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18/02/2017 O 

OBREIRO E SUA FAMÍLIA

O OBREIRO E SUA FAMÍLIA

Pr. Elinaldo Renovato de Lima

 
INTRODUÇÃO 
 
Ser obreiro do Senhor é a tarefa mais gloriosa na face da Terra. Além dos galardões a que todo crente
tem direito, é previsto um, específico para o obreiro: A coroa de glória (1 Pe 5.2­4). Por outro lado, é a
tarefa  mais  pesada,  mais  incompreendida  e  a  que  exige  mais  responsabilidade  diante  de  Deus.  Ele
precisa ser exemplo do rebanho (1 Pe 5.3), exemplo dos fiéis (1 Tm 4.12). 
 
I ­ O OBREIRO: UM CONTRADITADO  
 
Perante  as  pessoas,  mesmo  na  igreja,  é  difícil  ser  obreiro.  Certo  artigo,  de  autoria  desconhecida  diz:
"Se o pastor é ativo, é ambicioso; se é calmo, é preguiçoso; se o pastor é exigente, é intolerante. Se
não  exige,  é  displiscente.  Se  fica  com  os  jovens,  é  imaturo.  Se  fica  com  os  adultos,  é  atiquado.  Se
procura  atualizar­se,  é  mundano.  Se  não  se  atualiza,  é  de  mente  fechada.  Se  prega  muito,  é  prolixo,
cansativo. Se prega pouco, é que não tem mensagem. Se se veste bem, é vaidoso. Se se veste mal,
é  relaxado.  Se  o  pastor  sorri,  é  irreverente.  Se  não  sorri,  é  cara  dura".  O  que  o  pastor  fizer,  alguém
pensa que faria melhor. 
 
 
II ­ AS QUALIDADES DO OBREIRO E A FAMÍLIA 
 
Na lista de nada menos de 16 qualificações que se exigem para um obreiro (Bispo, Pastor, Presbítero),
conforme  1  Tm  3.1­7,  temos  destaque  para  o  relacionamento  familiar:  "marido  de  uma  mulher...que
governe  bem  a  sua  própria  casa,  tendo  seus  filhos  em  sujeição,  com  toda  a  modéstia;  porque,  se
alguém  não  sabe  governar  a  sua  própria  casa,  terá  cuidado  da  igreja  de  Deus?".  Nas  qualificações
previstas para o presbítero, temos igual referência(Tt 1.6). Se ponderarmos, veremos que há um peso
muito forte das qualidades familiares no meio das listas de qualificações para ser obreiro. 
 
III ­ O OBREIRO E O RELACIONAMENTO FAMILIAR  
 
1.  O  OBREIRO  COMO  ESPOSO  O  ministério  não  dispensa  o  obreiro  dos  deveres  de  esposo.  Como
tal,  ele  deve  agir  da  melhor  maneira  possível.  Nenhuma  outra  atividade  exige  da  família  identificação
com o trabalho do esposo como a atividade de obreiro. 
 
Como o obreiro pode (e deve) comportar­se como esposo?  
 
1) Amando a esposa. (Ef 5.25­29).  
 
Isso exige demonstrações práticas de carinho, de afeto. (Pv 31.29; Ct 4.1; 1.16), através de palavras,
gestos (cf. 1 Jo 3.18). Para muitos, as expressões "eu te amo", "gosto de  você"  e  outras  são  coisas
do passado. Sem essas pequenas coisas, o casamento do obreiro torna­se azedo, sem graça, e  pode
abrir brecha para a ação do inimigo.  
 
2)Comunicando­se com a esposa.  
 
a) TEMPO PARA A ESPOSA. O obreiro precisa dar tempo para conversar com a esposa; ter diálogo
com ela: saber ouvir (Tg 1.19; Pv 18.23). 
b) Pensar antes de falar (Pv 21.23). Só falar a verdade (Ef 4.15,25). 
c) Desenvolver a Comunicação Significativa. Evitar a comunicação rotineira. Não responder com raiva
(Pv 14.29). Não dá silêncio como resposta: é pirraça; não é para crente. Evitar aborrecer(Pv 10.19).  
d)  Quando  errar,  PEDIR  PERDÃO.(Tg  5.16).  PERDOAR  (Cl  3.13;  1  Pe  4.8).  Não  discutir  em  público.
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Não discutir diante dos filhos.  
 
3) Zelando pela esposa (Ef 5.29) 
 
Há obreiros que só querem zelo para si.. 
 
4) União com a esposa (1 Co 1.10)  
 
5) Cuidar da parte sexual ( 1 Co 7.3,5). 
 
É  importante  para  o  equilíbrio  espiritual,  emocional  e  físico  do  obreiro  e  sua  esposa.  Quando  o  casal
não vive bem nessa parte, o diabo procura prejudicar o relacionamento, a fim de destruir o ministério e
a família. 
 
6) Honrando a esposa (1 Pe 3.7) 
 
Há obreiros que se envergonham de suas esposas. Isso não é de Deus. 
 
7) Compreendendo seu papel de líder no lar. (Ef 5.22; 1 Co 11.3) 
 
É  a  liderança  fundada  no  amor,  "NO  SENHOR",  e  não  no  autoritarismo.  Deve  ser  exemplo  para  os
lares. 
 
2. O OBREIRO E SEUS FILHOS 
 
1) Vantagens de ser filho de obreiro: 
 
Estão debaixo  das  bênçãos  do  ministério  do  pai.  É  preciso,  no  entando,  que  os  pais  ensinem  que  os
filhos  dos  pastores  não  devem  ter  privilégios  na  igreja.  Há  jovens  que  se  prevalecem  da  condição  de
filhos de pastor para cometerem abusos, irreverência. Por vezes, o pai "passa a mão por cima". Isso é
ruim.  
 
2) Desvantagens de ser fiho de obreiro:  
 
Dos filhos do obreiro  se  exige  mais  do  que  dos  filhos  dos  outros;  são  muito  olhados;  parece  que  são
mais tentados! Daí, a importância da atenção aos filhos. 
 
3) Ataques do inimigo: 
 
a) Comportamento dúbio do pai: 
Na  igreja  é  um  santo;  em  casa,  neurastênico,  violento,  sem  amor.  Isso  destrói  o  lar.  Exemplo  da
família do pastor que quis mudar­se para a igreja. 
 
b) Escândalos na vida do obreiro: 
Assassina a confiança dos filhos. 
 
c) Escândalos na vida dos crentes: 
Os filhos duvidam da fé, da igreja.  
 
d) Ingratidão da igreja:  
Tratamento injusto ao obreiro; mau salário; humilhações.  
 
4) RELACIONAMENTO COM OS FILHOS: 
 
Deve ser o que de todo pai cristão.(Ao lado da esposa).  
 
a) Afeto. (Fp 2.1,2; Sl 2.12; Os 11.1a,4a); 
 
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b) Cuidados espirituais. (Dt 11.18­21; Ef 6.4). O culto doméstico é indispensável. 
c)Cuidados gerais: Alimento, educação, saúde e demais necesidades.  
d)  Comunicação:  É  preciso  dar  tempo  para  conversar  com  os  filhos.  Não  provocá­los  à  ira  (Ef  6.4);
não irritá­los (Cl 3.21). PEDIR PERDÃO, quando errar. 
 
e) Disciplina (Hb 12.7; Pv 19.18). Ver Jr 31.20. 
 
3. PRIORIDADES NA VIDA DO OBREIRO E A FAMÍLIA  
 
O  obreiro  precisa  ter  visão  correta  das  prioridades  do  seu  ministério.  É  saber  definir  o  que  deve  ser
feito primeiro numa série de atitudes ou comportamentos. É uma questão de ordem nas coisas. 
 
3.1.  Visão  equivocada.  Normalmente,  há  muitos  obreiros  que  colocam  suas  atenções  na  seguinte
ordem: 
 
1)DEUS, 2) IGREJA, 3) OBREIRO, 4) ESPOSA, 5) FILHOS.  
Qual o equívoco nessa ordem de coisas? A  Bíblia  não  diz  "...em  primeiro  lugar  o  reino  de  Deus?"(Mt
6.33). É verdade. Mas é necessário entender o que deve em primeiro lugar, em segundo, etc., não em
importância, mas na ordem das coisas.  
O Pastor Paul Yong Cho, de Seul, na Coréia do Sul, teve uma experiência com Deus muito séria nesse
assunto.  Numa  vida  de  viagens  e  campanhas  evangelísticas,  mal  tinha  tempo  para  conversar  com  a
esposa.  Quase  desfaz  o  seu  lar.  Orou  a  Deus  e  o  Senhor  disse  que  ele  estava  errado  e  sua  esposa
estava certa, quando reclamava sua maneira de tratá­la: "Se perderes tua mulher, ninguém mais dará
ouvidos ao que disseres. Podes construir uma grande igreja, mas se o teu lar se despedaçar, perderás
o  teu  ministério...a  igreja  depende  de  tua  vida  familiar.  Trarás  mais  desgraça  ao  ministério  com  teu
divórcio  do  que  todos  os  outros  benefícios...ademais,  todos  os  crentes  estão  olhando  para  teus
filhos....teu  ministério  primário  deve  ser  teus  filhos.  Eles  devem  ser  os  membros  principais  de  tua
igreja.  Então,  juntos,  tu,  tua  esposa  e  teus  filhos  edificareis  a  igreja.  CONSIDERA  TUA  ESPOSA
COMO PARTE MUITO IMPORTANTE DO TEU MINISTÉRIO E ALIMENTA TEU RELACIONAMENTO
COM  ELA".  O  Pr.  Cho  reformulou  sua  vida.  Tirou  UM  DIA  para  estar  só  voltado  para  sua  esposa
(àquele  tempo  não  tinha  filhos).  Passou  a  ORAR  JUNTO  COM  ELA,  planejar  junto  com  ela.  Os
resultados, segundo ele, foram excelentes. O ministério progrediu mais ainda. 
Deve ter acontecido o que S. Pedro recomenda em 1 Pe 3.7. 3.2. 
 
Visão correta:  
 
1) DEUS, 2) OBREIRO, 3) ESPOSA, 4) FILHOS, 5)IGREJA. 
A igreja por último? Exatamente. Ela é MUITO IMPORTANTE. Para cuidar dela, é necessário:  
 
Primeiro: buscar a Deus (Mt 6.33); Isso é indiscutível. 
 
Segundo: cuidar da própria vida de obreiro(1 Tm 4.16) para ser exemplo (1 Tm 4.12b; Tg 2.12);  
 
Terceiro: cuidar da  esposa(1  Tm  3.2a;  Tt  1.5,6a;  1  Tm  3.12);  A  falta  desse  cuidado  tem  dado brecha
para o Diabo destruir muitos ministérios, outrora tão promissores. 
 
Quarto: cuidar dos seus próprios filhos (antes de cuidar dos filhos dos outros)(1 Tm 3.4­5;5.8). É triste
procurar ganhar os filhos dos outros e perder toda a família.  
 
Quinto:  CUIDAR  DA  IGREJA.  Ela  é  o  alvo  mais  importante.  Sem  as  pré­condições,  há  muito
insucesso.  No  Brasil,  já  se  conhecem  diversos  casos  de  obreiros  que  perderam  seu  ministério  de
prestígio  nacional  e  internacional  por  não  entenderem  esse  assunto.  Que  Deus  nos  ajude  a
compreendê­lo bem e colocar em prática a orientação baseada na Bíblia. 
 
CONCLUSÃO 
 
Esperamos  que  Deus,  o  criador  da  Família,  antes  mesmo  de  criar  a  Igreja  ou  o  Ministério,  nos  faça
entender  pelo  Espírito  Santo,  o  Professor  Excelente,  que  Ele  fez  tudo  a  seu  tempo  (prioridade)  e  há
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tempo  para  todo  o  propósito  debaixo  do  céu  (oportunidade)  e  mais  ainda  que  a  família  tem  um
importante lugar nas prioridades de Deus. Ela não pode nem deve ser negligenciada. É  alto  o  preço  a
pagar  por  aqueles  que,  em  nome  da  Obra  ou  da  Igreja,  não  levam  em  conta  o  valor  da  esposa,  dos
filhos  ou  da  família.  Que  Deus  nos  ajude  a  entender  que  o  primeiro  púlpito  deve  ser  o  do  Culto
Doméstico;  que  as  primeiras  almas  que  temos  o  dever  de  ganhar  para  Jesus  são  nossos  queridos
familiares.

Reprodução autorizada do site www.assembleiadedeus­rn.org.br/familia/port/index.htm

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