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Há pouco mais de 11 anos, o poeta Bruno Tolentino, que morreu nesta manhã, concedia uma entrevista à revista VEJA que gerou muito
barulho — e protestos daqueles que se sentiram “injustiçados” por um homem franzino, recém-chegado de uma espécie de exílio que durara
30 anos, mas dono de uma palavra contundente. São as Páginas Amarelas da edição nº 1436, de 20 de março de 1996. O título: “Quero o país
de volta”. É, senhores, é impressionante. Acabo de relê-la e, confesso, somei à tristeza do dia um suspiro entrecortado pelo desalento. O
feitiço do tempo nos persegue. É claro que dá para discordar disso ou daquilo, mas o diagnóstico de Bruno Tolentino é impecável. Nos dias
que correm, prestem especial atenção à sua crítica à academia brasileira. O homem que ensinou em Oxford, Essex e Bristol afirmava só
conseguir entrar numa universidade brasileira “disfarçado de cachorro”.*Por Geraldo Mayrink
Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino, menino carioca de família
aristocrática, gosta de dizer que é de um tempo em que rico não
roubava. O avô foi conselheiro do Império e fundador da Caixa
Econômica Federal e seus tios eram intelectuais, como os escritores
Lúcia Miguel Pereira e Otávio Tarquinio dos Santos, além dos primos
Barbara Heliodora, a crítica teatral, e Antonio Candido, o crítico
literário. Ainda era analfabeto em português quando duas preceptoras,
mlle. Bouriau e mrs. Morrison, o ensinaram a conversar em francês e
inglês dentro de casa. Tolentino saiu do Brasil em 1964 e, no
estrangeiro, ocupou-se de árvores genealógicas de origem erudita.
TOLENTINO — Foi minha mulher quem disse não. Educar um filho ao lado de Olavo Bilac, última flor do Lácio inculta e bela, que aconteceu e
sobreviveu, ao lado de um violeiro qualquer que ela nem sabe quem é, este Velosô, causou-lhe espanto. A escola que ela procurou para fazer
a matrícula tem uma Cartilha Comentada com nomes como Camões, Fernando Pessoa, Drummond, Manuel Bandeira e Caetano. O menino
seria levado a acreditar que é tudo a mesma coisa. Ele nasceu em Oxford, viveu na França e poderá morar no Rio de Janeiro. Ele diz que seu
cérebro tem três partes. Mas não aceitamos que uma dessas partes seja ocupada pelo show business.
VEJA — Por que só o senhor, e não outros críticos, diz essas coisas?
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VEJA — Por que o senhor não vai ensinar o que sabe nas
universidades?
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