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SINDROMES RESPIRATORIAS

Brônquicas
 Acometimento dos brônquios, ocorre: menor calibre, dilatação ou
hipersecreção
 A diminuição de calibre ocorre por: edema da mucosa, aumento
de muco ou aumento do tônus broncomotor. Essas alterações
promovem: sibilos, roncos e estertores grossos na ausculta
(ainda mais se aumento de muco e broncoconstrição estiverem
associados)
 Quadro clinico geral: dispneia + sensação de aperto no tórax, dor
torácica difusa, sibilância e tosse (seca ou produtiva; ocorre por irritação
do brônquio ou aumento de muco)
ASMA BRONQUICA
 é uma inflamação crônica com limitação expiratória que pode ser
revertida espontaneamente ou com uso de fármacos. Os fatores
precipitantes podem ser: infecções virais, exposição ambiental a
alérgenos, inverno, exercício e stress.
 A fisiopatologia consiste em liberação pelas células de interleucinas,
histamina, fator de necrose tumoral e prostaglandinas (mediadores
inflamatórios) com uma capacidade de causar broncoconstrição além
de aumentar a permeabilidade vascular que por sua vez promove o
recrutamento de mais células e edema.
 Os sinais e sintomas são: tosse (se produtiva tem aspecto mucoide),
dispneia (noturna, ao acordar e após atividade física) e sibilos (não são
exclusivos da asma). Pode haver um quadro chamado de tórax
silencioso que consiste em um broncoespasmo grave, de forma que
quase não passa ar e dessa forma ocorre hipóxia e parada respiratória.
 Os agravantes para asma são: rinite alérgica, pólipos, sinusite, eczema
(inflamação cutânea) e doenças gastresofágicas.
 Os achados do exame físico são: na inspeção há dispneia, uso de
musculatura acessória, inspiração profunda e tiragem intercostal;
na palpação o Frêmito Toracovocal (FTV) é normal ou diminuído; a
percussão é normal ou apresenta hipersonoridade; já a ausculta
apresenta MV diminuído (ar circula/choca menos), expiração prolongada
e sibilos em ambos os campos pulmonares.
 O diagnóstico é clinico, com exames complementares para acompanhar.
Esses exames são: A Espirometria que mede o volume de ar, desse
forma determina a capacidade pulmonar com resultado em gráfico
(volume-tempo; fluxo-volume), isso ajuda no diagnostico de bronco
espasmo e evolução da doença; Pode ser feito também o Pico de fluxo
expiratório que obtém três medidas por meio de inspiração e expiração
forçadas que auxiliam no controle da doença e diagnostico; além disso o
Teste de broncoprovocação também é útil.
DPOC
 Geralmente está relacionada com uma predisposição genética
agravada por fumaça de cigarro principalmente. A exposição a fumaça
causa inflamação que por sua vez causa remodelamento do tecido,
por isso há diminuição de calibre e um menos fluxo expiratório. Essa
inflamação também pode causar destruição do parênquima, de forma
que a enzima elastase degrada a elastina do tecido que perde a
elasticidade e aumenta a resistência, dessa forma o ar fica
aprisionado, além disso ainda no parênquima há a hiperdistensão dos
espaços respiratórios e ruptura dos septos alveolares. O uso
constante de cigarro piora essa inflamação, o estresse oxidativo e a
liberação de proteases, isso tudo provoca uma piora do quadro da
DPOC.
 Sistemicamente, a DPOC está relacionada com doenças
cardiovasculares, caxequia, fraqueza musculoesquelética, anemia,
diabetes melitus, distúrbios de sono, osteoporose, depressão e câncer
de pulmão. Esses problemas estão relacionados com incapacidade
física e mortalidade.
 Os sinais e sintomas são: tosse seca ou produtiva e dispneia aos
esforços que vai se agravando paulatinamente. No padrão soprador-
rosado (Enfisematoso) o indivíduo é longilíneo, magro, fácies de
angustia, dispneia intensa, MV diminuído e com menor expectoração. Já
o pletórico-cianótico é brevilíneo, obeso, fácies pletórica (eritema
avermelhado), dispneia discreta, roncos e sibilos além de expectoração
abundante.
 O exame físico dos casos mais graves é caracterizado com: inspeção
com presença de tórax em barril, menor expansibilidade e dispneia; na
palpação há menor expansibilidade e menor FTV, já na percussão há
sonoridade normal ou hiper; além disso na ausculta há menor MV,
aumento da fase expiratória, menor ressonância vocal, roncos, sibilos e
estertores.
 Os exames complementares que podem ser usados para acompanhar o
diagnostico clinico são: a Espirometria que diagnostica, avalia a função
e a gravidade; Oximetria/Gasometria para avaliar a saturação de O2;
Testes de exercício para orientar a execução de atividades físicas; ou
Polissonografia que constata apneia do sono e o comportamento da
saturação durante essas circunstancias (é feito pois a apneia piora o
quadro de DPOC, não permitindo uma boa resposta aos tratamentos).
 Outros exames usados são os de imagem como: O RX de tórax em
qual é verificado em casos de DPOC o aumento de diâmetro AP,
diafragma rebaixado e retificado, coração alongado e verticalizado
e uma maior radiotransparência; já na TC é possível diferenciar os
tipos de enfisema, ver bronquiectasias, bolhas e perfusão em
mosaico.
BRONQUIECTASIAS
 Dilatação brônquica irreversível com diâmetro maior que 2mm,
acompanhada de reação mucopurulenta/processo infeccioso com
infiltração neutrofilica. Pode estar ou não associada a Fibrose Cística.
 Pode ser localizada quando causada por tumor, corpo estranho ou
tampão de muco (atelectasias e infecções de repetição), nesse caso é
possível de estar em qualquer parte do pulmão. Ou generalizada
quando causada por fibrose cística, imunodeficiência, tuberculose,
infecções fúngicas, abcessos, gases tóxicos, nessas situações são
bilaterais e mais inferiores.
 Os sinais e sintomas são: tosse produtiva, expectoração purulenta e
malcheirosa, dispneia, cianose, broncoespasmo, dor torácica e
hemoptise. Lembrando que se for maior a infecção, há mais tosse,
presença de anorexia, febre, comprometimento do estado geral, e pode
chegar a SEPSE.
 No exame físico os achados são variáveis. Um exemplo é as
bronquiesctasias basais extensas, em que há redução da
expansibilidade e submacicez nas bases, estertores grossos, roncos e
sibilos na ausculta.
 O diagnostico é feito com ajuda de exames de imagem. Lembrando que
o raio-X nessa doença é normal, já na TC é visivel um espessamento
das paredes brônquicas e formação de estruturas tubulares irregulares
nos segmentos dilatados.
BRONQUITE AGUDA
 Ocorre por vírus, micoplasma, clamídia ou bactéria, com
comprometimento desde a faringe.
 Os sinais e sintomas são: febre, cefaleia, mal-estar, desconforto
retroesternal, rouquidão, tosse seca (após dias há expectoração
mucoide que se tornar mucopurulenta indica bactéria)
 O exame físico indica alteração apenas na ausculta com estertores
grossos bilaterais, roncos e sibilos esparsos.
BRONQUITE CRONICA
 Quando já há uma grande quantidade de muco nos brônquios. Pode
estar relaciona a asma (bronqueite asmática) e a DPOC.
 Os sinais e sintomas são: tosse com expectoração mucopurulenta por
meses (entremeada por períodos de melhora e piora)
 No exame físico há estertores grossos bilaterais, roncos e sibilos.
Parenquimatosas
Por consolidação
 Nesse caso ocorre ocupação dos espaços alveolares por células ou
exsudato
 O quadro clinico geral é marcado por dispneia, tosse seca ou produtiva
(podendo ser hemoptoica acompanhada de pus ou muco)
PNEUMONIAS
 Inflamação aguda nos espaços aéreos de qualquer natureza, pode ser
causada por bactéria, vírus, fungos e parasitas. Os alvéolos ficam cheios
de microorganismos, fluidos e células, dessa forma a troca gasosa é
prejudicada. Pode ser lobar ou broncopneumonia, nesse ultimo caso
tem limites mal definidos e é entremeada por áreas sem lesões
aparentes.
A PAC (Pneumonia Adquirida na Comunidade) ocorre fora do
ambiente hospitalar ou em ate 48 horas da admissão. Ocorre mais em
homens, tabagistas, crianças menores que 5 anos e adultos maiores que
65 anos, além disso os cardiopatas, diabéticos e portadores de DPOC
tem maior suscetibilidade, outros fatores de risco são o etilismo, má
conservação dentaria (pode haver disseminação), desnutrição micro e
macro aspiração (como no refluxo gastroesofagico), imunossupressão e
fatores ambientais. A doença ocorre quando o hospedeiro tem alguma
deficiência nos mecanismos de defesa (menor reflexo de tosse,
alteração no aparelho mucociliar ou alteração nos macrófagos
alveolares) ou quando a quantidade de microorganismos é grande.
 A contaminação é feita por aspiração de secreções pela orofaringe ou
inalação de aerossóis, já no corpo, o microorganismo se dissemina
hematogenicamente e por contiguidade causando a doença ou até
promovendo reativação local, no caso de imunodeprimidos. Sobre os
agentes causadores, a Streptococcus Pneumonie é responsável por até
70% dos casos, depois vem Haemophilus Influenzae e Mycoplasma
Pneumonie.
 Os sinais e sintomas são: tosse seca ou produtiva (menor quantidade
de expectoração no início, de mucoide torna-se purulenta), dor
torácica pleurítica (pontada, localizada, piora com tosse e com
inspiração profunda), se a pneumonia acomete a base pulmonar há
dor referida no abdome e região escapular. Além disso há febre (pode
estar ausente em idosos, gravidas e imunossuprimidos), dispneia (casos
graves cursam com taquipneia > 30 ipm) e fraqueza (prostração
acentuada)
 No exame físico há expansibilidade diminuída na inspeção, também na
palpação, somada a aumento do FTV. Na percussão há submacicez e
macicez e na ausculta há estertores finos, broncofonia e pectoriloquia.
Se ocorrer derrame, a expansibilidade e FTV diminuem, há submacicez
ou macicez (dependendo da quantidade de liquido) e abolição do
murmúrio vesicular.
 O diagnostico é feito com história clinica mais exame físico, de qualquer
forma a antibioticoterapia é iniciada antes de sair os exames
laboratoriais para que haja um controle do quadro, depois os exames
servem para confirmar e indicar um melhor tratamento. Os exames de
imagem podem ser usados para confirmar ou excluir pneumonia, são
eles: Raio-X (PA + perfil) no qual é verificável a consolidação no espaço
aéreo de um segmento ou lobo limitado pela superfície pleural, se tiver
derrame a borda superior dele estará côncava (menisco) mais alta
lateralmente que medialmente; USG (ultrassom) em que, se for esse o
caso, há pequenos derrames pleurais (uma possível loculação em que
o liquido esta envolto em uma capsula, que diminui a absorção e dificulta
a toracocentese); a TC é feita em caso de duvidas no RX, se houver
complicações ou para diferenciar pneumonia de câncer. Também pode
ser usado o hemograma em qual se mostrara uma leucocitose com
desvio a esquerda e leucopenia (indica gravidade do quadro), pode ser
observada a dosagem de PCR (inflamação) e a gasometria arterial,
que se mostrar uma saturação de O2 menos que 90%, o caso é grave.
 Os diagnósticos diferenciais são: tromboemboliapulmonar (TEP), câncer,
bronquilite obliterante, tuberculose (TB), edema agudo de pulmão (EAP),
atelectasia. Se a pneumonia for de base a direita pode ser confundida
com afecções abdominais como: colecistite, abcesso subfrenico,
pancreatite aguda, e abcesso hepático amebiano.
A Pneumonia Nosocomial acontece após as 48 horas de admissão
ou até 48 horas após a alta hospitalar, ou seja, o agente causador não
estava incubado no momento da admissão. Se apresenta de duas
formas Pneumonia Relacionada aos Cuidados de Saúde (PRCS) ou
Associada a Ventilação Mecânica (PAVM).
 Os fatores de risco são internação prolongada, antibioticoterapia por
mais de 24 horas nos últimos 15 dias, algum fator que favoreça a
colonização da orofaringe, residência em asilo ou similar, resistência
bacteriana, imunossupressão, gravidade/instabilidade hemodinâmica e
internação na UTI (ventilação mecânica)
 Os achados clínicos são: febre (ou não), infiltrado pulmonar no RX,
leucocitose / leucopenia (gravidade) e secreção traqueal purulenta
 Os agentes causadores podem ser: Streptococcus pneumonie,
Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus. Nesse caso há
sensibilidade a axacilia e enterobactérias.
A Pneumonia broncoaspirativa ocorre por aspiração do suco
gástrico, facilitada pela falha no reflexo da tosse que pode ocorrer por
endoscopia, anestesia, doença do refluxo gastresofágico (DRGE), perda
de consciência (como em trauma cranioencefálico- TCE), etilismo,
convulsão e doenças neurológicas.
 O conteúdo da aspiração normalmente se dirige para o brônquio fonte
direito
 Os diagnósticos diferenciais podem ser: outras pneumonias, TEP, infarto
pulmonar e atelectasia pós-operatória.
 Se o refluxo for discreto, as aspirações passam despercebidas, já nos
casos agudos, após 1-2 horas da aspiração ocorre broncoespasmo,
tosse com expectoração espumosa rosa, cianose, dispneia, taquipneia,
hipotensão e febre, pode chegar a hipoxemia grave e Síndrome da
Angustia Respiratória do Adulto (SARA).
 Na ausculta há roncos e sibilos disseminados (parecendo asma)
 No Raio-X há infiltrados bilaterais, simétricos, mais nas partes
inferiores
COVID-19
 Uma infecção respiratória aguda grave, com sintomas desde um
resfriado comum ate uma pneumonia grave. A doença se enquadra
como Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)
 Se houver um acumulo de angiotensina II, pode causar a Síndrome e
Miocardite Fulminante
 Por causa da sequencia de RNA, os órgãos mais vulneráveis são:
pulmões, coração, fígado, rins, bexiga e íleo.
 Os assintomáticos têm uma carga viral semelhante aos sintomáticos
 A transmissão ocorre pelos aerossóis
 A disseminação é alta na primeira semana de sintomas (é máxima no
quarto dia)
 A replicação viral é ativa no trato respiratório superior
 De 8 a 20 dias após a remissão de sintomas, já não há mais uma carga
viral significativa, no dia 14 a taxa já é bem pequena
Nos casos leves há febre, fadiga, tosse, anorexia, mal-estar, dor muscular,
faringite, dispneia, congestão nasal ou cefaleia.
 Pode haver linfadenite mesentérica, caracterizada por aumentos de
gânglios no intestino que causa dor abdominal, náuseas e vomito.
 Em pacientes idosos e imunossuprimidos, pode haver sintomas
atípicos e em gestantes o quadro clinico pode se confundir com
manifestações da gravidez.
Em caso de pneumonia, nos adultos não ha sinais graves e nem necessidade
de oxigenação suplementar, já em crianças há uma tosse ou dificuldade para
respirar, respiração acelerada (<2m: > ou = a 60ipm; 2-11m: > ou = a 50ipm; 1-
5a > ou = a 40ipm), um quadro sem sinais graves.
Já em pneumonia grave, nos adultos há febre ou suspeita de infecção
respiratória + frequência > 30ipm, dificuldade respiratória grave, e SpO2 < ou =
a 93%. Nas crianças há tosse ou dificuldade respiratória + cianose central ou
SpO2 < 90%, dificuldade respiratória grave (gemencia e retração torácica
grave), sinais de perigo (dificuldade pra mamar, letargia, inconsciência...), além
disso pode haver respiração acelerada. Além disso pode ter nos quadros
graves: anorexia, confusão mental, tontura, faringite, rinorreia, escarro, dor
torácica, hemoptise, anosmia/hiposmia (olfato) e agrusia/disgrusia (paladar).
 Ao exame físico, na ausculta há estertores, chiados, e/ou sopro
tubário. Pode haver taquicardia, taquipneia ou cianose + hipóxia
 No diagnostico pode ser verificado pelos exames: leucopenia, linfopenia,
leucocitose, transaminases hepáticas altas, lactato desidrogenase alto,
PCR alta, neutrofilia, trombocitopenia, hemoglobina e albumina baixas e
comprometimento renal. Na oximetria a pO2 é menor que 90%. Pode
ser feito hemocultura e culturas do escarro além de RT-PCR por meio de
lavado ou swab orofaríngeo. No RX há infiltrados uni (25%) ou
bilaterais (75%). Na TC há áreas lobulares e subsegmentares bilaterais
com opacidade de consolidação periférica ou posterior principalmente
nos lobos inferiores.
ABCESSOS PULMONARES
 São formados por processos infecciosos em uma área do parênquima
pulmonar na qual ocorre supuração, necrose e formação de
cavidade. Mais comum em homens entre 30-50 anos. Os primários
ocorrem por aspiração ou embolo séptico e os secundários por câncer,
complicação cirúrgica ou imunossupressão.
 Os primários por aspiração ocorrem por agentes anaeróbios, gram-
negativos e positivos. Após 7-14 dias da entrada do patógeno, inicia-se
um quadro agudo de pneumonite anaeróbica que leva a uma
pneumonia necrosante, a qual induz resposta inflamatória fibrosante e
consequente formação de cavidades, essa pode ser de forma
subaguda (até 30 dias da contaminação) ou crônica (mais de 30). Já o
embolo séptico ocorre em situação de endocardite infecciosa no lado
direito do coração, se houver disseminação hematogênica e se o
patógeno for Staphylococcos aureus pode causar tromboflebite
infecciosa.
 O quadro clinico dos abcessos pulmonares é marcado por: febre, tosse
produtiva com catarro pútrido, hemoptise (se houver necrose de algum
vaso), sudorese noturna, anorexia, dor pleurítica e emagrecimento.
 Os exames que podem ser usados são: o RX que no início é semelhante
ao de uma pneumonia mas depois é possível ver cavitações, que se for
única basal-superior indica aspiração e se múltiplas caracterizam
êmbolos. A TC é usada em caso de duvida no quadro. Há aumento de
VHS e PCR e no Hemograma é possível descobrir o agente etiológico
pelas características, geralmente os exames também mostram anemia e
leucocitose.
EMBOLIA E INFARTO PULMONAR
 Quando há oclusão brusca, total ou parcial da artéria pulmonar ou de
um dos seus ramos. Pode acontecer por trombos nos MMII (membros
inferiores) ou de câmaras cardíacas, em alguns casos também ocorre
por êmbolos sépticos, gordurosos, de liquido amniótico, bolhas gasosas,
tumores e corpos estranhos.
 Fisiopatologia: as partes que se desprendem dos trombos (êmbolos)
causam vasoconstrição e obstrução mecânica na artéria pulmonar,
dessa forma o endotélio libera mediadores inflamatórios, há um
aumento da resistência vascular e aumento da pressão na artéria,
isso vai causando uma descompensação na circulação que culmina em
insuficiência cardíaca direita aguda que com o tempo leva ao óbito.
 Os sinais e sintomas são diversos e variam com o comprometimento
circulatório, mas geralmente há dispneia súbita e/ou aos esforços, dor
torácica, tosse, hemoptise, dor e edema de membro inferior, febre,
sudorese, taquicardia e tontura.
 Ao exame clinico é possível verificar: na inspeção, expansibilidade
diminuída uni ou bilateral, na palpação esta também está diminuída com
aumento do FTV, na percussão há submacicez ou macicez e a
ausculta mostra a respiração brônquica substituindo o murmúrio
vesicular, broncofonia ou egofonia, pectóriloquia e estertores finos.
 Os exames que podem ser feitos: RX (feito para descartar diagnósticos
diferenciais) mostra atelectasias laminares, elevação diafragmática no
lado comprometido e pequeno derrame pleural. A gasometria arterial
pode estar normal ou mostrar hipóxia ou hipercapnia. O
eletrocardiograma também se mostra normal ou com sobrecarga no
ventrículo direito. O dímero-D pode ser feito, se mostrando aumentado
em situação de coagulação, por isso é ideal para confirmar/descartar
TEP. O Doppler de MMII mostrara o trombo de TVP (Trombose Venosa
Profunda) se essa for a origem do embolo. O ecocardiograma é capaz
de mostrar trombos cavitários (se for a origem do embolo) e sobrecarga
do ventrículo direito. A cintilografia pulmonar serve também para
confirmar o quadro, visto que se apresentar totalmente normal é
descartado a TEP. A angiotomografia é usada para ver o
trombo/embolo. Por sua vez a arteriografia pulmonar é feita apenas se
os outros exames foram inconclusivos.
TUBERCULOSE (TB)
 Doença causada por Mycobacterium tuberculosis, sendo observado que
geralmente a primeira infecção acontece quando criança ou
adolescente.
 Etiopatogenia: a transmissão é feita por gotículas liberadas na tosse,
que ao serem inaladas atingem direto os bronquíolos e alvéolos, onde
há uma fagocitose por células no epitélio, por haver migração pro
interstício, a bactéria vai para a circulação linfática, por meio da qual se
dissemina para os ápices pulmonares, córtex renal e epífises ósseas
(onde há uma maior disponibilidade de O2).
 A TB primaria representa forma ativa da doença, em qual há linfonodos
aumentados, febre baixa, inapetência, infiltrado em regiões media e
inferior do pulmão, linfoadenomegalia hilar e atelectasia por
compressão. No RX é mostrado nódulos pulmonares e/ou linfonodo
calcificado.
 Já a secundaria é uma reativação da doença que ocorre geralmente de
15 a 34 anos. A clínica depende do órgão afetado, do hospedeiro e a
interação dele com o patógeno. Nas formas avançadas ocorre
cavitações em que o material vai para os brônquicos e dessa forma há
escarro. Nesses casos há tosse produtiva, hemoptise, dor pleurítica,
dispneia, febre vespertina, emagrecimento, sudorese noturna,
inapetência, fraqueza e astenia.
 O exame físico na área de cavitação demonstra menor expansibilidade
na inspeção, também na palpação somado a aumento do FTV, na
percussão há sonoridade normal ou timpanismo (em casos de uma
maior quantidade de ar), já a ausculta mostra respiração brônquica ou
broncovesicular no lugar do murmúrio vesicular, ressonância vocal
aumentada e pectorilóquia.
 Os exames que podem ser feitos são: hemograma que pode estar
normal ou mostrar anemia, leucocitose, monocitose ou eosinofilia. Pode
estar presente a hiponatremia (menos sódio) pois o pulmão produz
uma substancia análoga ao ADH e assim esse “sal” é eliminado. Pode
ser feito o exame do escarro, que permite realizar BAAR e a cultura da
bactéria. Somado a esses pode ser usado o RX, em qual é possível ver
opacidades alveolares heterogêneas, nódulos, estrias (principalmente
nos ápices) e as cavitações.

ATELECTASIA

 Situações em que há desaparecimento do ar dos alvéolos, sem que


esses estejam ocupados. As causas principais são neoplasias ou
corpos estranhos que causam oclusão total ou parcial do brônquio, de
forma que quanto mais significativo for este, maior será a área afetada e
mais marcante serão os sintomas, como dispneia, sensação de
desconforto e tosse seca. Os diagnósticos diferenciais são: derrame
pleural, de forma que se esse for volumoso, o exame físico fica
semelhante ao da atelectasia.
NEOPLASIAS PULMONARES
 2° tipo de câncer mais comum
 O tabagismo está envolvido com cerca de 85% dos casos, mas também
pode estar relacionado a amianto, arsênico, sílica e hidrocarboneto.
 O histórico familiar está relacionado com a ocorrência da doença
 Tem várias classificações: adenocarcinoma, epidermóide,
neuroendócrinos, de grandes células, etc.
 Fatores prognósticos (pioram o quadro): dificuldade no estadiamento se
demora pra descobrir, ser do sexo masculino, tabagismo, idade
avançada, estado geral comprometido, emagrecimento com perda de
mais de 15% do peso corporal, comorbidades, DHL (lactato
desidrogenase – morte celular) aumentada, anemia, hipercalcemia e
hiperalbuminemia.
 O quadro clinico se caracteriza por assintomático no princípio, seguido
de sintomas gerais (astenia, fadiga...), piora de outras pneumopatias,
depois vem sintomas/sinais específicos dependendo do tumor. Se
compromete brônquios e carina há tosse, hemoptise, sibilos, dispneia e
pneumonias de repetição. Se for mais periférico há dor pleural, tosse,
dispneia e abcesso. Se invadir mediastino e causar linfoadenomegalias
obstrui traqueia, causa insuficiência respiratória, rouquidão e disfagia.
 O tumor pode causar a Síndrome da veia cava superior que é um
grupo de sintomas causados pelo bloqueio parcial da veia cava superior,
que transporta o sangue da cabeça, pescoço, peito e braços para o
coração. Na maioria dos casos, essa doença é causada pelo câncer. Há
nesses casos, edema de face-pescoço, de membro superior MMSS,
fácies pletórica, dispneia, turgência jugular e circulação colateral tórax-
MMSS.
 As metástases de tumores pulmonares geralmente ocorrem no cérebro,
ossos, fígado, suprarrenais e no pulmão contralateral.
 O diagnostico é feito por citologia do escarro, punção aspirativa com
agulha fina (faz-se citologia), broncoscopia para tirar fragmento ou
lavado brônquico (faz-se citologia), USG endobrônquico,
videotoracoscopia, toracotomia, RX (vê-se nodulações) e TC (excluir
diagnósticos diferenciais).
CORPO ESTRANHO
 As atelectasias por entrada de corpos estranhos ocorrem mais em
crianças, que levam objetos pequenos à boca, sendo mais grave em
crianças menores de 3 anos, que possuem um pequeno diâmetro das
vias respiratórias, dessa forma há uma oclusão praticamente total,
insuficiência respiratória e óbito.
 As manifestações clinicas variam de acordo com o local da obstrução,
mas geralmente aquelas de fase aguda são marcadas por um período
assintomático, seguido de tosse intensa, sibilância, vomito, palidez,
cianose, depois há uma fase oligoassintomática (poucos sintomas)
seguido de pneumonia ou quadro semelhante a uma crise asmática.
 Os exames que podem ser feitos são o RX que mostra a localização do
objeto (caso ele não seja radiotransparente), TC e broncoscopia (que
permite ate a retirada do objeto, dependendo da localização)
Por hiperaeração:
 Em que há aumento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos
terminais e modificações nas paredes alveolares.
ENFISEMA
 A clinica depende da sede extensão do comprometimento, o mais
marcante é uma dispneia que vai piorando gradativamente.
 O exame físico mostra menor expansibilidade e tórax em barril na
inspeção, menor expansibilidade e menor FTV na palpação, na
percussão há som claro pulmonar podendo chegar a hipersonoridade e
na ausculta há menor murmúrio vesicular, fase expiratória prolongada e
menor ressonância vocal.

Por congestão passiva dos pulmões:


 Ocorre por aumento de sangue no sistema venocapilar o que leva a
uma migração pro interstício, dessa forma a drenagem linfática fica
insuficiente e o sangue acaba indo para os alvéolos. Pode ser causado
por insuficiência ventricular esquerda, nesse caso a congestão ocorre
no hilo e bases pulmonares, e também por estenose mitral.
 O quadro clinico é caracterizado por dispneia (aos esforços, de decúbito
e paroxística noturna) e tosse seca
 O exame físico mostra normalidade ou menor expansibilidade na
inspeção, o mesmo na palpação, somado a aumento do FTV (ou
normal), na percussão há submacicez nas bases e a ausculta mostra
estertores finos nas bases, as vezes sibilos e ressonância vocal normal.
Por escavação ou caverna pulmonar
 Ocorre quando há eliminação de parênquima por necrobiose. As
causas podem ser TB, abcessos, câncer e micoses (fungos).
 O quadro clinico é variável, mas pode ter tosse produtiva com vômica
fracionada ou não
 Para constar no exame físico a caverna deve estar na periferia e/ou
ter pelo menos 4cm de diâmetro. Nesse caso o exame mostra menor
expansibilidade na inspeção, assim como na palpação somado a
aumento do FTV (pode haver secreção na caverna), a percussão indica
som claro pulmonar, hipersonoridade ou som timpânico (ar juntamente
com o liquido), já na ausculta há som broncovesicular ou brônquico no
lugar do murmúrio vesicular e sopro ou ressonância vocal aumentada.
Por comprometimento intersticial
 Aquelas que afetam o interstício e estruturas alveolares intersticiais,
pode haver comprometimento também de pequenas vias respiratórias e
vasculatura pulmonar.
FIBROSE
 Doença crônica, progressiva, com graus de inflamação, destruição
alveolar, fibrose e hipoxemia. Há primeiro uma agressão no epitélio
alveolar de origem desconhecida, que causa apoptose celular, há o
reparo em qual há exsudação de fibrina, focos fibroblasticos com
deposição de matriz, tudo isso causa danos na arquitetura e
consequentemente na função pulmonar.
 Os fatores de risco são: sexo masculino, 60-70 anos, história de 6-24
meses com comprometimento infeccioso.
 O quadro clinico é marcado com tosse seca, dispneia progressiva,
baqueteamento digital + aspecto de vidro de relógio.
 Os diagnósticos diferenciais são: pneumoconioses sarcoidose e
pneumonite (situação de hipersensibilidade)
 O exame físico não demonstra tantas alterações, vistas apenas em
casos graves, em que há estertores finos nas bases no final da
inspiração.
 Os exames a serem feitos são: RX que mostra opacidades pulmonares
reticulares em posição basal e subpleural e TC que além das
opacidades mostra bronquiectasia, imagem em vidro fosco e fibrose.
 Essa doença é marcada por um prognostico ruim, e nas fases
terminais há necessidade de suplementação de O2.
PNEUMOCONIOSES
 Causada por inalação constante de poeira que causa uma reação
tecidual e fibrose. O comprometimento pulmonar depende na natureza
química do que foi inalado, do tamanho das partículas, formato,
distribuição, concentração, duração da exposição e suscetibilidade.
 Há tipos de acordo com a poeira, a doença pode ser: silicose,
asbestose, do trabalhador de carvão, siderose e beriliose.
 O quadro clinico se inicia como assintomático, depois há dispneia
progressiva e tosse. Além disso pode culminar em complicações
como insuficiência respiratória crônica, cor pulmonale e TB.
 O exame físico indica apenas em situações mais avançadas, estertores
e sibilos.
 Os exames indicam: consolidação no RX e TC (mais segura), pode ser
feito o lavado broncoalveolar para excluir diagnósticos diferenciais
além de biopsia.
 Os diagnósticos diferenciais são: outras pneumonias intersticiais,
sarcoidose, câncer, TB e metástases.
MICOSE (Paracoccidioidomicose-mais comum)
 Doença causada por Paracoccidioides brasiliensis que ocorre mais no
Sul-Sudeste, em homens de 20-50 anos, na zona rural. A contaminação
ocorre por inalação de esporos do parasita. Há lesões pulmonares,
mucosa bucal e bucofaringea e linfoadenomegalia cervical.
 Os exames que podem ser feitos são: RX, que mostra lesões bilaterais
extensas com infiltrado denso e irregulares de padrão alveolar e misto
em terço médio. Pode ser feito também Papanicolau – Raspagem e
Biopsia-sorologia.
 Em imunocomprometidos, algumas doenças causadas por fungos
oportunistas causam casos graves e morte, são elas: Histoplasmose,
candidíase e criptococose. O quadro clinico é variável.

Pleurais

Por inflamação - Pleurítica


 Quando há pleurite (inflamação das pleuras). As causas são: TB,
pneumonia, doença reumática, colagenoses, viroses, câncer e pleura e
pulmão. Nessas situações há atrito pleural, uma espécie de vibração
quando os folhetos estão em contato, isso porque a inflamação os deixa
enrugados e edemaciados (atrito some quando há derrame-liquido não
deixa ter contato entre os folhetos)
 O quadro clinico é dor pleurítica, tosse, dispneia e febre
 O exame físico sem derrame é marcado com: menor expansibilidade na
inspeção e palpação, nessa última há também normalidade ou
diminuição do FTV. Na percussão há som claro pulmonar ou
submacicez e há ausculta é possível perceber o atrito pleural.
Por derrame pleural
 Extravasamento de líquido para entre as camadas pleurais. Ocorre por
desequilíbrio entre a formação e reabsorção desse líquido, pode ser por
aumento da pressão hidrostática nos capilares pleurais (ocorre em
insuficiência cardíaca), maior permeabilidade vascular (pneumonia),
menor pressão oncótica (síndrome nefrótica), maior pressão negativa
intrapleural (atelectasia) e menor drenagem linfática (tumores e aumento
dos linfonodos).
 Só lembrando que transudato é diferente de exsudato. O primeiro
geralmente é causado por aumento da pressão hidrostática e menor
pressão osmótica coloidal, já o exsudato por extravazamento de líquido
e proteínas. Os critérios de Light são usados para diferencia-los, de
forma que se um deles tiver presente o conteúdo é exsudato, são eles:
se a razão de proteína no líquido pleural por proteína sérica for maior
que 0,5, se a razão entre DHL no líquido por DHL sérico for maior que
0,6 ou se a taxa absoluta de DHL no líquido for maior que 2/3 do limite
superior da taxa sérica normal. Geralmente o transudato é causado por
insuficiência cardíaca, cirrose e hipoproteinemia, já o exsudato está
mais relacionado com causas inflamatórias, como pneumonia
tuberculose, TEP e tumor/ metástases.
 Lembrando que os derrames pleurais são inodoros, transparentes ou
citrinados (amarelos), diferente dos empiemas que têm odor pútrido e
aspecto purulento.
 Em caso de derrame pleural pode ser feita a toracocentese, em qual é
introduzida uma agulha, fazendo punção com o jelco, no espaço
intercostal abaixo da escápula, serve para retirar o líquido visando
diagnosticar ou aliviar os sintomas, facilitando a respiração.
 Os sinais e sintomas são dor torácica ventilatório-dependente, pois a
pleura parietal está inflamada ou tracionada, nesse último caso quando
há loculações do derrame pleural. Somado a isso há dispneia, pois a
compressão pelo líquido causa atelectasia pulmonar. Há também tosse
seca e sintomas gerais como astenia e fadiga.
 O exame físico demonstra menor expansibilidade e sinal de Lemos
Torres se houver muito líquido (abaulamento dos espaços intercostais
durante a expiração) na inspeção, já na palpação há menor
expansibilidade e diminuição ou abolição do FTV, além disso na
percussão há macicez ou submacicez e na ausculta percebe-se
murmúrio vesicular diminuído ou abolido.

 Lembrando que quando o liquido no espaço pleural for sangue, recebe i


nome de Hemotórax, ocorre em casos de trauma, câncer e más-
formações vasculares que se rompem (mesmo quadro clinico e exame
físico do derrame).

Por ar- pneumotórax


 Acumulo de ar no espaço pleural que geralmente ocorre quando o
pulmão é perfurado, dessa forma o ar se move para as pleuras. Além
dessa questão de trauma, pode ser causada por ruptura de bolhas
subpleurais (pneumotórax espontâneo), em punção (iatrogenia- conduta
medica), TB, pneumomicose e tumores. A conduta é fazer drenagem
torácica e/ou punção de alivio (as duas são usadas juntas para
pneumotórax hipertensivo).
 O quadro clinico de casos mais leves é marcado por dor, tosse seca e
dispneia.
 Já em casos de muita quantidade de ar (pneumotórax hipertensivo),
há taquicardia, hipotensão, cianose, dispneia, turgência jugular
ipsilateral e desvio de traqueia contralateral.
 O exame físico é caracterizado por: abaulamento intercostal (em casos
graves) na inspeção, menor expansibilidade e FTV (ou abolição) na
palpação, timpanismo na percussão, e diminuição ou abolição do
murmúrio vesicular e menor ressonância vocal na ausculta.
 Os exames usados podem ser: RX no qual é visível separação nas
pleuras e atelectasia pulmonar e na TC vê-se coleção aérea na
cavidade.

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