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Torção

Textos: Roy Graig Jr,


R. C. Hibbeler e J. M. Gere

Curso de Nivelamento p/ DINTER


Unicamp-UEMA
Prof. José Maria C. Dos Santos
UNICAMP-FEM-DMC
2013
1
Sumário
• Introdução
• Deformação Torcional de Barras Circulares
• Torção em Barras Circulares Elásticas Lineares
• Resumo da Teoria de Torção para Barras
Homogêneas Linearmente Elásticas
• Distribuição de Tensões em Barras de Torção
Circulares; Ensaios de Torção
• Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Determinados
• Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Indeterminados

UNICAMP - Departamento de Mecânica Computacional


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Introdução
• Comportamento de elementos esbeltos sujeitos a carregamentos
de torção, isto é, carregamento de momentos em torno do eixo
longitudinal do elemento.

• Elementos de torção, esbeltos, de seção transversal circular


(cilindro ou duto) e não circular.
• Conceitos de tensão-deformação, equações de equilíbrio,
comportamento do material e geometria de deformação da
análise axial tem seus análogos na análise de torção (Tab. 4.1). 3
Intodução

• Equações fundamentais da mecânica dos corpos deformáveis são:


equilíbrio; geometria de deformação; e comportamento do material.
• Geometria da Deformação. Aplica-se a um elemento, reto, esbelto, de
seção transversal constante ou variando muito pouco ao longo do
comprimento.
• A Fig. 4.2 mostra um elemento tal antes e depois da deformação axial
causada por carregamento axial ou variação da temperatura.

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Deformação Torcional de Barras Circulares
Geometria de Deformação
• A Fig. 4.2 mostra os padrões de deformação para uma barra
circular e uma barra quadrada submetidos a torção.

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Deformação Torcional de Barras Circulares
• Eixo circular, sólido ou tubular, submetido à torção, cada seção transversal
permaneçe plana e gira em torno do eixo do elemento.
• Barra quadrada, as seções transversais ficam distorcidas quando a mesma
é torcida em torno do seu eixo.
• Este fato, torna o problema da torção de eixos circulares mais simples e
começaremos por eles.
A Fig. 4.3 mostra um cilindro circular antes e depois da aplicação dos torques
iguais e opostos.

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Deformação Torcional de Barras Circulares

• Da Fig. 4.3b observa-se que:


– as linhas circunferenciais permanecem iguais (seções planas)
enquanto as longitudinais tornam-se helicoidais.
– angulos retos (ABC) antes da deformação não-permanecem após a
deformação, ou seja, deformação por cisalhamento.

Análise Deformação-Deslocamento. Torção de barras


circulares podem ser caracterizadas por três hipóteses de
deformação torsional fundamentais:
1. O eixo permanece reto e inextensível;
2. As seções transversais permanecem planas e
perpendiculares ao eixo;
3. As linhas radiais permanecem retas à medida que a seção
transversal gira em torno do eixo.
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Deformação Torcional de Barras Circulares
• As hipótese de deformação torcional estão ilutradas na Fig. 4.4,
onde antes da deformação, ABFE é um plano radial.
• Quando o torque TL é aplicado na extremidade x = L , as linhas
radiais CD e EF permanecem retas e giram para as posições CD* e
EF*, respectivamente, quando as seções transversais giram através
dos ângulos φ (x) e φL = φ (L) , respectivamente.

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Deformação Torcional de Barras Circulares
• Torque positivo, T(x), é um momento no sentido da regra da mão direita
(Fig. 4.4b), ângulo de rotação positivo, φ (x), é uma rotação da seção
transversal em x no sentido da regra da mão direita (Fig. 4.4c).
• Para determinar a deformação de cisalhamento associada a torção de um
cilindro circular nos usamos a Fig. 4.5a , onde redesenhamos a parte do eixo
entre as seções transversais em x e (x+∆x) da Fig. 4.4a.
• Na Fig. 4.5b observa-se a parte do núcleo central de raio ρ . O ângulo QRS é
reto, mas com a deformação torcional torna-se Q*R*S* menor que o ângulo
reto, logo

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Deformação Torcional de Barras Circulares
• Como γ é pequeno, podemos aproximá-lo por sua tangente e
fazendo o limite teremos,

• Portanto, a equação deformação-deslocamento para um elemento


em deformação torsional circular é

• onde γ é a deformação por cisalhamento a uma distancia ρ do


eixo.

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Deformação Torcional de Barras Circulares
• A Fig. 4.6 mostra graficos da distribuição de deformação cisalhante
em uma seção transversal típica de um cilindro sólido (Fig. 4.6a) e
de um cilindto circular vazado (Fig. 4.6b).

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Torção em Barras Circulares Elásticas Lineares
• Tensão de Cisalhamento devido à Torção. A torção de um eixo
• circular
Observeproduz
que existe tensões de
deformação decisalhamento
cisalhamentonas seções
através do transversais
eixo (Fig.
e nos que
4.7a) planos radiais
resulta em(Fig. 4.7d).
tensões de cisalhamento.

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Torção em Barras Circulares Elásticas Lineares

• Equilíbrio e Resultante da Tensão. A Fig.


4.8 mostra o incremento da força cisalhante
dFS , obtido da tensão de cisalhamento τ
atuando sobre uma área incremental dA a uma
distancia ρ do centro. O torque incremental
resultante é dado por dT = ρ dFS , logo o
torque T(x) pode ser escrito como,

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Torção em Barras Circulares Elásticas Lineares
• Comportamento Tensão-Deformação Elástico Linear. Para um
material com estas características vimos no Capítulo 2 que a
relação tensão deformação é dada por:

• Combinando as Eqs. 4.1 e 4.3 obtém-se:

• Se a barra em torção é homogênea (G = cte) a tensão de cisalhamento varia


linearmente com a distancia ρ ao centro do eixo (Fig. 4.9).

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Torção em Barras Circulares Elásticas Lineares
Para o caso de comportamento linera elástico a Eq. 4.4 se mantém e o
torque é dado por:

Se G é independente de ρ obtém-se:

onde a integral da Eq. 4.6 é o momento de inércia polar dado por

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Torção em Barras Circulares Elásticas Lineares
Para uma seção transversal circular sólida de raio r:

Para uma seção transversal circular vazada de raio interno ri e raio


externo ro:

Logo, a relação torque-angulo de troção é dada por:

Combinando as Eqs. 4.4 e 4.10 , obtém-se:

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Exemplo 4.1
Uma barra de troção bimetálica consiste de uma casca de alumínio (Ga = 4 × 103 ksi)
colada na parte externa de um núcleo de aço (Gs = 11 × 103 ksi). O eixo tem as
dimensões mostradas na Fig. 1 e está carregado nas extremidades por torques de
magnitude T = 10 kip.in. Determine : (a) as tensões de cisalhamento no núcleo
de aço e na casca de alumínio; (b) o ângulo de torção total da barra de torção
composta.
(a) Como ambas partes o eixo são torcidas juntas,
teremos:

Substituindo na Eq. 4.5, teremos:

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Exemplo 4.1 cont.
Assim,

Avaliando as Eq. 1ª e 1b em ρ = 0.5 e 1.0 in, respectivamente, teremos:

(b) Neste caso não podemos usar a equação torque-angulo de torque (Eq. 4.10) pois é
para um eixo homogêneo. Neste caso obtivemos uma equação diferente onde a
taxa do ângulo de torção é constante, logo

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Resumo da Teoria de Torção para Barras Homogêneas
Linearmente Elásticas
Embora a teoria sumarizada nas Eqs. 4.10 e 4.11 seja baseada na deformação
de um cilindro circular esta pode ser aplicada para o caso de um elemento
de torção cujo raio varia lentamente em x (Fig. 4.10).

Neste caso, teremos:

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Resumo da Teoria de Torção para Barras Homogêneas
Linearmente Elásticas
Geralmente estamos interessados na tensão de cisalhamento máxima, neste
caso

A equação torque-angulo de torque pode ser escrita como:

onde o ângulo de torção total é


O angulo de rotação na seção trans versal x é dado por:

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Resumo da Teoria de Torção para Barras Homogêneas
Linearmente Elásticas
• A Figura abaixo mostra um elemento com carga torcional distribuída t(x)
por unidade decomprimento. Para um caso tal é conveniente usar um
corpo livre de comprimento infinitesimal ∆x, como mostra a figura.
Assim o equilíbrio do elemento será:
∑M x = 0:
− T ( x ) + t ( x )∆x + T ( x + ∆x ) = 0

− T (x ) + t (x )∆x + T (x ) + ∆T (x ) = 0

t ( x )∆x + ∆T (x ) = 0
∆T ( x )  ∆T ( x )  dT (x )
= −t (x ) ⇒ lim   =
∆x ∆ x → 0
 ∆x  dx

dT ( x )
= −t ( x ) (4.15' )
dx
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Equação Diferencial de Equilíbrio
Resumo da Teoria de Torção para Barras Homogêneas
Linearmente Elásticas
A Fig. 4.11 mostra um elemento típico de torção uniforme . Considere que o
elemento tem G e IP constantes ao longo do comprimento e sujeito a torques
equilibrados.

Faça o ângulo de troção ser da Eq. 1.14,

Como T = cte:

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Exemplo 4.2

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Exemplo 4.2

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Exemplo 4.3

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Exemplo 4.3 (solução do equilíbrio c/ Eq. 4.15’)

Equilíbrio: Usando a Equação Diferencial de Equilíbrio


(Eq. 4.15’) em vez do Método das Seções
dT ( x )
= −t (x ) = −to
dx
∫→ T (x ) = −to x + C1

Aplica as condições de contorno:

T (L ) = −to L + C1 = 0
C1 = to L
T ( x ) = −to x + to L
T ( x ) = t o (L − x ) 26
Exemplo 4.3

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção

Distribuição de Tensões.
• Na seção 2.9 vimos que associado a uma tensão normal pura na
seção transversal de um elemento de deformação axial existem
tensões normais e de cisalhamento em uma seção inclinada.

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção

Distribuição de Tensões.
• A Fig. 4.7d mostra a distribuição de tensões cisalhantes em
uma seção transversal devido ao torque e as correspondentes
tensões cisalnhantes nos planos radiais.

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção
Distribuição de Tensões.
• A Fig. 4.12a mostra que isto leva ao cisalhamento puro sobre
um elemento entre duas seções transversais.

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção

• Examinaremos agora a distribuição de tensões nas faces que estão


inclinadas em relação ao eixo da barra de torção.
• A Fig. 4.12a mostra uma barra de torção e indica a orientação de seções
inclinadas de um ângulo θ em relação a seção transversal.
• Para determinar as tensões no plano inclinado fazemos uma cunha
triangular como mostrado na Fig. 4.13. As tensões estão mostradas na Fig.
4.13b , enquanto a Fig. 4.13c mostra as forças resultantes das tensões.

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção

• Fazendo o equilíbrio na Fig. 4.13c teremos:

• Usando as identidades trigonométricas,

Fica claro que o smáximos ocorrem em τnt = τ para θ = 0 e 90º, enquanto σn =


±τ para θ = ±45º. A Fig. 4.14 mostra o elemento original em cisalhamento
32
puro e girado de 45º
Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção
A Fig. 4.14 mostra o elemento original em cisalhamento puro e
girado de 45º.

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção
Distribuição de Deformações.
• Da Lei de Hooke

Assim, tensão cisalhante (Fig. 4.14) devido a torção produz


deformação cisalhante (Fig. 4.15).

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção
Ao longo das direções ±45º , as quais são as direções de máxima
compressão e tração, respectivamente, as deformações axiais
podem sr obtidas pelas Eqs. 2.38,

Como E esta relacionado com G pela Eq. 2.24, as equações acima


sinplificam como

A deformação de um elemento a ±45º está mostrada na Fig. 4.15b. 35


Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção
Ensaio de Torção. Para determiner o modulo de cisalhamento de
um material, suas propriedades de resistência ao cisalhamento,
ou outras propridades associadas à torção, corpos de prova
podem ser testados em uma máquina de ensaios de torção (Fig.
4.16). O torque e o ângulo de torção são registrados quando o
corpo de prova é torcido. Filme de Ensaio de Torção

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Distribuição de Tensões em Barras de Torção Circulares;
Ensaios de Torção

• A Fig. 4.17 mostra corpos de prova


testados à falha em uma máquina de
ensaio de torção.Ambos eixos forma
testados à falha em torção pura.
• A falha do eixo de aço comum (Fig.
4.17a) é bem diferente do eixo de
ferro fundido (Fig. 4.17b).
Comparando os planos de falha
podemos concluir que o eixo de aço
comum falha devido a tensão de
cisalhamento enquanto o eixo de
ferro fundido falha devido a tensão
máxima de tração na superfície.

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Exemplo 4.4

38
Exemplo 4.4

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Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Determinados
Nesta seção examinaremos o comportamento linear elástico de
um eixo em torção uniforme.
Equações de Torque-Angulo de Torção. Vimos anteriormente na
Fig 4.11, um elemento de torção uniforme típico, cuja equação
torque-angulo de torção é dada por

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Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Determinados
Para um elemento de torção i podemos escrever esta equação de
duas maneiras:

onde fti é o coeficiente de flexibilidade torcional e kti é o


coeficiente de rigidez torcional.

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Exemplo 4.5

42
Exemplo 4.5 cont.

43
Exemplo 4.5 cont.

44
Exemplo 4.6

45
Exemplo 4.6 cont.

46
Exemplo 4.6 cont.

47
Exemplo 4.6 cont.

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Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Indeterminados
Se o número de torques incógnitos excede o número de equações
de equilíbrio o sistema é dito ser estaticamente indeterminado.
Um exemplo de um eixo estaticamente indeterminado esta
mostrado na Fig. 4.20.

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Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Indeterminados
Fazendo os DCLs dos elementos e usando a Equação de
Equilíbrio,

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Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Indeterminados
Aplicando as Equações de Torque-Angulo de Torção:

Da Geometria de Deformação:

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Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Indeterminados
Substituindo Eq. (2) em (3):

Resolvendo simultaneamente as Eqs. (1) e (3’):

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Elementos de Torção Uniformes Estaticamente
Indeterminados
O ângulo de rotação no nó B pode ser obtido por:

φ1 = φB − φ A = φB
φ2 = φC − φB = −φB (4' )

Combinando as Eqs. (2), (4) e (4’):

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Lista de Exercícios 5

Resolver os seguintes problemas do Capitulo 4 do Livro do Graig


Jr.
Prob 4.3-11; Prob 4.3-14; Prob 4.5-6; Prob 4.6-12; e Prob 4.7-7.

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