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AULA 2 FILOSOFIA ANTIGA 1

Uma outra novidade na filosofia Socrática é o seu


objeto investigado: O homem, por isso mesmo é cha-
mada de filosofia antropológica. Em terceiro lugar Só-
crates é reconhecido por não ter deixado obra escrita,
mas apenas máximas, sendo a primeira uma resposta
à pergunta da sacerdotisa do templo de Apolo que
perguntara ao filósofo se ele era o mais sábio de Ate-
nas. Por sua vez ele respondeu “Só sei que nada sei”.
A segunda máxima não é atribuída a Sócrates, mas
estava gravado no portal de entrada no templo de Apo-
lo “ Conhece-te a ti mesmo”. Essa máxima é o centro
da filosofia socrática, que trata do autoconhecimento.

Metódo
Introdução
Os pré-socráticos representam o primeiro sistema O filósofo criou um método de se chegar a verdade
de pensamento do período da filosofia antiga. Agora chamado de maiêutica, que se refere ao ato de “parir”
damos continuidade no tema tratando dos filósofos verdades, através de perguntas continuas e a utilização
Sócrates e Platão onde será tratado em primeiro lugar de ironia até que a verdade seja provocada. Sócrates é
Sócrates e posteriormente falaremos de Platão. sem dúvida um divisor de “águas” no pensamento oci-
dental, tudo que veio antes é pré-socrático e após Só-
crates é pós-socrático. Sócrates foi um filósofo que
Vida
estabeleceu conceito como o procedimento que garan-
Sócrates, filósofo que nasceu em Atenas em 470
tiu a separação entra o discurso do filosófico e os ou-
a.C, tornou-se notável por motivos bem pontuais. Em
tros discursos.
primeiro lugar, foi o primeiro filósofo que preferiu a mor-
te á renunciar a sua filosofia. Como dizia ele, segundo
Platão “Não vou me defender, pois se eu me defender
o que os juízes vão querer de mim? Que eu pare de
filosofar, mas prefiro a morte a renunciar a minha filo-
sofia” 1992. Esse fato acontece quando Sócrates foi
acusado de não acreditar nos deuses de Atenas e en-
sinar novos valores aos jovens atenienses. Essa pas-
sagem trágica na vida do pensador é narrada na obra
de Platão, A apologia de Sócrates ou a defesa de
Sócrates.

Vida
Nasceu em Atenas e foi discípulo de Sócrates. Dife-
rente de seu mestre deixou uma extensa obra escrita.
Foi o primeiro a estabelecer uma escola para filósofos,
chamada de A academia.

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Teoria A República
Em sua teoria do conhecimento o filósofo divide o O livro A República a é composto de 23 capítulos e
conhecimento humano em dois mundos, onde o mundo é no capitulo 7 será encontrado o famoso mito da ca-
sensível serio o mundo prático, do uso dos sentidos e verna, que aborda a denúncia contra a injustiça a Só-
consequentemente do engano, da mentira e do erro, crates que foi acusado, julgado e condenado a morte
pois esse mundo é transitório, finito e mutável. Já o injustamente. Além do mais, trata-se da denúncia con-
mundo inteligível é o mundo das ideias onde a verdade tra aqueles indivíduos que usam os sentidos como
é verificável no campo ideal, do raciocínio, do entendi- critério para estabelecer a verdade na vida.
mento, do conhecimento intelectual. Os sentidos enga- Platão e sua filosofia continuam sendo estudados e
nam, as ideias esclarecem. Platão usa a dialética como pesquisados em todas as universidades do planeta e
seu método através do uso de diálogos com a busca seus temas são recorrentes no mundo acadêmico.
na contradição dos argumentos e o descobrimento da
verdade. Suas obras atravessam os vários temas que a EXERCITANDO
percorrem a vida do homem, por exemplo, o amor, o
conhecimento, a verdade, a política, os sofistas e etc.. 1. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a
respeito do pensamento filosófico de Só-
Filosofia Política crates.
No campo da I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão,
política, Platão de apresenta a defesa de Sócrates diante das acu-
espirito aristocrá- sações dos atenienses, especialmente, os sofis-
tico escreveu uma tas, entre os quais está Meleto.
obra fundamental II. Sócrates dispensa a ironia como método para re-
chamada futar as acusações e calúnias sofridas no pro-
A República. cesso de seu julgamento.
Trata- se de uma III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a
republica ideal de “corromper a juventude”.
que nunca existiu IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celes-
em lugar algum, tes e terrenas, a não acreditar nos deuses e a
exceto na cabeça tornar mais forte a razão mais débil.
do filósofo e nas V. Sócrates nega que seus acusadores são ambici-
páginas que com- osos e resolutos e, em grande número, falam de
põe essa obra de forma persuasiva e persistente contra ele.
filosofia política.
Na república de Assinale a alternativa que apresenta apenas as
afirmativas CORRETAS.
Platônica existem
a) II, IV e V.
três classes soci-
b) I, III e IV.
ais, onde a primei-
c) I, III e V.
ra e mais importante era a do governante que caberia
d) II, III e V.
ao mais sábio chamado de filósofo – rei. A segunda
e) I, II e III.
classe social tratava- se dos militares chamados de
guardiões que eram representados pelos militares, a 2. (Ufu 1998) Sócrates é tradicionalmente
terceira e última classe tratava-se dos cidadãos inferio- considerado como um marco divisório da
res que usam os sentidos para viver e teriam o papel filosofia grega. Os filósofos que o antece-
de prover a sociedade, sendo chamados de produto- deram são chamados pré-socráticos. Seu
res. Uma república onde escravos e mulheres não fazi- método, que parte do pressuposto “só sei
am parte, mas que, segundo filósofo, procurava o bem que nada sei”, é a maiêutica que tem como
dos cidadãos. objetivo:

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I. “dar luz a ideias novas, buscando o conceito”.
II. partir da ironia, reconhecendo a ignorância até
chegar ao conhecimento.
III. encontrar as contradições das ideias para chegar
ao conhecimento.
IV. “trazer as ideias do céu à terra”.

Assinale
a) se apenas I e II estiverem corretas.
b) se apenas I e III estiverem corretas.
c) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
d) se apenas III e IV estiverem corretas.
e) se apenas I e IV estiverem corretas.

3. (Ufu 2002) “Mas quem fosse inteligente (…)


lembrar-se-ia de que as perturbações visu-
ais são duplas, e por dupla causa, da pas-
sagem da luz à sombra, e da sombra à luz.
Se compreendesse que o mesmo se passa
com a alma, quando visse alguma pertur-
bada e incapaz de ver, não riria sem razão,
mas reparava se ela não estaria antes ofus-
cada por falta de hábito, por vir de uma vida
mais luminosa, ou se, por vir de uma maior
ignorância a uma luz mais brilhante, não
estaria deslumbrada por reflexos demasia-
damente refulgentes [brilhantes]; à primei-
ra, deveria felicitar pelas suas condições e
pelo seu gênero de vida; da segunda, ter
compaixão e, se quisesse troçar dela, seria
menos risível esta zombaria do que aquela
que descia do mundo luminoso.”
A República, 518 a-b, trad. Maria Helena da Rocha Perei-
ra, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.

Sobre este trecho do livro VII de A República de


Platão, é correto afirmar.
I. A condição de quem vive nas sombras é digna de
compaixão.
II. O filósofo, sendo aquele que passa da luz à som-
bra, não tem problemas em retornar às sombras.
III. O trecho estabelece uma relação entre o mundo
visível e o inteligível, fundada em uma comparação
entre o olho e a alma.
IV. No trecho, é afirmado que o conhecimento não
necessita de educação, pois quem se encontraria nas
sombras facilmente se acostumaria à luz.
Marque a alternativa que contém todas as afir-
mações corretas.
a) II e III b) I e IV GABARITO DO EXERCITANDO:
c) I e III d) III e IV 1–B 2–A 3-C

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