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Biosfera e Célula

Escala de organização da Biosfera

Célula: Unidade Básica da Vida, sendo a mais pequena forma de vida capaz de realizar as funções comuns
e características de todos os seres vivos: obtenção de nutrientes, produção de energia, reprodução e
interação com o meio. O ser vivo mais simples é formado por uma só célula.

Tecido: conjunto de células que têm a mesma forma e função.

Órgão: conjunto de diferentes tecidos que realizam uma função específica.

Sistema de órgãos: conjunto de diferentes órgãos cuja associação permite realizar uma função geral.

Organismo: ser multicelular composto por vários sistemas de órgãos que se interrelacionam.

População: conjunto de seres da mesma espécie que habitam no mesmo local e se relacionam.

Comunidade: conjunto de seres de espécies diferentes que habitam no mesmo local e que se relacionam.

Ecossistema: conjunto formado por uma comunidade de seres vivos, pelo meio ambiente em que se
inserem e pelas relações que entre estes se estabelecem.

Biosfera: conjunto de todos os seres vivos do planeta Terra.

Conceitos de características de seres vivos

Unicelular: ser vivo constituído por apenas uma célula.

Pluricelular: ser vivo constituído por mais do que uma célula.

Autotrófico (produtores): seres que produzem o seu próprio alimento (fotossíntese ou quimiossíntese).

Heterotrófico: seres que se alimentam de outros seres vivos. Estes podem ser consumidores ou
macroconsumidores (ingestão seguida de digestão intracorporal) ou decompositores ou
microconsumidores (digestão extracorporal feita por enzimas seguida de absorção).

Procarionte: formados por células procarióticas.

Eucarionte: formado por células eucarióticas.

Os Cinco Reinos da Vida

Reino Monera (bactérias): procariontes e unicelulares. Podem ser autotróficas (ex.: cianobactérias) ou
heterotróficas por absorção (bactérias decompositoras e bactérias patogénicas).

Reino Protista (protozoários, algas e ancestrais de fungos): os protozoários são unicelulares, eucariontes
e heterotróficos consumidores, enquanto as algas são eucariontes e autotróficas, podendo ser
unicelulares ou pluricelulares. Os outros são eucariontes e heterotróficos decompositores.

Reino Fungi (bolores, leveduras e cogumelos): eucariontes e heterotróficos decompositores, podendo


ser multicelulares ou unicelulares (leveduras).

Reino Vegetal: eucariontes, autotróficas e multicelulares, apresentando elevada diferenciação celular.

Reino Animal: eucariontes, heterotróficos consumidores e multicelulares, apresentando elevada


diferenciação celular.

A Descoberta da Célula

Robert Hooke (1665): descobre a célula e inventa a sua designação, através da observação de uma rolha.
Anton van Leuuwenhoek (1674): observa células vivas pela primeira vez.
Schleiden e Schwann (1839): enunciaram a “Teoria Celular” (“todas os seres vivos são constituídos por
células”).
Virchow (1855): “todas as células provêm de células pré-existentes”.
Diferentes tipos de células
Membrana Celular
Células Procarióticas: não possuem verdadeiro
Parede Celular
núcleo nem compartimentos no citoplasma.
Nucleoide
Citoplasma

Células Eucarióticas: apresentam verdadeiro núcleo possuem organelos no citoplasma onde ocorrem
funções celulares específicas. Pode ser de origem animal ou vegetal.

Componentes Celulares

Parede Celular: parede rígida que reveste as células de plantas, algas, fungos e bactérias conferindo-lhes
proteção e suporte. Esta parede é feita de fibras, sendo estas no caso dos fungos quitina e no caso das
células vegetais celulose.

Membrana Celular ou membrana plasmática ou plasmalema: fronteira entre o citoplasma e o meio


extracelular, cuja composição é essencialmente lipídica e que na sua superfície possui recetores químicos.
Esta é responsável pela troca de substâncias entre o meio intracelular e o meio extracelular.

Mitocôndrias: realizam a respiração celular, isto é, produzem energia (ATP) necessária ao metabolismo
celular.

Cloroplastos: realizam a fotossíntese, ou seja, na presença de luz, produzem compostos orgânicos, a partir
de matéria inorgânica.

Vacúolos: compartimentos preenchidos por água, mas que podem armazenar outras substâncias e
podem participar na regulação do volume celular. Nas células vegetais ocupam grande parte do
citoplasma, enquanto nas células animais são mais pequenos.

Núcleo: coordena as funções da célula e o processo de divisão celular. Também contém os cromossomas
(constituídos por DNA) onde está inscrita a informação genética.

Nucléolo: local dentro do núcleo onde são produzidos os ribossomas.

Ribossomas: organelos não membranados, presentes em células procarióticas e eucarióticas, que


realizam a síntese de proteínas de acordo com as instruções genéticas contidas no DNA. Podem existir
livres no citoplasma, ou podem associar-se ao retículo endoplasmático.

Cílios e flagelos: filamentos externos que conferem movimento e permitem a criação de correntes que
dirigem os nutrientes para o local correto.

Centríolos: intervêm na divisão celular, sendo responsáveis pela divisão do núcleo (local onde se encontra
o ADN) de forma a originar uma nova célula.

Citosqueleto: redes de fibras proteicas intercruzadas, que ajudam a manter a forma da célula, a
encaminhar as vesículas e a fixar os organelos. É mais importante nas células animais, pois não possuem
parede celular.
Sistema Endomembranar: circuito que inclui o retículo endoplasmático e o complexo de Golgi, ao longo
do qual ocorre transporte de matéria através da célula.

Retículo Endoplasmático: subdivide-se em RE Rugoso e RE Liso. O RER apresenta ribossomas na sua


superfície, sendo a sua função receber proteínas dos ribossomas e encaminhá-las para o complexo de
Golgi. O REL está envolvido na síntese de diversos lípidos.

Complexo de Golgi: recebe proteínas do RER e encaminha-as para vários destinos e funções celulares,
através de vesículas golgianas. As vesículas golgianas podem transportar proteínas que vão ser secretadas
para o meio externo (vesículas de secreção), por exocitose, mas também podem transportar proteínas
que vão integrar a membrana celular. Os lisossomas são outro exemplo de vesículas golgianas. Estes
transportam enzimas (hidrólases) que participam na digestão intracelular. A digestão intracelular diz-se
heterofágica quando são dirigidas partículas capturadas do exterior, ou autofágica quando são dirigidos
organelos da própria célula. Em certas situações, a célula pode ser totalmente digerida, ou seja, pode
ocorrer autólise. A captura de partículas do exterior, que envolve a formação de vesículas, designa-se
endocitose.

A endocitose pode ocorrer de modos diferentes:

- Fagocitose: processo pelo qual as células conseguem englobar partículas alimentares de grande
tamanho. A célula cria pseudópodes, que são prolongamentos da membrana celular, os quais “abraçam”
a molécula externa e a trazem para dentro da célula.

- Pinocitose: processo pelo qual as células conseguem englobar partículas alimentares pequenas, através
da invaginação (dobra para dentro) da porção da membrana.

- Mediada por um recetor: a invaginação da membrana é desencadeada pela ligação de uma determinada
substância a um recetor da membrana.
Diferenciação Celular

A diferenciação celular traduz a especialização de cada tipo de célula quanto à forma, função e estrutura
interna.

Biologia Molecular

Moléculas Inorgânicas

As moléculas inorgânicas são simples e pobres em energia, fazendo parte de elementos como a água, os
gases e os sais minerais. A molécula da água é polar, pois apresenta uma distribuição de cargas
assimétrica. A polaridade da água possibilita a formação de pontes de hidrogénio, as ligações responsáveis
pela forte coesão entre as moléculas da água.

Moléculas Orgânicas

As moléculas orgânicas são complexas e ricas em energia, tendo na sua constituição átomos de carbono,
hidrogénio e oxigénio. Estas podem apresentar grandes dimensões, sendo consideradas macromoléculas
ou polímeros, uma vez que se formam a partir da ligação entre monómeros. Existem quatro grandes tipos
de macromoléculas nas células: as proteínas, os glícidos, os lípidos e os ácidos nucleicos. Os monómeros
das proteínas são os aminoácidos, os dos glícidos são os monossacarídeos ou oses, os dos lípidos são os
ácidos gordos e o glicerol e os dos ácidos nucleicos são os nucleótidos.

Formação de Macromoléculas

A formação de macromoléculas resulta de reações de condensação. Destas reações libertam-se moléculas


de água, obtidas a partir dos iões H + e OH − provenientes de cada um dos monómeros que se ligam entre
si.

Decomposição de Macromoléculas

As macromoléculas sofrem decomposição e libertam as unidades que as constituem, através de reações


de hidrólise, sendo necessário fornecer água para quebrar as ligações geradas por reações de
condensação.
Proteínas

As proteínas são constituídas por aminoácidos, cuja fórmula geral é:

Grupo Amina

Grupo Carboxilo ou Ácido

R – Radical (parte variável do aminoácido)

Os péptidos são o resultado da união entre dois ou mais aminoácidos, que se efetua através de uma
ligação química covalente, denominada ligação peptídica: o grupo carboxilo de um aminoácido liga-se
ao grupo amina de outro aminoácido.

As cadeias peptídicas que contêm entre 2 a 20 aminoácidos designam-se oligopéptidos e as que


ultrapassam esse número chamam-se polipéptidos. Os aminoácidos que constituem a proteínas podem
existir em quantidades e sequências muito variadas, o que torna possível a existência de um número
quase infinito de proteínas diferentes.

Evolução estrutural das proteínas:

- Estrutura primária: sequência de aminoácidos unidos por ligações peptídicas (formação da cadeia
polipeptídica).

- Estrutura secundária: aquisição de dobramentos helicoidais ou pregueados (formação da hélice ou da


folha pregueada).

- Estrutura terciária: aquisição de configuração tridimensional.

- Estrutura quaternária (não acontece em todos os casos): combinação com outras proteínas (ex.:
hemoglobina)

As proteínas podem ser formadas apenas por aminoácidos (holoproteínas) ou podem conter uma porção
não proteica (heteroproteínas). As glicoproteínas que estão presentes nas membranas celulares são
heteroproteínas.
Funções das proteínas:

- Enzimática: ativam reações.

- Hormonal: mensageiros celulares.

- Defesa: anticorpos defendem o organismo e a melanina protege a pele da radiação celular.

- Transporte: a hemoglobina transporta gases respiratórios.

- Contráctil: as fibras musculares criam movimento.

- Reguladora: a insulina regula a taxa de glicose no sangue.

- Estrutural: queratina existente no cabelo, unhas e garras e o colagénio confere coesão aos tecidos
celulares.

Se a estrutura das proteínas for alterada/danificada, isto é, se ela perder a sua estrutura tridimensional,
a proteína perde a função, tendo sofrido desnaturação. Esta transformação ocorre quando a proteína é
submetida a certas condições ambientais: temperaturas elevadas, variações acentuadas do pH e da
concentração salina.

Glícidos

Os monómeros ou oses são os glícidos mais simples e são classificados de acordo com o número de
átomos de carbono que os compõem. As pentoses (5C) e as hexoses (6C) são as mais frequentes. A glicose
(C6H12O6) a galactose (C6H12O6) e a frutose (C6H12O6) são exemplos de hexoses, enquanto a ribose e a
desoxirribose são exemplos de pentoses.

A ligação química que une dois monossacarídeos denomina-se ligação glicosídica, formando-se um
dissacarídeo, como, por exemplo, a maltose, a sacarose e a lactose.

Dá-se o nome de oligossacarídeos às moléculas constituídas por 2 a 10 monossacarídeos unidos entre si.
Caso este número seja superior, as moléculas denominam-se polissacarídeos. São exemplos de
polissacarídeos o amido, a celulose, a quitina e o glicogénio.

Grande parte dos polissacarídeos, como a celulose e a amilose, é formada por moléculas lineares,
contudo, em alguns polissacarídeos, como a amilopectina, as moléculas são ramificadas.

Funções dos glícidos:

- Energética: as plantas armazenam amido e os animais armazenam glicogénio, que mais tarde podem
ser decompostos obtendo-se glicose.

- Estrutural: as paredes das células vegetais e dos fungos são formadas por fibras de celulose e por
quitina, respetivamente.
Lípidos

Os lípidos podem ser divididos em duas categorias principais: os triglicéridos e os fosfolípidos.

Os triglicéridos resultam de ligações Éster entre o glicerol e três ácidos gordos. Dada a natureza apolar
dos ácidos gordos, os triglicéridos são, geralmente, moléculas hidrofóbicas, isto é, não se dissolvem em
água.

Os fosfolípidos resultam da ligação entre o glicerol e dois ácidos gordos, para além de um ião fosfato. O
grupo fosfato confere polaridade à cabeça dos fosfolípidos, sendo esta hidrofílica. Os ácidos gordos são
apolares e conferem às caudas do fosfolípido propriedades hidrofóbicas. Assim pode-se concluir que os
fosfolípidos são moléculas anfipáticas (apresentam dois comportamentos distintos), pois possuem uma
parte hidrofóbica e uma parte hidrofílica.

A hidrólise dos lípidos conta com a participação de enzimas designadas lipases que cortam as ligações
Éster.

Funções dos lípidos:

- Energética: as gorduras podem constituir uma fonte de reserva de energia biológica, sendo responsáveis
pela manutenção da temperatura corporal de alguns animais.

- Estrutural: os fosfolípidos constituem a membrana celular.

- Reguladora: lípidos como a testosterona e a progesterona são hormonas sexuais existentes nos
testículos e nos ovários, respetivamente.

Ácidos Nucleicos

Os ácidos nucleicos são moléculas que contêm a informação genética necessária para a síntese de
proteínas. Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA (desoxirribonucleico) e o RNA (ribonucleico). O
DNA é formado por duas cadeias polinucleotídicas enroladas em hélice. O RNA é formado por uma
cadeia polinucleotídica. Existem quatro nucleótidos diferentes no DNA, que se identificam pelas letras A
(adenina), G (guanina), C (citosina), e T (timina). No RNA, o nucleótido T é substituído por U (uracilo).
Membrana e Transporte Membranar

Evolução dos Modelos da Membrana Celular

1925- Gorter e Grendel afirmaram que a membrana e constituída por uma bicamada fosfolipídica.

1935- Davson e Danielli identificaram a presença de proteínas na membrana e afirmam que estas
revestem as superfícies interna e externa da membrana.

1954- Davson e Danielli atualizaram o modelo anterior, introduzindo canais (poros) revestidos
internamente por proteínas que permitem a passagem de certas substâncias.

No entanto, estudos posteriores revelaram que a quantidade de proteínas não é suficiente para revestir
toda a membrana.

1972- Singer e Nicholson apresentam o Modelo do Mosaico Fluido.

Modelo do Mosaico Fluido

De acordo com o Modelo do Mosaico Fluido a membrana celular é uma bicamada fosfolipídica com
proteínas, que podem ser integradas ou periféricas. Entre os fosfolípidos existem algumas partículas de
colesterol. Na superfície externa da membrana celular, formando o glicocálice ou glicocálix, existem
glícidos, constituintes de glicoproteínas e glicolípidos.

A Modelo do Mosaico Fluido é assim chamado, pois os componentes da membrana têm mobilidade, isto
é, não ocupam posições fixas, dotando-a, assim, grande fluidez.

Transporte através da Membrana Celular

A membrana celular é dotada de permeabilidade seletiva: facilita a passagem de certas substâncias e


dificulta, ou impede, a passagem de outras, o que significa que as substâncias atravessam esta fronteira
de modo diferenciado. Algumas substâncias circulam através dos fosfolípidos, outras circulam através
das proteínas. Moléculas muito grandes não circulam através dos constituintes da membrana, são
transportadas por endocitose ou exocitose.

Difusão

A difusão corresponde ao movimento de partículas a favor do gradiente de concentração. As partículas


deslocam-se do meio mais concentrado (HIPERTÓNICO) para o meio menos concentrado (HIPOTÓNICO),
até que os dois meios fiquem em equilíbrio (isotónicos). O processo de difusão é considerado um
transporte passivo, visto que não acarreta gasto de energia por parte das células.

Difusão Simples ou Não mediada: ocorre através dos fosfolípidos e aplica-se ao transporte de moléculas
apolares, como o CO2, o O2 e os ácidos gordos.

Difusão Mediada: ocorre através de proteínas (mediadoras) e pode ser:

- Iónica: ocorre através de canais proteicos (ou iónicos) e aplica-se ao transporte de iões.

- Facilitada: ocorre através de permeases e aplica-se ao transporte de moléculas polares de dimensões


médias, como os aminoácidos e a glicose.
Difusão facilitada
Na difusão simples, a velocidade
de transporte é proporcional ao
gradiente de concentração da
partícula transportada. Na
difusão facilitada, essa relação
apenas se verifica até ao ponto de
saturação das permeases, isto é,
todas as proteínas estão
ocupadas no transporte.

Transporte Ativo

O transporte ativo corresponde ao movimento de partículas contra o gradiente de concentração, ou seja,


as partículas deslocam-se do meio hipotónico para o meio hipertónico, acentuando-se o desequilíbrio
entre os meios. Este transporte é mediado por ATPases e exige o consumo de ATP (energia).

Um caso particular de transporte ativo é o transporte através da bomba Na+/K+, um tipo de ATPase que
transporta simultaneamente sódio para fora e potássio para dentro, contra o respetivo gradiente de
concentração.

A bomba Na+/K+ retira sódio do interior das células, favorecendo a entrada deste ião. Algumas moléculas
como a glicose aproveitam a entrado do sódio para serem co-transportadas para dentro das células,
ainda que a sua concentração nessas células seja elevada.

Osmose

A osmose é a deslocação de água que depende da concentração das soluções em cada meio, ou seja, da
relação entre a quantidade de água e de solutos. A presença de solutos gera pressão osmótica, que
direciona o movimento da água.

A água move-se a favor do gradiente, o que significa que se desloca dos meios com menor pressão
osmótica (= soluções mais diluídas/soluções menos concentradas/soluções hipotónicas) para os meios
com maior pressão osmótica (= soluções menos diluídas/soluções mais concentradas/ soluções
hipertónicas). Quando a concentração do soluto é igual nos dois meios, eles dizem-se isotónicos e o fluxo
de água é igual nos dois sentidos. Nas células (e apesar da sua polaridade) a água desloca-se através dos
fosfolípidos.

Quando a água entra na célula esta aumenta de volume, dizendo-se que fica túrgida, caso saia reduz o
seu volume, ficando plasmolisada. Nas células animais o excesso de água pode conduzir à sua lise, o que
não acontece nas células vegetais ema vez que têm uma parede celular.
Biologia das Plantas

Conquista do Meio Terrestre

As plantas surgiram há cerca de 500 Ma, através da evolução das algas. Esta evolução envolveu a aquisição
de características que conferiam capacidade para viver fora de água:

- Resistência à Desidratação: aquisição de estomas e cutícula.

- Sustentação Gravítica e Transporte de Seiva: aquisição de tecidos de suporte e vasculares.

- Fixação ao Solo e Absorção de Água: aquisição de raízes.

Principais Grupos de Plantas

Briófitas (ex.: musgos): plantas avasculares de pequeno porte.

Traqueófitas: plantas vasculares que possuem órgãos bem diferenciados.

Órgãos das Plantas Vasculares

Folhas: órgãos fotossintéticos e estabelecem trocas gasosas com a atmosfera.

Caules: órgão de suporte e de condução de seivas.

Raízes: órgãos de fixação ao solo e de captação de água e sais minerais.

Em cortes transversais de raízes e caules é possível distinguir duas zonas: o córtex (ou meio envolvente),
constituído por células armazenadoras e a medula (ou cilindro central), onde se encontram os vasos.

Vasos Condutores das Plantas

Xilema: responsável pelo transporte de seiva bruta (água e sais minerais) desde as raízes até às folhas.

Tecido formado por elementos condutores, células mortas com paredes celulares espessas onde circula
a seiva bruta (água e sais minerais) dispostas de modo a formarem um canal. Podem ser de dois tipos:
tracoides e elementos de vaso. Os elementos de vaso têm um diâmetro superior aos tracoides e as suas
paredes laterais apresentam espessamentos de lenhina, uma substância que lhes confere rigidez.

Floema: responsável pelo transporte da seiva elaborada (água e compostos orgânicos) desde as folhas
até aos órgãos consumidores ou de armazenamento.

Tecido formado pelas células do tubo crivoso, células vivas, mas desprovidas de organelos que formam
um canal intersetado por placas crivosas (apresentam orifícios que permitem o estabelecimento de
ligações entre o citoplasma de células consecutivas), e que se associam às células de companhia.

Transpiração

As plantas são seres capazes de resistir à desidratação. Para tal, tem o seu organismo revestido por
cutículas interrompido nas zonas onde se localizam os estomas, que são constituídos por duas células-
guarda que rodeiam um orifício designado ostíolo.

De forma a captarem CO2 da atmosfera as plantas abrem os estomas, transpirando durante esse período,
isto é, perdem água. Quando não necessitam de captar CO2 fecham os estomas, interrompendo a
transpiração. Caso exista falta de água no solo, a planta mantém os estomas sempre fechados para evitar
perdas de águas que não pode compensar.

Os estomas abrem quando as células-guarda ficam túrgidas, permitindo trocas gasosas através do
ostíolo. Para tal, previamente teve de ter ocorrido transporte ativo de iões K+ para dentro das células do
estoma, de forma a provocar o aumento da pressão osmótica celular que faz deslocar a água para o seu
interior.
A planta fecha os estomas quando já contém CO2 suficiente na folha. De modo a fechar, o ião K+ sai das
células-guarda por difusão, fazendo diminuir a pressão osmótica dessas células, pelo que a água vai sair
e as células vão ficar plasmolisadas.

Absorção de Água e Sais Minerais

As plantas fazem absorção de água e sais minerais através da raiz que, por esse motivo, apresenta uma
epiderme permeável, ou seja, não possui cutícula, muito ramificada e cuja área é aumentada através da
presença de pelos absorventes.

A raiz inicialmente absorve iões, do solo até ao centro da raiz, por difusão ou transporte ativo. A presença
de iões no interior da raiz torna o meio hipertónico, isto é, existe uma grande pressão osmótica,
provocando a absorção de água, por osmose. O transporte ativo de iões através das células da periferia
da raiz até ao xilema cria um gradiente osmótico, que faz com que a água tenda a passar por osmose até
ao xilema. No xilema, água e os sais minerais formam a seiva bruta, que deverá ascender até às folhas
através do caule.

Teoria da Pressão Radicular

A água absorvida pelas raízes exerce uma pressão sobre as paredes dos vasos xilémicos que permite que
a seiva bruta consiga ascender através do caule. Podemos, então, dizer que a subida da água tem como
força motriz a turgescência radicular, que a água sobe porque é empurrada e que a planta transpira
porque absorve. Em plantas de pequeno porte esta subida é suficiente para que a água chegue às folhas.

A gutação e a exsudação são consequências da pressão radicular.

Teoria da Tensão-Coesão-Adesão

Sempre que a planta transpira deixa no interior das suas folhas um défice hídrico e como tal a pressão
osmótica nesses locais aumenta, dizendo-se que a planta ficou em tensão. Esta é a força motriz que vai
desencadear o movimento da seiva bruta. Com efeito, a água contida nos vasos xilémicos vai deslocar-se
na direção dos locais onde está em falta, provocando a subida da coluna de água, uma vez que as
moléculas de água estão ligadas umas às outras por pontes de hidrogénio. Diz-se que têm entre si
coesão. Por sua vez, as moléculas de água também se ligam às paredes dos vasos onde circulam, graças
à sua adesão. Entretanto, na raiz, cria-se um défice hídrico que será anulado com a entrada de água
proveniente do solo. Podemos, então, afirmar que a subida de água tem como força motriz a tensão
folear, que a água sobe porque é puxada e que a planta absorve porque transpira.

Assim, podemos concluir que a taxa de transpiração condiciona a taxa de absorção.

A Taxa de Transpiração Depende das Condições Ambientais

Intensidade Luminosa: ativa a fotossíntese e favorece a captação de CO2 (para captar CO2 os estomas têm
de abrir), conduzindo à perda de água (aumento da transpiração).

Temperatura: favorece a evaporação de água quando o estoma está aberto, aumentando a transpiração.

Humidade Atmosférica: reduz o gradiente de vapor de água entre a folha e o meio externo, diminuindo
a transpiração.

Ventilação (vento): reduz a presença de vapor de água na vizinhança da folha, acelerando a transpiração.
Teoria do Fluxo Sob Pressão

1º) As células do tubo crivoso recebem sacarose (das células fotossintéticas) por transporte ativo, o que
faz elevar a sua pressão osmótica e, consequentemente, a água entra por osmose.

2º) As células do tubo crivoso ficam sujeitas a uma grande pressão de turgescência, que força a seiva a
deslocar-se através das placas crivosas. Este movimento repete-se, célula-a-célula, até aos órgãos
(consumidores ou de reserva).

3º) Quando a sacarose é retirada do floema, a pressão osmótica do tubo crivoso diminui e a água
abandona estes vasos retornando ao xilema.

4º) Em conclusão: a seiva elaborada desloca-se dos locais com alta pressão de turgescência para os locais
com baixa pressão de turgescência.
O Reino dos Animais

Os animais evoluíram a partir de colónias de seres unicelulares protistas.

Nematelmintes Anelídeos
Cnidária Equinodermes

Moluscos Artrópodes Cordados


Porífera Platelmintes

Origem e Evolução do Sistema Digestivo

1. Grupo Porífera (esponjas-do-mar)

Nestes animais o nível de diferenciação é muito reduzido. Os nutrientes são assimilados pelas diversas
células e digeridos intracelularmente.

2. Grupo Cnidária (hidra) e Grupo das Platelmintes (planária)

Nestes dois grupos os animais possuem uma cavidade gastrovascular. Os nutrientes são digeridos
extracelularmente antes de serem absorvidos pelas células, onde são digeridos intracelularmente.

A cavidade gastrovascular comunica com o exterior através de um único orifício, que funciona como boca
e ânus. Esta é muito ramificada nos Platelmintes, apresentando uma grande área de contacto com as
células.

A existência de uma cavidade gastrovascular permite a captação de alimentos maiores, sendo capazes
de manter as suas células nutridas durante mais tempo. Assim, não são obrigados a estar constantemente
a ingerir alimento, tendo tempo para fazer outras atividades como explorar o meio. Consequentemente,
estes animais desenvolveram novas células e órgãos (maior diferenciação celular), como por exemplo, o
cérebro.

3. Restantes Grupos

Os restantes grupos de animais possuem um tubo digestivo completo, com boca e ânus diferenciados.
Nestes animais, o alimento avança segundo um percurso unidirecional existindo zonas específicas para
cada etapa da digestão. Os nutrientes são digeridos extracelularmente e são transportados até às células
através do sangue.

Entre os vários grupos de animais com sistema digestivo completo, as diferentes características
dependem das respetivas dietas alimentares.
Origem e Evolução do Sistema Circulatório

1. Grupos Porífera, Cnidária e Platelmintes

Este animais apresentam uma grande superfície corporal, relativamente ao seu volume (relação
Área/Volume elevada), permitindo que praticamente todas as células estejam em contacto com o meio
externo ou com a cavidade gastrovascular. Assim, não existe sague nem vasos condutores. A distribuição
de nutrientes e gases respiratórios pode ocorrer por difusão célula-a-célula.

2. Insetos

Animais mais volumosos são mais exigentes do ponto de vista metabólicos, necessitando de acelerar a
distribuição de nutrientes (e gases respiratórios) às células.

Os Insetos possuem um sistema circulatório aberto, isto é, os vasos por onde desloca a hemolinfa abrem
para uma cavidade corporal denominada hemocélio, de onde as células recebem as substâncias
necessárias ao seu metabolismo. O sistema circulatório tem uma posição dorsal, constituído por um vaso
dorsal, com um coração tubular que possui válvulas internas e orifícios laterais chamados ostíolos. A
hemolinfa entra para o coração tubular através dos ostíolos. Quando os ostíolos fecham, o coração contrai
e a hemolinfa é impulsionada para a aorta dorsal, passado desta para o hemocélio. Quando vaso dorsal
relaxa, os ostíolos abrem e a hemolinfa entra para o coração tubular.

3. Anelídeos

Num sistema circulatório aberto, a circulação no hemocélio é lenta, pelo que neste tipo de sistema
circulatório, a reposição e substituição de matéria a nível celular é lenta. Assim, os Anelídeos possuem um
sistema circulatório fechado, ou seja, o sangue circula sempre no interior de vasos capilares que
ramificam numa rede de capilares, de onde se liberta o líquido intersticial que fornece às células as
substâncias necessárias ao seu metabolismo. A minhoca possui 5 pares de corações laterais que, quando
contraem, impulsionam o sangue.
4. Peixes

Os Peixes, tal como todos os vertebrados, possuem um sistema


circulatório fechado. A circulação é simples, isto é, o sangue efetua apenas
uma passagem no coração. Nestes animais, o coração apresenta duas
cavidades: uma aurícula e um ventrículo, circulando apenas sangue
venoso (sangue com elevado teor de CO2) no coração. O sangue que entra
na aurícula e sai pelo ventrículo vem das células do animal e vai para as
brânquias efetuar a sua oxigenação, tornando-se arterial (sangue com
elevado teor de O2) e direcionando-se de seguida para as células corporais.
Como este sangue não passa novamente pelo coração, flui lentamente,
pelo que a renovação dos constituintes celulares se faz lentamente.

5. Anfíbios e Répteis

Nos Anfíbios e nos Répteis o coração apresenta três cavidades: duas


aurículas e um ventrículo. Para além de ter um sistema circulatório
fechado, possuem uma circulação dupla, uma vez que existem duas vias
de circulação, uma apenas para os pulmões (circulação pulmonar) e outras
para as restantes partes do corpo (circulação sistémica), o que leva o
sangue a passar duas vezes no coração. Deste modo, relativamente à
circulação simples, existe uma maior eficiência na renovação de materiais,
o que permite uma taxa de metabolismo elevada. Esta circulação é
incompleta, pois pode ocorrer mistura parcial de sangue venoso e arterial
no ventrículo, reduzindo o teor de O2 do sangue que vai chegar às células.
Consequentemente, estes animais são poiquilotérmicos. No entanto, esta
mistura nos Répteis é menos expressiva, porque já existe um septo
interventricular incompleto.

6. Mamíferos e Aves

Os Mamíferos e as Aves apresentam um coração com quatro cavidades:


duas aurículas e dois ventrículos. Nestes animais a circulação é dupla e
completa, uma vez que a circulação pulmonar e sistémica estão bem
diferenciadas e não ocorre mistura de sangue no coração (septo
completo). A eficiência na distribuição de O2 aos tecidos possibilita a
obtenção de calor por vias metabólicas, permitindo que estes animais
sejam homeotérmicos.

Linfa Intersticial e Linfa Circulante

Nos animais com sistema circulatório fechado, as células estabelecem trocas


diretas com a linfa intersticial, fluido que se forma a partir do plasma que
abandona os capilares sanguíneos. A linfa intersticial é recolhida para os vasos
linfáticos formando a linfa circulante que, posteriormente, retorna ao sangue.
Origem e Evolução do Sistema Respiratório

1. Grupos Porífera, Cnidária e Platelmintes

Em animais simples, com uma elevada relação Área/Volume, as células estabelecem trocas gasosas com
o meio externo por difusão direta.

2.Insetos 3.Anelídeos

Animais mais complexos, como os Insetos, Nos Anelídeos, o sangue participa no transporte
apresentam um metabolismo muito elevado, de gases respiratórios até às células, dizendo-se
exigindo uma oxigenação rápida das células. A que ocorre difusão indireta. A superfície de
deslocação de gases respiratórios, entre o meio trocas gasosas entre o sangue e o exterior é a
externo e as células, efetua-se através de uma pele (ou tegumento), ou seja, ocorre hematose
rede de traqueias que percorrem o organismo e cutânea. A pele da minhoca é fina e tem de
comunicam com o exterior através de espiráculos. estar húmida para permitir a hematose
As traqueias vão se ramificando em tubos cada vez
mais finos, denominados traquíolas. A difusão de
gases é direta, mas já não ocorre célula- a-célula.

4.Anfíbios, Répteis e Mamíferos

Nestes animais surgiram pulmões, ocorrendo a hematose pulmonar. A evolução dos pulmões dos
vertebrados conduziu ao aumento da superfície de hematose. Assim sendo, nos Mamíferos existem
alvéolos pulmonares.

Os pulmões dos Anfíbios são pouco desenvolvidos, pelo que a hematose pulmonar é insuficiente para
oxigenar o organismo. Com efeito, os Anfíbios também realizam hematose cutânea e, como tal,
dependem da proximidade do meio aquático para manter a pele húmida.
5. Aves

O sistema respiratório das Aves é composto por pulmões dotados de parabrônquios e sacos aéreos. Os
sacos aéreos, localizados por todo o corpo, constituem reservas de ar, melhorando assim a eficácia da
ventilação. Para além disso, estas estruturas facilitam o voo das aves, pois tornam-nas menos densas e
contribuem para a dissipação de calor resultante do metabolismo, sobretudo durante o voo. Os
parabrônquios são canis muito finos por onde o ar circula e ocorre a hematose.

Para que o ar percorra todo o sistema respiratório de uma ave, são necessários dois ciclos ventilatórios
(ciclo ventilatório duplo).

O ar entra nos O ar segue para os O ar segue para os O ar sai para o


sacos aéreos pulmões e ocorre a sacos aéreos exterior.
posteriores. hematose. anteriores

6. Peixes

Os Peixes possuem brânquias, estruturas respiratórias especializadas nas recolha de O2 a partir da água,
compostas por inúmeros filamentos percorridos por capilares sanguíneos onde ocorre hematose.

Nos Peixes, a hematose ocorre em contracorrente, ou seja, o sangue que atravessa as brânquias flui num
sentido e a água no sentido inverso. Nas trocas em contracorrente, a água está sempre mais saturada em
O2 do que o sangue. Assim, existe um gradiente favorável à difusão de O2 ao longo de toda a brânquia.

(A hematose que ocorre ao nível branquial resulta de um fluxo em contracorrente entre a água que o peixe ingere e o sangue que
atravessa os filamentos branquiais. O sangue venoso ao entrar nas brânquias apresenta baixo teor de O2 e entra em contacto com
água que já foi perdendo O2 que está prester a sair através dp opérculo. Ainda assim, esta água contém um teor de oxigénio superiror
ao do sangue permitindo a difusão deste gás da água apara o sangue. À medida que o sangue flui através dos filamentos branquiais
vai entrando em contacto com água que é sempre mais rica em oxigénio do que o sangue, verificando-se que há sempre um
gradiente que favorece a passagem de oxigénio da água para o sangue.)
Fotossíntese

Seres autotróficos, nomeadamente as plantas, as algas e as cianobactérias, realizam a fotossíntese. Deste


modo, utilizam a energia luminosa para produzir compostos orgânicos a partir de matéria inorgânica
(CO2 e H2O), convertendo energia luminosa em energia química.

6H2 O + 6CO2 C6 H12 O6 + 6O2

O carbono e o oxigénio existentes na glicose provêm do CO2, enquanto o hidrogénio provém da H2O. Da
H2O também provém o O2 que as plantas libertam.

A fotossíntese realiza-se ao nível dos cloroplastos. Estes são organitos que possuem no seu interior
pigmentos fotossintéticos, como a clorofila (de cor verde), cuja função é absorver energia luminosa e
convertê-la em energia química. Neste organito distinguem-se dois espaços: o estroma e os tilacoides.

Uma experiência realizada por Engelmann no século XIX, provou que existe um aproveitamento
diferencial da luz solar, isto é, as radiações azul-violeta e vermelho-laranja são as mais eficazes para a
fotossíntese. A radiação verde, pelo contrário, é refletida pelas plantas, que não a absorvem para realizar
a fotossíntese.

A fotossíntese envolve dois processos: a fase fotoquímica e a fase química.

Fase Fotoquímica da Fotossíntese

As reações da fase fotoquímica dependem da luz e esta fase realiza-se ao nível dos tilacoides.

Reações de Fosforilação: adição de grupos fosfato com incorporação de energia.

Reações de Desfosforilação: remoção de grupos fosfato com perda de energia.

Reações de Oxidação: a molécula perde eletrões.

Reações de Redução: a molécula ganha eletrões.


1. Quando a luz incide sobre a molécula de clorofila esta perde um eletrão, dizendo-se que sofreu
oxidação.

2. Esse eletrão segue ao longo de uma cadeia tranportadora e durante este percurso vai perdendo
energia.

3. Esta energia é utilizada para fosforilar o ADP, ou seja, ocorre a união de grupos fosfato ao ADP,
formando o ATP.

4. Uma segunda clorofila, que também sofreu oxidação, recebe o eletrão proveniente da cadeia
transportadora que substitui aquele que esta perdeu.

5. O eletrão que a segunda clorofila perdeu será aceite pelo NADP, dizendo-se que este sofreu redução.

6. A primeira clorofila regressa ao estado fundamental quando retira eletrões à molécula de H2O,
provocando a sua lise, isto é, decompondo-a em O2 e H.

7. Os H’s são captados pelo NADP, pelo que ocorre a sua redução, tranformando-se em NADPH.

Fase Química da Fotossíntese (Cliclo de Calvin)

As reações da fase química da fotossíntese não dependem da luz e ocorrem no estroma.

1. Fixação de moléculas de CO2 por moléculas de


ribulose, originando moléculas em C3
designadas por PGA.

2. Redução de PGA por ação do NADPH


proveniente do tilacoide, recebendo também
energia fornecida pelo ATP, transformando-se
em PGAl.

3. Obtidas estas últimas, 2 saem do cloroplasto


e são utilizadas na síntese de glicose. As
restantes 10 permancem no cloroplasto para
poderem ser usadas na regeneração da
ribulose.
Fotossíntese: Fase Fotoquímica e Fase Química

Metabolismo Celular

O metabolismo celular corresponde ao conjunto de todas as reações que ocorrem ao nível das células.
Do metabolismo fazem parte as reações anabólicas e catabólicas.

Anabolismo: síntese de moléculas complexas por união de moléculas mais simples. Estas reações são
endoenergéticas, uma vez que há absorção de energia quando se formam ligações químicas.

Catabolismo: decomposição de moléculas complexas em moléculas mais simples. Estas reações são
exoenergéticas, visto que há libertação de energia quando se quebram ligações químicas.

As reações catabólicas fornecem energia às reações anabólicas por intermédio de moléculas de ATP.

ATP
Glicólise

As pricipais vias catabólicas que fornecem energia para a síntese de ATP são a fermentação e a respiração
celular. Ambas as vias começam com uma etapa comum: a glicólise, que ocorre no citoplasma. Esta etapa
consiste na oxidação da molécula de glicose até duas moléculas de ácido pirúvico, com formação de ATP
e NADH.

Entra Sai
1 glicose 2 ácido pirúvico
2 ATP 2 ADP
2 NAD+ 2 NADH
4 ADP 4 ATP

O saldo energético da glicólise é de duas


moléculas de ATP.

Fermentação

A fermentação é um processo anaeróbio (sem oxigénio) de decomposição da glicose. Após a glicólise, na


ausência de oxigénio, ocorre a redução do ácido pirúvico e tranforma-se num produto que pode ser
eliminado pela célula.

Fermentação Lática: o ácido pirúvico é reduzido e trasforma-se em ácido lático.

As duas moléculas de NADH formadas durante a glicólise vão ser utilizadas na redução do ácido pirúvico,
do qual resulta a formação de duas moléculas de ácido lático.
Fermentação Alcoólica: o ácido pirúvico é reduzido e descarboxilado, transformando-se em ácido etílico.

As duas moléculas de ácido pirúvico vão sofrer descaborxilação, existindo a libetação de duas moléculas
de CO2. As duas moléculas de NADH formadas durante a glicólise vão ser utilizadas na redução do ácido
pirúvico, transformando-se em álcool etílico.

Respiração Celular

A respiração celular é um processo aeróbio (com oxigénio) de decomposição da glicose, que ocorre
maioritariamente na mitocôndria.

Formação de Acetil-CoA (2ªetapa)

Na presença de oxigénio, o ácido pirúvico entra na mitocôndria, onde é descarboxilado e oxidado, isto
é, perde um hidrogénio, que é usado para reduzir o NAD+, formando NADH. Desta fase resultam então
dois NADH, duas moléculas de CO2 e duas moléculas de Acetil-CoA.

Ciclo de Krebs (3ªetapa)

As duas moléculas de Acetil-


CoA iniciam dois ciclos de
Krebs. Durante este ciclo
ocorrem reações de oxidação-
redução, formando-se NADH e
FADH2, liberta-se CO2 e
sintetiza-se ATP. No total,
Redução de NAD+
nestes dois ciclos, formam-se
Redução de NAD+ seis moléculas de NADH, duas
Redução de FAD
moléculas de FADH2, duas
moléculas de ATP e quatro
Descarboxilação
moléculas de CO2.

Redução de NAD+

Fosforilação

Descarboxilação
Cadeia Respiratória (4ªetapa)

Nas critas mitocondriais ocorre a quarta e última etapa da respiração celular: a cadeia respiratória. Esta
começa com a oxidação dos tranportadores de hidrogénio (10 NADH e 2 FADH2) que entregam os seus
eletrões a uma cadeia transportadora de eletrões. Durante este transporte ocorrem reações de
fosforilação oxidativa que levam à produção de ATP (34 ATP). No final do processo intervém o O2 que
aceita os eletrões da cadeia trasportadora, sofrendo redução e tranformando-se em H2O.

Fermentação e Respiração Celular

RESPIRAÇÃO CELULAR FERMENTAÇÃO


Glicólise 4 ATP 4 ATP
Ciclo de Krebs 2 ATP
Cadeia Respiratória 34 ATP
Total 40 ATP 4 ATP
ATP necessário para 2 ATP 2 ATP
desencadear o processo
Rendimento em ATP de uma 38 ATP 2 ATP
molécula de glicose

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