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INTERAÇOES INTERMOLECULARES E ALGUMAS CONSEQUENCIAS - PARTE II

RESUMO:

O experimento teve por objetivo dar continuidade ao estudo das interações


intermoleculares. Com isso foi realizada a prática da temperatura de fusão de uma substância
e a recristalização da mesma. Foi também determinada à solubilidade do cloreto de sódio em
água.

Quando uma devida substância chega ao ponto de fusão ou de solidificação, a


temperatura nesse instante se mantém constante até que se funda ou se solidifique
completamente. Após isso, a temperatura volta a subir ou decair. Porém, notou-se que se a
substância for impura, a temperatura não se manterá constante em momento algum, mas
apresentará pequenas oscilações em seu ponto de fusão ou solidificação.

Na cristalização, um composto impuro é dissolvido em um solvente e deixado cristalizar,


se separando da solução. Notou-se, que à medida que se formam cristais, moléculas de outros
compostos dissolvidos (consideradas impurezas) na solução são excluídas da estrutura
cristalina e o composto de interesse pode ser obtido na forma pura.
Com a solubilidade, observou-se que para um composto ser solúvel em água, a
interação entre as moléculas de água e os íons do sólido deve ter uma forte atração.

INTRODUÇÃO:

Para dar continuidade ao estudo das interações intermoleculares, foram trabalhados


conceitos como temperatura de fusão de uma substância, recristalização, e a solubilidade,
sendo utilizado para o primeiro e o segundo experimento o ácido benzoico e para o último,
cloreto de sódio.

A substância no estado sólido é um conjunto de entidades unidas entre si, bem


arrumadas e com movimento vibratório discreto. Com o aquecimento, as entidades vão
conseguindo deslizar umas sobre as outras e o sólido vai “derretendo”, pois o aumento de
energia faz com que as entidades se agitem tanto que, pouco a pouco, vão se separando umas
das outras, mas sem conseguir sair do conjunto, caracterizando a substancia no estado líquido.
Essa é uma mudança de estado, chamada de fusão. Temperatura de fusão é a temperatura
constante na qual uma substância passa do estado sólido para o estado líquido. (1.1)

Durante o aquecimento de substâncias puras, quando se atinge o ponto de fusão, a


temperatura da substância deixa de aumentar, mesmo que continue a aquecê-la. Durante o
resfriamento, quando se atinge o ponto de solidificação, a temperatura da substância deixa de
diminuir. Quando toda a substância tiver sofrido a mudança de estado físico, a temperatura
volta a aumentar ou diminuir. (2) Uma substância orgânica pura possui, geralmente, um ponto
de fusão bem definido, isto é, a fusão ocorre em uma faixa estreita de temperatura e por isto,
esta propriedade é bastante usada como critério de pureza de uma substância. A presença de
impurezas produz, na maior parte dos casos, um alargamento na faixa de fusão, além de
abaixar a temperatura de fusão. (3)

A recristalização é um método de purificação de compostos sólidos a temperatura


ambiente, ela é uma segunda cristalização, pois a primeira ocorre na indústria ou natureza, e
tem o resultado de cristais mais puros, porém com menor rendimento. Compostos orgânicos
que são insolúveis a temperatura ambiente são geralmente purificados por recristalização. A
técnica geral consiste em dissolver o material a ser recristalizado em um solvente quente,
considerando que o solido a ser purificado deve ser totalmente solúvel no solvente quente e
pouco solúvel no mesmo solvente frio, sendo necessário um lento resfriamento da solução. Na
baixa temperatura, o material dissolvido tem menor solubilidade, ocorrendo o crescimento de
cristais. Se o processo for lento ocorre à formação de cristais então chamamos de cristalização,
se for rápida chamamos de precipitação. O crescimento lento dos cristais, camada por camada,
produz um produto puro, assim as impurezas ficam na solução. Quando o esfriamento é rápido
as impurezas são arrastadas junto com o precipitado, produzindo um produto impuro. Neste
experimento trabalhamos com o ácido benzóico (C₆H₅COOH) realizando a sua recristalização.

A solubilidade é uma propriedade que uma substância possui de formar com outra
substância uma solução. Ela indica a quantidade máxima de material, o soluto, que pode ser
dissolvido em uma massa fixa de outro material, o solvente, a uma determinada temperatura e
pressão. (1.2) A quantidade de substância que se dissolve em determinada quantidade de
solvente varia muito, em função das características das substâncias envolvidas e da
compatibilidade entre elas (soluto e solvente). Quando a água é o solvente, algumas
substâncias possuem solubilidade infinita, ou seja, misturam-se em qualquer proporção com a
água. Outras possuem solubilidade limitada, outras insolúveis. (4)

O grau de dissolução de um soluto em solvente depende de vários fatores, os mais


importantes são:
 A natureza das partículas de solvente e de soluto e as interações entre elas:
Duas substâncias com forças intermoleculares aproximadamente do mesmo tipo e valor
são provavelmente muito solúveis uma na outra. Para que um sólido se dissolva, as forças de
atração que mantêm a estrutura cristalina devem ser vencidas pelas interações entre o
solvente e o soluto.(5.1)
 Temperatura na qual na qual a solução é formada.
Um aumento na temperatura sempre fornece um processo endotérmico. Isso significa
que, se o processo de solução absorve calor (AH>0), um aumento de temperatura aumenta a
solubilidade, em outras palavras, mais soluto entra em solução a temperaturas maiores.
Inversamente, se o processo de solução é exotérmico (AH<0) um aumento de temperatura
diminui a solubilidade; aquecimento retirará soluto da solução. (5.2)
 A pressão de um soluto gasoso.
A pressão tem um efeito relevante na solubilidade somente para os sistemas gás-
liquido. A uma dada temperatura um aumento na pressão, aumenta a solubilidade de um gás.
(5.3)
OBJETIVOS:
Continuidade do estudo sobre as interações intermoleculares e suas consequências,
através da temperatura de fusão e da recristalização do acido benzoico, e da determinação da
solubilidade do cloreto de sódio em água.

PARTE EXPERIMENTAL:

Para a determinação da solubilidade do cloreto de sódio em agua pesou-se em uma


balança analítica, 10 gramas de NaCl ( cloreto de sódio ) em um béquer de 53,90g . Em outro
béquer foram colocados 10 ml de água e medida sua temperatura, que estava 24ºC. Aos
poucos, foi-se adicionando pequenas quantidades do sal pesado, na agua, até que não
ocorresse mais dissolução deste. Foi pesado o restante de sal, obtendo-se 7,46gramas, sendo
então utilizados 2,54g na dissolução. Foram então feitos cálculos para obter-se a solubilidade
do mesmo em 100 ml do solvente. Para a temperatura de fusão foi preparado um béquer com
óleo para servir de banho-maria, e colocado sobre a tela de amianto e tripé. Fixou-se um tubo
de ensaio com o sólido e o termômetro em um suporte universal de maneira que este ficasse
imerso no béquer com o óleo. Ligou-se o bico de Bunsen e foi iniciado o aquecimento,
anotando a temperatura a cada 30 segundos até que ocorresse a fusão e deixado aquecer por
mais três minutos, logo após sendo desligado o bico de Bunsen. Foi acompanhado o
resfriamento do mesmo, anotando-se a temperatura a cada 30 segundos, até que o acido
benzoico se solidificasse novamente e após 10 minutos anotado novamente sua temperatura.
Para o processo de recristalização foi utilizado o acido benzoico do tubo de ensaio do
experimento anterior, dissolveu-se este em quantidade mínima de agua destilada fervente. A
solução foi resfriada em banho de gelo, recolhido os cristais em um funil de Büchner, secando-
os ao ar seco, e depois pesado.

RESULTADO E DISCUSSÃO:
O primeiro experimento realizado foi a determinação da solubilidade do cloreto de
sódio. Em 10 ml de agua foram dissolvidos 2,54g de cloreto de sódio, tendo a solubilidade de
2,54g/10ml à uma temperatura de 24ºC. Logo, para 100 ml de agua a solubilidade foi de
25,4g/100ml. A solubilidade do cloreto de sódio encontrado na literatura foi de 36g/100ml
(1.3).
Para que um sólido se dissolva, as forças de atração que mantêm a estrutura cristalina
devem ser vencidas pelas interações entre o solvente e o soluto. A dissolução de um sólido em
um líquido é normalmente um processo endotérmico, o calor deve ser absorvido para quebrar
a estrutura cristalina.
Quando um sólido iônico se dissolve em agua, há uma forte interação entre as
moléculas polares de H2O e os íons carregados que formam o sólido. O grau de solubilização
depende de um balanço entre duas forças ambas elétricas em natureza. Se a força de atração
entre íons de cargas opostas, que tendem a manter no estado sólido for o fator principal,
esperamos que a solubilidade em agua seja muito baixa. Se a força de atração entre moléculas
de H20 e os íons do solido, a qual tende a trazer o sólido para a solução for o fator principal,
esperamos que o composto seja muito solúvel em agua, como é o caso do NaCl. (5.4)
No processo de solvatação aquosa, onde ocorre a dispersão de um sal, como o NaCl,
tanto os cátions Na+ como os ânions Cl- tornam-se hidratados com energia suficiente para
vencer a energia da rede cristalina. Solutos com polaridades próximas à polaridade do solvente
dissolvem-se em maior quantidade do que àqueles com polaridades muito diferentes. Cloreto
de sódio e água são substâncias muito polares, portanto, NaCl dissolve-se em água. A figura a
seguir representa o que ocorre com os átomos no processo de solvatação do NaCl.

Fig(1). Representação do processo de solvatação do NaCl.


O efeito da temperatura na solubilidade dos compostos inorgânicos varia muito.
Enquanto muitos têm a solubilidade aumentada com um aumento de temperatura, alguns tem
quase a solubilidade diminuída, e outros, como o NaCl, a solubilidade quase não é afetada. (6)
No segundo experimento realizado foi medido o ponto de fusão acido benzoico. Uma
substância orgânica pura possui, geralmente, um ponto de fusão bem definido, isto é, a fusão
ocorre em uma faixa estreita de temperatura e por isto, esta propriedade é bastante usada
como critério de pureza de uma substância. O gráfico a seguir mostra a variação temperatura
em função do tempo (em segundos) necessário para que o ácido benzoico pudesse fundir.

Gráfico 1. Ponto de fusão do acido benzoico, experimento realizado no laboratório.

O aquecimento foi observado a partir dos 60ºC, quando a temperatura chegou a 120ºC
esta não obteve muita variação, durante três minutos. Neste intervalo de tempo a ocorreu a
maior parte da fusão da substancia, pode-se notar isto no gráfico, pois no intervalo de tempo
de 490s a 690s não houve aumento acentuado da temperatura, isto só volta a ocorrer após os
690s. A temperatura não se manteve completamente constante, pois a substancia era impura.
Gráficos que representam substâncias puras mostram que durante a fusão a temperatura
permanece constante. Como no gráfico a seguir:

Gráfico 2. Ponto de fusão de substâncias puras.


Foi avaliado também a temperatura de solidificação do acido benzoico, cujos resultados
também são apresentados no gráfico a seguir:

Grafico 3. Solidificação do acido benzoico.

Até os 120º, a substância ainda era líquida. A partir desta temperatura, aos 150s, a
mudança de estado, de líquido para sólido, iniciou-se, mantendo uma temperatura
praticamente constante até os 330s, onde todo o ácido já se encontrava no estado sólido. A
temperatura só não se manteve constante, pois assim como na fusão, a substância era impura.
Depois de todo o líquido ter passado para o estado sólido, a temperatura voltou a diminuir
rapidamente, chegando, 600s depois, aos 56º. O gráfico a seguir mostra como seria o
comportamento de uma substância pura a solidificação:

Gráfico 4. Solidificação de substâncias puras.


O terceiro experimento realizado foi a recristalização do ácido benzoico, que já havia
sido utilizado no segundo experimento. O tubo de ensaio, usado no segundo experimento, foi
colocado em banho-maria para que ajudasse na dissolução do ácido. Para dissolver o ácido, foi
usada a quantidade mínima de água destilada fervente. Quando todo o ácido foi dissolvido, foi
colocado em um béquer e resfriado, e após filtrado, secando-o ao ar. Foi então medida a
massa do ácido benzoico, obtendo-se 4,12g. O objetivo do experimento era a diluição do
cristal de ácido benzoico em um solvente e obter cristais mais puros. Porém, não foi possível
calcular o percentual de recuperação do ácido pois não se sabia a quantidade inicial de ácido
utilizado, pois este já estava dentro do tubo de ensaio.
Devemos diferenciar entre os processos de cristalização e de precipitação de um sólido.
Na cristalização, ocorre uma lenta e seletiva formação de cristais, o que resulta no composto
puro, enquanto que na precipitação, um sólido amorfo é formado rapidamente da solução,
misturado com impurezas e por isso deve ser recristalizado. Por esta razão, normalmente
conseguimos um sólido, a partir de uma solução, que em seguida deve ser cristalizado e
recristalizado, no processo de purificação.

CONCLUSÃO:
Novamente para o estudo das interações intermoleculares foram trabalhados conceitos
como a solubilidade, a temperatura de fusão de uma substância e a recristalização de um
ácido.
A solubilidade é a propriedade em que uma substância pode ser dissolvida em uma
massa fixa de outra substância. Notou-se que a solubilidade para sólidos iônicos depende da
atração entre as moléculas de água e os íons sólidos, a qual trás o sólido para a solução, se isso
ocorre, espera-se que o composto seja muito solúvel em água, como o NaCl.
Com a temperatura de fusão, foi feita análise dos gráficos, notando a diferença entre
uma substância pura e uma impura. O ponto de fusão de uma substância orgânica pura é
definido como a temperatura na qual a fase sólida coexiste com a fase líquida. Durante a
fusão, a temperatura permanece inalterada até que todo o sólido tenha se convertido em
líquido. A presença de impurezas produz, na maior parte dos casos, um alargamento na faixa
de fusão, além de abaixar a temperatura de fusão.
A recristalização é um método de purificação de compostos orgânicos que são sólidos a
temperatura ambiente. O princípio deste método consiste em dissolver o sólido em um
solvente quente e logo esfriar lentamente. Na baixa temperatura, o material dissolvido tem
menor solubilidade, ocorrendo o crescimento de cristais. Se o processo for lento ocorre à
formação de cristais então chamamos de cristalização, se for rápida chamamos de
precipitação.

REFERENCIAS:
(1) Nóbrega, O. S.; Silva E. R.; Silva R. H. – “Química” Vol. Único 1ªedição. Ed Ática, São
Paulo, 2005. (1.1) Pág 49. (1.2) pág. 69 (1.3) pág. 71
(2) http://www.aulas-fisica-quimica.com/7q_11.html
(3) http://pt.scribd.com/doc/64286081
(4) http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_solubilidade.pdf
(5) Masterton, W. L. ; Slowinski, E. J. ; Stanitski C. L. “Principios de química” 6ªedição Ed.
Guanabara, Rio de Janeiro, 1990. (5.1) pág 261 (5.2) pág 261 (5.3) pág 262. (5.4) pág
390
(6) http://qinorgamaia.uepb.edu.br/Aula_Pr%E1t..4.pdf

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