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Dulce Arlindo Fidalgo


Elias Zé Rachide
Emane Cardoso Xavier
Ernestina Mágnus
Estanislão da luz Justino Manuel Pereira
Fernando Armindo da Silva
Francisco Filipe Muitua
Gilda João Lucas
Madalena Alberto Muevo
Sónia Latífo

Aplicação da avaliação institucional

Licenciatura em Administração e Gestão Educacional com Habilitações em Supervisão


Educacional

Universidade pedagógica
Montepuez
2018
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Dulce Arlindo Fidalgo


Elias Zé Rachide
Emane Cardoso Xavier
Ernestina Mágnus
Estanislão da luz Justino Manuel Pereira
Fernando Armindo da Silva
Francisco Filipe Muitua
Gilda João Lucas
Madalena Alberto Muevo
Sónia Latífo

Aplicação da avaliação institucional

Trabalho de carácter avaliativo realizado no


âmbito da cadeira de Avaliação
Institucional,leccionada no 2º semestre, 4º ano,
curso de AGE, pelo docente,

ME. Perlo Miquidade António Rabeca

Universidade Pedagógica
Montepuez
2018
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Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1.Aplicação da avaliação institucional........................................................................................4

1.1.Conceito chave......................................................................................................................4

1.1.1.Avaliação institucional.......................................................................................................4

1.2.Replanificação.......................................................................................................................5

1.3.Comprometimento e mudanças.............................................................................................6

1.3.1.Auto-avaliação da escola e desenvolvimento institucional...............................................7

1.4.Recompensas.........................................................................................................................8

1.5.Exploração de potencialidades............................................................................................10

1.5.1.Acreditação......................................................................................................................10

1.5.1.1.Objectivos de acreditação.............................................................................................10

1.5.1.2.Tipo de Acreditação......................................................................................................11

1.6.Levantamento das necessidades..........................................................................................11

1.6.1.Auto-avaliação da escola: alinhavando sentidos, produzindo significados.....................12

Conclusão..................................................................................................................................14

Bibliografia...............................................................................................................................15
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Introdução

A avaliação institucional pode ser compreendida em sua dimensão formativa, na busca pelo
aperfeiçoamento dos procedimentos existentes e a melhoria constante da comunidade
académica. O processo de avaliação quando desenvolvido com seriedade, respeitando os
princípios de qualidade permite compor uma visão diagnostica dos processos pedagógicos,
administrativos, científicos e sociais da instituição. Este processo deve ser permanente e
desenvolvido como ferramenta para a prática pedagógica, servindo como instrumento de
gestão, direccionando caminhos, apontando falhas, identificando possíveis causas de
problemas, fidelizando o que está bom e mostrando possibilidades. A prática da avaliação
deve ser um processo permanente, um instrumento de concretização de uma cultura de
avaliação institucional, com o qual a comunidade académica se identifica e se compromete.
Este trabalho cujo tema é “Aplicação da avaliação institucional”, pretende-se de forma
objectiva abordar das diferentes aplicações da avaliação institucional tais como
(replanificação, comprometimento e mudanças, recompensas exploração de potencialidades e
levantamento das necessidades). Neste sentido este trabalho tem como objectivo:

Objectivo geral

 Analisar a aplicabilidades da avaliação institucional.

Objectivos específicos

 Mencionar as principais aplicações da avaliação institucional; e


 Explicar as aplicações da avaliação institucional.

No que tange a metodologia, para elaboração deste trabalho, recorreu-se o método


bibliográfico. E no que diz respeito a estrutura, o trabalho está estruturado em quatro partes. A
primeira traz uma abordagem introdutória ou seja é a parte de introdução. A segunda parte
discute já o tema em destaque ou por outa é a parte de desenvolvimento. A terceira trata das
inferências ou seja trás um pouco de tudo quanto foi abordado dentro do trabalho em suma
traz uma conclusão. A quarta e ultima parte traz as fontes bibliográficas nesse caso o nome do
autor, o titulo da obra bibliográfica e demais elementos que podem tornar possível o acesso
dos livros por nos utilizados na elaboração deste trabalho.
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1. Aplicação da avaliação institucional


1.1. Conceito chave
1.1.1. Avaliação institucional-1-PESSOA-DULCE

Ao longo dos tempos autores vêm trazendo definições que têm historicamente sido expressas
pelos que pensam acerca dos objectivos da avaliação educacional. Para Tyer (1950, apud
Schardosim; Loaces & Tremea, s.d.) a avaliação é um processo para determinar até que ponto
os objetivos educacionais foram realmente alcançados”. Na visão de Tyer a avaliação está
centrada em objectivos, partindo dos processos educacionais.

Alguns autores trazem a avaliação como a descoberta de algo, indicado o caminho, o que está
bom e que pode ser melhorado, Stake (1969, apud Schardosim; Loaces & Tremea, s.d.)) já
previa isso. Ele dizia que:

“a avaliação é a descoberta da natureza e do valor de alguma coisa, onde os


propósitos da avaliação poderiam ser muitos, porém a avaliação sempre tenta
descrever algo e indicar os seus méritos e deméritos [...]. A avaliação não é
uma busca de causas e efeito, um inventário do status presente, ou uma
previsão de sucesso futuro. Ela é tudo isto, somente na medida que contribuir
para a identificação da substância, função e valor” (p. 03 e 04).

Diferentemente de Stake, Scriven apud Schardosim; Loaces & Tremea, (s.d.) escreve que a
“avaliação é o processo através do qual se determina o mérito, o valor de mercado e o valor
das coisas”, segundo Scriven apud Schardosim; Loaces & Tremea, (s.d.), o processo
avaliativo determina o valor ao invés de estuda-lo, como um container que determina o
conteúdo, com um copo que dá a forma á água que contém.

Portanto, com a concepção de avaliação vamos partir para a compreensão da Avaliação


Institucional definida por FERNANDES (2007:15) apud Lima(2013) como:

Processo, inserido nas escolas públicas ou privadas, com a finalidade de


avaliar as instituições, visando uma reflexão colectiva que possibilite uma
gestão democrática e comprometida com a transformação social, e leve os
educadores a unir esforços no sentido da efetivação da melhoria da qualidade
do ensino.

Assim sendo não há dúvidas acerca da importância da avaliação institucional para promover
avanços no desenvolvimento dos professores e no processo de qualificação da escola,
cabendo-lhe iluminar os caminhos decisórios. Como salienta LIMA (2013:03);

A avaliação institucional não pode ser isolada nem burocrática porque a


transparência de seus objectivos e procedimentos precisa deixar avaliadores
e avaliados desarmados e tranquilos quanto ao carácter formativo que ela
precisa assumir.
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A avaliação institucional serve como instrumento de Gestão Educacional, pois avaliar é uma
das acções primordiais para o gestor, em qualquer área. Em educação do ensino superior, a
avaliação indica o norte, para qual caminho seguir, qual evitar. A avaliação permite trabalhar
com o que tem de melhor e pior nos nossos pares; ela mobiliza e motiva aqueles envolvidos
com o processo de conhecimento da Instituição de Ensino Superior - IES 1 e causa estranheza
para avessos a mudanças. (Schardosim; Loaces & Tremea, s.d:12).

A preocupação com a qualidade do ensino e satisfação da comunidade académica é constante,


precisamos estar sempre atentos às mudanças e buscar o que tem de melhor para a instituição.

1.2. Replanificação-2-PESSOA-Muitua

Maximiano (2004) salienta que o processo administrativo abrange quatro tipos principais de
decisões, também chamadas processos ou funções, que são: planeamento, organização,
execução e controle. É necessário uma articulação entre o que foi planejado e o que realmente
ocorre na IES, sendo demonstrada por meio de práticas consolidadas e institucionalizadas.
Muriel (2013) reforça que a avaliação é base para o planeamento e replaneamento e que o
replaneamento é base para a gestão profissional.

Ter e manter o académico até o final do curso com um ensino de qualidade é pré-condição
para que o projecto pedagógico se realize em sua totalidade.

O “saber ouvir” surgiu como o primeiro aspecto importante para manter o


discente no curso. Isso implica criar uma organização capaz de ouvir e
aprender com ele. Tal acção não é tão simples quanto parece, pois envolve
preparo, tempo e, em muitos casos, mudança nos hábitos dos gestores de
cursos. Não são raros os casos que a gestão oferece vantagens que não
interessam aos alunos ou cria situações que impede o julgamento adequado
de suas demandas. Saber ouvir é uma das principais características dos
líderes (KOUZES e POSNER, 2008 apud, MURIEL; GIROLETTI, 2010,
p.71).

Sendo assim, avaliar exige conhecimento específico para enxergar as necessidades da IES, do
corpo docente, discente e de colaboradores, bem como atender as exigências dos órgãos
reguladores.

O ideal é que a instituição aproveite a oportunidade para instituir uma


estrutura que possa cuidar da avaliação permanente e em condições de
interferir e mudar aquilo que precisa ser mudado. Um crivo de qualidade,
permanentemente atento. Se cuidarmos permanentemente da qualidade,
podemos ser avaliados a qualquer momento, sem a necessidade de pararmos
a Instituição para atendermos ao que o MEC exige (MURIEL, 2013, p.26).

IES – Instituições de Ensino Superior.


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Os princípios mais importantes da auto-avaliação institucional que explicam a natureza do


processo, sua necessidade para o desenvolvimento institucional e razão de ser, são expressas
segundo Suanno (2002), pelos objectivos de auto-referência, auto-análise e
autodesenvolvimento.

Para que o processo de avaliação seja completo, é preciso considerar o ambienteexterno,


riscos e oportunidades e o ambiente interno, analisando todos os questionárioscom muita
precisão e sabedoria. Desta forma é possível fazer com que a avaliaçãoinstitucional determine
os rumos institucionais, de curto, médio elongo prazo.

A avaliação deve permitir um diálogo entre o avaliado e o avaliador, e, portanto,precisa ser


flexível e buscar sentido, pois o processo avaliativo requer reflexão sobre aspráticas
(MURIEL, 2013).

Cabe considerar as palavras de DIAS SOBRINHO (2008, p.83), quando diz que aavaliação
“pode ser um instrumento valioso que ajuda a compreender e a melhorar as instituições e
sistemas fundando as possibilidades para os processos reflexivos que produzam sentidos a
respeito das acções, relações e produções educativas”.

A avaliação deve ser uma investigação sistemática e contínua que busca aapreciação de
indicadores a partir de objectivos propostos, proporcionando informações acerca do
desenvolvimento de um processo (gestão, planeamento da IES, processo deensino-
aprendizagem). Portanto, é algo sempre a ser aprimorado e de inteira relevânciapara a IES.
“Escutar” o outro é parte do processo pela busca da qualidade, e nada comoa avaliação
institucional para analisarmos se estamos seguindo no caminho correto, nãonos deixando
cegar pelo poder da gestão académica.

Assim sendo, as instituições de educação superior, precisam ir além do que estáescrito no


papel e procurar utilizar os resultados como forma de gestão institucional,podendo planejar as
acções para o quotidiano educacional, reflectindo sobre as práticasvisando sempre à melhoria
da aprendizagem.

1.3. Comprometimento e mudanças-3-pessoa-ESTANISLAO

Ao analisar importância do resgate do papel social das escolas e das empresas, abre-seum
caminho para a discussão da avaliação institucional a partir de uma mudança paradigmática
que vem se concretizando nos sistemas educacional e empresarial. O que se observa é uma
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tendência para mudar a lógica da eficiência (medida e controle), e não a temática da


avaliação, na empresa, sobretudo, na escola. O que se verifica, porém, na avaliação
institucional propriamente dita, em especial a partir da década de 2000, é a preocupação mais
com o processo do que, com o produto.

Esta parte do trabalho, objectiva, também, discutir as prováveis contribuições deste


instrumento ao autoconhecimento e à melhoria da gestão dos cursos superiores, visto tratar-se
de um instrumento de avaliação muito praticado nas empresas multinacionais e nacionais de
grande porte, mas pouco difundido na gestão académica.

A emergente globalização do mercado educacional internacionalizou o conhecimento, na


medida em que a expansão do ensino privado em Moçambique tornou-se um “negócio
rentável”, resultando na aquisição de algumas instituições locais por instituições estrangeiras.
Estatransacção acarretou mudanças e reformas nas instituições de ensino brasileiras com
doisobjectivos: a) resistir à concorrência das instituições de ensino multinacionais; b) não
sucumbir às demandas da competitividade na educação.

1.3.1. Auto-avaliação da escola e desenvolvimento institucional-4-PESSOA-


FERNANDO

A auto-avaliação da escola é um processo necessário para compreender a dinâmica


institucional, que pode e deve ser útil para a escola, desde que não se traduza apenas na
identificação de pontos fortes e de fragilidades, mas, também, na elaboração de
recomendações que deverão ser consideradas na proposição de melhorias qualitativas para a
instituição. Trata-se da utilização dos resultados para a elaboração dos planos de acção para o
desenvolvimento da escola. É, portanto, na mobilização dos resultados que reside a utilidade
da auto-avaliação.

Bolívar (2003) argumenta que a melhoria da instituição escolar precisa incidir em toda a
escola, com uma intersecção em três grandes níveis: desenvolvimento da escola enquanto
organização, desenvolvimento dos professores e desenvolvimento do currículo. O
desenvolvimento do currículo e da organização escolar constitui um campo indissociável.

O desenvolvimento profissional é concebido como um processo contínuo de


aprendizagem, que provoca mudanças na acção profissional do professor,
através da forma como atribuem sentido às suas experiências e como estas
influenciam as suas práticas diárias, Mas, por sua vez, na medida em que o
desenvolvimento pessoal e profissional está condicionado pelo contexto da
escola enquanto local de trabalho e relação, a formação orienta-se para a
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consecução de uma estreita articulação entre as práticas formativas e os


contextos de trabalho, optimizando a dimensão educativa dos processos de
trabalho, mediante uma aprendizagem reflexiva e colegial. (BOLÍVAR,
2003:68).

Na acepção do autor o desenvolvimento profissional e o desenvolvimento institucional das


escolas devem caminhar lado a lado, pois um não existe sem o outro. A possibilidade de
desenvolvimento institucional está ligada a capacidade interna de mudança que é diferente
para cada escola, considerando-se a sua história de vida, sua identidade e singularidade, e está
condicionada a política educacional e ao contexto social na qual ela se insere. O
desenvolvimento institucional é entendido “como as mudanças nas escolas enquanto
instituições que desenvolvem as suas capacidades e actuações com vista a uma melhoria
permanente”. (FULLAN, 1992, apud BOLÍVAR, 2003, p.75).

O plano de desenvolvimento da escola enquanto instituição deve ser compreendido como o


conjunto de acções necessárias para planejar e gerir o crescimento da escola, a sua melhoria
contínua, o que pressupõe o fortalecimento da capacidade institucional nos processos internos
de trabalho da escola e de decisão sobre as mudanças a serem implementadas.

A elaboração de um plano de desenvolvimento institucional pode orientar-se pelos seguintes


questionamentos: - quais mudanças necessitamos fazer na escola?; como essas mudanças
podem ser geridas ao longo do tempo?; como podemos conhecer os efeitos ou impactos das
medidas adoptadas?

1.4. Recompensas-5-pessoa-ELIAS

Originalmente avaliar é um ato diagnóstico Sabe-se que a avaliação passou por diferentes
contextos, ora sendo considerada como instrumento de responsabilização, ora como
instrumento de julgamento, ou ainda de controlo. Segundo DIAS SOBRINHO
(2000:78)citado por LIMA(2013), “na avaliação institucional não cabe punição. Processos
de avaliação educativa são construtivos, provativos, antropológicos e obviamente
pedagógicos”. Contemporaneamente se tem dado outras conotações a este importante
elemento processual.  Avaliar torna-se um processo intrínseco ao viver humano. Avaliar passa
a ser uma directriz em favor da (re)construção e (trans)formação de sujeitos e instituições.
Mas durante o processo de avaliação, não falta a dimensão motivacional das instituições
avaliadas respectivamente quando se trata de uma instituição a qual fora classificada melhor
com base nos indicadores postos a prova. Sendo assim, nestes casos do avaliadores, a escola
pode receber certificados de mérito por exemplo, ter acordos com outras escolas
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internacionais e mais benefícios que podem se resumir como sendo as recompensas da


avaliação institucional.

Para desenvolver qualquer actividade é preciso pensar em propósitos e desafios. O desafio é


avaliar a escola em sua complexidade, como é desenvolvida cada uma das actividades que
levam os alunos a aprenderem a se tornarem cidadãos. A avaliação institucional tem sua
atenção centrada em  processos, relações, decisões e resultados das acções  da instituição. Se a
avaliação educacional volta-se para sujeito e objecto, a institucional contempla também o
funcionamento da instituição e as relações nelas concretizadas.

Fala-se de um avaliação para (trans)formação e transcendência, que prioriza a identificação de


dificuldades e sucessos e , a partir daí formula acções com objectivos de mudança e
aperfeiçoamento da escola ou do sistema educacional. Para DIAS SOBRINHO
(2000:115)citado por LIMA(2013), “... a avaliação institucional é um processo intencional,
resultado de vontade e opções políticas, um conjunto coerente de conceitos e práticas
deliberada e socialmente organizados, estruturados e implementados”. É preciso, portanto,
optar. Não há transformação institucional sem que haja efectiva vontade de transformação
individual.

Essas breves considerações não esgotam a questão; apenas buscam oferecer alguns elementos
para consolidar a compreensão e a prática da avaliação institucional na educação, que tem um
compromisso ético, social e político.

Os princípios que orientam a avaliação institucional se encontram em sua própria definição: A


avaliação institucional é um processo global e contínuo, sistemático, competente e legítimo,
participativo, que pode envolver agentes internos e externos na formulação de subsídios par a
melhoria da qualidade da instituição escolar. Na percepção de GADOTTI (1999:06) citado
por LIMA(2013), é preciso “...transformar a escola burocrática existente, numa outra escola,
uma escola com autonomia, uma escola cidadã.” O exercício da cidadania passa a ser
instrumento permanente de reinvenção da escola. Esta reinvenção não poderá negar sua
origem e a constante necessidade de retornar a determinados pontos para discuti-los com
maior profundidade, seguindo o modelo não-linear.

Segundo LIMA(2013:15), a Avaliação institucional;

“engloba avaliação dos processos e dos resultados da aprendizagem, isto é,


quando um indivíduo ou grupo é submetido a situações com vistas à
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aquisições de novo conhecimento ou habilidade; é usada também para


avaliação do desempenho da actividade profissional de professores, gestores
e demais funcionários. É também destinada a análises de currículos ou
programas de cursos, de um nível ou modalidade de ensino, ou ainda curso
de qualificação profissional. Mas não é apenas isto. É um ato essencialmente
transformador”.

A avaliação de uma instituição refere-se ao desempenho global, considerando todos os


factores envolvidos em face dos objectivos ou da missão da instituição, no contexto social,
económico, político e cultural no qual está inserida.  Analisa os processos de funcionamento e
os resultados alcançados; leva em consideração a realidade social, buscando identificar os
factores favoráveis ao bom andamento e aqueles responsáveis pelas dificuldades, sempre com
finalidade de oferecer subsídios para a superação. Percebe-se que não há mais o enfoque na
famigerada busca de culpados eventuais, como se tem visto.

1.5. Exploração de potencialidades-6-pessoa-GILDA

A avaliação Institucional constitui-se como um instrumento que visa à melhoria da qualidade


educacional prestada nas instituições de ensino em todo país. Ela avalia o processo de
funcionamento, o desempenho dos alunos, o ensino e os serviços oferecidos pelas IES. E um
dos propósitos da avaliação institucional, é a exploração das potencialidades, que significa
procurar o que há de melhor na instituição ou o que a instituição tem de melhor, e quando é
assim feita essa descoberta, faz-se uma acreditação como defende SINAQES2 conforme
explicamos logo a baixo.

1.5.1. Acreditação-7-PESSOA-MADALENA

Segundo MINED (2012:11), a acreditação é tida como o culminar do processo da avaliação


externa que consiste na certificação, pelo órgão implementador e supervisor do SINAQES,
da qualidade de uma instituição de ensino superior ou dos seus cursos e programas.

1.5.1.1. Objectivos de acreditação

SegundoMINED (2012), acreditação tem por objectivos:

a) Oficializar e tornar público o estado da qualidade de uma instituição de ensino


superior, curso e/ou programa tal como foi apurado por uma avaliação externa
mandatada com esse fim;
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SINAQES - Sistema Nacional de Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior. É um
sistema que integra normas, mecanismos e procedimentos coerentes e articulados que visam concretizar os
objectivos da qualidade no ensino superior e que são operados pelos actores que nele participam.
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b) Fornecer bases independentes e objectivas para o estabelecimento de uma sã


concorrência entre instituições de ensino superior e entre cursos e/ou programas por
estas conduzidos;
c) Contribuir para a identificação de uma base de critérios de apoio estatal ou privado às
instituições de ensino superior, cursos e/ou programas por estas conduzidos;
d) Fornecer ao público informações que permitam um critério de escolha de uma
instituição de ensino superior, curso e/ou programa.

1.5.1.2. Tipo de Acreditação-8-pessoa-Sonia

A acreditação segundo MINED (2012),compreende: A acreditação institucional e a


acreditação de cursos e/ou programas.

 A acreditação institucional é o acto de certificação da qualidade da instituição de


ensino superior, pelo órgão implementador e supervisor do SINAQES com base nos
resultados da Avaliação Externa
 Institucional.
 A acreditação de cursos e/ou programas é o acto de certificação da qualidade dos
cursos e/ou programas, pelo órgão implementador e supervisor do SINAQES, com
base nos resultados da Avaliação externa de cursos e/ou programas.

1.6. Levantamento das necessidades-9-PESSOA-ERNESTINA

A avaliação institucional numa perspectiva crítica é aquela que consegue captar o movimento
institucional presente nas relações da instituição. Toda instituição é constituída por dois
princípios em permanente tensão: o instituído e o instituinte. Castoriades (1975) explica que o
instituído é o conjunto de forças sedimentadas, consolidadas que buscam a conservação e
reprodução do quadro institucional vigente. O instituído é a forma. Já o conjunto de forças em
constante estado de tensão, de mudança, de transformação, de recriação é o instituinte. O
instituinte é o campo de forças.

Para BRANDALISE (s/d:4), a avaliação institucional,

“é formalmente a avaliação desse instituído e instituinte. Ela tem que


identificar aspectos concretos, formais e informais, explícitos ou não,
internos e externos, que viabilizam a realização dos objectivos e fins
educacionais propostos num projecto institucional. Há, portanto, que se
considerar toda a dinâmica institucional para captar o espírito da instituição
avaliada. Nesta perspectiva, a avaliação institucional tem um carácter
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formativo, está voltada para a compreensão e promoção da autoconsciência


da instituição escolar”.

Nos debates contemporâneos sobre a educação que há uma exigência cada vez maior com o
desempenho da escola, porque ela é considerada uma instituição social imprescindível à
sociedade actual, à formação humana, ainda que esta se exprima de modos variados e
contraditórios.

1.6.1. Auto-avaliação da escola: alinhavando sentidos, produzindo significados-10-


PESSOA-EMANE

A auto-avaliação da escola é aquela em que o processo é conduzido e realizado por membros


da comunidade educativa. Pode ser definida como uma análise sistemática da escola com
vistas a identificar os seus pontos fortes e fracos, e a possibilitar a elaboração de planos de
intervenção e melhorias. Frequentemente é realizada tendo como motivação principal o
acompanhamento do projecto pedagógico da escola, no quadro de uma dinâmica de
desenvolvimento organizacional e institucional. A avaliação inserida nas várias acções
desenvolvidas na escola se coloca como mediadora do crescimento da comunidade escolar.

Segundo BRANDALISE(s/d:7), para a realização de qualquer processo de avaliação de


escolas,

“é fundamental a escolha e aceitação de uma concepção de análise.


Tradicionalmente duas abordagens epistemológicas de avaliação se
destacaram: a concepção racionalista de origem positivista, também
denominada de quantitativa, e a concepção naturalista de origem
construtivista, também chamada de qualitativa. Tais perspectivas teóricas
também são válidas para a avaliação das escolas, pois irão definir a estrutura
científica, a visão de mundo, a filosofia através da qual se fará a leitura da
realidade social que se quer avaliar”.

Ao optar-se pela abordagem quantitativa considera-se a educação como um processo


tecnológico, acredita-se na objectividade da avaliação e utiliza-se o método hipotético-
dedutivo. Os resultados são mais valorizados que os processos da educação, a finalidade da
avaliação é o controlo, e, também, se valoriza mais o carácter estável do que o dinâmico da
realidade educacional. A abordagem qualitativa ao contrário considera a educação sempre
ligada a valores, problematiza a objectividade da avaliação utilizando métodos mais
qualitativos e compreensivos, valoriza os processos mais que os resultados da educação
considerando como finalidade principal da avaliação a melhoria, e, também, valoriza mais o
carácter dinâmico e subjectivo da realidade educacional.
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As duas perspectivas avaliativas têm suas fragilidades. A racionalista ou quantitativa procura


traduzir a realidade escolar em números, medidas e corre o risco de deformá-la, parecendo
que a exprime fielmente. Isso ocorre porque por um lado desvaloriza a importância dos
contextos, fontes ricas de significação, e por outro a simplifica reduzindo a sua
multidimensionalidade qualitativa a uma unidimensionalidade quantitativa. A abordagem
naturalista, crítica ou qualitativa, ainda que actualmente seja considerada a melhor para o
estudo dos fenómenos educacionais, pode intensificar algum subjectivismo intencional, e
também gerar interpretações distorcidas da realidade educativa.

Actualmente estudiosos apontam (Bonniol, 2001; Fernandes, 2002 apud BRANDALISE (s/d)
que as abordagens - ‘quantitativa e qualitativa’, devem ser entendidas como complementares e
serem usadas em função das necessidades do processo avaliativo. Eles argumentam que,
embora essa prática possa exigir mais tempo, formação e recursos, o esforço vale a pena para
“realizar triangulações necessárias ao suporte das conclusões, para se conseguir um
fortalecimento mútuo de métodos e para atender a pluralidade e diversidade das iniciativas,
dos tipos, das finalidades, dos enfoques e dos objectos de avaliação”. (ROCHA, 1999:49apud
BRANDALISE s/d)).
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Conclusão

Chegado a esta parte do trabalho, importa-nos referir que aavaliação institucional, representa
uma eminente ferramenta para o desenvolvimento da instituição avaliada tendo em vista as
diversas aplicações que neste trabalho tratamos, pois com tudo que for constatado na
instituição avaliada, pode ser usada para desenhar novos planos, aumentar o
comprometimento e produzir mudanças na instituição, explorar as potencialidades da
instituição ou seja os pontos fortes assim como descobrir quais são as necessidades na
instituição para que ela esteja em constante melhoria. E para que tudo isso aconteça, a prática
da avaliação deve ser um processo permanente, um instrumento deconcretização de uma
cultura de avaliação institucional, com o qual a comunidadeacadémica se identifica e se
compromete.Neste sentido, compreende-se que a Instituição deve ser
avaliadaprocessualmente, considerando a participação dos protagonistas através do
diálogopermanente, na pluralidade das ideias e dinamismo que a caracteriza, em um
movimentode permanente construção de padrões de competência e qualidade como referência
na(re) construção da práxis educativa. Entende-se, portanto, que a avaliação deve
produzirresultados, como pontos de partida para busca de alternativa de solução e tomada
dedecisões colectivas, exigindo que asinstituições estejam abertas em todas as suas instâncias,
paraatravés de encaminhamentos concretos, solucionar as indicações provenientes
dasavaliações efetuadas, considerando especialmente aspectos da região em que estáinserida.
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Bibliografia

BOLÍVAR, A. Como melhorar as escolas: estratégias e dinâmicas de melhoria das práticas


educativas. Porto: Edições ASA, 2003.

BRANDALISE, M. A. T. Avaliação institucional da escola: conceitos, contextos e práticas.


s/d.

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MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 6. ed. São Paulo, Atlas, 2004.

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MURIEL, R. Avaliação. In: Capacitação de Avaliação Institucional.Carta Consulta. Belo


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MURIEL, W.; GIROLETTI, D. Captação e retenção de alunos no Ensino Superior. Cultura e


Fé,Porto Alegre, ano 33, p. 59-81, janeiro-março de 2010.

SCHARDOSIM, J.S.; LOACES, A. D. & TREMEA, V.S.Impacto da Avaliação Institucional


no Processo de Gestão Educacional da Faculdade Centro Mato-Grossense. s/d.

SUANNO, M. V. R. Auto-avaliação Institucional: princípios de metodologia do grupo focal.


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