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Redações Nota 1000

Coletânea com as melhores redações de 2014

Tema - ​"Publicidade infantil em questão no Brasil"​.


10 redações que obtiveram nota 1000

1 - ​Antônio Ivan Araújo​, Ceará

A publicidade infantil movimenta bilhões de dólares e é responsável por considerável


aumento no número de vendas de produtos e serviços direcionados às crianças. No Brasil,
o debate sobre a publicidade infantil representa uma questão que envolve interesses
diversos. Nesse contexto, o governo deve regulamentar a veiculação e o conteúdo de
campanhas publicitárias voltadas às crianças, pois, do contrário, elas podem ser
prejudicadas em sua formação, com prejuízos físicos, psicológicos e emocionais.
Em primeiro lugar, nota-se que as propagandas voltadas ao público mais jovem
podem influir nos hábitos alimentares, podendo alterar, consequentemente, o
desenvolvimento físico e a saúde das crianças. Os brindes que acompanham as refeições
infantis ofertados pelas grandes redes de lanchonetes, por exemplo, aumentam o consumo
de alimentos muito calóricos e prejudiciais à saúde pelas crianças, interessadas nos
prêmios. Esse aumento da ingestão de alimentos pouco saudáveis pode acarretar o
surgimento precoce de doenças como a obesidade.
Em segundo lugar, observa-se que a publicidade infantil é um estímulo ao
consumismo desde a mais tenra idade. O consumo de brinquedos e aparelhos eletrônicos
modifica os hábitos comportamentais de muitas crianças que, para conseguir acompanhar
as novas brincadeiras dos colegas, pedem presentes cada vez mais caros aos pais. Quando
esses não podem compra-los, as crianças podem ser vítimas de piadas maldosas por parte
dos outros, podendo também ser excluídas de determinados círculos de amizade, o que
prejudica o desenvolvimento emocional e psicológico dela.
Em decorrência disso, cabe ao Governo Federal e ao terceiro setor a tarefa de
reverter esse quadro. O terceiro setor – composto por associações que buscam se organizar
para conseguir melhorias na sociedade – deve conscientizar, por meio de palestras e
grupos de discussão, os pais e os familiares das crianças para que discutam com elas a
respeito do consumismo e dos males disso. Por fim, o Estado deve regular os conteúdos
veiculados nas campanhas publicitárias, para que essas não tentem convencer pessoas que
ainda não têm o senso crítico desenvolvido. Além disso, ele deve multar as empresas
publicitárias que não respeitarem suas determinações. Com esses atos, a publicidade
infantil deixará de ser tão prejudicial e as crianças brasileiras poderão crescer e se
desenvolver de forma mais saudável.

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2 - ​Dandara Luíza da Costa​, Pernambuco

Por um bem viver


'O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças'. A frase do
sociólogo Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que uma nação deve ter com as
questões referentes à infância. Dessa forma, é válido analisar a maneira como o excesso de
publicidade infantil pode contribuir negativamente para o desenvolvimento dos pequenos e
do Brasil.
É importante pontuar, de início, que a abusiva publicidade na infância muda o foco
das crianças do que realmente é necessário para sua faixa etária. Tal situação torna essas
crianças pequenos consumidores compulsivos de bens materiais, muitas vezes
desapropriados para determinada idade, e acabam por desvalorizar a cultura imaterial,
passada através das gerações, como as brincadeiras de rua e as cantigas. Prova disso são
os dados da UNESCO afirmarem que cerca de 85% das crianças preferirem se divertir com
os objetos divulgados nas propagandas, tornando notório que a relação entre ser humano e
consumo está “nascendo” desde a infância.
É fundamental pontuar, ainda, que o crescimento do Brasil está atrelado ao tipo que
infância que está sendo construída na atualidade. Essa relação existe porque um país
precisa de futuros adultos conscientes, tanto no que se refere ao consumo, como às
questões políticas e sociais, pois a atenção excessiva dada à publicidade infantil vai gerar
adultos alienados e somente preocupados em comprar. Assim, a ideia do líder Gandhi de
que o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente parece fazer alusão ao fato de
que não é prudente deixar que a publicidade infantil se torne abusiva, pois as crianças
devem lidar da melhor forma com o consumismo.
Dessa forma, é possível perceber que a publicidade infantil excessiva influencia de
maneira negativa tanto a infância em si como também o Brasil. É preciso que o governo
atue iminentemente nesse problema através da aplicação de multas nas empresas de
publicidade que ultrapassarem os limites das faixas etárias estabelecidos anteriormente pelo
Ministério da Infância e da Juventude. Além disso, é preciso que essas crianças sejam
estimuladas pelos pais e pelas escolas a terem um maior hábito de ler, através de
concessões fiscais às famílias mais carentes, em livrarias e papelarias, distando um pouco
do padrão consumista atual, a fim de que o Brasil garanta um futuro com adultos mais
conscientes. Afinal, como afirmou Platão: “o importante não é viver, mas viver bem”.

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3 - ​Giovana Lazzaretti Segat​, Rio Grande do Sul

Criança: futuro consumidor


A propaganda é a principal arma das grandes empresas. Disseminada em todos os
meios de comunicação, a ampla visibilidade publicitária atinge seu principal objetivo: expor
um produto e explicar sua respectiva função. No entanto, essa mesma função é distorcida
por anúncios apelativos, que transformam em sinônimos o prazer e a compra, atingindo
principalmente as crianças.
As habilidades publicitárias são poderosas. O uso de ídolos infantis, desenhos
animados e trilhas sonoras induzem a criança a relacionar seus gostos a vários produtos.
Dessa maneira, as indústrias acabam compartilhando seus espaços; como exemplo as
bonecas Monster High fazendo propaganda para o fast food Mc Donalds. A falta de
discussão sobre o assunto é evidenciada pelas opiniões distintas dos países. Conforme a
OMS, no Reino Unido há leis que limitam a publicidade para crianças como a que proíbe
parcialmente – em que comerciais são proibidos em certos horários -, e a que personagens
famosos não podem aparecer em propagandas de alimentos infantis. Já no Brasil há a
autorregulamentação, na qual o setor publicitário cria normas e as acorda com o governo,
sem legislação específica.
A relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças perdem
a noção do limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz que tudo é
possível. Como forma de solucionar esse conflito, o governo federal pode criar leis rígidas
que restrinjam a publicidade de bens não duráveis para crianças. Além disso, as escolas
poderiam proporcionar oficinas chamadas de “Consumidor Consciente” em que diferenciam
consumo e consumismo, ressaltando a real utilidade e a durabilidade dos produtos, com a
distribuição de cartilhas didáticas introduzindo os direitos do consumidor. Esse trabalho
seria efetivo aliado ao diálogo com os pais.
Sérgio Buarque de Hollanda constatou que o brasileiro é suscetível a influências
estrangeiras, e a publicidade atual é a consequência direta da globalização. Por conseguinte
é preciso que as crianças, desde pequenas, saibam diferenciar o útil do fútil, sendo
preparados para analisar informações advindas do exterior no momento em que observarem
as propagandas."

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4 - ​Júlia Neves Silva Dutra​, Minas Gerais

A Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra durante o século XVIII,


trouxe a necessidade de um mercado consumidor cada vez maior em função do aumento de
produção. Para isso, o investimento em publicidade tornou-se um fator essencial para
ampliar as vendas das mercadorias produzidas. Na sociedade atual, percebe-se as crianças
como um dos focos de publicidade. Tal prática deve ser restringida pelo Estado para
garantir que as crianças não sejam persuadidas a comprar determinado produto.
A partir da mecanização da produção, o estímulo ao consumo tornou-se um fator
primordial para a manutenção do sistema capitalista. De acordo com Karl Marx, filósofo
alemão do século XIX, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a
mercadoria: constroi-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do
produto. Assim, as crianças tornaram-se um grande foco das empresas por não possuírem
elevado grau de esclarecimento e por serem facilmente persuadidas a realizarem
determinada ação.
Para atingir esse objetivo, as empresas utilizam da linguagem infantil, de
personagens de desenhos animados e de vários outros meios para atrair as crianças. O
Conselho Nacional de Direitos de Criança e do Adolescente aprovou uma resolução que
considera a publicidade infantil abusiva, porém não há um direcionamento concreto sobre
como isso vai ocorrer. É imprescindível uma maior rigidez do Estado sobre as campanhas
publicitárias infantis, pois as crianças farão parte do mercado consumidor e devem ser
educadas para se tornarem consumidores conscientes.
Logo, o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público
infantil por meio da proibição parcial, que estabelece horários de transmissão e faixas
etárias. Além disso, o uso de personagens de desenhos animados em campanhas
publicitárias infantis deve ser proibido. Para efetivar as ações estatais, instituições como a
família e a escola devem educar as crianças para consumirem apenas o que é necessário.
Apenas assim o consumo consciente poderá se realizar a médio prazo.

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5 - ​Lucas Almeida Francisco​, Sergipe

A publicidade infantil tem sido pauta de discussões acerca dos abusos cometidos no
processo de disseminação de valores que objetivam ao consumismo, uma vez que a
criança, ao passar pelo processo de construção da sua cidadania, apropria-se de elementos
ao seu redor, que podem ser indesejáveis à manutenção da qualidade de vida.
O sociólogo Michel Foucault afirma que 'nada é político, tudo é politizável, tudo pode
tornar-se político'. A publicidade politiza o que é imprescindível ao consumidor à medida que
abarca a função apelativa associada à linguagem empregada na disseminação da imagem
de um produto, persuadindo o público-alvo a adquiri-lo.
Ao focar no público infantil, os meios publicitários elencam os códigos e as
características do cotidiano da criança, isto é, assumem o habitus – conceito de Pierre
Bourdieu, definido como 'princípios geradores de práticas distintas e distintivas' – típico
dessa faixa etária: o desenho animado da moda, o jogo eletrônico socialmente
compartilhado, o brinquedo de um famoso personagem da mídia, etc.
Por outro lado, a criança necessita de um espaço que a permita crescer de modo
saudável, ou seja, com qualidade de vida. Os abusos publicitários afetam essa prerrogativa:
ao promoverem o consumo exarcebado, causam dependência material, submetendo
crianças a um círculo vicioso de compras, no qual, muitas vezes, os pais não podem
sustentar. A felicidade é orientada para um produto, em detrimento de um convívio social
saudável e menos materialista.
De modo a garantir o desenvolvimento adequado da criança e diminuir os abusos da
publicidade, algumas medidas devem ser tomadas. O governo deve investir em políticas
públicas que atuem como construtoras de uma 'consciência mirim', através de meios
didáticos a fomentar a imaginação da criança, orientando-a na recepção de informações que
a cercam. Em adição, os pais devem estar atentos aos elementos apropriados pelos seus
filhos em propagandas, estimulando o espírito crítico deles, a contribuir para a futura
cidadania que os espera.

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6 - ​Lucas Santos Barbosa​, Alagoas

Desde o fim da Guerra Fria, em 1985, e a consolidação do modelo econômico


capitalista, cresce no mundo o consumismo desenfreado. Entretanto, as consequências
dessa modernidade atingem o ser humano de maneira direta e indireta: através da
dependência por compras e impactos ambientais causados por esse ato. Nesse sentido, por
serem frágeis e incapazes de diferenciar impulso de necessidade, as crianças tornaram-se
um alvo fácil dos atos publicitários.
Por ser uma questão de cunho global, as ações de propagandas infantis também
são vivenciadas no Brasil. Embora a economia passe por um período de recessão, a
vontade de consumir pouco mudou nos brasileiros. Com os jovens não é diferente,
influenciados, muitas vezes, por paradigmas de inferioridade social impostos tanto pela
mídia, quanto pela sociedade, além de geralmente serem desprovidos de uma educação de
consumo, tornam-se adultos desorganizados financeiramente, ao passo que dão
continuidade a esse ciclo vicioso.
Diante desse cenário, os prejuízos são sentidos também pela natureza, uma vez que
o descarte de materiais gera poluição e mudança climática na Terra. No entanto, o Brasil
carece de medidas capazes de intervir em ações publicitárias direcionadas àqueles que
serão o futuro da nação, hoje, facilmente manipulados e influenciados por personagens
infantis e pela modernização em que passam os produtos. Em outras palavras, é preciso
consumir de maneira consciente desde a infância, para que se construam valores e
responsabilidade durante o desenvolvimento do indivíduo.
Dessa forma, sabe-se que coibir a propaganda voltada ao público infanto-juvenil não
é a melhor medida para superar esse problema. Cabe aos pais, cobrarem ações do governo
– criação de leis mais rigorosas – além de agirem diretamente na formação e educação de
consumo dos filhos: impondo limites e dando noções financeiras ainda enquanto jovens.
Ademais, as escolas têm papel fundamental nesse segmento. É imprescindível, também,
utilizar a própria mídia para alertar sobre os problemas ambientais decorrentes do consumo
em larga escala e incentivar o desenvolvimento sustentável.

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7 - ​Luis Arthur Novais Haddad​, Minas Gerais

Mais família e menos mídia


Em Esparta, importante pólis grega, os meninos eram exaustivamente treinados para
serem guerreiros que defenderiam sua cidade. Hoje, no Brasil, as crianças não tem essa
preocupação: crescem e no futuro, podem escolher suas profissões. Porém, a publicidade
infantil tem influenciado, não só este, mais inúmeros outros aspectos dos jovens, e não
deveria.
No Brasil, é comum que se ligue a televisão e esteja passando alguma propaganda
com teor apelativo aos jovens: publicitários usam de inúmeros meios para atrair a atenção
das crianças, e conseguem. Estas, cada vez mais conectadas a todo tipo de mídia, acabam
se influenciando pelo que é divulgado na televisão e pedem aos seus pais que compre o
que foi ofertado. O problema é que cabe aos pais escolher qual brinquedo o filho deve ter,
por exemplo, e não ao grande empresário. Este tem como finalidade o lucro, enquanto
aqueles querem o crescimento de seus jovens. Dessa forma, é comum que os donos de
empresas criem brinquedos que não têm a menor intenção de ensinar nada às crianças. Os
pais, pelo contrário, tendem a escolher, por exemplo, os brinquedos que passem a seus
filhos conhecimentos que julguem necessários. Com a publicidade infantil, os empresários
tomam para si, funções que cabem aos pais, e por isso este tipo de publicidade deve ter fim.
Muitas pessoas, porém, pensa que esta é uma forma de censura, similar à que
Vargas implantou com o Departamento de Imprensa e Propaganda, mas não é. Crianças
ainda estão na fase de aprendizado básico e, pela falta de maturidade, não desenvolveram
senso crítico: ao verem propagandas fantasiosas, acham que o produto é maravilhoso e
desejam adquiri-lo no mesmo instante. Não sabem, porém, que o refrigerante possui muito
corante – e pode desencadear uma alergia, ou que o brinquedo é muito frágil, e logo se
quebrará. Os pais, por esses motivos, não irão comprar os produtos, o que, em muitos
casos, deixará o filho desapontado. Sabendo que as crianças não têm senso crítico para
selecionar o que é bom através da publicidade infantil, observa-se que estas devem ser
pouco, ou nada, divulgadas.
Vendo a questão publicitária sob esta ótica, um implemente à lei deve ser colocado
em prática. Deve partir do Governo uma adequação ao projeto pedagógico brasileiro: aulas
de filosofia e sociologia, colocadas na base da escola, ensinariam aos jovens como a mídia
de comporta. Com o tempo, e a maturidade, as crianças verão que os pais estão, na maioria
dos casos, corretos na formação que lhe deram. Dessa forma, a sociedade irá crescer e se
desenvolver de forma mais humana e menos financeira.

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8 - ​Maria Isabel Viñas​, Rio de Janeiro

Amor à venda
A vitória do capitalismo na Guerra Fria gerou muitas consequências para o mundo,
sendo uma delas a competição desenfreada das multinacionais por novos mercados. Um
dos principais alvos desse cenário são as crianças, indivíduos facilmente manipuláveis
devido a sua pequena capacidade de julgamento crítico. Sua inocência é, dessa forma,
cruelmente convertida em lucro, fato que não deve ser permitido nem tolerado.
A infância é uma fase de formação e aprendizagem, sendo necessário, portanto, que
os bons costumes sejam cultivados. É, também, uma fase em que tudo é novo e
interessante. Dessa forma, os produtos apresentados em comerciais inevitavelmente
seduzirão meninos e meninas que, por sua vez, passarão a pautar sua felicidade naquilo
que podem adquirir.
A ausência cada vez maior dos pais na vida dos filhos é outro fator que torna urgente
a intervenção do Estado nos meios de comunicação. A presença constante o carinho
paterno são, hoje, raros às crianças e, cientes disso, tentam compensar o desfalque lhes
dando tudo o que pedem, desde carrinhos de controle remoto a iPhones. Mal sabem que o
que estão fazendo é fomentar uma indústria que, aos poucos, aprisiona seus filhos ao
materialismo e escraviza-os aos gostos do capitalismo.
A proteção das crianças brasileiras quanto às investidas do mercado deve, portanto,
ser promovida não apenas pelo Estado, mas também por aqueles que são responsáveis por
sua formação. Ao primeiro cabe apresentar projetos de lei que limitem o teor persuasivo das
propagandas. Sua aprovação contaria com a aprovação da população. Além disso,
disciplinas extras poderiam ser criadas com o respaldo na atual LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação), para que houvesse a conscientização desses 'pequenos cidadãos' no
que se refere a problemática do consumo excessivo. Vale ainda citar o papel dos pais, aos
quais cabe a importante função de ser um bom exemplo, afinal, a verdadeira felicidade não
pode ser mediada por elementos materiais e sim pelo amor.

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9 - ​Paula Lage Freire​, Rio de Janeiro

Responsabilidade social
A Revolução Técnico-Científica do século XX inaugurou a Era da Informação e
possibilitou a divulgação de propagandas nos meios de comunicação, influenciando o
consumo dos indivíduos de diferentes faixas etárias. Nesse contexto, a publicidade
destinada ao público infantil é motivo de debates entre educadores e psicólogos no território
nacional. Assim, a proibição parcial da divulgação de produtos para as crianças é essencial
para um maior controle dos pais e para um menor abuso de grandes empresas sobre os
infantes.
Os indivíduos com idade pouco avançada, em sua maioria, ainda não possuem
condições emocionais para avaliar a necessidade de compra ou não de determinado
brinquedo ou jogo. Isso porque eles não desenvolveram o senso crítico que possibilita uma
escolha consciente e não impulsiva por um produto, como já observou Freud em seus
estudos sobre os desejos e impulsos do homem. Consequentemente, os pais, principais
responsáveis pela educação dos filhos, devem ter o controle sobre o que é divulgado para
eles, pois possuem maior capacidade para enxergar vantagens e desvantagens do que é
anunciado.
Além disso, pela pouca maturidade, as crianças são facilmente manipuláveis pela
mídia. Isso ocorre por uma crença inocente em imagens meramente ilustrativas, que
despertam a imaginação e promovem o deslocamento da realidade, deixando a sensação
de admiração pelo produto. Como consequência, empresas interessadas na venda em larga
escala e no lucro aproveitam esse quadro para divulgar propagandas enganosas, em muitos
casos.
Portanto, é fundamental uma regulação da publicidade infantil, permitindo-se o
controle de responsáveis e impedindo-se ações irresponsáveis de muitas empresas. Faz-se
necessário, então, que propagandas com conteúdo infantil sejam direcionadas aos
responsáveis em horários mais adequados, à noite, por exemplo, evitando-se o consumo
excessivo dos anúncios pelas crianças. Ademais, o Governo Federal deve promover uma
central nacional de reclamações para denúncias de pais, via internet ou telefonema, que
avaliem determinada informação como abusiva ou desnecessária na mídia. Assim, infantes
viverão com maior segurança e proteção."

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10 - ​Victoria Maria Luz Borges​, Piauí

Em meio a uma sociedade globalizada, é evidente o crescimento dos recursos


capazes de estimular a adesão ao consumo. Em meio a esse contexto, encontram-se as
propagandas destinadas às crianças, que, por possuírem seu caráter em processo de
formação, tornam-se alvos fáceis desses anunciantes. A regulamentação da publicidade
infantil constitui, assim, um fator imprescindível, visando à preservação da integridade
mental desse público.
Com o advento do capitalismo e, principalmente, do modelo liberal introduzido pelo
pensador iluminista Adam Smith, as pessoas encontram-se inseridas em uma sociedade de
consumo, na qual o apelo à adesão popular é realizado de diferentes formas, como, por
exemplo, por meio da mídia. Diante disso, estão as crianças, que ao possuírem, muitas
vezes, fácil acesso a veículos de comunicação massivos, são estimuladas a construírem um
ideal de consumismo desenfreado, tento em vista que não possuem o discernimento entre o
que é necessário e o que é supérfluo.
Imersa nessa logística, encontra-se a participação de famosos em propagandas ou
mesmo a alusão a desenhos animados, que visam ao convencimento da criança de que
aquele produto anunciado é essencial. Isso evidencia a falta de regulamentação no setor de
propagandas do país, já que não há sequer determinação de horários para a veiculação
delas, proporcionando uma recepção massiva daquilo que é divulgado para o público
infantil. A par disso, aqueles que são responsáveis pela promoção de tais propostas de
adesão ao consumo mostram-se contrários à concretização da proposta, ratificando a
preocupação exclusivamente econômica com a realização de uma publicidade
desregulamentada.
É certo que a mídia constitui um instrumento de massificação da sociedade e, por
serem indivíduos que ainda estão em processo de construção do caráter, as crianças
necessitam de medidas protecionistas, que garantam sua integridade mental. Nessa
perspectiva, deve-se proibir a veiculação de propagandas infantis em determinados
horários, como naqueles em que há uma programação destinada a esse público; com a
instituição de leis federais. Dessa forma, anunciantes e emissoras devem ser fiscalizados e
punidos com aplicação de multas em caso de desrespeito ao estabelecido. Além disso, é
necessária a introdução de disciplinas de educação financeira e direcionada ao consumo,
visando à formação de consumidores conscientes. Assim, a criança deixará de ser alvo
dessas práticas apelativas.".

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Redações Nota 1000
Coletânea com as melhores redações de 2015

Tema - ​"​A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade


Brasileira​".
10 Redações que obtiveram nota 1000

1 - ​Amanda Carvalho Maia Castro

A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas


últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por
essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de
2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a
psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes
históricas e ideológicas.
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal.
Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em
relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce
mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino
tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio
social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos
violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social
advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de
agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é
aumentada.
Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a
ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no
cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como
fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos
e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo
feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência
física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de
casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de
reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras
dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação
seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação
de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir
campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais,
é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de
agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da
violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.

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2 - ​Anna Beatriz Alvares Simões Wreden

Parte desfavorecida
De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um
“corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si.
Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os
direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno
século XXI as mulheres ainda são alvos de violência. Esse quadro de persistência de maus
tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização do sexo
masculino e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo.
Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo sempre esteve
presente, como por exemplo na posição do “Senhor do Engenho”, consequentemente foi
criada uma noção de inferioridade da mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas
pessoas julgam ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até
desrespeitosa. Logo, há muitos casos de violência contra esse grupo, em que a agressão
física é a mais relatada, correspondendo a 51,68% dos casos. Nesse sentido, percebe-se
que as mulheres têm suas imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de
uma cultural geral preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é passado de geração
em geração, o que favorece o continuismo dos abusos.
Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo
colaboram com a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos
são demorados e as medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento.
Isso ocorre também com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve apenas 33,4%
dos casos julgados. Nessa perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência
continuam violentando as mulheres e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas
psicológicas e abusos sexuais em diversos locais, como em casa e no trabalho.
A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há uma
diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil
seja mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as
ONGs, em que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões às
Delegacias da Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. Passa
a ser a função também das instituições de educação promoverem aulas de Sociologia,
História e Biologia, que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais
históricos e produções culturais, com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o
patriarcalismo. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O
primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação. ”

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3 - ​Cecília Maria Lima Leite

Violação à dignidade feminina


Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos
interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados do século
XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como expoente. Conquanto tenham sido obtidos
avanços no que se refere aos direitos civis, a violência contra a mulher é uma problemática
persistente no Brasil, uma vez que ela se dá- na maioria das vezes- no ambiente doméstico.
Essa situação dificulta as denúncias contra os agressores, pois muitas mulheres temem
expor questões que acreditam ser de ordem particular.
Com efeito, ao longo das últimas décadas, a participação feminina ganhou destaque
nas representações políticas e no mercado de trabalho. As relações na vida privada,
contudo, ainda obedecem a uma lógica sexista em algumas famílias. Nesse contexto, a
agressão parte de um pai, irmão, marido ou filho; condição de parentesco essa que
desencoraja a vítima a prestar queixas, visto que há um vínculo institucional e afetivo que
ela teme romper.
Outrossim, é válido salientar que a violência de gênero está presente em todas as
camadas sociais, camuflada em pequenos hábitos cotidianos. Ela se revela não apenas na
brutalidade dos assassinatos, mas também nos atos de misoginia e ridicularização da figura
feminina em ditos populares, piadas ou músicas. Essa é a opressão simbólica da qual trata
o sociólogo Pierre Bordieu: a violação aos Direitos Humanos não consiste somente no
embate físico, o desrespeito está –sobretudo- na perpetuação de preconceitos que atentam
contra a dignidade da pessoa humana ou de um grupo social.
Destarte, é fato que o Brasil encontra-se alguns passos à frente de outros países o
combate à violência contra a mulher, por ter promulgado a Lei Maria da Penha. Entretanto, é
necessário que o Governo reforce o atendimento às vítimas, criando mais delegacias
especializadas, em turnos de 24 horas, para o registro de queixas. Por outro lado, uma
iniciativa plausível a ser tomada pelo Congresso Nacional é a tipificação do feminicídio
como crime de ódio e hediondo, no intuito de endurecer as penas para os condenados e
assim coibir mais violações. É fundamental que o Poder Público e a sociedade – por meio
de denúncias – combatam praticas machistas e a execrável prática do feminicídio.

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4 - ​Caio Nobuyoshi Koga

Conserva a Dor
O Brasil cresceu nas bases parternalistas da sociedade europeia, visto que as
mulheres eram excluídas das decisões políticas e sociais, inclusive do voto. Diante desse
fato, elas sempre foram tratadas como cidadãs inferiores cuja vontade tem menor validade
que as demais. Esse modelo de sociedade traz diversas consequências, como a violência
contra a mulher, fruto da herança social conservadora e da falta de conscientização da
população.
Casos relatados cotidianamente evidenciam o conservadorismo do pensamento da
população brasileira. São constantes as notícias sobre o assédio sexual sofrido por
mulheres em espaços públicos, como no metrô paulistano. Essas ações e a pequena
reação a fim de acabar com o problema sofrido pela mulher demonstram a normalidade da
postura machista da sociedade e a permissão velada para o seu acontecimento. Esses
constantes casos são frutos do pensamento machista que domina a sociedade e descende
diretamente do paternalismo em que cresceu a nação.
Devido à postura machista da sociedade, a violência contra a mulher permanece na
contemporaneidade, inclusive dentro do Estado. A mulher é constantemente tratada com
inferioridade pela população e pelos próprios órgãos públicos. Uma atitude que demonstra
com clareza esse tratamento é a culpabilização da vítima de estupro que, chegando à
polícia, é acusada de causar a violência devido à roupa que estava vestindo. A violência se
torna dupla, sexual e psicológica; essa, causada pela postura adotada pela população e
pelos órgãos públicos frente ao estupro, causando maior sofrimento à vítima.
O pensamento conservador, machista e misógino é fruto do patriarcalismo e deve
ser combatido a fim de impedir a violência contra aquelas que historicamente sofreram e
foram oprimidas. Para esse fim, é necessário que o Estado aplique corretamente a lei,
acolhendo e atendendo a vítima e punindo o violentador, além de promover a
conscientização nas escolas sobre a igualdade de gênero e sobre a violência contra a
mulher. Cabe à sociedade civil, o apoio às mulheres e aos movimentos feministas que
protegem as mulheres e defendem os seus direitos, expondo a postura machista da
sociedade. Dessa maneira, com apoio do Estado e da sociedade, aliado ao debate sobre a
igualdade de gênero, é possível acabar com a violência contra a mulher.

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5 - ​José Miguel Zanetti Trigueros

Por um basta na violência contra a mulher


A violência contra a mulher no Brasil ainda é grande. Entretanto, deve haver uma
distinção entre casos gerais (que ocorrem independentemente do sexo da vítima) e casos
específicos. Os níveis de homicídios, assaltos, sequestros e agressões são altos, portanto,
o número de mulheres atingidas por esse índice também é grande. Em casos que a mulher
é vítima devido ao seu gênero, como estupros, abusos sexuais e agressões domésticas, as
Leis Maria da Penha e do Feminicídio, aliadas às Delegacias das Mulheres e ao Ligue 180
são meios de diminuir esses casos.
O sistema de segurança no Brasil é falho. Como a violência é alta e existe uma
enorme burocracia, os casos denunciados e julgados são pequenos. Além do mais, muitas
mulheres têm medo de seus companheiros ou dependem financeiramente deles, não
contando as agressões que sofrem. Dessa forma, mais criminosos ficam livres e mais
mulheres se tornam vítimas.
Alguns privilégios são necessários para garantir a integridade física e moral da
vítima, como a Lei Maria da Penha, que é um marco para a igualdade de gênero e serve de
amparo para todo tipo de violência doméstica e já analisou mais de 300 mil casos. Há
também medidas que contribuem para reduzir assédios sexuais e estupros, como a criação
do vagão feminino em São Paulo e a permissão para que ônibus parem em qualquer lugar
durante a noite, desde que isso seja solicitado por uma mulher.
Também é alarmante os casos que envolvem turismo sexual. Durante a Copa do
Mundo de 2014, houve um grande fluxo de estrangeiros para o Brasil. Muitos vêm apenas
para se relacionar com as mulheres brasileiras, algo ilegal, que que prostituição é crime.
Não bastasse, o pior é o envolvimento de menores de idade. Inúmeros motivos colocam
crianças e adolescentes nessa vida, como o abandono familiar, o aliciamento por terceiros e
até sequestros.
Portanto, para reduzir drasticamente a violência contra a mulher, deve ocorrer uma
intensificação na fiscalização, através das Leis que protegem as vítimas femininas. No que
se refere à punição dos criminosos, deve ocorrer o aumento das penas ou até atitudes mais
drásticas, como a castração química de estupradores (garantindo a reincidência zero). Para
aumentar o número de denúncias, a vítima deve se sentir protegida e não temer nada. Por
isso, mobilizações sociais, através de propagandas e centros de apoio devem ser adotadas.
Todas essas medidas culminariam em mais denúncias, mais julgamentos e mais prisões,
além de diminuir os futuros casos, devido às prisões exemplares.

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6 - ​Julia Guimarães Cunha

O feminismo é o movimento que luta pela igualdade social, política e econômica dos
gêneros. Hodiernamente, muitas conquistas em prol da garantia dessas igualdades já foram
alcançadas – a exemplo do direito ao voto para as mulheres, adquirido no Governo Vargas.
Entretanto, essas conquistas não foram suficientes para eliminar o preconceito e a violência
existentes na sociedade brasileira.
De acordo com o site “Mapa da Violência”, nas últimas três décadas houve um
aumento de mais de 200% nos índices de feminicídio no país. Esse dado evidencia a baixa
eficiência dos mecanismos de auxílio à mulher, tais como a Secretaria de Políticas para as
mulheres e a Lei Maria da Penha. A existência desses mecanismos é de suma importância,
mas suas ações não estão sendo satisfatórias para melhorar os índices alarmantes de
agressões contra o, erroneamente chamado, “sexo frágil.”
Mas, apesar de ser o principal tipo, não é só agressão física a responsável pelas
violências contra a mulher. Devido ao caráter machista e patriarcal da sociedade brasileira,
o preconceito começa ainda na juventude, com o tratamento desigual dado a filhos e filhas –
comumente nota-se uma maior restrição para o sexo feminino. Além disso, há a violência
moral, ainda muito frequente no mercado de trabalho. Pesquisas comprovam que, no Brasil,
o salário dado a homens e mulheres é diferente, mesmo com ambos exercendo a mesma
função. Ademais, empresas preferem contratar funcionários do sexo masculino para não se
preocuparem com uma possível licença maternidade.
É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a segurança da mulher
brasileira. Desse modo, o Estado deve, mediante a ampliação da atuação dos órgãos
competentes, assegurar o atendimento adequado às vítimas e a punição correta aos
agressores. Além disso, cabe às empresas a garantia de igualdade no espaço laboral,
pagando um salário justo e admitindo funcionários pela sua qualificação, livre de
preconceitos. Por fim, é dever da sociedade o respeito ao sexo feminino, tratando
igualmente homem e mulher. Assim, alcançar-se-á uma sociedade igualitária e de harmonia
para ambos os gêneros.

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7 - ​Sofia Dolabela Cunha Saúde Belém

É inegável o fato de que, na sociedade brasileira contemporânea, a igualdade de


gêneros é algo que existe apenas na teoria. Medidas como a criação da Lei Maria da Penha
e da Delegacia da Mulher, apesar de auxiliarem na fiscalização contra a violência ao sexo
feminino e na proteção das vítimas, são insuficientes e pouco eficazes, algo comprovado
através da alta taxa de feminicídios ocorridos em nosso país, além dos enormes índices de
relatos de vítimas de violência.
O aumento notório de crimes contra a mulher realizados na última década deve-se a
inúmeros fatores. A completa burocracia presente nos processos de atendimento às vítimas
de estupro, por exemplo, refuta mulheres que apresentam traumas e não recebem
acompanhamento psicológico adequado, sendo orientadas a realizar o exame de corpo de
delito, procedimento, por vezes, invasivo. Além disso, é comum que o relato da vítima tenha
sua veracidade questionada, não recebendo a atenção necessária. Com o afastamento de
possíveis denúncias, não há redução no número de assassinatos e de episódios violentos.
A cultura machista em que estamos inseridos dissemina valores como a
culpabilização da vitima: muitas vezes, a mulher se cala porque pensa que é a culpada pela
violência que sofre. Acredita-se, também, que apenas a violência física e sexual deve ser
denunciada, ou que a opressão moral é algo comum. A passividade diante de tais situações
cede espaço para o crescimento de comportamentos violentos dentro da sociedade.
Tendo em vista as causas dos altos índices de violência contra a mulher no Brasil, é
necessário que haja intervenção governamental para aprimorar os órgãos de defesa contra
tais crimes, de modo a tornar o atendimento mais rápido e atencioso. O mais importante, no
entanto, é atingir a origem do problema e instituir em escolas aulas obrigatórias sobre
igualdade de gênero, apresentando de forma mais simples conceitos desenvolvidos, por
exemplo, por Simone de Beauvoir, de modo a desconstruir desde cedo ideias
preconceituosas que são potenciais estimulantes para futuros comportamentos violentos.

8 - ​Valéria da Silva Alves

A submissão da mulher em uma sociedade patriarcalista como a brasileira é um fato


que tem origens históricas. Por todo o mundo, a figura feminina teve seus direitos cerceados
e a liberdade limitada devido ao fato de ser considerada “frágil” ou “sensível”, ainda que isso
não pudesse ser provado cientificamente. Tal pensamento deu margem a uma ampla
subjugação da mulher e abriu portas a atos de violência a ela direcionados.
Nessa perspectiva, a sociedade brasileira ainda é pautada por uma visão machista.
A liberdade feminina chega a ser tão limitada ao ponto que as mulheres que se vestem de
acordo com as próprias vontades, expondo partes do corpo consideradas irreverentes,
correm o risco de seres violentadas sob a justificativa de que “estavam pedindo por isso”.
Esse pensamento perdura no meio social, ainda que muitas conquistas de movimento
feministas – pautados no existencialismo da filósofa Simone de Beauvoir – tenham
contribuído para diminuir a percepção arcaica da mulher como objeto.
Diante disso, as famílias brasileiras com acesso restrito à informação globalizada ou
desavisadas a respeito dos direitos humanos continuam a pôr em prática atos atrozes em
direção àquela que deveria ser o centro de gravitação do lar. A violência doméstica, em

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especial física e psicológica, é praticada por homens com necessidade de autoafirmação ou
sob influência de drogas (com destaque para o álcool) e faz milhares de vítimas diariamente
no país. Nesse sentido, a criação de leis como a do feminicídio e Maria da Penha foram
essenciais para apaziguar os conflitos e dar suporte a esse grupo antes marginalizado.
Paralelo a isso, o exemplo dado pelo pai ao violentar a companheira tem como
consequência a solidificação desse comportamento psicológico dos filhos. As crianças,
dotadas de pouca capacidade de discernimento, sofrem ao ver a mãe sendo violentada e
têm grandes chances de se tornarem adultos violentos, contribuindo para a manutenção das
práticas abusivas nas gerações em desenvolvimento e dificultando a extinção desse
comportamento na sociedade.
Desde os primórdios, nas primeiras sociedades formadas na Antiguidade até hoje, a
mulher luta por liberdade, representatividade e respeito. O Estado pode contribuir nessa
conquista ao investir em ONGs voltadas à defesa dos direitos femininos e ao mobilizar
campanhas e palestras públicas em escolas, comunidades e na mídia, objetivando a
exposição da problemática e o debate acerca do respeito aos direitos femininos. É
importante também a criação de um projeto visando a distribuição de histórias em
quadrinhos e livros nas escolas, conscientizando as crianças e jovens sobre a "igualdade de
gênero" de forma interativa e divertida.

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9 - ​Richard Wagner Caputo Neves

Da teoria à prática
Desde o Iluminismo, já sabemos – ou deveríamos saber – que uma sociedade só
progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a
persistência da violência contra a mulher no Brasil em pleno século XXI, percebe-se que
esse ideal iluminista é verificado na teoria e não desejavelmente na prática. Muitos
importantes passos já foram dados na tentativa de se reverter esse quadro. Entretanto, para
que seja conquistada uma convivência realmente democrática, hão de ser analisadas as
verdadeiras causas desse mal.
Em uma primeira abordagem, é importante sinalizar que, ainda que leis como a
“Maria da Penha” tenham contribuído bastante para o crescimento do número de denúncias
relacionadas à violência – física, moral, psicológica, sexual – contra a mulher, ainda se faz
presente uma limitação. A questão emocional, ou seja, o medo, é uma causa que
desencoraja inúmeras denúncias: muitas vezes, a suposta submissão econômica da figura
feminina agrava o desconforto. Em outros casos, fora do âmbito familiar, são instrumentos
da perpetuação da violência o medo de uma retaliação do agressor e a “vergonha social”, o
que desestimula a busca por justiça e por direitos, peças-chave na manutenção de qualquer
democracia.
Em uma análise mais aprofundada, devem ser considerados fatores culturais e
educacionais brasileiros. Por muito tempo, a mulher foi vista como um ser subordinado,
secundário. Esse errôneo enraizamento moral se comunica com a continuidade da suposta
“diminuição” da figura feminina, o que eventualmente acarreta a manutenção de práticas de
violência das mais variadas naturezas. A patriarcal cultura verde-amarela, durante muitos
anos, foi de encontro aos princípios do Iluminismo e da Revolução Francesa: nesse
contexto, é fundamental a reforma de valores da sociedade civil.
Torna-se evidente, portanto, que a persistência da violência contra a mulher no
Brasil é grave e exige soluções imediatas, e não apenas um belo discurso. Ao Poder
Judiciário, cabe fazer valer as leis já existentes, oriundas de inúmeros discursos
democráticos. A mídia, por meio de ficções engajadas, deve abordar a questão instigando
mais denúncias – cumprindo, assim, o seu importante papel social. A escola, instituição
formadora de valores, junto às Ong's, deve promover palestras a pais e alunos que discutam
essa situação de maneira clara e eficaz. Talvez dessa forma a violência contra a mulher se
faça presente apenas em futuros livros de história e a sociedade brasileira possa
transformar os ideais iluministas em prática, e não apenas em teoria.

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10- ​Izadora Peter Furtado

A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema


muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas
dessa questão. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico
cultural e o desrespeito às leis.
Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem.
Comprova-se isso pelo fato de elas poderem exercer direitos políticos, ingressarem no
mercado de trabalho e escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero
oposto. Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres,
corroboram a ideia de que elas são vítimas de um legado histórico-cultural. Nesse ínterim, a
cultura machista prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade
contemporânea, mesmo que de forma implícita, à primeira vista.
Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei,
independente de cor, raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê mesmo
salário para os que desempenham mesma função, também garantida por lei. No entanto, o
que se observa em diversas partes do país, é a gritante diferença entre os salários de
homens e mulheres, principalmente se estas foram negras. Esse fato causa extrema
decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem
recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para solucionar a problemática.
Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da
violência, tanto física quanto moral, criando campanhas de combate à violência, além de
impor leis mais rígidas e punições mais severas para aqueles que não as cumprem.
Some-se a isso investimentos em educação, valorizando e capacitando os professores, no
intuito de formar cidadãos mais comprometidos em garantir o bem-estar da sociedade como
um todo.

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Análise integral de redação nota 1000

Com o intuito de reforçar alguns pontos, vamos, neste capítulo, fazer a análise
integral de uma redação nota 1000 na prova do Exame Nacional do Ensino Médio do ano
passado, cujo tema foi ‘A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira’.
O texto é da aluna Amanda Carvalho Maia Castro. Vamos lá?

A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas


últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por
essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de
2014 relatou cerca de 48% de outros tipos
de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar
que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal.
Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em
relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce
mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino
tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio
social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos
violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social
advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de
agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é
aumentada.
Além disso, há o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a
ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no
cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como
fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos
e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo
feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência
física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de
casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de
reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras
dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação
seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação
de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir
campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais,
é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de
agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da
violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.

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Para entendermos um pouco melhor os recursos que a aluna Amanda Carvalho
utilizou em seu texto, vamos fazer a análise em partes: introdução, desenvolvimento e
conclusão. Em sua introdução, a aluna apresenta o assunto ressaltando que a violência
contra a mulher, no Brasil, apresentou aumentos significativos nas últimas décadas. Para
justificar tal colocação, ela faz uso dos dados apresentados pelo Mapa da Violência de
2012. Além disso, ela ressalta diferentes tipos de violência que são praticados contra a
mulher. Ao final do parágrafo, ela estabelece a tese que será defendida, ou seja, o seu
ponto de vista. A aluna atribui a persistência da violência às raízes históricas e ideológicas.
Observe que esse parágrafo ficou muito bem construído, apresentando o assunto e
a tese de forma bem fundamentada e funciona como uma espécie de guia para a
construção do restante da produção. O desenvolvimento do texto é dividido em dois
parágrafos e eles estão diretamente ligados às ideias apresentadas na introdução. No
primeiro parágrafo do desenvolvimento, a aluna destaca as amarras da sociedade patriarcal,
ressaltando que, em pleno século XXI, há uma espécie de determinismo biológico em
relação às mulheres. Para fundamentar tal colocação, ela utiliza uma citação de Simone de
Beauvoir, na tentativa de construir uma contraposição. Observe que há uma discussão
acerca dessa primeira justificativa para a persistência da violência, a aluna destaca a função
social da mulher em nosso país, destacando a naturalização dos comportamentos violentos
contra a mulher. Para finalizar esse parágrafo, ela ainda ressalta a dificuldade de se punir os
agressores.
Esse parágrafo desenvolve parte da tese que foi estabelecida na introdução, em que
a candidata destaca as raízes históricas. Ela desenvolve muito bem essa questão e traz a
citação direta como um elemento que fundamenta aquilo que está sendo exposto, além de
apresentar discussão e reflexão sobre essa questão.
A questão ideológica ressalta na tese apresentada na introdução é discutida no
segundo parágrafo do desenvolvimento. A aluna destaca a ideologia de superioridade do
gênero masculino em relação ao gênero feminino. Destaca ainda, a objetificação das
mulheres e a submissão. Além disso, há a referência à cultura do medo, que faz com que as
mulheres não denunciem as agressões. Para fundamentar essa questão, ela diz que os
números de casos desse tipo de violência que são denunciados são baixos.
O desenvolvimento do texto analisado foi muito bem construído, as ideias
apresentadas na introdução são bem defendidas, discutidas e fundamentadas. É isso que a
banca espera, é preciso mostrar o senso crítico.
Na conclusão do texto, a aluna reafirma a tese defendida, destacando que as raízes
históricas e ideológicas dificultam o fim da violência. Em seguida, é apresentada a proposta
de intervenção. Nessa parte, a aluna envolve a mídia, ressaltando que essa precisa parar
de promover a objetificação da mulher e é preciso que passe a difundir campanhas de
denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ressalta ainda, que o Poder Legislativo deve
criar projeto de lei que aumente a punição dos agressores, para que se diminua a
reincidência. Após a construção da proposta de intervenção, a aluna faz um fechamento de
suas ideias, ressaltado que talvez essas medidas possam colocar fim à violência contra a
mulher.
Observe que a introdução, o desenvolvimento e a conclusão atenderam às
exigências e foram muito bem desenvolvidas. A aluna apresentou ótimas ideias, que foram
muito bem discutidas e fundamentadas, e estão muito bem articuladas. Ela apresentou um
excelente domínio da norma padrão e fez ótimas escolhas lexicais. Com essa excelente

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construção, a candidata atingiu a nota máxima em todas as competências avaliadas no
Enem.

Agora vamos acompanhar a análise de uma redação nota mil que foi enviada para o
site Projeto Redação.

Crescente descaso
Com o advento da Revolução Industrial ,no século XVIII, as indústrias obtiveram uma
dinâmica mais atrativa para aumentar sua produtividade e, consequentemente, o seu lucro.
Todavia, na atualidade brasileira, essa lógica de mercado possibilitou a elevação do lixo na
sociedade, em que, atrelado à falta de uma sólida conscientização individual e ao
consumismo elevado, corroborou para a perpetuação da problemática no meio urbano.
Em primeiro plano, é evidente a cultura de descaso popular sobre a questão. Nesse
contexto, os cidadãos negligenciam a importância das lixeiras em locais públicos, cujas
funcionalidades consistem em amenizar o descarte incorreto regularmente visível nas
cidades. Seguindo essa linha de raciocínio, o sociólogo Georg Simmel alega sobre o
‘’paradoxo moderno’’- nas metrópoles, enquanto há uma grande rede de comunicações
interpessoais, os indivíduos se tornam egoístas e individualistas. Logo, o conflito entre
responsabilidade cidadã e motivação pessoal se enquadra na constante elevação da
poluição nas ruas nacionais.
Em segunda análise, a lógica consumista, empregada pelas propagandas, ajuda na
elevação dos resíduos no país. Historicamente, esse aparato massificador mostrou seu
poder de convencimento com a disseminação dos ideais nazifascistas no século XX. Nesse
viés, as pessoas tendem a incorporar ideologias impostas na rede midiática, no qual é
incentivado a comprarem compulsoriamente demasiados produtos. Assim, o pressuposto
referido na política dos Resíduos Sólidos no Brasil, em que seria incentivada a melhora na
coleta e destinação dos dejetos, se encontra em um impasse acumulativo com a constante
elevação do volume de lixo.
Destarte, a padronização de comportamentos e das ações dos habitantes
impulsionaram os impasses na temática. Em vista de erradicar tal paradigma, o Ministério
das Cidades poderia, com especialistas e mão de obra contratada, investir na construção de
centros de aprendizagem sobre a relevância de manter o ambiente limpo nas metrópoles,
que frisaria, assim, no incentivo do pensamento crítico entre as pessoas, fazendo-as
refletirem de suas atitudes erroneamente praticadas no dia a dia. Paralelamente, o
Ministério da Justiça e a imprensa deveriam, com a participação de profissionais da área,
divulgar campanhas publicitárias sobre a atual política referida aos resíduos, com a
abordagem sistemática sobre o perigo da compra elevada e suas consequências para o
ambiente, haveria, porquanto, um aumento da informatização e análise dos perigos
decorrentes do caráter de excessos atuais.

Uma maneira muito eficiente de se preparar para a prova de redação do Enem é ler
e analisar textos que atingiram uma nota alta dentro das cinco competências avaliadas.
Pensando nisso, selecionamos um texto, o qual foi enviado para o site do Projeto Redação,
que atingiu uma boa nota. Vamos refletir um pouco sobre alguns recursos que podem nos
ajudar a produzir um texto nota 1000?
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O texto selecionado é do tema 'A relação entre a responsabilidade social e os
resíduos urbanos no Brasil' cujo título é 'Crescente descaso'.
No primeiro parágrafo, o aluno apresenta o tema, utilizando um recurso muito interessante
que é a retomada histórica. Ele estabelece uma relação entre a Revolução Industrial, do
século XVIII, e a atualidade brasileira, focando na questão da elevação da produção de lixo.
Além disso, ele estabelece bem a tese a ser defendida, isto é, o ponto de vista que ele irá
defender: a falta de conscientização e o consumo elevado possibilitam o aumento desse
problema.
Os dois parágrafos seguintes são aqueles em que haverá a defesa da tese. No
segundo parágrafo, ele discute sobre a questão da conscientização, destacando o fato de
os sujeitos ignorarem a presença de lixeiras em locais públicos. Para fundamentar essa
discussão, o aluno utiliza outro recurso, a citação. Já o terceiro parágrafo do texto apresenta
uma discussão sobre o consumismo, fazendo outra retomada histórica e se referindo à
Política dos Resíduos Sólidos no Brasil.
O último parágrafo apresenta uma retomada da tese, com o intuito de finalizar o
texto, e mostra quais medidas deveriam ser tomadas para resolver esse problema, ou seja,
apresenta a proposta de intervenção. O aluno mobiliza agentes sociais, Ministérios e mídia,
mostrando o que precisa ser feito, como fazer e a funcionalidade de tais recursos.
Por fim, vale destacar o excelente domínio da modalidade escrita e o bom uso dos recursos
coesivos, o que garante uma excelente articulação das ideias e possibilita a compreensão
do ponto de vista defendido.

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