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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE SECRETARIADO EXECUTIVO

Discentes: Kerollyn Vitória Santos Vieira e Levi Corrêa dos Santos


Disciplina: Dinâmica de grupo e relações humanas
Docente: Marley Melo de Araújo

Análise Crítica

1º Episódio – Segundo Huse e Bowditch, o termo grupo define um “conjunto de sistemas de


comportamento mutuamente interdependestes que não só se afetam entre si, mas respondem
também a influências externas”.

No 1º episódio da série Nós Somos a Onda é apresentado o personagem Tristan, um


jovem estudante com um passado trágico que em apenas um dia afetou a vida de outros 5
jovens incontestes, os quais passaram a ver nele a representação da luta por um ideal:
vingar-se do sistema opressor que os levaram a sofrer. A partir de um reflexo rebelde e
libertador transmitido pelo personagem Tristan, juntamente com a ideia central de que: “Eles
nunca vão parar se você não se defender”, o grupo cria o movimento “A Onda”.

A ideia de grupo também se mostra presente ao decorrer da série, onde metas, papéis
e configurações estruturais do grupo foram planejadas pelos seus líderes (Tristan e Lea) antes
de cada ação decidida pelos outros 3 participantes (Rahim, Zazie e Hagen), os quais
garantiam que os seus membros encontrassem um enfoque comum para a revolução,
assumissem papéis funcionais e se comunicassem com eficácia. O planejamento grupal
antecipado sobre quais ações seriam executadas e qual mensagem deveria ser expressada
demonstrou a base e as metas do grupo “A Onda”.

2º Episódio – A diversidade entre os jovens que compõem o grupo formado pelos 5 jovens
foi um dos fatores que determinou a força do grupo. Seguindo uma visão ampla, quanto
maior as diversidades maiores serão as mentes geradoras da criatividade e de abertura para
novas ideias. Como exemplo, no episódio 2 todos os cinco jovens realizaram uma ação que
tinha como objetivo furtar roupas de marcas, e possuía como justificativo do ato infrator o
fundamento de que as roupas não vendidas pela loja seriam queimadas ao final da estação.
Essa primeira cena demonstra o fator da criatividade, o ponto que reflete as novas ideias pode
ser visto na fala de Lea ao dizer antes da operação: “Devemos acreditar no que dizemos e
fazer o que acreditamos”.

Cada integrante tem a liberdade de expor um cenário social que necessita de


mudança, logo devido as diferenças de personalidade e repertório individual, medidas de
intervenção tomadas pelos jovens do movimento apresentarão peculiaridades.

3º Episódio – A influência social pode ser entendida como o processo pelo qual as pessoas
modificam, afetam pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos de outras
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pessoas. O episódio 3 é a fonte da influência, seja de comportamentos ou a adaptação a novos


hábitos através da influência da mídia.

Dois pontos podem ser analisados nesse episódio, o primeiro é a conformidade do


segurança após aceitar a jaqueta oferecida por Lea em um momento de suborno pelo silêncio.
A atitude do segurança diante da situação confusa e incomum foi de negligência, a mesma
praticada pelos 5 jovens, representando claramente o ajuste do comportamento a situação em
que se encontrava.

O segundo ponto é a influência social informativa, a qual atraiu mais jovens ao


movimento, os quais se conformaram com a influência de Lea em orientar seus
comportamentos na tentativa de ampliar o número de seguidores do movimento “A Onda”.

4º Episódio – A história continua com a invasão totalmente descoordenada e em seguida tem


um pequeno diálogo grupal, onde Lea discorda das ações radicais dos demais integrantes
dessa coalizão, mas Zazie parece liderar a invasão e indiretamente eles obedecem. Aqui nós
vemos uma questão de liderança ou falta dela, pois a missão segundo Lea, era focar em
filmagens e deixar uma mensagem de forma “pacífica”, para atrair muitas pessoas, mas os
integrantes não deram a mínima. Ao longo do episódio percebemos que Lea lidera numa
mistura de formas de liderança: Autocrática, Permissiva e Democrática. Não ficou muito
definida, na nossa opinião. Sobre liderança, Hesselbein escreveu: “liderança é a capacidade
de administrar tendo em vista a missão da organização e de mobilizar pessoas em torno dessa
missão”.

Após a invasão, percebe que o grupo não confia mais em Lea, que por sua vez começa
a se sentir pressionada e culpada pelos erros de todos. Os integrantes se comportam de forma
independente. Nisso enxergamos a ausência de poder da líder. Lea até aqui, não tem poder
sobre eles. Robbins, discorrendo sobre o comportamento organizacional, mostrou que a
dependência é a chave do poder, isto é, quando a líder possui algo que os seus liderados
precisam, mas que só ela controla.

Por essa razão, numa reunião de pauta, alguns integrantes começam a desistir. Alguns
integrantes do grupo são facilmente influenciáveis. E eles questionam a liderança da Lea. O
grupo não tem pautas definidas e em alguns momentos não sabem por que lutam ou contra
quem. Logo, por não haver objetivos claros e não alcançados, chamados de “objetivos
comuns” por Soto, que o grupo se dissolve.

O Tristan, para nós, mostra-se um líder paternalista, porque ele conseguiu dividir a
opinião de uma parte do grupo mostrando que é necessário para o prosseguimento da
revolução e convenceu a Lea a abandonar o outro grupo e se juntar a eles novamente, ou seja,
ele é considerado o “comandante” da ideologia da “onda”, e decide que Lea também será
uma das líderes.
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No fim do ep. Eles parecem definir quem são e o seus objetivos, sendo assim um
grupo, que segundo Soto “[...]é um conjunto de pessoas unidas com objetivos, finalidades ou
meta comum.”

5º Episódio – Nesse capítulo, A Onda começa a implantar seus planos revolucionários.


Agora de forma coordenada e bem sucedidos.
Interessante que agora há um suspense, revelado num bate-papo entre o detetive e o
político ridicularizado: quem lidera o grupo? Tristan ou Lea? Algumas vezes a palavra final é
sempre do Tristan. Percebemos que ele se destaca. Ele está sempre presando pelo
relacionamento amistoso com todos os integrantes do grupo; todos o obedecem, e fez com
que a equipe tivesse um interesse comum (lutar contra o que consideram injusto). Dessa
forma, ele age semelhantemente, de acordo com os pressupostos de liderança orientada da
teoria contingencial de Fiedler e Chemers.

Começam surgir os problemas: a polícia está em caça pelos responsáveis,


forçando-os a definir estratégias para impedir a prisão. A gente viu em aula, que para um
grupo ser bem sucedido, ele tem que está apto e preparado para resolver possíveis
imprevistos. Para isso, é importante uma comunicação assertiva no grupo, ou seja, uma boa
configuração estrutural. Com isso, eles começam evitar estar juntos para não suspeitar
dúvidas ao detetive.

Zazie furta a arma do avô. É ordenada pelo líder Tristan a definir qual será a
operação do agrupamento. Vemos aqui claramente uma meta formal, que são definidas de
forma oral ou escrita, no caso específico, foi de forma oral. A partir daí, o grupo começa a
operar seus planos e saem vitoriosos.

Os integrantes do grupo têm alguns segredos, ou seja, metas pessoais. Há um


relacionamento afetivo entre a liderança. Vimos em aula, que mesmo não sendo uma
“empresa familiar”, esse vínculo afetivo entre líderes e guardar segredos que envolvem o
grupo, pode gerar conflitos no grupo. No entanto, integrante Rahim esteve com problemas
familiares, e todos do grupo demonstrou compaixão e união e vai ajudá-lo e decidem uma
vingança pelo que aconteceu. Provando que estão unidos e criaram uma identidade.

Há um momento onde um Tristan demonstra instabilidade emocional e a Lea o


motiva e o acalma. Benne e Sheats dizem que esse processo de funcionalidade de um grupo é
denominado de atividade construtiva, onde permite ao grupo se manter articulado e com os
seus membros ajudados de qualquer forma. Ficou claro para nós que eles precisam um do
outro para liderar as missões.

No fim do episódio, a líder foi baleada e o grupo terá que saber lidar com o impacto
negativo que a missão trouxe e também a lidar com a sua ausência.

6º Episódio – Na primeira reunião pós missão e sem a Lea, houve uma desistência. Rahim
abandona a equipe e causa dúvidas e desanimo entre o grupo. Aqui o grupo já está entrando
em um dos estágios de desenvolvimento grupal: o de dissolução.
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O grupo começa a entender a personalidade de Tristan, que agora revela seu lado
autocrático puro, que estava maquiado no seu paternalismo. Agora a Lea não faz mais parte
do grupo, por sérias divergências. Aconteceu aqui um estágio de atrito ou de distúrbio no
grupo (houve outros no decorrer da temporada, mas decidimos citá-los aqui no final).

O grupo parte pro seu gran finale, mas os problemas começaram a surgir. Zazie foi
presa no meio da operação. E Lea que agora é “rival”, ameaça ir ao local da explosão com
muita gente, forçando Tristan a desistir do plano. O trabalho em grupo foi bem elaborado no
que diz respeito às bases do bom desempenho do grupo, pois eles fizeram um diagnóstico, de
qual função cada membro faria, mas foram mal sucedidos nas metas. O resultado não foi o
esperado (explodir a fábrica de armas).

A temporada se encerra com a Lea influenciando todas as personagens. Ela conseguiu


alcançar sua meta inicial: provocar a atenção de todos por meios pacíficos. Isso foi
mostrando nesse episódio, quando num diálogo entre Lea e Tristan sobre os vídeos das ações
do grupo, que começaram a ter muitas visualizações.

Aqui achamos que ela mostrou ter “poder”, inclusive sobre Tristan, quando esse se
viu dependente dela para sair vitorioso. Nesse episódio, ela tinha poder sobre o grupo e
adjacentes, pois ela tinha algo a oferecer a todos: a sensação de dever cumprido; de oprimir
aqueles que consideravam opressores vorazes. Sua meta pessoal foi conquistada, e ela
conseguiu atrair pessoas, ou seja, foram formados vários grupos informais, pois eram
voluntários.

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