Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
- APONTAMENTOS POR
JOÃO ABREU DE CAMPOS
Cada uma das concepções tem um fundo de verdade. Mas nenhuma esclarece em si a
essência do fenómeno constituicional. A essência do fenómeno constitucional radica
na pessoa humana e na dignidade que lhe é aderente. Reflete-se no entendimento de
que o Estado, o Direito e a Constituição existem ao serviço da pessoa e não o
contrário. Tal vem derivar num conflito entre dois filósofos:
Segundo Momento- Cristianismo, revolução Judaica Cristã. Traz uma nova ordem de
valores. A grande construção axiológica (valorativa) é produto do Cristianismo [ os
países associados ao fundamentalismo Islâmico apresentam conflitos de origem
religosa contestários da axiologia de direito democrático e social oriunda dos
príncipios judaico-cristãos];
Deste modo questiona-se qual a relação entre a liberdade da pessoa humana e o peso
e autoridade do estado?
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
A liberdade de expressão é ilimitada? Até onde pode ir a limitação do estado em
matéria de liberdade?
Até onde é que é legítimo o estado utilizar o poder tributário em relação ao
património de cada um? Evidencia-se um claro conflito entre a liberdade e a
autoridade, a pessoa humana e o estado. O Direito Constitucional existe para
salvaguardar todas estas questões e garantir um equilíbrio legislativo adequado e
necessário.
6º- Relação entre a Lei divina e a lei Natural. O entendimento defendido por
Cícero diz que está em cada um de nós inscrita como naturalidade inata e
evidente, como uma realidade inerente à condição humana, a noção de justo e
a ideia de justiça. Cícero diz que o ser humano participa no divino, pois o
conceito de justiça e as leis comuns e universais a todos os Homens, de
proveniências geográficas e Económicas totalmente diferentes, implicam
forçosamente uma intervenção de Deus que inscreveu tais leis no Homem. Este
pensamento romano vem a ser retomado na revolução Judaico-Cristã, que
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
corresponde ao segundo momento histórico de vital importância para o
constitucionalismo, sendo mais recentemente recuperado pelo Papa Emérito
Bento XVI.
O cristianismo não é mais que uma evolução do judaísmo. “ É a pátria moral das
sociedades ocidentais”.
A revolução Judaico- Cristã, como momento histórico com uma preponderância
fundamental para explicar o constitucionalismo compreende duas circunstâncias
temporais-ideológicas essenciais:
O Novo Testamento, b), que traduz a vertente cristã da revolução histórica que
abordamos, explica que a liberdade exige dignidade. Nenhum Homem é
verdadeiramente livre sem dignidade, contudo a dignidade sendo intríseca ao Homem
existe sem liberdade física (mas requer sempre liberdade de pensamento); S.
Agostinho vem distinguir o Estado de uma quadrilha de ladrões- a justiça distingue-os.
O fim último do poder político tem de ser a justiça; S. Tomás de Aquino defende que
cada homem é construtor da comunidade e é dotado de singularidade e
irrepetabilidade. Firma-se a ideia de que o poder só é legítimo se for usado para o bem
comum. Se a lei for injusta a resposta que é dada corresponde à possibilidade de
desobediência . Nega-se o tiranicídio mas resguarda-se a resistência à lei- primado
constitucional. Reside pois em Jesus Cristo o centro de toda uma revolção sobre os
pressupostos de reconhecimento e valorização dos direitos da pessoa humana,
enquanto entidade criada à imagem e semelhança de Deus, dotadade um espaço de
liberdade interior ou espiritual, o que constitui uma verdadeira realidade autónoma
limitativa do Poder do Estado. Santo Agostinho desenvolve os seguintes
entendimentos: tendo Deus feito o Homem à sua imagem, conferiu-lhe razão e
inteligência que permite ao ser humano “elevar-se acima de todos os animais da terra,
etc, desprovidos desse género”. É na razão e na inteligência humanas que reside o
ponto de contacto entre Deus e os homens e, neste sentido, aí reside o alicerce da
dignidade do homem- referencial centralizador da conceção personalista do fenómeno
constitucional. É atribuída uma valorização concreta da vontade humana, sendo
identificado o livre arbítrio com a liberdade, sendo que Deus determina que nunca
sejamos obrigados a suprimir o livre arbítrio. Em Santo Agostinho, identificada a justiça
como “ a virtude que dá a cada um o que lhe pertence”, segundo resulta da lei eterna
emanada de Deus, encontra-se a teorização cristã do valor da justiça como
fundamento e fim da ação do Estadi, afirma que não existe um verdadeiro Estado sem
justiça no seu governo. É também distinguido Direito de Norma, no sentido em que
não se pode considerar Direito normativos jurídicos que não prosseguem a justiça. A
justiça é o fundamento de validade do Direito.
S. Tomás de Aquino também assume uma preponderância significativa no
entendimento Judaico-Cristão percursor do Constitucionalismo moderno formal. A
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
obra Suma Teológica é uma síntese de todo o conhecimento teológico, filosófico,
científico, humanístico e jurídico desde a Antiguidade até à Idade Média. S. Tomás de
Aquino diz-nos que pessoa significa relação, partilhando do entendimento Aristotélico
sobre a natureza social do Homem. Advoga que a pessoa humana é dotada de uma
especificidade prórpria, sendo que cada pessoa concreta é dotada de substancialidade,
individualidade e racionalidade, gozando assim de uma existência que é independente
e distinta. Nesta conceção o ser humano aparece dotado de uma natureza
inconfundível e incomunicável, pois é a circunstância de cada homem possuir
racionalidade e uma vontade livre que, traduzindo-se no livre arbítrio, configura o
cerne da sua qualificação como pessoa, conferindo-lhe o papel de sujeito ativo no
âmbito da ordem do universo (sem embargo de ser predestinado por Deus). O homem
é titular de qualidades naturais e adquiridas, é dono dos seus próprios atos (sendo
responsável por eles), desde que tenha livre arbítrio, isto é, desde que possa escolher
entre várias soluções , aceitando-as ou rejeitando-as. (a exceção ao livre arbítrio é a
impermissão do suicídio). Tendo o homem sido feito à semelhança de Deus, adquire
um estatuto de superioridade face a tudo o mais. A sua superiroridade, que o dota de
dignidade e consequentemente de direitos (subjetivos) e garantias fundamentais. Em
S. Tomás de Aquino retoma-se o contributo de Santo Isidoro de Sevilha, considerando
que a Lei traduz uma ordenação que tem por objeto principal a utilidade comum ou o
bem comum. São apresentadas 3 circunstâncias que fazem de uma lei, justa, portanto
aplicável e passível de obediência- primordialismo constitucional na práxis jurídica:
Um primeiro problema que se coloca tem que ver com o seguinte: aquando das
Descobertas, perante o contacto com os índios das Américas, podiam os europeus
impôr a fé, como fizeram, aos colonos? Poderia sequer legitimar-se a colononização?
Este confronto que se colocou entre a ordem de valores, pensamento cristão e o novo
mundo, dominado por uma axiologia distinta, leva ao debate dos seguintes 4 autores:
1- Bartolomeu de Las Casas- Afirma que todos os seres Humanos nascem livres.
Por todos nascerem livres ninguém pode ser escravo (ideia revolucionária ante
o contexto histórico em que está inserida); Não são admíssiveis condutas cruéis
mesmo em relação a povos nativos, isto é, mesmo perante os povos que
possam não ter o mesmo desenvolvimento intelecutal, axiológico que o dos
colonizadores. Dito por outras palavras, razões de cultura ou civilização nunca
legitimam que um povo submeta outros povos. Ainda hoje este confronto está
presente na luta entre o mundo ocidental, caracterizado pelos seus valores
progressistas, e o mundo islâmico. Deve o mundo ocidental impôr ao mundo
islâmico as conceções que defende sobre a não prática da mutilação genital
feminina, sobre o direito das mulheres, sobre uma série de aspetos básicos? A
resposta recai sobre a filosofia e uma postura de multiculturalismo e
relativismo cultural.
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
2- Francisco de Vitória- Afirma categoricamente que os espanhóis não têm o
direito de impôr a fé contra a vontade dos indíos. Ninguém pode ser forçado a
aderir a uma fé específica, a uma crença, ou a um sistema de Leis (a um
ordenamento jurídico);
3- Francisco Suárez- Vem alicerçar o fundamento que é a génese do Direito
Internacional público. Afima que cada Estado tem as suas próprias Leis, sendo
que acima dessas leis de cada Estado há um direito que é comum a todos os
estados. É um direito fundado na raça humana que é obrigacionário para com
todos os Estados e que está “acima deles”. A lei escrita, positiva, serve para
proteger as pessoas, contra o Estado, contra as prórprias. A lei assume-se como
um mecanismo de proteção. Condena os governos injustos e abusivos e diz-nos
que há direito das pessoas desobdecerem aos príncipios e normativos que se
assumam contra o Direito Natural e contra os pressupostos fundamentais;
4- Padre António Vieira- É autor das acusações sobre o genocídio dos portugueses
e espanhóis contra os índios das Américas. Desmorona entre os valores da
Santa Fé e a prática política dos colonizadores. Critica:
a) A escravatura (enquanto atentado à dignidade humana);
b) A desigualdade perante a Lei (a lei não era igual para todos- só com os
movimentos liberais é garantida normativamente a igualdade na aplicação da
Lei;
c) A Existência de penas cruéis e desumanas. A crueldade e a desumanidade são
antípodas do ideário protelado pelo Cristianismo.
Conclui-se que a prática humana da igreja era anteposta e contraditária com os seus
próprios ideais genésicos.
Chegamos assim ao 3º momento Histórico- o das revoluções liberais, tendo por base a
evolução e contributo da civilização greco-romana e da revolução Judaico-Cristã
(nomeadamente o contributo de Pádua dado que marca a transição para o 3º
momento.
1º- é um modelo que está organizado de uma forma tal que se pode dizer que será
percursor do pensamento de Rousseau e do socialismo dos séculos XIX e XX ou até
mesmo da doutrina social da igreja. Este livro e a sua conceção fazem uma crítica
severa à injustiça e à inequidade. Afirma que o Direito e a ordem jurídica constituem
domínios de repressão (ideias que são reproduzidas por Marx). Este modelo da utopia
é um modelo ideal e irreal da sociedade- não há propriedade privada, onde há
igualdade cabal e onde existe, in factum, solidariedade entre as pessoas;
2º- é um modelo que afirma que o Estado tem que ter uma forte intervenção pública
(reforço dos poderes de autoridade em detrimento da minoração da liberdade e da
autonomia privativas). A forte intervenção pública serve para garantir a segurança, a
liberdade religiosa (conceito previamente defendido por Marcílio de Pádua) e para
garantir a boa vida (pois de facto a existência de estado legitima-se socialmente num
contexto lato de vínculo ao benefício do cuidado de um coletivo para a salvaguarda de
uma privatica particular e concreta vida boa).
1º autor: Spinoza
A vontade democrática da sociedade
A vontade do povo é determinante para a vontade legislativa, para a prossecução dos
fins do estado. A vontade democrática da sociedade garante a prossecução da
liberdade, da justiça, da propriedade e da segurança.
2º autor: Pufendorf
Vem associar a ideia de liberdade à ideia de dignidade. Esta ideia era revolucionária
pois, à época, não era plasmada a igualdade de todas as pessoas. Todos os seres
humanos são iguais em liberdade. A liberdade é uma condição decorrente da
dignidade que têm, pela condição de serem homens e pessoas humanas. Todo o
Homem é igual em dignidade, seja o mais influente ou o mais miserável, pois tal é-lhe
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
atribuída como decorrência da sua condição humana. Vem defender também que a
sociedade existe para bem do indíviduo, sendo que é este que dá origem à sociedade.
Há um direito natural que não pode ser trocado pelo estado- há direitos inalianáveis (
que mais tarde se chamarão direitos constitucionais). Por exemplo, não temos
liberdade para dispôr da nossa integridade física. A nossa autonomia de vontade (à
efeméride designada de livre arbítrio) tem limites que se prendem com a salvaguarda
do superior interesse da vida.
3º autor: Locke
Defende o contratualismo social: o homem fica vinculado ao Estado por contrato
tácito, referente ao usufruto das condições que este lhe providencia. Defende que a
primeira razão de ser e a mais importante também da existência da sociedade e do
estado é a existência e a proteção da propriedade privada. Hobbes aposta na
segurança para fundamentar e legitimar a autoridade do estado em detrimento da
liberdade privativa civil. Locke, por outro lado, defende a propriedade privada como
pivotal e central para a existência e vigência do Estado Social. Locke vem claramente
revolucionar o constitucionalismo pois é, de facto, o primeiro autor a falar de “Direitos
do Homem. A lei serve para limitar o poder e para defender a liberdade privativa e a
propriedade privada. A lei fixa uma fronteira e o poder, v.g, poder político não a pode
ultrupasssar. Os direitos das pessoas são as limitações do poder.
4º autor: Monstesquieu
Transmite-nos o pensamento chave de todo o constitucionalismo- para se garantir a
liberdade privativa dos cidadãos há que dividir o poder, de forma a limitá-lo e controlá-
lo. Atenta na constituição britânica (não escrita) do século XVII e conclui: é na divisão
do poder que encontramos a garantia para a liberdade, justiça e segurança. Defende
assim a separação tripartida dos poderes políticos: executivo, legislativo e judicial. A
limitação de poder pressupõe a existência de veto. Há a ideia de freios, contrapesos e
equilíbrios no sistema jurídico.
5º autor: Rousseau
Dá prioridade à igualdade sobre a garantia da propriedade privada. É a antítese de
locke. Para este autor o essencial é a igualdade e a liberdade. É defensor de um
modelo esquerdista burguês. O homem é bom, o que o corrompe é a desigualdade
adjacente da propriedade privada (ideia recuperada de More). Soberania popular,
vontade geral do povo como garantia dos objectivos do liberalismo.
6º autor: Humboldt
Vem dizer que a verdadeira garantia da liberdade não passa pela separação de poderes
(como advogava Montesquieu) mas sim pela criação de um estado mínimo. O quanto
menos um estado existir e intervir será melhor para salvaguardar a liberdade dos
cidadãos. Defende a postura do abstencionismo do Estado. (conceção defendida pelo
GOP norte-americano). Está na génese do modelo constitucional liberal (política da
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
maior autonomia e preponderância privada face ao controlo do Estado). Deriva para o
debate entre a privatição e publitização, entre austeridade ou justiça social. Defende
em suma que a garantia de liberdade existe com menos estado.
7º autor: KANT
Vem revolucionar por completo todo o paradigma constitcuional.
Kant protela três valores essenciais:
a) Liberdade;
b) Dignidade:
c) Igualdade
Vem recuperar as bases não teológicas (pois Kant é racionalista). Vem defender que
inerente à ideia de Estado todo deve ter Direito e Constituição. Responde à questão:
Será que se deve sempre obdiência à lei? Afirma que sim, respeitar a lei e a
constituição é respeitar o estado de direito e a organização da sociedade.
Vem paradoxalmente defender que a liberdade, que expressa a autonomia de vontade
é relevante para o fenómeno constitucional e jurídico. O indíviduo tem liberdade e tem
dignidade (humanismo).
O ser humano não é uma coisa- é sempre um fim em si mesmo. O ser humano nunca
pode ser usado como meio. Pois ele não é uma coisa desprovida de dignidade. Kant
vem dizer que a dignidade é aquilo que não tem preço, que não é propriedade.
Aula de 03/10/16
3º- Benjamim constan- vem defender 2 ideias centrais: A democracia tem limites
a) Os direitos individuais são o limite à soberania do povo e são também à
autoridade. Significa que os direitos das pessoas são o limite à democracia, os
direitos individuais limitam a democracia segundo o entendimento que a
vontade de todos nunca pode prevalecer sobre o respeito pelas liberdades e
direitos individuais. (ex: aprovação em referendo de genocídios- é ilegítimo). A
dignidade humana tem precedência e prevalência sobre a vontade popular.
Prevalência dos direitos individuais sobre a maioria;
b) Limitação da autoridade pelos direitos individuais. Vem colocar este
entendimento com clareza- há uma liberdade do séc. XIX e direitos individuais
mas tbm há direitos de participação política. Uns estão subordinados aos
outros.
6º momento- C. francesa de 1848- a afirmação do bem estar como fim, como função
do estado. O estado tem como base a família, o trabalho, a propriedade e a ordem
pública. É a primeira constituição a abolir a escravatura. Abolição da pena de morte
por convicção política. A proibição da censura à imprensa.
A importância da democracia:
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
Desenvolvido o pensamento na conceção de Marcílio de Pádua, na conceção do
Presidente Linc oln da democracia e governo do povo, feito por ele e para ele;
A vontade geral não deve ser limitada- rousseau opõe-se à separação de minorias, a
minoria está sempre errada;
A vitória do modelo democrático- vitória em 1945, vitória do modelo democrático
anglo-americano (no qual vivemos).
Aula de 04/10/2016
Crítica ao liberalismo:
a) Pensamento contra-revolucionário- são contrários à revolução francesa;
b) Movimento socialista;
c) Igreja católica-doutrina social da igreja.
- A pessoa enquanto indíviduo: uma realidade, uma identidade biológica própria, cada
um de nós tem uma dimensão física e psíquica própria, é por isso que cada nós é único
e não pode existir a colonagem humana. Todos nós participamos da mesma dimensão
humana. Qualquer que seja a raça todos fazemos parte do género humano= igual
dignidade de cada homem. Esta realidade humana é inata e inalianável, todos estamos
condenados a ser pessoas. Ninguém pode renunciar à categoria de serem pessoas.
Não é o cc que nos dá personalidade jurídica, nós não somos pessoas por decreto, o cc
diz isso em função dos nossos atributos. Os direitos de cada invídividuo são
simultaneamente limite e fundamento do poder. O poder tem de garantir os nossos
direitos individuais. Podemos dizer que há direitos humanos universais. De natureza
pessoal: a vida, a liberdade, a identidade, a pp, a família. Mas tbm há direitos humanos
universais sociais: sáude, segurança social, trabalho, mínimo de sobrevivência. A
pessoa não é apenas indivíduo, tbm é membro de coletividade- cada um de nós é um
animal social e existe e vive em sociedade. É esta dimensão social do ser humano.
Levanta duas questões: o conceito de nação e de povo.
O conceito do povo. O povo é o vínculo jurídico que une uma pessoa a um estado.
Povo é um conceito jurídico. O povo permite diferenciar a figura dos estrangeiros e dos
apátridas. O estrangeiro tem um vínculo com outro estado. Apátrida não tem nenhum
vinculo de nacionalidade.
Outra circunstância é que não há direitos sem custos. Numa crise diminui a satisfação
dos direitos fundamentais.
5 áreas principais:
a) Poder político;
b) Poder económico- condiciona inopinadas vezes o poder político;
c) Poder religioso- confusão do poder político e religioso (Respublica Christiana);
d) Poder informativo- a informação é um dos grandes novos poderes. Quem tem a
informação controla a decisão- é especialmente apetecível pelo poder político
e tbm pelo poder económico;
e) Poder científico/tecnológico- as decisões são condicionadas pelas opções
científicas e tecnológicas;
A) (i) Concepção teológica, todo o poder vem de Deus, ou todo o poder vem do
diabo. Na RJC- predomina esta questão. Para uns o poder vem directamente de
Deus sem intervenção de ning. Concepção absolutista. Ou numa concepção
mediaval o poder do papa de destituir o rei.
B) Concepção democrática- O poder vem do povo, enquanto colectividade,
enquanto soberania popular (pensamento de Rousseau); ou vem da nação
enquanto realidade abstrata, realidade cultural, realidade que se projeta no
tempo de forma intergeracional- soberania nacional.
C) Concepção de mediação- o poder vem de Deus mas por consentimento do
povo;
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
D) Concepções sociológicas.
2º questão- Fins do poder político. Nunca se podem identificar nunca com os
interesses do titular do poder.
O bem comum e o bem públcio são o fim do poder político. Podemos ter uma
concepção do bem comum numa vertente personalista, a pessoa humana é o centro
justificativo do poder político e a razão de ser do poder comum ou a concepção
transpersonalista (Hegel)- é mais importante o estado do que a pessoa humana.
Aula 25/10/16
(i) Abrange várias figuras. Há uma primeira zona- Mar Territatorial; uma
segunda zona- ZEE- Zona Económica Exclusiva que geralmente vai para
além da zona de mar territatorial, com poderes de exploração e
policiamento dessa zona. Não faz parte do território do estado (como
sucede com o mar territatorial) mas permite-se a manutenção e controlo e
exploração dessa zona. Há ainda a plataforma continental- parte do solo e
subsolo que está coberta por água. A primeira parte da plataforma está
sobre jurisdição do território costeiro- devido aos recursos naturais que
existam no subsolo é fundamental para a divisão destas zonas para permitir
a prospeção de recursos. É tudo uma questão de jurisdição sob o territário.
O que fica no meio do O. Atlântico é designada de fundos marinhos
internacionais. Termos da vigência do T. de Tordesilhas.
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
O estado não tem sempre a mesma intensidade nos poderes que exerce
sobre o seu território. Na sequência do Mar Territatorial há uma faixa de
contiguidade- zona contígua- tem mais poderes do que na ZEE mas menos
do que no Mar Territatorial- tem relevância para os achados arqueológicos.
Discute-se muito a relevância das ilhas- em relação a cada ilha tbm se conta
a existência de uma zona de MT, ZC e ZEE e muito mais importante para a
exploração de recuros materiais- uma plataforma continental- em relação a
cada ilha. Há na convenção do mar uma cláusula específica para os estados
arquipelágicos – Japão, Filipinas, etc. A convenção vem permitir que se
estabeleçam linhas de feixo nessas linhas e que assim se alarga em muito a
dimensão territatorial marítima desse estado. O espaço interno a essa zona
delimitada pelas linhas de feixo designam-se de águas interiores e não
estão sujeitas à liberdade marítima internacional.
FORMAS DE ESTADO
Têm que ver com a relação entre a comunidade e o poder político. Como é que o
estado dispõe do seu poder em relação ao povo e em relação território? Como é que o
poder está organizado?
Há 2 modelos de estado, qt à forma, qto ao modo de dispôr e organizar o poder em
função do território:
a) Estado simples ou unitário- qd existe unidade de centros de decisão política. Qd
há um centro de decisão política.
b) Estado composto ou estado complexo- é um estado constituído por outros
estados, com vários centros de decisão política, concentra em si um elemento
de aglutinação.
AULA 07/11/16
O que os caracteriza?
a) Cada cidadão está sujeito a 2 ordens jurídicas- a do estado federado e à ordem
jurídica do estado federal. Com esta particularidade, quem define a fronteira
entre o poder constituinte dos estados membros e a do estado federal é
definida pela constituição federal. Sem prejuízo da teoria dos poderes
implícitos: Se a constituição federal atribui à reunião determinados fins deve-se
atribuir os meios necessários para a prossecução desses fins. A união tem
apliado a sua intervenção à custa dos estados federados que providenciam os
meios necessários;
b) A existência de uma constituição federal- garante a autonomia dos estados
federados e a competência da federação. É a constituição federal define a
“competência das competências”- está a regra primeira da repartição da
competência (entre a união e os estados federados). Com esta particularidade-
a constituição dos EUA estabelece o principio da igualdade entre os estados-
c) tds os estados norte-americanos têm o mesmo numero de representantes- 2
senadores por estado independentemente da dimensão territatorial e
populacional- garante esse princípio de igualdade entre os estados. Diferente
da acção da câmara dos representantes. A circunstância de ter mais poder
AUTOR: JOÃO ABREU DE CAMPOS
DAS AULAS TEÓRICAS DO PROFESSOR DOUTOR PAULO OTERO- DIREITO CONSTITUCIONAL I-
2016/2017
reflete a igualdade dos estados. Os estados têm um poder autónomo de
revisão constitucional. Verificamos que é um federalismo perfeito.
Diferente do federalismo brasileiro e russo;
d) Dualidade de soberanias- Soberania no plano interno e externo (JEAN BODIN)-
Só o estado federal tem delegações diplomáticas, poder de reclamação
internacional, etc. A representação e soberania no plano externo está toda ela
concentrada no estado federal. Mas a dualidade de soberanias reside na ideia
de que cada estado federado tem soberania no poder interno- pq cada estado
federado tem poder constituinte. 50 constituições e a constituição federal;
e) Não obstante tudo isto, há uma proeminência federal-prevalência federal-
(i) É a constituição federal que fixa os principios a que os estados devem ficar
adstritos;
(ii) Compete ao supreme court a última palavra sobre a constitucionalidade de
circunstâncias;
(iii) A defesa, segurança e relações externas estão nas mãos do estado federal;
(iv) A prevalência do poder federal e do órgão executivo- presidente.
Há ainda quem defenda que entre o estado unitário e estado composto há o estado
regional. É composto por regiões autonómas- há casos em que o estado é composto
integralmente por regiões autonómoas- Espanha; e parcialmente- Portugal. Será que
estamos perante uma nova forma de estado?
Há quem entenda que sim. Que o estado regional fica a meio caminho entre o estado
unitário e composto. Esses autores defendem uma descentralização politico-
administrativa que confere autonomia às regiões:
- Não se pode falar de estado regional, qd não é composto integralmente por regiões
autónomas de descentralização PA;
- os estados federados têm soberania no plano interno e poder constituinte- as regiões
autonómas não têm poder constituinte- os estatutos são leis do estado, não são uma
constituição regional;
- há regiões autónomas que têm mais poder que estados federados- Espanha- As
comunidades autónomas espanholas têm mais poder que os estados federados
brasileiros. As nossas regiões autónomas têm mais poder internacional que certos
estados federados.
Como é que se diferencia uma região autóma das regiões administrativas?- Uma
existe, a outra não existe instituída. As regiões autónomas traduzem uma
descentralização politico-adiministrativas. As regiões admn serão uma mera autarquia
local. Essas regiões mesmo que venham a ser criadas não contribuem em nada para o
conceito de estado regional.
Agr ver como o estado exerce o seu poder. Temos que ver os fins, funções e poderes
do estado.
ÓRGÃOS DO ESTADO
As pessoas colectivas precisam de órgãos para formar e expressar a sua vontade. O
poder político está nas mãos de pessoas colectivas. Mesmo o poder político precisa de
órgãos para expressar a sua vontade- Teoria geral dos órgãos.
O que é um órgão- centro institucionalizado que forma e expressa uma vontade que é
juridicamente imputada à entidade colectiva. Para todos os efeitos, quando a AR
delibera é o estado que delibera, qd o governo decide é o estado que decide. A
actividade exercida pelos órgãos é imputada à realidade colectiva.
Aparecem associadas 4 realidades:
a) Titularidade- Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa. O órgão é passível de ser
titularizado por alguém. Um órgão unipessoal tem um único titular, não é
colegial;
b) Competência- área de poderes e de matérias sobre a qual o órgão pode formar
e expressar uma vontade;
c) Cargo ou mandato- o cargo é o nexo, é o vinculo jurídico que liga o titular a um
órgão (associado à alínea a) ) o órgão é sempre uma instituição- predura
sempre para além do seu titular. O titular é transitório, o órgão é permanente.
d) Imputação jurídica- a vontade expressa pelo órgão é entendida como vontade
da respectiva entidade colectiva. Juridicamente não é a vontade do órgão, é a
vontade colectiva.
Há ainda maiorias reforçadas- 2/3, 4/5. Mas a regra geral é a deliberação por
maioria simples.
NORMALIDADE CONSTITUCIONAL
Há 5 processos de designação dos titulares:
a) Herança- tipo monarquia, adquirido por laços familiares. Sabe-se em vida do
actual titular quem vai ser o novo líder;
b) Nomeação- sempre a designação de um titular de um órgão seja feita por um
titular de um órgão diferente. Ex: PR nomeia o PM;
c) Cooptação- os juízes do TC são cooptados. É a designação de um titular de um
órgão feita pelos titulares do mesmo órgão. A nomeação pressupõe que um
titular de um órgão designe os titulares de outro órgão.
d) Inerência- Qd alguém é titular de um órgão por ser titular de outro órgão. Caso
dos conselheiros de estado.
e) Eleição- designação dos titulares através do voto popular.
a) A uma volta- RU- 1 deputado por cada circunscrição- basta a maioria simples-
modelo tbm norte-americano- tradicionalmente uninominal.
b) A duas voltas- Em frança há um sistema maioritário a 2 voltas. 50% mais 1. Caso
contrário à outra volta com os 2 mais votados. Na 2 volta ganha quem tiver
mais votos- maioria simples- tbm aplicado a sistemas maioritários uninominais
contudo vigora a exigência de uma maioria absoluta para a eleição, não
havendo a representação dos vencidos, da minoria.
b) Sistema proporcional
No sistema eleitoral proporcional deve existir correspondência entre o número de
votos e os eleitos. Ao contrário do sistema maioritário, garante a representação
dos vencidos e das minorias, e pressupõe a susceptibilidade de existir um
multipartidarismo assente numa múltipla e pluripartida representação
parlamentar. Só existe vigorando sistemas plurinominais. Pressupõe sufrágio
plurinominal, que garanta a representação das minorias. O risco é a condução ao
multipartidarismo. Enquanto que o sistema maioritário é perigoso por não
reprentação das minoriais o sistema proporcional conduz a instabilidade
governantiva devido ao multipartidarismo, que pode levar a uma instabilidade
governativa e bloqueios à acção do governo por via legislativa. O sistema eleitoral
Português é plurinominal, pressupõe a concorrência de diversos deputados a uma
mesma circunscrição eleitoral e é um sistema proporcional já que garante a
representação dos vencidos e das minorias, pois o winner doesn’t take it all, ao
contrário do sistema maioritário, havendo neste caso uma correspondência entre o
voto popular e a eleição, segundo o método de representação proporcional de
Hondt.
Aula de 14/11/16
(i) O estado está limitado por valores e por principios juridicos que
transcendem a sua vontade, estão acima do estado. Esses valores, esses
princípios que vêm de fora, vinculam e impõem-se ao estado. É a ideia da
indisponibilidade desses principios.
(ii) O estado está tbm vinculado pelo direito que ele próprio cria. Não de todo
mas de parte substancial desse próprio estado. Esse direito existe com a
configuração que a cada momento o estado intende dar. O estado tem a
disponibilidade da alteração do direito. A ideia da reversibilidade das
soluções- zakarbelsky. É direito disponível. É uma manifestação de auto-
vinculação.
(iii) O estado não está apenas limitado pelo direito. Há limites não jurídicos.
Limites éticos. Ordem normativa limitativa dos governantes. Normas de
cortesia constitucional. Há atos de natureza política que limitam a atuação
dos governantes.
Costume:
a) Origem constitucional;
b) Origem internacional;
c) Contrário à constituição (contra legem/ contra constitucieum). Há quem diga
que é inconstitucional- inválido. A ver do Prof não é adequado. Otero defende
que torna inaplicável a aplicação da norma escrita. O costume fará parte de
uma constituição não escrita, não formal, que pode ser contrária ao que está
na constituição formal.
A concepção do Prof. Doutor Paulo Otero, defende que há 2 constituições: uma
constituição oficial e formal, escrita, positivada e uma constituição não oficial,
não escrita, plasmada numa ordem axiológica transcrita no costume e na
vinculatividade do precedente constitucional. Desta forma defende que um
costume contra constitucieum determina a inoponibilidade e inaplicabilidade
da norma escrita. A não oficial derroga tacitamente a escrita, há uma
hipervaloração do precedente em função da sua importância e do seu valor
histórico ( à luz de BURKE e MAISTRE).
A) Intraorgânicos-
(i)- mecanismos no interior do parlamento;
(ii)- no interior do executivo;
(ii)- nos tribunais.
B) Controlo interogânico:
(i) Mecanismos de controlo político;
(ii) Mecanismos de controlo jurídico.
C) Controlo jurídico.
- fiscalização da constitucionalidade e da legalidade;
- a responsabilidade dos políticos na vinculação da lei.
a) LIBERALISMO- tem como filosofia de base que tudo o que restringa a liberdade
individual deve ser eliminado. Faz da liberdade a condição essencial do ser
humano, é a base do constitucionalismo do séc XIX. Valoriza a liberdade
individual, a garantia dos direitos e liberdades dos cidadãos e da divisão do
poder. É a génese do constitucionalismo francês, liberdade e defesa da
propriedade. LOCKE E BENJAMIN CONSTANT. A ligação que há entre a
liberdade e a abstenção do estado. HUMBOLDT- qt maior a abstenção do
estado, maior a liberdade- ADAM SMITH e a mão invísivel:
(i) Individualismo;
(ii) Estado mínimo;
(iii) Crença absoluta no valor do mercado:
(iv) Propriedade privada como um direito sagrado, como um direito natural.
É o resumo do liberalismo do séc. XIX. No séc. XX continuam-se 2 momentos:
a) Até à primeira guerra mundial que gera a great depression e torna-se vísivel a
insufiência do mercado a instituição das políticas Keynsianas. Expressão da
falência do modelo abstencionista do estado.
b) 2 guerra e pos: Só nos anos 70 e 80 é que ressuscitamos o liberalismo- com o
neoliberalismo. Este neoliberalismo visa 3 propósitos:
(i) Redução do peso económico do estado- privatizações;
A) PLURALISTA:
(I) Reconhecimento da importância da tutela dos direitos fundamentais
pelo estado;
(II) Os principais titulares activos do poder político são designados por via
de sufrágio universal;
(III) A importância dos partidos políticos- é um modelo de estado de
partidos: estado em que os partidos têm tres funções:
a) Função de representação política- as grandes correntes ideológicas
são representadas por partidos políticos;
b) Função da fiscalização política do governo.
c) Há tbm um fenómeno subversivo- colonização partidária do estado.
Importância da oposição. Não há modelo representantivo sem a
oposição. Exemplo político chave- RU- governo sombra.
(IV) Hierarquia de normas jurídicas, controlo jurídico;
(V) Controlo pelos tribunais da actividade jurídica do poder- não há modelo
pluralista sem controlo judicial do poder.
Importância da democracia representantiva que pressupõe sufrágio universal e
periódico e secreto, sublinhar a existência excepcional da democracia directa- nas
freguesias com menos de 200 eleitores e existe em cantões suiços de reduzida
população, sublinhar dois mecanismos de ação democrática semi-directa:
a) Referendo;
b) Inciativa popular.
Tbm não está sujeito aos inconvenientes do POTUS: pode dissolver o parlamento e o
POTUS não pode dissolver o congresso; o PR participa no processo da revisão
constitucional, o POTUS não, o mandato do PRF é maior que o do POTUS; o PR pode
ainda exercer poderes excepcionais- estado de excepção constitucional.
É um sistema hiperpresidencial.
O modelo francês pode funcionar de forma diferente em casos de coabitação. Qd a
maioria parlamentar não é a maioria política do presidente francês. Aí têm de co-
existir duas maiorias. O presidente não pode demitir o governo mas pode fazer 3
coisas:
a) Dissolver o PR qd entender;
b) Pode vetar os diplomas provenientes do parlamento;
c) Ainda assim quem preside ao conselho de ministros é o PR,o que significa a
ordem do dia do cm é ditada pelo presidente.
SISTEMA DIRETORIAL
Governo de chanceller
1871- constituição alemã
1) O executivo está concentrado no chefe de estado, mas acontece que o chefe de
estado não exerce os poderes directamente- encarrega um ministro da sua
exclusiva confiança para exercer esses poderes- chanceller, que executa a
vontade do chefe de estado;
2) É políticamente responsável apenas perante o chefe de estado, compete ao
chanceller designar os outros membros do gov, que só são responsáveis
perante o chanceller.
CONSTITUIÇÃO
Vista como ato jurídico e à luz das normas constitucionais.
A ideia tradicional da constituição resume-se no fundo a 3 notas:
a) A crp expressa a unidade axiológica do sistema jurídico. É a síntese de valores
do sistema jurídico;
b) Tem uma força jurídica prevalecente- todos os actos jurídicos têm de ser
conformes com a crp, caso contrário serão inconstitucionais, ocupa o topo na
hierarquia;
c) É expressão do monopólio do poder constituinte do estado.
Atenção que nem sempre a constituição é o topo da hierarquia das normas, e não é
apenas o texto escrito. Pode ser um conjunto de costumes e convenções- o modelo
eua dá palavra aos tribunais. A constituição não formal é prevalecente em alguns casos
à constituição formal.
Integra:
(i) Precedente- basta um facto, um acto, para dizer que em situações
idênticas futuras se deve aplicar aquela solução;
(ii) Costume- exige uma multiplicidade de factos, que venham
reiteradamente a adquirir uma convicção de juridicidade. Exemplo do
caso britânico, em que a vigência de uma constituição não escrita se
plasma na relevância do costume constitucional e do precedente
jurisprudencial dos tribunais. Os acts of parliement que tbm podem
alterar a qqr altura o costume anterior e adquirir protagonismo
constitucional.
INTREPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Intrepretar é revelar. Recorre-se ao elemento sistemático, integral, teleológico e
histórico.
Pode ser feita uma intrepretação autência por via de uma revisão constitucional-
intrepretação da AR;
Atribui-se a possibilidade dos tribunais fazerem a intrepretação da constituição, sendo
o TC o último decisor;
Atribui-se a possibilidade da administração pública de fazer intrepretação da
constituição;
Fazer intrepretação política;
Fazer intrepretação doutrinal.
A intrepretação obede ao contexto da unidade e por via da aplicação das outras
normas. Há ainda a ideia da máxima efectividade das normas sobre direitos
fundamentais, um que é mais generoso e o outro restritivo opta-se pelo mais
generoso.