IBTD - Curso de Introdução e Atualização em Direito Tributário
Aluno: Vítor Bon Fernandes Vilaça Moraes
Fichamento Aula 2 – 13/03/2021
Sistema tributário e discriminação de
competências tributárias Luís Eduardo Schoueri
O autor inaugura o texto explicando a repartição constitucional de competências
tributárias, compreendida, nos termos do artigo 6º do Código Tributário Nacional, a competência legislativa plena. De início o autor demarca uma diferenciação necessária entre competência tributária, indelegável, e competência para arrecadar tributos, esta sim delegável, nos termos do art. 7, § 3º, CTN. Tampouco se confunde com a competência para legislar sobre Direito Tributário, prevista no art. 24 da Constituição Federal. Neste campo, à União cabe editar normas gerais (no caso, mediante lei complementar, por força do artigo 146 da Constituição Federal), podendo os Estados e Distrito Federal suplementar aquelas, ou, inexistindo normas gerais, eles exercem competência plena; sobrevindo norma geral federal, fica suspensa a eficácia da lei estadual ou do Distrito Federal. Já se sabe o que não é repartição de competências tributária. Mas, o que seria, afinal? Justamente nesta seara reside o propósito do texto. A primeira ressalva feita por Schoueri é que a discriminação de competências tributárias não é requisito de um sistema federal, que apenas exige o asseguramento da autonomia financeira às pessoas jurídicas de direito público. O constituinte optou pela previsão de competências tributárias privativas, não em nome do princípio federativo, mas por conta da capacidade contributiva, que justifica tais tributos. Haveria o risco de a cumulação de incidências acabar por ultrapassar a capacidade contributiva dos entes federativos. Solucionou-se a repartição de competências da seguinte forma, para os tributos vinculados, o ente competente é aquele quem te a atribuição para a atividade estatal; para os tributos não vinculados o próprio constituinte trata de atribuir as competências. É na Constituição Federal (a partir do art. 145) que se encontra positivada a repartição de competências segundo as espécies tributárias. Como visto, no caso dos impostos, taxas e contribuições de melhoria, todas as pessoas jurídicas de direito público detêm competência para sua instituição. Para responder de quem é a competência de uma taxa, basta responder a quem é atribuído o exercício do poder de polícia ou o serviço público. Do mesmo modo, nas contribuições de melhoria deve-se averiguar a participação de cada ente federativo na obra pública. Portanto, a competência sob as taxas e contribuições de melhoria se torna imediata a partir da hipótese tributária, já para os impostos optou-se por elencos rígidos para cada ente tributante. No que concerne à competência residual (artigo 154, I, CF) esta é privativa da União. O constituinte elegeu como fatores não só para a competência residual, como até mesmo para a discriminação de competência entre os entes tributantes, as hipóteses tributárias ou bases de cálculo. Schoueri conclui dizendo que esta técnica de distribuição, a partir de meras referências a fenômenos econômicos, sugere que o constituinte não pretendeu estabelecer os rígidos limites para as competências, mas algumas situações típicas.