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Agosto de 2007
Palestrantes: Dra. Antonia M O Machado (SP) e Dra. Ana Cristina Gales (SP)
2. Em processo de auditoria para acreditação, fomos orientados como ponto de melhoria que o
Laboratório de Microbiologia deveria ter o Controle de Umidade Relativa do Ar. Não
encontramos na literatura , nem em Laboratórios de Referência a Umidade Relativa do ar
adequada . Vocês poderiam nos orientar?
Resposta: No Setor de Microbiologia a temperatura ambiente deve ser mantida entre 23 e 29 graus C e a
umidade relativa do ar deve ser mantida entre 30 e 50%, a menos que os fabricantes dos equipamentos
disponíveis no local determinem outras faixas. A umidade dentro das incubadoras (estufas) deve ser mantida
entre 40 e 50% com níveis de CO2 entre 5 e 10%.
4. O pH pode ser medido com fita de pH? Qual seria a fita indicada?
Resposta: Não, pois o pH do meio ideal é de 7,2 a 7,4 e não há fita que detecte esta precisão. Neste caso é
melhor comprar meio pronto e exigir o certificado de qualidade.
10. Para qual meio de cultura é importante e como se faz o controle da qualidade dos cátions
divalentes, como o zinco?
Resposta: Para o Agar Muller Hinton, com a utilização da cepa de Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853. O
CLSI descreve este procedimento.
11. Para qual meio de cultura é importante e como se faz o controle da qualidade para a timidina
no meio de cultura?
Resposta: Para o Agar Muller Hinton, com a utilização da cepa de Enterococcus faecalis ATCC 29212 versus
Trimetoprim/ Sulfametoxazol. Altas concentrações podem interferir na atividade da sulfonamida/trimetoprim,
permitindo liberação de falsa resistência.
12. Após o preparo, qual a estabilidade em geladeira dos seguintes meios: Agar CLED, Teague e
Muller-Hinton?
Resposta: Todos estes meios têm durabilidade razoável quando bem acondicionados, isto é protegidos de
desidratação e do calor. O ideal é que o consumo seja dentro de uma semana, mas pode durar até 1 mês. O que
deve ser observado sempre, independente do tempo, são as condições da superfície do meio, ao menor sinal de
desidratação deverá ser descartado.
13. Como se faz o controle da esterilidade das placas contendo meios de cultura preparadas no
laboratório?
Resposta: Se são preparadas menos que 100 placas, pegar aleatoriamente algumas (p ex: 3 a 5) e colocar
estufa de atmosfera ambiente a 35 ± 2°C durante 24 a 48 horas. Observar se houve sinais de contaminação.
Quando são preparadas mais de 100 placas, deve ser realizado o mesmo procedimento acima, mas com 10%
das placas confeccionadas.
14. Para meios de cultura em placas, adquiridos comercialmente e com controle da qualidade já
realizado com cepas ATCC pelo fabricante, o laboratório também deve fazer o controle da
qualidade?
Resposta: Primeiro: sempre exigir o documento que comprove a qualidade do produto recebido. Segundo: todo
material recebido deve ser validado antes ou concomitantemente ao uso, portanto deve ser feito o controle
interno da qualidade. Como o problema, principalmente no laboratório de microbiologia é o custo, fazemos o
nosso controle de qualidade semanal ou mensal, conforme estabelecido na sua rotina e já consideramos estes
primeiro resultado como o da validação.
15. Qual (is) o(s) meio(s) de cultura indicado(s) para a conservação de cepas ATCC? Como
adquiri-lo(s)? Por quanto tempo as cepas ATCC permanecem viáveis?
Resposta: Existem vários meios específicos para a conservação de cepas ATCC, mas o mais utilizado para
mantê-las em freezer é o “Skim Milk” (leite desnatado).
16. Quantos repiques das cepas ATCC podem ser feitos sem perda da qualidade?
Resposta: No máximo 5 passagens a partir da cepa original.
17. Após a reconstituição da cepa liofilizada e realizado o repique, como conservar? Em que
meios de cultura? Devo comprar sempre outras cepas liofilizadas, após reconstituir a que já
possuo ou posso ficar repicando várias vezes a mesma cepa? Adquirimos cepas ATCC S.
aureus e P. aeruginosa em disco. Temos dúvidas sobre como podemos conservar alíquotas.
Nosso freezer é -20ºC. Podemos conservar aliquotas em caldo simples? Foi exposto um
esquema para repique das cepas ATCC para 1 ano e 90 dias. Pode ser melhor explicado?
Cultura de trabalho
Cultura de trabalho Freezer
2° repique -20°C ou – 60°C
1° repique
Resposta: Passo a passo:
• Ao receber uma cepa liofilizada, ela deve ser hidratada conforme recomendações do fabricante;
• Fazer o primeiro repique, e depois o segundo repique, sempre no meio adequado para a bactéria;
• Deste repique serão feitos os pools de trabalho, portanto deverão ser preparados para cada mês do
1°ano antes de congelar e ainda para o 2° e 3° anos (isto para evitar descongelamentos
desnecessários);
• Quando for utilizar as do 2° ou 3° anos, preparar para todos os meses;
• Colocar em freezer – 60°C ou 70°C (caso não tenha, colocar em freezer a -20°C, correndo o risco de
perdê-las, apesar de que, se os cuidados para que não haja descongelamento forem tomados, a
durabilidade é suficiente).
Outra forma bastante prática é utilizar frascos com miçangas. Retirar para o trabalho apenas o frasco
correspondente ao mês de uso. Seguir o fluxo de trabalho abaixo:
Cultura de trabalho
2ª passagem
Cultura
1ª repique
meio específico
incubar 18 a 24 horas
Cepa de referência
Validação da cepa
Avaliar se há contaminação Incubar 18 a 24 horas
Identificação
Teste de suscetibilidade
geladeira
19. Como conservar cepas fastidiosas como as de Neisseria spp, Haemophilus spp e
Streptococcus pneumoniae (meio e temperatura, por favor)? O meio "Skim Milk" a -20°C é
adequado? Por quanto tempo elas podem ser mantidas? Tenho freezer a -70°, “skim milk” e
TSB com glicerol com pérolas, mas não estou conseguindo manter as cepas de
S.pneumoniae e Neisseria vivas. Para S. pneumoniae não se recomenda adicionar sangue. O
que fazer?
Resposta: As bactérias fastidiosas, principalmente o S.pneumoniae, são melhor conservadas em sangue de
coelho, mas o Skim Milk tem oferecido bons resultados em nossa experiência.
20. As cepas ATCC podem ser mantidas em freezer tipo “frost free"? : Os discos de
antimicrobianos podem ser mantidos em freezer tipo “frost free"?
Resposta: O problema do uso de freezer tipo “frost free” está mais relacionado a oscilações da temperatura
interna. Um freezer tipo “frost free” funciona com três elementos:
1) Um timer;
2) Uma serpentina aquecedora;
3) Um sensor de temperatura.
A cada seis horas o timer aciona a serpentina aquecedora, a qual derrete o gelo acumulado na placa. Quando o
gelo derrete, a temperatura do sensor vai a 0ºC e a serpentina aquecedora é desligada. Este ciclo de aumento e
redução da temperatura pode afetar os materiais armazenados.
Nas situações para as quais apenas se deseje manter a temperatura dentro da faixa ideal, os equipamentos “frost
free” atendem, desde que um termômetro tipo máxima e mínima comprove que a temperatura oscila dentro da
faixa recomendada para cada material. Contudo, não é incomum encontrarmos na literatura que este
equipamento seja desaconselhado para soroteca, para cepas padrão, para calibradores e outros tipos de
materiais críticos.
22. Qual o custo médio das cepas ATCC? Onde adquirir cepas ATCC, com preços mais em
conta ?
Resposta: O custo varia de acordo com o fornecedor. Algumas alternativas são:
- Incluir o fornecimento das cepas ATCC adequadas ao controle da qualidade do laboratório nos contratos de
comodato ou de aquisição de equipamentos (principalmente nos serviços públicos);
- Solicitar cepas aos LACENS;
- Alguns fornecedores para aquisição:
• American Type Culture Collection - ATCC – www.atcc.org;
• Bioscan Diagnóstica - www.bioscan.com.br;
• Coleção de Culturas Tropical - www.cct.fat.org.br;
• Control Lab - www.control-lab.com.br
Obs: Existem outras fontes. A SBPC/ML não tem interesse comercial nesta divulgação, e as empresas acima ,
citadas apenas para facilitar para os que ainda não adquirem cepas controle.
23. Trabalho em um laboratório ambulatorial e o controle da qualidade do TSA é feito com cepas
ATCC, mas somente E. coli , S. aureus e P.aeruginosa . Isso é correto?
Resposta: Não. Primeiro, seria preciso saber quais são estas cepas ATCC e segundo é necessário controlar, por
exemplo, a produção ou não de ESBL, pois já é um problema na comunidade:
• E.coli ATCC 25922 - Cepa não produtora de lactamase;
• E.coli ATCC 35218 - Cepa produtora de lactamase .
Nota: Será enviado aos participantes o documento da ANVISA/OPAS/OMS “Controle Interno da Qualidade do
TSA”.
24. Podem ser utilizados os frascos de Hemocultura Automatizada para conservar cepas ATCC?
TSA – Perguntas e respostas 4
Resposta: Desconhecemos a literatura que evidencie este procedimento como adequado.
26. Os discos de antimicrobianos podem ser retirados do freezer por 2 horas, usados e depois
se pode devolver o restante? Ou os restantes devem ser conservados em geladeira?
Resposta: Os frascos que você utiliza na semana e deixa na geladeira podem ser devolvidos à geladeira, mas o
do freezer não, por isto é necessário adequar bem sua rotina para que este procedimento não ocorra.
27. Novobiocina e Bacitracina são utilizados para tratamento, ou apenas para identificação de
bactérias?
Resposta: Quando falamos nestes testes estamos falando em identificação bacteriana.
33. Para preparação do meio de cultura o que é mais recomendado, o uso da água deonizada ou
de água destilada?
Resposta: A água reagente mais utilizada em microbiologia é a tipo II, segundo a antiga classificação do NCCLS.
34. Como se faz o controle da qualidade da água reagente para preparo de meios de cultura?
Resposta: A água utilizada para o preparo de meios é a tipo II, o controle é realizado através do condutivímetro
para avaliação da resistividade.
36. Realizo o controle da qualidade dos discos a cada novo lote. Não o faço todos os meses.
Isto é correto?
Resposta: Após a validação do processo (TSA), é recomendável que seja feito pelo menos um controle mensal,
apesar do CLSI recomendar o controle semanal.
37. Como se interpretam algumas cepas que crescem dentro do halo de inibição?
Resposta: Primeiro deverá ser certificado se não há contaminação, o inóculo deve conter apenas o agente em
teste. Descartada a possibilidade de contaminação, colônias dentro do halo de inibição devem ser de cepas mais
resistentes, portanto na leitura deverá ser considerado o halo interno.
39. Quando se tem duas cepas Gram negativas pode-se fazer um pool das cepas para o inóculo
do TSA?
Resposta: O inóculo para o TSA deve conter apenas um isolado em cultura pura. É importante lembrar que toda
padronização para o teste leva em consideração a bactéria isolada, por exemplo, a leitura dos halos de um teste
com Pseudomonas aeruginosa é diferente do Acinetobacter spp.
40. Trabalhamos com hospital de grande porte, mas o laboratório é pequeno e a rotina é grande.
Como manter a qualidade mesmo fazendo o TSA por difusão em disco?
Resposta: Realmente este é um dos grandes desafios da microbiologia e o envolvimento de todos os
colaboradores no objetivo de alcançar a qualidade desejada é fundamental. É importante também o envolvimento
dos diretores e administradores da instituição, pois a qualidade serve não só para garantir a acurácia do teste,
mas também o cumprimento das exigências legais de um laboratório.
41. No controle interno de TSA com cepa padrão, quando houver um resultado inadequado (um
resultado para um determinado antibiótico apenas fora das especificações), deve-se repetir
o esquema de análise deste antimicrobiano por 5 dias ou deve-se repetir todos os outros da
mesma bateria também?
Resposta: Uma análise crítica dos resultados do controle é fundamental antes de qualquer atitude. Primeiro
verificar ser há algum erro evidente, por exemplo, disco errado. Sendo apenas um disco fora dos valores
esperados, provavelmente deve haver algum problema com este disco. Então se deve repetir o teste com outro
disco, se o problema persistir, provavelmente o problema é com o lote. Haverá necessidade de iniciar o teste de 5
dias, apenas se as medidas corretivas não foram eficazes.
42. Como se deve agir quando o TSA por disco difusão apresenta crescimento de fungos?
Resposta: Quando o TSA é para uma determinada bactéria e há contaminação com outra bactéria ou fungo, é
obrigatório o re-isolamento da bactéria para que se obtenha um inóculo puro.
43. Qual a relação entre a Klebsiella spp. e a ampicilina? Ela deve ser obrigatoriamente
sensível?
Resposta: A Klebsiella pneumoniae tem resistência intrínseca à ampicilina, então ela pode ser uma referência de
que algo estará errado se no TSA tivermos uma K.pneumoniae resistente à ampicilina, ou está errado o TSA ou a
identificação.
44. O que deve ser utilizado como prova para Enterococcus resistente à Vancomicina?
Resposta: Há necessidade de uma identificação correta, são fundamentais a prova de motilidade e detecção de
pigmento. A resistência deverá ser feita através da avaliação da MIC, o método mais prático é o E test.
45. Quantos antibióticos, em média, devo testar no antibiograma para enterobactérias? E para
não fermentadores?
Resposta: O recomendado é que não coloque mais de 12 discos na placa de 15 cm e mais de 5 discos na placa
de 9 cm, agora quantos discos serão testados deve ser padronizado pelo seu laboratório. Se o laboratório atende
hospitais é interessante uma parceria com os infectologistas, CCIH e farmácia nesta padronização. Como
orientação sugiro a utilização da padronização do CLSI, disponibilizada pela ANVISA
(http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/index.htm)
46. Para Enterococos pode-se testar apenas PEN, AMP, VAN, TEC, GEN 120 e ESTREPTO 300?
Resposta: São as drogas principais, mas é recomendado que se faça a detecção de β lactamase em isolados de
matérias nobres, por exemplo, sangue e líquor.
50. Deve-se realizar TSA para S.pyogenes e S. agalactiae? E o que testar para os outros beta-
hemolíticos?
Resposta: Como os S.pyogenes e S. agalactiae são sensíveis às penicilinas e outros β lactâmicos preconizados
para o tratamento das infecções por estes agentes, não é necessária a realização rotineira do TSA. Para outros
beta-hemolíticos a padronização é a mesma.
51. Deve-se realizar TSA para S.saprophyticus? Ou pode ser liberada uma nota para o médico?
Como seria ela?
Resposta: Para isolados de urina não há necessidade do teste, rotineiramente. A nota deve justificar que
quando isolado de urina o teste pode ser desnecessário, pois a infecção responde às concentrações de
antimicrobianos frequentemente utilizados no tratamento de infecções agudas não complicadas.
53. Deve-se proceder o TSA para S.aureus pelo método de disco-difusão ao invés de utilizar o
método automatizado? Ou deve-se testar somente a OXA ou a VANCO paralelamente ao
método automatizado?
Resposta: O teste automatizado realmente não é o melhor para a detecção de resistência à vancomicina, mas o
disco difusão também não, portanto o melhor é associar ao método automatizado a triagem pelo método de
diluição em agar com 6 µg/ml de vancomicina.
55. Em cultura de urina, qual o número mínimo de antimicrobianos que deve ser testado?
Resposta: O recomendado é que não coloque mais de 12 discos na placa de 15 cm e mais de 5 discos na placa
de 9 cm, agora quantos aos discos que serão testados deve ser padronizado pelo seu laboratório. Se o
laboratório atende hospitais é interessante uma parceria com os infectologistas, CCIH e farmácia nesta
padronização. Outra coisa importante é diferenciar o teste para bactérias isoladas em urina de pacientes
internados. Como orientação sugiro a utilização da padronização do CLSI, disponibilizada pela ANVISA
(http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/index.htm)
60. Como deve ser realizado o CQ para a tira de E-Test? Com qual freqüência?
Resposta: Similar ao método de disco difusão.
61. O E-Test não ser padronizado pelo CLSI compromete os laudos liberados pelos laboratórios
que fazem uso desse método? Os resultados são confiáveis? O CLSI apenas não realiza
estudos acerca do E-Test ou não o recomenda?
Resposta: Não compromete e os resultados são confiáveis.
62. Para pneumococos resistentes à OXA e PEN à disco difusão, devo testar quais
antimicrobianos por E-Test?
Resposta: Penicilina, Ceftriaxona e Meropenem.
63. Qual o procedimento indicado para identificação de cepa ESBL na rotina laboratorial?
Gostaríamos de detalhes ou de uma referência.
Resposta: Resistência a penicilia, cefalosporina e aztreonam, é preditivo de produção de ESBL. O CLSI tem a
rotina estabelecida para a triagem e confirmação da produção de ESBL.
64. É certo ou errado liberar a nota a seguir para cepas ESBL? NOTA: “Cepa produtora de ESBL
(beta -lactamase de espectro estendido), podendo haver falha terapêutica com a utilização
de cefalosporinas, monobactams e penicilinas de amplo espectro”.
Resposta: É correta a orientação.
65. Caso a cepa seja produtora de ESBL, libera-se o resultado da Cefoxitina no laudo?
Resposta: Não se deve liberar o resultado da cefoxitina para não induzir o médico a usá-la no tratamento. Mas,
ele é importante para dados epidemiológicos.
66. A Oxoid deixou de fabricar os discos combinados para confirmação de ESBL. Como fazer o
teste confirmatório?
Resposta: Existe a padronização para a triagem e confirmação pelo CLSI.
68. Para as cepas de E.coli, Klebsiella spp e Proteus spp Beta lactamase positivas que
apresentam sensibilidade a Cefalosporina de 3ª geração no TSA, esses resultados devem
ser liberados com um alerta para possível fracasso clínico ao uso da droga?
Resposta: Se o teste confirmatório for positivo, o isolado deve ser reportado como resistente para todas as
penicilinas, cefalosporinas e aztreonam, Mas é interessante colocar uma observação indicando que o isolado é
produtor de EBSL alertando à possível falha terapêutica.
69. Algumas bactérias se mostram sensíveis aos beta-lactâmicos de 3ª ger. nos testes
preliminares, mas são ESBL positivas. Como liberar o resultado dos beta-lactâmicos?
Resposta: Liberar o resultado encontrado.
70. Tenho isolado com freqüência E.coli produtora de ESBL na urina, na rotina laboratorial.
Coloco a seguinte nota: “Microrganismo produtor de B lactamase de espectro estendido,
podendo ser clinicamente resistente a terapia com penicilinas, cefalosporinas de 1ª a 4ª
geração e monobactans.” Descrevo como resistente a AMO-CLA, ceftriaxona, ceftazidima e
aztreonam. Cefoxitina reporto o resultado encontrado. Qual a opinião de vocês? Quais
drogas devo testar a mais para dar mais opção ao clínico, em se tratando de infecção
urinária?
Resposta: Quanto à observação tudo bem. Devem ser colocados como resistentes todas as cefalosporinas
(ceftriaxona, ceftazidima e cefepima) e aztreonam, não liberar a cefoxitina. Quanto às associações o CLSI
recomenda liberar exatamente o resultados encontrado.
72. O que vocês acham da solicitação da ANVISA de desenvolvermos trabalhos referentes aos
pontos de corte no Brasil, pois os que utilizamos hoje atenderiam a uma realidade
internacional?
Resposta: Primeiro acredito ser necessário os laboratórios de microbiologia nacionais liberarem seus resultados
com muita qualidade, depois sim avaliar a necessidade de criar parâmetros nacionais.
73. Para cepas de Acinetobacter baumanii resistentes a carbapenêmicos pode ser usada a
Tigeciclina? Quais os pontos de corte?
Resposta: A tigeciclina é recomendada para bactérias Gram positivas, mas não para Pseudomonas e
Acinetobacter.
74. Muitas das interpretações sugeridas na palestra necessitam de MIC. Grande parte dos
laboratórios do país realiza apenas o TSA por disco-difusão. Sendo assim, como orientar
aos clínicos gerais em relação à interpretação da S ou da R no seu caso clínico e a droga a
utilizar?
Resposta: Precisamos da MIC para confirmação de resistência à vacomicina nos estafilococos e enterococos, e
para o S .pneumoniae caso a oxacilina tenha um halo ≤ 19 mm fazer a detecção da MIC para penicilina, se
necessário para ceftriaxona e meropenem.
76. Está indicada a determinação de MIC para estreptococos do grupo viridans? Qual a técnica
indicada?
Resposta: É indicada a determinação da MIC para penicilina. O E-test é a metodologia mais prática.
77. É possível determinar MIC em laboratório de pequeno porte, a um custo acessível? Em quais
situações um laboratório de pequeno porte que atende a hospitais deveria viabilizar a
determinação de MIC?
Resposta: Qualquer laboratório de microbiologia deve estar preparado para fazer a detecção da MIC,
independente do seu tamanho, pois para o TSA de algumas bactérias x alguns antimicrobiano este é o único
recurso. Na implantação do método é importante avaliar o custo/benefício e não apenas o custo.
78. Como se deve interpretar o MIC automatizado, uma vez que seus valores são presumíveis?
Resposta: Os sistemas automatizados fornecem valores de break points, inferindo valores que definem se a
bactéria é sensível, intermediário ou resistente. Sua interpretação é realizada segundo os padrões definidos.
79. Para Staphylococcus spp, quais os antimicrobianos deveriam ter a sua MIC determinada
obrigatoriamente?
Resposta: Principalmente a vancomicina na suspeita de resistência.
80. A Gatifloxacina apresenta ação nefrotóxica. Qual a sua indicação? No Brasil, a gatifloxacina
ainda está sendo comercializada?
Resposta: A gatifloxacina foi retirada do mercado.
81. Estamos trabalhando junto ao infectologista do hospital para reduzir o uso de imipenem.
Neste caso qual seria o antibiótico de escolha, principalmente para paciente com ventilação
mecânica?
Resposta: Para o uso de terapia empírica mais adequada é importante a avaliação epidemiológica da etiologia
das pneumonias na instituição.
88. A leitura de placas de placas de disco-difusão para derivação da MIC (ex: marca DME) é um
procedimento validado para esta finalidade?
Resposta: Existe uma relação inversa entre o halo e a MIC, conforme a curva apresentada abaixo, e o sistema
DME utiliza este recurso.
100
50
25
12
MICs (µg/mL)
6.25
3.12
1.6
0.8
0.4
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
89. Gostaria de obter sugestões de laudos para ajudar os médicos na escolha do antimicrobiano
e sobre as mutações existentes. Onde encontrá-las ou como formulá-las?
Resposta: O CLSI dá orientações que subsidiam a formulação destas observações para orientar o médico como
interpretar e utilizar bem o resultado do TSA. Por ex. Cepa produtora de ESBL; sinergismo positivo de
gentamicina ou estreptomicina frente ao enterococo.
90. Em minha opinião, o laudo descritivo, baseado na experiência clínica, deveria ser função do
infectologista. Qual a opinião das palestrantes?
Resposta: O laboratório de microbiologia tem um papel importante no controle da resistência microbiana e às
vezes é ele que tem as informações para fazer as orientações. Por ex. Cepa produtora de ESBL; sinergismo
positivo da gentamicina ou estreptomicina frente ao enterococo
91. É correta a colocação no laudo do TSA, ao lado do nome de uma cefalosporina, a geração à
qual pertence?
Resposta: Não é necessário.
93. Como deveria ser liberado um laudo de uma Cepa “MBL” (sic:ESBL?) positiva e sensível a
Impenem?
Resposta: A cepas produtoras de metalo-beta-lactamases são resistentes aos carbapenems e
cefalosporinas.
94. É adequado liberar TSA para duas bactérias quando há crescimento de microorganismos
diferentes, mesmo sendo ambos Gram negativos provenientes de secreções como escarro,
aspirado traqueal etc?
Resposta: Apesar de haver trabalhos que citam esta possibilidade, não tem nada padronizado. O TSA só está
padronizado para cepas isoladas, isto é, apenas uma bactéria.
97. Foi citado um documento onde se podem encontrar modelos de planilhas para controle da
qualidade. Qual é e onde encontrar? Existe algum manual técnico para práticas laboratoriais
em microbiologia, onde se tenha qualidade e um custo razoável?
Resposta: No site da ANVISA, em publicações em Serviços de Saúde, temos várias orientações de acesso livre,
incluindo o CLSI traduzido (http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/index.htm). Estamos também
enviando anexo o documento ANVISA-OPAS-OMS “Controle Interno da Qualidade do TSA”.
101. Ficou clara a importância dos documentos do CLSI. Fica a sugestão de que a
SBPC/ML faça, através de eventos como este, a divulgação e discussão destes documentos.
O que vocês acham disto?
Resposta: A ANVISA já está fazendo esta tarefa. Acho importante o papel da SBPC/ML na realização de eventos
educativos. Como este.
FIM