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RESENHA: EDUCAR PELA PESQUISA

PEDRO DEMO

DEMO, PEDRO. Educar pela pesquisa. 5. ed. Campinas.SP: Autores associados.


2002.

Pedro Demo é Ph. D em sociologia pela Universidade da Alemanha. Foi


professor da Pontifícia Universidade católica do Rio de Janeiro, da Universidade
Federal de Fluminense e do Instituto de Pesquisas Educacionais do Rio de Janeiro, no
período de 1972 a 1974. Desde 1976 é professor da Universidade de Brasília. É
também autor dos livros “Introdução a Metodologia da Ciência”, “ Sociologia”, ambos
publicados pela editora Atlas,dentre outros.

O escritor, Pedro Demo, em seu livro Educar pela pesquisa, gera uma
discussão em torno do papel estratégico da pesquisa como princípio educativo
no processo de aprendizagem qualitativa na escola e na universidade.
Importância pedagógica da pesquisa para formação da capacidade de saber
pensar, aprender a aprender, questionar. Desafio do currículo intensivo, menos
voltado para a transmissão horizontalizada de conteúdos, e mais para a
formação da capacidade autônoma dos alunos, com base em pesquisa e
elaboração própria. Compromisso com a cidadania competente da escola e da
universidade.
A convicção de que a educação pela pesquisa é a especificidade mais
própria da educação escolar acadêmica, porque o questionamento com
qualidade é a cerne da pesquisa, então surge à necessidade de fazer da
pesquisa uma atitude cotidiana no professor e no aluno. A pesquisa é uma
propriedade especifica do ambiente escolar, a base da educação escolar é a
pesquisa e não a sala de aula, já que é a pesquisa que forma o sujeito crítico e
criativo, a aula apenas repassada e copiada não constrói nada, mas a uma
distinção entre a pesquisa praticada pelo doutor e pela criança não está nos
óbvios resultados, mas na qualidade, no questionamento reconstrutivo, cada
um dentro do seu próprio horizonte. A escola deve ser um ambiente criativo por
excelência, onde o aluno tem participação ativa e motivação constante, e não
um ambiente repressor que cultiva apenas a disciplina favorece o lúdico, ela
tem que valorizar o trabalho em equipe, buscando o equilibro entre
individualidade e solidariedade, além de habituar o aluno a ter iniciativa na
busca de material para pesquisa e combater a receita pronta, motivar o aluno a
fazer suas próprias interpretações, reelaborando-as, interpretar o material
pesquisado, ou seja, passar de atitude passiva para atitude crítica. Para isso o
professor tem que construir um projeto pedagógico próprio que deve estar em
atualização permanente e ter compromisso com o desempenho do aluno, além
disso, ele deve construir textos científicos e pedagógicos próprios com
fundamentação teórica, refazer o material didático, e testá-lo antes de levar aos
alunos, seja teórico ou prático, inovar na prática didática, lutando contra a aula
reproduzida e copiada e contra a postura passiva dos alunos, isto é, recuperar
constantemente a competência através da pesquisa, de cursos de atualização,
de eventos, de pós graduação, etc.

Crítica: A educação escolar se difere das demais formas, justamente pela


pesquisa. A família, amigos, o trabalho, dentre outros fatores, são responsáveis
pela educação dos indivíduos, porém estes últimos não são usuários da
metodologia da pesquisa, em si, podendo vez ou outra, recorrer a ela. A
pesquisa incorpora a prática com a teoria, e se faz presente no processo de
formação das pessoas, que acham no conhecimento, a forma mais eficaz de
inovação. A base da educação escolar é a pesquisa, e não a aula; e a pesquisa
precisa estar no cotidiano, amalgamada nas raízes políticas e sociais dos
educadores e alunos. A aula que apenas repassa conhecimento ou as
instituições de ensino que se dizem socializadoras de conhecimento, na
verdade, atrapalham o aluno, no sentido de que este está condenado a escutar
aulas, tomar notas, decorar e fazer provas, ou seja, o que existe na verdade, é
um "treinamento" do aluno.

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