investigar-se de modo a cumprir bem seu papel.
e) Na avaliação que faz, a imprensa investigativa julga Ceneviva, está cumprindo bem o seu papel.
8. Estão corretos o emprego e a forma do elemento sublinhado em:
a) A maior parte da imprensa não vê porquê colaborar.
b) É pela ânsia de notoriedade onde se cometem esses excessos.
c) Será que todos os jornalistas estão afins de evitar esses excessos?
d) Ceneviva dispõe-se a analisar o por que desses excessos.
e) Por que haveria esse intercâmbio espúrio de favores?
11. Assinale a alternativa em que todos os vocábulos foram acentuados pelo mesmo motivo:
a) atrás, haverá, também ,após
b) insônia, nível, pólem, película
c) pés, lá, já, troféu
d) pára, táxi, fácil, tirá-lo e) tênis, jatobá, pelé, está
19. Assinale a alternativa em que os vocábulos estão errados, quanto à acentuação gráfica:
a) saída, tórax, avô, vezes
b) filatélia, ventoínha, lagôa
c) carência, amigável, única, super
d) abençôo, austero, ímã, abdômem
e) sócio, política, econômico
23. Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos:
a) paletó, avô, pajé, café, jiló
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
c) vovô, capilé, Paraná, lápis, caí
d) amém, amável, filó, porém, além
e) cômodo, tênue, atúm
24. Assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços:
1) Nem todos ____ isto com bondade
2) Prêmios para os que ____ bem
3) Os que ____ na justiça
4) Quero que me _____ motivos claros
a)vêem, lêem, crêem dêem
b)vêm, lêem, creem, dêem
c)vêem, lêem, crêm, dem
d) vêm, lêm, crêem, dêem
e) veem, leem, creem, deem
25. Acentuadas por serem paroxítonas:
a) psicólogo, indício, ingênuo, ímã
b) espécie, básico, Esaú, equilíbrio
c) variável, otário, órgão, ímã
d) sótão, ímpar, adotável, período
e) informática, debênture, previdência