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7.1 Introdução
Dado o perfil geotécnico da Figura 7.1, no qual o nível do terreno (N.T.) é horizontal, a
natureza do solo não varia horizontalmente e não há carregamento externo (cargas aplicadas e
distribuídas) próxima a região considerada, caracteriza uma situação de tensões geostáticas. Quando
a superfície do terreno for horizontal, em um elemento de solo situado a uma profundidade “z” da
superfície não existirá tensões cisalhantes em planos verticais e horizontais, portanto, estes são
planos principais de tensões.
σv
N.T.
Solo seco
γ
S=0%
σh
Z Prisma
σh
b A (elemento de solo)
σ = tensão normal (perpendicular ao plano)
b τ = tensão cisalhante (no plano)
Em uma situação de tensões geostáticas, portanto, a tensão normal vertical inicial (σvo) no
ponto “A” pode ser obtida considerando o peso do solo acima do ponto “A” dividido pela área.
σv 0 =
W
=
(
γ ⋅ b2 ⋅ z )
=γ ⋅z
A b2
onde:
W = γ . V (peso do prisma)
V = b2 . z (volume do prisma)
A = b2 (área do prisma)
γ = peso específico natural do solo
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 94
Se o solo acima do ponto “A” for estratificado, isto é, composto de “n” camadas, o valor de
σv0 é dado pelo somatório de γi . zi, onde “i” varia de 1 a n.
n
σv 0 = ∑ γ (i ) ⋅ z (i )
i =1
Quando o peso específico da camada não for constante e se conhecer a sua lei de variação
com a profundidade, a tensão poderá ser calculada:
z
σv 0 = ∫0
γ ( z ) ⋅ dz
Considerando um maciço saturado com água em condições hidrostáticas (isto é, sem fluxo) a
profundidade na qual a pressão na água é atmosférica é o chamado nível d’água natural (N.A.) ou
lençol freático. Portanto, abaixo do nível d’água, a pressão na água, ou poro-pressão ou pressão
neutra (u0) é positiva. Sendo definida pela expressão:
u0 = γw . zw
onde:
u0 = pressão neutra ou poro-pressão
γw = peso específico da água, tomado igual a 10 kN/m3 = 1g/cm3
zw = profundidade em relação ao nível da água.
A água exerce pressão de igual valor, mesma direção e sentido contrário, portanto, a
resultante é nula. A pressão na água se transmite de um ponto para outro do solo, através do contato
entre o líquido contido nos vazios do solo.
No perfil geotécnico da Figura 7.3, a tensão normal vertical inicial (σvo) no ponto “A” pode
ser obtido considerando o peso do solo saturado acima do ponto “A”, dividido pela área. Portanto,
temos:
σv0 = γ sat . z
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 95
N.A.
N.T.
Solo saturado
S = 100% γsat
Z Prisma
b A (elemento de solo)
b
Figura 7.3 - Perfil geotécnico. Solo saturado
A tensão vertical total inicial no ponto “A”, do perfil de solo da Figura 7.4, é:
σv0 = γ . z1 + γ sat . z2
e a poro-pressão ou pressão neutra no mesmo ponto é:
u0 = γw . zw
N.T.
Z1
γ N.A.
Z2 Zw
γsat
A
Figura 7.4 - Perfil de solo.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 96
Em 1925, Karl Terzaghi definiu que o comportamento dos solos saturados quando à
compressibilidade e à resistência ao cisalhamento depende fundamentalmente da pressão média
intergranular denominado de tensão efetiva (tensão grão a grão), foi uma das maiores contribuições
à engenharia e é considerado o marco fundamental do estabelecimento da Mecânica dos Solos com
bases científicas independentes. A comprovação desse princípio foi feita por Terzaghi de maneira
muito simples, utilizando um tanque com solo saturado e água. Aumentando o nível da água no
tanque, a pressão total (σv0) também aumenta no solo. Entretanto, não se observa qualquer
diminuição de volume no solo, o que vem comprovar que seu comportamento é totalmente
independente das tensões totais.
Nos solos saturados (S = 100%) parte das tensões normais é suportada pelo esqueleto sólido
(grãos) e parte pela fase líquida (água), portanto, tem-se que:
σ = σ’ + u
onde:
σ = tensão total
σ’ = tensão efetiva
u = pressão neutra
Exemplo 1: Calcule as tensões total, neutra e efetiva para os pontos assinalados (tensões verticais).
Faça um gráfico da variação da tensão por profundidade.
TENSÕES - (kN/m2)
A N.T. 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
0,0 m
PROFUNDIDADE - (m)
B N.A. Pressão neutra
- 2,8 m 47,0
Tensão efetiva
C
- 7,0 m
42,0 93,2 135,2
Profundidade Tensão total (kN/m2) Pressão neutra (kN/m2) Tensão efetiva (kN/m2)
Pontos
(m) σv0 = γ . z1 + γ sat . z2 u0 = γw . zw σ‘v0 = σv0 – u0
A 0 0 0 0
B 2,8 16,8 . 2,8 = 47,0 0 47 - 0 = 47,0
C 7,0 47 + 21 . 4,2 = 135,2 4,2 . 10 = 42,0 135 - 42 = 93,2
D 9,5 135 + 17 . 2,5 = 177,7 42 + 10 . 2,5 = 67,0 177,5 - 67,5 = 110,7
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 97
Em solos submersos (portanto saturados) define-se o peso específico submerso (γsub ou γ‘) que
permite calcular a tensão vertical efetiva (σ‘v0), em qualquer plano do solo submerso (Figura 7.5).
A tensão total (σv0) é:
σv0 = γw . z1 + γsat . z
u0 = γw . zw = γw (z1 + z)
Z1 γw (lâmina de água)
N.T.
Zw
Z γsat
A
Figura 7.5 - Perfil de solo submerso
Para solos com 0 < S (grau de saturação) < 100 e que terá em seus vazios, dois fluídos,
geralmente ar e água, está situação difere da anterior, em face das seguintes alterações:
- não há uma continuidade da coluna d’água
- a pressão neutra total é a soma da pressão na fase gasosa mais a pressão na fase líquida
e a equação σ‘ = σ - u poderá ser colocada na forma proposta por Bishop (1959).
σ‘ = σ - uar + χ (uar - uw)
onde:
uar = pressão na fase gasosa
uw = pressão na fase líquida
χ = coeficiente que varia de 0 (solos secos) a 1 (solos saturados).
O valor de χ, além de ser muito influenciado pelo grau de saturação do solo, sofre influência
também da estrutura, do ciclo de inundação-secamento e de alterações havidas no estado de tensões.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 98
2,0 m
TENSÕES - (kN/m2)
N.A. 0 20 40 60 80 100 120 140 160
0,0 m
água Tensão total
N.T. γ = 10,0 kN/m3
A
- 2,0 m 0 20 Pressão neutra
Tensão efetiva
areia γ = 17,0 kN/m3
PROFUNDIDADE - (m)
B
- 5,0 m 21 50 71
- 11,5 m
Profundidade Tensão total (kN/m2) Pressão neutra (kN/m2) Tensão efetiva (kN/m2)
Pontos
(m) σv0 = γw . z1 + γsat . z u0 = γw . zw σ‘v0 = σv0 – u0
A 2,0 10 . 2 = 20 10 . 2 = 20 20 - 20 = 0
B 5,0 20 + 17 . 3 = 71 10 . 5 = 50 71 - 50 = 21
10 . (5,5 + 2) = 75 (Argila) 106 - 75 = 31
C 7,5 71 + 14 . 2,5 = 106
10 . (5,5 + 4) = 95 (Areia) 106 – 95 = 11
D 9,5 106 + 18 . 2 = 142 10 . (7,5 + 4) = 115 142 - 115 = 27
Até agora foram vistas as tensões verticais iniciais, totais e efetivas, entretanto não é
suficiente para se conhecer o estado de tensão inicial, pois considerando uma situação
bidimensional, é necessário determinar as tensões que atuam em dois planos ortogonais.
Devido ao peso próprio ocorrem também tensões horizontais, que são uma parcela da tensão
vertical atuante:
σ'h
k=
σ 'v
onde o coeficiente “k” é denominado de coeficiente de tensão lateral, que é função do tipo de solo,
da história de tensões, etc.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 100
Existe uma situação em que a tensão horizontal efetiva e a tensão vertical efetiva se
relacionam de maneira simples: quando não há deformação lateral do depósito (por exemplo,
extensos depósitos sedimentares). Neste caso define-se o coeficiente de tensão lateral no repouso
(ko), que é a relação entre tensões efetivas iniciais:
σ ' h0
k0 =
σ ' v0
O valor de “K0” pode ser obtido através de ensaios de laboratório em que simulam condições
iniciais, ou seja, sem deformações laterais. In situ, pode-se determinar o valor de “K0” introduzindo
no terreno uma célula-espada (Figura 7.7), ou seja, um medidor de pressão semelhante a uma
almofada, porém de pequena espessura, que é cravado verticalmente no terreno, como uma espada,
e após a estabilização permite deduzir a tensão lateral total (σh0). Conhecendo o valor da pressão
neutra inicial (u0) e da tensão efetiva vertical (σ‘v0) obtém-se o valor de “K0” pela equação anterior.
Valores típicos de “K0”, em função do tipo de solo:
- areia fofa 0,55
- areia densa 0,40
- argila de baixa plasticidade 0,50
- argila de alta plasticidade 0,65
Onde:
φ = ângulo de atrito interno do solo (Unidade 9)
OCR = razão de pré-adensamento (Unidade 8)
σ′
OCR = Vm , (σ‘vm = tensão de pré-adensamento e σ‘v0 = tensão efetiva atual)
σ V′ 0
Exemplo 3: Calcular tensão efetiva vertical inicial e a tensão efetiva horizontal inicial nos pontos
A, B, C e D no perfil geotécnico da figura abaixo e traçar o diagrama de variação das tensões com a
profundidade.
TENSÕES - (kPa)
N.T. 0 20 40 60 80 100 120 140 160
0m
PROFUNDIDADE - (m)
-5m B
30,5 61,0
48,8
argila γ = 15 e K0 = 0,8
-9m C
48,6 81,0
64,8
areia γ = 20 e K0 = 0,6
D
- 14 m
78,6 131,0
Superfícies inclinadas geram tensões tangenciais (τ) nas faces horizontal e vertical de um
elemento de solo (Figura 7.8).
B i
b0
W z
N.T.
γ
γ = peso específico natural
T i = inclinação do terreno
i N
Onde:
W = peso do solo
W=γ.B.z N = W . cos i (tensão normal)
B = b0 . cos i
W = γ . bo . cos i . z T = W . sen i (tensão tangencial)
Tensão cisalhante
τ = T/A = W. sen i / (b0 . 1 m) = γ . b0 . cos i . z . sen i / (b0 . 1 m) Ö τ = γ . z . sen i . cos i
7.1.9 Capilaridade
N.T. Poro-Pressão
(-) (+)
água de contato
N capilar
S < 100%
saturação capilar parcial
altura de N de saturação - u0
ascenção
capilar S = 100%
saturação capilar γSAT franja
capilar
N.A.
S = 100%
zw γSUB
u0 = γw . zw
Na Figura 7.9, tem-se o diagrama de poro-pressões, verifica-se que graças à ascensão capilar a
poro-pressão acima do nível d’água é negativa (u < 0). O solo apresenta às vezes seus poros
interligados e formando canalículos, que funcionam como tubos capilares. Assim pode-se explicar,
dentro da massa, a ocorrência de zonas saturadas de solos, que estão situadas acima do nível d’água.
Para melhor compreensão do fenômeno da capilaridade é possível partir da idéia de que
poros, entre os grãos dos solos, formam canalículos capilares verticais. Um modelo físico disso é
emergir a ponta de um tubo capilar em água (Figura 7.10).
A água subirá até uma “altura de ascensão capilar”, tanto maior esta altura quanto menor o
diâmetro do tubo, tal que a componente vertical da força capilar (Fc = 2.π.r.Ts) seja igual ao peso
da coluna d’água suspensa.
Ts Ts
P0 α
Ts . cos α
TUBO CAPILAR
MENISCO φ=d
h0
u = γw . hc
Patm
N.A.
fazendo com que a tensão efetiva realmente atuante seja maior que a total. Esse acréscimo de tensão
proporciona um acréscimo de resistência conhecido como coesão aparente (ver Unidade 9),
responsável, por exemplo, pela estabilidade de taludes em areia úmida. Uma vez eliminada a ação
das forças capilares (saturação do solo) desaparece este ganho de resistência (coesão aparente tende
a zero).
MENISCOS
GRÃOS DE SOLO
Exemplo 4: Dado o perfil geotécnico abaixo, admitindo que na zona da franja capilar o solo esteja
completamente saturado, qual o valor da pressão neutra e efetiva nos pontos A e B.
TENSÕES - (kPa)
N.T. -15 -5 5 15 25 35 45 55 65 75
A
Pressão neutra
areia fina γ = 18 kN/m2 Tensão efetiva
PROFUNDIDADE - (m)
- 2,0 m A franja capilar 41
-5
- 2,5 m N.A.
γ = 22 kN/m2
- 4,5 m B
20 71
São as tensões decorrentes das cargas estruturais aplicadas (tensões induzidas), resultantes de
fundações, aterros, pavimentos, escavações, etc. A lei de variação das modificações de tensões, em
função da posição dos elementos do terreno, chama-se distribuição de pressões. Existem várias
teorias sobre a distribuição de pressões, mas vamos estudar a teoria simples ou antiga e a teoria da
elasticidade.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 105
Quando se aplica uma sobrecarga ao terreno (no caso da Figura 7.12, a sobrecarga vertical Q
foi aplicada à superfície), o elemento A (x, z) tem seu estado de tensões original modificado, ou
seja:
N.T.
x
∆σv
+
z σv0
∆σv0 = σz
∆σh0 = σx τ
∆σh+σh0
σh0+∆σh
τ
∆σv
+
σv0
Figura 7.12 - Efeito de uma sobrecarga em um perfil de solo.
a) tensão vertical
- inicial (efeito do peso próprio) ...........................................σv0
- final (após aplicação da sobrecarga) ..................................σv0 + ∆σv
b) tensão horizontal
- inicial ..................................................................................σh0
- final ....................................................................................σh0 + ∆σh
c) tensão cisalhante
- inicial ..................................................................................zero
- final ....................................................................................τ
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 106
Quando se aplica uma sobrecarga ao terreno, ela produz modificações nas tensões até então
existentes. Teoricamente, tais modificações (acarretando aumento ou diminuição das tensões
existentes) ocorrem em todos os pontos do maciço solicitado. Dependendo da posição do ponto
(elemento do terreno) em relação ao ponto ou lugar de aplicação da sobrecarga, as modificações
serão de acréscimo ou decréscimo, maiores ou menores.
A distribuição de pressões ou tensões pela hipótese simples ou antiga admite-se que a carga
“Q” aplicada à superfície se distribui, em profundidade segundo um ângulo (ϕ0), chamado ângulo
de espraiamento ou de propagação. A Figura 7.13 apresenta a distribuição de tensões no interior do
maciço segundo a hipótese simples. A propagação das pressões restringe-se à zona delimitada pelas
linhas de espraiamento MN.
A propagação das
pressões restringe-se
à zona delimitada
pelas linhas de
espraiamento MN.
Kogler e Scheidig (1948) sugerem valores para o ângulo de espraiamento segundo a tabela
abaixo:
Tipo de solo ϕ0
Solos muito moles < 40°
Areias puras (coesão nula) 40° a 45°
Argilas de coesão elevada (rijas e duras) 70°
Rochas > 70°
Para fins práticos, a propagação de pressões, devido à sobrecarga, restringe à zona delimitada
pelas linhas de espraiamento. A hipótese simples contraria todas as observações experimentais
(feitas através de medições no interior do subsolo), pelas quais se verificou que a pressão distribuída
em profundidade não é uniforme, mas sim variável, em forma de sino.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 107
O estudo do efeito de cargas sobre o terreno foi estudado inicialmente por Boussinesq (1885),
através da teoria da elasticidade. Estudou o efeito da aplicação de uma carga concentrada sobre à
superfície de um semi-espaço infinito. (Figura 7.14)
Expressões:
P=Q
3⋅ P x=r
∆σ ' v = ⋅ z3 N.T.
2 ⋅π ⋅ R 5 x
∆σ ' h =
P ⎡3 ⋅ r 2 ⋅ z
−
(1 − 2µ ) ⎤
⎢ ⎥
2π ⎣ R
5
R ⋅ (R + z ) ⎦ R
z
∆σ’v
3⋅ P τ
∆τ = ⋅ r ⋅ z2
2 ⋅π ⋅ R 5
A ∆σ’h
onde:
∆σ’v = σz
z
R = r 2 + z2 ∆σ’h = σx
µ = coeficiente de Poisson
Figura 7.14 - Carga concentrada.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 108
Exemplo 5: Foi aplicado no perfil abaixo uma sobrecarga de 1500 kN na superfície do terreno.
Determine as tensões iniciais, os acréscimos de tensões devido à sobrecarga e as tensões finais no
ponto A.
P = 1500 kN
N.T.
Tensões iniciais:
σ‘v0 = γ . z = 19 . 3 = 57,0 kPa
σ‘h0 = k0 . σ‘v0 = 0,5 . 57 = 28,5 kPa
τ0 = 0 R 3m γ = 19 kN/m3
µ = 0,5
K0 = 0,5
R = 4,24 m
A
r=3m z
Acréscimo de tensão devido à sobrecarga
3 ⋅ 1500
∆σ ' v = ⋅ 3 3 = 14,1 kPa
2 ⋅ π ⋅ 4,24 5
∆σ ' h =
1500 ⎡ 3 ⋅ 3 2 ⋅ 3
−
(1 − 2.0,5) ⎤ = 14,1 kPa
⎢ ⎥
2π ⎣ 4,24 5
4,24.(4,24 + 3) ⎦
3 ⋅ 1500
∆τ = ⋅ 3 ⋅ 3 2 = 14,1 kPa
2 ⋅ π ⋅ 4,24 5
Tensões finais
σ‘vf = σ‘v0 + ∆σ‘v = 57 + 14,1 = 71,1 kPa
σ‘hf = σ‘h0 + ∆σ‘h = 28,5 + 14,1 = 42,6 kPa
τf = τ0 + ∆τ = 0 + 14,1 = 14,1 kPa
É importante observar que os solos, de modo geral, afastam-se das condições ideais de
validade da teoria de Boussinesq. Não são materiais elásticos, nem homogêneos, nem isotrópicos.
Entretanto, as diferenças entre os solos reais e o material ideal de Boussinesq não são de molde a
impedir a aplicação da teoria da elasticidade aos solos, desde que observados certos requisitos.
e) Teoria admite que o material solicitado tenha resistência à tração e ao cisalhamento (ϕo = 90o)
Nos solos argilosos o erro é menor;
f) A solução de Boussinesq é para carga concentrada, que na prática não ocorre nas fundações
reais. A teoria só se aplica sem erros grosseiros, quando:
- Carga sobre área circular, z > 3 d (d = diâmetro);
- Carga sobre área retangular, z > 2,5 lado menor;
q
2 ⋅ q ⋅ z3
∆σ ' v =
(z 2
+ x2 )
2
x
2 ⋅ q ⋅ x2 ⋅ z
∆σ ' h = ∆σ‘v
(z 2
+ x2 ) 2
τ
2⋅q⋅ z ⋅ x 2 ∆σ‘h
τ xy =
(z 2
+ x2 )
2
z A
7.2.5.3 Área carregada - Carga uniforme sobre uma placa retangular de comprimento infinito
Em placas retangulares em que uma das dimensões é muito maior que a outra, os esforços
induzidos na massa de solo podem ser determinados através das expressões propostas por Carothers
e Terzaghi, conforme o esquema da Figura 7.16.
Para determinar as tensões induzidas obtém-se do ábaco o fator de influência (I). Valor este
que multiplicado pelo carregamento na superfície, nos dará o acréscimo de tensão no ponto
desejado, conforme as expressões: ∆σ‘v = P . I1 e ∆σ‘h = P . I3
Figura 7.17 - Carregamento uniformemente distribuído sob uma área retangular de comprimento
infinito.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 111
1m 1m
7.2.5.4 Área carregada - Carregamento uniformemente distribuído sobre uma placa retangular
∆σ ' v =
P
2π
⎡
⎢arctg
a ⋅b a ⋅b⋅ z
z ⋅ R3
+ (
−2 −2 ⎤
⋅ R1 + R 2 ⎥ ) a
⎣ R3 ⎦
⎡ x
P a⋅b a⋅b⋅ z ⎤
∆σ ' h = ⎢arctg + 2 ⎥ b
2π ⎢⎣ z ⋅ R3 R2 ⋅ R3 ⎥⎦
∆σ‘v = σz R1 = a 2 + z 2
P ⎡a z2 ⋅ a ⎤
∆τ = ⎢ − 2 ⎥ ∆σ‘h = σx R2 = b 2 + z 2
2π ⎣⎢ R1 R2 ⋅ R3 ⎦⎥
A
R3 = a 2 + b 2 + z 2
z
Pode-se utilizar o ábaco da Figura 7.19, a fim de determinar o acréscimo de tensão vertical
(∆σ‘v = σz) no vértice de uma placa retangular carregada uniformemente.
Onde:
m = b/z
n = a/z
temos, σz = ∆σ‘v = P . I
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 112
m = 3,0 m = 2,5
0,25 m = 2,0
m = 1,8
0,24 P m = 1,6
a
0,23 m = 1,4
0,22 x
b m=b/z m = 1,2
σ‘v = σz n = a/z
0,21
A σ‘h = σz = P.I m = 1,0
0,20 z
m = 0,9
0,19
m = 0,8
0,18
0,17 m = 0,7
0,16
m = 0,6
0,15
Coeficiente de influência - I
0,14
m = 0,5
0,13
0,12
m = 0,4
0,11
0,10
0,09 m = 0,3
0,08
0,07
0,06 m = 0,2
0,05
0,04
0,03 m = 0,1
0,02
0,01
0,00
0,1 1,0 10,0
n
Figura 7.19 - Carregamento uniformemente distribuído sob uma área retangular.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 113
340 ⎡ 10 ⋅ 4 10 ⋅ 4 ⋅ 5 ⎤
∆σ ' v = ⎢ arctg + ⋅ (11,18 − 2 + 6,4 − 2 )⎥ =
340
[arctg 0,674 + 0,546]
2π ⎣ 5 ⋅ 11,87 11,87 ⎦ 2π
∆σ ' v =
340
[0,593rad + 0,546rad ] = ∆σ ' v = 0,181 × 340 = 61,5kPa
2π
7.2.5.5 Área carregada - Carregamento uniformemente distribuído sobre uma área circular
(tanques e depósitos cilíndricos, fundações de chaminés e torres)
As tensões induzidas por uma placa uniformemente carregada, na vertical que passa pelo
centro da placa, podem ser calculadas por meio da integração da equação de Boussinesq, para toda
área circular. Esta integração foi realizada por Love, e na Figura 7.19 têm-se as características
geométricas da área carregada. O acréscimo de tensão efetiva vertical induzida no ponto A, situado
a uma profundidade z é dada pela expressão:
⎡ ⎡ ⎤
3/2
⎤
⎢ 1 ⎥
∆σ ' v = σz = P ⋅ ⎢1 − ⎢ ⎥
⎢
⎢ ⎢⎣1 + R z
⎣
( )2
⎥
⎥⎦
⎥
⎥
⎦
Onde: R
R = raio da área carregada P =∆qs
z = distância vertical x
x = distância horizontal a partir do
centro da área carregada
P = ∆qs = carregamento z
A ∆σ’v
z
Figura 7.20 - Área circular.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 114
Para pontos situados fora da vertical que passa pelo centro da placa, o acréscimo de tensão
efetiva vertical poderá ser calculado pelo ábaco da Figura 7.21, que fornece isóbaras de ∆σ‘v/P, em
função do afastamento e da profundidade relativa x/R e z/R, respectivamente.
Exemplo 8: Calcular o acréscimo de tensão vertical nos pontos A e B transmitido ao terreno por um
tanque circular de 6,0 m de diâmetro, cuja pressão transmitido ao nível do terreno é igual a 240 kPa.
Utilizando o ábaco, temos:
R=3m
P = 240
Ponto X/R Z/R I ∆σ‘v (kPa) x
A 0 1 0,64 153,5
B 1 1 0,33 79,2 3m
∆σ’vfA ∆σ’vfB
A tensão final no ponto A será: A B
σ‘vfA = 16,5 . 3 + 153,5 = 203,0 kPa γ = 16,5 kPa z
Possui grande aplicação na estimativa de tensões induzidas no interior de massa de solo por
aterros, barragens, etc. Existem soluções para diversos tipos de carregamento (triângulos retângulos,
escaleno, trapézios, etc.).
Gráfico de Osterberg - determina a tensão vertical (∆σ‘v) devido a uma carga em forma de
trapézio de comprimento infinito (Figura 7.22).
a b
∆σ ' v = ∆σ ⋅ I 1
P =∆qs
x a/z
I1 → Coeficiente de Influência
z
b/z
∆σ’v
Gráfico de Carothers - determina a tensão vertical e horizontal (∆σ1 = ∆σ‘v, ∆σ3 = ∆σ‘h) devido a
uma carga em forma de triângulo isósceles de comprimento infinito. (Figura 7.23).
a a
P =∆qs
x/a ∆σ 1 = ∆σ ' v
x
z/a ∆σ 3 = ∆σ ' h
z
∆σ’v
z
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 116
∆σ
b1 m = b1 / z
z a1
x Iz → Coeficiente de Influência
∆σ’v n = a1 / z
7.2.5.7 Área carregada - Carregamento uniformemente distribuído sobre uma superfície de forma
irregular. (gráfico circular de Newmark)
⎡ ⎡ ⎤
3/ 2
⎤
⎢ ⎥ σz
∆σ ' v = σz = P ⋅ ⎢1 − ⎢ ⎥
1
⇒ σz = P ⋅ I ⇒ I=
⎢
⎢ ⎣⎢1 + R z
⎣
( )
2 ⎥
⎦⎥
⎥
⎥
⎦
P
A Figura 7.25 apresenta a construção gráfica de Newmark que atribui valores para I e calcula-
se o raio da placa necessário para produzir o acréscimo de pressões à profundidade z.
INFLUÊNCIA = 0,005p
I = σz/P R/z
0,0 0,000
0,1 0,270
0,2 0,400
0,3 0,518
0,4 0,637
0,5 0,766 R = 0,400 z
0,6 0,918
0,7 1,110
0,8 1,387
0,9 1,908
R = 0,270 z
1,0 ∞
∆σ ' v = σz = P ⋅ N ⋅ I
onde:
P = carregamento externo
N = número de fatores de influência (quadradinhos)
I = unidade de influência
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 119
Exemplo 9: Com os dados da figura abaixo calcule, pelo gráfico de Newmark, a pressão vertical a 3
m de profundidade, abaixo do ponto M, para a placa (a) e a 2 m de profundidade para a placa (b).
N ≅ 30
(a) 300
300
300
z=3m p = 3 kg/cm3
150
A B
AB = z = 3m
Valor da unidade de influência = 0,005
Escala 1:50
(b)
300
300
z=2m
200
M
100
p = 1 kg/cm3
100 200
A B
AB = z = 2m
Valor da unidade de influência = 0,005
Escala 1:100 N ≅ 83
Alguns terrenos, devido a condições especiais de sua origem (por exemplo, o caso de certas
argilas sedimentares), apresentam dispersas, em sua massa, intrusões ou lentes de material diverso,
de granulometria mais grossa (siltes, areias, pedregulhos etc.) que acarretam aumento de resistência
a deformações laterais. Soluções desse tipo tornam inaplicáveis as expressões de Boussinesq em
seu aspecto original, pois esses terrenos se afastam ponderavelmente das hipóteses que servem de
base ao desenvolvimento teórico. Westergaard (1938) resolveu este problema específico, aplicando
a teoria da elasticidade, mas imaginando que o solo estudado se constituísse de numerosas
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 120
membranas horizontais, finas, muito juntas uma das outras e de grande resistência a deformações
horizontais, sem inferir, todavia, na deformabilidade vertical do solo ensanduichado. Em outras
palavras, supôs, em sua análise, um material anisótropo, mas homogêneo e com um coeficiente de
Poisson muito baixo, chegando à seguinte expressão para a tensão vertical num ponto qualquer da
massa de solo, devido à ação de uma carga pontual Q:
3/ 2
⎡ ⎤
C ⋅Q ⎢ 1 ⎥ 1 − 2µ
∆σ ' v = σz = C=
( )
2 ⎢ 2 ⎥
, onde
2 ⋅π ⋅ z C2 + x 2 − 2µ
⎢⎣ z ⎥⎦
Q
∆σ ' v = σz = ⋅N
z2
0,5
Q
σZ = ⋅N
z2
0,4
3
NB = 2 ⋅π
3
NB ⎡ ⎛ R ⎞2 ⎤ 2
0,3 ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ z ⎠ ⎦⎥
N
1
0,2
NW = π
3
⎡ ⎛R⎞ ⎤
2 2
⎢1 + 2 ⋅ ⎜ ⎟ ⎥
NW ⎣⎢ ⎝ z ⎠ ⎦⎥
0,1
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
R/z
Forma de área
α Planta Seção SS
carregada S
Circular ou quadrada D ou B
~ 2,0 P0
(L/B=1)
1,5 ~ 2,5 N.T.
D ou B
2 ~ 3,0 B
3 ~ 3,54
Retangular 4 ~ 4,0 L/2 L/2
L.B 5 ~ 4,25 z0 = α . B
L
10 ~ 5,25
20 ~ 5,50 S 0,10 . P0
Infinitamente
∞ ~ 6,50
longa
Exemplo 10: Num terreno como visto na figura abaixo, típico dos existentes no centro da cidade do
Rio de Janeiro, é interessante observar a diferença entre os efeitos de uma pequena construção (área
quadrada, de 4,5 m x 4,5 m) e os de uma construção maior (área quadrada, de 10 m x 10 m).
O bulbo de pressões da pequena construção fica restrito à camada de areia, ou seja, praticamente
não provocaria recalques sensíveis; o bulbo da grande construção, por outro lado, influenciaria a
camada de argila mole (pressão no topo seria 30% de Po), acarretando adensamento e recalques
consequentes.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 123
São as pressões sob a fundação e sobre o solo. Portanto, são muito complexas a sua
distribuição e interferem a natureza do solo (argiloso ou arenoso), a rigidez da fundação (expressa
pelo produto E . I, do módulo de elasticidade pelo momento de inércia), a profundidade.
Sob fundações flexíveis - Devido à flexibilidade das fundações, as pressões de contato são
uniformes e idênticas às que são transmitidas pelas fundações (a fundação acomoda-se
perfeitamente às deformações do solo). Se as pressões são uniformes, os recalques, ao contrário,
não são uniformes. Verifica-se na Figura 7.30, que os solos coesivos (argilas) recalcam mais no
centro da área carregada e menos nas bordas, o que se justifica, tendo-se em vista os valores dos
recalques dados pelas expressões da teoria da elasticidade (onde as tensões são maiores no centro da
área carregada). Os solos coesivos são os que mais se aproximam dos materiais ideais da teoria da
elasticidade (homogêneo, isotrópico e elástico). Para os solos não coesivos (areias), o módulo de
elasticidade aumenta com o confinamento e, portanto, cresce da zona das bordas para a zona central
da área carregada; daí os recalques serem menores mo centro e maiores na bordas. Para fundações
flexíveis é usual admitir que a distribuição de pressões se faça proporcionalmente às deformações.
Figura 7.30 - Distribuição das pressões de contato sob fundações flexíveis. (a) solos coesivos; (b).
solos não coesivos.
Sob fundações rigídas - São indeformáveis em relação ao solo, impondo uma deformação
contante ao solo sob a superfície de carga. As pressões de contato, nesta situação, não poderão ser
uniformes. Ao comparar-se com o que ocorre sob fundações flexíveis, verifica-se que, para se obter
um recalque uniforme, terá que haver uma redistribuição das pressões, como esta representado na
Figura 7.31, com diminuição no centro e aumento nas bordas para solos coesivos e, ao contrário,
aumento no centro e diminuição na periferia para solos não coesivos..
Figura 7.31 - Distribuição das pressões de contato sob fundações rigídas. (a) solos coesivos; (b).
solos não coesivos.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 124
7.5 Exercícios
1) Dado o perfil geotécnico abaixo, calcule: a) as tensões devidas ao peso próprio do solo (σv e
σ’v) e as pressões neutras; b) adotando o valor de k0 igual a 0,5 para todas as camadas,
determine as tensões horizontais efetivas e totais; c) faça um diagrama da variação das
tensões calculadas nos itens a e b, com a profundidade.
A N.T.
0,0 m
γ = 15,0 kN/m3
B N.A.
- 2,0 m
C γ = 17,0 kN/m3
- 3,0 m
γ = 15,0 kN/m3
D
- 4,5 m
γ = 17,5 kN/m3
E
- 6,0 m
∅ = 45 m
P = ∆qs = 25 ton/m2
N.T.
7,5 m
15,0 m
γ = 2 ton/m2 22,5 m
30,0 m
45,0 m
60,0 m
75,0 m
90,0 m
3) Calcular a tensão induzida por uma carga pontual de 1500 t a um ponto situado a 5 m de
profundidade afastado 5,3 m da aplicação da carga.
4) Calcular a tensão induzida (pressão transmitida) por uma carga circular (raio de 5 m) com
100 kN/m2 a pontos situados a 5 m de profundidade, sob o centro da placa e afastado a 6m
do centro da placa.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 125
5) Calcular o acréscimo de tensão produzida pela placa da figura abaixo, carregada com 78
kN/m2, a um ponto situado a 5 m de profundidade abaixo do ponto O, indicado na figura,
sabendo-se que a1 = 3 m; a2 = 4 m; b1 = 1 m; b2 = 2 m;
a1 II III
x
a2
I IV
b1 b2
y z
6) Dada a situação da planta abaixo, calcule o acréscimo de tensão devido a sapata carregada
com 480 kN/m2 a 5 m de profundidade no ponto A.
1m
A
3m
9m 4m
7) Dado o perfil geotécnico abaixo, traçar o diagrama das pressões totais, efetivas e neutras
A N.T.
+ 5,0 m
- 2,0 m C
- 7,0 m D
8) Traçar o diagrama das pressões totais, efetivas e neutras relativo ao perfil geotécnico abaixo
A N.T. N.A.
+ 2,0 m
Areia fina argilosa γd = 13,2 kN/m3
Sr = 100% γs = 26,4 kN/m3
- 1,0 m B
- 6,0 m C
- 12,0 m D
Rocha
9) Determinar, no perfil abaixo, a cota ou profundidade em que teremos σ’v = 7,77 t/m2 = 77,7
kN/m2.
A N.T.
+ 0,0 m
Argila cinza arenosa γd = 15,2 kN/m3
- 1,0 m B N.A.
- 3,0 m C
- 6,0 m C
- 10,0 m D
Rocha
10) Calcular o acréscimo de pressão causado por uma placa crcular, com 5 m de diâmetro,
carregada com 20 t/m2, em pontos situados sob o seu eixo, a 2,5; 5,0 e 10,0 m de
profundidade e traçar o respectivo diagrama.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 127
11) Dada a placa circular em forma de anel, abaixo representada, calcular o acréscimo de
pressão nos pontos A, B, C e D indicados, situados a 2,5m de profundidade.
EM PLANTA EM PERFIL
A B C D
A B C D
- 2,5
Prof. (m)
2m 3m 4m
12) Determinar a variação de pressão à profundidade de 4,0 m provocada por uma placa circular
com 8,0 m de diâmetro, carregada com 724 toneladas, conforme indica esquema abaixo e
traçar o respectivo diagrama.
Q = 724 t
0m
-4m
A B C D E
2m 2m 4m 4m
13) Calcular a pressão transmitida ao ponto A pelo atero dado no esquema abaixo.
γ = 22 kN/m3
+3m
hat
0m
α δ
β
α = 28,5º
β = 56,0º • -9m
δ = 42,0º A
z
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 128
14) Dada a situação em planta de um ponto A, calcular a influência da sapata carregada com 480
kN/m2 a 5 metros de profundidade.
1m
A
3m
9m 4m
3m 12m 3m
+3m
γ = 22 kN/m3
0m
-6m
A B C D
3m 3m
16) Três pilares afastados 6,0 m de eixo a eixo, transmitem as cargas indicadas no perfil abaixo.
Considerando as ditas cargas como puntiformes, calcular as pressões transmitidas ao meio
da camada de argila, sob cada pilar.
6m 6m
P1 = 48 t P1 = 64 t P3 = 80 t
0m
- 1,5 m
Areia fina, medianamente compacta
- 3,5 m
- 7,5 m
Areia grossa compacta
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 129
17) Calcular a pressão vertical nos pontos A, B e C, abaixo indicados devido a uma estaca
carregada com 500 kN, sendo que 350 kN são transmitidos pela ponta da estaca e 150 kN
pelo seu atrito lateral.
15 m c
C = 15 m
z = 20 m z
x=5m
x
A B C
5m 5m