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Alíquota de ISS Publicidade e Propaganda (Item 17.06 e 10.

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O Código Tributário Municipal do Rio de Janeiro, prevê em seu art. 33, inciso I,
a alíquota genérica de 5%, aplicável aos serviços não especificados no inciso II, este que
elenca os serviços cujas alíquotas serão específicas, corresponde a 3%. No que pese o
item 17.241 se enquadrar no rol das alíquotas específicas, os itens sob análise (17.06 e
10.08), não estão previstos no inciso II, do art. 33.

No entanto, da leitura de todos os acórdãos pesquisados, tem-se que a


jurisprudência do CCM/RJ tem aplicado a alíquota de ISS de 3% ao serviço de
propaganda e publicidade (17.06). Vale ressaltar que para o Fisco interessa o tipo de
serviço prestado e não o objeto social descrito no estatuto da empresa, como se vê:

Acórdão nº 17.321 (doc. anexo) - distinguiu serviços de propaganda e


publicidade (17.06), cuja alíquota é de 3%, dos serviços de programação e comunicação
visual (23.01), cuja alíquota é de 5%:

Por fim, quanto à alegação da Recorrente, no sentido de


que seu objetivo social, “publicidade e promoções em geral”
(fl. 22), asseguraria a tributação de todas as receitas por ela
auferidas à alíquota de 3%, deve ser esclarecido que a
determinação da alíquota aplicável é função da natureza dos
serviços prestados. Frise-se que o Fiscal de Rendas autuante
identificou a natureza dos serviços prestados pela Recorrente,
com base em documentos por ela própria a ele fornecidos.
À luz das razões de fato e de direito anteriormente
aduzidas, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário.

Além disso, encontrei julgados do CCM/RJ no sentido de aplicar alíquota de ISS


de 5%, em vez de 3%, em serviços distintos aos de publicidade e propaganda. Tais
acórdãos permitem concluir que a alíquota do ISS referente ao item 17.06,
definitivamente, é de 3%, como se vê:

Acórdão nº 15.464 (doc. anexo) - distinguiu serviços de propaganda e


publicidade (17.06), cuja alíquota é de 3%, dos serviços de programação e comunicação
visual (23.01), cuja alíquota é de 5%:

A Recorrente, invocando a condição de empresa de


propaganda, de acordo com seu contrato social, afirmou que
sua atividade não se constituía em “programação visual”, mas
sim em “serviços concernentes à concepção, redação e
produção de propaganda e publicidade, inclusive divulgação de
material publicitário”, hipótese em que, conforme art. 33, II, 3,
da Lei nº 691/84, a alíquota aplicável seria a de 3%. Admitiu
que, em suas notas fiscais-fatura concernentes ao período, a

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17.24 - Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade, em qualquer meio
(exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita).
natureza da atividade foi descrita como programação visual,
mas afirmou que isso se deveu a erro material. Acrescentou que
a programação visual seria uma etapa posterior ao seu
trabalho e realizada por seus fornecedores.
Ora, ainda que o objeto social da contribuinte fosse a
atividade de publicidade e propaganda, nada impedia que
prestasse também outros serviços, sujeitos à tributação pela
alíquota comum de 5%. Destacou a F/SUBTF/CRJ que a
atividade de programação e comunicação visual é encontrada
em pelo menos dois subitens da lista de serviços do ISS:

17.06 – Propaganda e publicidade, inclusive promoção de


vendas, planejamento de campanhas ou sistemas de
publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais
publicitários.
23.01 – Serviços de programação e comunicação visual,
desenho industrial e congêneres. Por isso, a programação
visual exercida na elaboração de materiais publicitários como
folhetos, anúncios, outdoors comerciais, etc, deve ser
classificada no subitem 17.06, com alíquota de 3%, ao passo
que a exercida na elaboração de materiais que não se destinem
à publicidade e propaganda deve ser classificada no subitem
23.01, com alíquota de 5%.

Acórdão nº 17.269 (doc. anexo) - distinguiu serviços de propaganda e


publicidade (17.06), cuja alíquota é de 3%, dos serviços de fonografia ou gravação de
sons (13.01), cuja alíquota é de 5%:

O Auto de Infração consignou insuficiência de ISS


recolhido, em virtude de erro na identificação da alíquota
aplicável, 3% ao invés de 5%.
Os serviços mencionados no Auto de Infração estão
previstos no subitem 13.01 do art. 8º da Lei nº 691/1984, na
redação dada pela Lei nº 3.691/2003. A Recorrente alega
prestar os serviços de publicidade previstos no subitem 17.06
do art. 8º da mesma Lei:

Art. 8º - O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza


tem como fato gerador a prestação dos serviços constantes da
lista a seguir:
13.01 - Fonografia ou gravação de sons, inclusive
trucagem, dublagem, mixagem e congêneres.
17.06 - Propaganda e publicidade, inclusive promoção de
vendas, planejamento de campanhas ou sistemas de
publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais
publicitários.
No que tange ao serviço de agenciamento de publicidade e propaganda (item
10.08), a alíquota de ISS praticada é a genérica, correspondente a 5%, como se vê:

Acórdão nº 7.386 (doc. anexo):

Outro ponto a considerar é o pertinente à aplicação da


alíquota de 5%, nos serviços prestados pela Recorrente. Ora, a
aplicação das alíquotas de 2,5% e 3%, no período objeto da
autuação, não procede, mesmo se a atividade desenvolvida pela
empresa fosse, conforme pretendido, o agenciamento de
publicidade, visto que a mesma, a partir de 1º de janeiro de
1988, passou a ser tributada à alíquota genérica de 5%.

Notas Fiscais emitidas como "serviços de programação visual, comunicação visual


ou congêneres" (código 23.01.01) (alíquota de 5%), quando deveriam ter emitido
no código 17.06.02 - Propaganda e publicidade (alíquota de 3%)

Acórdão nº 15.464 (doc. anexo):

Destacou a F/SUBTF/CRJ que a atividade de programação e


comunicação visual é encontrada em pelo menos dois subitens
da lista de serviços do ISS:
17.06 – Propaganda e publicidade, inclusive promoção de
vendas, planejamento de campanhas ou sistemas de
publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais
publicitários.
23.01 – Serviços de programação e comunicação visual,
desenho industrial e congêneres.
Por isso, a programação visual exercida na elaboração de
materiais publicitários como folhetos, anúncios, outdoors
comerciais, etc, deve ser classificada no subitem 17.06, com
alíquota de 3%, ao passo que a exercida na elaboração de
materiais que não se destinem à publicidade e propaganda deve
ser classificada no subitem 23.01, com alíquota de 5%. A
indicação dos serviços prestados, como de programação visual,
em documentos fiscais emitidos pela própria contribuinte, faz
presumir que seja esta sua natureza. Ainda assim, a decisão de
primeira instância excluiu da exigência todos os serviços que,
embora indicados como de programação visual, fossem
efetivamente de publicidade, acolhendo parcialmente a
impugnação.

Acórdão nº 17.245 (doc. anexo):


Parte o Recorrente da premissa de que, com o cancelamento
das notas, o fato gerador do tributo não teria ocorrido. Ora, o
fato gerador do tributo não é a emissão da nota fiscal do
serviço, mas a própria materialização do serviço, conforme
inteligência dos arts. 114 e 116, inciso I, do CTN, art. 1º, caput,
e item 17.06 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº
116/2003, todos transcritos:
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I - tratando-
se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem
as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos
que normalmente lhe são próprios;
Art. 1º. O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como
fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa,
ainda que esses não se constituam como atividade
preponderante do prestador.
17.06 – Propaganda e publicidade, inclusive promoção de
vendas, planejamento de campanhas ou sistemas de
publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais
publicitários.
Bem se vê que a legislação pertinente não prevê a emissão de
nota fiscal como fato gerador da obrigação tributária de
pagamento do imposto, mas sim a prestação dos serviços
constantes da listagem anexa à Lei Complementar. A emissão
de nota fiscal é obrigação acessória, prevista na legislação
tributária, que também nasce a partir do fato gerador, ou seja,
a prestação do serviço pelo contribuinte, é o que se depreende
da inteligência dos arts. 182, inciso I; 191, inciso I; e 231;
todos do Decreto nº 10.514/1991, Regulamento do ISS

Acórdão nº 17.269 (doc. anexo):

Documentos apresentados pela Recorrente, notadamente notas


fiscais de serviços que contém descrições tais como “Produção,
renovação e cessão de direitos autorais para veiculação de
jingle de carnaval GM – veiculação em rádio por 30 dias no
RJ/ES e MG” (fl. 99) e “Produção e cessão de direitos autorais
para veiculação da nova finalização e sonorização do filme 30”
intitulado “QUILÔMETRO” (fl. 51), poderiam sugerir que,
além dos serviços de fonografia e gravação de sons (tributados
à alíquota de 5%), consignados no Auto de Infração, ela
também prestasse serviços de elaboração de materiais
publicitários (tributados à alíquota de 3%). Contudo, os
serviços de publicidade cuja prestação é alegada pela
Recorrente deveriam estar identificados de forma inequívoca
(descrições claras nas notas fiscais, em ordens de serviços e/ou
em contratos), bem como separados na escrituração fiscal, sob
pena de serem tributados à alíquota genérica de 5%, conforme
disposto no inciso II do art. 32 da Lei nº 691/1984: Art. 32 -
Quando o sujeito passivo, em seu estabelecimento ou em
outros locais, exercer atividades distintas, subordinadas a mais
de uma forma de tributação, deverá observar as seguintes
regras: [...] II - se as atividades forem tributáveis por alíquotas
diferentes, inclusive se alcançadas por deduções ou por
isenções, e se na escrita fiscal não estiverem separadas as
operações, o imposto será calculado sobre a receita total e pela
alíquota mais elevada.

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