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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Brasil

Bruno Tolentino 3 – Na VEJA, há 11 anos: “Só


entro numa universidade disfarçado de
cachorro”
Há pouco mais de 11 anos, o poeta Bruno Tolentino, que morreu nesta manhã, concedia uma entrevista à
revista VEJA que gerou muito barulho — e protestos daqueles que se sentiram “injustiçados” por um
homem franzino, recém-chegado de uma espécie de exílio que durara 30 anos, mas dono de uma palavra
contundente. São as Páginas […]
Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h14 - Publicado em 21 ago 2007, 16h10

Há pouco mais de 11 anos, o poeta Bruno Tolentino, que morreu nesta manhã, concedia uma entrevista à revista VEJA que gerou muito
 barulho — e protestos daqueles que se sentiram “injustiçados” por um homem franzino, recém-chegado de uma espécie de exílio que durara
30 anos, mas dono de uma palavra contundente. São as Páginas Amarelas da edição nº 1436, de 20 de março de 1996. O título: “Quero o país
de volta”. É, senhores, é impressionante. Acabo de relê-la e, confesso, somei à tristeza do dia um suspiro entrecortado pelo desalento. O
 feitiço do tempo nos persegue. É claro que dá para discordar disso ou daquilo, mas o diagnóstico de Bruno Tolentino é impecável. Nos dias
que correm, prestem especial atenção à sua crítica à academia brasileira. O homem que ensinou em Oxford, Essex e Bristol afirmava só
conseguir entrar numa universidade brasileira “disfarçado de cachorro”.*Por Geraldo Mayrink


Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino, menino carioca de família
 aristocrática, gosta de dizer que é de um tempo em que rico não
roubava. O avô foi conselheiro do Império e fundador da Caixa
Econômica Federal e seus tios eram intelectuais, como os escritores
Lúcia Miguel Pereira e Otávio Tarquinio dos Santos, além dos primos
Barbara Heliodora, a crítica teatral, e Antonio Candido, o crítico
literário. Ainda era analfabeto em português quando duas preceptoras,
mlle. Bouriau e mrs. Morrison, o ensinaram a conversar em francês e
inglês dentro de casa. Tolentino saiu do Brasil em 1964 e, no
estrangeiro, ocupou-se de árvores genealógicas de origem erudita.

Orgulha-se de ter filhos com mulheres descendentes do filósofo


Bertrand Russell e do poeta Rainer Maria Rilke. O mais novo, Rafael, de
8 anos, nascido em Oxford, Inglaterra, onde o pai ensinou literatura
durante onze anos, é filho da francesa Martine, neta do poeta René
Chair. Bruno publicou livros de poesia em inglês e francês. Em 1994,
lançou no Brasil As Horas de Katharina, e no fim do ano passado mais
dois, Os Deuses de Hoje e Os Sapos de Ontem — todos ignorados pela
crítica, pelo público e pelos curiosos.Aos 56 anos, já de volta ao Brasil,
Tolentino tem feito força para tornar-se herdeiro do embaixador José
Guilherme Merchior, intelectual de boa formação e polemista
musculoso. Tem conseguido aparecer. Brigou com os poetas concretos,
depois com o que considera máquina de propaganda de Caetano Veloso
e sua turma. Em seguida, com os críticos literários e os filósofos,
elevando ainda mais o tom numa entrevista publicada por O Globo,
duas semanas atrás. Fora do país, Tolentino ensinou em Oxford, Essex
e Bristol e trabalhou com o grande poeta inglês W.H. Auden. Conheceu
celebridades como Samuel Beckett e Giuseppe Ungaretti. Horrorizado
com a possibilidade de ver o filho mais novo crescendo em escolas que
ensinam as obras de letristas da MPB ao lado de Machado de Assis,
abriu fogo contra o que considera o lado ruim de sua pátria, como
explica em sua entrevista a VEJA:

VEJA — Por que tantas brigas ao mesmo tempo?

TOLENTINO — Para ver se o pessoal cai em si e muda de mentalidade.


O Brasil é um país vital que está caindo aos pedaços. Não quero sair
outra vez da minha terra, mas não posso ficar aqui sem minha família,
que está na França. Não posso educar filho em escola daqui.

VEJA — Por que não?

TOLENTINO — Foi minha mulher quem disse não. Educar um filho ao lado de Olavo Bilac, última flor do Lácio inculta e bela, que aconteceu e
sobreviveu, ao lado de um violeiro qualquer que ela nem sabe quem é, este Velosô, causou-lhe espanto. A escola que ela procurou para fazer
a matrícula tem uma Cartilha Comentada com nomes como Camões, Fernando Pessoa, Drummond, Manuel Bandeira e Caetano. O menino
seria levado a acreditar que é tudo a mesma coisa. Ele nasceu em Oxford, viveu na França e poderá morar no Rio de Janeiro. Ele diz que seu
cérebro tem três partes. Mas não aceitamos que uma dessas partes seja ocupada pelo show business.

VEJA — Qual o problema?

TOLENTINO — Minha mulher já havia se conformado com os


seqüestros e balas perdidas do Rio, mas ficou indignada e espantada
pelo fato de se seqüestrar o miolo de uma criança na sala de aula. Se
fosse estudar no Liceu Condorcet, em Paris, jamais seria confundido
sobre os valores do poeta Paul Valéry e do roqueiro Johnny Hallyday,
por exemplo. Uma vez entortado o pepino, não se desentorta mais.
Jamais educaria um filho meu numa escola ou universidade brasileira.

VEJA — Não é levar Caetano Veloso a sério demais? Ele não é só um


tema de currículo, entre tantos outros?

TOLENTINO — Não. Ele está também virando tese de professores


universitários. Tenho aqui um livro, Esse Cara, sobre Caetano, uma
espécie de guia para mongolóides, e a mesma editora desse livro me
pede para escrever um outro, sob o título Caetano Se Engana. É preciso
botar os pingos nos is. Cada macaco no seu galho, e o galho de Caetano
é o show biz. Por mais poético que seja, é entretenimento. E
entretenimento não é cultura.

VEJA — O que você tem contra a música popular?

TOLENTINO — Se fizerem um show com todas as músicas de Noel


Rosa, Tom Jobim ou Ary Barroso, eu vou e assisto dez vezes. Mas saio
de lá sem achar que passei a tarde numa biblioteca. Não se trata de
cultura e muito menos de alta cultura. Gosto da música popular
brasileira e também da de outros países, mas a música popular não se
confunde com a erudita. Então, como é que letra de música vai se
confundir com poesia?

VEJA — O senhor não está ressentido por ele ter assinado um


manifesto contra um artigo seu sobre uma tradução do poeta
Augusto de Campos? No fundo, parece que o senhor está querendo
aparecer à custa deles.

TOLENTINO — Não tenho ressentimento nem ciúme. Nem tenho nada


contra quem assina manifesto. Se você vê um amigo seu brigando na
rua, o mínimo que pode fazer é ir lá apartar. Foi o que ele fez no caso
do Augusto de Campos. Só que assinou um cheque em branco. A
princípio, achei que ele tinha entrado de gaiato, e lhe dei o benefício da
dúvida, sobre uma questão muito delicada de tradução e de cultura que
ele não está capacitado para julgar. Nem ele nem Gal Costa. Que
intelectuais são esses? Se os irmãos Campos não sabem inglês, imagine
eles.

VEJA — Os poetas e tradutores Augusto e Haroldo de Campos não


sabem inglês?

TOLENTINO — Não sabem inglês, nem alemão nem grego. Por


exemplo, traduziram Rainer Maria Rilke e criaram a frase “ele tem um
pássaro”, que é literal, mas que, em alemão, quer dizer que alguém tem
uma telha a menos, é meio doido. São péssimos poetas e péssimos
escritores. Não sabem absolutamente nada do que alardeiam saber.

VEJA — Por que só o senhor, e não outros críticos, diz essas coisas?

TOLENTINO — Na República das Letras, ainda estamos à espera das


diretas-já. A usurpação do poder legal por vinte anos deixou-nos seus
legados nas patotas literárias que desde então controlam a entrada em
circulação, ou a exclusão pelo silêncio, de livros, autores, obras
inteiras. Nas redações dos jornais como nas universidades, prevalece a
censura, e o único critério para sancionar uma obra parece ser o bom
comportamento do neófito, sua genuflexão aos ícones da hora. Nossa
crítica suicidou-se, matando o diálogo, o debate e a polêmica.
Mascarados de universitários, esses anõezinhos conseguem dar a
impressão de que a inteligência nacional encolheu, de que, em Lilliput,
só se sabe da cintura para baixo. Quem já ouviu falar de Alberto Cunha
Melo, que vive escondido no Recife, e é nosso maior poeta desde João
Cabral? São dele estas palavras: “Viver, simplesmente viver, meu cão
faz isso muito bem”. Mas José Miguel Wisnik ora é crítico, ora é letrista
e compositor, portanto é catedrático. Os violeiros empoleiraram-se nas
cátedras, e Fernando Pessoa virou afluente da MPB. Não é à toa que até
em Portugal os brasileiros viraram piada. Ouvi uma que provocava
gargalhada logo à primeira frase: “Um intelectual brasileiro ia começar
a ler Camões quando a banda passou e…” É preciso perguntar dia e
noite: por que Chico, Caetano e Benjor no lugar de Bandeira, Adélia
Prado e Ferreira Gullar?

VEJA — Por que o senhor acha os críticos brasileiros ruins?

TOLENTINO — O que os críticos disseram sobre meus trinta anos de


poesia? Só, desonestamente, que minha poesia é arcaizante e não
suficientemente progressista. Que eu, o escritor Diogo Mainardi e —
como é mesmo o nome do marido da Fernandinha Torres? — o diretor
Gerald Thomas somos figurinhas carimbadas porque somos amigos de
gente famosa. Quer dizer, chamam a atenção para a pessoa e não para
a obra. E toda pessoa é discutível. Eu sou meio apalhaçado mesmo. A
minha biografia é interessante, meio cinematográfica, e assim é como
se eu não tivesse escrito nada. Uma espécie de Ibrahim Sued das letras.

VEJA — Mas o que aconteceu com os críticos para que se tornassem


tão incapazes, na sua opinião?

TOLENTINO — A crítica brasileira não existe mais. Cometeu um


haraquiri muito bem pago. Trocou sua independência por cátedras e
verbas. É uma gente venal, vendida, que controla as nomeações para as
cátedras, bolsas e verbas. Vão se meter com um maluco como eu?
Todos, de Roberto Schwarz a David Arrigucci, foram formados pelo
meu primo Antonio Candido, que é um geriatra nato.

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VEJA — Caramba… Não sobra nenhum crítico brasileiro?

TOLENTINO — Sobra, evidentemente, Wilson Martins, que não tem lá


muito gosto poético, mas enfim…

VEJA — O senhor também não sobra?

TOLENTINO — Em vários sentidos. Não tenho onde escrever. Sou


herdeiro, e me considero assim, da combatividade crítica de José
Guilherme Merquior. Crescemos e fomos amigos juntos, tínhamos
idéias convergentes embora nem sempre coincidentes. Quando ele
morreu, em 1991, houve um grande suspiro de alívio entre nossos
críticos e poetômanos. Infelizmente, ele era embaixador. Eu não sou
embaixador de nada. Essa gente está morta de medo de que eu venha a
ter uma tribuna. Não me importa ser celebrado lá fora. Não faço falta
lá, há muitos outros como eu. Aqui, com esta independência, cultura,
erudição e combatividade, não tem outro que nem eu.

VEJA — Sem embaixada, o senhor vai ser só poeta?

TOLENTINO — Minha obra poética está basicamente terminada.


Escrevi poesia por mais de trinta anos e não conheço nenhum outro
poeta, além de Manuel Bandeira, que tenha conseguido escrever bem
além dessa média. A partir daí, decai. Estou transferindo o meu esforço
para o ensaio. Falar, por exemplo, dos males que a ditadura causou ao
país me parece cada vez mais um sintoma do que uma causa. É um
sintoma do Febeapá, vem no bojo dele. A imbecilidade já crescia. A
ditadura simplesmente institucionalizou a falta de respeito pela
realidade, pelo próximo, pela legalidade. A verdade foi substituída pela
verossimilhança, a literatura, pela imitação da literatura.

VEJA — O senhor poderia dar exemplos disso?

TOLENTINO — Foi Wilson Martins quem levantou essa idéia, ao dizer


que as obras de Chico Buarque e Jô Soares eram imitações da literatura.
Auden, o Drummond lá dos ingleses, também dizia algo parecido. A
gente lia um cara e concluía que ele era muito ruim. Auden discordava,
dizendo que ele era muito bom. “Faz a melhor imitação de poesia que
já li”, dizia. Parecia piada, mas não era.

VEJA — O senhor acha que a imitação é ruim?

TOLENTINO — A imitação da literatura se dá quando se fecha no


círculo de ferro na modernidade. Ela obriga o leitor a seguir moda,
busca efeito imediato, como se tudo começasse por você, naquele
momento. A verdadeira literatura está sempre acuando tudo que a
precedeu. Quincas Borba, de Machado, contém toda a novelística
russa, e também Balzac. Wilson mostrou com muita acuidade e
mordacidade que os romances de Chico são uma reedição do nouveau
roman, que já morreu. Agora morreu a última representante dele,
Marguerite Duras. Conheci toda aquela gente do nouveau roman, Alain
Robbe-Grillet, Michel Butor, e saí correndo. Chato existe em todo lugar,
não só no Brasil. Mas Wilson foi injusto com a imitação do Jô. É uma
coisa que não pretende ser mais do que aquilo mesmo, divertir.

VEJA — Por que o senhor não vai ensinar o que sabe nas
universidades?

TOLENTINO — Só entro numa universidade disfarçado de cachorro ou


levado por uma escolta de estudantes. Sou um vira-lata muito
barulhento. Não vão me convidar para nada porque eu quero acabar
com os empregos e mordomias deles. Quero que eles passem por todos
os exames de Oxford para ver se sabem mesmo alguma coisa.

VEJA — Então as universidades não servem para nada?

TOLENTINO — A escola pública desapareceu. A fórmula de


sobrevivência do país é a trilogia emprego público, de preferência com
aposentadoria acumulada, condomínio fechado e plano de saúde. Esse
é o apartheid construído por uma elite analfabeta e totalmente
irresponsável que entregou nossa cultura. Nem estou falando da nossa
classe média, que tem dinheiro para gastar em boates e shows e sair de
lá gargarejando cultura.

VEJA — O senhor tem acompanhado a produção intelectual das


universidades brasileiras?

TOLENTINO — O departamento de filosofia da Universidade de São


Paulo nunca produziu filosofia nenhuma, não por inépcia ou preguiça,
mas por um estranho espírito de renúncia parecido ao espírito de
porco. Cultivavam a crença de que só poderia nascer uma filosofia no
Brasil “ao término de um infindável aprendizado de técnicas
intelectuais criteriosamente importadas”, como diz um professor de lá.
Mais urgente do que filosofar era macaquear os debates dos “grandes
centros” produtores de cultura filosófica. O que significava tomar o
padrão europeu do dia como norma de aferição do valor e da
importância do pensamento local. Imaginando ou fingindo preservar a
mente brasileira de uma independência prematura, o que os maîtres à
penser da USP fizeram foi apenas incentivar a prática generalizada do
aborto filosófico preventivo. Não espanta que, por quatro décadas, o
“rigor” (com aspas) uspiano não produziu outro resultado senão o rigor
mortis de uma filosofia que poderia ter sido o que não foi.

VEJA — Mas José Arthur Giannotti escreveu um livro de filosofia,


Apresentação do Mundo, que foi muito elogiado…

TOLENTINO — É, ele escreveu um besteirol sobre Ludwig Wittgenstein


saudado em suplementos de várias páginas como marco do
nascimento da filosofia no Brasil. É uma audácia depois de Mário
Ferreira dos Santos, Miguel Reale, Vicente Pereira da Silva e Olavo de
Carvalho. Nós temos uma filosofia nativa, isso sem falar da filosofia de
cunho religioso, teológico, que eu não vou citar porque sou católico e
vão dizer que estou puxando a brasa para a sardinha da Virgem Maria.
Passei cinco meses garimpando nas páginas daquele livro e não
encontrei nada que não fosse uma leitura do que Wittgenstein acha da
dificuldade lingüística de compreender a realidade. Isso a gente já
sabe, a partir do próprio Wittgenstein. Uma filosofia nacional não tem
nada a ver com isso.

VEJA — Tem a ver com o quê?

TOLENTINO — A cultura filosófica brasileira é quase nula. Nossos


professores gastaram décadas lendo Marx, em vez de Husserl. Aqui só
dá o tripé Kant, Hegel e Marx. E onde está a grande tradição escolástica
que vai de Aristóteles a Husserl? Isso não é lido nem discutido aqui.
Mas existe uma filosofia brasileira. Reale e Olavo de Carvalho, que não
se formaram em lugar algum, não perderam tempo com essa
estupidez. Foram estudar e aprender as tantas línguas que falam. Eu,
quando tenho dificuldade com latim, grego ou alemão, é para eles que
telefono.

VEJA — O senhor não está exagerando, sendo duro demais?

TOLENTINO — Não. Não passei nenhum dia aborrecido aqui. Sempre


encontro gente inteligente. Quando cheguei à Europa, não tive nenhum
complexo de inferioridade. É verdade que eu conheci em casa o que o
Brasil tinha de melhor. Faço parte do patriciado brasileiro. E não via
diferença entre Ungaretti e Manuel Bandeira, só de língua. Era a
mesma coisa. Não havia um Terceiro Mundo na minha cabeça. Eu,
quando pequeno, conheci Graciliano Ramos e Elisabeth Bishop. Só
havia gente dessa categoria.VEJA — Dá a impressão de que só agora se
começou a falar e a escrever besteira no país… TOLENTINO — O
besteirol, se havia, estava lá longe, nos cantos. Hoje ele está no centro.
Tem razões mercadológicas, de dinheiro. Os artistas devem ganhar
muito, muito dinheiro, para ir gastar em Miami. Só não é possível que
esses senhores usurpem a posição do intelectual. Eles são um
formigueiro com pretensão a Everest.

VEJA — Não é bom para o país ter um intelectual na Presidência da


República?

TOLENTINO — Votei no Fernando Henrique Cardoso porque era uma


oportunidade única, desde Rui Barbosa, de ter um intelectual no poder.
E o que ele fez na sua primeira entrevista coletiva? Citou Machado de
Assis ou Euclides da Cunha? Não. Citou o mano Caetano. Uma coisa tão
espantosa quanto Rui Barbosa, se tivesse ganho a eleição, citasse
Chiquinha Gonzaga. O Brasil que eu conheci, e do qual me recordo
vivamente, era um país de grande vivacidade intelectual, mesmo sendo
uma província. Não estou sendo duro com o Brasil. Quero saber quem
seqüestrou a inteligência brasileira. Quero meu país de volta.

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