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FILOSOFIA DA

AÇÃO
Manual: Filosofia 10º Ano. Areal editora.
Este PPT não dispensa a leitura do manual.
Professora da disciplina: Paulina Mineiro.
Imaginem a seguinte situação:

“O Sr. Smith viajava de fim de semana com a sua mulher quando decidiram parar numa estação
de serviço para abastecer o carro e poderem ir à casa de banho. Depois de pagar, o Sr. Smith
pôs-se novamente a caminho.
A certa altura é abordado por um carro da Brigada de Trânsito que o obriga a encostar.
Admirado com esta situação, até porque não tinha infringido nenhuma lei, decide fazê-lo e
pergunta ao policia:
- - O que se passa senhor guarda?
- - Esqueceu-se da sua esposa na estação de serviço.

.
Imaginem a seguinte situação:
1. De acordo com o conceito de ação que julgam saber, indique se o facto de o Sr. Smith
se ter esquecido da sua esposa na estação de serviço poderá ser considerado uma ação?
2. Apresente os elementos em que se baseou para responder à questão anterior.
3. Considera que deverá existir responsabilização pelo ato cometido? Justifique.
Imaginem a seguinte situação:
1. De acordo com o conceito de ação, indique se o facto de o Sr. Smith se ter esquecido
da sua esposa na estação de serviço poderá ser considerado uma ação?
R: O Sr. Smith não praticou uma ação dado ter sido fruto de esquecimento.

2. Apresente os elementos em que se baseou para responder à questão anterior.


R: …O sujeito não teve consciência nem intenção em praticar esse ato. Por ação
entendem-se apenas os atos conscientes, intencionais e voluntários direccionados para a
concretização de um objetivo. O Sr. Smith não teve consciência, intenção ou qualquer
objetivo.
Imaginem a seguinte situação:
3. Considera que deverá existir responsabilização pelo ato cometido? Justifique.
R: Poderá apresentar vários argumentos a favor ou contra desde:
❖ por o esquecimento não ser uma ação, logo não deverá existir responsabilidade;
❖Apesar de ter sido um esquecimento, deverá haver sempre responsabilidade, dado ter
provocado danos em terceiros;
❖A responsabilidade deve ser determinada em função da gravidade do seu ato.
A REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO

O sentido da Filosofia da Ação: Axiologia.

Defina Filosofia da ação:

R: A filosofia da ação é uma área de Filosofia (axiologia) que tem como


principal objetivo compreender em que consiste uma ação humana, de
modo a perceber quando é que um evento pode ser entendido como ação
humana e a identificar as condições em que um determinado agente
pode ou não ser responsabilizado.
1. A REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO
Página 49: Sublinhar as questões levantadas sobre a ação humana.

Nota:
O conceito de ação humana: ( O que sabemos dele?)
1. Aparentemente este conceito nada tem de problemático.
2. Todos parecem saber o que é uma ação, tanto mais que vivemos a
experiência do agir quotidianamente: escovar os dentes, cortar um bolo,
arrumar o quarto ou abraçar alguém constituem exemplos de ação.

Contudo, o tema não é pacífico como parece. Apesar de não nos


questionarmos sobre as ações simples do quotidiano, há ações que se
apresentam bastante complexas, exigindo uma reflexão que clarifique o seu
conteúdo. Que ações complexas conhecem?
1. A REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO
O conceito de ação humana.

Leitura do sucedido com o britânico que estrangula a mulher durante o sono

Sugestão de questões:
A situação descrita neste texto-notícia explora a distinção entre atos conscientes e atos
inconsciente e, por isso, involuntários também.
Será que Brian Thomas, ao estrangular a mulher durante o sono, praticou uma ação?
Poderá ser-lhe atribuída responsabilidade por esse ato?
1. A REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO
O conceito de ação humana.

Leitura do sucedido com o britânico que estrangula a mulher durante o sono

Este caso sugere apontamentos para a reflexão sobre o conceito de ação. Por exemplo:
• Poderemos considerar que Brian realizou uma ação se não teve consciência de a ter praticado?
• Será que poderemos considerar uma ação quando ela foi praticada sem a intenção ou vontade do sujeito, como foi
o caso de Brian?
• Será que houve ação quando o efeito produzido não foi desejado, ou o próprio autor sofreu com o seu desfecho?
• Deverá, neste caso, Brian ser responsabilizado e punido pelo ato praticado?
1. A REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO
(página 49-50 do manual) A distinção ação e acontecimento

(…) Desde que o ambiente permaneça relativamente estável, os não


humanos parecem “saber” á partida, responder às exigências do meio.

Os humanos nascem inacabados. Têm de aprender quase tudo sobre si


mesmos e sobre o mundo que os rodeia.

1. O que se entende pelo que foi escrito?


A distinção ação e acontecimento

1. O que se entende pelo que foi escrito?

R: Parece que é através da ação que o homem se conhece a si próprio e, ao


mesmo tempo, compreende o que o rodeia agindo sobre o meio.

Página 50: Leitura do texto sobre a ação das térmitas e Heitor


TÉRMITAS

▪ Não praticam uma ação porque:

1. O seu comportamento obedece a um padrão


geneticamente programado que exclui cursos
alternativos.

2. O comportamento adotado depende de fatores que


não controlam.
HEITOR

▪ Pratica uma ação porque:

1. Não tinha de enfrentar Aquiles em combate


pois dispunha de cursos alternativos de ação.

2. Seguir qualquer um dos cursos alternativos de


ação ao seu dispor apenas dependia de si.
A rede conceptual da ação

Leitura da página 50 e análise do quadro seguinte :

Tarefa: Como descrever e caracterizar comportamento das da formigas e de Heitor?

O comportamento das formigas-soldado O comportamento de Heitor


A rede conceptual da ação

Leitura da página 50 e análise do quadro seguinte :

O comportamento das formigas-térmitas O comportamento de Heitor

1. Obedece à regularidades da causalidade


biológica. 1. É livre porque :

a) Não tinha a obrigatoriedade de enfrentar


2. Conduta fechada e fixa = programa
Aquiles.
genético que não lhes deixa alternativas.
b) Podia ter seguido outro curso de vida.
3. Em conclusão trata-se de uma conduta
predeterminada. Em conclusão trata-se de uma conduta consciente,
voluntária e intencional do agente.
1. A REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO

Revisão da matéria dada.


1. A filosofia da ação é uma área de Filosofia (axiologia) que tem como
principal objetivo compreender em que consiste uma ação humana.
(intenção e consequências)
2. Aparentemente o conceito de ação humana nada tem de problemático.
Contudo, o tema não é pacífico como parece.
3. É através da ação que o homem se conhece a si próprio e, ao mesmo
tempo, compreende o que o rodeia agindo sobre o meio.
4. Distinguimos a ação por instinto e ação do homem, no relato das
formigas e de Heitor.

Ver animação: acontecer ≠ ação escola Virtual


1. A REDE CONCEPTUAL DA AÇÃO
A distinção Fazer e Agir

Página 58 do manual
AGIR / Ação refere-se a…?

• Algo que implica uma decisão consciente


• Algo em que tem em vista um objetivo definido ou consciente;
• Algo que realizado voluntariamente;
• ação em que se exerce a liberdade de escolha.

Exemplos: Estudar; conversar com um amigo; debater ou opinar…


Alguns conceitos fundamentais da ação humana

O agente:
▪ Entende-se por agente o sujeito que realiza a ação, aquele que tem a capacidade
de a levar a cabo e por ela ser responsabilizado.
▪ Sem o agente a ação não seria possível.

Podemos supor que existem 2 tipos de agentes:


-O autor é aquele que concebe a ação, que pensa nela e a planeia;
- O ator é aquele que a realiza segundo um plano do autor.
Na maioria dos casos somos autores e atores das nossas ações.
Alguns conceitos fundamentais da ação humana

Ação humana é uma ação intencional.


Ação intencional/Finalidade:
- Implica um desejo, uma crença e um fim (um querer fazer algo por se acreditar que
ao fazê-lo se atinge um determinado fim)
Intenção:
- é o objetivo que guia a ação;
- indica o “para quê ” da ação;
- é o que dirige a ação;
- é o que nomeia a ação;
- não é visível.
Alguns conceitos fundamentais da ação humana

Ação humana é uma ação motivada.


Motivo: Motivo designa uma razão para agir.
Está implicado nas respostas que o
-Razão que torna inteligível a ação intencional; agente reconhece que é capaz de
-Responde à pergunta “porquê?” dar para justificar a sua ação.
-Explica a ação;
-Pode ser usado como justificação;

Projeto:
-Meta e finalidade da ação;
-Ativa, dirige e motiva a ação.
Exercício:

1. Qual a intenção de alguém que parte o vidro do carro por se


encontrar no seu interior um cão prestes a asfixiar?
2. E qual é o motivo?

R. 1) intenção de salvar o cão


2) porque estava a morrer asfixiado.
Exercício:

1. Qual a intenção de um sujeito que parte o vidro de um carro por não


ter dinheiro?
2. E qual o motivo?

R. 1) intenção de roubar.
2) porque estava sem dinheiro.
Exercício:

1. Qual a intenção de um aluno que conversa com um colega durante a


realização de um teste de avaliação por não ter estudado?
2. E qual o motivo?

R. 1) intenção de pedir algum apontamento


2) porque não estudou para o teste.
Exercício:

1. Qual a intenção de um aluno que conversa com um colega durante a


realização de um teste de avaliação por se ter esquecido do relógio?
2. E qual é o motivo?

R. 1) intenção de perguntar pelas horas


2) porque se esqueceu do relógio.
Alguns conceitos fundamentais da ação humana

Página 58:
▪ O termo ação será aquilo que fazemos de forma (?):
▪ Consciente,
▪ Voluntária,
▪ Intencional/ Finalidade
▪ motivo;
▪ Responsável; Página 58 do manual: Refletir sore O profeta
e o fugitivo.
▪ Projeto.
Alguns conceitos fundamentais da ação humana

Página 60-61
Deliberação é o processo de reflexão que antecede a decisão, ou
seja, a escolha de alternativas possíveis em função de
determinadas razões. A deliberação visa otimizar os resultados da
ação.
A decisão racional porá fim ao processo de deliberação.

Vejamos como funciona em certas ocasiões:


ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA AÇÃO HUMANA

DELIBERAÇÃO: Os factores que ajudam a deliberar

Vontade/emoção Inteligência
alternativa x alternativa y
Prós contras Prós contras
(?) (?) (?) (?)

DECISÃO (tomada de decisão/ fim da deliberação)


A deliberação e decisão: Exercício

Classifica as seguintes afirmações como deliberação ou decisão:

1. Processo em que pensamos as alternativas existentes.


2. Processo em que analisamos os prós e os contras de cada alternativa.
3. Momento de escolha entre alternativas.
4. Processo em que se consideram e avaliam as razões práticas de cada
alternativa
5. Passo final da reflexão deliberativa.
6. Tomada de posição após a avaliação das alternativas.
Alguns conceitos fundamentais da ação humana

Página 58: Página 58 do manual: Reflexão sobre O profeta e o fugitivo.

Aplicar o que se aprendeu no conto O profeta e o Fugitivo:


▪ Intencional/ Finalidade:
▪ Motivo:
▪ Deliberação:
▪ Decisão:
A DELIBERAÇÃO E DECISÃO

A deliberação e a decisão são experiências, que por vezes não são tão
simples como parecem porque é suposto haver consenso entre a
minha vontade/emoção e a minha inteligência para que a decisão
(final) tomada seja da minha inteira responsabilidade.
Questão de reflexão : Mas isto funciona sempre assim? i.é. deliberamos sempre antes
de decidir?
• A decisão implica sempre uma deliberação? É possível deliberar e não chegar a
decidir?
• Podemos deliberar sobre ações que serão praticadas por outros?
• Em que condições uma ação pode ser considerada racional ( ou irracional)?
• O que torna uma ação racional ou irracional?
• Se respondemos de forma emotiva a alguém?
Vídeo: Motivo/Projeto; Intenções/desejos; Deliberação/decisão
Revisão da matéria dada

1. Intenção é o objetivo que guia a ação; indica o “para quê” da ação.


2. Motivo é Razão que torna inteligível a ação intencional; Responde à
3. pergunta porquê?
4. Definições de deliberação e de decisão como processos de reflexão que antecedem as
ações complexas.
5. A deliberação é um processo de deliberação, ou seja, por um processo de avaliação de
cada uma destas alternativas, bem como das consequências que delas possam resultar.
6. Questões como : Podemos deliberar sobre ações que serão praticadas por outros? A
decisão implica sempre uma deliberação? É possível deliberar e não chegar a decidir?
II. DETERMINISMO E LIBERDADE NA AÇÃO HUMANA

O agente livre e responsável.


O agente é autor da ação intencional, voluntária, consciente,
motivada e deliberada e nessa medida, é responsável pelos seus
atos, isto é, tem de assumir as ações e responder por elas.

A responsabilidade do agente pressupõe que o agente é livre


de escolher entre as possibilidades que vão surgindo….Mas…
As condicionantes da ação humana
P: O significado de condicionantes da ação ?

R: Entende-se todo e qualquer fator - seja ele interno ou externo – que influencie a possibilidade de
escolha.
Refletir se a nossa ação poderá ou não estar a ser condicionada por diferentes fatores (internos /externos) e
apresentar exemplos:

a) biológicos?
b) físicos?
c) psicológicos?
d) socio - políticos?
e) histórico-culturais?
f) entre outros…
As condicionantes da ação humana: condicionantes históricas e culturais

P: Como justificar as condicionantes externas?

1. É através do processo de socialização que cada ser humano apreende e interioriza


a linguagem, os valores, as regras, as crenças, os rituais e as formas de estar e de
comunicar coos outros, próprias de cada cultura.
2. Todos os seres humanos recebem, através da educação, um conjunto de regras,
valores e normas de conduta que acabem por adotar como as suas.
3. Todos nós temos uma visão claramente condicionada pela perspetiva da nossa
cultura.
As condicionantes da ação humana: condicionantes históricas e culturais

P: Será possível não sofrer a influencias da sociedade e da cultura em que estamos


inseridos em termos históricos?
1. Não parece razoável considerar que os modos de pensar e agir possam estar
completamente dissociados da época histórica em que vivemos.
2. Também não é apenas aquilo que podemos fazer que é condicionada pelo
momento histórico em que vivemos. A nossa própria forma de pensar reflete a nossa
época.
As condicionantes da ação humana: condicionantes físico-biológicas e psicológicas

1. Neste grupo consideram-se as características que os seres humanos recebem


como património genético dos seus progenitores ( sexo, cor da pele, cor dos
olhos, traços de personalidade) que condicionam o seu comportamento e as suas
ações.
2. A personalidade condiciona o modo como atuamos e nos relacionamos uns com
os outros, por exemplo, o conformismo, o otimismo, a timidez condicionam a
ação, permitindo prever qual será o tipo de conduta mais provável.
3. Sabemos hoje, pelo desenvolvimento das ciências ligadas à genética e, em geral,
através das neurociências que investigam a constituição e o funcionamento do
nosso cérebro, que a nossa constituição biológica condiciona fortemente a nossa
ação.
FIM DO SUBTEMA:
A REDE CONCETUAL
DA AÇÃO HUMANA

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