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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

“ Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria.


Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder.”
Lao-Tsé

“ Nada te posso dar além do que já não existe dentro de ti mesmo. Não posso abrir-te outro
mundo de imagens, além daquele que há dentro de ti. Nada te posso dar a não ser a
oportunidade, o impulso, a chave. Irei ajudar-te a tornar visível o teu próprio mundo, e isso é
tudo.”
Hermann Hesse

“A inteligência racional realiza grandes coisas e a inteligência emocional realiza boas


coisas. É preciso associar tais inteligências.”
Emídio Brasileiro

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ÍNDICE

INTRODUÇÃO …........................................................................................................................2

1. REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 5

1.1. ARTE, EDUCAÇÃO E JOGO ................................................................................ 12

1.2.EXPRESSÃO DRAMÁTICA ................................................................................... 13

2.METODOLOGIA DA INTERVENÇÃO EM GRUPO ................................................ 15

2.1.OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO .................................................................. 15

2.2. PÚBLICO-ALVO. ................................................................................................. 16

2.3. A INTERVENÇÃO EM GRUPO .......................................................................... 16

2.4. DURAÇÃO E TAMANHO DO GRUPO ............................................................. 17

2.5.ATIVIDADES ......................................................................................................... 18

2.6. RECURSOS MATERIAIS..................................................................................... 19

2.7. AVALIAÇÃO ....................................................................................................... 19

2.8. DIVULGAÇÃO ..................................................................................................... 19

3. PLANIFICAÇÃO .................................................................................................................. 20

3.1 SESSÃO 1 e 2. CONSCIÊNCIA EMOCIONAL .......................................................... 22

3.2. SESSÃO 2 e 4. CONTROLO EMOCIONAL............................................................... 26

3.3.SESSÃO 5 e 6. AUTONOMIA EMOCIONAL ............................................................ 52

3.4.SESSÃO 7 e 8. HABILIDADES SOCIÓEMOCIONAIS ............................................. 70

3.5.SESSÃO 9 e 10. HABILIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR EMOCIONAL ............. 97

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 105

ANEXOS................................................................................................................................... 108

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ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1 – OBJETIVOS ....................................................................................................... 15

QUADRO 2 – DURAÇÃO DAS SESSÕES .............................................................................. 20

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INTRODUÇÃO

O ato de comunicar pressupõe que se estabeleça uma relação com o outro.


Nesse sentido, a capacidade de cada um em controlar, identificar e reconhecer as suas
próprias emoções, bem como a dos outros, constitui um valioso meio para nos
relacionarmos em sociedade. Para Goleman (2003), a educação emocional tem sido
negligenciada. O resultado desta situação está patente nas crescentes situações de
violência e agressividade por parte das crianças, que são o reflexo e o futuro do mundo
em que vivemos, bem como no aumento de perturbações emocionais como a depressão.
Com o intuito de reverter este processo, Goleman sugere a junção de mente e coração
dentro da sala de aula, com o objetivo primordial de desenvolver a “inteligência das
emoções”. A incapacidade para gerir as emoções e exprimir os sentimentos dificulta o
processo de aprendizagem. Figueira (2002) defende como prioridade educativa o
desenvolvimento das capacidades relacionadas com a autoexpressão (consciência e
expressão emocional), autocontrolo (controlo emocional), domínio das frustrações
(autonomia emocional), domínio das motivações (habilidades sócio-emocionais),
capacidade em tomar decisões e resolver problemas (habilidades de vida e bem-estar
emocional).
A Inteligência Emocional é uma das competências mais importantes a serem
trabalhadas nas crianças, servindo como base fundamental na emancipação de emoções
contraditórias que sirvam de bloqueio à aprendizagem e à interação escolar e social.
Quando uma pessoa se conhece e aprende a conhecer as suas emoções, lidando
com em elas de forma saudável e fluida, quando aprende a relaxar contornando fatores
de stress, quando aprende a mandar no seu corpo e a gerir o seu desempenho de forma a
ser mais proficiente, atinge-se um bem-estar que permite viver a vida de uma forma
integral e produtiva ( Queirós, 2006 ).
Possuir inteligência emocional promove as relações com os demais e consigo
mesmo, melhora a aprendizagem, facilita a resolução de problemas e favorece o bem-
estar pessoal e social.
A aplicação deste tipo de programas é um “sinal de evolução” mas também uma
consequência dos tempos. O tipo de vida que levamos alastra a depressão. Chega a pais,

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professores, jovens e está a chegar às crianças. A solução está dentro de nós. É


preciso procurar. As ferramentas estão em todo o lado e que podem ser usadas por toda
à gente, basta acreditar na importância da educação das emoções como instrumento
primordial no alcançar da tão desejada felicidade! A inteligência emocional tem de
entrar nas escolas. De forma em que em adultos a crianças de hoje não sofram com
perturbações emocionais, pois aprendem desde já educar as suas emoções ( Ramos,
2005).
Quando se fala em Inteligência Emocional ou Competência Emocional, existem
várias facetas do comportamento humano a serem analisadas. Neste projeto, serão
trabalhadas cinco competências emocionais: a Consciência Emocional, o Controlo
emocional, a Autonomia Emocional, as Habilidades Socio Emocionais e as Habilidades
de Vida e Bem-Estar Emocional.
Cada uma destas competências incluirá um módulo, que inclui duas sessões de
treino, sendo um total de cinco módulos, repartidos por dez sessões a serem trabalhados
em sessões de quarenta e cinco minutos, uma sessão por semana, dez semanas, num
total de dois meses e duas semanas. Este programa é destinado a crianças que
frequentem o 5º ano de escolaridade, com idades compreendidas entre os nove e o dez
anos com uma duração total de dez semanas, e de preferência a ser posto em prática no
inicio do ano letivo.
De modo a avaliar a evolução o QE (Quoeficiente Emocional) face ao impato deste
programa será aplicado o Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test V2.0
(MSCEIT, Mayer, Salovey, Caruso, 2002), teste de realização.

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1. REVISÃO DA LITERATURA

Sob o paradigma da sociedade contemporânea, cujas transformações estruturais


fazem emergir diferentes necessidades e competências aos seus atores sociais, o
conceito de inteligência Emocional (IE) surgiu na literatura científica, no início da
década de 90, para designar um tipo de inteligência que envolve o processamento de
informação emocional, e é cada vez mais valorizado com os estudos subsequentes,
propondo uma nova conceptualização, proposta por Mayer e Salovey (1997), que
incorporou este constructo num conjunto de processos psicológicos, envolvendo o
processamento de informação afetiva. Assim, para estes autores “inteligência
emocional envolve a capacidade de percecionar, avaliar e expressar emoções; a
capacidade de aceder ou gerar sentimentos facilitadores do pensamento; a capacidade
de compreender as emoções e o conhecimento emocional; e a capacidade de regular
emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.” . A ligação entre a
emoção e o pensamento, destacada nesta definição conceptual, remete-nos para a
importância da inteligência emocional nos diferentes contextos de vida dos indivíduos –
nomeadamente a família, a escola, as relações interpessoais e o trabalho.
Os estudos que se debruçam sobre este domínio demonstram que o
desenvolvimento desta competência favorece a melhoria noutras competências,
designadamente as sociais, bem como a manifestação de comportamentos mais
adaptativos e eficazes. Deste modo, podemos afirmar que as capacidades cognitivas
aliadas à competência emocional e social são componentes promotoras e facilitadoras
das relações interpessoais, e, de um modo geral, do bem-estar dos indivíduos (Faria &
Lima Santos, 2006; Lima Santos & Faria, 2005).
Esta inteligência particular tende a conduzir a atitudes mais positivas, a uma
maior adaptação, a melhores relações e a uma melhor orientação para valores positivos
(Tischler, Biberman & McKeage, 2002).
De facto, parece haver evidência de que o treino de competências emocionais
como a capacidade para lidar com as emoções e a expressão emocional, contribui para
a adaptação social (Greenberg, Kusche, Cook & Quamma, 1995; Kusche & Greenberg,
2001 cit por Lopes, Salovey & Straus, 2003).

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No que respeita à inteligência, a sua relação com o sucesso escolar está


bem documentada na literatura (Sternberg, 1982; Rothstein et al., 1994; Neisser et al.,
1996; Rindermann & Neubauer, 2001; Farsides & Woodfield, 2003; Lounsbury,
Sundstrom, Loveland & Gibson, 2003; Laidra et al., 2007). A inteligência verbal,
nomeadamente, surge positiva e significantemente associada com as classificações
escolares (Farsides & Woodfield, 2003).
Quanto à inteligência emocional, a investigação nessa área tem produzido uma
série de informação. Mayer e colaboradores elaboraram uma versão condensada desses
resultados: há uma correlação positiva entre a inteligência emocional e as boas relações
sociais, familiares, íntimas e de trabalho; os indivíduos de inteligência emocional
elevada são encarados pelos outros como pessoas com quem é mais agradável estar,
mais empáticas e socialmente mais hábeis do que os indivíduos de inteligência
emocional baixa; a inteligência emocional está relacionada com o sucesso académico e
no trabalho; a satisfação, a autoestima e a menor taxa de depressão exibem também uma
correlação positiva com a inteligência emocional.
A inteligência emocional é ainda um forte determinante da felicidade
(Chamorro-Premuzic et al., 2007) e está associada a uma melhor saúde geral e à
manutenção de hábitos de vida saudáveis, quer no que se refere ao consumo de tabaco,
álcool ou outras substâncias psicotrópicas, quer no que respeita à alimentação e à prática
de exercício físico (Austin, Saklofske & Egan, 2005; Tsaousis & Nikolaou, 2005;
Saklofske, Austin, Galloway & Davidson, 2007), encontrando-se negativamente
relacionada com a fadiga (Brown & Schutte, 2006). A investigação tem também
demonstrado que os indivíduos mais inteligentes emocionalmente têm maior facilidade
em lidar com o stress do que os de menor inteligência emocional (Saklofske et al.,
2007), tendo maior capacidade de enfrentar a mudança (e.g., transição da escola
primária para o ciclo, Qualter, Whiteley, Hutchinson & Pope, 2007) e a exposição em
público (e.g., eficácia a falar em público, Rode et al., 2007).
Durante muito tempo, as emoções, nas escolas, foram desvalorizadas. O
conceito de inteligência emocional ainda não existia e, como as questões emocionais
também não eram, normalmente, abordadas na educação doméstica, as pessoas tinham
que aprender a lidar com as suas emoções como podiam, ou não podiam. Assim, na
falta de uma educação emocional explícita, elas lutavam na escuridão, contra si
mesmas, como dizem Berrocal e Ramos (2001), produzindo gerações após gerações de
"analfabetos emocionais".

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Durante vários séculos, a ideia prevalecente era a de que somos humanos


porque pensamos, não porque sentimos. Esta noção ganhou notoriedade, sobretudo a
partir do século XVII, quando René Descartes publicou, em 1637, o livro Discours de la
Méthode. Nesta obra, o matemático e filósofo francês afirmava "Puisque je doute, je
pense; puisque je pense, j'existe" e, em outro momento, "je pense, donc je suis", frase
que, quando a obra foi traduzida, posteriormente, para o latim, deu origem ao famoso
axioma cogito ergo sum.
Ser inteligente, na sociedade ocidental, desde então, passou a ser considerada
uma propriedade da razão, como, por exemplo, distinguir-se no domínio das línguas
clássicas, do raciocínio matemático, das ciências ou da filosofia. A partir das
contribuições de Alfred Binet, já no século passado, iniciou-se um intenso esforço para
medir esta suposta faculdade unidimensional, através da pontuação obtida em testes de
capacidade cognitiva, como os de QI.
Contudo, tais noções começaram a ruir, pouco antes do início do século XXI,
pois tornou-se cada vez mais óbvio que a inteligência académica não era suficiente, nem
para garantir êxito na vida profissional, nem felicidade na vida quotidiana. Impelidos
por estas constatações, os teóricos começaram a considerar outros ideais e modelos de
pessoa, diferentes do puramente racionalista, até então dominante na ciência e nas
sociedades pós-cartesianas (Pacheco e Berrocal, 2001).
Quando perguntamos aos pais o que eles querem para seus filhos, é quase unânime
que a resposta seja: Felicidade! E o que a escola ensina? Será que ensina a ser feliz? A
construir o bem estar? A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que dentro de 8
anos, em 2020, a depressão seja a 2ª doença que mais causa afastamento do trabalho e
que em 2030 ela se torne a 1ª. Ela também será a maior responsável por mortes
prematuras e anos produtivos perdidos devido ao seu potencial incapacitante. Parece
bem incongruente que tanto combate da depressão, da ansiedade e da violência, não
esteja a ser tratada de maneira ostensiva. E o que a escola tem a ver com tudo isso? O
que tem a ver eu querer que meu filho seja feliz? (Perguntam os pais). É que talvez estes
ainda não conheçam o treino da Inteligência Emocional Positiva. Criada por Martin
Seligman, a Psicologia Positiva, propõe uma nova compreensão sobre a natureza da
felicidade e do bem estar possuindo 5 princípios fundamentais: Emoção positiva, ajuste,
relacionamentos, sentido e realização. E é neste ponto que a escola se torna no palco
principal para a aprendizagem de habilidades do bem estar. Há razões fundamentais
para que a Educação Emocional Positiva seja ensinada nas escolas: Criar um sistema

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imunológico emocional, prevenindo a depressão, ansiedade, stress e violência.


Melhora a aprendizagem; Fornece exercícios que efetivamente ajudam as pessoas a
construírem o bem estar e a cultivar a felicidade, propiciando um sistema imunológico
emocional fortalecido. A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda
a vida.
Tornar-se emocionalmente educado é ser mais consciente sobre suas emoções,
ser apto a lidar com as emoções perturbadoras e capaz de estabelecer interações
interpessoais positivas, construtivas e saudáveis.
Por isso, este projeto reúne um grande número de atividades e exercícios que
assistem neste desenvolver, incluindo também exercícios de interação social, familiar,
escolar, de relaxamento e de consciência do próprio corpo. Em quarenta e cinco minutos
semanais, as crianças serão motivadas a falar sobre as suas emoções, aprendendo a
identificá-las e gerencia-las.
Quando as crianças não desenvolvem na infância estas habilidades e competências
sócio-emocionais, podem tornar-se adultos insensíveis e indiferentes à dor e ao
sofrimento alheios, inclusive quando estes são causados por si mesmo.
A transição da escola elementar para a Escola Básica traz consigo maus
momentos para muitos alunos. No momento em que as mudanças da adolescência a
nível físico, emocional e social começam, as crianças encontram-se num ambiente
escolar radicalmente diferente daquele a que estavam habituadas. Para alguns alunos
esta mudança marca o começo de uma descida em espiral em relação ao rendimento
académico, desistência escolar e outros problemas associados a depressão e ansiedade.
É assim necessário treinar a Inteligência Emocional nestas crianças ensinando-lhes
formas positivas de aceitarem as suas emoções e saberem lidar com elas, não se
tornando estas comandantes das suas próprias vidas e por consequente responsáveis
pelo seu insucesso escolar ou pessoal.
Adquirir e ensinar inteligência emocional, principalmente em crianças não são
tarefas fáceis. É necessário treinamento, muita prática e principalmente saber motivá-las
através do jogo e de atividades criativas.

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Hoje em dia sabemos que, desde pequenas, as crianças são capazes de sentir todas
as emoções de um adulto, só que ainda não sabem como percebê-las e rotulá-las
(consciência emocional), compreendê-las e regulá-las (controlo emocional). Tudo isto
precisa de ser aprendido com vista à promoção de habilidade emocionais, de forma a
criar crianças autónomas .
O que pretendo com a criação deste programa de Educação Emocional é
debruçar-me sobre o aprender a regular as emoções e reforçar a importância destas
aprendizagens na escola.
Antes de mais, é necessário esclarecer o que se entende por controlar as emoções.
Embora seja comum pensar que o controlo das experiências emocionais diga respeito,
somente, à atenuação de emoções ditas negativas, o termo também se refere às emoções
positivas, tanto no que tange a atenuá-las, quanto intensificá-las. Tratando-se do
fenómeno emocional, a palavra controlo é utilizada em psicologia para designar os
diversos processos, cuja função é modificar, em algum sentido, seja atenuando,
intensificando ou transformando, tanto a experiência interior subjetiva, quanto a
expressão de qualquer tipo de emoção (Etxebarria, 2001).
Ora, para poder aprender a controlar as suas próprias emoções é necessário,
antes, que a criança aprenda os passos precursores essenciais de perceber, identificar,
rotular e compreender os seus eventos emocionais. A capacidade de ter conscieência
emocional é inata, mas precisa de ser amadurecida. As de identificar, rotular e
compreender, ao contrário, são organizadas, pouco a pouco, na interação social. Não
sendo, portanto, naturais, precisam de ser aprendidas. E, refira-se de passagem, trata-se
de uma aprendizagem que demora muitos anos a processar.
O que permite o desenvolvimento de uma consciência emocional é o exercício
continuado de tentar descrever as emoções sentidas, expressando-as por meio de
palavras e do uso de etiquetas ou rótulos verbais precisos. É fundamental ser capaz de
identificar as próprias emoções para entendê-las e para, só depois, conseguir entender as
dos outros (empatia) e saber resolver conflito e ter capacidade de negociação
(habilidades de vida e bem-estar emocional). Só quando se consegue avaliar com
exatidão o que os outros sentem é que se pode reagir de forma solidária. Daí se conclui,

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portanto, que não se pode pretender ensinar solidariedade, respeito e cooperação social,
sem antes educar emocionalmente.
Quando as crianças não desenvolvem na infância estas habilidades e
competências socioemocionais, podem tornar-se adultos insensíveis e indiferentes à dor
e ao sofrimento alheios, inclusive quando estes são causados por si mesmo. Por isso, a
educação emocional e a educação de valores são importantes, desde a infância, para
promover o desenvolvimento de uma personalidade socialmente equilibrada.
Da mesma forma que valores e atitudes são aprendidos em situações concretas, e
não teoricamente, também assim é com a regulação eficaz das próprias emoções.
Grande parte desta aprendizagem ocorre conscientemente, ou inconscientemente, por
imitação dos adultos. Um problema sério, já que a expressão da raiva é, muitas vezes, a
única modalidade de emoção que as crianças veem os adultos à sua volta expressar. Pior
ainda é quando esta é expressa em conflitos irrefletidos e, por vezes, até violentos. E o
que dizer dos modelos que são bombardeados continuamente pelos media?
Reações emocionais inteligentes precisam de ser aprendidas com o auxílio de outros e
pela prática e exercício continuados, não somente por preceito e instrução verbal. As
crianças precisam de modelos, exemplos e de intervenções pedagógicas para
aprenderem a lidar com suas próprias emoções. Isto deve ser feito não só em casa, como
também na escola. Os educadores, psicólogos, e especialistas na área devem estar
atentos às situações que favorecem esta aprendizagem e atuarem.

1.1. ARTE EDUCAÇÃO E JOGO

O jogo, meio através do qual são desenvolvidas grande parte das atividades de
expressão emocional, propicia momentos de aprendizagem onde o conhecimento se
efetiva não só através da experimentação e da espontaneidade, mas também do
cumprimento de regras e da aquisição de práticas sociais. Em idade escolar, a
representação criativa, elaborada a partir da reorganização da realidade e da construção
de um sistema de símbolos, permite à criança expressar e comunicar sentimentos, ideias
e perceções do mundo que a rodeia (Hohmann & Weikart, 1997).

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Para Piaget (1997), é necessário proporcionar à criança os meios para que o real seja
assimilado e compreendido, evitando a mera imitação e acomodação. O jogo simbólico
permite-lhe a aquisição de uma linguagem própria, construída a partir de símbolos, cuja
mutação decorre consoante as suas necessidades, e permite a sua adaptação ao mundo
dos adultos e à complexidade das regras e relações já estabelecidas. Segundo Oliveira
(2003), “é o jogo que no processo educativo responde aos impulsos lúdico, social ou
cognitivo”. Através de desenhos, sons e faz-de-conta, as crianças desenvolvem o
conceito de si mesma na relação com os outros e com o mundo em que se inserem.
Segundo essa lógica, as práticas pedagógicas que privilegiem a comunicação, a
confiança, a criatividade e o sentido crítico, contribuirão para o desenvolvimento de
atores sociais mais despertos para o meio circundante. Daí que seja cada vez mais aceite
que, “ para crianças em geral, e para as inadaptadas e desfavorecidas em particular, a
atividade lúdica pode ser uma das poucas atividades que cria situações onde as
desvantagens e as desigualdades sociais e culturais se atenuam ou mesmo se dissipam”
(Pessanha, 1997).
Perante tal perspetiva, a educação pela arte, por contemplar nas suas metodologias
aspetos lúdicos e criativos, parece poder responder com sucesso a algumas necessidades
que os currículos gerais não conseguem.
Em suma, as quatro aprendizagens definidas pela UNESCO (1996) como fundamentais
para a educação ao longo da vida encontram correspondência nos objetivos definidos
pela educação pela arte, nomeadamente: facilita a aprendizagem, motivando a vontade
de adquirir novos conhecimentos e ajuda a apreensão e utilização desses mesmos
conhecimentos, ou seja, aprender a conhecer; a autoexpressão, ainda que essencialmente
espontânea numa primeira fase, requer o conhecimento de técnicas que permitam e
facilitem a comunicação, relaciona-se com o aprender a fazer; favorece o trabalho em
grupo e incentiva a cooperação, proporciona as relações interpessoais, onde
necessariamente se aprende a viver juntos; desenvolve o autoconhecimento, permitindo
uma consciencialização do eu e dos outros despertando para o mundo que nos rodeia
aprende-se a ser. Por tratar-se da via mais abrangente em termos de formação, o enfoque
do presente programa incide na educação emocional, servindo-se em particular da
expressão dramático.

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1.2. EXPRESSÃO DRAMÁTICA

Outra das ferramentas a serem utilizadas neste programa com vista ao


desenvolvimento da Inteligência Emocional, é a Expressão Dramática.
Segundo a definição clássica, expressão significa “espremer, reproduzir, expor”; por
outras palavras, exteriorizar do interior para o exterior. No caso da expressão dramática,
trata-se de expressar sentimentos e ideias, num contexto de jogo, através do uso da
linguagem dramática.
Como refere Sousa, “a dimensão conceptual da expressão dramática, por tão vasta,
é hoje indiferenciadamente aplicada, quer se referindo a metodologia educativa, a
técnica de ensino ou a disciplina curricular de cursos de formação de atores.”
O desenvolvimento dos conceitos e propósitos da educação exerceram a sua
influência no domínio da conceção das atividades dramáticas na escola. Peter Slade
marcou um ponto de viragem nas significações da relação entre expressão dramática e
educação, ao evidenciar os objetivos “voltados para a promoção do
autodesenvolvimento da criança e o ensino do drama, que se coloca no extremo oposto,
com objetivos dirigidos para a formação teatral e o treino dos atores” (Sousa). O
objetivo central da expressão dramática no currículo é, segundo Slade, o
desenvolvimento natural da criança, através de situações da experiência individual e
coletiva, trabalhadas a partir de jogos e improvisações. Também para Brian Way
(1967), o propósito fundamental centra-se no desenvolvimento do ser humano. Os
acontecimentos da vida real são o principal estímulo para a progressiva autodescoberta e
interação do ‘eu’ com o meio envolvente, sendo a primazia de todo o trabalho atribuída
ao processo dramático e não ao produto teatral. pressupostos implícitos nas conceções
de Slade e Way incidem sobre estratégias que visam a cooperação e a confiança entre o
grupo, de modo a proporcionar o desenvolvimento da sensibilidade, concentração,
intuição e imaginação.
Um das aspetos da aprendizagem em arte e através das expressões artísticas é,
precisamente, o seu contributo para o domínio das emoções, uma vez que, através da
experiência artística, os indivíduos têm a oportunidade de vivenciar situações que
conduzem à expressão de sentimentos e emoções reais. As diversas formas de expressão
artística proporcionam ao aluno instrumentos de afirmação da sua própria identidade. A

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aprendizagem artística contribui para o conhecimento pessoal, o que permiti que “(…)
os alunos reconheçam os seus próprios sentimentos, assim como dos outros indivíduos.
Os alunos precisam de veículos educacionais que lhes permitam essa exploração”
(Gardner, 1990).

2. METOLOGOGIA DE INTERVENÇÃO DO PROJETO

2.1. OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO

QUADRO 1 – OBJETIVOS

OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver uma inteligência emocional Estimular a consciência emocional;


positiva nas crianças. Perceber, identificar e dar nome aos
próprios sentimentos e emoções, assim
Incrementar a expressão emocional
como aos dos demais ; Familiarização com
Aumentar a perceção emocional as emoções; Compreender as emoções dos
Criar mecânicos autónomos de resolução outros através dos códigos situacionais e
expressivos (comunicação verbal e não
de problemas emocionais
verbal; Reconhecimento das emoções;
Gerir de forma apropriada as próprias
emoções, também na relação com os
outros; Adquirir hábitos positivos de
expressão emocional; Aprender a exprimir
sentimentos; Promover uma relação
positiva entre os pares; Conscientizar o
grupo sobre suas motivações, desejos e
esperanças, as suas angústias e temores;
Impulsionar o grupo a pensar sobre as
procuras emocionais,; Criar e desenvolver
nos participantes a capacidade de
equilíbrio e a maturidade suficiente para
aceitar críticas, superar impasses,
pessimismos, desânimos, censuras sociais

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

e outros; Instigar o pensamento crítico


sobre as emoções em com os valores, a
importância e a necessidade ou não desta
opção para os indivíduos; Levar os
participantes a refletirem sobre si mesmos,
analisando suas características, explorando
sua personalidade e o controlo das suas
emoções, aprendendo a escolher e abordar
situações conflitivas e a possuir uma
autonomia emocional; Criar um sistema
imunológico emocional, prevenindo a
depressão, ansiedade, stress e violência;
melhorar a aprendizagem; construir o bem
estar e cultivar a felicidade; Propiciar um
sistema imunológico emocional
fortalecido; Tornar-se emocionalmente
educado e ser mais consciente sobre suas
emoções, Adaptar as emoções
perturbadoras e ser capaz de ter interações
pessoais saudáveis.

2.2. PÚBLICO ALVO

A faixa etária compreendida entre os seis e doze anos que é designada por
período escolar, já que, na generalidade das culturas, as crianças encontram-se
preparadas e disponíveis para a aprendizagem. Sendo que este programa é destinado a
alunos que se encontram neste período de desenvolvimento, mais precisamente
destinado a alunos que frequentem o 5º ano do Ensino Básico, com idades
compreendidas entre os nove e os dez anos, pelo fato de estarem a vivenciar uma
possível fase de análise transição derivada da mudança da primeiro ciclo do Ensino
Básico para o segundo.

2.3.A INTERVENÇÃO EM GRUPO

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

É através da intervenção em grupo que este programa se desenvolve. O


grupo é o espaço privilegiado de aprendizagem.
É importante ressaltar que nas intervenções em grupo, algumas das vantagens
são o fato de a abrangência da transmissão de conhecimentos ser maior, tal como a
amplificação que resulta da multiplicação pelos elementos do grupo de fenômenos de
espelhamento, reconhecimentos, gratificações, enriquecimento de conteúdos e
diferentes perspetivas, constituindo-se uma rede de comunicação pela qual a
comunicação fluirá de forma mais livre possivel. Ao contrário do que muitas vezes se
pensa, a intervenção em grupo não é simplesmente uma forma de juntar várias pessoas
simultaneamente, economizando tempo e dinheiro (embora também contribua para
isso). O trabalho de mudança feito em grupo vai muito mais longe e tem características
impossíveis de serem obtidas no trabalho individual.
Por exemplo, o processo de identificação. Em cada sessão aquele que expõe um
problema , uma situação de vida, o grupo e trabalha e ajusta-se com as suas próprias
prespetivas, alargando o seu campo de visão, levando desta forma a uma troca sucessiva
e bidirecional de perspetivas, todo o grupo se trabalha e também reduz a possibilidade
de resistências, porque ninguém tem controle sobre o que será abordado no grupo.
Serão desenvolvidos dinâmicas de grupo que estimulem o pensamento critico,
centrados no grupo, executados da forma mais genuína, apoiados na psicologia positiva
e nos valores, sendo criado um ambiente onde a aprendizagem será feita de forma
descontraída mas consciente.

2.3.1. DURAÇÃO E TAMANHO DO GRUPO

Os grupos poderão formar-se durante todo o ano letivo, sendo que o número
máximo de participantes são vinte participantes, sendo oito o número mínimo. sendo
que se fosse em maior número ou menor poderia perder-se o foco na ação, levando à
descentralização e à carência na abrangência ao tema, podendo perder-se possibilidade
de troca de partilhas e de aprendizagem em grupo.
As crianças podem ser influenciadas pelo grupo, tomando decisões iguais, é
preciso ter isso em atenção de forma a tentar evitá-lo. O importante é ter em

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consideração que no grupo a criança também aprende e reflete sobre as vivências


expostas pelos colegas.
Cada sessão terá carga horária de quarenta e cinco minutos, sendo dez encontros,
cinco módulos, uma sessão em cada semana, distribuídos por dois meses. A última
sessão terá uma duração maior com o intuito de ser aplicado mais uma vez o MSCEIT,
para avaliar a repercussão do programa nos níveis de inteligência emocional dos
participantes.
.

2.4. ATIVIDADES

Os objetivos traçados e os conteúdos selecionados projetam-se em algumas


atividades que se constituem na oferta definitiva do programa. Por isso, a elaboração
das atividades representa uma das tarefas mais importantes do desenho de programas,
uma vez que supõe a operacionalização dos fundamentos e princípios do modelo, assim
como a concretização das metas e dos conteúdos em atividade de ensino aprendizagem
(Álvarez Rojo, 2002).
Por sua vez, cada atividade pressupõe uma estratégia, sendo esta definida como um
“instrumento pedagógico a que o facilitador recorre para mais facilmente atingir um
determinado objetivo” (Jardim & Pereira, 2006: 49). As estratégias em que se
fundamentam as atividades propostas na planificação e respetivos desenhos didáticos
das sessões são: dinâmicas de grupo (atividades de treina da Inteligência Emocional
com recurso também a atividades de expressão dramática), “role-playing”
pedagógico, jogos lúdicos, construções, desenho e pintura, mímica e representação,
e dinâmicas de encerramento, ensinos em grupo, autorregistos e trabalhos para
casa e teste de competência emocional.
Além de cada sessão estar planificada e ter um seguimento próprio com
atividades pré traçadas é necessário criar um ambiente de descontração, dando espaço
para a criatividade e para o fluir de emoções. Se assim se proporcionar as atividades
devem ser alargadas incentivando a expressão das vivências pessoais de cada um. A
orientadora deve facultar continuamente respostas positivas às mesmas, seja de reforço
ou de propostas de resoluções, criando acordos de mudança e de adesão de cada criança
às mesmas.

17
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

2.5.RECURSOS MATERIAIS

Fica a cargo da Escola contratante o fornecimento de sala com cadeiras para


todos os participantes e todo o material didático e de apoio necessário, que estará
descrito no planeamento de cada sessão.

2.6.AVALIAÇÃO

De modo a avaliar o processo após o término de cada sessão, será realizada com
o grupo uma avaliação geral do que foi discutido e trabalhado. Será pedido que ao fim
da cada sessão, cada que descreva em três palavras a sessão, três palavras positivas e
três negativas. Em que não existe obrigação de utilização das negativas, nem das
positivas. Nesta avaliação, cada um será avaliado aquando dos seguintes critérios:
envolvimento pessoal, participação, criatividade, iniciativa, interesse, convívio e
colaboração no grupo. (ANEXO 1), e a orientadora também recorrerá sempre a um diário
de bordo de modo a registar a evolução de cada participante através da observação
direta (ANEXO 2).
Na primeira e última sessão será aplicado Mayer-Salovey-Caruso Emotional
Intelligence Test V2.0 (MSCEIT, Mayer, Salovey, Caruso, 2002), teste de realização, de
modo a avaliar a repercussão do programa, como forma de avaliação de diagnóstico e
de avaliação final (ANEXO 3).
Será também realizada uma entrevista a participante com intuito de avaliar a
satisfação de cada um face ao programa e à prestação da orientadora (ANEXO 4) .

2.7.DIVULGAÇÃO

A divulgação do programa de treino da Inteligência Emocional “Aprender a


Sentir-Feliz” fica a encargo da Escola que o acolher, sendo que cada participante terá de
preencher uma ficha de participação e de dados pessoas, tal como entregar o

18
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

consentimento informado pelos pais que previamente entregue e assinado pelos


pais (ANEXO 5).
No final do programa cada participante receberá um certificado de participação
(ANEXO 6).

3. PLANIFICAÇÃO

ESTRUTURA DO PROGRAMA “APRENDER A SENTIR – FELIZ”

O programa foi estruturado em cinco módulos complementares :

Módulo 1- “ Consciência Emocional” (2 sessões)

Módulo 2 – “ Controle Emocional “ (2 sessões)

Módulo 3 – “ Autonomia Emocional ” (2 sessões)

Módulo 4 – “ Habilidades Sócio Emocionais ” (2 sessões)

Módulo 5 – “ Habilidades de Vida e Bem-Estar ” (2 sessões)

QUADRO 2 – DURAÇÃO DAS SESSÕES

Período de Execução: Cinco semanas, a decorrer em


qualquer altura do ano letivo.
MÓDULOS/
TEMÁTICA 1ª e 2ª 3ª e 4º 5ª e 6ª 7ª e 8ª 9 e 10ª

Semana Semana Semana Semana Semana

1. Consciência Emocional

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

(2 Sessões/45 min)

2.Controle Emocional

(2 Sessões/45 min)

3.Autonomia Emocional

(2 Sessões/45 min)

4.Habilidades Sócio

Emocionais (2 Sessões/45

min)

5.Habilidades de Vida e

Bem-Estar

(2 Sessões/45 min)

Avaliação Final

( MSCEIT e Entrevista 60

min)

20
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

3.1. SESSÃO 1 e 2- “ CONSCIÊNCIA EMOCIONAL”

Tema (s): Consciência Emocional. A consciência emocional é a primeira competência a


ser desenvolvida no treino da inteligência emocional. Antes de se aprender a gerir
emoções, antes de conhecer estratégias que promovam o bem estar emocional é preciso
tomar consciência das próprias emoções, de que elas realmente existem, que têm nomes
e que assumem várias formas e expressões. Assim o treino desta competência ajuda a
reconhecê-las, identificá-las em si e nos outros

Duração: 90 min (45min cada sessão)

Objetivos Gerais:

 Tomar consciência das emoções

Objetivos Específicos:

 Perceber e identificar as próprias emoções


 Dar nome aos sentimentos ( conhecer o vocabulário emocional)
 Perceber as emoções nos outros (Empatia)
 Refletir sobre a importância das emoções

Material
 Papel, lápis de cor
 Cartaz com expressões faciais de emoções
 Folhas brancas, canetas de felcro
 Aparelhagem, computador, CD

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Plano de Sessão

1ª Sessão “ EU SEI O QUE SINTO ”

ATIVIDADES
1. Apresentação e Aquecimento (5 min) Atividade 1
2. Aplicação de MSCEIT (40 min) Anexo 3

2ª Sessão “ EU SEI COMO ME SINTO ”

ATIVIDADES
3. Aquecimento (5 min) Anexo 7
4. Apresentação oral da temática “ Atividade 2
Consciência Emocional” (5 min)
5. Atividade “ Um Verdadeiro Artista“(10 Atividade 5
min)
6. Atividade “ Como te Sentes?”(10 min) Atividade 6
7. Atividade “ Palavras Emocionais” (10 Atividade 7
min)
8. Avaliação geral da sessão ( 5 min) Anexo 1

22
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATIVIDADE 1

23
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

APRESENTAÇÃO E AQUECIMENTO

Apresentação e Aquecimento

Objetivo:

Apresentar os participantes. Criar um clima de descontração e de união grupal.

Descrição: Numa roda todos dão as mãos, olham-se sem se julgar.. Sente-se o grupo e
percebe-se quem irá trabalhar nele. Acolhimento

Em seguida todos largam as mãos e viram-se para o lado direito massajando os colegas.
Descontração.

Depois disso cada um irá dizer o seu nome ao mesmo tempo que fará um gesto ou um
som. Identificação.

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATVIDADEDE 4

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

APRESENTAÇÃO DA TEMÁTICA “ CONSCIÊNCIA EMOCIONAL”

Objetivo:
Apresentar a temática. Explicar o que é a consciência emocional e em que consiste.

CONSCIÊNCIA EMOCIONAL

A consciência emocional refere-se á capacidade de perceber, identificar e dar


nome aos próprios sentimentos e emoções, assim como aos dos demais. É algo que
pressupõe um conhecimento do vocabulário das emoções. Significa também
compreender as emoções dos outros através dos códigos situacionais e expressivos
(comunicação verbal e não verbal), de acordo com o significado que a cultura popular
atribui a determinadas situações.
Vejamos um exemplo de consciência emocional. Pensa em como te sentes face a
elementos como: o sol, o mar, a praia, o lazer, um jardim, as flores, as montanhas, os
amigos, etc. Como te sentes perante estes conceitos? Agora pensa como estes outros te
fazem sentir: ameaças, tempestades, raios, trovões, relâmpagos, inundações, cobras,
aranhas, etc. Há alguma diferença entre o primeiro bloco de conceitos e o segundo?
Com que tipo de conceitos te sentes melhor?
É isto a consciência emocional: tomar consciência das próprias emoções no
momento em que nos relacionamos com as outras pessoas e com os objetos.
Para desenvolveres a tua competência emocional vais realizar uma serie de
atividades. Parecem jogos, mas deves pensar e tomar consciência de como te sentes. As
mães e os pais podem ajudar na aquisição de consciência emocional fazendo perguntas
como por exemplo: “Como te sentes? O que é que te apetece fazer? Como é achas que o
outro se sente? O que achas que lhe apetece fazer?”
Devemos reconhecer que por vezes não nos sentimos bem perante determinadas
situações e perante certas pessoas. No entanto, isso não é razão para se deixar de
respeitar a maneira de ser, diversa das pessoas. Devemos sempre comportar-nos com
dignidade, cortesia e respeito.

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATVIDADE 5

27
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

“ UM VERDADEIRO ARTISTA”

Um verdadeiro artista

Objetivo: aceitar que nem todos interpretamos a realidade da mesma forma.

Descrição: Utiliza um papel ou uma folha de cartolina para fazer um desenho que
represente uma emoção que sintas agora ou que tenhas sentido em algum momento
(alegria, tristeza, medo, vergonha ou raiva). Não descrevas com palavras a emoção que
estás a representar; serve-te apenas do teu desenho!
De seguida, mostra o teu desenho a várias pessoas, quantas mais melhor. Por exemplo,
aos teus pais, irmãos, vizinhos, colegas de turma, amigos… Agora, pede-lhes que
escrevam atrás a emoção que julgam estar representada no teu desenho.

Material: papel e lápis de cores.

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para
o desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias

ATVIDADE 6

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

“COMO TE SENTES?”

Como te sentes?

Objetivo: Reconhecer as emoções pelas expressões faciais e adquirir vocabulário


emocional.

Descrição: observa atentamente estas caras que, como podes comprovar, exibem
emoções distintas. Responde: o que te sugerem?

Alegria?
Medo?

Tristeza?
Raiva?

. Surpresa?

Pensa e responde às seguintes perguntas:


 Que emoção representa cada uma destas caras?
 Como é que as pessoas reagem perante cada uma destas emoções?
 O que é que tinha de te acontecer a ti para que sentisses estas emoções?
 Como achas que reagirias?

Apreciação do problema
É possível que cada rosto te tenha sugerido o seguinte:

30
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Medo

Surpresa

Raiva

Alegria

Tristeza

Pode ser que tenhas dificuldade em reagir de imediato à surpresa, uma vez que
surge em resposta a uma situação inesperada.
Quando estás triste, se calhar apetece-te chorar ou estar calado e sozinho, embora
também possa acontecer necessitares de ter alguém ao teu lado para te consolar e fazer
companhia.
A alegria gostamos de partilhá-la com os outros.
Por outro lado, se sentires medo, provavelmente tiveste dificuldade em reagir, já que
o medo nos deixa paralisados, embora por vezes nos faça sentir necessidade de fugir ou
de ir em busca de proteção.
A raiva faz-nos sentir vontade de expressar o que sentimos, atacar ou gritar.

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATVIDADE 7

“ PALAVRAS EMOCIONAIS”

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Palavras Emocionais

Objetivo: Reconhecer e expressar emoções artisticamente.

Descrição: como farias para que a palavra “surpresa” expressasse surpresa? E para que
“irritação” pareça irritada? Vamos explicar.

Da lista de emoções apresentada, escolhe de seguida uma. Quando tiveres o


material necessário, coloca a folha ou a cartolina na horizontal e representa o nome da
emoção escolhida, da forma mais original e artística que te ocorra. Considera o seguinte
exemplo:

Alegria Medo Amor

Vergonha
Tristeza

Surpresa
Reflete sobre as seguintes perguntas Irritação
 De que cor imaginas a alegria? E a raiva? E a vergonha?
 Serias capaz de desenhar uma das letras da palavra “tristeza” com uns olhos a
chorar, ou “alegria” com uma boca sorridente? de que tamanho poderiam ser as
letras da palavra “raiva”?

33
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Repara como poderíamos representar a emoção “raiva”:

RAIVA

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

3.2. SESSÃO 3 e 4- “ CONTROLO EMOCIONAL”

Tema (s): O controlo emocional. Outra das competências da inteligência emocional,


aprendermos a saber gerir da melhor forma possível as nossas emoções tal como as das
outras, esta competência também incide sobre a empatia. Evitar deste forma os
conflitos, adotando uma postura calma, tranquila e sustentada por valores positivos.

Duração: 90 min (45 min cada sessão)

Objetivos Gerais:

 Gerir emoções

Objetivos Específicos:

 Aprender a gerir emoções


 Melhoras as relações com os outros
 Reduzir situações de conflito
 Saber controlar emoções negativas
 Ser perseverante quanto ao atingir de objetivos apesar das dificuldades

Material
 Folhas brancas, canetas
 Aparelhagem, computador, CD

35
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Plano de Sessão

1ª Sessão “ Eu escolho o que sinto”

ATIVIDADES
1. Aquecimento (5 min) Anexo 7
2. Exposição Teórica sobre o “ Controlo Atividade 2
Emocional” (5 min)
3. Atividade “ A minha relação com os Atividade 3
outros” (15min)
4.Atividade “Vamos Aprender a Acalmar- Atividade 4
nos” (15 min)
5.Avaliação Geral da sessão (5min) Anexo 1

2ª Sessão “ Eu sei sentir ”

ATIVIDADES
6. Aquecimento (5min) Anexo 7
7. Atividade “ Muda de Perspetiva (20 Atividade 7
min)
8. Atividade “ Respira e Descontrai“(15 Atividade 8
min)
9. Avaliação geral da sessão ( 5 min) Anexo 1

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATIVIDADE 2
APRESENTAÇÃO DA TEMÁTICA “ CONTROLO EMOCIONAL”
37
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Objetivos:
Introduzir o temática. Explicar em o que é o controlo emocional e em que
consiste.

CONTROLO EMOCIONAL

O controlo emocional é a capacidade de gerir de forma apropriada as próprias


emoções, assim como as dos outros. Trata-se de uma boa estratégia para fazer frente a
situações críticas e de conflito, como por exemplo, quando uma pessoa se sente atacada,
criticada, insultada, provocada, etc. Face a estas situações, temos tendência para atacar
da mesma forma como nos sentimos atacados. Contudo, isso pode ser perigoso. Se
alguém te insulta e respondes na mesma moeda, isso pode gerar um conflito de
consequências imprevistas.
A capacidade de controlarmos as nossas emoções é bastante importante na nossa
relação com os outros. Requer muito tempo, esforço e treino. No entanto, com algum
interesse, esforço e dedicação, é possível aprender.
Por exemplo, nalgum momento, com mais frequência do que desejaríamos, não
conseguimos o que queremos. Isso faz-nos experienciar frustração. Ela é inevitável. Há
pessoas que não aguentam a mínima frustração, o que lhes traz imensos problemas. É
importante aprender a tolerá-la. Isso não significa resignar-se, mas sim aceitar a situação
e não explodir ou entrar em desespero ao mínimo contratempo. É isto o controlo
emocional. É a perseverança em atingir os objetivos apesar das dificuldades, o que
implica tolerância á frustração, controlo emocional vontade e entusiasmo por continuar
a tentar apesar das dificuldades. Muitas vezes a perseverança é a base do êxito.
O controlo emocional é essencial quando se interage com outras pessoas, como
acontece com os colegas de turma. É essencial, saber ouvir, evitar precipitações para
melhorar o clima emocional, etc.

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“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATIVIDADE 3
“ A MINHA RELAÇÃO COM OS OUTROS”

39
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

A Minha Relação Com os Outros

Objetivos: Desenvolver habilidade socio emocionais. Gerir conflitos. Refletir sobre


atitudes negativas. Compreender a importância do efeito “boomerang” (comportamento
gera comportamento)

Descrição: Duas animadoras irão representar um situação. Essa situação tem três
resoluções possíveis, e as três serão expostas.

Situação: Duas amigas ao saírem da escola


combinam ir brincar juntas mais tarde. Uma
delas irá ter a casa da outra numa hora
marcada. O que acontece é que uma das
amigas se atrasa duas horas e então ficam
quase sem tempo nenhum para brincar:

1ª Solução : A amiga chega a casa da outra amiga e esta começa a berrar com ela, muito
chateada, e gera-se uma grande discussão. Acabam por não brincar nem no pouco
tempo que restava

2ª Situação: Quando a amiga chega a casa da outra amiga, nenhuma delas fala uma com
a outra, e brinca cada uma para seu lado.

3ª Situação: A amiga que chega atrasada explico o motivo do seu atraso e a outra
explica-lhe que ficou triste com o que aconteceu, mostra-lhe que podia não ter sido
assim, fazem as pazes e aproveitam o resto do tempo para brincar.

Reflexão: Cada um irá dizer o que lhe pareceu acontecer ali, e como acham que foi a
melhor forma de reagir.

Esta atividade deve proporcionar a cada um uma reflexão sobre o seu comportamento e
a importância do saber expressar o que sentimos aos nossos amigos de forma positiva e
calma, mesmo que isso nem sempre seja fácil com o intuito de aproveitar o tempo e a
vida de forma positiva principalmente juntos daqueles que mais se gosta.

Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012

40
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATIVIDADE 4
“ VAMOS APRENDER A ACALMAR-NOS”

41
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Vamos aprender a acalmar-nos

Objetivo: Identificar diferentes maneiras de nos acalmarmos.

Descrição: Por vezes as nossas reações não são as mais adequadas porque estamos
aborrecidos. O desejável seria saber expressar as emoções de forma positiva e evitar
conflitos maiores.
É claro que às vezes te aborreces; a ira é uma emoção universal e comum entre
as pessoas, embora possa causar problemas e complicar um pouco a vida…

Reflete sobre as seguintes perguntas:


 Sabes acalmar-te?
 O que fazes para te acalmares?
 Gostavas de aprender a acalmar-te?

De seguida, vamos apresentar-te algumas estratégias para te acalmares:

1. Deixar passar algum tempo


Por vezes é bom contar até dez ou até mil, de acordo com o nível de irritação
que se tenha. Depende de cada pessoa ou de cada situação, não há um tempo correto ou
incorreto. Aliás, às vezes deves mesmo deixar passar dias inteiros antes de responder à
pessoa que te aborreceu.

 Aproveita para te distraíres a fazer algo de que gostes e a pensar noutras coisas.
 Aceita a tua responsabilidade/culpa quando te aborreces com
alguém.
 É bem sabido que duas pessoas não se chateiam se uma não
quiser. Ajuda bastante pensar se fizemos algo errado para que
um amigo nos magoe. Se percebermos (o que não é fácil) que
também nós não agimos corretamente, será mais sensato fazer
as pazes.

2. Atitude positiva, otimismo, sentido de humor

42
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

As pessoas otimistas são aquelas que conseguem ver o lado bom das coisas.
Quando uma pessoa se sente feliz não tem vontade de aborrecer os outros. É igualmente
bom a aceitar as brincadeiras, não os insultos. Muitas brincadeiras surgem a partir de
azares ou infortúnios.

3. Ver as coisas de forma diferente


Por vezes as coisas não são o que parecem e devemos tentar vê-las de forma diferente.
Se mudarmos a forma de pensar no problema, este desaparece. É INCRIVEL, mas é
VERDADE.

4. Procurar soluções para os nossos problemas


Se temos um problema e este tem solução, há que encontrá-la.

Os seguintes passos são capazes de ajudar:


 Primeiro, pensa em várias soluções.
 Segundo, procura vantagens e inconvenientes para cada solução.
 De seguida, escolhe a solução que tenha mais vantagens e menos
inconvenientes.
 Passado um tempo deverias pensar se te enganaste ou não. É muito
IMPORTANTE entender que o errar é uma das melhores formas de aprender.

5. Respirar e descontrair
Se soubéssemos descontrair, o nosso nível de
tensão diminuiria. Para relaxarmos, é importante
aprender a respirar. A música é um bom método
para o conseguir.

43
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Vamos ver se sabes relacionar, utilizando setas, cada frase com a estratégia adequada
para te acalmares:

Frases Estratégias
1 – Dormir sobre o A – Descontrair e
assunto respirar
2 – Respirar fundo B – Mudar a forma
várias vezes de pensar
3 – Não há mal que C – Deixar passar
não venha por bem algum tempo
4 – Pensar no
D – Atitude positiva
problema de outro
ponto de vista E – Procurar
solução para os
5 – Faço tudo bem?
problemas
6 – Qual é a melhor
F – Aceitar parte da
solução?
responsabilidade

Respostas: 1-C, 2-A, 3-D, 4-B, 5-F, 6-E

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias

44
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATIVIDADE 5

“ MUDA DE PERSPETIVA”

45
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Muda de Perspetiva

Objetivos:
Refletir sobre a nossa forma de pensar, as nossas aversões. Perceber a importância de
ver um problema por outra perspetiva, resolvendo-o.

Descrição: Dois de vocês vai representar uma história. (Escolhem-se duas das crianças,
explica-se o podendo repetir-se a atividade com outras histórias que possam surgir a
partir desta.

Vamos agora tentar


modificar a nossa
forma através deste
exemplo:

Um grupo de rapazes e raparigas estão a brincar ás escondidas, sentado a um canto está


um menino triste e sozinho com quem ninguém joga.

Uma das raparigas, a Tânia (que será a orientadora) vai ter com ele e pergunta-lhe
porquê que está ali sozinho. Ele responde-lhe que é porque acha que o Manel não gosta
dele. Mas a Tânia sabe que não é verdade. O que acontece é que o João é muito
brincalhão e por vezes exagera um bocadinho com o Manel.

A Tânia então pergunta-lhe :

46
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

1º. “Em que te baseias para dizer isso?” E tenta fazer ver-lhe que não é verdade.
2º Pergunta-lhe “ Como é que te sentes ao pensares que o João não gosta de ti? De
certeza que lhe provoca angústia e ansiedade, e isso não é bom.
3º. Pergunta-lhe “ O que ganhas em pensar assim”? Não lhe serve de nada só o faz
sofrer.
4º. Pergunta-lhe “ O que me dirias se eu te contasse o mesmo problema me estás a
contar?” Ensina-o a dizer a si mesmo o que diria a um bom amigo que tivesse o esse
problema.

Não te parece que o Manel sairia a ganhar se tentasse falar com o João, em vez de
pensar coisas que não tem a certeza de serem verdadeiras? Se tentasse que fossem
amigos?

Orientações para os educadores:


Vária crianças devem passar pela personagem do Manel e dizer o que fariam. E reforçar
o fato de que devem fazer isto com as pessoas à sua volta na vida real e que se o João
não quiser ser amigo do Manel, depois deste ter falado com ele, não faz mal, porque não
pode obrigar ninguém a ser amigo de outra pessoa. Encorajando-o a reparar que há sua
volta existem muitas mais
rapazes e raparigas para serem seus amigos. Devem sempre tentar ter novos amigos e
não se prenderem ás más experiências.

No final todos devem desenhar num papel quais são as expressões do menino
que está triste e a expressão dos que estão a jogar, tal como escrever algo sobre esta
atividade. Como o que fariam para ajudar o Manel e porquê que ele se sente mal.
Outras soluções possíveis:
- Ir buscar o menino que está triste e perguntar-lhe se quer brincar com eles.
- Sentarem-se ao pé dele e conversarem.
- Ir com todos os amigos buscar esse menino e convidá-lo para jogar
- Perguntar-lhe se está triste e o podes ajudar.

Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012

47
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATIVIDADE 6
“ RESPIRA E DESCONTRAI “

48
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Respira e descontrai

Objetivo: Aprender a descontrair.

Descrição: Agora, vamos sentar-nos ou


deixarmo-nos cair comodamente e tentar
relaxar. Podemos esticar-nos num tapete ou na
cama.

Para relaxarmos, é importante respirar corretamente. Os pais ou educadores podem dar


as indicações tranquilamente: “inspirar”, “expirar”, num tom suave e rítmico. “Agora
vou relaxar”. Para efetuar este exercício, podemos pôr música de fundo relaxante para
ajudar.
 Faço um percurso pelo meu corpo, tomo consciência dele… Sinto a cabeça, sinto o
pescoço.

 Sinto o braço direito, o antebraço direito, sinto o pulso direito, a mão direita, cada
um dos dedos: mindinho, anelar, médio, indicador e polegar. Em especial o polegar,
sinto o seu peso e relaxo.

Sinto o braço esquerdo, o antebraço esquerdo, sinto o pulso esquerdo, a mão


esquerda, cada um dos dedos: mindinho, anelar, médio, indicador e polegar. Em
especial o polegar, sinto o seu peso e relaxo.

Sinto as costas, os sítios onde se apoia, sinto a pressão e o peso, sinto como a tensão
se dissipa precisamente através dos pontos de apoio. É como se a minha tensão
passasse para o chão graças aos pontos onde noto o apoio da cabeça, dos braços, das
costas, das pernas.

Sinto a perna direita, a coxa, o joelho, os gémeos, o pé, o calcanhar do pé direito, e


relaxo. Sinto a perna esquerda, a coxa, o joelho, os gémeos, o pé, o calcanhar do pé
esquerdo, e relaxo.

A minha respiração é tranquila, muito tranquila. Com cada fôlego, o meu corpo
relaxa mais e mais; mais relaxado, mais descansado.

 Tomo consciência deste estado e guardo-o na minha memória.

Tomo consciência deste estado de calma física, de tranquilidade emocional, de


serenidade mental.

49
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Preparo-me para abandonar o exercício, conservando todos os benefícios


conscientes ou inconscientes que me traz. Contamos lentamente 1… 2… 3…

Abro e fecho as mãos lentamente, tomando consciência das pequenas articulações


dos dedos.

Respiro com mais intensidade… fazendo uma respiração profunda; abro por fim os
olhos, conservando o estado de relaxamento e calma que obtive com este exercício de
relaxamento.

FRITZEN, Silvino José. Dinâmicas de recreação e jogos. 25ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 2003.
Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012

50
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

3.3. SESSÃO 5 e 6- “ AUTONOMIA EMOCIONAL”

Tema (s): A Autonomia emocional. O desenvolvimento desta competência inclui o


treino da autoestima, da autoconfiança, da automatização da autossuficiência emocional.
Quem adquire esta competência consegue controlar-se a si mesmo e automatizar-se,
conseguindo adquirir uma atitude positiva e de valorização, tal como consegue
responder de forma autossuficiente a situações difíceis.

Duração: 90 min (45 min cada sessão)

Objetivos Gerais:

 Desenvolver a Autonomia Emocional

Objetivos Específicos:

 Desenvolver o autoestima
 Centralizar-se em si mesmo e automatizar-se
 Adquirir capacidade de avaliar de forma critica as mensagens que recebe
e enfrentar situações adversas
 Favorecer a capacidade de produzir emoções conveniente aos momento
oportuno

Material
 Folhas brancas, canetas
 Aparelhagem, computador, CD

51
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

Plano de Sessão

1ª Sessão “ Estou aqui agora e gosto de mim ”

ATIVIDADES
1. Aquecimento (5 min) Anexo 7
2. Exposição Teórica sobre a temática “ Atividade 2
Autonomia Emocional” (5 min)
3. Atividade “ Carta a ti mesmo” (15min) Atividade 3
4.Atividade “Caminhada Boto” (15 min) Atividade 4
5.Avaliação Geral da sessão (5min) Anexo 1

2ª Sessão “ Mimo-me e sei o que sinto ”

ATIVIDADES
6. Aquecimento (5min) Anexo 7
7. Atividade “ Mimo-me, Sinto-me e Atividade 7
gosto de mim” ( 15min)
8. Atividade “ Permito-me Sentir “(20 Atividade 8
min)
9. Avaliação geral da sessão ( 5 min) Anexo 1

52
“APRENDER A SENTIR-FELIZ”

ATIVIDADE 2
“ AUTONIMIA EMOCIONAL “

53
54
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Objetivo: Apresentar a temática. Expor o que é a competência emocional


designada por autonomia emocional.

AUTONOMIA EMOCIONAL

A autonomia emocional é uma competência ampla que inclui a autoestima, a


autoconfiança, a automotivação, a autossuficiência emocional, a atitude positiva perante
a vida, a responsabilidade, a capacidade de analisar de forma crítica as normas sociais, a
capacidade de procurar ajuda e recursos, a capacidade de avaliar de forma critica as
mensagens que recebemos, a capacidade de enfrentar situações adversas, etc. A
autonomia emocional favorece a capacidade de produzir as emoções convenientes no
momento oportuno, o que em situações complicadas é bastante difícil.
Esta competência facilita a que a pessoa tenha uma imagem positiva de si
mesma; que valorize as suas próprias capacidades e limitações; que se queira tal como
é; que descubra a sua própria identidade pessoal e social; que adote valores e seja capaz
de os defender e difundir; que seja capaz de expressar o que sente a si mesma e aos
demais; que seja capaz de enfrentar situações adversas e que confie nas suas próprias
habilidades; que procure ajuda e apoio quando necessita, etc..
A autonomia emocional abre o c aminho para a empatia e para o
desenvolvimento de competências sociais, já que ser autónomo a nível emocional
implica possuir a responsabilidade de respeitar os outros e desenvolver capacidades
sociais positivas.
Entre o nascimento e os 12 anos formamos a nossa personalidade, sobretudo pelo que
vemos fazer as pessoas que fazem parte do nosso meio: a nossa família, os nossos
professores, amigos, etc.. se uma criança recebe constantemente a mensagem “És um
menino muito responsável, fazes muito bem as coisas, sabes ouvir os outros…”,
constrói uma imagem positiva de si mesma e isso contribuirá para que se sinta segura
emocionalmente, o que por sua vez vai favorecer o seu desenvolvimento e a sua
aprendizagem. Se, pelo contrário, recebe mensagens como “ És um menino mau, não
fazes bem as coisas, não sabes escutar os outros…”, essa criança vai formar uma
imagem negativa de si mesma e isso provocar-lhe-á emoções e sentimentos negativos
que podem vir a bloquear o seu desenvolvimento e a sua aprendizagem.
55
APRENDER A SENTIR-FELIZ

As atividades apresentadas visam desenvolver a competência da autonomia


emocional. Estas vão analisar dinâmicas participativas e vivenciais onde se
inclui a reflexão e a informação sobre os outros, a descontração e o cuidar de si mesmo,
o recordar, etc.. Algumas perguntas utilizadas para fazer a criança refletir são: “Como te
sentes? Esta atividade permitiu conheceres-te melhor? Gostarias de modificar alguma
coisa em ti?”
56
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 3
“ CARTA DE APRESENTAÇÃO “
57
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Cartão de apresentação

Objetivo: Favorecer a formação da identidade pessoal.

Descrição: Imagina que estás diante de pessoas que não te conhecem e que desejam
conhecer-te, pelo que queres mostrar-te tal como és e apresentar-te.
Propomos-te que faças o teu próprio cartão, como a Maria fez.

Exemplo da Maria:

MARIA

Idade: 8 anos

Características físicas: cabelo


castanho, olhos escuros, nariz pequeno
e arredondado, pele branca e 1,30 m de
altura.

Características pessoais: simpática,


alegre e carinhosa.

Gostos: gosto de música, de filmes de


terror, de piza e de dormir. Não gosto
que aborreçam e que me deixem
irritada.

Sonhos: ser veterinária e viajar muito.

Preferências: ver televisão e filmes.


Além disso, tenho muitos amigos e
gosto de animais e da Natureza.
58
APRENDER A SENTIR-FELIZ

 Também podes fazer o teu cartão seguindo o exemplo apresentado, o


protagonista agora és tu.

Orientações para os orientadorers:

Em grupo

Para ajudar a criança a refletir na sua própria identidade, pode ser útil colocar-lhe as seguintes
perguntas:

 Foi fácil escrever sobre ti?


 Como te sentiste com a experiência? Porquê?

Alargamento da atividade

Propomos-te que perguntes aos teus colegas de escola, professore, amigos e


familiares que aspetos avaliam positivamente em ti e quais acham que deverias
melhorar. Mostramos-te o exemplo da Maria:

Aspetos positivos Aspetos negativos


Os meus colegas de turma Ajudo os outros Sou muito teimosa
Os meus professores Sou muito responsável Sou um pouco
desorganizada
Os meus amigos Empresto-lhes as minhas Sou muito mandona
coisas
A minha família Sou muito carinhosa Como muito pouco

Partilha com eles as seguintes reflexões:

 Como te sentiste? Contente, surpreendido, satisfeito, etc.? Porquê?


 Há alguma informação sobre ti de que não estavas à espera? Porquê?
 Foram avaliações importantes para ti? Porquê?
 Esta atividade permitiu-te conheceres-te melhor? Porquê?
59
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Coloca o teu “cartão de apresentação” num lugar visível. Tudo o que és como
pessoa e como os outros te vêm é importante para que te possas sentir especial e
acarinhado.

Os aspetos a melhorar também podem ser trabalhados se uma pessoa quiser.


Pede ajuda aos teus entes queridos, se achares necessário. Gostarias de modifica-los?

Para ajudar-te a refletir


Todas as pessoas são diferentes e isso faz-nos sentir
especiais. Gosta de ti e aceita-te tal como és, pois és uma
pessoa muito importante e todos os que gostam de ti,
dir-te-ão isso.

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias
60
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 4
“ CAMINHADA BOTO “
61
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Caminhada Boto

Objetivos:
Auto reflexão. Concentração. Treino da Empatia. Reconhecimento e valorização do
espaço e do grupo. Agir em conformidade com as limitações do mesmo, enquanto
constituintes do espaço. Apurar o sentido da visão.

Descrição:

A caminhada Boto é um exercício de expressão dramática, feito em grupo, em


que o grupo é uma mera ferramenta para o trabalho individual.
Para a realização deste exercício é necessário a sala de aula estar livre, então o formador
e o formando inicialmente irão arrastar as mesas para os cantos da sala de forma á sala
ficar completamente desimpedida.
A partir dai a animadora pedirá a todos que se distribuam pela sala de maneira
equilibrada. Vão-se dando as indicações dentro do grupo.
Neste exercício todos andam pelo espaço o mais devagar possível, sentindo bem
os pés do chão, como se estivessem a desenhar as pegadas na areia, pensando que vão
sozinhos na sua caminhada, imaginando um fio que lhes puxa a cabeça para cima,
queixo levantado, boca descontraída e mãos para baixo, moles, ao som de uma música
muito calma, por segundos consegue a pessoa consegue encontrar-se num nível de
relaxamento quase que conseguindo imaginar que caminha sozinho na rua, concentrado
na sua vida própria, este exercício ajuda na auto reflexão e no reconhecimento do corpo,
reconhecermos como caminhamos, respiramos e reagimos, se estivermos presos e a
tentar controlar o corpo isso torna-se em fingimento o que não é esperado. A animadora
deve sempre apelar à entrega total dos formandos.

Depois desta caminhada individual de auto reflexão vão começar a aumentar o


ritmo e a olhar para quem esta à nossa volta, sem julgar só observar quem esta connosco
naquela sala. Depois procuramos um ponto e seguimo-lo com olhar , depois outro e
outro e, caminhando sempre com um objetivo , depois procuramos um ponto e vamos
62
APRENDER A SENTIR-FELIZ

lá mesmo vê-lo, sem fingir vemos realmente aquele ponto, a sua textura cor etc.
e olhamos para o publico imaginário e transmitimo-lo com o olhar.
Depois disto pede-se aos participantes que caminhem em ritmos diferentes pela
sala. Nesta fase espera-se que cada um conheça bem o espaço e ninguém se atropele.
Até que todos comecem a caminhar calmamente outra vez, até a animadora dar a
indicação de que todos podem parar.

Dicas para as crianças no final do exercício

- Quando os teus amigos ás vezes não querem brincar contigo, percebes porque?

Os teus amigos nem sempre estão bem, tal como tu e é preciso saber aperceber-te
disso e ajudá-los. Esse sentimento chama-se empatia!!

Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012


63
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 7
“MIMO-ME, SINTO-ME E GOSTO DE MIM”
64
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Mimo-me, sinto-me, gosto de mim…

Objetivo: Experimentar uma imagem positiva de si mesmo

Descrição: Senta-te comodamente e fecha os olhos; respira pausadamente.

1. Imagina que tens à tua frente, noutra cadeira, uma pessoa igual a ti, a tua cara
chapada. Observa-a: o seu rosto, a sua postura, a roupa que traz vestida, o seu
penteado e outros aspetos.

2. Começa a falar interiormente com essa pessoa diante de ti (que é o teu reflexo) e
diz-lhe coisas agradáveis: Gosto de como és. Mimo, sinto e gosto dos meus pés
(das minhas pernas, da barriga, do peito, do pescoço, da cara, da cabeça). Mimo-
me, sinto-me e gosto de mim. (Percorre todo o corpo com a ajuda de um adulto,
que será o teu guia,)

3. Termina esta primeira parte do exercício recitando em voz alta a mensagem:


“Mimo-me, sinto-me e gosto de mim.” Pouco a pouco, abres os olhos e deixas-te
ficar sentado na mesma cadeira, comodamente, e perguntas a ti mesmo como te
sentes.

Orientações para os educadores

O adulto pode colocar uma série de perguntas para ajudar a refletir sobre a atividade:

 Como te sentiste com a experiência? Relaxado, tranquilo, calmo, nervoso, etc.?


Porquê?
 Custou-te dizer coisas agradáveis? Porquê?
 Repetirias de novo esta experiência? Porquê?
 Recorda esta experiência e, quando te apetecer, volta a pô-la em prática. Vais
sentir-te muito melhor.

Para ajudar-te a refletir

Ter experiências agradáveis e divertidas far-te-á sentir melhor. Partilha-as com


as pessoas que te são mais chegadas; elas agradecer-te-ão.
65
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 8

“PERMITO-ME SENTIR”
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

Permito-me sentir

Objetivo: Aceitar as nossas emoções e os nossos sentimentos como parte de nós


mesmos.

Descrição: Todos possuímos emoções e sentimentos, mas por vezes não os exprimimos
porque acreditamos que nos debilitam ou porque os outros não os aceitam.

Lê a seguinte história:
O Jaime era um menino de 7 anos que, após
uma discussão com um rapaz da sua turma,
começou a chorar.
Os colegas começaram a dizer-lhe coisas
desagradáveis como “chorar é para miúdas”, “a
tristeza é dos cobardes”… entre outras coisas.

Pensa nas seguintes perguntas:


 Se o Jaime estivesse ao teu lado, o que lhe dirias?
 E se estivesses ao lado dos colegas dele?

Das emoções a seguir apresentadas, convidamos-te a dizer em voz alta aquelas


que achas que podes sentir sem te importares com o que digam os outros quando as
expressas.

Medo Amor
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

Vergonha Tristeza

Inveja
Orgulho

Alegria Irritação

Humor

Orientações para os educadores


As emoções devem ser vividas de forma natural e respeitadas, sem serem
criticadas ou reprimidas.

Alargamento da atividade
Pergunta à tua família e aos teus amigos que emoções expressam com maior
facilidade e aquelas em que tal não acontece tanto.
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

Para ajudar-te a refletir


Sentir alegria ou tristeza é normal. Como pessoas, temos de viver e sentir coisas
agradáveis e desagradáveis. Senti-las e expressá-las faz com que sejamos mais
humanos.

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

3.4.SESSÃO 7 e 8- “ HABILIDADES SOCIÓ-EMOCIONAIS”

Tema (s): As Habilidades Soció-Emocionais. Existem muitas definições sobre o que


são as habilidades sócio-emocionais. Todavia, todas coincidem na ideia de que se trata
de uma “maneira de agir que facilita o relacionamento entre as pessoas”. Para se
desenvolver esta competência é necessário treinar-se a assertividade a empatia o saber
ouvir, o saber definir um problema e apreciar soluções para o mesmo.

Duração: 90 min (45 min cada sessão)

Objetivos Gerais:

 Desenvolver as Habilidades Soció-Emocionais

Objetivos Específicos:

 Saber agir sem ser agressivo nem passivo


 Saber expressar as suas emoções e defender os seus direitos. Ser
assertivo
 Aprender a compreender o ponto de vista dos outros
 Saber ouvir com atenção o que as outras pessoas nos querem comunicar
 Ser capaz de avaliar uma situação tendo em conta todos os fatos inerentes
 Encontrar soluções que sejam aceites por todos e que isso se revele de
forma justa

Material
 Folhas brancas, canetas
 Aparelhagem, computador, CD
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

Plano de Sessão

1ª Sessão “ Como mostro o que sinto e como o faço”

ATIVIDADES
1. Aquecimento (5 min) Anexo 7
2. Exposição Teórica sobre a temática “ Atividade 2
Habilidades Soció-Emocionais” (5 min)
3. Atividade “Distinguir Emoções” Atividade 3
(15min)
4.Atividade “Expressar Emoções” (15 Atividade 4
min)
5.Avaliação Geral da sessão (5min) Anexo 1

2ª Sessão “ Mimo-me e sei o que sinto ”

ATIVIDADES
6. Aquecimento (5min) Anexo 7
7. Atividade “ O que fazer quando não Atividade 7
gosto de algo” ( 20min)
8. Atividade “Igual Porém Diferente “(15 Atividade 8
min)
9 .Avaliação geral da Sessão (5min) Anexo 1
71
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 2

HABILIDADES SOCIÓ EMOCIONAIS


72
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Objetivo: Apresentar a temática. Explicitar o que são as Habilidades Socio-


Emocionais.

HABILIDADES SÓCIO-EMOCIONAIS

Existem muitas definições sobre o que são as habilidades sócio-emocionais.


Todavia, todas coincidem na ideia de que se trata de uma “maneira de agir que
facilita o relacionamento entre as pessoas”. Explicarei, de seguida, em que consistem
algumas das habilidades sócio-emocionais:

Assertividade. É uma maneira de agir onde a pessoa não é agressiva nem passiva. Não
agride nem se submete à vontade dos outros; o que faz é expressar as suas convicções e
defender os seus direitos, respeitando os direitos, pensamentos e sentimentos dos
demais.

Empatia. É a habilidade que nos permite compreender, embora não estejamos de


acordo, o ponto de vista das outras pessoas, e demonstrar-lhes que as percebemos.

Saber ouvir. Consiste em ouvir com atenção, saber o que a outra pessoa nos quer
comunicar e transmitir-lhe que captámos a sua mensagem.

Definir um problema. É a habilidade que nos permite ser capazes de analisar uma
situação, tendo em conta todos os fatores inerentes.

Apreciar soluções. É a habilidade que nos permite, no momento de tomar uma decisão,
analisar as consequências que as soluções propostas terão para as pessoas implicadas.

Negociação. É a habilidade que tem por objetivo encontrar uma solução que seja aceite
e que se revele justa e adequada aos interesses das pessoas implicadas.

Estas habilidades podem ser aprendidas. Propiciam para a pessoa que as domina,
um melhor relacionamento com os outros; permitem reivindicar os nossos próprios
73
APRENDER A SENTIR-FELIZ

direitos sem negar os dos outros; e, por último, facilitam a prevenção, a


identificação, a comunicação e a resolução de problemas.

ATIVIDADE 3

DISTINGUIR EMOÇÕES
74
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Distinguir as Emoções

Objetivo: Reconhecer as diferentes emoções. Explorar as diferença emocionais de cada


um. Refletir sobre a forma como cada emoção pode ser modifica. Reforçar
positivamente algumas emoções. Resolver emoções negativa

Descrição: Vou-vos fazer umas perguntas:

- Quem já se sentiu triste?

- Quem já se sentiu chateado?

- Quem já se sentiu feliz?

- Quem já se sentiu confuso?

- Quem gosta de contar aos amigos quando


está triste?

- Quem gosta de ajudar os amigos quando


estão triste.

Ao ser feita cada pergunta é explicitado que quem concordar corre para o lado
direito da sala, quem não concordar corre para o esquerdo, e quem não souber o quer
responder fica no meio. Deve ser reforçado o fato de que não existem respostas boas ou
mais, que todos são válidas.

Reflexão: Depois de cada pergunta cada um deve saber explicar o porquê da sua
resposta, e será feita a exploração da validade da mesma. Deve ser feito um reforço
positivo em cada escolha positiva e deve ser explorada uma resolução também positiva
para cada resposta negativa.

No final da atividade de modo a aplicar um reforço positivo será dito :

Quem responder sim a esta pergunta tem de vir a correr para ao pé de mim e abraçarmo-
nos todos :

QUEM É QUE QUER SER MUITO, MUITO FELIZ ?

Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012


75
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 4

EXPRESSR EMOÇÕES
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

Expressar as Emoções

Objetivos: Expressar através do corpo uma emoção. Promover a atenção. Saber


expressar as emoções que sentem no momento d forma fiel. Sentir o grupo. Saber
reconhecer as emoções nos outros. Recapitular e sistematizar o reconhecimento das
emoções.

Descrição: Voltarão todos a andar pelo espaço, sentindo o grupo, aproveitando todos os
espaços e ao bater de um palma todos se agrupam em numero, dois, três, quatro… O
objetivo é que seja feito da forma mais rápida possível.

Depois disto ao bater uma palma todos irão juntar-se e virados para a animadora farão
um mote, como estátuas e mostraram uma expressão de uma emoção.

Cada um irá sair do mote, um de cada vez para reconhecer as expressões dos colegas.
77
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012

ATIVIDADE 7

“ O QUE FAZER QUANDO NÃO GOSTO DE ALGO “


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APRENDER A SENTIR-FELIZ

O que fazer quando não gosto de algo

Objetivo: Saber reagir de forma adequada face a algo que não se gosta.

Descrição: Por vezes, não saber reagir adequadamente os nossos sentimentos provoca-
nos mal-estar. Certamente, treinar a capacidade de dizer as coisas de forma correta faz-
nos sentir melhor, e não faremos com que as pessoas que nos rodeiam se sintam mal.

Ouve com atenção as situações apresentadas e pensa como agirias em cada caso:

1. Um colega come um rebuçado e atira o papel para o chão. Não gostas da atitude
dele e achas que deves dizer-lhe.

(Pede-se a cada um que leia uma das possíveis respostas)

A tua forma de atuar é:

a. (Com voz aborrecida e a repreendê-lo) – És mesmo porco, não sabes que não se
atira os papéis para o chão?

b. – Bem, eu cá acho… Nada, Não importa, esquece.

c. (Com voz calma) – Acho que não reparaste que deixaste cair o papel do
rebuçado para o chão. Devias apanhá-lo para não sujar a rua.

2. A professora acaba de te entregar um teste depois de o corrigir, e achas que a


nota não está correta. Estás aborrecido e queres que ela reveja o teste. Pensas que o
deverias dizer.
79
APRENDER A SENTIR-FELIZ

A tua forma de atuar é:

a. - Desculpe, professora, mas gostaria que, quando lhe fosse possível, revesse o
meu teste. Pareceu-me que me correu melhor.

b. - Bolas… É sempre a mesma coisa, tem sempre de se enganar comigo! No


próximo teste vou fazer logo mal. Também, o que quer que faça dá-me sempre a mesma
nota.

c. Não dizes nada, pois achas que não vale a pena, que não passa da nota de um
teste e que, se disseres algo à professora, esta ainda vai acabar por embirrar contigo.

3. Saíste um pouco tarde de casa, mas ainda te restam alguns minutos para comprar
umas guloseimas. Estás à espera da tua vez e, quando estás prestes a ser atendido, chega
um rapaz a pedir que o atendam. Não estás disposto a que te passe à frente.

A tua reação é:

a. Deixá-lo passar; afinal não importa, é só uma pessoa, e se lhe chamas a atenção
ainda podem acabar a discutir e será pior.

b. Dizer-lhe:
- Desculpe, mas também estou com pressa e já que estive pacientemente à espera, agora
é a minha vez de ser atendido.

c. Começar a gritar no meio da loja:


- Quem é que ele pensa que é? Que é o ser mais belo do mundo para que o atendam
primeiro? Olha, desaparece antes que te tire eu daí com um empurrão.

4. Combinaste com um amigo ir ao cinema. O filme começa às cinco, mas


combinaram encontrar-se às quatro e meia para terem tempo de comprar os bilhetes e
80
APRENDER A SENTIR-FELIZ

umas pipocas. O teu amigo chega às cinco menos cinco e, em vez de pedir
desculpa, argumenta que o filme ainda não começou. Esta atitude aborrece-te e
achas que devias dizê-lo.

A tua forma de atuar é:

a. Quando o vês chegar, gritas-lhe: - É a última vez que fico á tua espera. És o
cúmulo da falta de pontualidade. Não se pode combinar nada contigo. Agora, por tua
causa, já não vamos ver o início do filme.

b. Aborrece-te a sua atitude, mas não dizes nada. Presumes que lhe aconteceu algo
importante e não queres incomodá-lo mais.

c. Tranquilamente, perguntas-lhe o que aconteceu. Explicas-lhe que não gostas de


chegar tarde aos sítios, e que da próxima vez que combinarem algo, se por algum
motivo ele tiver de se atrasar, que faça o favor de te telefonar para que não fiques à sua
espera.

5. Amanhã tens um teste de matemática e um amigo pede-te o caderno para


estudar. Gostas de emprestar as tuas coisas, sobretudo aos teus amigos, mas hoje é
impossível, pois também tens de estudar. Achas que se lhe disseres que não podes
emprestar o caderno, ele vai ficar aborrecido contigo, mas hoje faz-te realmente falta.

Como ages?

a. Explicas-lhe que se fosse outro dia qualquer não terias problemas em emprestar-
lhe o caderno, mas que hoje é impossível. Que para a próxima tente organizar-se melhor
e pedi-lo com mais antecedência.
b. Emprestas-lho. De fato, um amigo merece todo o tipo de sacrifícios, e o que não
querias de forma alguma era dececioná-lo.

c. Respondes-lhe: - Meu, estás-te a passar, ou quê? Queres que chumbe eu por tua
causa? Anda e faz-te à vida.
81
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Tipos de resposta

Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012

Situação Passiva Agressiva Assertiva


1 b A c
2 c B a
3 a C b
4 b A c
5 b C a

Reflete sobre as seguintes perguntas


 Acontecem-te com frequência situações como estas?
 Se te aconteceram alguma vez, reagiste tal e qual como fizeste agora?
 Parece-te que foi a forma correta de agir?
 Como te sentiste?
 Como achas que o outro se sentiu com cada uma das tuas reações?

Para ajudar-te a refletir


Ao longo do dia todos nós nos deparamos com situações similares às que
descrevemos e que nos obrigam a reagir a elas. Quando somos capazes de reagir de
forma adequada, tanto nós como os restantes intervenientes sentimo-nos muito melhor.

Lembra-te: não é quem mais grita que mais razão tem, mas sim quem é capaz de
expor o que pensa sem se enfurecer ou ofender os outros. Nunca devemos deixar de
dizer o que pensamos, mas temos de ser capazes de o fazer sem que os outros se sintam
aborrecidos ou ofendidos. Além de conseguir melhores resultados este tipo de
comportamento fará com que as pessoas que nos rodeiam nos aceitem e nos respeitem
muito mais.
Tipos de resposta
82
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Agressiva Passiva Assertiva

Comportamento
Volume de voz elevado Volume de voz baixo Tranquilidade

Fala precipitada Fala pouco fluida Fala fluida

Interrupções Postura tensa Descontração corporal

Insultos Vacilações, silêncios Não há bloqueios nem


“bengalas”
Olhar de desafio Olhar baixo Contacto visual não
desafiante

Principais consequências

Rejeição pelos outros Falta de respeito dos outros Travam o ataque do outro

Os outros sentem-se
menosprezados, pelo que São considerados bons
Perda de autoestima
podem chegar a rejeitar a negociadores, nada burros
sua companhia

Esta rejeição pode produzir Não são rejeitados, mas


Fazem-se admirar e
cada vez mais também não são
respeitar pelos outros
agressividade valorizados: dão pena

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias
83
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 8

“ IGUAL PORÉM DIFERENTE”


84
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Igual, porém diferente

Objetivo: Reconhecer e aceitar que há diferentes maneiras, todas elas corretas, de


perceber as coisas.

Descrição: Nem todos vemos as coisas da mesma forma. Dependendo do dia, até nós
próprios podemos mudar o modo como as vemos.

Necessitas de um objeto quotidiano, como um livro, um boneco etc.. Pede a


algumas pessoas, colegas de turma, amigos, família… que os descrevam. Anota as suas
descrições.

De seguida analisa-as
 Assinalaram todos as mesmas características?
 Houve alguém que tivesse sido mais pormenorizado do que os outros na
descrição?
 Houve algum detalhe considerado muito importante para alguém, mas ao qual os
outros não tenham dado importância?
 São todas as descrições fiéis?
 A que julgas que se deve as diferenças entre as descrições de uns e de outros?

Orientações para os educadores


Esta atividade pode ser trabalhada em grupo, dando a ideia de que o objetivo das
descrições é adivinhar de que objeto se trata.

É evidente que, de inicio, não se pode revelar que vão todos descrever o mesmo
objeto.

No fim dar-se-á início a um debate e á reflexão sobre como uma coisa pode ser
interpretada de diferentes formas.

Para ajudar-te a refletir


85
APRENDER A SENTIR-FELIZ

A descrição feita por cada pessoa depende da importância atribuída a


cada um dos pormenores, sendo normal e habitual que cada um se fixe naquilo que para
si é mais importante.

Há seguramente muitas características do objeto onde se coincidiu, e talvez


alguém tenha também destacado algum detalhe que te tenha chamado a atenção por não
teres reparado nele antes. Podes aproveitar e abordar essa pessoa sobre essa questão em
concreto, sendo esta também uma forma de a conhecer melhor.

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias
86
APRENDER A SENTIR-FELIZ

3.5.SESSÃO 9 e 10- “ HABILIDADES DE VIDA E BEM-ESTAR


EMOCIONAL”

Tema (s): As Habilidades de Vida e Bem-Estar Emocional. As habilidades de vida são


recursos que se podem desenvolver. Á medida que se vão adquirindo, ajudam as
pessoas a superar melhor todos os desafios quotidianos e também a estarem preparadas
para enfrentar os imprevistos que de vez em quando surgem no nosso dia a dia.

Duração: 155 min (45 min a primeira sessão e 110min a última sessão)

Objetivos Gerais:

 Desenvolver Habilidades de Vida e Bem-Estar Emocional

Objetivos Específicos:

 Superar melhor todos os desafios quotidianos e também a estar


preparadas para enfrentar os imprevistos que de vez em quando surgem
no dia a dia.
 Desenvolver habilidades que te ajudem na organização da vida
quotidiana de forma saudável e equilibrada
 Adquirir recursos que te permitam desfrutar de experiencias satisfatórias
e que, basicamente promovam o bem estar
 Apreciar o que nos rodeia (pessoas, objetos, acontecimentos)
 Adotar um estilo de vida saudável, consciente e positivo

Material
 Folhas brancas, canetas
 Aparelhagem, computador, CD
87
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Plano de Sessão

1ª Sessão “ Adoro a minha vida e Acredito em mim”

ATIVIDADES
1. Aquecimento (5 min) Anexo 7
2. Exposição Teórica sobre a temática “ Atividade 2
Habilidades de Vida e Bem-Estar
Emocional” (5 min)
3. Atividade “Vivo rodeado de gente Atividade 3
maravilhosa” (15min)
4.Atividade “Querer é Poder” (15 min) Atividade 4
5.Avaliação Geral da sessão (5min) Anexo 1

2ª Sessão “ Sou positivo e gosto de mim ”

ATIVIDADES
6. Aquecimento (5min) Anexo 7

7. Atividade “Os meus talismãs secretos” Atividade 2


(15min)
8. Atividade “Sou Positivo e Otimista Atividade 3
“(20 min)
9. Despedida e Avaliação da Sessão de Atividade 9 e Anexo 8
Final e entrega da Sebenda (10 min)
10. Avaliação de todo o programa e Anexo 3 e Anexo 6
entrega dos certificados (10 min)
11. Aplicação do MSCEIT ( 50 min) Anexo 4
88
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 1

HABILIDADES DE VIDA E BEM-ESTAR EMOCIONAL


89
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Objetivo: Apresentar a temática. Explicitar o que são as Habilidades de Vida e


Bem-estar Emocional.

HABILIDADES DE VIDA E BEM-ESTAR EMOCIONAL

Todos nós somos obrigados a cada dia que passa afazer frente a situações muito
variadas. Algumas são trefas simples, como por exemplo, pôr a mesa, levantá-la, limpar
os pratos, etc.; outras situações são mais complexas, como realizar cálculos aritméticos,
solucionar problemas matemáticos, defender os nossos interesses quando os outros
querem que façamos algo que não nos convém, etc..
As habilidades de vida são recursos que se podem desenvolver. Á medida que se
vão adquirindo, ajudam as pessoas a superar melhor todos os desafios quotidianos e
também a estarem preparadas para enfrentar os imprevistos que de vez em quando
surgem no nosso dia a dia.
As atividades propostas são um conjunto de exercícios para desenvolver as
habilidades que te ajudarão a organizar a tua vida de forma saudável e equilibrada. Por
outro lado, vais também adquirir recursos que te permitirão desfrutar de experiencias
satisfatórias e que, basicamente, te ajudarão a sentir melhor. Em resumo, que te farão
gozar de maior bem-estar.
Falar de bem-estar é falar de uma pessoa se sentir bem consigo mesma e com os
outros. Em geral, ela sente-se bem quando está saudável, quando gosta de estar junto de
outras pessoas (amigos, família) e quando é socialmente aceite. O bem-estar é diferente
para cada pessoa. Depende em grande parte da forma de ver e apreciar o que nos rodeia
(pessoas, objetos, acontecimentos). Cada um de nós tem um papel importante no seu
próprio bem-estar emocional. Existem alguns recursos, habilidades e pequenos truques
que podemos todos pôr em prática para nos sentirmos melhor.
Aprenderemos que prevenir só traz vantagens e que podemos fazer coisas novas
que produzam bem-estar; procuraremos aqueles segredos especiais que nos evocam
situações agradáveis e aprenderemos a utilizá-los para despertar emoções agradáveis.
Por último, queremos propor-te a adoção de um estilo de vida saudável,
consciente, que te permita adquirir as competências de vida capazes de promover o teu
90
APRENDER A SENTIR-FELIZ

bem-estar. São apenas algumas pequenas mudanças que, realizadas com


assiduidade, podem representar uma mudança notável ao fim de algum tempo.
91
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 3
“ VIVO RODEADO DE GENTE MARAVILHOSA”
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

Vivo rodeado de gente maravilhosa!

Objetivo: Tomar consciência de quem são as pessoas importantes para nós.

Descrição: Sem pensar demasiado, tenta adivinhar o número de pessoas que conheces.
Aponta. Agora faz uma lista com todas as pessoas que, por algum motivo, são
importantes na tua vida.
Pensa no que te proporcionam: carinho, diversão, ajuda médica, ensino, cuidados,
alimentação, proteção… tudo o que te ocorrer, e agrupa-as em várias categorias. Por
isso, anota os nomes fazendo uma flor semelhante à da imagem:

Familiares
-------------
-------------
-------------
-------------
-------------
-------------
------

Conhecidos Outros
--------------------------------- ---------------------------------
------------------------------ ------------------------------

Amigos
--------------
--------------
--------------
--------------
--------------
--------------
-------------
93
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Orientações para os educadores

Para ajudar a criança a refletir na diversidade de pessoas de que necessita na sua


vida e sobre o quão importantes são para si, o seguinte exercício pode revelar-se útil:
- pensa nas tuas atividades diárias e nomeia todas as pessoas com quem te
relacionas desde que te levantas até ires para a cama.

Pensa no seguinte

 Há pessoas com quem te relacionas unicamente em alguns dias específicos ou


em determinadas atividades?
 Que pessoas são imprescindíveis na tua vida?
 Que pessoas são importantes apenas em momentos-chave? Por exemplo, quando
adoeces, quando algo se estraga, durante as férias, etc..

Alargamento da atividade
Podes fazer uma colagem recortando fotografias ou fazendo desenhos.

RESUMINDO, POSSO DIZER QUE:


Conheço aproximadamente________________ pessoas (coloca um número).
Da minha família, são_________________ (coloca um número).
Posso contar com as pessoas que conheço, todas me oferecem algo.
Algumas são para mim mais importantes do que outras.

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 4
“ QUERER É PODER”
95
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Querer é Poder

Objetivo: Refletir sobre as nossas crenças e intenções para descobrir o que nos impede
de alcançar os nosso objetivos

Descrição: Certamente já conheces a célebre frase “querer é poder”, embora seja muito
usada, tida cliché, encerra uma grande verdade.

Para o ilustrar ouve atentamente esta história.

“ Uma vez organizou-se uma corrida de


rãs. O objetivo era subir ao alto de uma
torre.

De inicio partiram todas com entusiasmo


por alcançar a meta, pois o prémio era
excecional.

Contudo, os espetadores, assim que


começou a corrida, começaram a gozar
com eles e a gritar-lhes:

- NUNCA VAIS CONSEGUIR ALCANÇAR A META, É IMPOSSIVEL.

- PORQUE NÃO ESQUECEM ISSO?

- ESTÃO LOUCOS. NUNCA NINGUÉM CONSEGUIU CHEGAR A ESSA ALTURA!

Tanto se riram e gozaram que, pouco a pouco, todas as rãs foram desistindo,
convencidas de que era mesmo impossível chegar lá a cima.

No entanto, uma rãzinha continuava a subir e subir. Foi tal o seu empenho
que, no final conseguiu chegar e obter o prémio. Os espetadores ficaram pasmados,
não conseguiram acreditar. Os jornalistas correram logo a fazer-lhe pergunta sobre
como era possível ter alcançado um sonho inalcançável.
96
APRENDER A SENTIR-FELIZ

E a rãzinha apenas dizia “ O quê? O quê? O quê?”. Foi então que


descobriram que era surda e que durante a corrida julgava que estavam a
encorajá-la.”

Repara que a rãzinha da história acreditou nas suas capacidades e esforçou-se


imenso para acalçar a meta.

» O que julgas que teria acontecido se não fosse surda?”

Acertaste! Provavelmente teria desistido como fizeram todas as outras rãs, pois a
pressão do grupo teria feito com que acreditasse na impossibilidade de alcançar o topo.

Reflete sobre as seguintes perguntas:

» Acontece-te também acreditar fielmente no que os outros te dizem relativamente às


tuas capacidades?

Ouvir os outros pode revelar-se positivo, desde que confrontemos a sua opinião com a
nossa.

» Envias mensagens positivas a ti mesmo?

Quando acreditas nas tuas capacidades esforças-te. É


esse truque que te permite chegar à meta ou aproximares-te
ao máximo dela. Se durante o esforço te encorajas a ti mesmo
com pensamento animadores, repetindo coisas como “Animo,
tu consegues” ! A tua resistência aumenta, e tens mais
hipóteses de conseguir alcançar o teu objetivo. As palavras,
boas ou más, podem fazer muito bem ou muito mal a quem as
escuta. É importantíssimo oferecer palavras positivas e de
encorajamento aos outros, mas também a nós mesmo. Por sua
vez, sê “surdo” quando alguém diz que não tens valor ou que
não podes alcançar os teus sonhos.
Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació
Psicopedagògica: Atividades para o desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa :
Amaria Iglesias
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 7
“ OS MEUS TALISMÃS SECRETOS”
98
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Os meus “Talismãs Secretos”

Objetivo: Refletir sobre os recursos que podemos acionar para melhorar o nosso estado
emocional.

Descrição: Todos nós passamos por montes de experiências agradáveis e


desagradáveis. Perante as situações desagradáveis, sentimos mal-estar. Todavia,
podemos sempre recorrer aos nossos talismãs secretos para nos sentirmos melhor. Com
certeza, deves estar a perguntar-te: “ O que é um talismã secreto”?

Um talismã secreto pode ser um pensamento, uma música, um gesto, etc. que tu
conheces e que te evoca um momento em que tenhas experienciado uma sensação de
bem-estar ou de felicidade muito grandes. Quando recorres ao teu talismã secreto, tens
uma sensação de bem –estar; é como se tomasses uma dose mais das mesmas emoções
que essa experiência tão agradável que estás a recordar te trouxe.

Uma emoção desagradável transforma-se ao experienciar-se outra agradável. Como


tal, quando recorres ao teu talismã secreto e te concentras nele, o mal estar-diminui de
forma considerável.

Agora necessitas de descobrir quais são os teus talismãs secreto.


Para isso segue os seguintes passos:

1º Procura nas tuas recordações

Por exemplo:

 Tenta recordar situações onde te divertiste imenso.


 Imagina-te a realizar a atividade que mais gostas
 Tenta recordar aquela vez em que te sentiste mais querido que nunca
 Devolve ao teu pensamento a imagem daquela paisagem que te fez sentir uma
enorme sensação de paz interior
 Procura na memória a tua canção preferida
99
APRENDER A SENTIR-FELIZ

2º Das tuas recordações, escolhe aquela ou aquelas que te fazem sentir melhor.
3º Pratica, concentrando-te numa delas sempre que te sintas mal com alguma situação

Lembra-te:

O uso do teu talismã é pessoal e intransmissível. Apenas te serve a ti, e só tu


podes decidir quando o usar. Com a prática, vais obtendo melhores resultados.

Orientador:

Deve pedir-se cada um que diga se já encontrou o seu talismã, sem ter de o dizer a dizer,
porque é secreto

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 8
“ SOU OTIMISTA E POSITVO” ?
101
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Sou positivo e otimista?

Objetivo: Refletir sobre as características das pessoas otimistas e nas vantagens de


adotar atitudes positivas face aos desafios quotidianos

Descrição: Vais encontrar de seguida um exercício da imaginação, baseado na imagem


mental que tens de uma pessoa otimista. Consiste em recordara alguém que conheças
bem e que possas qualificar como uma pessoa otimista. Durante todo o exercício, pensa
nessa pessoa.

Agora pensa que a “tua pessoa otimista” possui alguns


dos traços distintos destacados a negrito na lista a seguir
apresentada.

 Sorri com frequência.


 Costuma estar apático, sem fazer nada
 Não foge aos problemas; encara-os de frente
 Acredita que pode fazer algo para melhorar as coisas
 Desespera com frequência
 Confia e esforça-se para conseguir aquilo a que se propõe
 Baixo os braços perante os desafios difíceis
 Tem facilidade em encontrar um lado bom em tudo
 Concentra-se nos problemas e custa-lhe sair deles
 A sua frase favorita poderia ser: “Há sempre esperança”

Gostarias de aprender a ser mais otimista? Eis alguns exercícios uteis para adotar uma
postura mais otimista perante a vida.

1º PROCURA MENSAGENS POSITIVAS NO QUE TE ESTÁ A ACONTECER

Para isso :

Identifica os pensamentos negativos que vêm automaticamente à tua cabeça e


que te causam tristeza, raiva e angústia…Por exemplo : “ Não vou conseguir”

Observa o impacto desses pensamentos em ti . É possível que percebas que estás


a exagerar ou a generalizar uma situação pontual ou parcial.
102
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Quando pensares coisas como:

“ Cometi um erro”

“ Por um momento deixei de confiar em mim”

“Estou nervoso, tenho de me acalmar”

 Troca o pensamento negativo por outro mais positivo, imaginando o que


podes fazer para melhorar a situação…

Então pensa coisas como:


“ Ainda não está tudo perdido!
“ Se me esforçar ou pedir ajuda, talvez possa consegui-lo mais para a frente”
“ Vou respirar fundo e acalmar-me; de certeza que depois me sai melhor”

2º TREINA INTERPRETANDO DE FORMA POSITIVA

 Os teus êxitos e os dos outros


 As coisas que te preocupam
 Os costumes de que não gostas(em casa, no teu grupo de amigos, hábitos
sociais, etc.)

3º ESFORÇA-TE PARA DESTACAR A PARTE POSITIVA DAS COISAS


Isto não significa esquecer as partes negativas, mas sim raciocinar com uma
atitude melhor. Por exemplo, lembra-te de que os otimistas se fixam no Donut e os
pessimistas no buraco.

LEMBRA-TE
O otimismo é a atitude positiva e alegra com que se encara o dia a dia e que
ajuda a triunfar nas relações, nos estudos, na profissão e na vida em geral. Permite-te
vencer as dificuldades, superar os contratempos e prosseguir.

Orientador: Cada criança deve enumerar uma situação em que foi otimista e negativo,
explorando resoluções para a atitude negativa e reforçando as positivas e otimistas.

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació Psicopedagògica: Atividades para o
desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa : Amaria Iglesias
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APRENDER A SENTIR-FELIZ

ATIVIDADE 9

DESPEDIDA E AVALIÇÃO DA SESSÃO FINAL


104
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Despedida

Objetivos: Reforçar energias. Criar uma atitude positiva. Estimular a atitude e a


felicidade.

Descrição: Vamos fazer uma roda, olhar-nos todos com atenção, mas sem julgar,
vamos sentir um sorriso no peito. Largamos as mãos e começamos a caminha no mesmo
sito, muito devagar, vamos aumentando o ritmo até não conseguirmos mais, quando eu
disser três todos damos um grande grito!

AVALIAÇÃO DA SESSÃO FINAL

Objetivo: Avaliar a sessão. Apurar o nível de satisfação dos participantes. Detetar se os


objetivos foram atingidos

Descrição: Será pedido para cada um que vá ao quadro desenhar-se, retratando o que
estão a sentir naquele momento acompanhando o desenho com uma frase ou expressão.

Adaptado por Francisca Elias a 9 de julho de 2012


105
APRENDER A SENTIR-FELIZ

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alzina, B. R; Escoda, P. N.; Cassá, F. G. (2010).GROP- Grup de Recerca en Orientació


Psicopedagògica: Atividades para o desenvolvimento da Inteligência Emocional.Lisboa
: Amaria Iglesias

Azevedo, R. M. (2005). Prazar em Conhecer-se. Treinamento da Inteligência


Emocional. São Paulo: Outras Palavras Produções Editoriais e Comércio Ltda.

Antunes, C. (1998). “Práticas de expressão dramática no ensino básico - 1ºciclo: um


estudo na cidade de Braga”. Trabalho de síntese apresentado como requisito para as
Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica. Braga: Universidade do Minho.

Barrett, M. (1982). Educação em Arte: uma Estratégia para a Estruturação de um


Curso. Lisboa: Editorial Presença.

Best, D. (1996). A Racionalidade do Sentimento. O papel das artes na educação. Porto:


Edições ASA. Minho.

Cadman, C. & Brewer, J. (2001). Emotional intelligence: a vital prerequisite for


recruitment in nursing. Journal of Nursing Management, 9, 321-324.

Faria, L. & Lima Santos, N. (2006). Competência Emocional: Adaptação do “Emotional


Skills and Competence Questionnaire” (ESCQ). In C. Machado, L. Almeida, M.A.
Guisande, M. Gonçalves & V. Ramalho (Coords.), Atas das XI Conferência
Internacional e Avaliação Psicológica: Formas e Contextos.

Emotional intelligence. London: Bloomsbury. Lima Santos, N. & Faria, L. (2005).


Inteligência emocional: Adaptação do “Emotional Skills and Competence Questionaire”
(ESCQ) ao contexto português. Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
da UFP, 2, 275-289.
106
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Etxerbarria, I. (2001), La Regulación de las Emociones. Em P. Berrocal e N.


Ramos (Eds.),Corazones Inteligentes . Barcelona: Editoral Kairós.

Mayer, J. D. & Salovey, P. (1997). What is emotional intelligence? In P. Salovey & D.


J. Sluyter (Eds.), Emotional development and emotional intelligence. Educational
implications. New York, NY: Basic Books.

Taksic, V. (2000). Emotional Skills and Competence Questionnaire (ESCQ). Rijeka:


Author’s edition.

Pacheco, N. E. e Berrocal, P. (2001), Educando Emociones. La educación de la


inteligencia emocional en la escuela y la familia. Em P. Berrocal e N. Ramos
(Eds.), Corazones Inteligentes . Barcelona: Editoral Kairós.

Etxerbarria, I. (2001), La Regulación de las Emociones. Em P. Berrocal e N. Ramos


(Eds.),Corazones Inteligentes . Barcelona: Editoral Kairós.
107
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXOS
108
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 1

AVALIAÇÃO GERAL DA SESSÃO


109
APRENDER A SENTIR-FELIZ

AUTO-AVALIAÇÃO GERAL DA SESSÃO

Resume a sessão em três palavras, negativas ou positivas:

1. __________________
2. __________________
3. __________________

Avalia a tua participação em concordância com os seguintes parâmetros:


Sendo que 1 corresponde a não Suficiente e 5 a excelente.

Nome do aluno:

Envolvimento pessoal

1 2 3 4 5

Participação

1 2 3 4 5

Criatividade

1 2 3 4 5
110
APRENDER A SENTIR-FELIZ

Iniciativa

1 2 3 4 5

Motivação

1 2 3 4 5

Colaboração no grupo

1 2 3 4 5
111
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 2

DIÁRIO DE BORDO
112
APRENDER A SENTIR-FELIZ

DIÁRIO DE BORDO

Atividade Nome do Data/ nº da


Participante Sessão

Observações/ Pontos
de Interesse
113
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 3

Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test V2.0 (MSCEIT, Mayer, Salovey,


Caruso, 2002)
114
APRENDER A SENTIR-FELIZ

MSCEIT

O MSCEIT V2.0 (Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test, Versão


2.0), ao contrário dos testes supracitados, mede a inteligência emocional de acordo com
o modelo de aptidões integradas, e é indubitavelmente o teste de aptidões mais
utilizado.
Esta escala foi antecedida pela escala MSCEIT RV1.1 (MSCEIT Research, Versão 1.1),
que foi precedida pela escala MEIS (Multifactor Emotional Intelligence Scale).
O modelo de Mayer e Salovey (1997), no qual as referidas escalas se baseiam,
decompõe a inteligência emocional em quatro ramos: Perceção das emoções; Utilização
das emoções para facilitar as atividades cognitivas; Compreensão das emoções; e
Gestão das emoções. Estes ramos encontram-se estruturados hierarquicamente,
constituindo a perceção das emoções a base do modelo, e a sua gestão o topo. A
perceção, a compreensão e a gestão das emoções envolvem a capacidade de raciocinar
sobre as emoções; o ramo restante consiste em utilizar as emoções para raciocinar.
Schulze e Roberts (2005) referem, pois, que a inteligência emocional envolve “tanto a
capacidade de pensar sobre as emoções como a de utilizar as emoções para ajudar a
pensar” (p. v). O ramo da utilização das emoções para facilitar as atividades cognitivas,
o mais relacionado com o processamento cognitivo e com o pensamento abstrato, é
aquele que revela maior correlação com o QI; o ramo da gestão das emoções é o menos
cognitivo dos quatro porque pondera vários fatores, motivacionais, emocionais e
cognitivos, estabelecendo a comunicação entre o sistema cognitivo e o sistema de
personalidade geral (Mayer et al., 2001). Assim, o MSCEIT está estruturado para medir
os quatro ramos de capacidades em que se subdivide o modelo de Mayer e Salovey, e
cada um destes quatro grupos de capacidades da inteligência emocional é medido com
duas tarefas: as capacidades referentes à perceção das emoções são medidas com uma
tarefa de expressões faciais e com uma tarefa envolvendo imagens; a utilização das
emoções para facilitar as atividades cognitivas é medida com tarefas que implicam as
sensações e a facilitação; o grupo de
capacidades referente à compreensão das emoções é medido com tarefas de mudança e
de combinação ou conjugação de emoções; e o grupo de capacidades da gestão das
emoções com tarefas de gestão das emoções e com tarefas referentes a situações de
115
APRENDER A SENTIR-FELIZ

relacionamentos socioafectivos (Mayer, Salovey, Caruso & Sitarenios, 2003).


Cada uma das oito tarefas do MSCEIT é composta por um conjunto de itens
específicos inseridos em parcelas distintas.
Um exemplo de uma parcela é, na tarefa das expressões faciais, acerca de uma
expressão facial ser pedido ao participante que selecione de entre cinco itens específicos
diferentes emoções relacionadas com a expressão facial em análise; outras parcelas de
itens envolvem a resposta a estímulos e são de resposta livre, portanto sem opções de
escolha prédeterminadas (Mayer et al., 2003). Os resultados do MSCEIT representam as
capacidades atuais na resolução das tarefas, pelo que praticamente não são afetados pelo
autoconceito, sensibilidade ou estado de espírito (Mayer, Caruso & Salovey, 2000).

Apresentação dos resultados de cada aluno :

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
116
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 4

AVALIAÇÃO FINAL
117
APRENDER A SENTIR-FELIZ

AVALIAÇÃO FINAL

1- Sentes-te mais feliz depois destas aulas?

2- Achas que é importante exprimir os teus sentimentos?

3- O que mais aprendeste nestas aulas?

4- Achas que este programa mudou a tua maneira de ver as coisas?

5- Depois deste programa a tua atitude com os teus amigos e familiar vai mudar?

6- A tua vida mudou? Em quê?

7- O que gostaste mais e o que gostaste menos?

Prestação Orientadora :

1- Achas que a Professora te explicou bem as coisas?

2- Gostaste da forma como falava contigo?

3- Quando é que achas que ela mais te ajudou?

4- Em quê que ela não te ajudou?


118
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 5

CARTA INFORMATIVA AOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO E


FICHA DE PARTICIPAÇÃO
119
APRENDER A SENTIR-FELIZ

CARTA INFORMATIVA AOS ENCARREGADOS DE


EDUCAÇÃO

Exmo(a). Senhor(a)

Encarregado de Educação:

Estando o seu educando no período escolar, período este que como o próprio
nome indica que, na generalidade, as crianças encontram-se preparadas e disponíveis
para a aprendizagem é de grande importância que se aposte no treino da inteligência
emocional, sendo esta uma das competências mais importantes a serem trabalhadas nas
crianças, servindo como base fundamental na emancipação de emoções contraditórias
que sirvam de bloqueio à aprendizagem e à interação escolar e social.

Quando uma pessoa se conhece e aprende a conhecer as suas emoções, lidando com
elas de forma saudável e fluida, quando aprende a relaxar contornando fatores de stress,
quando aprende a mandar no seu corpo e a gerir o seu desempenho de forma a ser mais
proficiente, atinge-se um bem-estar que permite viver a vida de uma forma integral e
produtiva ( Queirós, 2006 ).
Possuir inteligência emocional promove as relações com os demais e consigo
mesmo, melhora a aprendizagem, facilita a resolução de problemas e favorece o bem-
estar pessoal e social.
Desta forma durante cinco semanas irão decorrer oficinas de treino da
Inteligência Emocional , com duração de sessenta minutos, duas vezes por semana,
onde serão realizadas algumas atividades que promovam esta inteligência, promovendo
na criança um melhor relacionamento com os seus próprios sentimentos e com o dos
colegas, levando as crianças a sentirem-se num ambiente confortável, reconhecendo as
suas próprias emoções de modo a no futuro conseguirem educá-las com base em valores
positivos, de interação social, escolar e familiar.
Agradecemos, desde já, a sua disponibilidade e o preenchimento da ficha de
participação anexada a este documento, onde contamos ler atentamente o seu
comentário / sugestões.
Data: ____/____/____
Com os melhores cumprimentos:
120
APRENDER A SENTIR-FELIZ

FICHA DE PARTICPAÇÃO

Nome do Aluno:
Idade:
Residência:
Composição do Agregado de Família:

Eu, _______________________________________, Encarregado de Educação do


aluno _______________________________________ do___ano, tomei conhecimento
das atividades a serem realizadas com vista ao desenvolvimento da Inteligência
Emocional nas crianças “ Aprender a Sentir- Feliz”.

Comentário / Sugestões:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Assinatura:

_______________________

(O Encarregado de Educação)
121
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 6

CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO
122
APRENDER A SENTIR-FELIZ

CERTIFICADO
Certifica-se que ____________________________________________(1) Portador do
B.I. / Cartão do Cidadão n.º _____________, válido até __/___/___ frequentou

Programa De Desenvolvimento da Inteligência Emocional


promovida por __________________(2) com a duração total de 10 horas, concluída em
___/ ___/ ___.
Para os devidos efeitos, se confere o presente certificado, que vai autenticado com o
selo branco da Entidade Formadora.
Viseu, ___ de ________ de 2009

A Entidade Formadora

(1) Nome do formando

(2) Identificação da Entidade Promotora/ Formadora


123
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 7
124
APRENDER A SENTIR-FELIZ

AQUECIMENTO

AQUECIMENTO

Objetivo: Preparar o corpo para as atividades que se seguem. Libertar o corpo e


descontrair. Reforçar atenção e disponibilidade para a ação. Promover a interação e
confiança do grupo. Criar um ambiente de trabalho prazeroso.

Descrição:

Mal entramos na sala cada um por si faz o seu aquecimento, ao som da musica, tenta
aquecer bem todas as articulaçoes e esquecendo o mundo lá fora. Mal se pisa o chão da
sala não existe mais nada e só se pode pensar no que vamos fazer ali.

1º Jogo: Vamos imaginar que uma pinga está a sair do teto ate que vai-nos cair no peito
e com o olhar vamos segui-la ate aos pés de modo a enrrolarmos bem o corpo, e de
seguida fazemos também o movimento contrário , ou seja a pinga rompe o teto e vai
pela parede até nos subir pelo pés até á cabeça, isto seguindo sempre a pinga com o
nosso dedo.

2º Jogo: O jogo da confiança. Caminhamos todos pelo espaço equilibradamente, ou


seja procurarmos todos os espaos vazios e dirigirmo-nos para eles, assim o espaço fica
equilibrado para quem vê de fora, não se verem lugares vazios, e depois alguém irá
chamar por um colega e deixar-se cair até esse alguém ir lá apanha-lo. Confiança no
grupo.

3º Jogo: O jogo dos números, ou seja numa roda , cada um vai dizer um número, o
objetivo final é conseguirmos chegar ao número catorze, sendo este o numero dos
125
APRENDER A SENTIR-FELIZ

participantes, ninguém pode dizer o mesmo numero ao mesmo tempo senão


voltamos ao inicio , este jogo promove a escuta de grupo a concentração.

4º Jogo: O jogo do YA. Numa roda vamos passar um YA para o colega do lado e assim
sucessivamente, ate introduzirmos o AI que passa duas pessoas e só o terceiro continua
o YA.

5ª Jogo: O jogo do pincel. O grupo está distribuído pela sala, equilibradamente, pode
continuar a andar ou pode parar enquanto faz este exercício. Iremos imaginar que temos
um pincel na nossa mão e ao som da música vamos fazer desenhos imaginários no
espaço. O pincel da mão irá passar para os pés, para os cotovelos, para os joelhos, para
o rabo e assim sucessivamente vamos fazendo desenhos imaginários no ar.

Nota: Em cada sessão será sempre realizado o aquecimento e um destes cinco


exercícios/jogos de expressão dramática à escolha.
126
APRENDER A SENTIR-FELIZ
127
APRENDER A SENTIR-FELIZ

ANEXO 8

SEBENTA DE TREINO DA INTELIGÊNCA EMOCIONAL PARA CASA

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