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Características do Direito Económico

O direito económico caracteriza-se, precipuamente, pela influência do Estado nas relações


socio-económicas, actuando com prevalência sobre a autonomia de vontade das partes para
regular a actividade económica. Podemos, portanto, destacar as seguintes especificidades
do direito económico:

a) Recenticidade - é um ramo do direito novo, recente, que teve a sua génese com o
intervencionismo económico (teoria moderna económica-macro-economia), com o
fito de discipliná-lo e regrá-lo. Portanto, sendo um ramo científico do direito ainda
em formação, fica sujeito às constantes influências e mudanças que ocorrem no
dinâmico mercado económico;
b) Singularidade - é um ramo jurídico próprio para o facto económico característico de
cada país, não havendo, comummente, um conjunto de regras para norteá-lo, como
ocorre com outros ramos do direito, tais como o civil e o penal;
c) Mutabilidade - As suas normas são sujeitas a constantes mudanças de ordem
política e económica, havendo tendência de curta vigência no que se refere aos seus
diplomas legais. Daí decorre uma produção normativa abundante e constante, sendo
mister não se sujeitar a sua disciplina apenas ao crivo do Poder Legislativo,
outorgando-se grande parcela de competência normativa ao Executivo, ante a
especificidade do tema e a celeridade de soluções que os seus conflitos exigem;
d) Maleabilidade - dada a necessidade de farta produção normativa, os estatutos do
direito económico não devem ficar presos e atados unicamente ás espécies
normativas próprias do Legislativo para terem vigência e eficácia. Muitas das suas
normas, em que pese embora retirarem fundamento de validade e eficácia. Muitas
das suas normas, em que pese embora retirarem fundamento de validade da lei,
devem ser produzidas por mecanismos mais céleres, próprios do Executivo, a fim de
disciplinar os factos económicos e a dinâmica do mercado;
e) Ecletismo - apesar de ser um ramo do direito público, o direito económico mescla
valores e princípios do direito privado. Isto porque, dentre de um posicionamento
estatal regular ante a ordem económica, o Poder Pública assume postura mais
direccionadora, normadora e fiscalizadora da ordem e dos agentes económicos,
procurando abster-se de empreender dentro da actividade económica. Destarte,
deve orientar a sua normação não somente dentro dos princípios de direito público,
mas também no direito privado, de maneira a viabilizar a actividade económica do
agente privado;
f) Concretismo – O direito económico disciplina os fenómenos sócio-económicos
concretos, visceralmente vinculado aos factos históricos relevantes ao Estado e aos
indivíduos.

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