Você está na página 1de 3

O objeto é construído!

Na obra, Conhecimento comum e conhecimento científico, Bachelard vai sugerir que a


primeira característica do objeto científico, é que ele não é dado pela natureza, em
continuidade com esta, mas, ao contrário, é construído pelo cientista. Isso significa que,
no exercício da ciência, o cientista deve romper com o senso comum e,
conseqüentemente, com os objetos advindos desse tipo de experiência

A ruptura

O Ofício do Sociólogo, Bourdieu, Chamboredon, e Passeron

• Bourdieu destaca dois pontos fundamentais: -

A ruptura - A construção do objeto

A ruptura - O fato é conquistado: contra a ilusão do saber imediato

A vida social e o seu significado não podem ser plenamente compreendidos por nenhum
ator em particular. As relações sociais são demasiadamente complexas, estruturadas de
modo racional, mas opacas à percepção imediata.

Ruptura com o saber imediato, o senso comum e as pré-noções

Ruptura com o saber imediato, isto é, com o conhecimento autoevidente, elaborado a


partir de noções do senso comum, que explica o mundo social tal como ele é aceito e
compartilhado por todos, ou por parte do todo.

Ruptura com o senso comum, isto é, com as noções evidentes e obvias, de sentido
imediato, compartilhadas como bom senso. Ruptura com as noções prévias ao processo
de conhecimento sistemático e auto-controlado das ciências; com as noções que se
inspiram no senso comum e dele retiram a sua evidência.

O dado é construído – N exemplos de perguntas que tem sentido no campo.

Você tem tempo? Tese de Doutorado da Profa. Marina de Carvalho Cordeiro (2013)

Esta tese tem como objetivo discutir a categoria tempo e tempo de trabalho buscando a
compreensão das vivências temporais na sociedade contemporânea flexível, a partir da
introdução nas novas tecnologias de informação e comunicação (ICT). Pretende-se
analisar os impactos da introdução de tais ferramentas nos processos de trabalho e na
dinâmica temporal cotidiana, discutindo as concepções de clock time e network time, o
aumento e velocidade da circulação de informações e a sensação generalizada de
“corrida contra o tempo”. A análise é centrada em uma categoria profissional específica,
a dos professores-pesquisadores membros de programas de pós-graduação em ciências
sociais.

VEDANA, Viviane. Fazer a feira e ser feirante: a construção cotidiana do trabalho em


mercados de rua no contesto urbano. Horizontes Antropoló-gicos, Porto Alegre, ano 19,
n. 39, p. 41-68, jan./jun. 2013.

Neste artigo procuro argumentar, a partir das narrativas de alguns interlocutores de


pesquisa, bem como de observações participantes realizadas em mercados de rua entre
os anos de 2004 e 2008, que o trabalho do feirante está fundamentalmente amparado em
suas habilidades de construir laços sociais e promover sociabilidades. As reflexões que
esses trabalhadores elaboram sobre seu trabalho no dia a dia do mercado evocam os
saberes e fazeres que sistematizam nessa trajetória: as formas de tratar os fregueses, o
conhecimentos sobre os alimentos, suas origens, circulação e distribuição, as redes de
fornecedores que tecem, etc. A ênfase depositada na construção do laço social com seus
fregueses (e também fornecedores e colegas) relacionada com a repetição cíclica dos
gestos e práticas no mercado, nos revelam que fazer a feira é também fazer o feirante,
no sentido de um métier construído cotidianamente a partir de uma experiência
compartilhada.
As representações do objeto

No segundo capítulo, “Representações”, a preocupação de Becker se encontra nas


imagens que criamos de nossos objetos, antes de iniciar de fato a pesquisa. Ele trabalha
com a ideia de que temos basicamente dois tipos de representações, as substantivas e as
científicas. Nas representações substantivas, o senso comum, ou seja, nossa visão de
mundo e as imagens que dele fazemos no dia-a-dia precisam ser trabalhadas
cientificamente.

Porque/como

Alguns casos trazidos por Becker são recorrentes em pesquisas qualitativas e se referem
à substituição do ‘por que’ pelo ‘como’. Perguntar a um entrevistado resistente como ele
se envolveu com alguma atividade ilegal, por exemplo, permite-lhe mais liberdade de
estruturar sua própria narrativa e, a nós, entender melhor a trajetória ou o processo que o
levou a se envolver na atividade. Quando perguntamos ‘por que’ demonstramos de
alguma forma nossos juízos de valor e estereótipos, podendo ficar subentendido, por
exemplo, que o acusamos de se ter envolvido em tal atividade. – O que está em jogo
aqui? A nossa representação do objeto!

O artigo comunica uma pesquisa – antes a comunicação era por meio de livros e
cartas – é importante lembrar disso para fixar a ideia de que estamos publicando para
comunicar

“Não entendi, sua pesquisa é sobre o quê?”;

Toda pesquisa tem uma pergunta fundamental, qual é a pergunta fundamental da sua
pesquisa. As vezes ela é difícil para nós mesmos, os criadores. Então retire os conceitos
do seu objeto e veja o que sobra.

• Pergunte aos seus “dados” – vire o quadro de ponta cabeça;

• Trocas de leitura: “amigo, você tem um minutinho?”;

• Submeta seu texto (mas leia as regras de submissão da revista).

Você também pode gostar