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Sumário

Apresentação������������������������������������������������������������������������������������������������ 6

Prefácio (SOBRAFO)���������������������������������������������������������������������������������������7

Prefácio (SBTMO)������������������������������������������������������������������������������������������ 8

Acompanhamento farmacêutico antes e durante o


transplante de células-tronco hematopoéticas����������������������������������� 9

Cuidados farmacêuticos pós-alta hospitalar�������������������������������������� 22

Medicamentos com monitoramento sérico utilizados na


prática clínica do TCTH������������������������������������������������������������������������������ 33
Transplante de células-tronco
hematopoéticas: Medicamentos utilizados em TCTH��������������������������������������������������������46

Introdução para farmacêuticos Interações medicamentosas clinicamente relevantes em TCTH�������84


Vol II Incompatibilidades físico-químicas em TCTH������������������������������������94

5
Acompanhamento farmacêutico
Com a introdução dos protocolos de condiciona- ferritina. Outros fatores de risco incluem uso de
mento de intensidade reduzida, um maior núme- antibióticos (alguns de terceira geração, como
ro de pacientes idosos é submetido ao TCTH. Um as cefalosporinas) e de nutrição parenteral, pré-

antes e durante o transplante de terço dos pacientes em transplante alogênico e


dois terços em transplante autólogo têm idade
superior a 50 anos,3 o que requer o manejo não
vios ao transplante.7 Com o intuito de minimizar
o risco do paciente para SOS na fase pré-TCTH,
algumas ações profiláticas podem contribuir para

células-tronco hematopoéticas só de medicamentos prescritos pós-transplante,


mas também daqueles indicados para condições
um desfecho positivo, como: minimizar exposição
a agentes hepatotóxicos (o que inclui suspender
preexistentes.4 Pacientes em transplante alogê- o consumo de álcool e o uso de paracetamol,
nico frequentemente ingerem mais de 15 dife- anti-inflamatórios não esteroidais e anticoncep-
Introdução medos e anseios quanto aos próximos passos do
procedimento. Neste momento, cabe ao farma-
rentes medicamentos diariamente, que incluem: cionais orais); promover a quelação de ferro em
pacientes com disfunção hepática (decorrente da
imunossupressores, antimicrobianos, anticoagu-
O transplante de células-tronco hematopoéticas cêutico atuar como educador, orientando pacien- sobrecarga de ferro) e evitar consumo de suple-
lantes, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes.5
(TCTH) é uma terapia complexa cujo sucesso en- tes e familiares em relação aos medicamentos mentos alimentares e ervas naturais que são co-
Assim, o risco de interações medicamentosas é
volve diretamente a atuação de uma equipe mul- que serão utilizados na fase da internação e mumente associadas a dano hepático.8
maior e é necessária uma avaliação farmacêuti-
tidisciplinar com olhar e cuidados centrados no após a alta, enfatizando suas principais caracte- ca criteriosa com o objetivo de otimizar a terapia
paciente. Neste cenário, o farmacêutico é parte rísticas e reações adversas esperadas. O farma- Também é importante avaliar fatores de risco
medicamentosa.4
do time e contribui em diversas etapas, desde a cêutico deve, ainda, levantar informações sobre o para outras complicações muito comuns e asso-
avaliação pré-transplante, acompanhamento du- histórico de saúde do paciente, seja durante Após elencar todos os medicamentos em uso ciadas à mortalidade após o TCTH, como as infec-
rante a internação, alta hospitalar e pós-TCTH. Em o atendimento farmacêutico, ou buscando infor- contínuo pelo paciente, é importante fazer a ções bacterianas, virais e/ou fúngicas. Assim, no
2016, o grupo Pharmacy Special Interest Group, da mações em seu prontuário. Dados relevantes in- análise de possíveis interações e das toxicida- momento da consulta farmacêutica, é importante
Sociedade Americana de Transplante de Medu- cluem: informações sobre medicamentos em uso des associadas. Para essa análise é possível usar investigar a ocorrência de infecções prévias, os
la Óssea (ASBMT, do inglês American Society for e possíveis interações; presença de infecções e ferramentas on-line como UpToDate® e Micro- patógenos isolados e os antimicrobianos ou an-
Blood and Marrow Transplantation), definiu as realização prévia de tratamento quimioterápico; medex®, ou bases de sua preferência. Neste mo- tifúngicos utilizados, com o objetivo de direcio-
competências essenciais para os farmacêuticos presença de morbidades como hipertensão, dia- mento o farmacêutico deve realizar intervenções nar a terapia empírica em caso de neutropenia
que atuam no cenário do TCTH, como: manejo de betes, obesidade. Também é importante fornecer junto à equipe médica e sugerir, caso necessário, febril, e a escolha do melhor perfil de profilaxia
medicamentos, que inclui conhecimento em te- especial atenção para dados de funções renal e modificações na terapia medicamentosa com o antimicrobiana e antifúngica durante o TCTH.
rapia antineoplásica de altas doses e de doenças hepática, ambas relacionadas com a metaboliza- objetivo de diminuir ou evitar problemas rela-
infecciosas; aconselhamento no uso de antineo- A profilaxia anti-infecciosa geralmente é inicia-
ção e excreção dos medicamentos, possibilitan- cionados a medicamentos (por exemplo, uma
plásicos e de outros medicamentos; manejo de da durante o período de risco (início do con-
do assim seu uso racional e contribuindo para reação adversa indesejada ou potencializada por
sintomas; monitoramento terapêutico de fárma- dicionamento ou após a infusão das células).
maior segurança do paciente. interações fármaco-fármaco). Outra observação
É importante lembrar que pacientes em uso
cos; elaboração do plano de alta e de transição importante é verificar, entre os medicamentos
profilático de sulfametoxazol-trimetoprima, em
de cuidado e educação da equipe multiprofissio- em uso, aqueles com maior risco para causar to-
nal, de pacientes e familiares.1 Levantamento de histórico de saúde xicidade hepática e renal, uma vez que tais efei-
razão de suas características mielossupressoras,
do paciente tos podem ser potencializados durante a fase
devem suspender o uso antes do início do
Neste capítulo abordaremos a atuação do farma- condicionamento, pois o medicamento pode
Sugere-se como primeiro passo para a atuação de condicionamento, levando a condições mais
cêutico nas fases do pré-transplante e durante o interagir de modo deletério com o regime de
farmacêutica pré-TCTH levantar todos os medi- sérias de saúde, como insuficiência renal aguda
período de internação do paciente. Com o obje- condicionamento, afetando o enxerto das célu-
camentos em uso, dosagens e horários de ad- ou síndrome obstrutiva sinusoidal (SOS).6 Estas
tivo de auxiliar na elaboração e implantação do las que serão infundidas.9
ministração. Esses dados podem ser obtidos e outras complicações serão abordadas adiante.
acompanhamento farmacêutico durante estas durante a consulta farmacêutica, ao solicitar que
fases do tratamento, abordaremos os principais Em TCTH alogênico, é importante avaliar previa-
pontos de atenção.
o paciente traga, no dia da consulta, todos os Orientação sobre os medicamentos
medicamentos de que faz uso. Assim, é possível mente fatores de risco para SOS, os quais incluem:
idade, aumento do nível basal de transaminases, que serão utilizados durante e após
avaliar as apresentações, dosagens e viabilidade
o TCTH
Avaliação farmacêutica para o uso e, ainda, verificar se as embalagens
(caixas, porta-comprimidos) são adequadas
taxa de bilirrubinas maior que 26 µmol/L prévia ao
TCTH, doença hepática preexistente (hepatite vi- Como abordado no início deste capítulo, o farma-
pré-TCTH para acondicionamento, entre outras avaliações. ral, positividade para citomegalovírus), doença de cêutico, em seu papel de educador, deve orientar
Na fase que antecede o TCTH, o paciente deve Uma importante ferramenta, que pode auxiliar base (mielodisplasias, erro inato do metabolismo, pacientes e familiares quanto aos medicamentos
passar por consulta médica e acompanhamento o farmacêutico a realizar o acompanhamento leucemia, imunodeficiência e talassemia), baixo que serão utilizados na fase da internação e após
por toda a equipe multidisciplinar para orienta- farmacoterapêutico de forma sistemática e do- desempenho na escala de Karnofsky (menor que a alta hospitalar. Essa comunicação deve ser rea-
ções e esclarecimentos a respeito do tratamento cumentada, é o método Dáder, desenvolvido 90%), irradiação abdominal ou hepática, exposi- lizada por meio de um discurso claro e objetivo,
proposto. Munir o paciente e o familiar/cuidador pelo Grupo de Investigação em Atenção Farma- ção a alguns medicamentos hepatotóxicos (par- evitando termos muito técnicos ou jargões mé-
de informações seguras, claras e objetivas pode cêutica da Universidade de Granada em 1999.2 ticularmente ao gentuzumabe ozogamicina), uso dicos, pois facilita o entendimento pelo pacien-
garantir maior adesão ao tratamento e diminuir de contraceptivos orais e nível sérico elevado de te e por seus familiares. É importante abordar

9 10
as principais toxicidades e complicações pelas
quais o paciente pode passar e que envolvam
adquiridos por intermédio de programas do Siste- que não existe um parâmetro único de dosagem
para descrever a farmacocinética em pacientes
Acompanhamento farmacêutico
efeitos adversos a medicamentos. Entre os pos-
ma Único de Saúde (SUS), e cabe ao farmacêutico
orientar quanto ao processo de aquisição. É im- obesos, uma vez que tais métodos são pouco va- durante o TCTH
síveis efeitos indesejados, citam-se os mais co- portante que o paciente, ao receber alta hospita- lidados, não disponíveis ou ambos.12 Após realização de todas as avaliações pré-TCTH e
muns: mucosite, dor abdominal, diarreia, náusea sua liberação, inicia-se então a programação para
lar, já possua os medicamentos em mãos e tenha Um exemplo que ilustra a ausência de parâme-
e vômito, perda de cabelos, infertilidade e toxici- internação, data de início do condicionamento e a
recebido todas as orientações para não compro- tro na determinação da dosagem é o medica- infusão de células. Durante esse período, pacien-
dade em órgãos como fígado, pulmões e ossos.
meter o tratamento. mento bussulfano. Recomenda-se que, quando tes submetidos ao TCTH estarão sujeitos a inúme-
Sugere-se consultar o capítulo “Medicamentos
utilizados em TCTH” deste material, que aborda estipulada em mg/kg, a dose seja calculada com ros desafios, passando por períodos de citopenias
base no peso ajustado, independentemente da profundas e frequentemente prolongadas, com
os principais fármacos utilizados e suas reações Avaliação da prescrição de riscos de infecções, sangramento e anemia; possi-
adversas mais comuns. presença da obesidade. Já para dose total maior
condicionamento que 12 mg/kg, sugere-se que o cálculo seja feito bilidade de desenvolvimento de disfunção hepá-
Muitos serviços de TCTH elaboram cartilhas ex- É também na fase pré-TCTH que a equipe médica conforme a farmacocinética, nível sérico e área tica e/ou renal; isolamento, que pode exacerbar o
plicativas de todo o processo do transplante, que discute e define qual o melhor regime de con- sob a curva (AUC, do inglês area under the curve) estresse social e emocional; perda de condiciona-
podem ser ferramentas valiosas no auxílio de pa- dicionamento a ser utilizado. Esses regimes en- alvo. Tal medida pode reduzir a taxa de incidên- mento físico e diversos outros fatores que podem
cientes e familiares, pois esclarecem as principais volvem o uso de altas doses de antineoplásicos, cia de SOS de aproximadamente 20% para me- afetar sua qualidade de vida.14
dúvidas sobre o procedimento. É importante que associadas ou não à radioterapia, e provocam nos de 5%.12 Ao ser internado, geralmente o paciente vai para
o farmacêutico participe na elaboração das car- diversas toxicidades que exigem profissionais es-
Embora a obesidade não seja uma barreira para uma unidade de cuidados especiais que garanta
tilhas, pois ele pode contribuir com informações pecializados para seu manejo. Assim, com o obje-
bons desfechos clínicos em TCTH, os dados são algumas medidas adicionais de proteção, como a
relacionadas aos medicamentos, às toxicidades tivo de evitar erros de medicação, o farmacêutico
limitação de contato com pessoas. Frequentemen-
esperadas do tratamento e às etapas do TCTH. deve conferir o protocolo prescrito e refazer os insuficientes para determinar doses ideais de
te, neste período também é realizada a colocação
cálculos das doses.1,4 medicamentos para o condicionamento de indi-
de cateter de inserção central de longa permanên-
víduos obesos. Até o momento não há recomen-
cia, com múltiplos lúmens, para facilitar a admi-
Uso de imunossupressores – Para a maioria dos agentes antineoplásicos cito- dação definitiva devido a limitações na literatura
nistração dos diversos medicamentos que serão
orientações e aquisição após tóxicos, a dose é prescrita em gramas, miligramas e evidência insuficiente para propor recomenda- utilizados. É importante que o farmacêutico rea-
ou unidades internacionais por metro quadrado, ções nível I ou II.12-14
tratamento representando a superfície corpórea (SC) do pa-
lize a reconciliação medicamentosa, para garantir
No Brasil, o ajuste de dose de bussulfano ba- que todos os medicamentos em uso habitual se-
Em TCTH alogênico, o uso de imunossupressores ciente. O cálculo para determinar a SC baseia-se
jam prescritos e os horários sejam corretamente
é parte do tratamento para prevenir uma compli- em dados de peso e altura do paciente, como seado no nível sérico e AUC alvo não é prática
aprazados, além de fazer o acompanhamento far-
cação muito comum, conhecida como doença do mostra a fórmula de Mosteller, em que:11 comum em todos os centros que realizam TCTH.
macoterapêutico durante todo o período.1,6,14
enxerto contra o hospedeiro (DECH ou GVHD, do No Estado de São Paulo, apenas uma instituição
privada realiza a dosagem de nível sérico, que
inglês graft-versus-host disease). A DECH ocorre SC (m2) = [altura (cm) × peso (kg)]
quando células T do doador reconhecem a pre- 3600
é medido após a administração de bussulfano Manejo de toxicidade relacionada
intravenoso. Amostras de sangue são coletadas
sença de antígenos de histocompatibilidade nas em tempos predeterminados para dosagem dos
aos medicamentos antineoplásicos
O farmacêutico deve conferir o peso e a altura
células do hospedeiro que diferem das células do níveis séricos correspondentes que são utiliza- Ao iniciar o regime de condicionamento, o far-
atuais do paciente para determinar corretamen-
doador. A DECH é classificada em aguda ou crônica, dos em uma fórmula complexa para determinar macêutico deverá estar atento às toxicidades re-
te sua SC, o que possibilita a dupla conferência
dependendo do momento de sua manifestação. A o ajuste da dose prescrita. A AUC alvo varia de lacionadas aos antineoplásicos utilizados nesta
das doses prescritas pelo médico. Alguns es-
proliferação de células T ativadas leva à produção acordo com a doença, regime de condicionamen- fase e saber o seu correto manejo. É necessário
tudos avaliam o uso de “peso ajustado” versus
e secreção de diversas citocinas, as quais são res- to escolhido e estado clínico do paciente. Para atentar-se também à terapia de suporte com
“peso real” do paciente para o cálculo da SC,
ponsáveis por efeitos inflamatórios e danos teci- facilidade de cálculo da dose é possível utilizar intuito de minimizar eventos adversos, como
dado especialmente importante para obesos,
ferramentas específicas desenvolvidas para sis- garantir o uso de antieméticos, uso de mesna
duais associados à DECH. Neste cenário, o uso de pois o número de pacientes nessa condição
temas Android® e IOs®. concomitante à ciclofosfamida em altas doses,
imunossupressores como ciclosporina, tacrolimo cresce em todo o mundo.12 Para determinar o
uso de anticonvulsivantes profiláticos (como fe-
e sirolimo tem como objetivo delimitar eventos peso ajustado, conforme fórmula abaixo, utilizar
Recomenda-se a leitura do material “Trans- nitoína, benzodiazepínicos etc.) associados ao
críticos que dão origem à ativação das células T peso em quilogramas (kg):13
plante de células-tronco hematopoéticas: intro- bussulfano, entre outros cuidados.15 O quadro 1
CD4+ alorreativas e à consequente amplificação peso ajustado = dução para farmacêuticos”,1 bem como outras elenca alguns medicamentos e suas principais
de sinais envolvendo a proliferação de células T.10 literaturas, para auxiliar na compreensão sobre toxicidades relacionadas não hematológicas.
peso ideal + 0,25 (peso real – peso ideal)
regimes de condicionamento, classificação e Para mais informações, sugere-se consultar o ca-
Na fase pré-TCTH, é importante orientar os pacien- Um artigo de revisão publicado pela ASBMT em particularidades. pítulo “Medicamentos utilizados em TCTH”.
tes sobre a importância de adesão ao tratamento 2014 mostrou que ajustes de dose para pacien-
com imunossupressores, os riscos da não adesão tes obesos foram realizados empiricamente ou
e as complicações que podem decorrer de seu extrapolados a partir de dados publicados para
uso. Medicamentos como ciclosporina podem ser a população não obesa. Evidenciou-se também

11 12
Quadro 1. Medicamentos utilizados em TCTH e suas principais toxicidades6 Quadro 2. Terapia antiemética em TCTH recomendada pela ASCO16

ANTAGONISTA DE RECEPTOR NK1 (escolher um)


Medicamento Toxicidade limitante não hematológica
125 mg, VO, 30 minutos antes da quimioterapia no primeiro dia, e
Aprepitanto
Bussulfano Gastrintestinal, hepatoxicidade, toxicidade pulmonar 80 mg/dia, VO, nos 2 dias subsequentes.
Fosaprepitanto 150 mg, IV, 30 minutos antes da quimioterapia no primeiro dia.
Carboplatina Hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, ototoxicidade 300 mg netupitanto + 0,5 mg palonosetrona, VO, 1 hora antes da
Netupitanto + palonosetrona quimioterapia no primeiro dia (cápsula única contendo ambos os
Carmustina Hepatoxicidade, toxicidade pulmonar medicamentos). Deve ser associado à dexametasona.
ANTAGONISTA DE RECEPTOR 5-HT3 (escolher um)
Ciclofosfamida Cardiotoxicidade 8 mg, VO, duas vezes ao dia; ou 8 mg, IV, três vezes ao dia; ou
Ondansetrona
0,15 mg/kg, IV, três vezes ao dia, nos dias da quimioterapia.
Citarabina Neurotoxicidade Granisetrona 1 mg ou 0,01 mg/kg, IV, nos dias da quimioterapia.
Palonosetrona 0,25 mg, IV, 30 minutos antes da quimioterapia, no primeiro dia.
Etoposídeo Mucosite
DEXAMETASONA
Fludarabina Neurotoxicidade 12 mg, VO ou IV, no primeiro dia antes da quimioterapia; e 8 mg, VO
Associada a aprepitanto
ou IV, uma vez ao dia nos três dias subsequentes.
Melfalana Mucosite 12 mg, VO ou IV, no primeiro dia antes da quimioterapia; 8 mg, VO ou
Associada a fosaprepitanto IV, uma vez ao dia no segundo dia; e 8 mg, VO ou IV, duas vezes ao
dia nos dois dias subsequentes.
Tiotepa Mucosite, neurotoxicidade
Associada a netupitanto + 12 mg, VO, 30 minutos antes da quimioterapia no primeiro dia, e
palonosetrona 8 mg, VO, duas vezes ao dia nos três dias subsequentes.
OLANZAPINA
Manejo de náuseas e vômitos combinações de acordo com essas recomenda-
10 mg, VO, uma vez no dia da quimioterapia, e 10 mg, VO, uma vez ao
associados ao regime de ções.16,17 Vale ressaltar que a ASCO sugere, ainda, Olanzapina
associar olanzapina profilática para pacientes dia nos três dias subsequentes.
condicionamento que não a receberam previamente e que apre- IV: intravenoso; VO: via oral.
Como os regimes de condicionamento envolvem sentaram náuseas e vômitos mesmo em uso de
o uso de altas doses de quimioterapia associadas terapia antiemética profilática adequada.16 Nessa fase, comumente os pacientes estão em de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO),
ou não à radioterapia, seu risco emetogênico va- ambiente hospitalar e os principais fatores que “Transplante de células-tronco hematopoéticas:
ria de moderado a alto. Entretanto outras causas, No cenário do transplante haploidêntico, é prá-
contribuem para maior risco de infecção são: uso introdução para farmacêuticos”. Como parte do
como o uso de antibióticos profiláticos e opioi- tica habitual evitar o uso de corticosteroides na
de cateteres venosos centrais, mucosite e neu- acompanhamento farmacoterapêutico, será dado
des (prescritos para o manejo de dor relacionada fase de condicionamento, pois acredita-se que
tropenia, sendo as infecções bacterianas, virais foco aos medicamentos utilizados, início de ad-
à mucosite, por exemplo), podem também con- interfiram na produção de linfócitos T alorreati-
e fúngicas as mais comuns. Ações profiláticas as- ministração e alguns pontos de atenção. Lem-
tribuir para indução de náuseas e vômitos, além vos, diminuindo o efeito anti-DECH da ciclofosfa-
sociadas ao manejo dos cateteres incluem: higie- brando que cada instituição deve seguir diretrizes
do efeito já associado à quimioterapia e à radio- mida. Entretanto, artigo publicado por Saad et al.
ne das mãos, limpeza do local da inserção com e protocolos previamente estabelecidos para sua
terapia. Desse modo, medidas de suporte devem demonstrou apenas um maior risco de reativa-
clorexidina, manter barreira íntegra, evitar cate- realidade.
ser empregadas para prevenir ou melhorar os ção de citomegalovírus.18
teres em sítios femorais e remoção de cateteres
efeitos de toxicidade. Em atualizações recentes, desnecessários.19 Assim, a equipe multiprofis- Profilaxia infecciosa antibacteriana é recomen-
European Society for Medical Oncology (ESMO), dada em pacientes submetidos ao TCTH autólo-
Multinational Association of Supportive Care in
Início de profilaxias antibacteriana, sional deve estar atenta quanto à ocorrência de
go ou alogênico com expectativa de neutropenia
infecções, monitorando sinais e sintomas relata-
Cancer (MASCC) e American Society of Clinical antiviral e antifúngica superior a 7 dias, assim como uso empírico de
dos pelo paciente, e o farmacêutico deve acom-
Oncology (ASCO) recomendam como profilaxia O início da profilaxia de infecções deve ocorrer panhar os dias de início/término das profilaxias. antibióticos de amplo espectro na abordagem da
de náuseas e vômitos para pacientes adultos na fase de condicionamento. Complicações infec- neutropenia febril. É importante observar que a
submetidos ao TCTH a combinação de três medi- ciosas são muito comuns e estão associadas a No quadro 3 apresenta-se apenas um resumo escolha deve considerar fatores epidemiológicos
camentos: um antagonista de receptor NK1 + de- maior mortalidade no TCTH, sendo crítica a etapa das profilaxias recomendadas por se tratar de do local, histórico de infecções prévias (coloni-
xametasona + um antagonista de receptor 5-HT3. entre o início do condicionamento até a recupe- tema amplo e já abordado em material ante- zação ou infecção documentada por bactérias
O quadro 2 apresenta um resumo de possíveis ração de granulócitos, chamada de fase pré-pega. riormente publicado pela Sociedade Brasileira resistentes) e avaliação de risco.19,20 Em caso de

13 14
Quadro 3. Profilaxias e opções de tratamento nas infecções bacterianas, virais e fúngicas em TCTH tratamento para DECH. Assim, outras opções de é recomendada em TCTH autólogo e alogênico, e
profilaxia devem ser avaliadas considerando o a escolha do melhor tratamento dependerá do
Infecções bacterianas19,20 Infecções fúngicas19,21 Infecções virais19 histórico de saúde do paciente e fatores epide- agente causador.19
miológicos locais. Neste cenário e em casos de
Profilaxia: Uso de fluoroquino- Profilaxia: Uso de fluconazol. Profilaxia: Uso de aciclovir. Ini- infecção prévia por Aspergillus, o uso de vorico-
lonas (ciprofloxacino ou levo- Iniciar junto ao condicionamen- ciar junto ao condicionamen- nazol é uma alternativa para profilaxia antifúngi- Início de imunossupressores em TCTH
floxacino). Iniciar junto ao to até a enxertia podendo es- to até a enxertia neutrofílica ca. Porém o voriconazol pode causar distúrbios alogênico
condicionamento até a recu- tender-se até o D+75. (no TCTH autólogo) e até 3 a 5 visuais transitórios (que não são permanentes O uso de imunossupressores em TCTH alogêni-
peração de granulócitos ou Opções incluem: equinocandi- semanas após o transplante ou graves), maior toxicidade hepática que o flu- co tem o objetivo de evitar a DECH, que repre-
surgimento de febre e início de nas (micafungina, caspofungina (alogênico). conazol e variabilidade nos níveis sanguíneos,
terapia antimicrobiana empírica. e anidulafungina), voriconazol, Opções incluem: valaciclovir e senta uma das principais causas de morbidade
o que justifica um monitoramento farmacêutico e mortalidade em TCTH alogênico. Ela pode ser
posaconazol. ganciclovir. efetivo. Recomenda-se cautela no uso concomi-
Para profilaxia de pneumonia classificada em DECH aguda (geralmente ocor-
tante dos triazóis de espectro estendido com os re em até o D+100 após o transplante) ou DECH
por Pneumocystis jirovecii: sul- antineoplásicos que sofrem metabolização hepá-
fametoxazol-trimetoprima*. crônica (ocorre após 100 dias do transplante).19
tica, especialmente aqueles metabolizados pelas
A profilaxia envolve o uso de inibidores de cal-
Neutropenia febril: Uso de an- Opções de tratamento: Sulfame- Opções de tratamento: Aciclo- isoenzimas do citocromo P450.19,21
cineurina (ciclosporina ou tacrolimo), metotrexa-
tibióticos de amplo espectro toxazol+trimetoprima, pentami- vir, valaciclovir, ganciclovir, val- to em dose baixa, ciclofosfamida em alta dose
Em relação às infecções virais, o risco na fase
como os betalactâmicos, prefe- dina, equinocandinas, anfoteri- ganciclovir, foscarnet e cidofovir. pós-transplante e micofenolato de mofetila.22
pré-pega relaciona-se principalmente às rea-
rencialmente cefepima ou pipe- cina B lipossomal, voriconazol e Para o tratamento da DECH, a ASBMT considera
tivações de infecções por vírus herpes simples
racilina-tazobactam. posaconazol. como primeira linha o uso de metilprednisolona
(HSV, do inglês herpes simplex virus), vírus sin-
cicial respiratório (RSV, do inglês respiratory ou prednisona.19,23 É importante que o farmacêu-
Opções de tratamento: Ceftazi- tico acompanhe a graduação de DECH aguda para
syncytial virus) e citomegalovírus (CMV). Mas pode
dima e os carbapenêmicos (er- definir o tratamento a ser adotado. De maneira
ainda ter origem em decorrência da exposição
tapeném, imipeném e merope-
ambiental ou através da infusão de células do geral, as profilaxias de DECH seguem as recomen-
ném).
doador ou de transfusões de sangue. A profilaxia dações apresentadas no quadro 4.
* Deve iniciar-se a partir da enxertia até aproximadamente 6 meses pós-TCTH, conforme evolução do paciente.
Quadro 4. Resumo das recomendações gerais para profilaxia de DECH

neutropenia febril é necessário realizar coleta e Fusarium spp. os dois principais. Mas há ris- Profilaxia de DECH em regimes de condicionamento mieloablativo19,22,23
de hemocultura antes do início da terapia em- co também na fase pós-enxertia, especialmente
pírica e, após o resultado do antibiograma, deve para paciente em uso de corticosteroides devido A profilaxia padrão é realizada com ciclosporina associada a metotrexato. Pode-se associar também
ser feito o ajuste do antimicrobiano. Entretan- à DECH. Como em TCTH autólogo o risco é menor, a imunoglobulina antitimócito (ATG de coelho) em transplantes alogênicos com doadores não apa-
to deve-se manter o uso do antimicrobiano de a profilaxia antifúngica deve ser adotada apenas rentados, com o objetivo de diminuir a incidência de DECH crônica.
amplo espectro iniciado (como cefepima, pipe- em situações de risco. Em neutropenia associada
racilina-tazobactam ou carbapenêmicos) até à febre persistente (após 4 a 6 dias), mesmo com
Ciclosporina – início em D-1
a recuperação neutrofílica. É necessário ainda uso de antimicrobiano de amplo espectro, consi-
considerar a associação de aminoglicosídeo derar terapia empírica para IFI.19,21 Dose: 1,5 mg/kg IV a cada 12h. A administração é alterada para VO quando a ingestão oral é possível.
(amicacina ou gentamicina), tigeciclina, polimixi- A conversão para VO é feita da seguinte maneira: dose VO deve ser duas vezes o valor da última dose
na B ou colistina em pacientes colonizados por O fluconazol apresenta algumas desvantagens, IV e mantida a cada 12h. Duração: cerca de 6 meses na ausência de DECH.
enterobactérias resistentes a carbapenêmicos como espectro de atividade mais estreito con- Monitoramento: o nível sérico deve manter-se na faixa de 200 a 300 μg/L nas primeiras 3 a 4 sema-
(KPC, Klebsiella pneumoniae carbapenemase). tra Candida spp. do que as equinocandinas; apa- nas. Após esse período, entre 100 e 200 μg/L nos meses seguintes, na ausência de DECH ou toxicida-
Considerar o uso de linezolida em infecções recimento de espécies de Candida resistentes ao de. A coleta de amostra para dosagem do nível sérico deve ser realizada 12h após uma dose, ou seja,
por bactérias gram-positivas incluindo estafi- fluconazol, especialmente C. krusei e C. glabrata; imediatamente antes da próxima dose programada.
lococos meticilino-resistentes (MRSA, do inglês além de não possuir atividade contra Aspergillus.21
methicillin-resistant Staphylococcus aureus), A aspergilose invasiva é uma causa comum de
mortalidade associada ao TCTH e aos fatores Metotrexato – D+1, D+3, D+6 e D+11
Enterococcus faecalis e E. faecium resistentes à
vancomicina (VRE).19 que contribuem para o aumento do risco, como Dose: 15 mg/m² em D+1 e 10 mg/m² em D+3, D+6 e D+11. A dose do D+11 poderá ser omitida em caso
doença subjacente (quimioterapia citotóxica pré- de toxicidade grau II ou superior. Conforme diretrizes de cada instituição, resgate com folinato de
Também é na fase pré-pega que os pacientes via e neutropenia recente), idade do paciente, cálcio poderá ser realizado 24h após cada dose de metotrexato, sendo recomendadas 3 doses de
têm maior risco de desenvolver infecção fúngi- sexo, função pulmonar pré-TCTH, índice de mas- 15 mg a cada 6 horas após a dose D+1; e 4 doses de 15 mg a cada 6 horas, após as doses D+3, D+6 e
ca invasiva (IFI), principalmente por Candida spp. sa corporal, tipo de condicionamento pré-TCTH, D+11 de metotrexato.
e fungos filamentosos, sendo Aspergillus spp. uso de corticosteroides, profilaxia e terapia de

15 16
Quadro 4. Resumo das recomendações gerais para profilaxia de DECH (Cont.) No início do uso de imunossupressores, o acom- longo prazo, além da mielotoxicidade. Outras to-
panhamento farmacoterapêutico está principal- xicidades comuns incluem mucosite, náusea e
Profilaxia de DECH em regimes de condicionamento mieloablativo 19,22,23 mente direcionado a monitorar os níveis séricos, vômito, alopecia, diarreia, erupção cutânea, to-
realizar intervenções para ajuste de dose, acom- xicidade pulmonar, disfunção renal e hepática,
Imunoglobulina antitimócito (ATG de coelho) - D-3, D-2 e D-1 panhar o surgimento de possíveis reações adver- microangiopatia trombótica, SOS, neuropatia pe-
Dose: 2,5 mg/kg/dia em D-3, D-2 e D-1 (dose total de 7,5 mg/kg). A primeira dose deve ser infundida sas e seu manejo. A checagem do nível sérico do riférica, infertilidade, entre outras.15
em 6h e as demais doses em 4h, se bem toleradas. Recomenda-se pré-medicar com anti-histamínico, imunossupressor deve ocorrer 2 ou 3 dias após o
corticoide e antipirético 1h antes do início da infusão, com o objetivo de evitar reações infusionais início da profilaxia, após sua alteração ou após A SOS, antes denominada doença veno-oclusiva
graves. Em regimes de condicionamento contendo bussulfano, o uso de paracetamol deve ser evita- introdução de algum medicamento que possa in- (DVO), é uma complicação que pode ocorrer,
do para diminuir a possibilidade de toxicidade hepática. teragir com o imunossupressor. As principais rea- principalmente, após o condicionamento mie-
ções adversas associadas ao uso de ciclosporina loablativo e, em menor frequência, após regimes
Profilaxia de DECH em regimes de condicionamento de intensidade reduzida
ou tacrolimo são nefrotoxicidade, hipertensão e de intensidade reduzida. É uma das principais
A profilaxia padrão é realizada com ciclosporina associada a micofenolato de mofetila. Pode-se neurotoxicidade. Em caso de hipertensão asso- causas de morte no período pós-transplante
associar também a imunoglobulina antitimócito em transplantes alogênicos com doadores não apa- ciada ao uso de ciclosporina, bloqueadores de juntamente com a pneumonia intersticial, in-
rentados, com o objetivo de diminuir a incidência de DECH crônica.22 canais de cálcio (como anlodipino) são a terapia fecções e DECH. A SOS decorre da obstrução do
Ciclosporina – início em D-1 anti-hipertensiva de escolha.25 fluxo venoso hepático e geralmente é caracte-
rizada por hepatomegalia, dor no quadrante
Dose: a dose pode ser administrada tanto por via oral quanto intravenosa. Dose inicial de 1,5 mg/kg, Interações medicamentosas relevantes são ob- superior direito, icterícia e ascite. Foram abor-
IV, a cada 12h, ou 6 mg/kg, VO, a cada 12h. Duração de uso: cerca de 6 meses na ausência de DECH. servadas entre antifúngicos azólicos (como flu- dados, no início deste capítulo, os fatores de ris-
Monitoramento: o nível sérico deve manter-se na faixa de 200 a 300 μg/L nas primeiras 3 a 4 sema- conazol e posaconazol) e imunossupressores co e a prevenção anteriores ao TCTH. Profilaxias
nas. Após esse período, entre 100 e 200 μg/L nos meses seguintes, na ausência de DECH ou toxicida- inibidores de calcineurina (ciclosporina e tacroli- incluem uso de ácido ursodesoxicólico na dose
de. A coleta de amostra para dosagem do nível sérico deve ser realizada 12h após uma dose, ou seja, mo), associadas a maior risco de nefrotoxicidade. de 12 mg/kg/dia ou 600 mg, dividida em duas
imediatamente antes da próxima dose programada. As doses dos imunossupressores, quando em uso doses, com início no dia anterior ao primeiro dia
concomitante a estes antifúngicos, devem ser re-
Micofenolato de mofetila do condicionamento e término 3 meses após o
duzidas em 50% e manter o monitoramento do ní- transplante. Em algumas situações, recomenda-
Dose: 15 mg/kg, VO, a cada 12 horas, que pode ser ajustada em caso de toxicidade. Duração de uso: vel sérico. Itraconazol, metabolizado pela CYP450,
1 mês em transplante alogênico aparentado e 3 meses em transplante alogênico não aparentado. -se o uso de baixa dose de heparina (100 uni-
interage com a ciclofosfamida resultando em au-
dades/kg/dia em infusão contínua) com início
Imunoglobulina antitimócito (ATG de coelho) – D-3, D-2 e D-1 mento de hepato e nefrotoxicidade. Nos pacientes
no primeiro dia do condicionamento e término
Dose: 2,5 mg/kg/dia em D-3, D-2 e D-1 (dose total de 7,5 mg/kg). A primeira dose deve ser infundida que recebem ciclofosfamida pós-transplante, os
após a enxertia neutrofílica. Alguns estudos têm
em 6h e as demais doses em 4h. Recomenda-se pré-medicar com anti-histamínico, corticoide e azólicos de espectro estendido devem ser evita-
demonstrado a eficácia de defibrotida na profi-
paracetamol 1h antes do início da infusão, com o objetivo de evitar reações infusionais graves. Em dos até o término das doses de ciclofosfamida.21
laxia em pacientes pediátricos com alto risco de
regimes de condicionamento contendo bussulfano, o uso de paracetamol deve ser evitado para di- Aqui abordamos, resumidamente, os princi- desenvolver SOS, porém são necessárias inves-
minuir a possibilidade de toxicidade hepática. pais pontos de atenção relacionados ao uso tigações mais aprofundadas que estão em an-
Profilaxia de DECH em TCTH haploidêntico 24 de imunossupressores. Para mais informações damento em estudos de fase III. Assim, de modo
sugerimos a leitura das seções “Medicamentos geral, reserva-se o uso de defibrotida para tra-
Estudos demonstraram que o uso de ciclofosfamida pós-TCTH haploidêntico associada a tacrolimo e tamento de SOS, aprovado pela Food and Drug
com monitoramento sérico utilizados na prática
micofenolato de mofetila é seguro e eficaz na prevenção de DECH e rejeição do enxerto. Administration (FDA), pela European Medicines
clínica do TCTH” e “Interações medicamentosas
Ciclofosfamida pós-TCTH – em D+3 e D+4 clinicamente relevantes em TCTH”, bem como Agency (EMA) e pela Agência Nacional de Vigi-
Dose: 50 mg/kg/dia em infusão de 90 minutos em D+3 e D+4. Uso concomitante com mesna (80% da outras referências em literatura para ampliar a lância Sanitária (Anvisa). A dose utilizada é de
dose de ciclofosfamida, dividida em quatro doses, sendo uma imediatamente antes da ciclofosfami- compreensão do tema. 6,25 mg/kg, IV, a cada 6 horas, por um período
da e as demais doses a cada 8h). de 21 dias, podendo chegar até o máximo de 60
dias. Sintomas comuns de toxicidade ao uso de
Tacrolimo – início em D+5 até D+180 Complicações durante o TCTH e defibrotida são hipotensão, diarreia, náusea, vô-
Dose: 0,015 mg/kg em infusão contínua de 24h a partir de D+5. A conversão para VO é feita da se- acompanhamento farmacoterapêutico mitos e epistaxe.7,8
guinte maneira: a dose VO deve ser quatro vezes o valor da última dose IV e dividida em duas doses Complicações são comuns no TCTH em razão
(uso a cada 12h). da complexidade do procedimento. Duas delas Outra complicação comum está associada à le-
Monitoramento: o nível sérico deve manter-se na faixa de 5 a 15 ng/mL. Quando em uso oral, reco- já foram abordadas: as complicações infeccio- são do microendotélio vascular, principalmente
menda-se que a coleta para dosagem de nível sérico seja realizada 30 minutos antes da próxima dose. sas e a DECH. A seguir, serão apresentadas ou- dos rins, denominada microangiopatia trombóti-
tras complicações às quais o farmacêutico deve ca (MAT). Ela ocorre quando a lesão do endotélio,
Micofenolato de mofetila – início em D+5 até D+35 no contexto do TCTH, causa anemia hemolítica
atentar-se.
Dose: 15 mg/kg, VO, três vezes ao dia (dose total máxima de 3 g/dia) em D+5 até D+35. microangiopática e consumo de plaquetas, re-
Todos os regimes de condicionamento para o sultando em trombose e deposição de fibrina na
TCTH apresentam efeitos adversos de curto e de microcirculação. Sua causa é multifatorial e pode

17 18
estar relacionada a radioterapia, quimioterapia e hepática, eletrólitos. Tais atividades são muitas Alta hospitalar – transição de cuidado 3. D’Souza A, Lee S, Zhu X, et al. Current Use and
citotóxica, infecção disseminada (viral, fúngica) e vezes desafiadoras, pois requerem conhecimento Trends in Hematopoietic Cell Transplantation in
A programação de alta hospitalar é uma fase ex- the United States. Biol Blood Marrow Transplant.
uso de inibidores de calcineurina. O diagnósti- de todo o cenário do TCTH para garantir atuação
tremamente importante, pois haverá a transição 2017;23:1417-21.
co geralmente é clínico, porém há divergências farmacêutica eficaz.
dos cuidados realizados pelos profissionais de
quanto aos critérios e escores a serem utilizados. 4. Merten JA, Shapiro JF, Gulbis AM, et al. Utilization
Acompanhar alterações das funções renal e he- saúde, no ambiente hospitalar, para o próprio
Características clínicas incluem anemia hemolí- of collaborative practice agreements between
pática impacta diretamente no tratamento, como, paciente, familiar e/ou cuidador, no seu ambien-
tica microangiopática, plaquetopenia, aumento physicians and pharmacists as a mechanism to
por exemplo, no ajuste de dose de alguns medi- te domiciliar. Esse paciente retornará para casa e
de lactato desidrogenase ou outro marcador de increase capacity to care for hematopoietic stem
camentos, e pode predizer o surgimento de com- terá sua rotina modificada em alguns aspectos,
hemólise, hipertensão, disfunção renal ou anor- cell transplant recipients. Biol Blood Marrow
plicações como SOS e insuficiência renal aguda, que incluem desde adaptação aos medicamen-
malidades neurológicas. O manejo inclui cuida- Transplant. 2013;19(4):509-18.
as quais requerem cuidados e tratamentos espe- tos que continuarão sendo utilizados, até rotinas
dos de suporte como transfusões, tratamento de
cíficos. Neste cenário, o farmacêutico deve atuar de consultas, exames e acompanhamento am- 5. Burzynski JA, Craver LF, Geerdes PA, et al. Impact
infecções, diálise em caso de insuficiência renal
de modo direto, auxiliando a equipe médica nos bulatorial pós-TCTH. Neste cenário, é importante of a Pharmacist in the Outpatient Allogeneic
grave e suspensão do uso de inibidores de cal- Stem Cell Transplant Clinic. Biol Blood Marrow
cálculos para reposição de eletrólitos e ajustes a atuação do farmacêutico como educador, in-
cineurina (considerar esquema imunossupressor Transplant. 2009;15(2):33-4.
quando necessários. Para tanto, o farmacêutico formando ao paciente, familiar e/ou cuidador os
alternativo).6,14,15
deve ter uma visão geral dos princípios fisioló- eventos adversos relacionados aos medicamen- 6. American Society for Blood and Marrow
A estas complicações associa-se também a mu- gicos que justificam a prescrição de fluidos, al- tos em uso, bem como a necessidade de ade- Transplantation. Beyond fundamentals of
cosite, que, conforme a gravidade, requer inter- terações fisiopatológicas que afetam o balanço são à terapia proposta, contribuindo assim para hematopoietic cell transplantation training
venção das equipes de nutrição, odontologia e hídrico e os princípios de avaliação desse balan- maior segurança e continuidade do tratamento. course. Florida: ASBMT; 2017.
farmácia para manejo adequado.15 Se a mucosi- ço. Em condições normais, a maioria das perdas
As orientações sobre aquisição de medicamen- 7. Dalle JH, Giralt SA. Hepatic Veno-Occlusive Disease
te for grave a ponto de impedir a ingestão oral, de eletrólitos (principalmente sódio e potássio)
tos no pós-alta, inicialmente passadas no perío- after Hematopoietic Stem Cell Transplantation:
é necessário o uso de nutrição parenteral total ocorre através da urina, com menor contribuição
do de pré-TCTH, devem agora ser retomadas, e o Risk Factors and Stratification, Prophylaxis,
(NPT) até que a ingestão oral seja restabelecida. da pele e do trato gastrintestinal. Pacientes hos- and Treatment. Biol Blood Marrow Transplant.
farmacêutico deve acompanhar, junto ao familiar
Ao iniciar a NPT, é importante acompanhar diaria- pitalizados afebris, que não se alimentam e estão 2016;22(3):400-9.
ou cuidador, o processo de aquisição dos itens
mente os exames de função hepática (aspartato inativos fisicamente requerem menos de um litro
que irão compor a farmacoterapia no pós-alta. 8. Negrin RS, Chao NJ, Rosmarin AG. Treatment and
aminotransferase [AST], alanina aminotransfe- de água sem eletrólitos (sódio e potássio) como
É importante que as informações sejam forneci- prevention of hepatic sinusoidal obstruction
rase [ALT] e bilirrubinas), eletrólitos e o balanço fluido de manutenção diária. Assim, manter uma
das em impressos próprios e não só de forma syndrome following hematopoietic cell
hídrico. Em algumas situações é necessário o uso terapia de manutenção de fluidos tem o objeti-
verbal, para assim facilitar a compreensão sobre transplantation. UpToDate. 2019. Disponível
de opioides intravenosos e medicamentos tópi- vo de preservar o equilíbrio de água e eletrólitos
a terapia prescrita. O paciente deverá ter alta já em: <https://www.uptodate.com/contents/
cos para manejo da dor, sendo necessária aten- e fornecer nutrição entre os pacientes que não
com todos os medicamentos adquiridos, horá- treatment-and-prevention-of-hepatic-
ção para risco de queda, constipação e possíveis conseguem comer ou beber. É importante atentar sinusoidal-obstruction-syndrome-following-
rios e dias de administração definidos em uma
interações medicamentosas. ao fato de que a necessidade pode ser maior se hematopoietic-cell-transplantation>. Acesso em:
linguagem adaptada ao seu nível de entendi-
houver perda de fluidos, como no caso de febre 27 jun. 2021.
mento. O paciente deverá ser acompanhado pelo
ou perdas gastrintestinais significativas (como
Acompanhamento farmacêutico diarreia e vômitos), ou menor, como em situações
farmacêutico durante suas consultas de retorno, 9. Wingard JR. Prevention of viral infections
diário durante o TCTH tema que será abordado em capítulo posterior. in hematopoietic cell transplant recipients.
de insuficiência renal e edemas, por exemplo.26
UpToDate. 2019. Disponível em: <https://www.
Descreveu-se até aqui uma linha de raciocínio Resumidamente, apresentou-se uma sugestão
O farmacêutico precisa, ainda, acompanhar dia- uptodate.com/contents/prevention-of-viral-
para auxiliar o farmacêutico a traçar uma estraté- para organização do acompanhamento farma-
riamente o peso e as medidas da circunferência infections-in-hematopoietic-cell-transplant-
gia de acompanhamento no pré-TCTH e durante cêutico, que deve ocorrer durante todo o período recipients>. Acesso em: 27 jun. 2021.
o procedimento. De maneira simples, o acom- abdominal do paciente e compreender a impor-
de internação, passando pelo condicionamento,
panhamento inicia-se pela consulta farmacêu- tância da manutenção desses parâmetros du- 10. Chao N. Overview of immunosuppressive agents
“pega” da medula, programação de alta hospita-
tica, levantamento de medicamentos em uso e rante todo o processo, uma vez que alterações used for prevention and treatment of graft-
lar e, finalmente, pela transição de cuidados.
histórico de saúde. Segue-se então o período de podem contribuir para piora de eventos, como versus-host disease. UpToDate. 2019. Disponível
internação, checagem do protocolo e doses pres- SOS e MAT. Outra forma de contribuição na revi-
são diária da prescrição é garantir que medica-
Referências bibliográficas em: <https://www.uptodate.com/contents/
overview-of-immunosuppressive-agents-used-
critas no regime de condicionamento, indicação
mentos intravenosos sejam utilizados de modo 1. Clemmons AB, Alexander M, DeGregory K, et al. for-prevention-and-treatment-of-graft-versus-
de profilaxia antiemética adequada, acompanha-
racional com a menor diluição possível, manten- The Hematopoietic Cell Transplant Pharmacist: host-disease>. Acesso em: 27 jun. 2021.
mento da profilaxia infecciosa, profilaxia para
do uma oferta hídrica favorável ao paciente. Des- Roles, Responsibilities, and Recommendations
DECH e manejo de toxicidades e complicações from the ASBMT Pharmacy Special Interest Group. 11. Clinical Pharmacy Guide: Cancer Drug Treatment
que possam surgir. se modo, estabelecer protocolos de diluição para Assessment and Review. 5. ed. Cancer Drug Order
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uso na unidade de internação, bem como proto- Assessment and Review Contents. 2014. Disponível
Somam-se a essas atividades farmacêuticas o colos de compatibilidade para uso concomitante 2. Machuca M, Fernández-Llimós F, Faus MJ. em: <http://www.bccancer.bc.ca/pharmacy-site/
acompanhamento diário da prescrição e de exa- dos diversos medicamentos prescritos, garante Método Dáder. Manual de Acompanhamento Documents/Clinical Pharmacy Guide/cpg2-
mes laboratoriais como hemograma, função renal maior segurança ao paciente transplantado. Farmacoterapêutico. Granada; 2004. checking-chemo-orders.pdf>. Acesso: 27 jun. 2021.

19 20
Cuidados farmacêuticos
12. Bubalo J, Carpenter PA, Majhail N, et al. 20. Tomblyn M, Chiller T, Einsele H, et al. Guidelines
Conditioning chemotherapy dose adjustment in for Preventing Infectious Complications among
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lecular para análise de marcadores STRs (do inglês
prophylaxis-of-invasive-fungal-infections-in- O sucesso do transplante de células-tronco he-
2014. short tandem repeats), que são regiões altamente
adult-hematopoietic-cell-transplant-recipients>. matopoéticas (TCTH), mesmo após a enxertia
14. Negrin R. Early and late complications of Acesso em: 27 jun. 2021. polimórficas de repetições sequenciais no genoma
neutrofílica e plaquetária, depende de monitora- humano. Por esse motivo, a probabilidade de en-
hematopoietic cell transplantation. UpToDate. mento constante e adequado por parte da equi-
22. Chao N. Prevention of acute graft-versus-host contrar o mesmo padrão em dois indivíduos é míni-
2019. Disponível em: <https://www.uptodate.com/ disease. UpToDate. 2018. Disponível em: <https:// pe multiprofissional com objetivo de identificar ma, o que permite a diferenciação entre as células
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graft-versus-host-disease>. Acesso em: 27 jun. 2021.
tes do TCTH como também uma possível recaída,
15. Reis AN, Tofani A, Santos CF, et al. Transplante de 23. Martin PJ, Rizzo JD, Wingard JR, et al. First- and e acompanhar a manutenção da enxertia. O quimerismo é classificado como completo
células-tronco hematopoiéticas: introdução para (100%), parcial ou misto. O valor prognóstico da
second-line systemic treatment of acute graft-
farmacêuticos. São Paulo: Segmento Farma; 2018. Nesta seção, serão abordados temas que mere- detecção de quimerismo misto ainda não está
70p. versus-host disease: recommendations of
cem a atenção do farmacêutico ao paciente de bem definido, mas pode sugerir risco de recaída
the American Society of Blood and Marrow
TCTH após a alta hospitalar, como: avaliação ade- ou perda da enxertia, o que depende, também,
16. Hesketh PJ, Kris MG, Basch E, et al. Antiemetics: Transplantation. Biol Blood Marrow Transplant.
American Society of Clinical Oncology Clinical
quada da enxertia; monitoramento, tratamento e de cada doença de base.3 A quantificação do qui-
2012;18(8):1150-63.
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Impressa Editora; 2012. adults>. Acesso em: 27 jun. 2021.
nico. Pacientes que apresentam DECH e um pe-
Entre os dias 10 e 14 pós-TCTH, podem ser ob- ríodo maior de neutropenia tendem a ser mais
servados pequenos clusters de células hemato- suscetíveis às infecções bacterianas, fúngicas e
poéticas na medula óssea (MO). A celularidade virais. Regimes de condicionamento que podem
da MO aumenta rapidamente depois de 2 a 4 se- provocar mucosite consistem em fator agravante
manas com evidências morfológicas de todos os para complicações infecciosas.5
componentes mieloides, mas podem ser ne-
cessários cerca de 6 a 12 meses para que a Algumas das medidas profiláticas utilizadas du-
celularidade atinja a densidade normal. É impor- rante e após o transplante têm como objetivo
tante monitorar se o novo sistema hematopoético é prevenir complicações advindas de infecções por
de origem do receptor ou do doador; a investiga- estes patógenos. Por esse motivo, o paciente e
ção da origem genotípica da hematopoese pós- seus familiares/cuidadores devem compreender
-transplante alogênico é denominada análise de a necessidade de adesão a esses medicamentos.
quimerismo. A análise é feita por meio da quan- Seguem as principais recomendações profiláticas
tificação da porcentagem de células do doador e conforme o tipo de infecção.

21 22
Infecções bacterianas após o transplante e prevenir altos níveis de vi- Apesar de mais comumente observadas no pe- e mortalidade; ocorre quando os linfócitos T do
remia. Isto requer o uso de testes laboratoriais ríodo pós-transplante imediato, as lesões renais doador reconhecem os antígenos do hospedeiro
A profilaxia antibacteriana deve ser iniciada junto
sensíveis e específicos, capazes de detectar re- agudas também podem acontecer após os 100 como estranhos.1
com a infusão de células hematopoéticas e man-
plicação viral rapidamente, permitindo a admi- dias de transplante, apresentando-se como mais
tida até a recuperação de neutrófilos, ou até o severas nos pacientes que fizeram transplan-
nistração de terapia antiviral efetiva.5 Inicialmente, a DECH era classificada levando-se
início de terapia antibacteriana empírica em caso te mieloablativo. Múltiplos fatores podem estar
de febre durante a neutropenia. Pacientes sub- em consideração o tempo de início das manifes-
Vírus do herpes simples (HSV, do inglês herpes relacionados com o aumento de risco de lesão
metidos a TCTH autólogo não possuem nenhuma tações. Portanto, quando estas apareciam até 100
simplex virus): a profilaxia após mais de 30 dias renal aguda, como SOS e DECH.10 Essa complica-
recomendação de profilaxia, exceto vacinação.6 ção é preocupante, principalmente pelo risco de dias após o transplante, era classificada como
pós-TCTH só é recomendada para pacientes com
uma lesão renal grave, e o acompanhamento é aguda e, após os 100 dias, como crônica.1
ƒ Streptococcus pneumoniae: a profilaxia esten- infecções recorrentes pelo HSV. Opções disponí-
veis: aciclovir ou valaciclovir.5 realizado a partir de testes laboratoriais de dosa-
dida (> 100 dias após o transplante) só é re- No acompanhamento após alta hospitalar, é ne-
gem de creatinina, ureia e proteinúria.9
comendada para a prevenção de infecções cessária atenção para o desenvolvimento e trata-
pelo Streptococcus pneumoniae em pacientes Vírus varicela-zóster (VZV, do inglês varicella
Pacientes que passaram por tratamento prolon- mento da DECH crônica. Os fatores de risco para
de TCTH alogênico e com DECH crônica ativa.5 zoster virus): a profilaxia de pacientes e/ou doa-
gado para DECH, em decorrência do uso de cor- a manifestação de DECH crônica são:11
Para adultos, recomenda-se o uso de penicili- dores com aciclovir ou valaciclovir é recomen- ticosteroides, devem ser acompanhados para
na, 250 a 500 mg, por via oral, duas vezes ao dada durante o primeiro ano após o transplante possíveis complicações relacionadas à absorção ƒ Grau de incompatibilidade antígeno leucocitário
dia, e como alternativa a administração de ma- (autólogo ou alogênico) com sorologia positiva de cálcio, como osteopenia e osteoporose.9 humano (HLA, do inglês human leukocyte antigen);
crolídeos, quinolonas ou de cefalosporinas de para VZV. A profilaxia pode se estender ainda
segunda geração.6 mais em pacientes que passaram por TCTH alo- Recomenda-se, também, a realização de acom-
ƒ Idade avançada (doador ou receptor);
gênico e desenvolveram DECH crônica, ou que panhamentos oftálmico e odontológico para pre-
venir e diagnosticar complicações oculares, como ƒ Diferença de gênero entre doador/receptor;
ainda requerem imunossupressão.5
Infecções por fungos e/ou catarata, retinopatia microvascular e síndrome
protozoários Para a detecção das infecções mais frequentes de Sjögren (Sicca), que se manifesta com sinto- ƒ Fonte das células;
em pacientes pós-TCTH, a estratégia da equipe mas como secura na boca e olhos.9
ƒ Pneumocystis jirovecii e Toxoplasma gondii:
médica é a prescrição de exames laboratoriais. ƒ Manifestação prévia de DECH aguda;
sulfametoxazol-trimetoprima, geralmente por Pacientes de transplante alogênico têm maior
6 meses no transplante alogênico e de 3 a 6 Usualmente são solicitados exames de reação em risco de complicações pulmonares tardias, que ƒ Infusão de linfócitos;
meses no transplante autólogo. O período de cadeia da polimerase (PCR, do inglês polymerase incluem: síndrome de pneumonia idiopática, sín-
profilaxia pode se prolongar em casos de DECH chain reaction) específicos (CMV, BK vírus, ade- drome de bronquiolite obliterante e pneumonia ƒ Sorologia positiva para citomegalovírus no
em razão do uso de imunossupressores.5,7 novírus, vírus Epstein-Barr [EBV] e outros), que em organização criptogênica.9 doador e/ou receptor;
são ferramentas primordiais, pois mostram-se
ƒ Candida: recomenda-se o uso de fluconazol Complicações cardíacas tardias são raras, mas ƒ Doador com sorologia positiva para o EBV.
altamente eficazes e sensíveis na detecção de in- é provável que sejam subestimadas, podendo
até D+75 (exceto para Candida krusei e Candida
fecções. Existem recomendações para realização apresentar-se como qualquer disfunção cardía-
glabrata), micafungina ou outras equinocan- Os principais órgãos envolvidos e suas manifes-
do teste de PCR para CMV e EBV semanalmente, ca, anomalia valvar e anomalia de condução.9
dinas (primeira escolha para Candida krusei e tações em pacientes com DECH crônica são:11
para Candida glabata).5,8 ou em semanas alternadas, no período de pós-
-transplante, podendo ser reduzido após o D+100
ƒ Fungos filamentosos (espécies de Aspergillus de TCTH. Já o adenovírus deve ser monitorado se- Monitoramento do uso de ƒ Pele: líquen plano ou manifestações cutâneas
e/ou Fusarium): voriconazol ou posaconazol manalmente por até 6 meses após o transplante, imunossupressores de esclerodermia;
durante o período de risco (imunossupressão ou até o fim do uso de imunossupressores e re- A ciclosporina e o tacrolimo são os imunossu- ƒ Trato gastrintestinal: mucosa oral seca que
causada pelo tratamento de DECH crônica, por cuperação linfocitária.5 pressores mais comumente utilizados no TCTH. pode evoluir para o aparecimento de úlceras,
exemplo).5,8 A necessidade de controle do nível sérico des- disfagia e perda de peso, náusea, vômito, diar-
Caso algum exame esteja alterado, devem-se ini- ses fármacos está associada tanto ao alvo te- reia crônica e má absorção;
ciar os protocolos de tratamento preemptivo, po- rapêutico desejado como ao monitoramento de
Infecções virais dendo haver necessidade de internação. toxicidade. O manejo do nível sérico dos imu- ƒ Fígado: elevação nos níveis séricos de fosfatase
Citomegalovírus (CMV): pacientes com risco de
nossupressores está descrito na seção “Medica- alcalina e bilirrubina;
desenvolver infecção por CMV (doador ou recep-
tor com sorologia positiva para CMV) devem pas- Monitoramento das mentos com monitoramento sérico utilizados na
prática clínica do TCTH”. ƒ Pulmão: alterações obstrutivas e/ou restritivas.
sar por algum tipo de abordagem para prevenção complicações não infecciosas
de eventos adversos relacionados, seja profilaxia pós-transplante As alternativas de tratamento para a DECH crôni-
ou terapia “preemptiva”, do período da pega até,
Complicações não infecciosas, apesar de menos
Manejo da doença do enxerto ca dependem de uma série de fatores, como ór-
pelo menos, 100 dias após o transplante.
comuns, são de extrema importância e necessitam contra hospedeiro gãos acometidos, gravidade, profilaxia utilizada, e
A estratégia de terapia “preemptiva” implica tra- ser acompanhadas no período pós-TCTH; é reco- A DECH é uma complicação comum em TCTH alo- podem ser classificadas como locais ou sistêmi-
tar pacientes com evidência de replicação viral mendado acompanhamento semestral e/ou anual.9 gênico e uma das principais causas de morbidade cas, de acordo com a gravidade.

23 24
Embora haja variações, conforme os órgãos
acometidos, os corticosteroides são a terapia
Reações adversas ao uso de A retirada de corticosteroides deve ser feita as- O esquema de desmame implica uma grande or-
ganização do paciente, visto que haverá alteração
sim que possível. Ela deve ser realizada gradual-
de escolha inicial para o tratamento dos pa- corticosteroide e desmame mente e com cautela, para evitar a reativação da de dose em curtos intervalos, sendo, portanto,
cientes com DECH crônica de grau moderado a As terapias com glicocorticoides têm como obje- doença que estava sendo tratada ou uma defi- uma etapa com alta probabilidade de ocorrên-
grave. Pode ser necessário um curso prolongado tivo o efeito terapêutico máximo com o mínimo ciência de cortisol, resultando em supressão do cia de erro no uso do medicamento. É essencial
de tratamento, e a redução de dose deve acon- de efeitos adversos. Inúmeros efeitos adversos eixo HHA.14 Esse processo é comumente chamado que o farmacêutico oriente adequadamente o
tecer de forma gradual (conforme apresenta- foram atribuídos aos glicocorticoides, porém, de “desmame de corticoide”. paciente quanto à importância da redução gra-
do adiante). Geralmente é iniciada prednisona além da dose e tempo de tratamento, outros dual das doses e dos riscos decorrentes da inter-
na dose de 1 mg/kg/dia, e a redução se dá a fatores podem contribuir para tais toxicidades, Há relativa ausência de dados na literatura so- rupção abrupta. Recomenda-se reforçar as datas
partir da estabilidade, melhora e resolução dos como: a doença e sua gravidade, comorbidades, bre recomendações de esquemas adequados de em que a dose do corticoide deve ser reduzida e
sintomas.12 uso concomitante de medicamentos e alimenta- desmame de corticosteroides. Algumas sugerem garantir que o paciente entenda a orientação
ção. Os glicocorticoides sintéticos potentes (como que, caso o corticoide tenha sido usado por cur- e que não haja dúvidas. Uma boa alternativa é a
Cuidados de suporte de acordo com o órgão prednisona, metilprednisolona, dexametasona), to tempo (até 3 semanas), é possível a interrup- elaboração de calendários junto com o paciente,
acometido:12 normalmente utilizados em tratamentos crôni- ção abrupta. No entanto, para pacientes críticos, para que ele possa visualizar os dias de alteração
cos, possuem pouca atividade mineralocorticoi- como os submetidos ao TCTH, recomenda-se da posologia e, se quiser, riscar a data após o uso
ƒ Pele: esteroides tópicos e tacrolimo tópico,
de, androgênica ou estrogênica. Portanto seus maior cautela.14 Um exemplo de esquema de re- do medicamento, conforme exemplo apresen-
emolientes, filtro solar;
principais efeitos colaterais sistêmicos estão re- dução de corticoide está proposto no quadro 2. tado no quadro 3.
ƒ Boca: higiene bucal, fluoretos tópicos, esteroi- lacionados à supressão da função hipotálamo-
des tópicos (clobetasol), saliva artificial; -hipófise-adrenal (HHA) e à síndrome de Cushing.13
Quadro 2. Esquema de desmame de corticoide, com base em tratamentos com prednisona14
ƒ Olhos: lágrimas artificiais sem conservantes, Os efeitos adversos relacionados ao uso de gli-
esteroides e tacrolimo tópico; cocorticoides podem atingir diversos sistemas
em intensidades diferentes – desde leves a seve- DOSE INICIAL REDUÇÃO PROPOSTA
ƒ Vagina: esteroides tópicos e estrogênio podem ras, conforme demonstrado no quadro 1. Alguns 40 mg prednisona/dia (ou equivalente) 5 a 10 mg/dia a cada 1 ou 2 semanas
diminuir a progressão da estenose vaginal; efeitos, como redução acelerada da densidade
mineral óssea e catarata precoce, podem ser, em 20 – 40 mg prednisona/dia 5 mg/dia a cada 1 ou 2 semanas
ƒ Gastrintestinal: dilatação mecânica em caso sua grande maioria, assintomáticos até que se
de disfagia por estenose esofágica, cultura e desenvolvam manifestações que requerem aten- 20 – 10 mg prednisona/dia 2,5 mg/dia a cada 1 ou 2 semanas
pesquisa de patógenos em caso de diarreia; ção médica e intervenção. Com exceção da ca- 10 – 5 mg prednisona/dia 1 mg/dia a cada 1 ou 2 semanas
ƒ Pulmonar: oxigênio, broncodilatadores, corti- tarata, da doença vascular aterosclerótica e dos
costeroides inalatórios, reabilitação pulmonar; eventos ósseos (osteoporose e osteonecrose), a 0,5 mg/dia a cada 1 ou 2 semanas. Isto pode ser alcança-
toxicidade relacionada ao uso dos glicocorticoi- <5 mg prednisona/dia do alternando doses diárias (por exemplo, 5 mg no pri-
ƒ Musculoesquelético: fisioterapia e terapia des é parcialmente reversível com o tempo, após meiro dia e 4 mg no segundo)
ocupacional. a interrupção do seu uso.13

Quadro 3. Sugestão de ferramenta de orientação de desmame de prednisona a ser entregue ao paciente14


Quadro 1. Efeitos adversos relacionados ao uso de glicocorticoides13

EFEITOS ADVERSOS D S T Q Q S S
Adelgaçamento da pele e equimoses, aparência cushingoide, acne, ganho
Dermatológicos 24 25 26 27 28 29
de peso, hirsutismo leve, eritema facial e estrias
Oftalmológicos Risco aumentado de catarata e glaucoma dose-dependente
2 cp de 2 cp de 2 cp de 2 cp de 2 cp de 2 cp de
Cardiovasculares Retenção de líquidos, doença aterosclerótica prematura e arritmias 10 mg 10 mg 10 mg 10 mg 10 mg 10 mg
Gastrintestinais Gastrite, formação de úlcera e sangramento gastrintestinal ˜˜ ˜˜ ˜˜ ˜˜ ˜˜ ˜˜
Musculoesqueléticos Osteoporose, necrose avascular, miopatia
30 31 1 2 3 4 5
Labilidade emocional, disforia, mania, depressão, psicose, delírio, confusão ou
Neuropsiquiátricos
desorientação (mais comuns em pacientes idosos) e alterações cognitivas
1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de
Endócrino-metabólicos Hiperglicemia, supressão do eixo HHA 2 cp de
10 mg e 1 de 10 mg e 1 de 10 mg e 1 de 10 mg e 1 de 10 mg e 1 de 10 mg e 1 de
10 mg
Imunológicos Maior risco de infecções bacterianas, virais e fúngicas ˜˜
5 mg 5 mg 5 mg 5 mg 5 mg 5 mg
˜— ˜— ˜— ˜— ˜— ˜—
Hematológicos Leucocitose

25 26
Quadro 3. Esquema de orientação de desmame de corticosteroides a ser entregue para o paciente (Cont.) contagem de CD4 (valor acima de 200 células/μL) contribuem para que haja um número grande de
em 6 a 9 meses após o transplante, enquanto prescrições de medicamentos não licenciados
os adultos, particularmente os que apresentam ou de uso não padronizado em crianças (uso off
D S T Q Q S S DECH crônica, precisam aguardar até 2 anos para label de medicamentos).18
recuperação da contagem dessas células. Para
pacientes que recebem rituximabe após o TCTH, Ao tratar pacientes pediátricos, há a necessidade
6 7 8 9 10 11 12
a recuperação da célula B é retardada.17 A partir de dispor de doses fracionadas de medicamen-
do momento da identificação dessas células, a tos para atingir os efeitos desejados sem causar
1 cp de 10 equipe começa a suspender as profilaxias que toxicidade, o que gera maior demanda das equi-
1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de
mg e 1 de são mais duradouras e a avaliar a possibilidade pes, seja na administração ou na manipulação
10 mg 10 mg 10 mg 10 mg 10 mg 10 mg
5 mg de prescrição de vacinas.5,17 de soluções. A diluição de medicamentos oferece
˜ ˜ ˜ ˜ ˜ ˜
˜— enormes riscos, uma vez que erros podem levar
Em caso de necessidade de outras vacinas, à administração de sub ou sobredoses de medi-
deve-se avaliar e discutir o risco e o benefício camentos, acarretando ineficácia terapêutica ou
13 14 15 16 17 18 19
caso a caso.
toxicidade medicamentosa.19
1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de 1 cp de
10 mg 5 mg 5 mg 5 mg 5 mg 5 mg 5 mg Adesão ao tratamento Graves consequências para o paciente e sua fa-
mília podem ser geradas a partir de erros rela-
˜ — — — — — — pós-TCTH em pediatria e cionados à utilização de medicamentos, como:
orientações de administração prolongamento do tempo de internação e re-
20 21 22 23 24 25 26 A falta de apresentações farmacêuticas adequa- cuperação; exposição do paciente a um número
das e a falta de informações dos medicamen- maior de intervenções e procedimentos; incapa-
1 cp de Suspender o tos comercializados para pacientes pediátricos cidade ou morte do paciente.19
5 mg uso do me- – – – – –
— dicamento
Quadro 4. Esquema sugerido para reiniciar vacinação, 3 a 12 meses após o TCTH15

Vacina Número de doses Intervalos de doses


Recomendações para vacinação antígeno-específicos, derivados das células pro-
genitoras hematopoéticas do doador. A formação
Pacientes de TCTH autólogo ou alogênico perdem
desses novos linfócitos é dependente da função Três doses, mais uma dose de
a imunidade protetora, portanto necessitam ter DTP, DTPa*, dTpa*, dT Mínimo de 30 dias entre cada dose
tímica do receptor. O sistema linfoide do receptor reforço a cada 10 anos
seu esquema vacinal refeito (Quadro 4).15
pode ser prejudicado também pelas manifesta-
Quando o sangue periférico do receptor come- ções da DECH, pois o timo pode ser selecionado
ça a ser restaurado, surgem os primeiros granu- como um órgão-alvo, assim como a pele, o fígado HIb Três doses Mínimo de 30 dias entre cada dose
lócitos, durante a segunda ou terceira semana e o intestino. Manifestações como hipocelulari-
após o transplante. Os neutrófilos e monócitos, dade linfoide e atrofia, com destruição tissular,
VIP Três doses Mínimo de 30 dias entre cada dose
recentemente formados, já parecem ser capazes são características histológicas marcantes da
de executar as suas mais importantes funções, DECH em grau moderado ou grave.16
como a fagocitose dos antígenos.16 HB Três doses com dose simples 0, 1 e 6 meses
Em geral, as células NK (natural killer) são o pri-
Os linfócitos T e B, no entanto, demoram um pou- meiro subconjunto de linfócitos a se recuperar,
co mais para se recuperarem, e a atividade fun- seguidas pelas células T CD8+, pelas células B e, HA Duas doses 0 e 6 meses
cional dessas células permanece suprimida por finalmente, pelas células T CD4+. O ritmo e a ex-
um período maior em razão da administração tensão da recuperação de cada subconjunto de
Duas doses, sendo a primeira 12 a 24
de agentes imunossupressores pós-transplante linfócitos são altamente dependentes de vários Tríplice viral** 30 a 60 dias entre cada dose
meses após o transplante
que o receptor precisa receber, com o objetivo fatores.5
principal de minimizar os efeitos e a gravidade
da DECH que resultam na destruição seletiva de A recuperação e a contagem das células CD4 e
Pneumo 10 <5 anos de idade, três doses 30 a 60 dias entre cada dose
linfócitos-T antígeno-específicos.16 CD8 são utilizadas como marcadores da reconsti-
tuição imunológica pós-TCTH. A maior parte dos
A reconstituição do sistema imune do recep- pacientes que recebem o TCTH com menos de Pneumo 13 A partir de 5 anos de idade, três doses 30 a 60 dias entre cada dose
tor exige a formação de novos linfócitos-T 18 anos e não desenvolvem a DECH recuperam a

27 28
Quadro 4. Esquema sugerido para reiniciar vacinação, 3 a 12 meses após o TCTH15 (Cont.) Quadro 5. Apresentações para adequação em pediatria e aromas

Vacina Número de doses Intervalos de doses Princípio ativo Apresentações Aromas


100 mg/mL
Aciclovir 20
Morango, tutti-frutti
Duas doses, para maiores de 2 anos 200 mg/mL
Pneumo 23 5 anos
de idade
50 mg/mL
Ácido ursodesoxicólico21 Morango, baunilha
100 mg/mL
Duas doses, sendo a primeira dose <13 anos, 90 dias entre cada dose
VZ**
24 meses após o transplante ≥ 13 anos, 30 dias entre cada dose 50 mg/mL
Baunilha, chocolate, cookie com
Ciprofloxacino21 100 mg/mL
baunilha, morango
Uma dose: ≥ 9 anos de idade 500 mg/5 mL
INF Duas doses: <9 anos de idade, Anualmente
20 mg/mL
primeira dose após transplante
Fluconazol22 50 mg/mL Tutti-frutti
100 mg/mL
Uma dose, a partir de 24 meses após
FA** N/A 50 mg/mL
transplante Levofloxacino23 Morango, tutti-frutti, framboesa
100 mg/mL
8 a 12 semanas entre cada dose
Meningo C/MenACWY Duas doses Micofenolato de mofetila24
100 mg/mL
Morango, cookie, tutti-frutti
Revacinar após 5 anos 200 mg/mL
Três doses, para indivíduos de 9 a 26 1 mg/mL
HPV 0, 2 e 6 meses Ondansetrona25,26 Tutti-frutti, laranja, limão
anos de idade 2 mg/mL
Baunilha, chocolate, cookie
* Em <7 anos de idade, administrar preferencialmente DTPa. A partir de 7 anos de idade, administrar duas doses de dT e uma Sirolimo21,26 1 mg/mL
dose de dTpa. **Contraindicadas em pacientes com DECH ou na vigência de terapêutica imunodepressora. dT: dupla bacteriana com baunilha, morango
do tipo adulto; DTP: tríplice; DTPa: tríplice bacteriana acelular infantil; dTpa: tríplice bacteriana tipo adulto; FA: febre amarela; HA:
hepatite A; HB: hepatite B; HIb: Haemophilus influenzae tipo B; HPV: papilomavírus humano; INF: influenza inativada; MenACWY:
0,1 mg/mL
meningocócica conjugada quadrivalente; VIP: vacina inativada poliomielite; VZ: varicela-zóster. 1 mg/mL
Tacrolimo21,27 Morango, tutti-frutti
3 mg/mL
5 mg/mL

As dificuldades citadas tornam o uso de medi- como Medscape® e Micromedex®. Além disso, far- Valganciclovir28 60 mg/mL Morango, chocolate, menta
camentos na população pediátrica menos pre- macopeias podem também direcionar o estudo Voriconazol29 40 mg/mL Tutti-frutti, morango, chocolate
visível e confiável, ao comparar com o uso em sobre as soluções orais para pediatria.
adultos.18
À parte todos os problemas técnicos que en- Quadro 6. Interação com alimentos
Como forma de minimizar esses problemas, a volvem a administração de medicamentos para
utilização de soluções orais extemporâneas para crianças (forma de apresentação inadequada, Há
a população pediátrica tem sido uma alternati- falta de dados para preparação de soluções ex- interação Diluição para administração
Princípio ativo Observações
va, embora represente um risco reconhecido em temporâneas, ausência de informações de segu- via oral
razão da dificuldade de acesso às informações rança e eficácia em crianças), há ainda um fator Sim Não
técnicas, como biodisponibilidade, estabilidades importante no sucesso da terapia com essa faixa Aciclovir30,31 X Sem dados.
físico-química e microbiológica.18 da população: a palatabilidade. Nesses casos, a
utilização de aromas ou flavorizantes ainda pode Ácido
X Sem dados.
No entanto, farmácias de manipulação e/ou cen- proporcionar melhor aceitação do paciente pe- ursodesoxicólico31
trais de diluições hospitalares podem obter infor- diátrico, porém são poucas as informações en- Interação apenas com ca-
mações de diversas fontes para manipular alguns contradas em literatura. feína, derivados do leite e
medicamentos de forma segura. As fontes para
bebidas enriquecidas com
consulta de concentrações ideais e estabilidade O quadro 5 apresenta as opções de concentra- Ciprofloxacino30,31 X Sem dados.
minerais. Exceto nessas si-
são bem heterogêneas e podem variar para cada ções de soluções orais e os aromas/flavorizantes
tuações, administrar o me-
medicamento pesquisado. São utilizados artigos que melhor disfarçam o sabor do medicamento,
dicamento com alimentos.
científicos retratando a experiência da utiliza- sem interferir na ação farmacológica, de acordo
ção de determinada solução, bulas, bibliografias com a experiência de alguns centros. O quadro 6 Fluconazol30 X Sem dados.
mais especializadas como as disponibilizadas traz a interação de alimentos com os principais Pode ser misturado em leite, acho- Não administrar com suco
pelo Lexicomp®, e bases de dados internacionais medicamentos utilizados em TCTH em pediatria. Ciclosporina 30,31
X
colatado ou suco de laranja. de toranja.

29 30
Quadro 6. Interação com alimentos (Cont.) de Medula Óssea 2012. Angra dos Reis: Palavra 19. Harada MCJ, Chanes DC, Kusahara DM, et al.
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quimerismo após transplante de progenitores Diretrizes da Sociedade Brasileira de Transplante

31 32
Medicamentos com monitoramento
No cenário do TCTH, em que o equilíbrio entre Manter a dose administrada de bussulfano
a eficácia e a toxicidade é necessário para o su- dentro de sua estreita janela terapêutica é um
cesso terapêutico, a monitorização terapêutica grande desafio no TCTH adulto e pediátrico.

sérico utilizados na prática clínica de alguns fármacos visa melhorar a assistência


prestada ao paciente, ajustando individualmen-
te a dose do medicamento.5 Para a obtenção de
A exposição farmacoterapêutica ideal do bus-
sulfano, determinada pela AUC da concentração
em relação ao tempo (0 a 8 horas) varia de 900

do TCTH concentrações plasmáticas efetivas e seguras, a


monitorização é sugerida para alguns medica-
a 1.500 µMol/min, considerando a administra-
ção de 6/6 horas, ou 3.600 a 5.000 µMol/min
mentos e classes farmacológicas, os quais serão em 24 horas, totalizando uma AUC entre 14.400
abordados neste capítulo: quimioterápicos, imu- e 24.000 µMol/min para os 4 dias do regime de
Introdução seus princípios durante a seleção e modificação
nossupressores, antifúngicos e antimicrobianos. condicionamento com bussulfano.8,10,11 Logo, al-
dos esquemas posológicos.1
O corpo humano limita o acesso de moléculas tos níveis plasmáticos estão relacionados com
toxicidades importantes, como a síndrome obs-
estranhas; por essa razão, para alcançar seu alvo
no interior do corpo e produzir um efeito tera-
Os quatro parâmetros mais importantes que de-
terminam a disposição de um fármaco são:1
Fármacos utilizados no trutiva sinusoidal (SOS) e a neurotoxicidade,
pêutico, a molécula de um fármaco precisa atra- condicionamento enquanto níveis plasmáticos baixos são asso-
vessar algumas barreiras teciduais até seu local ƒ Biodisponibilidade, ou fração inalterada de ciados com falha de enxertia e recaídas.8,11
de ação. Depois da administração, o fármaco uma dose administrada de medicamento que Bussulfano Segundo Esteves et al., os pacientes que rece-
precisa ser absorvido e, então, distribuído, o que atinge a circulação sistêmica;
O bussulfano é uma molécula pequena (peso beram protocolos de AUC> 5.000 µMol/min por
geralmente ocorre através de vasos dos sistemas molecular de 246,3 Da) e altamente lipofílica,
ƒ Volume de distribuição, termo utilizado farma- dia tinham maior risco de desenvolver SOS, o
circulatório e linfático. Além de atravessar as bar- que apresenta eliminação essencialmente hepá-
cologicamente para quantificar a distribuição que aumentou o risco de morte, ou seja, do-
reiras das membranas, o fármaco precisa resistir tica através da enzima glutationa-S-transferase
de um fármaco pelo corpo após administração ses <5.000 µMol/min por dia são mais seguras
ao metabolismo e à eliminação.1 (GST), que o converte em metabólitos inativos.6
oral ou injetável; em relação às toxicidades e não impactam na
Absorção, distribuição, metabolismo e elimi- Em 1954, foi registrado na agência americana FDA sobrevida.12
ƒ Depuração (clearance), uma medida da capaci- com a indicação para terapia de manutenção da
nação dos fármacos são as etapas da farmaco-
dade do organismo em eliminar o fármaco da leucemia mieloide crônica, mas desde a década A Sociedade Americana de Transplante de Medu-
cinética. A compreensão desses processos e de
circulação sistêmica; de 1980 passou a ser utilizado mais comumente la Óssea (ASBMT, do inglês American Society for
suas inter-relações e a aplicação dos princípios
nos regimes de condicionamento no TCTH alogê- Blood and Marrow Transplantation) considera não
de farmacocinética aumentam as chances de su- ƒ Tempo de meia-vida de eliminação, que repre- nico ou autólogo.6,7 ser necessário avaliar o nível sérico de bussulfa-
cesso do tratamento e reduzem a ocorrência de senta o tempo gasto para que a concentração no nos condicionamentos de baixa intensidade
reações adversas aos medicamentos.1 plasmática ou a quantidade original de um fár- A formulação oral do bussulfano possui uma (RIC, do inglês reduced intensity conditioning),
maco no organismo se reduza à metade. grande variação na biodisponibilidade, sendo porém a recomendação de monitorização de
A farmacocinética clínica relaciona os efeitos farma-
cológicos de um medicamento com sua concentra- definida em torno de 68%.8 Essa variabilidade in- bussulfano nesta condição é para determinar se
Enquanto a farmacocinética está relacionada com terfere diretamente em sua farmacocinética, um
ção em um determinado compartimento acessível as doses mais baixas ou a menor exposição de
a entrada do fármaco e o caminho percorrido, a fator intimamente relacionado com o desfecho
do corpo (por exemplo, sangue ou plasma), na bussulfano comprometem a eficácia. A monito-
farmacodinâmica estuda sua concentração no clínico e toxicidades.8,9
medida em que sofre alteração com o tempo. Na rização terapêutica deve ser considerada para
organismo e os efeitos provocados ao longo do
sua grande maioria, a concentração do fármaco, minimizar a ocorrência de SOS, diminuir as taxas
tempo. Basicamente tem como objetivo estudar o Diante da variabilidade extrema na farmacociné-
nos seus locais de ação, está relacionada com sua de rejeição do enxerto contra o hospedeiro e as
mecanismo de ação dos medicamentos e suas in- tica do bussulfano oral, desenvolveu-se uma
concentração na circulação sistêmica, e o efeito far- taxas de recidiva em certas situações.13
terações com os receptores fisiológicos, bem como formulação intravenosa que possui menor va-
macológico resultante pode ser a resposta clínica com os aceptores, que não causam diretamente riação na área sob a curva (AUC, do inglês area Em estudo com bussulfano oral, as crianças apre-
desejada ou um efeito tóxico ou adverso. A farma- alteração da resposta biológica ou fisiológica.2,3 under curve) e melhor exposição sistêmica.8,10 A sentam um clearance aumentado em relação aos
cocinética clínica tem como objetivos estabelecer:1
formulação intravenosa possibilita maior previsi- adultos, possivelmente por causa da maior for-
Um dos principais dogmas da oncologia é a re- bilidade da AUC, uma vez que as influências dos
ƒ Uma relação quantitativa entre dose e efeito; mação do complexo bussulfano GST hepático e
lação linear existente entre o desfecho clínico e efeitos de primeira passagem não existem.10 Sen- intestinal.8 A monitorização terapêutica de bus-
ƒ Uma estrutura básica para interpretar as men- a dose do medicamento antineoplásico adminis- do assim, a dosagem de bussulfano dirigida pela sulfano deve ser considerada em crianças que
surações da concentração do fármaco nos trado, que geralmente é determinado por meio sua farmacocinética é capaz de alcançar a má- recebem altas doses de bussulfano injetável an-
líquidos biológicos e seu ajuste por meio de al- da superfície corpórea ou do peso corporal.4 En-
xima eficácia terapêutica, mediante manutenção tes do transplante alogênico para reduzir o risco
terações das doses para benefício do paciente. tretanto o efeito farmacológico exercido pelos
da exposição dentro da janela terapêutica com a de rejeição do enxerto.13 O quadro 1 apresenta a
antineoplásicos pode ser influenciado por varia-
mínima incidência de efeitos adversos. monitorização plasmática de bussulfano.
A importância da farmacocinética na assistência bilidades farmacocinéticas e farmacodinâmicas.4
ao paciente relaciona-se com o aumento da efi- Fatores farmacocinéticos e/ou farmacodinâmicos
cácia terapêutica e a redução dos efeitos indese- desfavoráveis podem estar relacionados tanto à
jáveis, que podem ser obtidos pela aplicação dos falha terapêutica quanto à toxicidade grave.4

33 34
Quadro 1. Monitorização plasmática de bussulfano10,14,15 Imunossupressores transplantes com doadores irmãos não compatí-
veis, ou doadores não aparentados compatíveis,
A imunossupressão pós-enxerto tem como obje-
pode ser necessário um período maior de utiliza-
Bussulfano tivo garantir a enxertia e prevenir o desenvolvi-
ção,18 conforme demonstrado no quadro 2.
mento de doença do enxerto contra o hospedeiro
Mieloablativo: 3,2 mg/kg/dia por 4 dias. (DECH) enquanto mantém o efeito enxerto con- Inicia-se a administração de tacrolimo no dia an-
Dose tra o tumor.16 A imunossupressão, nos casos de terior à infusão do enxerto no transplante apa-
Não mieloablativo: 3,2 mg/kg/dia por 2 dias. condicionamento mieloablativo, tipicamente in- rentado e no não aparentado (D-1).17 Inicialmente,
clui um inibidor de calcineurina (ciclosporina ou a administração é endovenosa, sendo alterada
A dose-alvo deve ser estabelecida para cada paciente de acordo tacrolimo) associado a um ciclo curto de meto- para oral quando o paciente torna-se capaz de
Nível sérico
com a doença de base e alvo de AUC. trexato.17 Após o condicionamento de intensidade tolerar a ingesta.17 A concentração-alvo do tacroli-
reduzida, a imunossupressão geralmente consis- mo é de 5 a 15 ng/mL ou menos, ajustada de acor-
Amostras de 5-10 mL de sangue nos tempos 0; 30; 45; 60; 90; 120; te na associação de um inibidor de calcineurina e do com a concentração sérica no sangue total.17
micofenolato de mofetila ou de ciclosporina
Coleta/frequência 180; 240; 300; 360 e 480 minutos: antes, durante e após a infusão do Na transição para a dose oral, a primeira dose é
e sirolimo.16,18 de quatro vezes a dose endovenosa, dividida em
medicamento.
duas doses diárias (0,06 mg/kg, 12/12h).17 A dura-
Cardiovasculares: taquicardia, hipertensão arterial, edema. Derma- INIBIDORES DE CALCINEURINA: CICLOSPORINA E ção da profilaxia com tacrolimo é cerca de 6 me-
TACROLIMO ses, iniciando a redução a partir do terceiro mês
tológicos: rash cutâneo, prurido. Endócrino-metabólicos: hipomag-
Os regimes baseados em inibidores de calcineuri- na ausência de DECH e toxicidade.17
nesemia, hiperglicemia, hipocalemia, hipocalcemia e hipofosfatemia.
na (ciclosporina e tacrolimo) são considerados o
Gastrintestinais: náusea, mucosite e estomatite, vômito, anorexia, Tanto a ciclosporina quanto o tacrolimo possuem
ponto-chave da profilaxia contra DECH.19 A ciclos-
dor abdominal, diarreia, dispepsia, constipação e xerostomia. Hema- formulações endovenosas e orais disponíveis no
porina liga-se à ciclofosfina A, enquanto o tacro-
tológicos: mielossupressão, neutropenia, trombocitopenia, linfope- mercado.
limo liga-se à enzima FKBP12.19 Esses complexos
Sinais clínicos de
nia e anemia. Hepáticos: hiperbilirrubinemia, aumento de ALT, SOS e são capazes de inibir a calcineurina, bloquean-
toxicidade SIROLIMO
icterícia. Musculoesqueléticos: fraqueza, dorsalgia ou lombalgia, mi- do a desfosforilação do fator nuclear das célu-
algia, artralgia. Renais: aumento da creatinina, oligúria. Respiratóri- las T ativadas (NFAT, do inglês nuclear factor of O sirolimo, também conhecido como rapamicina,
activated T cells) e, consequentemente, inibindo é estruturalmente semelhante aos inibidores de
os: rinite, distúrbio pulmonar, tosse, epistaxe, dispneia, pneumonia
a ativação das células T por meio da supressão calcineurina e liga-se à enzima FKBP12, porém
(em crianças). SNC: insônia, febre, ansiedade, crise convulsiva, ce- da produção de citocinas, incluindo interleuci- não interage com a calcineurina, mas forma um
faleia, calafrios, depressão, tontura. Outros: infecção e reação alér- na-2 e interferon-gama.19,20 complexo com o receptor mTOR.22 Tal complexo é
gica. capaz de inibir múltiplas vias do ciclo celular esti-
A ciclosporina é iniciada a partir do dia –2 ou –1
muladas por citocinas, além de inibir a sinalização
Monitorar: do condicionamento para transplante aparenta-
de proliferação mediada por interleucina-2, dan-
do e não aparentado. Nas primeiras semanas, a
do origem à apoptose. Portanto a associação de
ƒ Hemograma completo; ciclosporina é geralmente administrada por via
sirolimo e os inibidores de calcineurina atuam
endovenosa, pois, neste período, a absorção oral
Parâmetros de ƒ Plaquetas; de forma sinérgica, aumentando a imunossu-
da ciclosporina pode ser errática, em decorrên-
monitorização/ pressão das células T.22
ƒ Função hepática (avaliar transaminases, fosfatase alcalina cia da presença de mucosite e de lesões do trato
seguimento clínico gastrintestinal.21 A concentração terapêutica alvo Sirolimo está indicado, segundo as diretrizes
e bilirrubinas diariamente por, no mínimo, 28 dias após o
da ciclosporina varia de acordo com o período publicadas no Consenso 2015 da SBTMO, no tra-
transplante);
do pós-transplante. Nas primeiras 3 a 4 semanas, tamento de segunda linha para pacientes com
ƒ Interações medicamentosas. a concentração alvo é de 200 a 300 µg/L; se não DECH agudo de graus II a IV. Em adultos, sirolimo
houver o aparecimento de DECH agudo, a con- é administrado uma vez ao dia, sendo necessária
ALT: alanina aminotransferase; AUC: área sob a curva; SNC: sistema nervoso central; SOS: síndrome obstrutiva sinusoidal. centração é diminuída para 100 a 200 µg/L até uma dose de ataque de 6 a 12 mg, seguida por
completar 3 meses após o transplante, quando doses de manutenção de 4 mg/dia.17
então se inicia nova redução, com suspensão de
ciclosporina no final do sexto mês, nos trans- O quadro 2 apresenta a monitorização plasmáti-
plantes com doadores irmãos idênticos.17,21 Nos ca dos imunossupressores.

35 36
Quadro 2. Monitorização plasmática dos imunossupressores14,17,18 Quadro 2. Monitorização plasmática dos imunossupressores14,17,18 (Cont.)

Ciclosporina Tacrolimo
0,03 mg/kg, EV, contínuo em 24h.
Dose
Mieloablativo: 3 mg/kg/dia, EV, divididos em duas doses diárias. A dose 0,06 mg/kg, VO, 12/12 h.
Dose oral é o dobro da EV em duas doses diárias.
Nível sérico 5-15 ng/mL, se não houver DECH ou toxicidade.
Não mieloablativo: 12 mg/kg, VO.
ƒ Tacrolimo EV: pode ser coletado a qualquer momento, em razão de a
infusão ser de 24h;
200 a 300 µg/L durante as primeiras 3 a 4 semanas. 100 a 200 µg/L até 3 ƒ A coleta de nível sérico deverá, de preferência, ser por via periférica;
Nível sérico
meses após o transplante, se não houver DECH ou toxicidade. ƒ Realizar a coleta após a quarta dose de tacrolimo, VO (pré-quinta
Coleta/frequência dose). No caso de tacrolimo EV, esperar no mínimo 48h para dosar o
nível sérico;
ƒ Deve ser medido 1h antes da administração da ciclosporina, VO ou EV;
ƒ Frequência da coleta: 2×/semana, enquanto dose terapêutica; dosar
ƒ Realizar a coleta após a quarta dose de ciclosporina, VO ou EV (pré- fora desses dias se houver mudança de dose, interação medicamento-
-quinta dose); sa (principalmente antifúngicos) ou suspeita de toxicidade (insuficiên-
ƒ A coleta de nível sérico deverá, de preferência, ser por via periférica; cia renal, microangiopatia trombótica, problemas neurológicos).
Coleta/frequência Cardiovasculares: derrame do pericárdio, dor torácica e hipertensão arte-
ƒ Frequência da coleta: 2×/semana, enquanto em dose terapêutica.
Dosar fora desses dias se houver mudança de dose, interação medi- rial. Dermatológicos: prurido e rash cutâneo. Endócrino-metabólicos: di-
camentosa (principalmente com antifúngicos) ou na suspeita de to- abetes melito, hipercalemia, hiperglicemia, hiperlipidemia, hipocalemia,
xicidade (insuficiência renal, microangiopatia trombótica, problemas hipofosfatemia e hipomagnesemia. Gastrintestinais: constipação, diar-
Sinais clínicos de
neurológicos). reia, dispepsia, dor abdominal, náusea e vômito. Hematológicos: anemia,
toxicidade
leucocitose, leucopenia, trombocitopenia. Musculoesqueléticos: pareste-
sia, tremores, neuropatia de extremidades. Renais: aumento de creatini-
na, aumento da ureia, função renal anormal. SNC: PRES, crise convulsiva,
Renais: aumento de creatinina, diminuição do magnésio. Gastrintesti-
cefaleia, insônia. Outros: infecção.
nais: náusea, vômito, aumento da bilirrubina sérica ou de transaminases,
Sinais clínicos de pancreatite, hiperplasia gengival. Neurológicos: tremor, parestesia, alte- Monitorar:
toxicidade rações visuais, cefaleia, convulsões, ansiedade, desorientação, depressão, ƒ Função hepática;
PRES. Vasculares: hipertensão, síndrome hemolítico-urêmica, tromboem-
ƒ Função renal;
bolismo. Outros: hiperglicemia, hipertricose.
ƒ Eletrólitos séricos (principalmente potássio e magnésio);
ƒ Glicemia em jejum;
Monitorar:
ƒ Pressão arterial;
ƒ Pressão arterial; Parâmetros de
monitorização/ ƒ ECG;
ƒ Creatinina sérica após qualquer modificação da dose de ciclosporina
seguimento clínico ƒ Nível sérico de antifúngicos;
ou adição, modificação ou suspensão de outros medicamentos;
Parâmetros de
ƒ Eletrólitos séricos; ƒ Interações medicamentosas.
monitorização/
seguimento clínico ƒ Função hepática; Atenção:
ƒ Alimentos reduzem a velocidade e a extensão da absorção. Administrar
ƒ Perfil lipídico; comprimidos 1 hora antes ou 2 horas após as refeições;
ƒ Nível sérico de antifúngicos; ƒ Para evitar a nefrotoxicidade excessiva, não administrar tacrolimo si-
ƒ Interações medicamentosas. multaneamente à ciclosporina.
Sirolimo
DECH aguda: dose de ataque, 12 mg, VO, seguida de dose diária de 4 mg,
Dose
VO.
Nível sérico 5-10 ng/mL.

37 38
Quadro 2. Monitorização plasmática dos imunossupressores14,17,18 (Cont.) Antifúngicos/antimicrobianos Os triazólicos inibem a ligação da 14-α-demeti-
lase com o grupo heme, enzima necessária para
Sirolimo converter o lanosterol em ergosterol. A ausência
Especificidade de tratamento de ergosterol na membrana fúngica dá início à
ƒ Dosar 1 hora antes da administração da próxima dose; antifúngico atividade fungistática dos triazólicos.26

ƒRealizar a coleta após 3-7 dias do início do sirolimo ou se ajuste de As infecções fúngicas invasivas (IFI) estão entre as
A dose recomendada de voriconazol é de 6 mg/kg,
dose. O steady-state demora para ser atingido (meia-vida longa – maiores causas de morbidade e mortalidade en-
EV, a cada 12 horas no dia 1, como dose de ata-
Coleta/frequência 57-63h); tre indivíduos imunocomprometidos. Os pacientes
que, seguida por 4 mg/kg, EV, a cada 12 horas,
graves, principalmente os submetidos a tratamen-
ƒ Frequência da coleta: 1×/semana enquanto dose terapêutica; enquanto a administração por via oral é de
to com antibacterianos de amplo espectro ou a
200 mg a cada 12 horas.27
ƒ Dosar fora desses dias se houver mudança de dose, interação medica- altas doses de corticosteroides e imunossupres-
mentosa (principalmente com antifúngicos) ou suspeita de toxicidade. sores, são os que estão sob maior risco de de-
senvolver quadros fúngicos de maior gravidade, Monitorização terapêutica
Hematológicos: neutropenia, plaquetopenia. Endócrino-metabólicos: a exemplo da candidíase invasiva.23 Os pacientes A variação dos níveis séricos de voriconazol de-
hiperlipidemia, hipercolesterolemia. Renal: aumento da creatinina séri- podem ser classificados em: baixo risco ou alto corre de diversos fatores, entre eles: variações
Sinais clínicos de
ca. Cardiovasculares: hipertensão arterial, edema periférico, dor torácica. risco para desenvolvimento de IFI.19 na absorção intestinal quando da administra-
toxicidade
Respiratório: dispneia. SNC: cefaleia, dor, insônia. Vasculares: síndrome ção oral, interações medicamentosas com os
hemolítico-urêmica, síndrome da obstrução sinusoidal hepática. Pacientes com baixo risco, como os que realizam inibidores de calcineurina, diarreia, peso, idade
o TCTH autólogo, podem ter indicação de flu- e quimioterapia concomitante.27 A concentração
Monitorar: conazol para profilaxia de candidíase invasiva. mínima para minimizar a toxicidade relacionada
ƒ Níveis séricos de colesterol e triglicerídeos; Também é indicado fluconazol nos receptores ao voriconazol deve ser <4-6 μg/L.28
de TCTH alogênico com expectativa de neutrope-
ƒ Pressão arterial; nia <14 dias, que estejam em ambiente filtrado
POSACONAZOL
ƒ Creatinina sérica; e não apresentem outro critério de risco. A dose
recomendada para adultos é de 400 mg/dia de Posaconazol é uma opção terapêutica no caso
ƒ Nível sérico de antifúngicos; fluconazol. O início deverá ser concomitante ao de infecções fúngicas em indivíduos severamen-
Parâmetros de te imunocomprometidos.29 Isso se deve à ativi-
ƒ Interações medicamentosas. condicionamento, podendo se estender até o
monitorização/ dade contra a maioria das espécies de Candida,
D+75 pós-TCTH.19
seguimento clínico Atenção: Cryptococcus neoformans, Aspergillus spp., várias
ƒ A ingestão com refeições ricas em gorduras diminui as concentrações Para pacientes com alto risco para infecção por espécies de Zygomycetes, fungos endêmicos e
máximas, mas aumenta a biodisponibilidade em 35%. O sirolimo deve fungo filamentoso (neutropenia prolongada> 10 dermatófitos.30
ser tomado de modo consistente (sempre com ou sem alimentos) para dias, febre persistente em presença de antimi-
minimizar as variabilidades. A dose recomendada de posaconazol (suspensão
crobianos), o uso de azólicos de espectro esten-
oral) é de 400 mg, duas vezes ao dia, para IFIs
ƒ Alterações pulmonares e úlceras orais e genitais podem estar relacio- dido, como voriconazol e posaconazol, torna-se
refratárias; 200 mg, três vezes ao dia, na profilaxia
nadas ao sirolimo. alternativa interessante para profilaxia.19,24 de IFI.29

DECH: doença do enxerto contra hospedeiro; ECG: eletrocardiograma; EV: endovenoso; PRES: síndrome da encefalopatia poste-
Antes de considerar qualquer profilaxia ou tera-
rior reversível (do inglês posterior reversible encephalopathy syndrome); SNC: sistema nervoso central; VO: via oral.
pia antifúngica prolongada, é importante obser- Monitorização terapêutica
var que algumas classes de medicamentos (por A variação dos níveis séricos de posaconazol
exemplo os inibidores de calcineurina) são me- está relacionada com os mesmos fatores do
tabolizados pelo citocromo P450, possibilitando voriconazol.27
uma série de interações farmacocinéticas com
outros medicamentos, como o voriconazol e o Há um aumento da biodisponibilidade da sus-
posaconazol; por isso é fundamental a monitori- pensão oral com alimentos gordurosos ou su-
zação sérica durante a sua administração.25 plementos nutricionais.31 Posaconazol possui
um tempo de meia-vida longo (± 34 horas) e
não atinge concentrações séricas no estado de
VORICONAZOL equilíbrio até o final da primeira semana de ad-
O voriconazol é um agente  antifúngico  triazóli- ministração.31 Medicamentos como inibidores
co ativo contra um amplo espectro de espécies da bomba de prótons demonstraram diminuir
fúngicas, tais como: Aspergillus spp., Candida significativamente a exposição ao posacona-
spp. e Fusarium spp., não sendo efetivo contra zol em decorrência do aumento do pH gástrico,
Zygomycetes.23,26 assim como a ranitidina, a metoclopramida e a

39 40
fenitoína.  Fatores clínicos como mucosite, diar- redução da exposição ao posaconazol.32 O qua- Quadro 3. Monitorização plasmática dos azólicos14,27,28,31 (Cont.)
reia e o início da fase pós-transplante em re- dro 3 apresenta a monitorização plasmática dos
ceptores de TCTH também foram associados à azólicos. Posaconazol

Quadro 3. Monitorização plasmática dos azólicos14,27,28,31 Coletar após 7 dias do início da terapia. Repetir a coleta de nível sérico dos
azólicos sempre que houver:
ƒ Alteração da dose do posaconazol;
Voriconazol Coleta/frequência
ƒ Alteração da condição clínica do paciente;
Ataque EV: 6 mg/kg, 12/12h.
Dose Manutenção EV: 4 mg/kg, 12/12h. ƒ Sinais de hepatotoxicidade.
Manutenção VO: 200 mg, 12/12h.
Cardiovasculares: tromboflebite, hipertensão, edema periférico, hipotensão,
Profilaxia:>0,5 µg/L. taquicardia. SNC: cefaleia, tremores, fadiga, insônia, edema dos membros
Nível sérico
Terapêutico em adulto: 2,0-5,5 µg/L. inferiores, tonturas, dor. Dermatológicos: erupção cutânea, prurido. Endo-
Realizar a coleta 5-7 dias durante a dose de manutenção. Repetir a coleta de crino-metabólicos: hipocalemia, hipomagnesemia, perda de peso, hiper-
nível sérico dos azólicos sempre que houver: glicemia, desidratação. Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômitos, dor ab-
Sinais clínicos de
ƒ Alteração de dose do voriconazol; dominal, obstipação, anorexia, mucosite, estomatite, diminuição do apetite,
Coleta/frequência toxicidade
candidíase oral, dor abdominal superior. Hematológicos: trombocitopenia,
ƒ Alteração da via de administração; anemia, neutropenia febril, petéquias. Hepático: aumento da ALT sérica. In-
ƒ Alteração da condição clínica do paciente. fecção: bacteremia, infecção por herpes simplex, doença de citomegalovírus.
Musculoesqueléticos: dor musculoesquelética, fraqueza, artralgia. Respi-
Oculares: alterações visuais – discriminação de cores alteradas, visão bor- ratórios: tosse, dispneia, epistaxe, faringite.
rada, fotofobia na primeira semana de terapia, sintomas que se atenuam e
desaparecem a seguir. SNC: alucinações, convulsões. Cardiovasculares: hiper-
Sinais clínicos de tensão ou hipotensão arterial, vasodilatação e taquicardia. Dermatológico: Monitorar:
toxicidade rash cutâneo. Endócrino-metabólico: hipocalemia. Gastrintestinais: náusea, ƒ Função hepática (por exemplo, AST/ALT, fosfatase alcalina e bilirrubina)
vômito, dor abdominal. Hepáticos: aumento da fosfatase alcalina, aumento antes do início e durante o tratamento;
da ALT, icterícia colestática. SNC: febre, calafrios, cefaleia. Renal: aumento de ƒ Função renal, distúrbios de eletrólitos (por exemplo, cálcio, magnésio,
creatinina. Parâmetros de potássio);
Monitorar: monitorização/ ƒ Infecções por fungos;
ƒ Função hepática; seguimento clínico
ƒ Ingestão oral adequada;
ƒ Avaliação oftalmológica se a duração do tratamento for superior a 28 dias;
Parâmetros de ƒ Função renal; ƒ Imunossupressores em decorrência de interação medicamentosa.
monitorização/ ƒ Imunossupressores em decorrência de interação medicamentosa. Atenção:
seguimento clínico Sempre administrar com alimentos gordurosos ou suplementos vitamínicos.
Atenção:
Alimentos podem reduzir a absorção do voriconazol. O voriconazol de uso
oral deve ser tomado 1h antes ou 1h depois das refeições. IFI: infecção fúngica invasiva.

Posaconazol

Profilaxia IFI: 200 mg, 3x ao dia. A duração da terapia se baseia na recupera- Especificidade de tratamento A vancomicina é um antibiótico da classe dos
Dose ção da neutropenia ou da imunossupressão. antimicrobiano glicopeptídeos produzido por Amycolatopsis
IFI refratária/ pacientes com IFI intolerantes: 400mg, 2x ao dia. orientalis.2 É utilizada no tratamento de infecções
VANCOMICINA graves causadas por micro-organismos gram-po-
Profilaxia em adultos:>0,7 µg/L.
Nível sérico sitivos resistentes a outros antibióticos ou em
Terapêutico em adultos:>1,0 µg/L. Em pacientes submetidos à TCTH, a mortalidade
por infecção decorrente da neutropenia após o pacientes alérgicos às penicilinas.34 Possui ação
condicionamento é muito alta, sendo causada bactericida, ou seja, provoca a morte bacteriana
principalmente por micro-organismos gram- por inibição da síntese da parede celular através
-positivos.33 Os mais comuns são estafilococos da sua ligação à extremidade terminal D-alanil-
coagulase-negativa (36%), estreptococos (11%), -D-alanina de unidades precursoras da parede
Staphylococcus aureus (8%) e enterococos (4%).33 celular.2 Em cepas de enterococos que possuem

41 42
concentração inibitória mínima (MIC, do inglês
minimal inhibitory concentration) muito elevada,
-dependente, além de a vancomicina ser nefrotó- Referências bibliográficas in hematopoietic stem cell transplantation: A
meta-analysis. Basic Clin Pharmacol Toxicol.
xica em altas doses.34 O nível sérico deve ser me-
1. Brunton LL, Hilal-Dandan R, Knollmann BC. 2019;124(6):691-703.
a vancomicina apresenta ação bacteriostática.34 dido geralmente entre a terceira e a quinta dose As Bases Farmacológicas da Terapêutica de
do medicamento. Como alguns pacientes apre- Goodman e Gilman. 13. ed. Porto Alegre: AMGH; 12. Esteves I, Santos FPS, Ribeiro AAF, et al. Targeted-
A ação da vancomicina é tempo-dependente ou
sentam eliminação reduzida do medicamento, 2019. dose of busulfan: Higher risk of sinusoidal
concentração-independente. Desse modo, para obstructive syndrome observed with systemic
preconiza-se medir o nível sérico após a terceira
uma ação mais efetiva são necessárias doses 2. Brunton LL, Chabner BA, Bjorn KC. As Bases exposure dose above 5000 µMol/min. A
dose; então, no momento da administração da
de vancomicina que sejam, normalmente, três Farmacológicas de Goodman e Gilman. 12. ed. historically controlled clinical trial. Hematol
terceira dose, se terá 3 a 5 meias-vidas do medi- Porto Alegre: AMGH; 2012.
a cinco vezes maiores que a MIC.34 A dose reco- Oncol. 2020;38(5):773-81.
mendada de vancomicina é de 15 a 20 mg/kg, camento.34 Normalmente a terceira dose ocorre 1
a 3 dias após o início do tratamento, sendo um 3. Tozer TN, Rowland M. Introdução à 13. Palmer J, McCune JS, Perales MA, et al.
fracionada em duas doses ou a cada 8 horas.35 O Farmacocinética e a Farmacodinâmica. As Bases
momento adequado para avaliação da eficácia Personalizing Busulfan-Based Conditioning:
tempo de infusão é de 1 hora, sendo observado Quantitativas da Terapia Farmacológica. Porto
clínica.34 Considerations from the American Society for
aumento dos efeitos colaterais com redução des- Alegre: Artmed; 2009. Blood and Marrow Transplantation Practice
se tempo.34 Guidelines Committee. Biol Blood Marrow
A concentração sérica esperada após a adminis- 4. Masson E, Zamboni WC. Pharmacokinetic
tração da terceira dose é de 15 a 20 mg/L para o Transplant. 2016;22(11):1915-25.
optimisation of cancer chemotherapy. Effect on
Monitoramento da concentração sérica VALE (período de concentração mais baixa do me- outcomes. Clin Pharmacokinet. 1997;32(4):324-43. 14. Lacy CF, Armstrong LL, Goldman MP, et al.
A importância da monitorização terapêutica dicamento).36 A coleta deve ser realizada 1 hora Medicamentos Lexi-Comp Manole. Uma fonte
5. Willcox A, Wong E, Nath C, et al. The
deve-se à relação entre a concentração sérica e antes da administração da quarta dose.35 O qua- abrangente para médicos e profissionais da
pharmacokinetics and pharmacodynamics saúde. Barueri: Manole; 2009.
a morte bacteriana, visto que a dose é tempo- dro 4 apresenta a monitorização da vancomicina. of busulfan when combined with melphalan
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Cardiovasculares: hipotensão arterial, acompanhada de rubores. Der- 8. Ciurea SO, Andersson BS. Busulfan in crônica. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32(Supl.
Sinais clínicos de matológicos: rash cutâneo eritematoso na face e na porção superior do Hematopoietic Stem Cell Transplantation. Biology 1):22-39
toxicidade corpo. Hematológicos: eosinofilia, trombocitopenia. SNC: calafrios, febre of Blood and Marrow Transplantation. Biol Blood
medicamentosa. Outros: ototoxicidade, insuficiência renal, vasculite. Marrow Transplant. 2009;15(5):523-36. 18. Ruutu T, Gratwohl A, De Witte T, et al. Prophylaxis
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9. Barta SK, Jain R, Mazumder A, et al. recommendations for a standardized practice.
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ƒ Função renal; Combined With High-dose Melphalan and
Bortezomib as a Conditioning Regimen for 19. Mendes AVA, Carlesse F, Schirmer MR, et al.
ƒ Urinálise; Patients With Multiple Myeloma. Clin Lymphoma Manejo de infecções em transplante de células
Parâmetros de ƒ Contagem leucocitária; Myeloma Leuk. 2017;17(10):650-7. tronco-hematopoiéticas consenso SBTMO. 2015.
monitorização/ 10. Esteves I, Santos FPS, Fernandes JF, et al. 20. De Kort EA, De Lil HS, Bremmers MEJ, et
ƒ Audiometria.
seguimento clínico Pharmacokinetics analysis results are similar al. Cyclosporine A trough concentrations
Atenção: for oral compared to intravenous busulfan in are associated with acute GvHD after
Para aliviar ou prevenir reações graves, a duração da infusão da vanco- patients undergoing hematopoietic stem cell nonmyeloablative allogeneic hematopoietic cell
micina deve ser de 30 minutos ou mais para cada 500 mg de medica- transplantation, except for the earlier onset transplantation. PLoS One. 2019;14(3).
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2010;49(6):379-96. O TCTH é dividido nas fases pré-transplante, Hemodiálise intermitente (HDI): dialisável (redu-
24. Garnica M, Machado C, Cappellano P, et al. condicionamento e infusão de células-tronco ção de 60% após uma sessão de 6 horas).
Recomendações no manejo das complicações 31. John J, Loo A, Mazur S, et al. Therapeutic drug
hematopoéticas, aplasia e recuperação medu-
monitoring of systemic antifungal agents: a
infecciosas no transplante de células-tronco
lar. O condicionamento consiste na administra- Endovenoso (EV):
hematopoéticas. Rev Bras Hematol Hemoter. pragmatic approach for adult and pediatric
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2010;32:140-62. Dose recomendada – 10 mg/kg/dose a cada 8
2019;15(11):881-95. associados ou não à irradiação corpórea total,
horas:
25. Tomblyn M, Chiller T, Einsele H, et al. Guidelines cuja finalidade é a indução de aplasia medular,
32. Dolton MJ, Ray JE, Chen SCA, et al. Multicenter
for Preventing Infectious Complications among e nesta fase inicia-se a terapia farmacológica CrCl> 50 mL/min/1,73 m2: não é necessário ajuste
Hematopoietic Cell Transplantation Recipients: A study of posaconazole therapeutic drug
monitoring: exposure-response relationship and
com vários agentes, entre os quais: antieméti- da dose.
Global Perspective. Biol Blood Marrow Transplant. cos, analgésicos, imunossupressores, antimi-
factors affecting concentration. Antimicrob Agents
2009;15(10):1143-238. crobianos, antifúngicos, antivirais, entre outros
Chemother. 2020;56(11):5503-10. CrCl de 25 a 50 mL/min/1,73 m2: 10 mg/kg/dose a
26. Theuretzbacher U, Ihle F, Derendorf H. medicamentos, com o propósito de evitar, re- cada 12 horas.
33. Haeseker MB, Croes S, Neef C, et al. Vancomycin duzir ou aliviar efeitos indesejados ou, ainda,
Pharmacokinetic/pharmacodynamic
dosing in neutropenic patients. PLoS One. CrCl de 10 a <25 mL/min/1,73 m2: 10 mg/kg/dose
profile of voriconazole. Clin Pharmacokinet. prevenir complicações decorrentes da quimiote-
2014;9(11):e112008.
2006;45(7):649-63. rapia antineoplásica. Com o objetivo de auxiliar a cada 24 horas.
34. Bauer LA. Applied Clinical Pharmacokinetics. 2. ed. o farmacêutico, nesta seção serão abordados
27. Yi WM, Schoeppler KE, Jaeger J, et al. Voriconazole CrCl <10 mL/min/1,73 m2: 5 mg/kg/dose a cada 24
McGraw-Hill Medical; 2008, p. 207-11. os principais medicamentos utilizados no TCTH,
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2014;69(5):1162-76. <www.nccn.org>. Acesso em: 1 jul. 2021.
(Antiviral) CrCl de 25 a 50 mL/min/1,73 m²: 5 mg/kg/dose a
cada 12 horas.
Dose/ajustes1-3 CrCl de 10 a <25 mL/min/1,73 m²: 5 mg/kg/dose a
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. cada 24 horas.
Insuficiência renal: CrCl <10 mL/min/1,73 m²: 2,5 mg/kg/dose a cada
Oral (VO): 24 horas.

CrCl> 25 mL/min/1,73 m²: não é necessário ajuste HDI: dialisável (redução de 60% após uma sessão
da dose. de 6 horas): 2,5 a 5 mg/kg/dose a cada 24 horas.

CrCl de 10 a 25 mL/min/1,73 m²: se a dose reco- Diálise peritoneal (DP): 2,5 a 5 mg/kg/dose
mendada habitual for 800 mg, cinco vezes ao dia, a cada 24 horas; nenhuma dose suplementar
administrar 800 mg a cada 8 horas. necessária.

CrCl <10 mL/min/1,73 m²: se a dose recomenda-


da habitual for 200 mg, cinco vezes ao dia, ou Farmacocinética/farmacodinâmica1-3
400 mg a cada 12 horas, administrar 200 mg a Tempo de meia-vida (T1/2) de eliminação: 2,5
cada 12 horas. Se a dose recomendada habitual horas.
for 800 mg, cinco vezes ao dia, administrar 200 mg
a cada 12 horas. Excreção: urina (62% a 91%).

45 46
Reações adversas1-3 vírus da imunodeficiência humana (HIV). Dose/ajustes7,8 Farmacocinética/farmacodinâmica9
Sistema nervoso central: mal-estar, cefaleia, ton- ƒ Monitorar hemograma. Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. T1/2 de eliminação: 7 a 10 horas (após um único
tura, fadiga. intervalo de administração de 24 horas); meia-
ƒ Pré-medicar com paracetamol e anti-histamí- Insuficiência renal: não é necessário ajuste em -vida terminal: 100 a 153 horas (após doses múl-
Gastrintestinais: náusea, vômito, diarreia, dores nico antes da primeira infusão e quando clini- insuficiência renal prévia. Se ocorrer aumento da tiplas de até 49 dias).
abdominais. creatinina devido à administração de anfotericina
camente necessário.
B, reduzir a dose em 50% ou administrar a dose
Dermatológicas: prurido, erupções cutâneas. Reações adversas9
ƒ Recomenda-se o uso de corticoide, anti-hista- plena em dias alternados. Anfotericina B não é re-
mínico e paracetamol prévio à administração movida por hemodiálise ou por diálise peritoneal. Cardiovasculares: hipertensão, taquicardia,
Cuidados clínicos farmacêuticos de alentuzumabe. edema.
ƒ Monitorar o paciente quanto a sinais e sinto- Farmacocinética/farmacodinâmica Sistema nervoso central: calafrios, insônia,
mas de neurotoxicidade: tremor/mioclonia, Amicacina Cmáx.: 1h. cefaleia.
confusão, agitação, letargia, alucinação, cons-
ciência prejudicada; o risco pode aumentar (Antibiótico/aminoglicosídeo) Dermatológica: erupção cutânea.
T1/2 de eliminação: bifásica: inicial de 15 a 48h;
com doses mais altas e em pacientes com in- terminal de 15 dias.
suficiência renal.1 Endócrino-metabólica: hipocalemia.
Dose/ajustes6
Excreção: urina (2% a 5%). Gastrintestinais: náuseas, diarreia.
ƒ Monitorar a infusão: medicamento irritante. Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.

Insuficiência renal: Renal: nefrotoxicidade, aumento de creatinina


ƒ Monitorar a função renal. Reações adversas8 sérica.
CrCl> 50 mL/min: não é necessário ajuste da dose. Cardiovascular: hipotensão.
Alentuzumabe Sistema nervoso central: cefaleia. Cuidados clínicos farmacêuticos9
CrCl de 10 a 50 mL/min: administrar a cada 24 a
(Anticorpo monoclonal/Anti-CD52)
72 horas de acordo com as concentrações séricas. Endócrino-metabólica: hipocalemia. ƒ Monitorar função renal, eletrólitos (especial-
mente potássio e magnésio), testes de função
Gastrintestinais: anorexia, diarreia, dor epigás-
Dose/ajustes 2 CrCl <10 mL/min: administrar a cada 48 a 72 horas
trica, azia, náusea, vômito.
hepática, temperatura, hematócrito, tempo de
de acordo com as concentrações séricas. protrombina/tempo de protrombina parcial (PT/
Não é necessário qualquer ajuste nos pacientes
em diálise ou com insuficiência renal, e com in- Locais: dor no local da injeção. PTT), hemograma completo e sinais de hipoca-
lemia (fraqueza muscular, câimbras, sonolência,
suficiência hepática. Farmacocinética/farmacodinâmica6 Renal: função renal alterada.
alterações no eletrocardiograma [ECG] etc.).
Pico de concentração máxima (Cmáx.): 30 a 60 min. Respiratória: taquipneia.
Farmacocinética/farmacodinâmica4,5 ƒ Monitorar função cardíaca, se anfotericina B
T1/2 de eliminação: 2 horas. Diversas: febre. lipossomal for associada com corticosteroides.
Tempo de meia-vida (T1/2) de eliminação: 8
horas. Excreção: urina (94% a 98%).
Cuidados clínicos farmacêuticos8 Anidulafungina
ƒ Monitorar frequentemente a função renal.
Reações adversas2-5 (Antifúngico/equinocandina)
Reações adversas6
Sistema nervoso central: cefaleia, fadiga. ƒ Acompanhar possíveis reações agudas (febre,
Sistema nervoso central: neurotoxicidade.
calafrios, hipotensão, anorexia, náusea, vômito, Dose/ajustes10
Dermatológicas: erupção cutânea, urticária, Renal: nefrotoxicidade. cefaleia, taquipneia) que podem ocorrer de 1
Não é necessário ajuste na insuficiência hepática
prurido. a 3 horas após o início da infusão intravenosa.
Sistema auditivo: ototoxicidade. ou na insuficiência renal, incluindo pacientes em
Infusão rápida pode provocar hipotensão, hi-
Endócrino-metabólicas: alterações na tireoide. diálise.
pocalemia, arritmias e choque.
Gastrintestinais: náusea, diarreia. Cuidados clínicos farmacêuticos
Farmacocinética/farmacodinâmica10
Infecções: nasofaringite, infeção do trato uriná- ƒ Monitorar função renal e pacientes com Anfotericina B lipossomal
T1/2 de eliminação: 40 a 50 horas.
rio, infeção da via respiratória superior, sinusite, hipocalcemia. (Antifúngico)
herpes oral, gripe e bronquite. Excreção: fezes (30%) e urina (<1%).
Anfotericina B (desoxicolato) Dose/ajustes 9

Cuidados clínicos farmacêuticos5 (Antifúngico poliênico produzido pelo Não é necessário ajuste na insuficiência hepática Reações adversas10
ƒ Contraindicado para pacientes infectados pelo Streptomyces nodosus) ou na insuficiência renal. Cardiovascular: hipertensão.

47 48
Endócrino-metabólicas: hipocalemia, hipomagne-
semia.
Beclometasona (tópico e oral) Cuidados clínicos farmacêuticos15 Bussulfano
(Corticosteroide) ƒ Monitorar reação infusional: considerar pré- (Agente antineoplásico/alquilante)
Gastrintestinais: náusea, diarreia. -medicação com anti-histamínicos, antipiréti-
cos e corticosteroides.
Renal: infecção do trato urinário. Dose/ajustes12 Dose/ajustes
Não é necessário ajuste na insuficiência hepática ƒ Monitorar potencial emético moderado: an- Não é necessário ajuste nos pacientes em diá-
Hepática: aumento da fosfatase alcalina sérica. tieméticos são recomendados para prevenir
ou na insuficiência renal. lise, com insuficiência renal e com insuficiência
náuseas e vômitos. hepática.2,17 A dose é ajustada de acordo com a
Respiratória: broncoespasmo.
ƒ Monitorar extravasamento: medicamento irritante. concentração no sangue total.17
Farmacocinética/farmacodinâmica12,13
Cuidados clínicos farmacêuticos Desconhecida. ƒ Monitorar: função hepática, nível sérico de po-
ƒ Monitorar função hepática.10 tássio em pacientes cardiopatas e nível sérico
Farmacocinética/farmacodinâmica
de ácido úrico. Cmáx.: 1 hora.2,4,17
Reações adversas 12-14

Atovaquona  Desconhecidas. Metabolismo: hepático pelo citocromo P450 3A4


(Antiprotozoário) Brentuximabe vedotina (CYP3A4).2,3,17

Cuidados clínicos farmacêuticos (Anticorpo monoclonal/Anti-CD30) Excreção: urina (25% a 60%).2,17


Dose/ajustes 11
ƒ Medicamento não disponível no mercado. As- T1/2 de eliminação: 2 a 3 horas.4,17
Não é necessário ajuste na insuficiência hepática sim, deverá ser manipulado na forma farma- Dose/ajustes16
ou na insuficiência renal. cêutica de emulsão ou cápsula entérica quando Insuficiência renal:
necessário.13,14 A administração de cápsulas en- Reações adversas2-4,17
téricas de beclometasona no estágio inicial do CrCl ≥ 30 mL/min: não é necessário ajuste de Cardiovasculares: edema, taquicardia, hiperten-
Farmacocinética/farmacodinâmica11 DECH pode permitir a redução das doses ini- dose. são, trombose.
T1/2 de eliminação: intervalo: 67 ± 33,4 horas a ciais dos corticosteroides sistêmicos.
77,6 ± 23,1 horas. CrCl <30 mL/min: evitar o uso. Sistema nervoso central: insônia, ansiedade,
depressão.
Excreção: fezes (94%), urina (1%). Bendamustina
Farmacocinética/farmacodinâmica16 Dermatológicas: erupção cutânea, prurido.
(Agente antineoplásico/alquilante)
Cmáx.: 1 a 3 dias após o final da infusão.
Reações adversas 11
Endócrino-metabólicas: hipomagnesemia, hi-
Sistema nervoso central: cefaleia, insônia. Dose/ajustes15 Metabolismo: hepático. perglicemia, hipocalemia, hipocalcemia.
Não é necessário ajuste na insuficiência hepática Excreção: fezes (75%) e urina. Gastrintestinais: vômito, náusea, mucosite, ano-
Dermatológicas: erupção cutânea, prurido.
e na insuficiência renal. rexia, diarreia, dor abdominal, constipação.
Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômito, dor T1/2 de eliminação: 4 a 6 dias.
abdominal. Hepáticas: hiperbilirrubinemia, síndrome da
Farmacocinética/farmacodinâmica15 obstrução sinusoidal hepática.
Imunológica: infecção. T1/2 de eliminação: 40 minutos a 3 horas. Reações adversas16
Sistema nervoso central: neuropatia, fadiga. Imunológica: doença do enxerto contra o
Musculoesquelética: fraqueza. Metabolismo: hepático. hospedeiro.
Gastrintestinais: náusea, diarreia, dor abdomi-
Respiratórias: tosse, rinite, dispneia, sinusite. Excreção: fezes (25%) e urina (50%). nal, constipação. Musculoesqueléticas: fraqueza, dor lombar.
Diversas: febre. Musculoesqueléticas: artralgia, mialgia. Renal: aumento da creatinina sérica.
Reações adversas15
Cardiovascular: dispneia. Respiratórias: infecção do trato respiratório su- Respiratórias: rinite, tosse, dispneia, epistaxe.
Cuidados clínicos farmacêuticos11 perior, tosse.
ƒ Monitorar náuseas e vômitos; considerar o uso Sistema nervoso central: fadiga, cefaleia. Diversas: febre.
de antieméticos. Diversas: febre.
Dermatológica: erupção cutânea.
ƒ Monitorar função hepática. A ingestão com uma Gastrintestinais: náusea, vômito. Cuidados clínicos farmacêuticos
refeição gordurosa aumenta a absorção; adminis- Cuidados clínicos farmacêuticos16 ƒ Monitorar nível sérico, hemograma, eletróli-
Hepática: aumento da bilirrubina sérica.
trar com alimentos, de preferência com refeições ƒ Monitorar: glicose sérica, sintomas de neuropa- tos, função renal, função cardíaca e função
de alto teor de gordura (amendoim ou sorvete). Diversas: febre. tia periférica e de toxicidade pulmonar. hepática.2-4,17

49 50
ƒ Pacientes devem ser pré-medicados com fár-
maco anticonvulsivante (fenitoína ou benzodia-
sintomas de reações de hipersensibilidade, Caspofungina Quadro 1. Ajuste de dose de cefepima na insufi-
ciência renal22
náuseas e vômitos.
zepínicos) para evitar convulsões relacionadas (Antifúngico/equinocandina) 
com o uso de doses elevadas de bussulfano;
recomenda-se o uso de anticonvulsivante 12 Carmustina Dose/ajustes20
CrCl
(mL/ Doses recomendadas
horas antes do bussulfano e até 24 horas após (Agente antineoplásico/alquilante) min/kg)
Insuficiência hepática: reduzir as doses na pre-
a última dose.17
sença de insuficiência hepática de grau modera-
1 g a cada 2 g a cada 2 g a cada
ƒ Os antieméticos devem ser administrados an- Dose/ajustes do para 35 mg/dia. 30 a 60
24h 24h 12h
tes da primeira dose e continuados durante Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
2,19
Insuficiência renal: não é necessário ajuste de 500 mg a 1 g a cada 2 g a cada
toda sua administração.17
dose. 11 a 29
Insuficiência renal:2 cada 24h 24h 24h

Carboplatina CrCl de 46 a 60 mL/min: reduzir a dose para 80%


Farmacocinética/farmacodinâmica7,20 <11
250 mg a 500 mg a 1 g a cada
(Agente antineoplásico/alquilante) da dose usual. cada 24h cada 24h 24h
Cmáx.: 40 a 50 horas.
CrCl de 31 a 45 mL/min: reduzir a dose para 75%
Dose/ajustes da dose usual. Excreção: urina (41%) e fezes (35%). 
Hemodiálise intermitente (três vezes por se-
Não é necessário ajuste na insuficiência hepática.2,18 CrCl ≤ 30 mL/min: considerar o uso de fármacos T1/2 de eliminação: 11 a 21 horas. mana).22 EV: dialisável (redução de 70% a 85%
O cálculo da dose da carboplatina é realizado por na concentração sérica durante hemodiálise
alternativos.
meio da fórmula de Carvert, baseado na taxa de fil- de 3,5 a 4 horas com filtros de alto fluxo). Ad-
tração glomerular e na AUC, que avalia a concentra- CrCl <10 mL/min: descontinuar o tratamento.  Reações adversas20 ministração (após a hemodiálise): 1 g (dose
ção no plasma sanguíneo em função do tempo.2,4,18 Cardiovascular: taquicardia. única) no dia 1; manutenção: 500 mg a 1 g a
cada 24 horas.
Total dose (mg) = AUC × [clearance creatinina Farmacocinética/farmacodinâmica Sistema nervoso central: calafrios, cefaleia.
(mL/min) + 25] Cmáx.: 3 horas.2
Dermatológicas: erupção cutânea, prurido, Farmacocinética/farmacodinâmica22
Metabolismo: hepático.2,3,19 sudorese. Cmáx.: 1 a 2 horas.
Farmacocinética/farmacodinâmica
Excreção: urina (70%).2,19 Gastrintestinais: diarreia, vômito, náusea. Excreção: urina (85%).
Metabolismo: hepático.2,3,18
T1/2 de eliminação: 15 a 75 minutos.4,19 Hepáticas: aumento da fosfatase alcalina sérica, T1/2 de eliminação: 2 horas.
Excreção: urina (70%). 2,18
aumento do nível sérico de ALT e de AST, aumen-
T1/2 de eliminação: 3 a 6 horas.4,18 to da bilirrubina sérica.
Reações adversas2-4,19 Reações adversas22
Renal: aumento da creatinina sérica.
Cardiovasculares: hipotensão, taquicardia. Local: flebite localizada.
Reações adversas2-4,18
Respiratória: dispneia.
Sistema nervoso central: cefaleia, neuropatia Gastrintestinais: náusea, vômito. Gastrintestinal: diarreia.
periférica. Diversas: febre.
Hepáticas: aumento dos níveis das transamina-
Endócrino-metabólicas: hiponatremia, hipomag- ses, fosfatase alcalina e bilirrubinas. Cuidados clínicos farmacêuticos  
nesemia, hipocalcemia, hipocalemia.  Cuidados clínicos farmacêuticos20,21 ƒ Monitorar função renal.
Renal: azotemia.
Gastrintestinais: vômito, dor abdominal, náusea. ƒ Monitorar função hepática, elevações de AST e
Hepáticas: aumento da fosfatase alcalina sérica, Respiratória: toxicidade pulmonar. de ALT e reações anafiláticas graves. Ceftazidima  
aumento sérico de AST. (Antibiótico/cefalosporina de 3ª geração)
Imunológica: reação de hipersensibilidade. Cuidados clínicos farmacêuticos Cefepima
ƒ Monitorar potencial emetogênico: moderado; (Antibiótico/cefalosporina de 4ª geração) Dose/ajustes23  
Musculoesquelética: fraqueza.
considerar uso de antieméticos para prevenir Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
Renais: diminuição da depuração da creatinina, náuseas e vômitos.
aumento do nitrogênio da ureia no sangue. Dose/ajustes22
Insuficiência renal:
ƒ Monitorar extravasamento e dor no local da ad- Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
ministração: irritante. CrCl de 31 a 50 mL/min: 1 g a cada 12 horas.
Cuidados clínicos farmacêuticos Insuficiência renal: realizar o ajuste conforme
ƒ Monitorar: função renal do paciente, sinais/ ƒ Monitorar a função renal e hepática. quadro 1. CrCl de 16 a 30 mL/min: 1 g a cada 24 horas.

51 52
CrCl de 6 a 15 mL/min: 500 mg a cada 24 horas. programada cair no dia de diálise, administrar Dose Dose Farmacocinética/farmacodinâmica26
após o procedimento. CrCl
recomendada recomendada Cmáx.: 2 a 3 horas.
CrCl <5 mL/min: 500 mg a cada 48 horas. (mL/
1,5 g a cada 3 g a cada
min) Excreção: urina (33% a 67%).
Farmacocinética/farmacodinâmica 24 8 horas 8 horas
Farmacocinética/farmacodinâmica23   375 mg a cada 750 mg a cada T1/2 de eliminação: 5 a 9 horas.
Metabolismo: ceftazidima: 80% a 90% da dose 15 a 29
Cmáx.: 1 hora. eliminada como fármaco inalterado; avibactam: 8 horas 8 horas
Excreção: urina (80% a 90%). não metabolizado. Ajuste de Ajuste de Reações adversas26
<15 dose não dose não Local: sensação de calor no local da injeção.
T1/2 de eliminação: 1 a 2 horas. Excreção: ceftazidima: urina (80% a 90% como
informado informado
fármaco inalterado); avibactam: urina (97%). Gastrintestinal: diarreia.

Reações adversas23   T1/2 de eliminação: ceftazidima: 3 horas; avibac- Hepática: aumento das enzimas hepáticas.
tam: 2 horas. Hemodiálise intermitente (três vezes por sema-
Dermatológicas: prurido, erupção cutânea. na): EV: dialisável (ceftolozana 66%; tazobactam
Gastrintestinal: diarreia. 56%). Se a dose recomendada for de 1,5 g a cada Cuidados clínicos farmacêuticos26
Reações adversas23,24 8 horas, iniciar com 750 mg em dose única, segui- ƒ Monitorar as funções renal e hepática e INR
Hepáticas: ALT e AST séricos aumentados, fosfa- Sistema nervoso central: cefaleia. da de 150 mg a cada 8 horas. Se a dose recomen- (international normalized ratio) se o paciente
tase alcalina sérica aumentada. Dermatológicas: prurido, erupção cutânea. dada for de 3 g a cada 8 horas, iniciar com 2,25 g estiver com nível baixo de vitamina K.
em dose única, seguida de 450 mg a cada 8 horas.
Hipersensibilidade: reações de hipersensibilidade. Gastrintestinais: náusea, diarreia. Administrar as doses recomendadas imediata-
Local: inflamação e flebite no local da injeção. Hepáticas: ALT e AST séricos aumentados, fosfa- mente após a diálise, nos dias do procedimento. Ciclofosfamida
tase alcalina sérica aumentada. (Agente antineoplásico/alquilante/imunossupressor)

Cuidados clínicos farmacêuticos Local: flebite no local da injeção. Farmacocinética/farmacodinâmica   25

T1/2 de eliminação: ceftolozana: 3 a 4 horas; ta- Dose/ajustes27


ƒ Monitorar: funções renal e hepática; os pacien-
zobactam: 2 a 3 horas. Não disponíveis recomendações para ajuste pelo
tes com históricos de doença gastrintestinal e Cuidados clínicos farmacêuticos  
de distúrbios convulsivos. fabricante (usar com cuidado; podem ocorrer ní-
ƒ Monitorar função renal e neurotoxicidade. Excreção: ceftolozana: urina (> 95% como fárma- veis elevados de metabólitos). Porém considerar
co inalterado); tazobactam: urina (> 80% como os ajustes:
Ceftazidima + avibactam Ceftolozana + tazobactam   fármaco inalterado).
Insuficiência hepática: se bilirrubina sérica 3,1 a
(Antibiótico/associação cefalosporina e inibidor (Antibiótico/associação betalactâmico e inibidor 5 mg/dL ou transaminases> 3 x LSN (limites supe-
não betalactâmico da betalactamase) de betalactamase) Reações adversas25  riores da normalidade), administrar 75% da dose.
Sistema nervoso central: cefaleia, tontura, insô- Se bilirrubina sérica> 5 mg/dL, evitar o uso.
Dose/ajustes24 Dose/ajustes25   nia, ansiedade. Insuficiência renal: no comprometimento renal
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. moderado, nenhum ajuste de dose é necessário.
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. Cardiovascular: hipotensão. Se insuficiência moderada a grave: considerar a
Insuficiência renal: Insuficiência renal: realizar o ajuste conforme redução da dose.
Gastrintestinais: náusea, diarreia, vômito, dor
CrCl> 50 mL/min: não é necessário ajuste de dose. quadro 2. abdominal. Hemodiálise: administrar após hemodiálise. A ci-
clofosfamida é dialisada de 20% a 50%.
CrCl de 31 a 50 mL/min: 1,25 g a cada 8 horas. Quadro 2. Ajuste de dose de ceftolozana+tazo-
bactam na insuficiência renal25 Cuidados clínicos farmacêuticos  
CrCl de 16 a 30 mL/min: 0,94 g a cada 12 horas. ƒ Monitorar: função renal e transaminases séricas. Farmacocinética/farmacodinâmica
Dose Dose Cmáx.: 2 a 3 horas.2
CrCl de 6 a 15 mL/min: 0,94 g a cada 24 horas. CrCl
recomendada recomendada
CrCl ≤ 5 mL/min: 0,94 g a cada 48 horas.
(mL/
min)
1,5 g a cada 3 g a cada Ceftriaxona Metabolismo: hepático.2,3,27
8 horas 8 horas (Antibiótico/cefalosporina de 3ª geração) Excreção: fezes (4%) e urina (10% a 20%).2,27
Hemodiálise intermitente (três vezes por sema- > 50 a 1,5 g a cada 3 g a cada T1/2 de eliminação: 3 a 12 horas.4,27
na): dialisável (55% [com base em uma dose de 130 8 horas 8 horas
ceftazidima de 1 g e avibactam de 100 mg]): 0,94 g Dose/ajustes 26

a cada 24 a 48 horas, dependendo da fun- 30 a 50


750 mg a cada 1,5 g a cada Não é necessário ajuste na insuficiência hepática Reações adversas2-4,27
ção renal residual do paciente; quando a dose 8 horas 8 horas e na insuficiência renal. Dermatológica: alopecia.

53 54
Gastrintestinais: dor abdominal, diarreia, muco- Reações adversas2,3,28 Gastrintestinal: diarreia. Farmacocinética/farmacodinâmica
site, náusea, vômito.
Cardiovascular: hipertensão. Oftalmológica: diminuição da pressão intraocular. Cmáx.: comprimido de liberação imediata: 0,5 a
Renal: cistite hemorrágica. 2 horas/comprimido de liberação prolongada: 1
Sistema nervoso central: cefaleia. Renal: aumento de creatinina. a 2,5 horas.2,4,31
Infecção: infecção.
Endócrino-metabólica: nível glicêmico elevado. Musculoesquelética: fraqueza. Metabolismo: hepático.2,3,31
Gastrintestinais: perda de apetite, náusea, diar- Excreção: urina (35% a 70%) e fezes (15% a 35%).2,31
Cuidados clínicos farmacêuticos reia, hiperplasia gengival, dor abdominal.
ƒ Monitorar potencial emético moderado a alto: Cuidados clínicos farmacêuticos  
T1/2 de eliminação: 4 a 6 horas.31
antieméticos podem ser recomendados para Musculoesqueléticas: tremor, câimbras nas ƒ Monitorar: funções renal e hepática, pressão
prevenir náuseas e vômitos.7,11,27 pernas. intraocular e sinais de acidose metabólica.
Reações adversas2,3,31
ƒ Monitorar toxicidade da bexiga: a ciclofosfami- Renais: aumento da creatinina sérica, insuficiên-
Gastrintestinais: náuseas, diarreia.
da está associada ao desenvolvimento de cis- cia renal. Ciprofloxacino
tite hemorrágica, pielite, uretrite e hematúria. (Antibiótico/fluoroquinolona)
Aumentar a ingestão de líquidos durante 1 a Cuidados clínicos farmacêuticos Cuidados clínicos farmacêuticos 
2 dias após a dose de ciclofosfamida. Os regi- ƒ Monitorar nível sérico. Solução oral de ciclos- ƒ Monitorar: função renal e hepática2,3,31 e as con-
mes de altas doses devem ser acompanhados porina pode ser diluída com suco de laranja ou Dose/ajustes 31
dições cardíacas, pois as fluoroquinolonas po-
de hidratação vigorosa e de terapia com mesna de maçã; não utilizar copo plástico.28 O suco de Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. dem prolongar o intervalo QTc.31
(a dose de mesna é calculada multiplicando-se a toranja (grapefruit) aumenta as concentrações
dose de ciclofosfamida por 20%). Mesna pode Insuficiência renal: ƒ Monitorar níveis de glicose: as fluoroquinolonas
séricas de ciclosporina.2,28
ser administrada como uma infusão intraveno- são associadas a distúrbios na regulação da
sa contínua de 24 horas ou administrada em do- Liberação oral imediata: glicose, incluindo hiperglicemia e hipoglicemia.
ses divididas a cada 4 horas; deve começar no Cidofovir Esses eventos ocorreram com mais frequência
CrCl> 50 mL/min: não é necessário ajuste da dose. em pacientes que receberam agentes hipogli-
início do tratamento e continuar pelo menos 24 (Antiviral)
horas após a última dose de ciclofosfamida.4,27 CrCl de 30 a 50 mL/min: 250 a 500 mg a cada 12 cêmicos orais concomitantes ou insulina.31

ƒ Monitorar: cardiotoxicidade,27 SOS27 e sinais/ Dose/ajustes30 horas. ƒ Fotossensibilidade/fototoxicidade: evitar luz


sintomas de toxicidade pulmonar.4,27 Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. solar excessiva e tomar precauções para limitar
CrCl de 5 a 29 mL/min: 250 a 500 mg a cada 18
a exposição (por exemplo, roupas largas, prote-
Insuficiência renal preexistente: se creatinina horas.
tor solar); pode causar reações de fototoxicida-
Ciclosporina sérica> 1,5 mg/dL, CrCl ≤ 55 mL/min ou proteí-
Doença renal terminal (DRT) na hemodiálise in- de moderada a grave que se manifestam como
(Imunosupressor/inibidor da calcineurina)  na na urina ≥ 100 mg/dL, o uso de cidofovir é reações exageradas de queimaduras solares.
termitente/diálise peritoneal (administrado após
contraindicado. Interromper o uso se ocorrer fototoxicidade.31
diálise nos dias do procedimento): 250 a 500 mg
Dose/ajustes Alterações da função renal durante o tratamento: a cada 24 horas. ƒ Alguns alimentos podem diminuir a taxa da ab-
se a creatinina sérica aumentar de 0,3 a 0,4 mg/ sorção de ciprofloxacino. Administrar ciprofloxa-
Não é necessário qualquer ajuste nos pacien- Liberação oral prolongada:
dL, reduzir a dose para 3 mg/kg. Se a creatini- cino pelo menos 2 horas antes ou 6 horas após
tes em diálise ou com insuficiência renal e
na sérica ≥ 0,5 mg/dL ou desenvolvimento para ≥ a ingestão de laticínios ou sucos enriquecidos
hepática.2,28 CrCl> 30 mL/min: não é necessário ajuste da dose.
3mg/dL + proteinúria, interromper a terapia. com cálcio, isoladamente, ou em uma refeição
A dose é ajustada de acordo com a concentra- CrCl ≤ 30 mL/min: na cistite aguda sem complica- que contenha> 800 mg de cálcio. Restringir a
ção no sangue total, toxicidade ou diminuição do ções não é necessário ajuste da dose. Na infec- ingestão de cafeína se ocorrer estimulação car-
quimerismo.29
Farmacocinética/Farmacodinâmica30 díaca ou do sistema nervoso central. Garantir
ção do trato urinário (ITU) complicada (incluindo
Excreção: urina (70% a 85%). uma hidratação adequada durante a terapia.31
pielonefrite): 500 mg a cada 24 horas. Na DRT na
Farmacocinética/farmacodinâmica T1/2 de eliminação: 2,6 horas. hemodiálise intermitente/diálise peritoneal (ad-
Distribuição: fígado, pâncreas e pulmão.28
ministrada após diálise nos dias do procedimen- Citarabina
to): 500 mg a cada 24 horas.
Cmáx.: 1,5 a 2 horas.
2
Reações adversas30 (Agente antineoplásico/antimetabólito análogo
Endovenoso: da pirimidina)
Sistema nervoso central: calafrios, cefaleia, dor.
Metabolismo: hepático pela CYP3A4.2,3,28
Dermatológicas: alopecia, urticária. CrCl ≥ 30 mL/min: não é necessário ajuste da dose.
Excreção: fezes e urina (6%).3,28
Dose/ajustes32
Endócrino-metabólica: diminuição do nível séri- CrCl de 5 a 29 mL/min: 200 a 400 mg a cada 18 a Não é necessário qualquer ajuste nos pacientes com
T1/2 de eliminação: 5 a 18 horas.2 co de bicarbonato. 24 horas. insuficiência renal e com insuficiência hepática.

55 56
Farmacocinética/farmacodinâmica Imunológica: síndrome  de hipersensibilidade a
medicamentos.
Defibrotida Dermatológica: erupção cutânea.
Metabolismo: fígado.2,3 (Agente trombolítico/tratamento de SOS) Gastrintestinal: diarreia.
Excreção: urina (80%).2,32 Infecção: bacteriana, fúngica e viral.
Cuidados clínicos farmacêuticos 33
Dose/ajustes35
T1/2 de eliminação: 1 a 3 horas.4,32 ƒ Monitorar funções renal e hepática (alterações
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
de enzimas hepáticas).
ficiência hepática ou renal. Cuidados clínicos farmacêuticos
Reações adversas2-4,32 ƒ Usar com cautela em pacientes com histórico ƒ Monitorar: pacientes com doença cardiovascu-
lar e com histórico de convulsões, ativação do
Cardiovascular: tromboflebite local. de doença gastrintestinal, principalmente coli- Farmacocinética/farmacodinâmica vírus hepatite B e tuberculose.
te. Clindamicina deve ser reservada para infec-
Metabolismo: hepático.2,3,35
Dermatológicas: alopecia, erupção cutânea. ções graves em que agentes antimicrobianos

Gastrintestinais: dor abdominal, fissura anal,


menos tóxicos são inapropriados. Não deve ser Excreção: urina (5% a 15%).2,35 Etoposídeo
utilizada em pacientes com infecções não bac-
diarreia, mucosite, náusea, vômito. terianas, como a maioria das infecções do trato T1/2 de eliminação: 2 horas.35 (Agente antineoplásico/inibidor da enzima to-
respiratório superior. poisomerase II)
Hepática: insuficiência hepática.
Reações adversas2,3,35
Infecção: sepse. Dapsona Cardiovascular: hipotensão.
Dose/ajustes37
(Antibiótico/sulfona) Insuficiência hepática: se bilirrubina 1,5 a 3 mg/dL
Oftalmológica: conjuntivite. Gastrintestinais: diarreia, vômito, náusea. ou AST> 3 × LSN, administrar 50% da dose.

Dose/ajustes34 Respiratória: epistaxe. Insuficiência renal:


Cuidados clínicos farmacêuticos  
ƒ Monitorar: toxicidade gastrintestinal e o uso de Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- CrCl> 50 mL/min: não é necessário ajuste.
corticoide por via oftálmica.32 ficiências hepática e renal. Cuidados clínicos farmacêuticos35
ƒ Monitorar uso de anticoagulantes: a defibroti- CrCl de 15 a 50 mL/min: administrar 75% da dose.
da pode aumentar o risco de sangramento (com
Clindamicina Farmacocinética/farmacodinâmica 34 CrCl <15 mL/min: dados não disponíveis; conside-
base no aumento da atividade das enzimas fibri- rar reduções adicionais de dose.
(Antibiótico/lincosamida) Cmáx.: 4 a 8 horas. nolíticas). Não iniciar a terapia em pacientes com
sangramento ativo; monitorar de perto os sinais
Metabolismo: hepático.
de sangramento. Se ocorrer sangramento duran- Farmacocinética/farmacodinâmica
Dose/ajustes33 Excreção: urina (85%). te o tratamento, interromper defibrotida, avaliar/ Metabolismo: hepático pela CYP3A4.2,3,37
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- tratar a causa subjacente e fornecer cuidados de
ficiências hepática e renal. T1/2 de eliminação: 28 horas. suporte até que o sangramento seja resolvido. Excreção: fezes (44%) e urina (54%).2,37

Reações adversas34 T1/2 de eliminação: 4 a 11 horas.4,37


Farmacocinética/farmacodinâmica33
Sistema rervoso central: febre, cefaleia, insônia,
Etanercepte
Cmáx.: 1 a 3 horas. psicose, neuropatia perférica. (Imunossupressor/inibidor do fator de necrose Reações adversas2-4,37
tumoral [TNF, do inglês tumor necrosis fator])
Metabolismo: hepático. Dermatológica: alopecia.
Dermatológicas: eritema nodoso, dermatite es-
foliativa, fototoxicidade. Gastrintestinais: náusea e vômito, anorexia,
Excreção: urina (10%) e fezes (3,6%). Dose/ajustes36 diarreia.
Gastrintestinais: dor abdominal, náusea, pan- Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
T1/2 de eliminação: 3 horas.
creatite, vômito. ficiência hepática ou renal.
Hepáticas: icterícia colestática, hepatite.
Cuidados clínicos farmacêuticos37
Reações adversas33 ƒ Monitorar extravasamento: medicamento irritante.
Dermatológicas: erupção cutânea maculopapu- Oftalmológica: visão turva. Farmacocinética/farmacodinâmica36
lar, prurido. Cmáx: 69 ± 34 horas. ƒ Monitorar toxicidade gastrintestinal e hipoten-
Auditivo: zumbido. são: pode haver hipotensão em decorrência da
Gastrintestinais: dor abdominal, colite associa- T1/2 de eliminação: 102 ± 30 horas. administração rápida; infundir lentamente por
da a antibióticos, diarreia, náusea, colite pseudo- pelo menos 30 a 60 minutos.
membranosa, vômito.
Cuidados clínicos farmacêuticos
ƒ Monitorar função hepática e sinais de neuropa- Reações adversas36 ƒ Monitorar função renal e hepática e o risco de
Hepática: testes anormais de função hepática. tia periférica. Sistema nervoso central: cefaleia. hipoalbuminemia.

57 58
Fluconazol CrCl de 50 a 79 mL/min: reduzir a dose para 20
mg/m2.
Farmacocinética/farmacodinâmica Farmacocinética/farmacodinâmica41
(Antifúngico/triazólico) Cmáx.: 10 minutos. 2 T1/2 de eliminação: 3 a 4 horas.
CrCl de 30 a 49 mL/min: reduzir a dose para 15
Metabolismo: intestinal e hepático.2,3,40 Excreção: urina (<28%).
mg/m2.
Dose/ajustes7
CrCl <30 mL/min: o uso não é recomendado. Excreção: urina. 2,40
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. Reações adversas41
T1/2 de eliminação: 4 a 8 horas.40 Sistema nervoso central: cefaleia.
Insuficiência renal:
Farmacocinética/farmacodinâmica
Se em dose única, não há necessidade de ajuste Endócrino-metabólicas: hipocalemia, hipocalce-
Excreção: urina.2,39 Reações adversas2-4,40 mia, hipomagnesemia, hipofosfatemia.
na insuficiência renal.
T1/2 de eliminação: 20 horas.4,39 São raras as reações que podem ocorrer com o
uso de folinato de cálcio. Gastrintestinais: náusea, diarreia, vômito.
CrCl> 50 mL/min: não é necessário ajuste.
Renal: insuficiência renal.
CrCl ≤ 50 mL/min: reduzir a dose em 50%. Reações adversas 2-4,39

Cardiovascular: edema. Cuidados clínicos farmacêuticos   Diversas: febre.


Reposição na diálise: uma dose normal após
ƒ Monitorar nível sérico de metotrexato e função
hemodiálise. Sistema nervoso central: neuropatia periférica. renal.
Cuidados clínicos farmacêuticos41
Dermatológicas: erupção cutânea, diaforese.
Farmacocinética/farmacodinâmica ƒ Monitorar função renal e tratamento dentário:
Gastrintestinais: náusea, vômito, diarreia.
Foscarnet depósito nos dentes prejudica o desenvolvi-
Cmáx.: 1-2h com a administração oral.7  mento do esmalte dentário.
(Antiviral)
Renal: infecção do trato urinário.
Excreção: urina (80%).7,38  ƒ Monitorar eletrólitos: desequilíbrio eletrolítico
Dose/ajustes41
Infecção: infecções oportunistas e reativação de (hipocalcemia, hipofosfatemia, hipomagnese-
T1/2 de eliminação: função renal normal: 30 ho- Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
infecções virais latentes. mia, hipocalemia).
ras (intervalo: 20 a 50 horas).7,38
Musculoesqueléticas: fraqueza, astenia. Insuficiência renal: realizar o ajuste conforme o ƒ Monitorar irritação vascular; recomenda-se
quadro 3. hidratação.
Reações adversas38 Respiratória: tosse.
Sistema nervoso central: cefaleia. Quadro 3. Ajuste de dose de foscarnet na insufi-
Diversas: febre. ciência renal41 Ganciclovir
Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômito, dor
(Antiviral)
abdominal. CMV (citomegalovírus)
Cuidados clínicos farmacêuticos39
Hepáticas: aumento sérico de AST e de ALT, au- ƒ Monitorar a função renal e a ocorrência de sín- CrCl (mL/ Equivalente Equivalente a
min/kg) Dose/ajustes42
mento da fosfatase alcalina sanguínea. drome de lise tumoral: a hidratação e a terapia a 90 mg/kg a 120 mg/kg a
cada 24 horas cada 24 horas Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
anti-hiperuricêmica profilática devem ser con-
sideradas em pacientes com risco de síndrome Não recomen- Não recomen- Insuficiência renal:
Cuidados clínicos farmacêuticos38 de lise tumoral. <0,4
dado dado
ƒ Monitorar função hepática. EV (indução):
ƒ Monitorar o risco de DECH: os pacientes que 50 mg/kg a cada 65 mg/kg a cada
≥ 0,4-0,5
recebem fludarabina devem receber apenas 48 horas 48 horas CrCl ≥ 70 mL/min: não é necessário ajuste da
Fludarabina   produtos sanguíneos irradiados em virtude do 60 mg/kg a cada 80 mg/kg a cada dose.
potencial de DECH relacionado à transfusão. > 0,5-0,6
(Agente antineoplásico/antimetabólito análogo 48 horas 48 horas
CrCl de 50 a 69 mL/min: administrar 2,5 mg/kg/
da purina) 80 mg/kg a cada 105 mg/kg a dose a cada 12 horas.
> 0,6-0,8
Folinato de cálcio 48 horas cada 48 horas
CrCl de 25 a 49 mL/min: administrar 2,5 mg/kg/
Dose/ajustes39 (Agente modulador de quimioterapia/agente de
> 0,8-1
50 mg/kg a cada 65 mg/kg a cada
dose a cada 24 horas.
resgate de metotrexato) 24 horas 24 horas
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
70 mg/kg a cada 90 mg/kg a cada CrCl de 10 a 24 mL/min: administrar 1,25 mg/kg/
Insuficiência renal: > 1-1,4
24 horas 24 horas dose a cada 24 horas.
Dose/ajustes40
CrCl ≥ 80 mL/min: não é necessário ajuste da Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- 90 mg/kg a cada 120 mg/kg a CrCl <10 mL/min: administrar 1,25 mg/kg/dose,
> 1,4
dose.  ficiência hepática ou renal. 24 horas cada 24 horas 3 vezes/semana após a hemodiálise.

59 60
EV (manutenção): de difosfato ativo (dFdCDP, do inglês 2’,2’-di- Quadro 4. Ajuste de dose de gentamicina na in- Farmacocinética/farmacodinâmica
fluorodeoxycytidine 5’-diphosphate) e trifosfa- suficiência renal44
CrCl ≥ 70 mL/min: não é necessário ajuste da Cmáx.: 1,2 ± 0,4 horas.
to (dFdCTP, do inglês 2’,2’-difluorodeoxycytidine
dose.
5’-triphosphate).2,3,43 Depuração Metabolismo: hepático pela CYP3A4.14,46
Creatinina Porcentagem
CrCl de 50 a 69 mL/min: administrar 2,5 mg/kg/ de creatinina
Excreção: fezes (1%) e urina (98%). 2,43 sérica da dose Excreção: urina.47
dose a cada 24 horas. (mL/min/
(mg/100 mL) habitual
T1/2 de eliminação: 1,7 a 19,4 horas. 43 1,73 m2) T1/2 de eliminação: IV: 2 ± 0,3 horas; oral: 1,8 ±
CrCl de 25 a 49 mL/min: administrar 1,25 mg/kg/
≤ 1,0 ≥ 100 100 0,5 horas.47
dose a cada 24 horas.

CrCl de 10 a 24 mL/min: administrar 0,625 mg/kg/


Reações adversas2-4,43 1,1-1,3 70-100 80
dose a cada 24 horas. Cardiovascular: edema periférico. 1,4-1,6 55-70 65 Reações adversas2,3,45
Distúrbios psiquiátricos: insônia, alterações de
CrCl <10 mL/min: administrar 0,625 mg/kg/dose, 3 Dermatológica: erupção cutânea. 1,7-1,9 45-55 55 humor.
vezes/semana após a hemodiálise. 2,0-2,2 40-45 50
Gastrintestinais: náusea, vômito. Cardiovasculares: retenção de líquidos, distúr-
2,3-2,5 35-40 40 bios eletrolíticos e hipertensão.
Farmacocinética/farmacodinâmica 42
Renais: proteinúria, hematúria. 2,6-3,0 30-35 35 Dermatológica: cicatrização prejudicada das
Excreção: urina (80% a 99%). feridas.
Hepáticas: aumento sérico de ALT e de 3,1-3,5 25-30 30
T1/2 de eliminação: 3,5 ± 0,9 horas. AST, aumento sérico da fosfatase alcalina, Endócrino-metabólicas: hiperglicemia, hipopotas-
3,6-4,0 20-25 25
hiperbilirrubinemia. semia.
4,1-5,1 15-20 20
Reações adversas42 Oftalmológica: catarata com uso prolongado.
Respiratórias: dispneia, sintomas gripais. 5,2-6,6 10-15 15
Gastrintestinal: diarreia.
Diversas: febre. 6,7-8,0 <10 10 Cuidado clínico farmacêutico
Renal: aumento da creatinina sérica.
ƒ Monitorar reações adversas.
Respiratória: tosse. Cuidados clínicos farmacêuticos43 Reações adversas44
Diversas: febre. ƒ Monitorar função renal e hepática. Auditivas: comprometimento auditivo, zumbido. Imatinibe
(Agente antineoplásico/inibidor da proteína tiro-
ƒ Monitorar toxicidade pulmonar (síndrome do Endócrino-metabólicas: elevação das transa- sina quinase/imunomodulador)
Cuidados clínicos farmacêuticos desconforto respiratório do adulto, pneumo- minases produzidas no fígado e no sangue;
ƒ Monitorar função renal. nite intersticial, edema pulmonar e fibrose aumento da desidrogenase lática no soro e da
bilirrubina; diminuição dos níveis de cálcio, mag-
Dose/ajustes
pulmonar).
nésio, sódio e potássio no sangue. Insuficiência renal:47-50
Gencitabina
(Agente antineoplásico/antimetabólito análogo Gentamicina Renais: diminuição da depuração da creatinina, CrCl de 40 a 59 mL/min: a máxima dose recomen-
dada é de 600 mg.
da pirimidina) aumento da creatinina sérica, insuficiência renal.
(Antibiótico/aminoglicosídeo)
CrCl de 20 a 39 mL/min: 50% dose; máxima dose
Dose/ajustes 43
Dose/ajustes 44 Cuidados clínicos farmacêuticos   recomendada: 400 mg.
Insuficiência hepática: se bilirrubina sérica> 1,6 ƒ Monitorar função renal e hepática. CrCl <20 mL/min: a dose de 100 mg/dia foi bem
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
mg/dL, a dose inicial deve ser de 800 mg/m2. tolerada.
ƒ Monitorar pacientes com hipocalcemia, hipoca-
Insuficiência renal: não é necessário ajuste. A he- Insuficiência renal: realizar o ajuste conforme
lemia e hipomagnesemia. Não há necessidade de doses suplementares em
modiálise deve iniciar 6 a 12 horas após a infusão quadro 4. pacientes em hemodiálise.4
de gencitabina.
Farmacocinética/farmacodinâmica44
Hidrocortisona Insuficiência hepática:48
(Corticosteroide)
Farmacocinética/farmacodinâmica Cmáx.: 30 a 90 min. Insuficiência grave: reduzir a dose em 25%.
Cmáx.: 30 minutos após completa infusão.43 Dose/ajustes45
Excreção: urina (> 70%).
Metabolismo: intracelularmente por nucleo- Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- Farmacocinética/farmacodinâmica
sídeo quinases aos metabólitos nucleosídeo T1/2 de eliminação: 2 horas. ficiência hepática ou insuficiência renal. Cmáx.: 2 a 4 horas.2,48

61 62
Metabolismo: hepático via CYP3A4.3,48 Farmacocinética/farmacodinâmica Metabolismo: hepático. Levofloxacino
Excreção: fezes (68%), urina (13%).3,48 Cmáx.: 4 a 8 horas.4 Excreção: fezes (46,1%) e urina (45,5%). (Antibiótico/fluorquinolona de 3ª geração)
T1/2 de eliminação: 18 horas.2,3,48 Início da ação (depleção de células T): 24 T1/2 de eliminação: 130 horas.
horas.52,53 Dose/ajustes57
Reações adversas2,3,48 Duração: a linfopenia pode persistir por até 1 Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
Cardiovasculares: edema periférico, edema fa-
Reações adversas 55
ano.52,53 Insuficiência renal: realizar o ajuste conforme
cial, dor no peito. Cardiovascular: edema periférico.
T1/2 de eliminação: 2 a 3 dias.4,54 quadro 5.
Sistema nervoso central: fadiga, dor, cefaleia, Sistema nervoso central: cefaleia, fadiga, insônia.
tontura, insônia, depressão, distúrbio do paladar, Quadro 5. Ajuste de dose de levofloxacino na in-
rigidez, ansiedade, parestesia, calafrios. Endócrino-metabólica: hipocalemia. suficiência renal57
Reações adversas 2,51

Dermatológicas: erupção cutânea, dermatite, Cardiovasculares: hipertensão, taquicardia, ede- Gastrintestinais: náusea, vômito, diarreia, dor
prurido, sudorese noturna, alopecia, diaforese. ma periférico, hipotensão. abdominal, constipação. Dose reco- Dose reco- Dose reco-
Endócrino-metabólicas: retenção de líquidos, au- CrCl mendada mendada mendada
Sistema nervoso central: calafrios, cefaleia, dor, Hepática: aumento das enzimas hepáticas. (mL/ é de 250 é de 500 é de 750
mento da lactato desidrogenase, ganho de peso,
insônia, mal-estar. min) mg a cada mg a cada mg a cada
diminuição da albumina sérica, hipocalemia. Respiratórias: dispneia, tosse. 24 horas 24 horas 24 horas
Gastrintestinais: náusea, diarreia, vômito, dor Dermatológicas: erupção cutânea, diaforese,
abdominal, anorexia, dispepsia, flatulência, dis- acne vulgar. Nenhum Nenhum Nenhum
tensão abdominal, constipação, dor abdominal Cuidados clínicos farmacêuticos
Endócrino-metabólicas: hipercalemia, hipocalcemia. ajuste de ajuste de ajuste de
superior, estomatite. ƒ Monitorar função hepática. 55 ≥ 50
dosagem dosagem dosagem
Musculoesqueléticas: câimbras musculares, dor Gastrintestinais: dor abdominal, náusea, diar- necessário necessário necessário
musculoesquelética, espasmo muscular, artral- reia, vômito, constipação. Itraconazol  Dose ini-
gia, mialgia, astenia, dor lombar, dor nos mem-
Infecção: infecção, sepse. (Antifúngico/azólico) Nenhum cial de 500
bros, ostealgia. 750 mg a
ajuste de mg, segui-
Oftalmológicas: edema periorbital, aumento da Musculoesqueléticas: mialgia, artralgia, fraque- 20 a <50 cada 48
Dose/ajustes 56 dosagem da de 250
lacrimação, edema palpebral, visão turva. za, dor lombar. horas
necessário mg a cada
Respiratórias: nasofaringite, tosse, infecção do Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
Respiratórias: dispneia, doença pulmonar. 24 horas
trato respiratório superior, dispneia, dor faringo- ficiência hepática ou com insuficiência renal.
laríngea, rinite, faringite, sintomas gripais, pneu- Diversas: febre. Dose ini- Dose ini-
monia, sinusite. cial de 500 cial de 750
Farmacocinética/farmacodinâmica56 250 mg a
Diversas: febre. mg, segui- mg, segui-
Cuidados clínicos farmacêuticos6 Cmáx.: 2 a 5 horas. <20 cada 48
da de 250 da de 500
ƒ Monitorar hemograma. horas
Metabolismo: hepático. mg a cada mg a cada
Cuidados clínicos farmacêuticos 48 horas 48 horas
ƒ Monitorar sinais vitais durante a infusão; a pré-
ƒ Antieméticos são recomendados para preven- Excreção: urina e fezes.
-medicação com corticosteroides, paracetamol
ção de náuseas e vômitos.48 Suco de toranja Dose ini- Dose ini-
e/ou anti-histamínicos e infusão lenta (em 4-6 T1/2 de eliminação: 16 a 42 horas.
(grapefruit) aumenta a concentração plasmática de cial de 500 cial de 750
horas) atenuam reações durante a infusão. 250 mg a
imatinibe.48 Imatinibe deve ser administrado com mg, segui- mg, segui-
HD cada 48
alimento para evitar irritação gástrica; evitar dieta da de 250 da de 500
Reações adversas56 horas
rica em gordura (taxa de absorção diminuída).4,48 Isavuconazol Sistema nervoso central: cefaleia.
mg a cada mg a cada
48 horas 48 horas
(Antifúngico/azólico)
Imunoglobulina de coelho Gastrintestinais: diarreia, náusea.
Dose ini- Dose ini-
antitimócitos humanos Dose/ajustes55
250 mg a
cial de 500 cial de 750
(Imunossupressor) Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- Cuidados clínicos farmacêuticos 56
DP cada 48
mg, segui- mg, segui-
ficiência hepática ou com insuficiência renal. ƒ Monitorar função hepática e função cardíaca. da de 250 da de 500
horas
mg a cada mg a cada
Dose/ajustes51 ƒ Administrar o medicamento imediatamente 48 horas 48 horas
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- Farmacocinética/farmacodinâmica55 após uma refeição; a absorção é aumentada
ficiência hepática ou insuficiência renal. Cmáx.: 2 a 3 horas. após ingestão de alimentos. HD: hemodiálise; DP: diálise peritoneal.

63 64
Farmacocinética/farmacodinâmica CrCl de 46 a 60 mL/min: reduzir a dose para 75% Excreção: renal e biliar.4,59 Farmacocinética/farmacodinâmica60
da dose normal.
Cmáx.: 1 a 2 horas.
2,57
T1/2 de eliminação: 75 a 120 minutos.4,59 Cmáx.: aproximadamente 1 hora.
Metabolismo: hepático.2,3,57 CrCl de 31 a 45 mL/min: reduzir a dose para 70%
da dose normal. Excreção: urina (70%) e fezes (2%).
Excreção: urina (87%) e fezes (4%).2,57 Reações adversas2-4,59
CrCl ≤ 30 mL/min: evitar o uso. T1/2 de eliminação: 1 hora.
Cardiovascular: edema periférico.
T1/2 de eliminação: 6 a 8 horas.57
Pacientes com insuficiência hepática: não é ne- Sistema nervoso central: fadiga, tontura.
cessário ajuste nos pacientes com insuficiência Reações adversas60
Reações adversas 2,3,57
hepática. Endócrino-metabólicas: hipocalemia, hipofosfatemia. Sistema nervoso central: cefaleia, dor.
Cardiovasculares: dor no peito, edema.
Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômito, dimi- Gastrintestinais: náusea, diarreia, constipação.
Sistema nervoso central: cefaleia, insônia, tontura. Farmacocinética/farmacodinâmica nuição do apetite, constipação, mucosite, dor ab-
Cmáx.: 3 horas.2 dominal, disgeusia, estomatite, dispepsia.
Dermatológicas: erupção cutânea, prurido. Cuidados clínicos farmacêuticos  
Metabolismo: hepático.2,3,58 Diversas: febre.
Gastrintestinais: náusea, diarreia, constipação, ƒ Monitorar as funções renal e hepática.
dor abdominal, dispepsia, vômito. Excreção: urina (50%).2,58
Cuidados clínicos farmacêuticos59 Mesna 
Genitourinário: vaginite. T1/2 de eliminação: 16 a 48 horas.4,58 ƒ Monitorar toxicidade gastrintestinal: potencial
(Antídoto/agente quimioprotetor)
Local: reação no local da injeção. emetogênico moderado e ocorrência de muco-
Reações adversas2-4,58 site (recomenda-se a crioterapia para prevenir
Respiratória: dispneia. a mucosite oral). Monitorar função renal e fun- Dose/ajustes61
Gastrintestinais: náusea, vômito.
ção hepática: risco de síndrome de obstrução Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
Cuidados clínicos farmacêuticos Hematológica: mielossupressão tardia. sinusoidal hepática.59 ficiência hepática ou renal.
ƒ Monitorar função renal e hepática. Monito-
2,3,57
Renal: ozotemia. ƒ Monitorar toxicidade pulmonar: fibrose pulmo-
rar condições cardíacas: as fluoroquinolonas
podem prolongar o intervalo QTc.57 Monitorar nar e pneumonite intersticial foram observadas Farmacocinética/farmacodinâmica
níveis de glicose: as fluoroquinolonas têm sido com o tratamento. Monitorar extravasamento:
associadas a distúrbios na regulação da gli- Cuidados clínicos farmacêuticos irritante.59 Evitar a vacinação com vacinas vivas
T1/2 de eliminação: 22 minutos.61
cose, incluindo hiperglicemia e hipoglicemia. ƒ Monitorar hemograma. Antieméticos são reco- durante o tratamento. Excreção: urina (32%).2,61
Esses eventos ocorreram com mais frequência mendados para prevenir náuseas e vômitos.
em pacientes que receberam agentes hipogli-
cêmicos orais concomitantes ou insulina.57 Meropeném Reações adversas2,3,61
ƒ Fotossensibilidade/fototoxicidade: evitar luz
Melfalana (Antibiótico/carbapenema)
Sistema nervoso central: tontura, sonolência,
solar excessiva e tomar precauções para limitar (Agente antineoplásico/alquilante)
cefaleia.
a exposição (por exemplo, roupas largas, pro-
tetor solar); pode causar reações de fototoxi- Dose/ajustes60
Dose/ajustes59 Dermatológica: erupção cutânea.
cidade moderada a grave que se apresentam Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
como reações graves de queimaduras solares. Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. Gastrintestinais: anorexia, prisão de ventre,
Interromper o uso se ocorrer fototoxicidade.57 Insuficiência renal:
Insuficiência renal: diarreia.
ƒ A apresentação em comprimido pode ser admi- CrCl> 50 mL/min: não é necessário ajuste da dose.
nistrada sem levar em consideração os alimen- CrCl> 60 mL/min: dose usual de 200 mg/m2. Musculoesquelética: dor nas costas.
tos; solução oral deve ser administrada pelo CrCl de 26 a 50 mL/min: administrar a dose re-
menos 1 hora antes ou 2 horas após a refeição. CrCl <15 a 59 mL/min: reduzir a dose para 140 comendada conforme indicação a cada 12 horas. Respiratória: tosse.
mg/m2.
CrCl de 10 a 25 mL/min: administrar metade da Diversas: febre.
Lomustina   Hemodiálise: reduzir a dose para 100 a 140 dose recomendada conforme indicação a cada 12
(Agente antineoplásico/alquilante) mg/m2. horas.
Cuidados clínicos farmacêuticos
CrCl <10 mL/min: administrar metade da dose ƒ Monitorar função renal/hematúria. Mesna é
Dose/ajustes2,58 Farmacocinética/farmacodinâmica recomendada conforme indicação a cada 24 indicado na prevenção de cistite hemorrágica
Pacientes com insuficiência renal Metabolismo: hepático.2,3,59 horas. induzida por ciclofosfamida.

65 66
Metilprednisolona Insuficiência renal:63 Reações adversas64   necessidade de ajuste nos pacientes em hemo-
diálise ou em diálise peritoneal.66 A dose é ajus-
(Corticosteroide) CrCl de 10 a 50 mL/min: administrar 50% da dose. Gastrintestinais: náusea, vômito, diarreia.
tada de acordo com a toxicidade.29
CrCl <10 mL/min: evitar o uso.
Dose/ajustes62 Cuidados clínicos farmacêuticos64  
Hemodiálise intermitente: administrar 50% da Farmacocinética/farmacodinâmica
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- ƒ Monitorar transtorno convulsivo: usar com cuidado
dose (pós-diálise). em pacientes com histórico de distúrbio convulsivo. Cmáx.: micofenolato de mofetila: 1 a 1,5 horas/mi-
ficiência hepática ou insuficiência renal. cofenolato de sódio: 1,5 a 2,75 horas.66

Farmacocinética/farmacodinâmica62 Farmacocinética/farmacodinâmica   Micafungina   Metabolismo: hepático e gastrintestinal.66


Cmáx.: 0,75 a 6 horas.2 (Antifúngico/equinocandina) Excreção: urina (60% a 87%) e fezes (6%).66
Cmáx.: oral: 2,1 ± 0,7 horas, IV: 0,8 hora.
Excreção: fezes (10%) e urina (80% a 90%).2,63
Metabolismo: hepático. T1/2 de eliminação: micofenolato de mofetila
Dose/ajustes65   oral: 17,9 ± 6,5 horas; IV: 16,6 ± 5,8 horas/micofe-
T1/2 de eliminação: 3 a 10 horas.2
Excreção: urina. Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- nolato de sódio: 8 a 16 horas.2,66
ficiência hepática ou renal. 
T1/2 de eliminação: 2,5 ± 1,2 horas.
Reações adversas2-4,63  
Sistema nervoso central: cefaleia.
Reações adversas2,29,66
Farmacocinética/farmacodinâmica65  
Reações adversas 62 Cardiovasculares: hipertensão, edema, hipoten-
Hepáticas: cirrose, insuficiência hepática, Distribuição: pulmão, fígado e baço; minima- são, taquicardia.
Cardiovascular: hipertensão. mente no SNC e olhos.
hepatotoxicidade.
Infecções: infecção oportunista. Sistema nervoso central: dor, cefaleia, insô-
Renais: insuficiência renal, nefropatia. Metabolismo: hepático.22,65
nia, tontura, depressão, calafrios, confusão,
Dermatológica: cicatrização comprometida de Excreção: fezes (71%), urina (<1%). sonolência, hipertonia, mal-estar, miastenia,
Respiratória: faringite.
feridas. parestesia.
Gastrintestinais: estomatite ulcerativa, glossite, T1/2 de eliminação: 10,7 a 13,5 horas.
Endócrino-metabólicas: supressão do eixo HHA, gengivite, náusea, vômito, diarreia e mucosite Dermatológicas: erupção cutânea.
aumento da glicose sanguínea. (dose-dependente).
Reações adversas65   Endócrino-metabólicas: hiperglicemia, hiper-
Psiquiátricas: euforia, insônia, oscilações de hu- Cardiovascular: flebite. colesterolemia, hipomagnesemia, hipocalemia,
mor, alterações de personalidade e depressão Cuidados clínicos farmacêuticos   hipocalcemia, aumento da lactato desidrogena-
grave. Gastrintestinais: vômito, diarreia.
ƒ Monitorar funções renal e hepática. se, hipercalemia, hiperuricemia, hiperlipidemia,
Musculoesqueléticas: fraqueza muscular, Renal: insuficiência renal. hipofosfatemia.
ƒ Monitorar nível sérico para determinar uso de
miopatia.
folinato de cálcio Diversas: febre. Gastrintestinais: dor abdominal, náusea, diar-
reia, constipação, vômito, diminuição do apetite.
Cuidados clínicos farmacêuticos 62
Metronidazol   Cuidados clínicos farmacêuticos   Renal: infecção do trato urinário.
ƒ Monitorar: função hepática e renal, sinais de
(Antibiótico/nitro-5-imidazol) ƒ Monitorar hemograma, reações anafiláticas
miopatia, manifestações psicológicas.
graves, disfunção hepática. Musculoesqueléticas: astenia, tremor.
ƒ Monitorar pacientes com convulsão, com doen- Dose/ajustes64  
ça cardiovascular e com osteoporose. ƒ Monitorar nível aumentado de ureia, creatinina séri- Respiratórias: dispneia, tosse, derrame pleural.
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- ca, disfunção renal e/ou insuficiência renal aguda.65
ƒ Monitorar glicemia, hormônios da tireoide. ficiência hepática e com insuficiência renal. Diversas: febre.

Micofenolato de mofetila/
Metotrexato Farmacocinética/farmacodinâmica64   micofenolato de sódio   Cuidados clínicos farmacêuticos66
(Agente antineoplásico/antimetabólito análogo Cmáx.: 1 a 2 horas. (Imunossupressor/antiproliferativo/antimetabólito) ƒ Micofenolato de mofetila deve ser administra-
do ácido fólico/imunossupressor) do com o estômago vazio (1 hora antes ou 2
Metabolismo: hepático. horas após as refeições) para evitar variações
Excreção: urina (60% a 80%), fezes (6% a 15%).
Dose/ajustes na absorção. O uso de vacinas vivas atenuadas
Dose/ajustes   Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- deve ser evitado; as vacinas podem ser menos
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.2,63 T1/2 de eliminação: 8 horas. ficiência hepática ou com insuficiência renal, sem eficazes durante o tratamento.

67 68
Oseltamivir     CrCl <10 mL/min: administrar 4 mg/kg a cada 24 Reações adversas69 Posaconazol
a 36 horas.
(Antiviral/inibidor da enzima neuraminidase do Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômito. (Antifúngico/triazólico)
vírus da gripe)
Dermatológica: erupção cutânea.
Farmacocinética/farmacodinâmica68 Dose/ajustes71
Dose/ajustes 67 T1/2 de eliminação: 5 a 8 horas.
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
Cuidados clínicos farmacêuticos   ficiência hepática ou com insuficiência renal.
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. Excreção: urina (<12%).
ƒ Monitorar os eletrólitos periodicamente em
Insuficiência renal: pacientes com baixas reservas de potássio, es-
Reações adversas68 pecialmente naqueles que recebem terapia ci- Farmacocinética/farmacodinâmica71
Tratamento: totóxica ou diuréticos. Cmáx.: suspensão, cerca de 3 a 5 horas; comprimi-
Renais: insuficiência renal (29%), aumento da
dos, cerca de 4 a 5 horas.
CrCl> 60 mL/min: não é necessário ajuste da dose. creatinina sérica (24%). ƒ Monitorar função renal e os pacientes com his-
tórico de distúrbios convulsivos. Excreção: fezes (71%) e urina (13%). 
CrCl> 30 a 60 mL/min: 30 mg duas vezes ao dia.
Cuidados clínicos farmacêuticos68 T1/2 de eliminação: suspensão, 35 horas (inter-
CrCl> 10 a 30 mL/min: 30 mg uma vez ao dia. ƒ Monitorar ocorrência de extravasamento du- Plerixafor valo: 20 a 66 horas); comprimidos, 26 a 31 horas;
rante infusão; caso ocorra, utilizar compressa injetável, cerca de 27 horas.
(Agente hematopoético/mobilizador de células-
Profilaxia: quente e seca: propriedade irritante.
-tronco hematopoéticas)
CrCl> 60 mL/min: não é necessário ajuste da dose. ƒ Monitorar função renal. Reações adversas71
Cardiovasculares: tromboflebite, hipertensão,
CrCl> 30 a 60 mL/min: 30 mg uma vez ao dia. Dose/ajustes2,70 edema periférico.
Piperacilina-tazobactam Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
CrCl> 10 a 30 mL/min: 30 mg em dias alternados. Sistema nervoso central: cefaleia, fadiga,
(Antibiótico/associação de penicilina e de inibi-
Insuficiência renal: calafrios.
dor de betalactamase)
Farmacocinética/farmacodinâmica67 CrCl> 50 mL/min: não é necessário ajuste da dose. Dermatológica: erupção cutânea.
Metabolismo: hepático. Dose/ajustes69 CrCl ≤ 50 mL/min: pacientes ≤ 83 kg, 13 mg de Endócrino-metabólica: hipomagnesemia.
Excreção: urina e fezes. Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. dose fixa ou 0,16 mg/kg uma vez ao dia. Pacien-
Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômito, dor
tes> 83 kg e <160 kg: 0,16 mg/kg uma vez ao dia;
T1/2 de eliminação: 1 a 3 horas. Insuficiência renal: dose máxima é de 27 mg por dia.
abdominal, constipação, diminuição do apetite.

CrCl> 40 mL/min: não é necessário ajuste da dose. Hepática: aumento sérico de ALT.
Reações adversas67 Farmacocinética/farmacodinâmica Respiratórias: tosse, dispneia, epistaxe.
Sistema nervoso central: cefaleia. CrCl de 20 a 40 mL/min: administrar 2,25 g a
Cmáx.: 30 a 60 minutos.2
cada 6 horas (3,375 g a cada 6 horas para pneu- Diversas: febre.
Gastrintestinal: vômito. monia adquirida no hospital ou associada ao Excreção: urina (70%).2,70
ventilador).
T1/2 de eliminação: 3 a 5 horas.70 Cuidados clínicos farmacêuticos71
Cuidados clínicos farmacêuticos CrCl <20 mL/min: administrar 2,25 g a cada 8 ƒ Monitorar função hepática: aumentos leves/
ƒ Monitorar função renal. horas (2,25 g a cada 6 horas para pneumo- moderados de ALT, AST, fosfatase alcalina, bi-
Reações adversas2,3,70 lirrubina total e/ou hepatite clínica a reações
nia adquirida no hospital ou associada ao
Sistema nervoso central: fadiga, cefaleia, tontura. graves.
Pentamidina ventilador).
(Agente antifúngico/antiprotozoário) Gastrintestinais: diarreia, náusea. ƒ Monitorar pacientes com risco aumentado
de arritmia, prolongamento do intervalo QTc.
Farmacocinética/farmacodinâmica69 Local: reação no local da injeção. Monitorar exames laboratoriais – eletróli-
Dose/ajustes68 Cmáx.: imediatamente após o término da infusão tos (exemplo: hipocalemia, hipomagnesemia,
de 30 minutos. Musculoesquelética: artralgia. hipocalcemia) antes do início e durante o
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
tratamento.
Insuficiência renal: Excreção: urina (68% a 80%) e fezes (10% a 20%).
Cuidados clínicos farmacêuticos ƒ A AUC aumenta 4 vezes quando adminis-
CrCl ≥ 10 mL/min: não é necessário ajuste da dose. T1/2 de eliminação: 0,7 a 1,2 horas. ƒ Monitorar função renal. trado com uma refeição rica em gordura

69 70
(aproximadamente 50 gramas de gordura) em Cmáx.: 2 a 4 horas. Endócrino-metabólicas: hiperuricemia, perda de Musculoesqueléticas: astenia, espasmo muscu-
relação ao estado em jejum. O posaconazol peso. lar, artralgia.
deve ser administrado com alimento ou com Excreção: urina.
um suplemento nutricional. Gastrintestinais: dor abdominal, anorexia, diar- Respiratórias: doença pulmonar, toxicidade
T1/2 de eliminação: 6 a 12 horas. reia, dispepsia, vômito. pulmonar, tosse, rinite, epistaxe, bronquite,
nasofaringite.
Prednisona Reações adversas73
Hepática: hiperbilirrubinemia.
Diversas: reação relacionada à infusão, febre.
(Corticosteroide) Local: inflamação no local da injeção.
Sistema nervoso central: tontura, cefaleia, dor
(costovertebral). Sistema nervoso central: ansiedade, calafrios,
Dose/ajustes72 Cuidados clínicos farmacêuticos75,76
Dermatológicas: alopecia, prurido, erupção depressão, tontura, fadiga, cefaleia, insônia,
ƒ Monitorar sinais vitais durante a infusão; o con-
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- cutânea. nervosismo.
trole da velocidade de infusão pode evitar rea-
ficiência hepática ou com insuficiência renal.
Musculoesqueléticas: artralgia, astenia, mialgia. ções de hipersensibilidade graves. A profilaxia
Endócrino-metabólica: artrite gotosa.
com anti-histamínico, paracetamol e glicocor-
Farmacocinética/farmacodinâmica 2,72 Respiratórias: tosse, dispneia, sintomas seme- ticoide diminui o risco de hipersensibilidade.
Gastrintestinais: anorexia, náusea, vômito.
lhantes aos da gripe, faringite, sinusite.
Cmáx.: 2 horas.
Hepática: necrose hepática.
Metabolismo: hepático via CYP3A4.
Diversas: febre. Ruxolitinibe
Renais: poliúria, cólica renal. (Agente antineoplásico/inibidor de tirosina
Excreção: urina.
Diversas: febre. Cuidados clínicos farmacêuticos quinase/imunossupressor)
T1/2 de eliminação: 2 a 3 horas. ƒ Monitorar funções hepática e renal.

Cuidados clínicos farmacêuticos73 ƒ Monitorar pacientes em terapia combinada


Dose/ajustes4,77
Reações adversas2,72 ƒ Monitorar nível sérico de metotrexato, pois pro- com alfainterferona. Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
ficiência hepática.
Cardiovascular: hipertensão. benecida pode aumentar a concentração sérica

Sistema nervoso central: distúrbios psiquiátricos


de metotrexato. Rituximabe Insuficiência renal:
(euforia, insônia, alterações de humor, alterações ƒ Monitorar nível sérico de ácido úrico e a função (Anticorpo monoclonal/anti-CD20/imunossupressor) CrCl de 15 a 59 mL/min: 5 mg uma vez ao dia.
de personalidade, depressão grave). renal.
CrCl <15 mL/min (sem necessidade de diálise):
Endócrino-metabólicas: síndrome de Cushing, Dose/ajustes4,75 uso não recomendado.
retenção de líquidos, aumento de apetite, au- Ribavarina Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
mento de peso. (Antiviral/análogo sintético da guanosina) ficiência hepática ou com insuficiência renal. CrCl <15 mL/min (com necessidade de diálise):
5 mg após a diálise.
Musculoesquelética: osteoporose.
Dose/ajustes74 Farmacocinética/farmacodinâmica2
T1/2 de eliminação: 22 dias. Farmacocinética/farmacodinâmica
Cuidados clínicos farmacêuticos 72 Não é necessário ajuste nos pacientes com insu-
Cmáx.: 1 a 2 horas.4
ƒ Deve ser administrado com alimento para evi- ficiência hepática ou com insuficiência renal.
tar irritação gástrica. Reações adversas4,75 Metabolismo: hepático via CYP3A4.4
Farmacocinética/farmacodinâmica74 Cardiovasculares: cardiopatia, edema periférico,
Excreção: urina (74%), fezes (22%).4,77
Probenecida Cmáx.: 3 horas. rubor, hipertensão.
T1/2 de eliminação: 3 a 6 horas.4,77
(Agente uricosúrico) Metabolismo: hepático. Sistema nervoso central: fadiga, calafrios, neu-
ropatia sensorial periférica, cefaleia, insônia, dor.
Excreção: urina (61%), fezes (12%). Reações adversas77,78
Dose/ajustes3,73 Dermatológicas: prurido, erupção cutânea, sudo-
rese noturna. Sistema nervoso central: tontura, cefaleia, fadi-
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- T1/2 de eliminação: 120 a 170 horas.
ga, insônia.
ficiência hepática ou com insuficiência renal.
Endócrino-metabólica: hipofosfatemia.
Dermatológicas: contusão, prurido.
Reações adversas74
Gastrintestinais: náusea, diarreia, dor abdominal.
Farmacocinética/farmacodinâmica73 Dermatológicas: alopecia, dermatite, prurido, Endócrino-metabólicas: aumento do colesterol
Metabolismo: hepático. erupção cutânea, xerodermia. Infecção: infecção bacteriana. sérico, hipertrigliceridemia.

71 72
Gastrintestinais: diarreia, dor abdominal. Musculoesquelética: artralgia. Tacrolimo Gastrintestinais: náusea, diarreia.

Musculoesquelética: espasmo muscular. Diversas: comprometimento na cicatrização de (Imunossupressor/inibidor da calcineurina)  Hepática: hepatotoxicidade.
feridas.
Respiratória: dispneia. Respiratória: tosse.
Dose/ajustes81
Cuidados clínicos farmacêuticos 79
A dose é ajustada de acordo com a concentração
Cuidados clínicos farmacêuticos Cuidados clínicos farmacêuticos
ƒ Monitorar nível sérico de sirolimo. Deve ser no sangue total ou toxicidade renal.29
ƒ Ruxolitinibe pode ser administrado com ou ingerido 4 horas após a ciclosporina oral; mo- ƒ Monitorar nível sérico.
sem alimentos.4,77 Suco de toranja (grapefruit) nitorar a necessidade de ajuste do regime (in- Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
aumenta a concentração plasmática de ƒ Administração concomitante de tacrolimo com
cluindo a descontinuação da terapia) quando Insuficiência renal: a insuficiência renal não afe- suco de toranja (grapefruit) aumentou a con-
ruxolitinibe.4 associado com ciclosporina. Pode ser adminis- ta a eliminação ou as concentrações séricas de centração mínima de tacrolimo no sangue total.
trado com ou sem alimentos; refeições ricas
ƒ Monitorar hemograma, parâmetros lipídicos, tacrolimo, no entanto em pacientes com nefroto-
função renal e hepática.4
em gorduras reduzem as concentrações sanguí- xicidade prévia pode ser necessário redução da ƒ A presença de alimento no estômago atrasa a
neas de sirolimo. Suco de toranja (grapefruit) dose. absorção de tacrolimo. As cápsulas devem ser
ƒ Monitorar exames periódicos da pele para mo- reduz o metabolismo de sirolimo. ingeridas com líquido (de preferência água) e
nitorar sinais/sintomas de infecção.4 Hemodiálise: tacrolimo não é removido por com o estômago vazio ou, pelo menos, 1 hora
antes das refeições ou de 2 a 3 horas após as
Sulfametoxazol-trimetoprima hemodiálise; não é necessária uma dose
suplementar. refeições, para conseguir uma máxima absor-
Sirolimo (Antibiótico/sulfonamida) ção do medicamento.81
(Imunossupressor) Diálise peritoneal: a remoção significativa de fár-
maco é improvável com base nas características ƒ Monitorar função renal e hepática.
Dose/ajustes físico-químicas de tacrolimo.
Dose/ajustes 79
Insuficiência hepática: o uso não é recomendado
Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- na insuficiência hepática grave.7,80
Teicoplanina
ficiência hepática ou com insuficiência renal.
Farmacocinética/farmacodinâmica (Antibiótico/glicopeptídeo)
Insuficiência renal: oral, IV.80 Absorção: gastrintestinal incompleta e variável.2

Farmacocinética/farmacodinâmica CrCl> 30 mL/min: não é necessário ajuste da dose.  Distribuição: eritrócitos, pulmão, rins, pâncreas, Dose/ajustes82
Cmáx.: 1 a 6 horas.79 fígado, coração e baço.81 Insuficiência hepática: não é necessário ajuste.
CrCl de 15 a 30 mL/min: administrar 50% da dose
recomendada. Cmáx.: 0,5 a 6 horas.
81 Insuficiência renal: A diminuição da dose não é
Metabolismo: hepático pela CYP3A4.2,79
necessária até o quarto dia de tratamento. Após
CrCl <15 mL/min: o uso não é recomendado. Metabolismo: hepático pela CYP3A4.2,81
Excreção: fezes (91%), urina (2%).79 este período, a dose deve ser ajustada para
manter uma concentração sérica de pelo menos
T1/2 de eliminação: 62 horas.2,79 Excreção: fezes (93%), urina (<1% medicamento
Farmacocinética/farmacodinâmica80 inalterado).2,81
10 mg/L. A partir do quinto dia, deve-se seguir o
seguinte esquema:
Cmáx.: 1 a 4 horas.
Reações adversas2,79 T1/2 de eliminação: 12 horas.2
ƒ Insuficiência renal moderada, com depuração
Excreção: urina.
Cardiovasculares: hipertensão, edema, trombose de creatinina de 40 a 60 mL/min: a dose de
venosa profunda, taquicardia. T1/2 de eliminação: 6 a 11 horas. Reações adversas2,81 manutenção deverá ser diminuída pela metade
(utilizando a dose usual de manutenção a cada
Sistema nervoso central: dor. Cardiovasculares: hipertensão, prolongamento
dois dias ou a metade desta uma vez ao dia).
Reações adversas80 do intervalo QT.
Dermatológica: erupção cutânea. ƒ Insuficiência renal grave, com depuração de
Dermatológicas: cutânea, urticária. Sistema nervoso central: síndrome da encefalo-
creatinina menor que 40 mL/min e em pacientes
Endócrino-metabólicas: hipertrigliceridemia, dia- patia posterior reversível (sintomas indicativos:
Endócrino-metabólica: hiponatremia. sob hemodiálise, a dose de manutenção deve
betes mellitus, hipervolemia, hipocalemia, aumen- cefaleia, alteração do estado mental, convulsões
ser reduzida para um terço da usual (utilizando
to da lactato desidrogenase. Gastrintestinais: anorexia, náusea, vômito. e distúrbios visuais), delírio, coma.
esta dose a cada três dias ou um terço da dose
Gastrintestinais: obstipação, estomatite. Endócrino-metabólica: hiperglicemia. uma vez ao dia). A teicoplanina não é dialisável.

Renal: infecção do trato urinário.


Cuidados clínicos farmacêuticos80 Renais: aumento dos níveis sanguíneos de crea- Diálise peritoneal ambulatorial contínua para
ƒ Monitorar glicemia: pode causar hipoglicemia tinina e de potássio. peritonite: após dose única de ataque de 400 mg
Infecção: infecção por herpes simplex, herpes em pacientes desnutridos ou com insuficiência IV, administrar 20 mg/L por bolsa na 1ª semana,
zoster, sepse. renal ou hepática. Infecção: infecções oportunistas. 20 mg/L em bolsas alternadas na 2ª semana e

73 74
20 mg/L na bolsa que permanece durante a noite Dermatológicas: descoloração da pele, prurido, Reações adversas85 Insuficiência renal:
na 3ª semana. formação de bolhas, descamação (pode ser mais
Endócrino-metabólica: aumento do colesterol Dose de indução:
grave nas dobras da pele, região da virilha, axilas
sérico.
e pescoço e sob os curativos).
Farmacocinética/farmacodinâmica82,83 Hepáticas: aumento sérico de ALT e de AST. CrCl ≥ 60 mL/min: não é necessário ajuste da
Gastrintestinais: diarreia, mucosite. dose.
Não disponível. Diversas: reação relacionada à infusão.
Hepáticas: aumento sérico de ALT, de AST e de CrCl de 40 a 59 mL/min: 450 mg duas vezes ao dia.
Reações adversas82 bilirrubina. Cuidados clínicos farmacêuticos85 CrCl de 25 a 39 mL/min: 450 mg uma vez ao dia.
Locais: eritema, dor local, tromboflebite, absces- Infecção: doença por citomegalovírus. ƒ Monitorar: função hepática, sintomas abdomi-
so no local da injeção IM. nais, reativação de herpes zoster, níveis de tri- CrCl de 10 a 24 mL/min: 450 mg a cada 2 dias.
Respiratória: pneumonia. glicérides e colesterol.
Gastrintestinais: náusea, vômito, diarreia. CrCl <10 mL/min: uso não recomendado. Deve ser
utilizado ganciclovir (com ajuste posológico ade-
Hepáticas: aumento das transaminases séricas Cuidados clínicos farmacêuticos Valaciclovir quadamente especificado).
e/ou da fosfatase alcalina sérica. ƒ Monitorar função renal (a excreção renal dimi- (Antiviral)
nuída pode resultar em aumento das concen- Dose de manutenção/prevenção:
Sistema nervoso central: tontura, cefaleia e trações plasmáticas de tiotepa e aumento da
convulsões. toxicidade). Dose/ajustes 86 CrCl ≥ 60 mL/min: não é necessário ajuste da
Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. dose.
Renal: elevação da creatinina sérica. ƒ Monitorar função hepática: risco de SOS
hepática.84 Insuficiência renal: CrCl de 40 a 59 mL/min: 450 mg uma vez ao dia.
Auditivo: perda de audição.
CrCl de 30 a 49 mL/min: oral, 1 g a cada 12 horas.
ƒ Monitorar toxicidade gastrintestinal: se hou- CrCl de 25 a 39 mL/min: 450 mg a cada 2 dias.
ver mucosite e poder emetogênico moderado, CrCl de 10 a 29 mL/min: oral, 1 g a cada 24 horas.
Cuidados clínicos farmacêuticos
é necessário uso de antieméticos. Monitorar CrCl de 10 a 24 mL/min: 450 mg duas vezes por
ƒ Monitorar as funções auditiva, hematológica, CrCl <10 mL/min: oral, 500 mg a cada 24 horas.
efeitos no sistema nervoso central.84 semana.
hepática e renal.
ƒ Monitorar toxicidade dermatológica: o medi- Farmacocinética/farmacodinâmica86 CrCl <10 mL/min: uso não recomendado. Deve ser
ƒ Monitorar hemograma: diminuição no número camento original e/ou seus metabólitos ati- Cmáx.: 1,5 hora. utilizado ganciclovir (com ajuste posológico ade-
de plaquetas sanguíneas. vos podem ser parcialmente excretados pela
pele. Os pacientes devem tomar banho duas Metabolismo: hepático. quadamente especificado).

Tiotepa vezes ao dia, durante 48 horas após a admi-


nistração de tiotepa; trocar as roupas de cama
Excreção: urina (89%).
(Agente antineoplásico/alquilante) T1/2 de eliminação: 30 minutos. Farmacocinética/farmacodinâmica87
diariamente.4,84
Cmáx.: 1,3 a 3 horas.
ƒ Não administrar vacinas virais ou bacterianas
Dose/ajustes Reações adversas86 Excreção: urina (80% a 90%).
vivas ou atenuadas até que os efeitos imunos-
supressores do tiotepa estejam resolvidos.84 Sistema nervoso central: cefaleia.
Não é necessário ajuste nos pacientes com in- T1/2 de eliminação: 4 horas.
suficiência renal e com insuficiência hepática.2,84 Gastrintestinal: náusea.

Hemodiálise: tiotepa é dialisável.84 Tocilizumabe Hepáticas: aumento sérico de AST e de ALT.


Reações adversas87
(Anticorpo monoclonal/antagonista do receptor Respiratória: nasofaringite. Cardiovascular: hipertensão.
de interleucina-6)
Farmacocinética/farmacodinâmica
Cuidados clínicos farmacêuticos Sistema nervoso central: cefaleia, insônia,
Metabolismo: hepático pelo citocromo P450.2,3,84
Dose/ajustes85 ƒ Monitorar: função renal. tremor.
Excreção: urina (2%).2,84 Não é necessário ajuste nos pacientes com insu- Gastrintestinais: diarreia, náusea, vômito, dor
T1/2 de eliminação: 2,4 a 17,5 horas.2
ficiências renal e hepática.
Valganciclovir abdominal.
(Antiviral) Oftalmológica: descolamento de retina.
Farmacocinética/farmacodinâmica85
Reações adversas2-4,84
Cmáx.: 3 a 4 dias. Dose/ajustes87 Renal: aumento da creatinina sérica.
Sistema nervoso central: hemorragia intracra-
niana, convulsão. T1/2 de eliminação: 11 a 13 dias. Insuficiência hepática: não é necessário ajuste. Diversas: febre.

75 76
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Excreção: urina (75%) EV, fezes VO. Metabolismo: hepático.7 7. Barros E. Medicamentos na prática clínica
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to, ajustes posológicos subsequentes devem ser ƒ Oral: deve ser tomado com alimentos. ƒ Monitorar exames laboratoriais – eletróli-
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com/contents/sirolimus-drug-inform type=panel&kp_tab=drug_general&display_ medicamento ou de seus metabólitos em fun-
camentos com potencial risco de interações
ation?search=SIROLIMO&source=pan rank=1>. Acesso em: 16 out. 2019.  ção de variações em seus estágios de absor-
el_search_result&selectedTitle=1~148&usage_ fármaco-fármaco.1-3 ção, distribuição, metabolismo ou eliminação,
type=panel&kp_tab=drug_general&display_ 86. Lexicomp. Valaciclovir: Drug information. resultando na diminuição ou potencialização
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dos efeitos dos medicamentos. O sítio mais
com/contents/valacyclovir-drug-inform sentadas nesta seção as interações medica-
80. Lexicomp. Sulfametoxazol + trimetoprina: comum de interação é o lúmen intestinal e o
ation?search=valaciclovir&source=pan mentosas clinicamente relevantes em TCTH que fígado, onde ocorre a metabolização de fár-
Drug information. Disponível em: <https://
el_search_result&selectedTitle=1~103&usage_ o farmacêutico clínico precisa reconhecer, além
www.uptodate.com/contents/trimethoprim-
type=panel&kp_tab=drug_general&display_
macos através de enzimas metabolizadoras ou
sulfamethoxazole-co-trimoxazole- de monitorar a efetividade e a probabilidade de transportadoras.2,3,5
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maco-fármaco como uma resposta farmacológi-
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ca/clínica em que um medicamento apresenta a ções de fase I ocorrem, principalmente, pelas
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Disponível em: <https://www.uptodate. rem as reações de conjugação, sendo a reação
out. 2019.  administrados simultaneamente ou recentemen-
com/contents/tacrolimus-systemic-drug-in mais importante a glicuronidação através da en-
formation?search=tacrolimo&source=pan te. Com isso, podem ocorrer alterações acentua- zima difosfato de uridina glicuronil transferase
88. Lexicomp. Vancomicina: Drug information.
el_search_result&selectedTitle=1~145&usage_ das no efeito terapêutico de algum deles.1,2,4 (UGT). O objetivo dessas fases é tornar o fármaco
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com/contents/vancomycin-drug-inform
2019. As IM fármaco-fármaco podem ser categoriza-
ation?search=vancomicina&source=pan metabólitos.5
el_search_result&selectedTitle=1~148&usage_ das como farmacodinâmicas e farmacocinéticas
82. Laboratório Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Disponível em: <https://www.sanoficonecta.com. type=panel&kp_tab=drug_general&display_ e são importantes na prática clínica por serem
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83. Lexicomp. Teicoplanina: Drug information. com/contents/voriconazole-drug-infor
ser indutores ou inibidores de determinada en-
Disponível em: <https://www.uptodate.com/ mation?search=voriconazol&source=pan
contents/teicoplanin-international-drug- el_search_result&selectedTitle=1~148&usage_ Interações farmacodinâmicas zima dessa família. Para fármacos cuja elimina-
information-concise?search=targocid&source=p type=panel&kp_tab=drug_general&display_ As IM farmacodinâmicas estão relacionadas às ção depende da biotransformação, a inibição de
anel_search_result&selectedTitle=1~24&usage_ rank=1#F234784>. Acesso em: 20 set. 2019.  uma isoenzima retarda sua depuração, prolon-
atividades fisiológicas dos medicamentos, ou
ga o tempo de meia-vida e resulta no acúmulo
seja, quando a resposta farmacológica de um
do fármaco. De outro modo, a expressão dessas
fármaco principal é alterada por outro no seu
isoenzimas pode ser induzida por alguns fárma-
sítio de ação. O efeito pode ser aditivo/sinér-
cos e resultar no aumento do metabolismo dos
gico ou antagônico, pois a combinação pode
substratos dessas isoenzimas.2,4,5
resultar em atividade aumentada do fármaco
principal, levando a um efeito tóxico, ou em di- Exemplos de substratos, inibidores e indutores
minuição de sua atividade, resultando em falha da CYP450 utilizados em pacientes de TCTH são
terapêutica.2-4 apresentados no quadro 1.

83 84
Quadro 1. Substratos, inibidores e indutores da isoenzima CYP450 utilizados em TCTH2 Os quadros 3 a 7 apresentam as interações medi- deverão ser evitadas, assim como as interações
camentosas das classes de medicamentos mais em que a modificação da terapia está indicada, a
Substratos da CYP450: aprepitanto, benzodiazepínicos (alprazolam, midazolam, diazepam), budeso- utilizadas em pacientes submetidos a TCTH. Fo- não ser que os benefícios superem os riscos do
nida, fentanila, carbamazepina, corticosteroides, estatinas (atorvastatina, sinvastatina), etoposídeo, ram identificadas as interações cujas associações uso concomitante.
imunossupressores (ciclosporina, sirolimo, tacrolimo), inibidores de canais de cálcio (anlodipino,
diltiazem, verapamil), macrolídeos (claritromicina, eritromicina), esteroides (estradiol, progesterona,
testosterona), ondansetrona, tiotepa, zolpidem. Quadro 3. Interação medicamentosa: medicamentos antibacterianos e antivirais6,7

Principais fármacos que inibem a CYP3A4: amiodarona, aprepitanto, cimetidina, ciprofloxacino, cla-
ritromicina, diltiazem, eritromicina, fluconazol, itraconazol, posaconazol, verapamil, voriconazol. FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES

Principais fármacos que induzem a CYP3A4: ácido valproico, atorvastatina, carbamazepina, dexa- Foscarnet pode aumentar o efeito nefrotóxico do aciclovir e do valaci-
metasona, erva-de-são-joão, fenitoína, fenobarbital, rifampicina. Aciclovir/valaciclovir
clovir.
Ácido folínico pode diminuir o efeito terapêutico da trimetoprima. Mo-
Ácido folínico
nitorar o risco de eficácia reduzida da trimetoprima.
TRANSPORTADORES DE MEMBRANA PLASMÁTICA pelo metabolismo dos medicamentos auxilia a A associação de aminoglicosídeos com cefalosporinas, cidofovir e fos-
Outro mecanismo de interação farmacológi- equipe de saúde do TCTH na prevenção de des- carnet pode aumentar os efeitos nefrotóxico e ototóxico dos aminogli-
Aminoglicosídeos
ca clinicamente significativa envolve o sítio dos fechos adversos evitáveis relacionados com inte- cosídeos.
(amicacina, gentamicina,
transportadores de membrana plasmática re- rações medicamentosas.3,4 No entanto, na prática estreptomicina) A associação com as penicilinas pode diminuir a concentração sérica
lacionados à biodisponibilidade e excreção de clínica, outros fatores como a presença de co-
dos aminoglicosídeos.
alguns fármacos. A glicoproteína P é um trans- morbidades, disfunção renal e hepática, estado
portador de membrana presente nas células epi- nutricional deficiente e alteração na ligação com Cidofovir, foscarnet e ganciclovir podem aumentar o efeito nefrotóxico
Anfotericina B
teliais do intestino para impedir a absorção de proteínas plasmáticas favorecem a ocorrência de da anfotericina B se associados.
xenobióticos, nas células tubulares renais e nos interações medicamentosas significativas em pa- Cidofovir pode aumentar o efeito nefrotóxico do cetorolaco. Se coadmi-
hepatócitos. Contribui para a expulsão de muitos cientes de TCTH.1-3 Cetorolaco
nistrados, realizar monitoramento da função renal.
fármacos dos hepatócitos e dos túbulos renais
para o espaço luminal adjacente, e consegue re- A escolha de uma opção alternativa que impeça A associação de ciclosporina com antivirais (foscarnet, ganciclovir, val-
duzir potencialmente a biodisponibilidade de vá- a IM muitas vezes não é possível, e assim o plano ganciclovir) não é recomendada pelo risco da ocorrência de dano renal.
Ciclosporina
rios fármacos. A inibição do transporte mediado terapêutico deverá ser ajustado para minimizar a Monitorar por meio de exames clínicos o comprometimento da função
pela glicoproteína P aumenta os níveis plasmáti- ocorrência de potenciais interações medicamen- renal se associados.
cos dos fármacos em seu estado de equilíbrio.2-4 tosas. A equipe multiprofissional deverá avaliar Trimetoprima pode inibir o metabolismo hepático da fenitoína. Monito-
Fenitoína
constantemente os seus protocolos, monitorizar rar o nível sérico da fenitoína.
A administração de medicamentos que inibem
os níveis séricos dos medicamentos que apre-
ou induzem a atividade da glicoproteína P pode Furosemida e outros diuréticos de alça podem levar ao aumento da
sentam alta probabilidade de IM, desenvolver Furosemida
resultar em aumento ou diminuição da elimi- concentração sérica de foscarnet.
um sistema que apresente alertas para valores
nação renal de seus substratos, podendo gerar Ganciclovir e valganciclovir podem levar ao aumento dos efeitos tóxicos
laboratoriais anormais, comparar as abordagens Ganciclovir/valganciclovir
perda de eficácia ou toxicidade.2-4 O quadro 2 do imipeném, principalmente o risco de convulsão.
apresenta os principais inibidores e indutores da atuais com evidências disponíveis na literatu-
glicoproteína P. ra e investigar desvios nos padrões de cuidado A associação com inibidores da HMG-CoA redutase pode resultar em
Inibidores da HMG-CoA
estabelecidos. Esses procedimentos têm como aumento do efeito adverso da daptomicina. O risco de toxicidade do
redutase (estatinas: ator-
objetivo promover a segurança do paciente, mi- músculo esquelético pode ser aumentado. Monitorar os níveis séricos
Considerações nimizar as complicações relacionadas ao uso de
vastatina, rosuvastatina,
sinvastatina)
de CPK (creatinofosfoquinase) e a ocorrência de distúrbios musculoes-
A compreensão dos mecanismos de interação medicamentos e aperfeiçoar os resultados do queléticos e do tecido conjuntivo.
dos fármacos e das vias enzimáticas responsáveis tratamento.2,3 Contraindicado o uso dos inibidores de recaptação de serotonina con-
Inibidores de recaptação
comitante com linezolida. Pode resultar em aumento dos efeitos sero-
de serotonina (sertralina,
toninérgicos; se associados, monitorar sinais e sintomas da síndrome
paroxetina)
Quadro 2. Principais inibidores e indutores da glicoproteína P4 de serotonina.
Linezolida e pentamidina podem levar a um aumento do prolongamen-
Inibidores da glicoproteína P: atorvastatina, cetoconazol, ciclosporina, claritromicina, dipiridamol, Metadona to do intervalo QT se associados com metadona.
eritromicina, itraconazol, verapamil. Metadona pode aumentar os efeitos serotoninérgicos da linezolida.
Indutores da glicoproteína P: rifampicina, erva-de-são-joão.

85 86
Quadro 3. Interação medicamentosa: medicamentos antibacterianos e antivirais6,7 (Cont.) Quadro 4. Interação medicamentosa: medicamentos antineoplásicos6,7 (Cont.)

FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES


FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES
Imatinibe pode diminuir o efeito mielossupressor da fludarabina. Con-
A associação com penicilinas pode resultar em diminuição da concen-
Imatinibe siderar a interrupção da terapia com imatinibe pelo menos 5 dias antes
tração sérica dos aminoglicosídeos. O maior risco está no uso de peni-
Penicilinas de iniciar fludarabina.
cilinas de amplo espectro e na administração em pacientes com disfun-
(piperacilina, ticarcilina)
ção renal. Monitorar as concentrações séricas de aminoglicosídeos se
Metronidazol Metronidazol pode aumentar a concentração sérica de bussulfano.
coadministrados.
A associação com pentamidina pode resultar em aumento do efeito Paracetamol Paracetamol pode aumentar o nível sérico do bussulfano.
adverso/tóxico de foscarnet. As toxicidades específicas podem incluir
Pentamidina
hipocalcemia, insuficiência renal e aumento do prolongamento do in-
tervalo QT. Probenecida Probenecida pode aumentar a concentração sérica de metotrexato.

Probenecida pode aumentar a concentração sérica de cefalosporinas, As sulfonamidas (sulfadiazina, sulfametoxazol) podem aumentar o efei-
Probenecida Sulfonamidas
do meropeném ou do metabólito ativo do oseltamivir. to adverso/toxicidade do metotrexato.

Tacrolimo Foscarnet pode aumentar o efeito nefrotóxico do tacrolimo. A trimetoprima pode aumentar o efeito adverso/toxicidade do meto-
Trimetoprima
trexato.
Valproatos Carbapenêmicos podem diminuir a concentração sérica de valproatos.
(ácido valproico e Monitorar o nível sérico dos valproatos e, se necessário, optar pelo uso Quadro 5. Interação medicamentosa: medicamentos imunossupressores6-8
derivados) de outro anticonvulsivante.

FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES

Ácido valproico pode reduzir o nível sérico do sirolimo e do imatinibe.


Quadro 4. Interação medicamentosa: medicamentos antineoplásicos6,7 Ácido valproico
Considerar a substituição de ácido valproico por levotiracetam.

Alopurinol Se associado, alopurinol pode aumentar a toxicidade da ciclosporina.


FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES
Ciclosporina pode aumentar a biodisponibilidade e os efeitos farmaco-
Aumento do risco de insuficiência renal decorrente de efeitos aditivos Alprazolam
Cidofovir dinâmicos do alprazolam.
se metotrexato for associado a cidofovir.
Inibidores de calcineurina (ciclosporina, tacrolimo) podem levar a
Ciclofosfamida pode diminuir a concentração sérica da ciclosporina. Amicacina aumento da disfunção renal ou da nefrotoxicidade se associados a
Ciclosporina pode diminuir o metabolismo do etoposídeo; considerar a amicacina.
redução de dose de etoposídeo em 50% se associados. Se associada, amiodarona pode aumentar a toxicidade da ciclosporina e
Ciclosporina do tacrolimo.
Metotrexato pode aumentar o nível sérico da ciclosporina; monitorar a Amiodarona
ocorrência de nefrotoxicidade. Se coadministrado, ruxolitinibe pode levar ao aumento da bradicardia
Ciclosporina pode aumentar a concentração sérica de metotrexato. causada pela amiodarona.

Fenitoína pode aumentar a concentração sérica dos metabólitos ativos A associação com amitriptilina pode levar ao aumento do nível sérico
Amitriptilina
do tiotepa; se o uso concomitante for inevitável, monitorar os efeitos de ruxolitinibe.
adversos. A associação de anlodipino e ciclosporina pode resultar no aumento do
Fenitoína nível sérico e da toxicidade da ciclosporina (disfunção renal, colestase,
Fenitoína pode acarretar diminuição dos níveis plasmáticos de bussul-
fano; considerar o uso de outro anticonvulsivante. Se associado com parestesias).
Anlodipino
fenitoína, monitorar o nível sérico do bussulfano. O uso concomitante de anlodipino e tacrolimo pode resultar em au-
Metotrexato pode diminuir o efeito terapêutico da furosemida. mento do nível sérico de tacrolimo com risco aumentado de nefrotoxi-
Furosemida cidade.
Furosemida pode aumentar o nível sérico do metotrexato.
Ciclosporina pode aumentar o nível sérico da atorvastatina com risco
Foscarnet Foscarnet pode levar ao aumento da nefrotoxicidade do metotrexato. Atorvastatina de ocorrência de miopatia e rabdomiólise. Considerar a substituição da
atorvastatina por pravastatina ou fluvastatina.

87 88
Quadro 5. Interação medicamentosa: medicamentos imunossupressores6-8 (Cont.) Quadro 5. Interação medicamentosa: medicamentos imunossupressores6-8 (Cont.)

FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES

Budesonida sistêmica Imatinibe pode aumentar o nível sérico de budesonida. Fluconazol pode aumentar as concentrações séricas de tacrolimo, ci-
Fluconazol closporina, sirolimo e ruxolitinibe. Evitar doses maiores que 200 mg/dia
Carbamazepina pode reduzir os níveis séricos de ciclosporina, tacrolimo, de fluconazol quando associado a ruxolitinibe.
Carbamazepina
sirolimo, metilprednisolona e do imatinibe. Tacrolimo associado a gentamicina pode levar a dano renal; monitorar a
Gentamicina
Inibidores de calcineurina (ciclosporina e tacrolimo) podem aumentar função renal se associados.
Caspofungina o nível sérico de caspofungina com risco aumentado de elevação das
enzimas hepáticas. Ibuprofeno Ibuprofeno pode aumentar o nível sérico da ciclosporina.

Ceftriaxona Ceftriaxona pode aumentar o nível sérico da ciclosporina. Imatinibe Imatinibe pode aumentar o nível sérico do sirolimo.

Ciclosporina ou tacrolimo em associação com cetoprofeno podem levar O uso concomitante de imipeném e ciclosporina pode resultar em neu-
Cetoprofeno à falência renal aguda; monitorar os exames laboratoriais se associados. Imipeném-cilastatina rotoxicidade causada pelo nível sérico aumentado de ciclosporina (con-
Cetoprofeno pode aumentar o nível sérico de ruxolitinibe. fusão mental, agitação, tremor).
O uso concomitante de itraconazol pode resultar em aumento do nível
Ciclofosfamida Ciclofosfamida pode reduzir o nível sérico de ciclosporina. sérico de beclometasona.
Itraconazol
Se coadministrados, itraconazol pode aumentar os níveis séricos de ci-
Ciprofloxacino Ciprofloxacino pode aumentar o nível sérico de ciclosporina. closporina e de ruxolitinibe.
Claritromicina pode aumentar os níveis séricos e a toxicidade da ciclos- O uso concomitante de omeprazol pode resultar em exposição aumen-
Claritromicina Omeprazol
porina, do ruxolitinibe, da metilprednisolona e do tacrolimo. tada de tacrolimo.
Se associados com posaconazol, pode resultar em aumento dos níveis
Dexametasona Dexametasona pode reduzir o nível sérico de imatinibe se associados. Posaconazol
séricos de beclometasona, ciclosporina, tacrolimo, sirolimo, ruxolitinibe.
Diclofenaco associado com inibidores de calcineurina (ciclosporina e A associação de rifampicina pode resultar em diminuição do nível sérico
Rifampicina
Diclofenaco potássico tacrolimo) pode levar à falência renal aguda; monitorar a função renal da metilprednisolona.
ou sódico se coadministrados. O uso concomitante de sinvastatina pode resultar em diminuição dos
Sinvastatina
Diclofenaco pode aumentar o nível sérico de ruxolitinibe. níveis séricos de sirolimo e de imatinibe.
Diltiazem pode aumentar os níveis séricos de ciclosporina, tacrolimo e A associação de imatinibe com sirolimo pode resultar em concentrações
Diltiazem Sirolimo
ruxolitinibe. plasmáticas aumentadas de sirolimo.
Dipirona pode aumentar os níveis séricos de ciclosporina, tacrolimo e O uso concomitante de verapamil pode resultar em aumento dos níveis
Dipirona Verapamil
ruxolitinibe (agranulocitose e pancitopenia) se associados. séricos de ciclosporina e de tacrolimo.
A associação de ciclosporina e espironolactona pode causar hipercale- Contraindicada a coadministração de voriconazol com sirolimo.
Espironolactona
mia; monitorar o nível sérico de potássio. Voriconazol A coadministração de voriconazol pode resultar em aumento dos níveis
Fenitoína pode acarretar diminuição dos níveis séricos de ciclosporina, séricos de ciclosporina, tacrolimo, ruxolitinibe, metilprednisolona.
tacrolimo, sirolimo e metilprednisolona.
Fenitoína A associação de fenitoína com imatinibe pode resultar em exposição
diminuída de imatinibe; se associados, aumentar a dose de imatinibe
em pelo menos 50% e monitorar a resposta clínica do paciente.
O uso concomitante de fenobarbital com sirolimo pode resultar em con-
centração plasmática reduzida de sirolimo. Monitorar os níveis séricos
Fenobarbital de sirolimo se associados.
Fenobarbital pode reduzir o nível sérico do imatinibe e da metilpredni-
solona.

89 90
Quadro 6. Interação medicamentosa: medicamentos antifúngicos6-8 Quadro 6. Interação medicamentosa: medicamentos antifúngicos6-8 (Cont.)

FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES

Itraconazol, posaconazol e voriconazol podem aumentar a concentração Pode ocorrer prolongamento do intervalo QT / QTc se fluconazol for as-
Alprazolam Fluconazol
sérica de alprazolam. sociado a voriconazol.
Antagonistas de recepto-
Os antagonistas dos receptores H2 podem diminuir a concentração séri- Foscarnet Foscarnet pode levar a aumento do efeito nefrotóxico da anfotericina B.
res H2 (cimetidina, rani-
ca de itraconazol.
tina, famotidina) Antifúngicos azólicos podem aumentar a concentração sérica de fosa-
Fosaprepitanto
Antifúngicos azólicos (fluconazol, isavuconazol, itraconazol, posaconazol, prepitanto.
Aprepitanto
voriconazol) podem aumentar a concentração sérica de aprepitanto. Itraconazol pode aumentar a concentração sérica de glicosídeos cardía-
Glicosídeos cardíacos
Os antifúngicos (itraconazol, posaconazol, voriconazol) podem aumentar cos; monitorar os níveis séricos e a toxicidade dos glicosídeos cardíacos
a concentração sérica de atorvastatina; se associados, monitorar os efei- (digitoxina e digoxina) se associados.
Atorvastatina
tos tóxicos da atorvastatina e reduzir a dose se necessário. Considerar a Antifúngicos azólicos podem aumentar a concentração sérica de ibruti-
modificação da terapia para fluvastatina, rosuvastatina, pravastatina. Ibrutinibe
nibe.
Barbitúricos podem diminuir os níveis séricos do itraconazol e do vori- Inibidores da bomba de
Barbitúricos
conazol; evitar o uso com barbitúricos de ação prolongada. prótons (esomeprazol, Itraconazol e posaconazol podem aumentar a concentração sérica de
(amobarbital, fenobarbi- lansoprazol, omeprazol, inibidores da bomba de prótons.
Associação de anfotericina e barbitúricos: monitorar as alterações he-
tal, primidona) pantoprazol)
modinâmicas, especificamente para sinais de hipotensão.
Bloqueadores de canais Itraconazol, posaconazol e voriconazol podem aumentar a concentração
de cálcio (anlodipino, sérica de lovastatina e, com isso, aumentar o risco de toxicidade muscu-
Aumento da toxicidade dos bloqueadores de canais de cálcio se asso- Lovastatina
diltiazem, nifedipina, lar (incluindo rabdomiólise). Considerar substituição da lovastatina por
ciados com itraconazol, posaconazol, voriconazol. fluvastatina, rosuvastatina e pravastatina.
nimodipino, nifedipino,
verapamil) Itraconazol, posaconazol e voriconazol podem aumentar a concentração
Metadona
Carbamazepina pode diminuir as concentrações séricas de voriconazol, sérica de metadona e resultar em intervalo QT prolongado.
Carbamazepina
isavuconazol e caspofungina. Itraconazol, posaconazol e voriconazol podem aumentar a concentração
Metilprednisolona
Os azólicos (itraconazol, posaconazol, voriconazol) diminuem o metabo- sérica de metilprednisolona.
lismo da ciclosporina se associados.
Ciclosporina Midazolam Itraconazol pode aumentar da concentração sérica de midazolam.
Pode ocorrer aumento do nível sérico de caspofungina se associada a
ciclosporina com aumentos transitórios de transaminases. Itraconazol, posaconazol e voriconazol podem aumentar a concentração
Citalopram associado com voriconazol pode prolongar o intervalo QT e Nimodipino sérica de nimodipino. Pode ser necessária a redução da dose de nimo-
Citalopram aumento da concentração sérica do citalopram; limitar a dose de citalo- dipino se associados.
pram a um máximo de 20 mg/dia. Itraconazol, posaconazol e voriconazol podem aumentar a concentração
Os antifúngicos azólicos (itraconazol, posaconazol, voriconazol) podem Quetiapina sérica de quetiapina. É contraindicada a associação de quetiapina com
Dasatinibe posaconazol.
aumentar a concentração sérica do dasatinibe.
Antifúngicos azólicos (fluconazol, itraconazol, posaconazol, voriconazol) Os antifúngicos fluconazol, itraconazol, posaconazol e voriconazol po-
Ruxolitinibe
podem aumentar a concentração sérica dos derivados da rifamicina. dem aumentar a concentração sérica de ruxolitinibe se associados.
Derivados de rifamicina
Os derivados da rifamicina podem diminuir a concentração sérica de Itraconazol, posaconazol e voriconazol podem aumentar a concentração
(rifabutina, rifampicina,
agentes antifúngicos (derivados azólicos). Sinvastatina sérica de sinvastatina. Substituir sinvastatina por fluvastatina, rosuvas-
rifapentina)
tatina ou pravastatina.
Rifampicina pode diminuir a concentração sérica de caspofungina.
Antifúngicos azólicos podem aumentar a concentração sérica de siroli-
Os agentes antifúngicos (caspofungina, fluconazol, itraconazol, posaco- Sirolimo mo. Manejo: monitorar o nível sérico e toxicidade de sirolimo se asso-
nazol, voriconazol) podem aumentar a concentração sérica de fenitoína. ciados.
Fenitoína
Fenitoína pode causar diminuição das concentrações séricas de caspo- Antifúngicos azólicos podem aumentar a concentração sérica de tacroli-
fungina e dos agentes antifúngicos. Tacrolimo
mo e risco aumentado do prolongamento do intervalo QT.

91 92
Incompatibilidades
Quadro 7. Interação medicamentosa: outros medicamentos6,7

físico-químicas em TCTH
FÁRMACOS PRINCIPAIS INTERAÇÕES

Probenecida pode aumentar a concentração sérica das quinolonas. Ma-


Ciprofloxacino nejo: monitorar a toxicidade das quinolonas se coadministradas com
ciprofloxacino.
O uso concomitante de defibrotida e um agente antitrombótico sis-
Introdução Quando ocorre a combinação de medicamentos
incompatíveis, pode ser considerado um erro de
têmico é contraindicado, pois a atividade farmacodinâmica do anti- A administração concomitante de medicamentos medicação, que é qualquer evento evitável que
trombótico pode ser aumentada, levando a um risco aumentado de é uma prática comum dentro de hospitais, ain- de fato ou potencialmente pode levar ao uso
Enoxaparina/heparina da mais quando se fala de paciente de TCTH que
sangramento. Descontinuar os agentes antitrombóticos antes de iniciar inadequado do medicamento.3 Conhecer as pro-
a terapia com defibrotida e considerar o adiamento do início do defibro- necessita de um acesso venoso estável para a priedades do erro pode ajudar a prevenir sua
tida até que os efeitos do antitrombótico tenham diminuído. administração de medicamentos, componentes ocorrência, diminuindo, assim, seus riscos. A fal-
sanguíneos, nutrição parenteral, reposição hídri- ta de alterações macroscópicas não descarta a
Probenecida pode aumentar a concentração sérica de paracetamol e ca, entre outras indicações.1 A escolha da via de
Paracetamol reduzir sua eliminação; evitar a associação. Risco de intoxicação com possível incompatibilidade entre os medicamen-
administração depende principalmente do plano tos, pois elas podem se desenvolver ao longo do
paracetamol. terapêutico, das características físico-químicas tempo e obstruir o acesso venoso do paciente e
Inibidores de betalac- do medicamento e do tempo de infusão defi- até causar embolização.4-6
Probenecida pode aumentar a concentração sérica dos inibidores de nidos em cada protocolo. Dessa forma, deve-se
tamases (clavulanato,
betalactamases. considerar a via escolhida para administração Os estudos de compatibilidade de medicamen-
tazobactam)
e os acessos disponíveis que o paciente possui, tos administrados simultaneamente envolvem os
Probenecida pode aumentar a concentração sérica do lorazepam. Mo- pois alguns medicamentos, se administrados comumente utilizados em unidades pediátricas,
Lorazepam nitorar a depressão do SNC; recomenda-se reduzir a dose de lorazepam através do mesmo acesso venoso, podem reagir no tratamento intensivo (UTI) e no TCTH. Esses
em 50% se associado com probenecida. entre si, causando perda de efetividade de um ou pacientes estão frequentemente expostos a es-
de ambos ou formação de complexos instáveis, quemas terapêuticos de múltiplos fármacos in-
prejudicando a terapêutica do paciente.2 travenosos e representam um desafio em termos
de disponibilidade de linhas venosas perante
Referências bibliográficas 4. Thanacoody HKR. Drug Interactions. In: Walker R,
Whittlesea C, editors. Clinical Pharmacy and the
Nesta seção serão apresentadas as principais muitos medicamentos que devem ser adminis-
incompatibilidades físico-químicas dos medi- trados em intervalos frequentes e, muitas vezes,
1. Trevisan DD, Silva JB, Oliveira HC, et al. Prevalence therapeutics. 5. ed. London: Churchill Livingstone
camentos utilizados em TCTH com o objetivo de com tempo de infusão prolongado.7
and clinical significance of potential drug- Elsevier; 2012. p. 50-61.
auxiliar o farmacêutico na prevenção dos riscos
drug interaction in hematopoietic stem cell
5. Brunton LL, Parker KL, Blumenthal DK, et al. potenciais que podem comprometer a eficácia e Ao contrário das interações farmacocinéticas e
transplantation. Cancer Chemother Pharmacol.
Goodman & Gilman: Manual de farmacologia e a segurança do tratamento do paciente. farmacodinâmicas que ocorrem dentro do orga-
2015;75:393-400.
terapêutica. Porto Alegre: AMGH; 2010. p. 43-56. nismo, a incompatibilidade físico-química é um
2. Bauters T. Clinically Relevant Drug Interactions
in HSCT. In: Carreras E, Dufour C, Mohty M, Kröger
6. UpToDate [homepage na internet]. São Paulo: Incompatibilidades fenômeno que tem início durante a preparação
ou a administração dos medicamentos.8 A incom-
WoltersKluwer; 2020. Disponível em: <https://www.
N, editors. The EBMT Handbook: hematopoietic uptodate.com>. Acesso em: 1 jul. 2021.
As condições clínicas dos pacientes de TCTH, du- patibilidade pode ocorrer entre fármaco-diluen-
stem cell transplantation and cellular therapies rante as diferentes fases do tratamento, exigem te; fármaco-fármaco ou fármaco-adjuvante (p.ex.:
[Internet]. 7. ed. Cham: Springer; 2019. p. 229-35. 7. Drugs.com [homepage na internet]. Drug o atendimento de prescrições muito complexas conservantes, estabilizantes); fármaco e impure-
Interactions Checker. Disponível em: <https:// e extensas. Essas prescrições contêm quatro ou zas; ou até mesmo entre fármaco e seu envase e/
Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
www.drugs.com/drug_interactions.html>. Acesso mais medicamentos que, se administrados si- ou dispositivos de infusão. O resultado da reação
books/NBK553990/>. Acesso em: 1 jul. 2021.
em: 1 jul. 2021. multaneamente, podem gerar incompatibilida- físico-química pode acarretar diminuição da ati-
3. Glotzbecker B, Duncan C, Alyea E, et al. Important 8. Ferracini F, De Almeida SM, Borges Filho WM. des farmacêuticas, também conhecidas como vidade ou inativação dos fármacos, formação de
Drug Interactions. In: Hematopoietic Stem Material de apoio para farmácia clínica. In: incompatibilidades medicamentosas.2,3 um novo composto ativo, ineficaz ou tóxico; como
Cell Transplantation: what every physician Ferracini FT, Filho WMB. Farmácia clínica: exemplo cita-se a incompatibilidade observada
should know. Biol Blood Marrow Transplant. segurança na prática hospitalar. São Paulo: As incompatibilidades medicamentosas são rea-
entre a ciclosporina e o envase/dispositivos de
2012;18(7):989-1006. Atheneu; 2011. p. 349-436. ções físico-químicas não desejadas que ocorrem
infusão de cloreto de polivinila (PVC), onde o me-
in vitro entre dois ou mais fármacos na mesma
dicamento em contato com PVC libera ftalato,
seringa, equipo ou envase,4 e o produto formado
que é um componente tóxico.8-10
pode interferir na eficácia terapêutica dos medi-
camentos e na segurança do paciente. As reações A incompatibilidade física pode ser observa-
são evidenciadas visualmente por mudança de da por meio das alterações organolépticas, evi-
coloração da solução, precipitação ou turvação. denciadas por mudanças de cor, consistência,

93 94
opalescência, turvação, formação de cristais, ƒ Fotodegradação: a decomposição pela luz ocor- expressamente perigosa, pois podem ocorrer O quadro 1 apresenta os principais fármacos
floculação e precipitação, associadas ou não a re em uma quantidade pequena de fármacos. plasmólise, aglutinação ou aglomeração dos prescritos e suas potenciais incompatibilidades
mudança da atividade farmacológica.8,11,12 Já a in- As reações de fotodegradação podem ocorrer glóbulos vermelhos.10,11 físico-químicas.13-15
compatibilidade química é classificada como a devido aos processos de oxidação associa-
perda importante de mais de 10% de um ou mais dos à absorção de energia, que dependem do Quadro 1. Incompatibilidades físico-químicas entre fármacos13-15
componentes de uma solução dentro de 24 ho- comprimento de onda da radiação incidente. A
ras e ocorre em nível molecular, não podendo ser energia da radiação UV (ultravioleta) é maior

Fosfato de potássio 2 mEq/mL


observada ou quantificada sem técnicas especí- que a VIS (visível) que, por sua vez, é maior do

Bicarbonato de sódio 8,4%


que a radiação do IV (infravermelho).10,11

Sulfato de magnésio 50%


ficas de doseamento de fármacos.8,11

Gluconato de cálcio 10%


Cloreto de potássio 10%
As consequências negativas causadas pela pre-

Ringer com lactato


sença de incompatibilidades podem ser de gra- Precipitação Fármaco
Causas da precipitação:

Ciclosporina
vidade baixa, como reações locais (vermelhidão,

Tacrolimo

Fentanila
Heparina
flebite e tromboflebite); de gravidade modera-

Morfina
ƒ pH: os valores de pH são informações que aju-

SG 5%
da, como reações alérgicas locais ou sistêmicas
dam a prever possíveis incompatibilidades físi-

SF
(trombose, dificuldades respiratórias, embolia
cas entre medicamentos.10 Quando não existem
local, miocardite e disfunção de menor órgão); e
informações complementares que poderiam Aciclovir C C V C4 C I C4 C4 I C4 NT C4 C
gravidade alta (choque anafilático, falência de ór-
ajudar numa reação de interação química, o pH
gãos, disfunções hepáticas graves e até falência
pode ser um indicativo. Não é aconselhável ad-
múltipla de órgãos).5,7 A eliminação ou redução da Ácido folínico C C C4 C C C24 C4 C4 I I C4 C4 C
ministrar fármacos simultaneamente com ampla
concentração do princípio ativo pode levar a uma
faixa de pH, pois pode ocorrer precipitação ou
falha terapêutica. A extensão do dano depende Adrenalina C C C4 C4 C4 C4 C4 C4 NT I C4 C4 C
inativação de cada um dos medicamentos ou de
principalmente da condição do paciente (gravi-
ambos.10 Um exemplo é a administração de ome-
dade da doença, natureza, idade, peso, entre ou- prazol e tacrolimo, em que, em meio alcalino,
tras) e do tipo de medicamento administrado.8 Albumina humana C C NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT C
ocorre perda de dose de tacrolimo em 15 min.8
Alguns recursos podem ser utilizados para mi- ƒ Precipitação fármaco-fármaco: a formação de Amicacina C C C C V C C C NT C C C C
nimizar a ocorrência de reações de incompati- um precipitado ocorre quando certos pares de
bilidade medicamentosa, como a utilização de íons de cargas contrárias reagem e formam um Amoxicilina/
cateter multi lúmens, pois permite a adminis- C I NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT I
sólido iônico insolúvel.10,11 Ex.: ciclosporina junto clavulanato
tração conjunta de medicamentos no mesmo com fenitoína.8
instante; a interrupção da administração de um Ampicilina C C C** C** C** I C** C4 NT C** C** C** V
medicamento para a administração de outro sem ƒ Temperatura: a maioria dos fármacos é estável
comprometer o paciente clinicamente; e a dispo- em temperatura ambiente (15 a 30°C), porém Ampicilina/
C C C** C** C** I C** C** NT C** C** C** NT
nibilização de prescrição eletrônica com alertas alguns medicamentos podem precipitar em sulbactam
sobre as incompatibilidades ajudando o médico temperaturas mais baixas.10
na hora da prescrição.5,11 Anfotericina B I C V I V C V I NT I I V I

A seguir apresentam-se os principais fatores Interação de fármacos aos Anfotericina


I C C4 NT C4 C4 I I I I I C NT
que podem desencadear incompatibilidades dispositivos de acondicionamento complexo lipídico
físico-químicas, as quais devem ser considera- ƒ A administração de medicamentos depende da
das na hora do preparo do medicamento e na Azitromicina C C C V C C C C C C V V C
utilização de dispositivos de infusão fabricados
administração. com material plastificante, que podem intera-
Bicarbonato de
gir com o medicamento adicionado. A extensão C C C C4 C4 C24 C4 I NT / C2 C V
sódio 8,4%
da ligação é difícil de predizer, pois depende
Degradação de: concentração do fármaco, veículo utilizado, Basiliximabe C C NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT
ƒ Em solução aquosa: medicamentos reconsti- tempo de infusão, área disponível de contato,
tuídos com água são relativamente mais ins- tipo de plastificante, temperatura e pH.10,11
táveis e suscetíveis a hidrólise. Essa reação é Cefepima C C NT NT NT I I C NT C V NT C
acelerada por alteração de pH pelo diluente
de infusão ou por um segundo medicamento. Sangue e hemocomponentes Ceftazidima V V C C C C C C NT C C C C
A degradação pode ser minimizada usando o ƒ A administração de sangue e hemocomponen-
diluente recomendado pelo fabricante.10,11 tes com outros medicamentos ou veículos é

95 96
Quadro 1. Incompatibilidades físico-químicas entre fármacos13-15 (Cont.) Quadro 1. Incompatibilidades físico-químicas entre fármacos13-15 (Cont.)

Fosfato de potássio 2 mEq/mL

Fosfato de potássio 2 mEq/mL


Bicarbonato de sódio 8,4%

Bicarbonato de sódio 8,4%


Sulfato de magnésio 50%

Sulfato de magnésio 50%


Gluconato de cálcio 10%

Gluconato de cálcio 10%


Cloreto de potássio 10%

Cloreto de potássio 10%


Ringer com lactato

Ringer com lactato


Fármaco Ciclosporina Fármaco

Ciclosporina
Tacrolimo

Tacrolimo
Fentanila

Fentanila
Heparina

Heparina
Morfina

Morfina
SG 5%

SG 5%
SF

SF
Cefuroxima C C C C C C I C NT I C C C Filgrastim I C NT C I NT NT C NT C C NT NT

Cetamina C C I C I NT C C I I NT NT NT Fluconazol* C C C C C C C V NT C C C C

Ciclosporina C C / C4 C4 C4 V C4 NT C4 C4 C4 NT Foscarnet sódico C C C4 C4 C24 C4 C4 I C4 C4 C24 C4 I

Cidofovir C I NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT Fosfato de
C C NT NT NT C NT I / NT NT NT I
potássio 2 mEq/mL

Ciprofloxacino C C NT C I C I C I V NT NT C Furosemida C C C C V I V C NT C V C C

Cloreto de
C C C4 / C C24 C C NT C4 C C C Ganciclovir C C C C C I I C NT I I C C
potássio 10%

Clorpromazina C C C C V C C C NT I C C C Gluconato de
C C C4 C C4 C24 C4 / NT I C4 C4 C
cálcio 10%

Daptomicina C I C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C Granisetrona C C C C C C C C C C C C NT

Dexametasona C C C C C C I V NT C C C NT Haloperidol C C V I I C I V NT I V V V

Diazepam V V I I I I I I NT I V V V Heparina C C C C / C C C NT C C C V

Difenidramina C C C C V C C C NT I C C C Hidralazina C24 I V V V C V V NT V V V C

Dimenidrinato + Hidrocortisona
C C C I I NT C C NT I NT NT C C C C C C C V V NT C C C C
vitamina B6 (succinato)
Dipirona C C NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT Imunoglobulina G
C C NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT
humana
Escopolamina C C NT C C NT NT NT NT NT C C NT Imunoglobulina
de coelho
C C NT NT V NT NT NT NT NT NT NT NT
antitimócitos
Fenitoína C I I I I I I I NT I I I I
humanos

Fentanila C C C4 C C C C C NT C C / NT Levofloxacino C C C C I C I C NT C V C NT

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Quadro 1. Incompatibilidades físico-químicas entre fármacos13-15 (Cont.) Quadro 1. Incompatibilidades físico-químicas entre fármacos13-15 (Cont.)

Fosfato de potássio 2 mEq/mL

Fosfato de potássio 2 mEq/mL


Bicarbonato de sódio 8,4%

Bicarbonato de sódio 8,4%


Sulfato de magnésio 50%

Sulfato de magnésio 50%


Gluconato de cálcio 10%

Gluconato de cálcio 10%


Cloreto de potássio 10%

Cloreto de potássio 10%


Ringer com lactato

Ringer com lactato


Fármaco Ciclosporina Fármaco

Ciclosporina
Tacrolimo

Tacrolimo
Fentanila

Fentanila
Heparina

Heparina
Morfina

Morfina
SG 5%

SG 5%
SF

SF
Linezolida* C C C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C4 C Prometazina C C C V V C C C NT I C C C

Meropeném C C C C C C NT V NT NT C NT I Ranitidina C C C C C C C C NT C C C C

Sulfametoxazol-
Mesna C C NT C C C C C C C C C C C C I I V I V I NT I V I C
-trimetoprima
Sulfato de
Metadona C I C NT C NT C C NT NT NT NT NT C C V C C C / C NT C C C C
magnésio 50%
Metilpredniso-
Tacrolimo C C C4 C C / C C C C C C NT
lona (succinato C C C V V C I I NT C C C V
sódico)
Tigeciclina C C C C C C C C C C C C C
Metoclopramida C C C C C C C C NT C C C C
Teicoplanina C C NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT C
Metoprolol C C C C C C C4 C NT C C4 C NT
Tramadol C C NT NT I NT NT NT NT NT NT NT C
Metronidazol C C C C C C C C C C C C C
Vancomicina C C C4 C I C C C NT C C C C
Micafungina C C C C C C C C C NT I NT C
Vitamina K C24 C24 C C C NT I C NT C C C C
Morfina C C C4 C C C C C NT C / C C
Vitamina B12 C24 C24 I C C NT C C NT C C C C
Multivitamínicos C C C C C C C C NT C C C C
Voriconazol C C I C C C C C C C C C NT
Oligoelementos C C NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT NT
AD: água destilada; C: compatível (C2: estudos realizados em 2 horas, C4: estudos realizados em 4 horas e C24: estudos realizados
em 24 horas); C*: medicamentos que são em solução; C**: são compatíveis, ambos diluídos em SF; I: incompatível (não admi-
Omeprazol C C NT NT NT I NT NT NT NT NT NT NT nistrar); NT: não testado (avaliar para administrar); V: compatibilidade variável conforme concentração de cada medicamento
e diluente (soro glicosado 5% [SG 5%], soro fisiológico [SF] e AD); /: não se aplica, mesmos fármacos. Eletrólitos considerados:
cloreto de sódio, cloreto de potássio, sulfato de magnésio (MgSO4), gluconato de cálcio, fosfato de potássio.
Ondansetrona C C C C C C C C C I C C C

Piperacilina-
C C C C C C C C C C C C V
-tazobactam
Polimixina B
C C C C I C C C NT C C C NT
(sulfato)

99 100
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101
Material destinado exclusivamente a profissionais da área da saúde. Out./2021

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