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e da a prendizagem
A letra grega , adotada como símbolo
à sua definição, 82
de história, 128
Referências, 165
ix
Sumário
(1)
a lgumas (re)paisagens:
um pouco de história
Christiane Martinatti Maia é graduada em Pedagogia, com
ênfase em Séries Iniciais e Magistério das Matérias Pedagó
gicas de 2º Grau (1995), pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS); especialista em Psicopedagogia,
Abordagens Institucional e Clínica pela Faculdade Porto
Alegrense de Educação Ciências e Letras (FAPA). Atua na
área de pesquisa desde 1991, tendo recebido prêmio de des
taque no IX Salão de Iniciação Científica da UFRGS, em
1997, por trabalho de pesquisa apresentado. É coordenadora
do grupo de pesquisa: Psicopedagogia, Ludicidade e Pro
cessos de Ensinar e Aprender, cadastrado no CNPq desde
2002. Defendeu sua dissertação de mestrado em Educa
ção pela UFRGS, em 2000, com a temática: Brincar, não
brincar:eis a questão? Um estudo sobre o brincar do por
tador de altas habilidades, sendo bolsista da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Defende, no ano de 2008, sua tese de doutorado em Educa
ção pela UFRGS com a temática: Quem olha quem? Câme
ras on-line na Escola de Educação Infantil! Possui vários
artigos publicados, sendo autora e co-autora de distintos
Cadernos Universitários. É professora da Universidade
Luterana do Brasil (Ulbra), campi Canoas e São Jerônimo.
Christiane Martinatti Maia
( )
(1.4)
d esenvolvimento
psicossexual
No desenvolvimento psicossexual, D’Andrea, Fadiman e
Hall16 destacam que Freud postulava as fases do desen
volvimento sexual do indivíduo em cinco fases: oral, anal,
fálica, latência e genital.
20 a) Fase oral
b) Fase anal
d) Fase de latência
Cada Um
Ricardo Reis
t eoria b ehaviorista –
skinner
( )
portamentos.
Sendo assim, na perspectiva skinneriana, o ensino na
escola se processará através da relação estímulo-resposta,
sendo o professor o responsável pelo estabelecimento de
reforços positivos e negativos a fim de se estabelecerem
comportamentos desejados.
Frente à questão didático-metodológica, Moreira10 des
taca a instrução programada como exemplo de aplicação
da abordagem skinneriana na escola, cujos princípios
básicos são:
(2.3)
o utros olhares
De acordo com Skinner12,
b.
atividade
Busque analisar a crônica de Martha Medeiros utilizando
a premissa skinneriana, ou seja, como a sociedade modi
fica nossos corpos, mentes e desejos?
Beleza X inteligência
40
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
(3)
t eoria h umanista –
rogers
( )
(3.2)
a sala de aula
Pensem no seguinte cenário: uma sala de aula em que não
existem conteúdos mínimos para o aprender, o planeja
mento não está relacionado ao professor, muito menos ao
processo avaliativo. Seremos chamados de facilitadores,
sim, porque nossa função será apenas a de auxiliar nossos
educandos com materiais de pesquisa, ou seja, partilhar
com eles a responsabilidade pelo processo de aprendiza
gem, prover os recursos de aprendizagem.
A facilitação da aprendizagem é o maior objetivo da 47
educação para Rogers. Moreira nos auxilia nos princípios
12
ou significativa.
Teoria humanista – Rogers
Retomando: o que seria uma aprendizagem significa
tiva para Rogers?
51
t eoria p sicogenética –
p iaget
( )
(4.2) 61
a construção do
atividade
Com uma premissa piagetiana, leia o trecho destacado da
música de Gabriel, O Pensador, Estudo Errado, problemati
zando questões associadas ao desenvolvimento e a aprendi
zagem e pense como poderíamos modificar a letra da música,
inclusive a intitulando de Estudo Certo. Bom trabalho.
Estudo Errado
Gabriel, O Pensador
t eoria h istórico-cultural –
v ygotsky
( )
Teoria histórico-cultural –
Vygotsky
cultural cada um dos quais se caracterizando pelos diferentes
modos pelos quais a criança se relaciona com o mundo exte
rior; pelo modo diferente de usar os objetos; por formas diferen
tes de intervenção e diferentes técnicas culturais [...].4
(5.2)
70
p or trás da linguagem
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
Teoria histórico-cultural –
Vygotsky
em um ler e escrever considerado único: o culto, no qual
não há espaço para o saber popular, para as pronúncias e
escritas diferenciadas:
no cotidiano destes:
Sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia que o sábio
não sabia que o sabiá não sabia que a sábia não sabia que o sabiá
sabia assobiar.
(5.3)
b rincar, brincando,
brinquedo: vamos jogar?
E a questão do brincar, para Vygotsky?
Constata-se que Vygotsky13 realiza uma análise socio
histórica do brincar infantil em sua obra. Um brincar com
preendido como uma atividade social da criança, cuja 73
natureza e origem específica seriam elementos fundamen
Teoria histórico-cultural –
Vygotsky
tais para o seu desenvolvimento cultural. O brincar como
compreensão da realidade.
O brinquedo, para o autor, é o principal meio de desenvol
vimento cultural da criança: “O brinquedo dirige o desenvol
vimento”14. A imaginação é o brinquedo sem ação.
O processo de imitação existente no brincar possibilita à
criança conhecimentos aprendidos, atuando, assim, nas zonas
de desenvolvimento proximal e real, não se constituindo de
forma alguma em uma atividade puramente mecânica: per
ceber o que está sendo aprendido, reproduzido, imitado pela
criança no brincar é uma forma de averiguar como a criança
está pensando, construindo seu conhecimento através das
relações sociais.
O brinquedo cria, então, na criança uma zona de de-
senvolvimento proximal, devido às situações imaginárias
existentes, às regras de comportamento socialmente esta
belecidas e à presença de uma situação social. O brincar
promoveria uma interface entre o domínio de si e a cons
trução da alteridade – construção interna que implicaria
reciprocidade.
É no brincar que a criança se comporta além do seu
comportamento habitual, diário, segundo Vygotsky. As
experiências vivenciadas no brincar pela criança propi
ciam desafios, situações novas, as quais possibilitam pro
postas por parte da criança de modificação do apresentado,
visto que a brincadeira permite, além da imitação, a imagi
nação e a regra.
Não existe, segundo Vygotsky15, um brincar sem regra,
pois mesmo ao brincar de casinha a criança está visuali
zando dois tipos de regras: a social e a sua regra construída
na brincadeira.
74 Partindo desse pressuposto, o autor alerta que nem
sempre o brincar/jogar produz sentimentos positivos, visto
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
Teoria histórico-cultural –
Vygotsky
continuada, de geração a geração, sem que um processo de
resgate seja efetuado. Cada sociedade constrói, portanto,
uma espécie de cultura lúdica: objetos que são substituídos
por outros com ações convencionadas arraigadas a estes.
O autor ressalta, ainda, que o jogo existe em uma esfera
de realidade, em nenhum momento trabalhando com a
irrealidade. A criança atua no jogo com objetos da vida real.
Um jogo orientado para o futuro, e não para o passado. Mas,
e aí, vamos brincar?
(5.4)
a lgumas questões
para a prática educativa
Conforme Smolka20,
atividade
Realize uma pesquisa através dos diversos estilos musicais
existentes hoje e perceba os dialetos diferenciados, as for
mas de expressão lingüística e, por fim, as questões relacio
nadas à cultura, à sociedade e às relações sociais. Por fim,
77
destaque a importância do desenvolvimento lingüístico
para as pessoas viverem em sociedade.
Teoria histórico-cultural –
Vygotsky
(6)
a construção da inteligência:
novas tecituras
( )
A construção da
inteligência: novas tacituras
importantes que a de ciências humanas, sustentados por
essa visão. Porém, outra questão também foi gerada: a visão
de que os homens são mais inteligentes que as mulheres.
O último pressuposto – medição – é associado ao pes
quisador francês Binet. Medir, conforme o dicionário Houaiss,
significa: “Determinar, avaliar, por meio de instrumento ou
utensílio de medida [...]; mensurar”3.
Em 1908, o governo francês, através do Ministério da
Educação, solicitou a Binet que elaborasse uma bateria de
testes de inteligência que pudessem ser utilizados nas esco
las com o intuito de auxiliar as crianças que apresentassem
dificuldades na aprendizagem ou na aquisição de conheci
mento. Nascia, assim, a Escala Binet-Stanford. Infelizmente,
o trabalho desenvolvido pelo pesquisador não conseguiu se
estruturar como prevenção para as dificuldades de apren
dizagem. É importante salientar que, ge-ralmente, os três
pressupostos encontram-se presentes ao mesmo tempo no
processo avaliativo.
Vejamos, agora, um quadro com base na medição da
inteligência obtida através do Wechsler Intelligence Scale
for Children (WISC). O coeficiente de inteligência (QI) é
obtido, principalmente, através do teste de inteligência
WISC, que possibilita a classificação intelectual segundo
o score proposto a seguir:
QI padrão Classificação
120-129 Superior
80 - 89 Normal fraca
70 - 79 Limite
69 - Débil
Fonte: SCHIFF, 1993, p. 36.
A construção da
inteligência: novas tacituras
Fatores sociais, cultura e história do sujeito deveriam
ser levados em conta no processo de avaliação. Observar
comportamentos, desempenhos como forma de conhecer,
desenvolver, respeitar as potencialidades dos sujeitos.
QI alto. Confundimos habilidade com homogeneidade,
score alto com capacidade. As habilidades seriam diferencia
das, assim como o ato de criar, a imaginação, os sonhos, as
pedras no caminho e, principalmente, as desigualdades.
Atualmente, novas pesquisas contribuem para a dis
cussão acerca dos princípios norteadores de uma avaliação
estática que não contribui para o desenvolvimento global
do sujeito. Um dos estudos atuais que busca problemati
zar essas questões é o de Gardner: a teoria das inteligên
cias múltiplas.
(6.2)
t eoria das
inteligências múltiplas
Maia7 destaca que, proposta por Howard Gardner, pesqui
sador norte-americano, em 1983, a teoria das inteligências
múltiplas baseia-se na psicologia desenvolvimentalista e
na neuropsicologia. Através desta, o pesquisador buscou
salientar que o ser humano é capaz de desenvolver dife
rentes inteligências, que funcionam independentemente,
86
mas estão combinadas em quase todas as atividades razoa
velmente sofisticadas.
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
A construção da
inteligência: novas tacituras
b. Lógico-matemática: é a habilidade para lidar com uma
série de raciocínios, para explorar padrões, levantar hipó
teses, ordenar, explorar relações e categorias. Reconhecer
problemas e resolvê-los. Exemplos dessa inteligência:
engenheiros, matemáticos.
Atividades pedagógicas relacionadas: jogos como Resta 1,
Rapa tudo, Dominó, Amarelinha/Sapata, problemas
matemáticos, experiências iniciais com a matemática –
dentro, fora, de um lado de outro etc.
c. Musical: é a habilidade para produzir ou reproduzir
uma peça musical, para discriminar sons, para perce
ber temas musicais, ritmos, texturas e timbres. Apreciar
música, tocar um instrumento, compor. Cantores, instru
mentistas, compositores são exemplos dessa inteligência.
Atividades pedagógicas relacionadas: exploração de
ritmos e sons, músicas, músicas infantis, cantigas de
roda etc.
d. Espacial: é a habilidade para manipular formas ou obje
tos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar,
numa representação visual ou espacial. Capacidade
de perceber o mundo espacial e visual de forma pre
cisa. Arquitetos, cenógrafos são exemplos dessa inte
ligência.
Atividades pedagógicas relacionadas: jogos como Lego,
quebra-cabeça, Resta 1. Trabalhos na área das artes,
como modelagem, trabalhos tridimensionais etc.
e. Cinestésica: habilidade para resolver problemas ou criar
produtos através do uso de parte ou de todo o corpo.
Capacidade para usar a coordenação fina ou ampla em
esportes, artes cênicas ou plásticas, no controle do corpo
88 e na manipulação de objetos com destreza. Dançarinos,
cirurgiões e atletas são exemplos dessa inteligência.
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
A construção da
inteligência: novas tacituras
inteligências diferenciadas a serem trabalhadas e valoriza
das. Cabe à família, à sociedade e ao educador, principal
mente, desenvolvê-las e respeitá-las.
Uma sugestão de atividade é O castelo amareloa, apresen
tada a seguir.
O castelo amarelo
Preparação: a história é contada normalmente e alguns dos
objetos que fazem parte da narrativa são de cor amarela.
Quando eles forem mencionados, os ouvintes devem pro
nunciar a palavra amarelo bem alto. A entonação que se dará
à palavra varia de acordo com o que ela representa, assim:
A construção da
inteligência: novas tacituras
Quando o rei ouviu a sua filha contar o caso do tal
fantasma, disse logo: – Minha filha fantasma não existe e
nunca existiu. É peraltice do copeiro que é um rapaz muito
brincalhão, de noite ele se enrola em um lençol amarelo e
sai pelos corredores do castelo amarelo (melodioso), que
tem um jardim cheio de cravos a-ma-re-los para pregar
sustos nos amigos. Mas eu vou acabar com essas brinca
deiras de fantasmas amarelos (fantasmagórico)
Mandou chamar o chefe dos guardas que vestia uma
linda farda amarela.
— Pronto, Majestade! Às ordens!
O rei disse:
— Chefe dos guardas, alguma coisa está errada no cas
telo amarelo (melodioso) envolto de jardins com cravos
a-ma-re-los. Essa noite minha filha foi dormir e tirou o
seu vestido amarelo (alegria) e o seu sapato amarelo (des
gosto), vestiu o seu pijama amarelo (sussurro) e deitou na
sua cama de lençóis amarelos, com travesseiro amarelo e
cobertor amarelo, e dormiu quando de repente ouviu um
barulho no corredor e acordou. Pois bem, na porta do quarto
minha filha viu um fantasma amarelo (fantasmagórico).
— Já sei, disse o chefe dos guardas, que vestia uma
linda farda amarela. É o Sebastião, o copeiro. Certamente
é brincadeira do Sebastião. Toda noite ele faz isso e sai
pelos corredores do castelo amarelo (melodioso), que tem
em volta jardins cheios de cravos a-ma-re-los, a dar sustos
em todo o mundo.
— Então, você tem que dar um jeito nisso!
— Deixe comigo, pois eu já sei o que vou fazer.
O chefe dos guardas de farda amarela, preparou uma
92
lata de tinta bem grande. Tinta azul bem forte. E ficou
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
atividade
93
A construção da
inteligência: novas tacituras
Inútil
Ultraje a Rigor
98
Infelizmente, não! A maioria de nossas crianças, hoje,
está nos shopping centers ou escutando música em seu MP3,
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
102
coletivamente mediante a construção de seus estilos de vida
distintos, localizados, fundamentalmente em seu tempo
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
(7.4)
t erceira idade ou velhice
“O ser humano reconhece-se finito, mas, no fundo, está
convencido ou iludido da sua própria imortalidade. Ape
sar de sabermos que a morte existe, embora traumatiza
dos pela morte, vivemos igual cegos à morte, como se os
parentes, os nossos amigos e nós próprios não tivéssemos
nunca de morrer”15.
Infelizmente, em nossa sociedade, ainda hoje associa
mos velhice à fase final da vida, à proximidade da morte.
Imagem de declínio físico, cognitivo, doenças, solidão e
abandono. Mas será que podemos associar a velhice a essas
questões, atualmente? Qual o percentual de sujeitos perten
centes à terceira idade, hoje?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que, em
2025, 12% da população mundial terá mais de 60 anos. E a
estimativa para o Brasil? Em 2020, teremos 15% da popu
lação brasileira composta por idosos, ou seja, a País está
envelhecendo e as políticas públicas continuam reduzidas
nessa área.
Mas o que significa ser velho?
Eizirik16 destaca que a velhice é uma etapa do ciclo vital
com características próprias e necessidades específicas,
107
assim, salienta algumas perdas mais freqüentes nessa faixa
etária: saúde física, a diminuição das capacidades, senti
atividade
A partir de imagens de crianças, jovens, adultos e velhos,
presentes em revistas e jornais, explore questões como ves
tuário, postura corporal, acessórios, objetos presentes nas
imagens, entre outros.
Busque construir o conceito de criança, jovem, adulto
e velho presentes nas imagens: como podemos perceber
estes sujeitos? Como estão representados nas revistas?
(8)
e studos culturais –
problematizando conceitos
( )
Há, segundo estes dois autores, pelo menos cinco pontos dis
tintivos dos estudos culturais. O primeiro é que seu objetivo
é mostrar as relações entre poder e práticas culturais; expor
como o poder atua para modelar estas práticas. O segundo é
que desenvolve os estudos da cultura de forma a tentar captar
e compreender toda a sua complexidade no interior dos con
textos sociais e políticos. O terceiro é que neles a cultura sem
pre tem uma dupla função: ela é, ao mesmo tempo, o objeto
de estudo e o local da ação e da crítica política. O quarto é
que os estudos culturais tentam expor e reconciliar a divisão
do conhecimento entre quem conhece e o que é conhecido. E
113
o quinto, finalmente, refere-se ao compromisso dos estudos
culturais com uma avaliação moral da sociedade moderna e
Estudos culturais –
problematizando conceitos
com uma linha radical de ação política.
Stuart Hall (1997a e 1997c) diz que na ótica dos estudos cul
turais as sociedades capitalistas são lugares da desigualdade
no que se refere à etnia, sexo, gerações e classes, sendo a cul
tura o locus central em que são estabelecidas e contestadas
tais distinções. É na esfera cultural que se dá a luta pela sig
nificação, na qual os grupos subordinados procuram fazer
frente à imposição de significados que sustentam os interes
ses dos grupos mais poderosos. 5
(8.2)
a construção do sujeito
Maia8, sustentando-se em Foucault9, destaca que “não
existe sociedade sem poder”:
Estudos culturais –
problematizando conceitos
produtiva que atravessa todo o corpo social muito mais do
que uma instância negativa que tem por função reprimir”.
“Não há poder que se exerça sem uma série de fins e
objetivos”12. Foucault aponta para a existência de poderes
locais, microscópicos, disseminados pelo corpo social, pre
sente em todas as instituições sociais – prisões, hospitais,
fábricas, exércitos, escolas.
Relações existentes baseadas em olhares que vigiam,
sancionam. Para Foucault13, “o pan-óptico é uma máquina
maravilhosa que, a partir dos desejos mais diversos, fabrica
efeitos homogêneos de poder”.
Maia14 salienta que o pan-óptico é o olhar que vigia.
É o olhar que seleciona, percorre todos os espaços sociais.
Olhar que busca a disciplina. Olhar que normatiza. Olhar
sobre o sujeito. O olhar buscando modificar comportamen
tos, alterá-los, engendrá-los. De acordo com Foucault15,
116
de verdade: isto é, os tipos de discursos que ela acolhe e faz
funcionar como verdadeiros; os mecanismos e instâncias que
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
Estudos culturais –
problematizando conceitos
encontramos subsídios para afirmar que a educação se dá em
diferentes espaços do mundo contemporâneo, sendo a escola
apenas um deles.
(8.3)
Identidade: múltipla, fixa ou?
Conforme esclarece Hall22,
Estudos culturais –
problematizando conceitos
então, produzidas parcialmente de modo discursivo e dialó
gico. Portanto, é fácil perceber por que nossa compreensão de
todo este processo teve que ser completamente reconstruída
pelo nosso interesse na cultura; e por que é cada vez mais difí
cil manter a tradicional distinção entre “interior” e “exterior”,
entre o social e o psíquico, quando a cultura intervém.24
(8.4)
m as e a sala de
aula: corpos dóceis?
Maia27 salienta que o corpo para Foucault cede espaço para
o “corpo como objeto e alvo de poder” na época clássica.
Deve-se manipulá-lo, modelá-lo, treiná-lo, torná-lo hábil,
organizá-lo. Fabricar corpos submissos, exercitados. Disci
pliná-los tornando-os “corpos dóceis”. É o corpo aparecendo
como objeto de investimento, deve-se trabalhá-lo detalha
damente, com controle e disciplina.
Parafraseando Foucault28, o corpo humano é muito menos
biológico ou natural. É um suporte de signos expressando
determinadas realidades social, histórica, econômica e cul
tural. O corpo é construído e fabricado através das múlti
plas relações que o homem estabelece em sociedade. O
corpo humano imerso em uma maquinaria de poder que o
esquadrinha, o desarticula, o recompõe...
Esses métodos que permitem o controle minucioso das ope
rações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas
forças e lhes impõe uma relação de docilidade/utilidade são o
que podemos chamar as disciplinas [...]. A disciplina fabrica
assim corpos submissos e exercitados, corpos dóceis. A disci
plina aumenta as forças do corpo – em termos econômicos de
utilidade – e diminui essas mesmas forças – em termos políti 121
cos de resistência.29
Estudos culturais –
problematizando conceitos
O movimento dos sujeitos e das instituições na garantia
de um “saber” mostra-se através da disciplina, de normas,
de controle sobre esse sujeito que deve ser “maduro”, “con
trolado”, “não infantil”. São os adultos que definem as nor
mas de como devem agir as crianças em sala de aula, nos
espaços públicos. Através da disciplina, o poder da norma.
E ele, o corpo, o brincar, o movimento devem ser dociliza
dos, segundo Maia30.
Foucault31 destaca que a disciplina utiliza diversas téc
nicas, algumas presentes na escola. São elas:
O Dono da Terra
Abelhudos
123
Eu queria saber o que é o que é
Estudos culturais –
problematizando conceitos
Que eu vi na TV
Dizia que o mundo não é um brinquedo
E tem um segredo
Que eu não sei dizer
Não é cabra-cega
Não é pique-esconde [...]
Não é um brinquedo
E tem um segredo
Que eu quero saber
Mãe me explica direitinho
O que gente grande entende muito bem
Como pode uma bomba explodir dentro de um trem? [...]
Como pode uma criança pobre de marré deci sem nin
guém? [...]
Pega o telefone, liga pra esse homem [...]
Diz que é pra ele... reinventar!
m itos e desafios:
da exclusão à inclusão
( )
(9.2)
necessidades educacionais
especiais: um pouco de história
Maia1 destaca que, durante a Antiguidade, as crianças que
apresentavam características distintas eram tratadas com uma
perspectiva discriminatória, devido à comparação existente
da exclusão à inclusão
Mitos e desafios:
mentos místicos existentes, o que colaborou para as práticas
de infanticídio e abandono destes sujeitos.
Continuando, sociedades como espartana e romana
eram exemplos dessas práticas, ao promoverem o infanti
cídio e o abandono de sujeitos. Cabia aos anciões dessas
sociedades examinar os recém-nascidos, para os avaliarem
visualmente, a fim de encontrar defeitos que pudessem
servir como motivo para as práticas descritas. Ambas as
sociedades abandonavam os bebês em covas, em lugares
distantes ou os afogavam na margem dos rios. Muitas vezes,
ainda, eram atirados de desfiladeiros. Você deve estar pen
sando como eram cruéis esses povos, porém não esqueça
de que, naquela época, o “culto ao corpo”, – o modelo de
homem era o soldado – se fazia presente.
Fonseca2 salienta que “no passado, a sociedade desen
volveu quase sempre obstáculos à integração das pessoas
deficientes. Receios, medos, superstições, frustrações, exclu
sões, separações etc. preenchem lamentavelmente vários
exemplos históricos que vão desde Esparta à Idade Média”.
De acordo com o mesmo autor, o ideal de homem per
passado por filósofos da época, como Platão, explicitavam
os ideais de perfeição humana, excluindo os sujeitos ditos
diferentes. Fonseca3 busca explicar as idéias de Platão – A
República – citando seu pensamento a respeito do que con
siderava sujeitos inferiores:
da exclusão à inclusão
Mitos e desafios:
princípios propostos pela Declaração de Salamanca – reu
nião na cidade de Salamanca, Espanha, de representantes
de diversos países do mundo a fim de discutir políticas
públicas para a inclusão educacional e social de crianças,
mulheres, analfabetos e sujeitos com NEE.
Atualmente, vivenciamos um movimento de diversas
políticas públicas para a inclusão escolar e social. A per
gunta é: realmente estamos incluindo os sujeitos que apre
sentam diferenças, visto que o lema da inclusão é o respeito,
a diversidade, a exaltação das diferenças?
Mas quem são os sujeitos considerados diferentes? Quem
são as pessoas com necessidades educacionais especiais?
(9.3)
o s sujeitos com necessidades
educacionais especiais
Para que você possa entender o que o MEC/SEESP consi
dera como alunos com necessidades educacionais especiais
é necessária a apresentação das características propostas
nos documentos oficiais.
Em 2005, através do Censo Escolar, o Ministério da
Educação (MEC), atualizou os conceitos relacionados à
educação especial. Assim, passaram a ser considerados alu
nos com necessidades educacionais especiais aqueles que
“apresentam, durante o processo educacional, dificuldades
acentuadas de aprendizagem que podem ser: não vincu
ladas a uma causa orgânica específica ou relacionadas a
132 condições, disfunções, limitações ou deficiências, abran
gendo dificuldades de comunicação e sinalização diferen
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
da exclusão à inclusão
Mitos e desafios:
quiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento
e prejuízos no relacionamento social, em grau que
requeira atendimento educacional especializado.
Algumas das áreas associadas às condutas típicas são:
deficit de atenção, hiperatividade, esquizofrenia, trans
torno bipolar, depressão, entre outros.
d. Deficiência auditiva: se caracterizada como surdez
leve/moderada: perda auditiva de 25 a 70 dB. A pessoa,
por meio de uso de aparelho de amplificação sonora
individual (AASI), torna-se capaz de processar infor
mações lingüísticas pela audição, conseqüentemente, é
capaz de desenvolver a linguagem oral.
O sujeito que utilizar o aparelho de amplificação sonora
individual vai ser caracterizado comodotado de surdez
leve. Não necessita, pela legislação, do aprendizado da
língua de sinais (Libras).
Surdez severa/profunda: perda auditiva acima de 71
dB. A pessoa tem dificuldades para desenvolver a lin
guagem oral espontaneamente. Há necessidade do uso
de AASI e ou de implante coclear, bem como de acom
panhamento especializado. A pessoa com essa surdez,
em geral, utiliza naturalmente a língua de sinais.
Os sujeitos que utilizam Libras preferem ser chamados
de surdos, inclusive destacando que fazem parte de uma
cultura, a cultura surda. Assim, não devemos utilizar a
expressão deficientes auditivos.
e. Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou
mais segmentos do corpo humano, acarretando o com
prometimento da função física, abrangendo, entre outras
134 condições, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, membros com deformidade congênita ou adqui
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
da exclusão à inclusão
Mitos e desafios:
como meio de leitura e escrita.
Os sujeitos portadores dessa deficiência utilizaram mate
riais como: Soroban, caderno para escrita braille, reglete,
pulsões, pulsão apagador, entre outros para a aprendiza
gem do sistema braille de leitura e escrita, assim como para
a matemática. A informática, hoje, disponibiliza vários
acessórios tais como: impressora braille, livro falado etc.
▪▪ Baixa visão ou visão subnormal: é o comprometi
mento do funcionamento visual de ambos os olhos,
mesmo após tratamento ou correção. A pessoa com
baixa visão possui resíduos visuais em grau que lhe
permitem ler textos impressos ampliados ou com
uso de recursos ópticos especiais.
Possui necessidade de recursos especiais para a realiza
ção da leitura, tais como: SmartView – sistema de vídeo
que permite ver textos, imagens e objetos ampliados;
espelhos de ampliação para a leitura; entre outros.
i. Surdocegueira: é uma deficiência singular, que apre
senta perdas auditiva e visual concomitantemente, em
diferentes graus, necessitando desenvolver diferentes
formas de comunicação para que a pessoa surdacega
possa interagir com a sociedade.
Diferentes possibilidades comunicativas são trabalha
das e ofertadas aos surdoscegos, tais como: língua de
sinais, alfabeto manual, tadoma, sistema braille etcb.
(9.4)
f racasso e sucesso escolar:
algumas questões
Quais as representações de fracasso e sucesso escolar? A
quem pertencem esses rótulos e seus significados?
Evasão; repetência; rótulos de bom aluno, mau aluno.
Fracasso e sucesso escolar. Podemos falar, ainda, das con
cepções sobre o fracasso e o sucesso escolar: a concepção
médica trabalharia com a visão organicista; a concepção
psicométrica, com os testes de inteligência e, por fim, a
concepção sociopolítica, com a relação fracasso e cotidiano
escolar. Mas quais os reais conceitos de fracasso e de sucesso
escolar? Quais as marcas instauradas no corpo dos sujeitos?
O que significa ser fracassado, em nossa sociedade? 137
Os elevados índices de reprovação na escola, repetên
da exclusão à inclusão
Mitos e desafios:
cia, baixas notas nas avaliações nacionais e internacionais
(PISA) destacam que há algo de errado em nosso ensino, nas
propostas metodológicas e no entendimento dos conceitos
de desenvolvimento e aprendizagem.
Desigualdades sociais; exclusão digital; conseqüência
socioeconômica da distribuição cultural perversa do acesso
a computadores e internet. Ausência de livros, cadernos nas
casas e escolas. Ausência de motivação familiar. Ausência
na prática educativa das vozes excluídas por tanto tempo,
as ditas minorias. E o termo fracassado... Aquele mau aluno,
que não progrediu praticamente nada durante anos e anos
na escola, é sujeito sem lugar na escola e na sociedade. Ima
gem negativa marcada a ferro e a fogo no seu corpo, no seu
eu. O fizeram acreditar que o fracasso era dele, excluindo
professores, família, sistema educacional – a própria escola.
E o sujeito que evadiu, abandonou a escola? Será que um
dia retornará?
Para Marchesi8, “o fracasso escolar está distribuído
desigualmente”. O autor destaca que carências econômicas,
sociais e culturais influenciam na construção de fracasso e
sucesso escolar, pois o percentual de alunos relacionados
ao fracasso escolar encontra-se nos contextos sociocultu
rais desfavorecidos economicamente, enquanto o sucesso
escolar está associado aos contextos socioculturais mais
favorecidos.
Parafraseando Rovira9, o fracasso escolar está associado,
geralmente, ao baixo rendimento escolar – notas, conceitos,
processos avaliativos –, bem como à adaptação social do
aluno. Porém, também se associa o fracasso, quando con
seguimos destruir a auto-estima, à imagem do aluno sobre
si e sobre o outro. Nesse sentido, o fracasso escolar não é
138 intrínseco ao sujeito, mas sim uma produção social. Um
produto de nossas ações e discursos frente ao outro. Às
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
(9.5)
i nclusão e exclusão:
eis a questão
O conceito e a prática da inclusão são muito recentes. O
movimento de inclusão social começou, para vários pesqui
sadores, apenas na segunda metade da década de 1980, atin
gindo seu apogeu na segunda metade da década de 1990.
Se você lembra, a prática mais utilizada frente aos por
tadores de necessidades especiais era a exclusão, a segre
gação, movimento que ainda existe, porém com uma nova
roupagem – práticas de infanticídio, abandono em matas.
Hoje buscamos resguardá-los de um mundo que não esta
ria ainda preparado para recebê-los, prepará-los.
Surgem, assim, os defensores ferozes da escola espe
cial, das classes especiais. Questionam, a educação inclu
siva, a inclusão social. Para eles, as escolas regulares não
estão preparadas para incluir esses sujeitos. Não negamos 139
essa afirmação, porém, como qualquer processo, o movi
da exclusão à inclusão
Mitos e desafios:
mento inclusivo deve ser colocado em prática, mesmo com
suas carências e dificuldades.
Outra afirmação dos defensores da escola especial diz
respeito à formação dos professores. Aqueles salientam
que os educadores das escolas regulares não estão prepa
rados para a diversidade a ser encontrada – as distintas
áreas de necessidades especiais.
É importante salientar aqui que muitos profissionais
que atuam em escolas especiais, APAEs e classes especiais
também não foram capacitados, utilizando os anos de tra
balho com portadores de necessidades educativas especiais
como discurso de seu trabalho: “O que importa é a prá
tica, não a teoria, a formação. O que nos importa é a relação
entre a teoria e a prática.”
Em nenhum momento, a educação inclusiva se opõe à
escola especial – alguns sujeitos devem continuar sendo
atendidos por esta, devido às suas necessidades e ao traba
lho individualizado de que necessitam. O que se questiona,
se busca redimensionar é a inclusão de todos os sujeitos
que assim o desejarem na escola regular – com direito à
valorização da diversidade humana. Uma inclusão social.
Por inclusão social entendemos “o processo pelo qual
a sociedade se adapta para poder incluir, em seus siste
mas sociais comuns, pessoas com necessidades educati
vas especiais e, simultaneamente, estas se preparam para
assumir seus papéis na sociedade”10.
Cabe ressaltar que inclusão e integração são concei
tos distintos. Pense assim: integração seria a inserção da
pessoa portadora de necessidade especial (PNE) na socie
dade, e inclusão, a modificação da sociedade para atender
à pessoa PNE. Ou seja, inclusão é maior que integração.
140 Se você ainda ficou com dúvida, pense em nossa socie
dade atual: ela trabalha com a proposta da integração – é o
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
da exclusão à inclusão
Mitos e desafios:
com a heterogeneidade existente, porém, durante certo perío-
do e para algumas pessoas, ainda existe a ilusão de que incluir
é tornar todas as pessoas iguais. A individualidade sugere
características distintas e, por esse motivo, dificuldades para
a realização de um trabalho envolvendo o desenvolvimento
da identidade de cada sujeito, o que requer o reconhecimento
e a aceitação de suas habilidades e dificuldades.
A escola inclusiva tem como função promover as inte
rações sociais e culturais, para que, através da diversidade,
haja um maior crescimento. O cuidado para que não ocorra
o oposto – agrupamento alunos com as mesmas caracterís
ticas – é essencial na visão de quem representa o mediador
das situações propostas, pois, dessa forma, evitará restri
ções ao desenvolvimento do grupo.
Assim, que possamos construir uma escola inclusiva,
relacionada a uma sociedade inclusiva. E por fim, viva a
diferença!
atividade
ludicidade, tecnologias da
comunicação e da informação,
desenvolvimento e aprendizagem:
feitos uns para os outros
( )
da comunicação...
Ludicidade, tecnologias
dos não intervinham pedagogicamente, deixando, mui
tas vezes, os educandos no pátio para sucessivas “horas
na pracinha”. Mesmo em sala de aula, o brincar era consi
derado natural, sem a possibilidade do exercício de inter
venção, mediação pedagógica do educador. Até porque,
quando existiam em sala de aula, se transformavam em
jogos educativos apenas em alguns casos.
Dessa forma, jogos educativos faziam parte dos mate
riais existentes nas salas de aula visitadas, apesar de mui
tos não fazerem parte do cotidiano pedagógico, tais como:
Bloco Lógico, Tangram, Arquiteto. Jogos que favorecem a
abstração: Xadrez, Lego, Resta 1. Jogos que favorecem a lin
guagem: Top Letras, Palavra Mix, ABC. Jogos e alguns brin
quedos: bonecas, bonecos, carrinhos, panelinhas, carimbos
etc. Jogos incompletos e quebrados também foram encon
trados. Jogos, muitas vezes, trazidos pelas crianças e des
conhecidos dos professores: jogos eletrônicos, RPG etc.
Brincadeiras para meninos e brincadeiras para meninas.
Quais brincadeiras?
Maia, Pureza e Zorzo3 destacam que elucidar as possibi
lidades da ludicidade na prática pedagógica é indispensável.
O brincar/jogar, quando descoberto, redescoberto na prática
pedagógica, torna-se um espaço privilegiado de interven
ção e confronto de diferentes idéias, realidades e culturas.
Nesse sentido, o espaço da brincadeira na instituição esco
lar seria a garantia de uma educação criadora e consciente.
Brougère4 destaca que a brincadeira
ciso. Aquele que brinca pode evitar aquilo que não gosta. Se a
liberdade caracteriza as aprendizagens efetuadas na brinca
deira, ela produz também a incertude quanto aos resultados.
De onde a impossibilidade de assentar de forma precisa as
aprendizagens na brincadeira. Este é o paradoxo da brinca
deira, espaço de aprendizagem fabuloso e incerto.
da comunicação...
Ludicidade, tecnologias
ditar leis, de impor a justiça, de governar o planeta.
Na sociedade e na instituição escolar, as imagens de
mulher e de homem perpassadas aos alunos por meio de
conteúdos de ensino, por exemplo, contribuem intensa
mente para formar seu eu social, seus padrões diferenciais
de comportamento. O modelo com o qual devem se iden
tificar para serem mais homem ou mais mulher e informá-
los da diferente valorização que nossa sociedade atribui
aos indivíduos de cada sexo.
Meninas brincando de cozinhar, desempenhando o papel
de mãe, professora, dançarina e modelo, bem como fazendo
dieta – de mentirinha – foram vislumbradas no estudo.
Super-herói, modelo, cantor, jogador de futebol, astronauta,
piloto de fórmula 1, juiz, político eram alguns dos papéis
desempenhados pelos meninos nas brincadeiras. Essas ati
tudes desvendam os modelos vigentes em nossa sociedade.
E, infelizmente, as músicas também colaboram: rap,
funk, pagode... Qual o papel atribuído a meninas e meni
nos, homens e mulheres?
De acordo com Moreno7, o papel sexual não se limita
à natureza biológica do sexo, mas, acima de tudo, à expec
tativa que a sociedade possui em relação ao comporta
mento e às atitudes das pessoas de um determinado sexo.
O papel sexual se encontra em constante transformação,
assim, se um sujeito desempenha o papel sexual que lhe é
reservado de acordo com o período histórico e social que
vivencia, corresponde às expectativas. A prática de defi
nir determinadas cores de roupas e brinquedos às crianças
são as primeiras manifestações culturais na determinação
dos papéis sexuais esperados – menino joga bola, usa azul;
menina brinca de boneca, usa cor-de-rosa. As crianças,
progressivamente, vão assumindo os valores e os compor
150
tamentos esperados para o seu sexo, com o qual passam a
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
se identificar.
E tudo isso através do ato de brincar!
(10.2)
t ecnologias da informação
e da comunicação
De acordo com Lévy8, a internet é um espaço de comuni
cação surrealista, do qual nada é excluído [...]. Já que tudo
é possível, ela manifesta a conexão do homem com a sua
própria essência, que é a aspiração à liberdade”.
Blogs? MSN? Salas de bate-papo? Internet? Cibercultura?
Ao pensar em nosso planejamento, em aprendizagem,
não podemos esquecer do que nossos alunos estão vendo,
escutando e principalmente, em que páginas estão nave
gando na internet. Por quê? A internet, nos dias atuais, é o
meio de conexão do homem com outros homens.
Basta olharmos para o universo tecnológico presentes
nos bolsos e bolsas das crianças e jovens: MP3, MP4, celu
lares, notebooks, jogos eletrônicos de bolso, DVDs de mão
etc. Mensagens pelo celular, e-mails, MSN... E a escola, os
profissionais que atuam em educação? Conhecemos e par
ticipamos dessa evolução tecnológica?
Máquinas de informação contribuindo para o desen
volvimento da cibercultura – uma cultura das tecnologias
de informação. Uma cultura tribal, não mais individual,
uma conectividade generalizada, sem esbarrar no tempo
e no espaço. Simulando interações, trocando o real pelo
hiper-real, trocando informações sem uma verdadeira
151
comunicação, tudo é virtual. Críticas também existem no
da comunicação...
Ludicidade, tecnologias
espaço da cibercultura e da pós-modernidade, visto que
tudo é privado aos olhos e aos ouvidos. Não existe privaci
dade câmeras on-line em ruas, cidades e escolas, vigiando e
controlando professores ou alunos?
Mas o que é cibercultura? Partindo das idéias de Lemos9,
a cibercultura é uma manipulação digital da sociedade de
consumo, ou seja, uma sociedade ávida por computado
res, internet, salas de bate-papo etc. Toda a cibercultura,
desde os jogos eletrônicos ao cibersexo, contribuindo para
a simulação de sociedade industrial.
Porem, Lévy10 destaca que a cibercultura contribui para
a construção de uma mutação da relação com o saber. Para
o autor, “o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que
amplificam, exteriorizam e modificam numerosas funções
cognitivas humanas”, como a memória, a imaginação e a
percepção. Textos na tela e imagens auxiliando-nos na cons
trução dos processos cognitivos, revolucionando os espaços
para a escrita e para a leitura.
Milhares de informações associando-se ao imaginário
da cibercultura: vírus, ataques de hackers, cibersexo, músi
cas na internet à disposição, textos, artigos, informações em
tempo real – nada escapa da teia virtual da cibercultura, que
para nós, professores e futuros especialistas, ressignificam a
linguagem. Uma linguagem blogada, curta.
O universo da cibercultura é escrita, milhares de informa
ções, milhares de palavras, dinâmicas, mutantes e abreviadas:
“Na escrita, como o tom da voz e o conhecimento do assunto
são excluídos, somos obrigados a utilizar muito mais pala
vras, e com maior exatidão. A escrita é a forma de fala mais
elaborada”11. As tecnologias de informação contribuindo para
a perspectiva do letramento em sala de aula e fora dela.
Por que não utilizarmos, então, leituras de obras de
152
arte presentes nas páginas de museus e pintores disponí
Psicologia do desenvolvimento
e da aprendizagem
da comunicação...
Ludicidade, tecnologias
educativas.
▪▪ Contos de Hans Christian Andersen (http://nonio.eses.
pt/contos/andersen.htm): site que apresenta as histórias
infantis de Andersen: A borboleta, A polegarzinha, O
patinho feio etc.
▪▪ Ruth Rocha (http://www2.uol.com.br/ruthrocha/historias.htm):
apresenta algumas histórias de Ruth Rocha, bem como
propõe que a criança realize cruzadinhas, forme pala
vras etc.
▪▪ Projeto Portinari (http://www.portinari.org.br/): apresenta
as pinturas de Cândido Portinari, trazendo um ícone
direcionado a crianças e adolescentes.
▪▪ Alzira Zumira (http://www.alzirazulmira.com/links.html):
apresenta vários links relacionados à aprendizagem de
crianças, jovens e adultos.
▪▪ SCIELO Brasil (http://www.scielo.br): disponibiliza, na
forma uma biblioteca virtual, vários artigos presentes em
revistas científicas renomadas no Brasil e no exterior.
▪▪ Letras de músicas (http://letras.terra.com.br): com mais de
500 artistas cadastrados, entre cantores, grupos musi
cais, possibilita a visualização da letra da música, bem
como, em alguns casos, escutá-la.
Brincar de Viver
Guilherme Arantes
163
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