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Voto do Julgador
Seminário V
No caso dos outdoors físicos utilizados para veicular publicidade, não encontramos
essas características essenciais da comunicação para fins de incidência do ICMS. A mensagem
publicitária exibida em outdoors atinge um público amplo e indeterminado, não havendo um
receptor determinado da mensagem. Além disso, não há interação direta entre o emissor da
mensagem (anunciante) e os potenciais receptores (público-alvo), uma vez que a comunicação é
unidirecional e não permite a resposta imediata ou interação entre as partes.
Portanto, considerando que a divulgação de outdoors para fins publicitários não atende
aos requisitos constitucionais para ser classificada como comunicação sujeita ao ICMS, conclui-
se que essa atividade se enquadra na categoria de publicidade, sujeita ao ISSQN, conforme
previsto no artigo 156, inciso III, da Constituição Federal e na Lei Complementar nº 116/03. Dessa
forma, a tentativa de tributação pelo ICMS sobre a prestação de serviços de publicidade por
outdoors é inadequada e viola os princípios constitucionais e legais que regem a tributação no
Brasil
Assim, a tentativa do Estado da Bahia de tributar a publicidade por outdoors através do
ICMS viola a competência tributária municipal estabelecida na Constituição Federal, que atribui
aos municípios a instituição de impostos sobre serviços de qualquer natureza. A Lei
Complementar nº 116/03 reforça essa competência ao listar explicitamente a publicidade como
um serviço sujeito ao ISSQN no item 17.06 da lista anexa à Lei Complementar n.º 116/03,
Ademais, a legislação estadual que busca alargar a base de incidência do ICMS para
incluir a publicidade por outdoors contraria as disposições da Lei Complementar nº 116/03, que
estabelece as normas gerais em matéria de legislação tributária. Tal ato legislativo configura uma
violação ao princípio da legalidade estrita no âmbito tributário, estabelecido pelo artigo 110 do
Código Tributário Nacional.