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A Constituição da República de Angola aprovada em 2010 desenhou um novo paradigma do

ponto de vista da organização, estrutura da Administração Pública directa e indirecta do


Estado. Este trabalho tem por objectivo principal trazer a nova composição do aparelho
governativo do Estado a nível central e local e os poderes constitucionais atribuídos ao
Presidente da República. Porquanto, a actual Constituição da República de Angola, acabou
com o sistema de Governo então instituído o semi-presidencial e institucionaliza um modelo
fora dos internacionalmente conhecidos, adoptando um do parlamentar – presidencialista.
Tendo em conta que o Direito Constitucional fixa para a organização dos poderes públicos
uma directriz centralizada ou descentralizada, concentrada ou desconcentrada, o Direito
Administrativo se estruturará em torno de uma ou se outras orientações.

Desta feita, podemos dizer que A administração pública, por seu turno, “pode ser definida
objetivamente como a actividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a
consecução dos interesses coletivos e subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas
jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.”

No título V da administração pública, o artigo 198.º que tem como epígrafe" objetivo e
princípios fundamentais" a alteração , trata-se não só de dar dignidade constitucional expressa
a um dos princípios fundamentais da atividade da administração pública, nomeadamente o
princípio da boa administração. propõe-se igualmente um novo artigo 198.° , com epígrafe, o
objetivo de dar explicações ao pluralismo administrativo corporativo na não existência de
uma única administração pública, a do estado, mas sim de vários administração pública,
decorrentes do acolhimento no nosso ordenamento constitucional de outras espécies,
nomeadamente a autonomia e a administração independentemente.

No artigo 199.º sobre a "estrutura da Administração Pública" as alterações acolhidas neste


artigo, perceguem dois objetivos essências: primeiro ao reafirmar a integração da
administração independentemente na estrutura da administração pública angolana como um
elemento organizatoria, que qualifica de modo especial, o conceito da administração pública e
o modo como operam as relações intra-administrativas, particularmente entre o executivo e a
administração independente. o segundo objetivo é o de desfazer a imprecisão de conceito.

No Artigo 200.º Com a epígrafe “administração central do estado” cujo propósito é trazer para
a constituição a composição orgânica da administração central do estado, delimitando-a da
administração local do Estado. Com isso a nossa constituição faz delimitar vários contornos
orgânicos da nossa administração pública.
Segundo a CRA, em que o enunciado constitucional aponta para a conexão da administração
autónoma como princípio democrático da organização do Estado e da existência das formas
organizativas do poder local que, compreendem as autarquias locais, as instituições do poder
tradicional e outras modalidades específicas de participação dos cidadãos.

Tendo em conta que o Direito Constitucional fixa para a organização dos poderes públicos
uma directriz centralizada ou descentralizada, concentrada ou desconcentrada, o Direito
Administrativo se estruturará em torno de uma ou se outras orientações.

Nesta visão podemos ver que para existir uma administração local, é necessário existir um
Administrador ou Governador que é o representante da administração na respectiva Província,
a quem permite, em geral, conduzir a governação e assegurar o normal funcionamento da
Administração local do Estado. Importa-nos aqui referir que a Administrações num sentido
amplo que é constituída para além dos órgãos e serviços locais do Estado, incorporam,
também, os órgãos e serviços externos do Estado, órgãos e serviços locais de institutos
públicos e associações públicas, bem como órgãos e serviços externos de institutos públicos e
associações públicas, cujas competências são limitadas numa área territorial restrita, e
funcionam sob direcção dos correspondentes órgãos centrais.

Os órgãos locais do Estado são órgãos da pessoa colectiva pública (Estado), que na
dependência hierárquica do Governo/Executivo, exercem uma competência limitada a certa
circunscrição administrativa. A administração local do Estado surge no quadro da
desconcentração administrativa. A CRA estabelece que a Administração local do Estado seja
exercida por órgãos desconcentrados da Administração central, visando assegurar, a nível
local, a realização das atribuições e dos interesses específicos da Administração do Estado na
respectiva circunscrição administrativa, sem prejuízo da autonomia local, conforme o disposto
no art. 201º nº 1, da CRA. Trata-se, no fundo, do princípio constitucional de aproximação da
Administração central das populações, na prossecução das respectivas atribuições, sem que tal
colida com a missão constitucionalmente reconhecida ao poder local.

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