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Curso: Licenciatura em Direito

Ano: 2º

Turma: 2L3LR1T

Displina: Direito de Trabalho

Tema: princípios do contrato

Discentes:

- Afonso Nordino Muluve - 2020131151

- Carolina Vasco Mondlane - 2020131080

-Frenk André Maduca -

-Laura Das Eiras - 2020131200

- Luísa vaisson - 2020131072

Docente: Msc. Maria De Céu

Maputo, Novembro de 2021

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1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objectivo a análise dos princípios contratuais existentes na
história do Direito Civil, dos mais clássicos aos mais modernos, todos essenciais para as
relações jurídicas por estabelecerem equilíbrio e justiça entre as partes que se obrigam
através de um contrato.como sendo proposições gerais inferidas na cultura e ordenamento
jurídico que conformam criação, revelação, interpretação e aplicação do direito segundo
Maurício Golfinho Delgado.
Tem como objectivo principal regular a relacao jurídica entre os empregadores e os empregados
que essa relacao designa- se contrato de trabalho, ou seja negocio jurídico celebrado entre as
partes, de forma especifica distanciando o âmbito da justiça civil.

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Princípios do contrato
Os princípios jurídicos podem ser entendidos como o fundamento, a base do Direito,
porque eles orientam e direcionam todo o entendimento da ordem jurídica.
Com o Direito Civil e com os seus Ramos Especiais, nomeadamente, o Direito
Comercial e o Direito do Trabalho ou Laboral não seria diferente. Portanto, existem
princípios básicos sobre os quais os contratos civis no geral, e os contratos comerciais e
Laborais ou Trabalhistas devem ser fundamentados.
No caso do Direito contratual civil, segundo a doutrina civilistica Dominante, mormente
do Direito Romano-Germânico a que pertence o sistema jurídico Moçambicano, como
Herança do Direito Português, temos os seguintes princípios:
1. Princípio da autonomia da vontade
2. Princípio do consensualismo
3. Princípio da obrigatoriedade da convenção
4. Princípio da relatividade dos efeitos do contrato
5. Princípio da boa-fé.

No caso do Direito comercial e do Direito Laboral ou Trabalhista, que são Direitos


Especiais do civil, devido a esta especialidade dos mesmos, a Factualidade
Princípiológica civilista geral cede lugar a uma Factualidade princípiológica jusespecial,
derivada do facto de tanto o Direito Comercial, como o Laboral ou Trabalhista serem
Direitos Especiais do Direito civil, daí socorrerem-se da Princípiológia Geral civilistica
contextualizada no mundo jurídico especial caracterizador dos mesmos.
Relativamente ao Direito contratual civilista, conforme suprareferido, a Doutrina
civilistica Dominante, mormente do Direito Romano-Germânico a que pertence o
sistema jurídico Moçambicano, como Herança do Direito Português, tem os principios
acima referidos e que passamos a explicitar:

1-Princípio da autonomia da vontade


O princípio da autonomia da vontade estabelece a liberdade contratual das partes, isto é, o
poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades,
suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica Em outras palavras, é a faculdade que
têm as partes de se vincularem a um contrato, adquirindo direitos e obrigações, mediante
a divisão sufragada pela doutrina civilistica Dominante que distingue a liberdade
contratual em liberdade de celebração que é a possibilidade de as partes celebrarem o
tipo contratual em construção e a liberdade de estipulação que é a possibilidade de as
partes escolherem as cláusulas contratuais desejadas

Todos os lados interessados devem ser capazes de decidir de livre e espontânea


vontade sobre o contrato.
Por esse princípio, deve haver autonomia para efectivar a decisão de participar no
acordo. Deste modo, o princípio da autonomia da vontade norma ou estabelece que o(s)
contratante(s) e contratado(s) possam decidir livremente pelo acordo ou não, isto é, sem

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nenhuma coacção ou qualquer outro vicio da vontade que possam deturpar ou perturbar
a livre adesão ao fenómeno contratual em análise.

2- Princípio do consensualismo
Para formar um contrato, é determinante, ou melhor, fundamental, a vontade das
partes. Estando duas ou mais pessoas em comum acordo, o consenso está alcançado,
portanto, o contrato pode ser firmado.
Não é preciso haver qualquer início de execução da prestação, forma, sinal, ou causa para que o
contrato seja eficaz entre as partes: é suficiente o acordo de vontades despido , o chamado
nudum pactun
Assim, o princípio do consensualismo fundamenta que basta haver o consentimento das partes
para que o contrato possa ser acordado.
Exemplo:

No Art 874 do código civil, a compra e venda, quando pura, considerar-se-á


obrigatória e perfeita, desde que as partes acordem no objeto e no preço.
Observando o artigo 874, entende -se que tanto o pagamento quanto a entrega do
objeto constituem outra fase, qual seja, a do cumprimento das obrigações assumidas
pelas partes. Assim, nos termos do Art. 874 supracitado, Pelo contrato de compra e
venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa(s) coisa(s),
be(m)ns , serviço(s) ou direito(s), enquanto o outro, a pagar certo preço. que
representa o valor da realidade jurídica contratualizada.
Dentre os tipos de contratos, existem algumas poucas excepções no que se refere
a sua consolidação, que só ococorre aquando da entrega da Realidade jurídica em
causa, logo após o acordo de vontades. Nestes casos, o acordo por si só, embora
necessário, não é suficiente. O contrato de mútuo é um exemplo. Outro caso é o
contrato de depósito em que só se conclui com a entrega da coisa ao depositário.
Também nesta linha enquadra-se o contrato de comodato.

3- Princípio da obrigatoriedade da convenção


Como vimos, é necessário haver vontade e consenso entre as partes interessadas para se
firmar o contrato, ou seja, todos os que selaram o acordo, o fizeram plenamente
capazes para optar pelo sim ou pelo não, havendo, para isso, desejo de todas as
partes.
Por consequência, contratante(s) e contratado(s) devem cumprir o que foi acordado, isto
é, cada um é absolutamente livre de comprometer-se ou não, mas, uma vez que se
comprometa, fica ligado, de modo irrevogável, à palavra dada, ou seja, tal
comportamento dá lugar a necessidade da efectivação do sacrossanto subprincipio do
pacta sunt servanda que se refere a obrigatoriedade do cumprimento do(s) acordo(s)
asumido(s) .

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O princípio em análise, para além da indiscutível substância ética, apresenta também um
relevante significdo económico: o respeito rigoroso pelos compromissos assumidos é,
de Facto e de Direito, condição para que as trocas e as outras operações de circulação da
riqueza, se desenvolvam de modo correcto e eficiente, segundo a lógica que lhes é
própria, para que não se frustrem as previsões e os cálculos dos operadores.
Logo, o princípio da obrigatoriedade da convenção determina que o contrato precisa ser
celebrado por aqueles que dele fazem parte.

4- Princípio da relatividade dos efeitos do contrato


Este princípio estipula que, como regra, o(s) contrato(s) possue(m) efeitos apenas entre
as partes contratantes, isto é, os seus efeitos não podem, em princípio, nem prejudicar,
nem aproveitar a terceiros.

Contudo, há excepções a este princípio. Isto é, admite-se que determinado(s) efeito(s)


atinja(m) aquele(s) que não particip(ou)aram da formação do contrato. Este não é mais
firmado tendo em vista apenas os interesses das partes, mas lhe é reconhecida uma
função social.

O terceiro atingido é aquele, total ou parcialmente, estranho ao contrato ou à relação sobre


a qual ele estende os seus efeitos A este terceiro podem ser extensíveis, tanto as
obrigações e deveres , bem como os direitos.

Este princípio não se aplica apenas às partes, aos sujeitos, mas também ao objeto. Deste
modo, a regra é de que a realidade jurídico-contratual deve ser dos sujeitos que
participam do contrato. O contrato sobre tal realidade que não pertence aos sujeitos,
como regra, não atinge os terceiros, porém essa regra também comporta eexcepções, no
seguimento do sacrossanto máxima jusfilósoficade que não há regra sem excepção
Portanto, como regra, os efeitos do contrato atingem apenas as partes, e seu objeto é
também aquele pertencente aos ccontratantes, daí resultando que tanto a subjetividade
como a objetividade contratual comportam excepções.
Os principais exemplos destes contratos são: a estipulação em favor de terceiro(s) ou o
famoso contrato a favor de terceiro(s), o contrato coletivo de trabalho, a locação (em
certos casos) e o fideicomisso “inter vivos”.
As cláusulas gerais, por disporem sobre normas de ordem pública, referentes aos
interesses sociais, também são consideradas como limitações a este princípio.
A relação contratual firmada, estipula que o acordo deve ser plenamente cumprido, sob
pena de haver penalidades, sanções ou consequências advenientes da sua não
celebração ou cumprimento, o que nos leva às paradigmáticas figuras juscontratuais da
culpa in contrahendo ou culpa na formação dos contratos nos termos do artigo 227,
e do não cumprimento nos termos dos artigos 790e seguintes, todos do código civil.

5- princípio da boa-fé

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Este princípio pode ser descrito como um padrão ético de conduta para todas as partes
nas relações contratuais.
O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta, não apenas
durante a execução do contrato, mas também durante as tratativas. Está previsto no art.
422 do Código Civil: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”
podemos afirmar que este princípio de boa-fé se estampa pelo dever das partes de agir
de forma correta, eticamente aceita, antes, durante e depois do contrato, isso porque,
mesmo após o cumprimento de um contrato, podem sobrar-lhes efeitos residuais.

É necessário destacar que a boa-fé pode ser considerada objectiva ou subjetiva, sendo:
 Boa-fé objetiva: é baseada em comportamentos morais , éticos e legais, de
acordo com o que descreve o próprio Código Civil.
 Boa-fé subjetiva: está se refere ao próprio sujeito, está, portanto,ligada à
moralidade dos atos pessoais do indivíduo.

Relativamente aos Direitos especiais do Direito civil que conforme suprareferido


são o comercial e o Laboral ou Trabalhista, por razões de enquadramento
académico derrivado da ainda não leccionação da cadeira de Direito comercial,
vamos nos cingir somente a cadeira de Direito Laboral ou Trabalhista que é o
locus da nossa presente investigação sobre o Tema subjudice ( em analise) dos
princípios do contrato.
Portanto, devido a especialidade do Direito contratual Laboral ou Trabalhista
relativamente ao Direito contratual civil, conforme visto, haverá uma
multiplicidade de situações, quais sejam o facto de o Direito especial socorrer-
se dos princípios do Direito geral que é o civil, bem como o facto de o Direito
Especial possuir princípios próprios diferentes dos do geral, levando a
funcionalidade do sacrossanto principio jusinterpretativo segundo o qual A Lei
Especial derroga a Lei Geral, ou seja , o famoso Lex specialsi Derrogat Lex
Generalis. E concecuentemente, mutates mutades, a que o Contrato Especial
Derrogue o geral, ou seja, factualismo juridico do Contratus Specials
Derrogat Contratos Generalis.
Quanto aos principios juslaborais.

6- princípio da função social dos contratos


Para Humberto Theodoro Júnior, “a função social do contrato consiste em abordar a
liberdade contratual em seus reflexos sobre a sociedade (terceiros) e não apenas no
campo das relações entre as partes que o estipulam (contratantes)”.
Os contratantes, embora sejam livres para ajustar os termos do contrato, deverão agir
sempre dentro dos limites que se fazem necessários para evitar que o seu negócio
prejudique injustamente terceiros alheios ao contrato.

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Fábio Ulhoa Coelho entende que a consequência para a inobservância do princípio da
função social dos contratos é a nulidade do negócio jurídico, responsabilizando os
contratantes pela indenização dos prejuízos provocados.
O princípio da função social dos contratos, então, é de suma importância para que os
interesses individuais não ultrapassem os interesses coletivos e sociais, levando para as
relações contratuais mais justiça e iguald

Conclusão
Doravante uma investigação e muita leitura, pudemos concluir que o contrato gera
obrigações, mas não necessariamente para todos os contratantes. Nesse sentido, o
contrato pode ser unilateral (quando só uma das partes possui obrigações, como a
doação pura, por exemplo), ou bilateral (quando todas as partes têm obrigações, como
na compra e venda, por exemplo).
Procurou-se demonstrar, ao longo do trabalho, a variedade de princípios a que o direito
contratual está intimamente ligado e sua importância para as relações contratuais.
As relações contratuais devem ser regidas pelos princípios da boa-fé objetiva, do
equilíbrio econômico entre os contratantes e da função social do contrato.
Os princípios contratuais, portanto, ao regularem as relações contratuais, embora
confiram a liberdade de contratar, a obrigatoriedade no cumprimento das obrigações e a
relatividade de seus efeitos, limitam os interesses individuais dos contratantes às noções
de boa-fé, de equilíbrio contratual e de função social, imprescindíveis para a justiça e
igualdade.

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Referencias Bibliográficas
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 3: teoria das obrigações
contratuais e extracontratuais. 32 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, 3: contratos. 5. Ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
Passei direto, princípios fundamentais dos contratos.
Código Civil, 5 edição., plural editores.

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