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Para alem da camada de leito do pavimento, considera-se ainda os terrenos subjacente que condicionam o
comportamento da fundação, e sendo considerado para efeito de dimensionamento a analise das
características do terreno ate 1 m de profundidade.
Desempenho da fundação
Capacidade de carga
Leito do pavimento
Desempenho da fundação
Características básicas que influenciam o desempenho da fundação:
Capacidade de carga
Teor em água
Retracção e/ou expansão
A adição de um ligante
apropriado pode aumentar a
rigidez da fundação ou
reduzir o potencial
Estabilização com um expansivo
ligante hidráulico ou
hidrocarbonado
Os solos de fundação de Esta abordagem deve ser usada com cautela para casos
má qualidade podem extremos uma vez que um pavimento com mais camadas,
ainda ser aproveitados sobre uma fundação de má qualidade, nem sempre resulta
através da adição de num bom pavimento
camadas de base
adicionais.
Camadas de base adicionais
Estas camadas
(usualmente constituídas
por pedra britada)
permitem distribuir as
cargas por uma maior
área da fundação.
Consiste na aplicação de uma carga a um pistão de 50 mm de diâmetro, à velocidade de 1 mm/min, até o fazer penetrar
uma certa profundidade (2,5 mm e 5 mm) num provete de solo compactado num molde
Os valores medidos para a força de penetração permitem calcular o CBR através da expressão: 𝐶𝐵𝑅(%) = 100(𝑥⁄𝑦),
onde x é a pressão no pistão para 2.5mm a 5mm de penetração e y é a pressão standard para brita bem graduada 2.5mm
corresponde a 6.9 MPa e 5mm corresponde a 10.3MPa.
Deficiencias do ensaio CBR = não caracteriza adequadamente o carregamento associado ao tráfego:
A velocidade de deformação do CBR é menor
A deformação é muito maior e irreversível
Caracterizada pelo de modulo de deformabilidade, traduz a relação entre a pressão aplicada e os assentamentos
ou entre tensões e as extensões instaladas
Ensaios de carga com pneu = são semelhantes aos ensaios de carga em placa, embora as placas sejam
substituídas pelos próprios pneus dos veículos carregados
Métodos indirectos (ensaios geofísicos) = Ensaio FWD (Falling Weight Deflectometer), onde a carga é
produzida pela queda de uma massa e transmitida ao pavimento através de uma placa circularem, tipicamente
com 300 mm de diâmetro. Uma célula de carga no topo da placa mede a carga transmitida ao pavimento e
sensores montados radialmente medem a deformação do pavimento em resposta à aplicação da carga
Qualquer que seja o ensaio de carga realizado (estático ou dinâmico), o valor do modulo de deformabilidade do
pavimento é determinado como
Geral Equação Observações
𝟐(𝟏 − 𝝂𝟐 )
modelo de Boussinesq 𝑬𝒇 = . 𝒑. 𝒓
𝜹
A previsão da capacidade de porte da fundação deve ser feita sobretudo a partir das características geotécnicas do solo
em questão.
O valor do CBR deve ser utilizado com prudência (atenção à carga, teor em água, grau de compactação, estado de tensão,
…) e apenas como elemento complementar.
Deve fomentar-se a prática de avaliação do módulo de deformabilidade em vários pontos do traçado, após a conclusão da
fundação do pavimento, nomeadamente através do ensaio FWD portátil
Leito do Pavimento
Definição de leito do Pavimento
CBR → > 20 %
Nível de Teor de cal adequado >4%
para a realização do tratamento
Determinação em estudo laboratorial
Características orientadoras no que diz respeito à granulometria e plasticidade (grande variedade de solos)
Resistência a compressão simples > 1 MPa (antes de o equipamento poder circular sobre a camada):
Resistência aos 28 dias (Portland Normal):
> 2,0 MPa (Compressão simples)
> 0,25 MPa (Compressão diametral)
Expansividade
Os solos argilosos ou com uma grande percentagem de finos (passados no peneiro #200) têm uma grande tendência
para adsorver água, por isso frequentemente associados a fenómenos de expansividade
Vantagens do uso de agregados =A utilização de agregados permite formarem um “esqueleto” resistente à acção do tráfego
(imbricamento das partículas).
Petrografia
Peso especifico
Modo de obtenção
Dimensão das partículas
Classificação quanto ao modo de obtenção
Naturais Materiais sedimentares obtidos por extracção directa;
Rolados de origem aluvionar;
Extracção junto ao leito de um rio;
Nota 1: deq = Comprimento do lado da malha do peneiro de menores dimensões através do qual passa a partícula
Nota 2: O agregado pode ser ainda descrito em função do d\D, onde d = Abertura do peneiro através do qual só passam 5%
da massa total da amostra (mínima dimensão do agregado) e D = Abertura do peneiro através do qual passam 90% da massa
total da amostra (máxima dimensão do agregado).
Importância das propriedades químicas = são cruciais para determinar a interação dos agregados com os outros materiais.
Determinam a forma como o ligante adere à superfície do agregado e a tendência para a expansividade após a reacção com
materiais alcalinos presentes no ligante
Granulometria
O agregado, seco e com todas as partículas desagregadas , é passado por uma serie de peneiros de abertura
progressivamente decrescente (norma americana ASTM).
A analise da fracção fina (< 0,063 mm) é feita por sedimentação (o tamanho das partículas é proporcional à velocidade)
A mistura resultante permitir obter uma curva granulométrica bem graduada de modo a originar a obtenção de um
esqueleto que distribua convenientemente as cargas em profundidade (imbricamento dos grãos).
A avaliação da curva granulométrica de um material permite detectar a falta de partículas de determinada dimensão e a
correcção prévia dessa falha sempre que tal seja determinante.
Resistência
Parâmetros de classificação:
Índice de lamelação = Peso das partículas lamelares / Peso (%)
Índice de alongamento = Peso das partículas alongadas / Peso (%)
Indice de achatamento (NP EN 933-3), muito semelhante ao índice de lamelação;
Indice de forma (NP EN 933-4): Peso de partículas com l / e > 3 / Peso total da amostra seca
1. Introduzem-se quantidades crescentes de solução de azul de metileno numa preparação com o material a
ensaiar
2. Quando toda a superfície das partículas (com capacidade de adsorção) estiver envolvida, deixa de ser
necessário juntar mais azul de metileno
3. O VAS é o valor de azul de metileno adsorvido por 100 gramas de material ensaiado
Nota 1: O momento em que começa a existir excesso de azul-de-metileno é determinado pelo método de
macha: consiste em colocar uma gota da preparação num papel de filtro. Uma aureola azul clara no bordo da
mancha indica que existe azul de metileno livre na preparação.
Nota 2: O valor do azul de metileno em gramas é determinado apenas para a fracção passada no peneiro
#200 da ASTM. Depois é atribuído por proporção directa à totalidade do solo.
O valor do equivalente de areia (EA) permite por seu turno a quantidade de matéria muito fina associada a
materiais mais grosseiros.
Nota: O EA é pouco fiável e tem vindo progressivamente a ser substituído pelo VAS
Adesividade ao betume
É importante medir o grau de dificuldade da água em separar o betume do agregado, i.e., a afinidade química entre o
agregado e o betume
Método 1 = Inspecção visual do agregado revestido com ligante após um certo tempo de imersão em água,
em condições normalizadas. Avaliação da % de agregado que ficou sem revestimento
Método 2 = Ensaiar à compressão provetes cilíndricos de mistura betuminosa imersos em água durante um
certo tempo. O resultado é comparado com o obtido em provetes semelhantes, não sujeitos à imersão.
Obtém-se o parâmetro:
𝑹𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕. 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒆𝒓𝒗𝒂𝒅𝒂 = 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡. 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑡𝑒𝑠 𝑖𝑚𝑒𝑟𝑠𝑜𝑠 / 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡. 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑡𝑒𝑠 𝑛ã𝑜 𝑖𝑚𝑒𝑟𝑠𝑜𝑠 (%)
Asfalto
Material betuminoso natural que aparece sob a forma de “lagos de asfalto”
Tratamento:
Material retirado é refinado a uma temperatura de 160 °C para vaporizar a água
Passado através de filtros para remover os materiais estranhos
O produto final fica com: 54 % de betume asfáltico; 36 % de minerais e 10% de matéria orgânica
Rocha Asfáltica
Informações uteis:
Aparece sob a forma de maciços de rocha (calcário ou grés)
O betume asfáltico presente na rocha formou-se por destilação (lenta e natural) do petróleo que
anteriormente impregnara a rocha
O material contem até 12% de betume em peso
Foi um dos primeiros produtos betuminosos utilizados em pavimentação rodoviária
Alcatrão
Definição: Líquido obtido quando a hulha (carvão mineral que contém betume) ou a madeira são queimadas
ou sujeitas a um processo de destilação destrutivo na ausência de ar.
Normalização: Na norma inglesa BS 76 definem-se oito tipos de alcatrão, em função da sua viscosidade:
30 °C TEV
34 °C TEV
38 °C TEV
42 °C TEV TEV = temperatura de equi-viscosidade = temperatura a que 50
46 °C TEV ml de alcatrão podem ser escoados em 50 segundos através de
um orifício de 10 mm num viscosímetro padrão
50 °C TEV
54 °C TEV
58 °C TEV
Caracterização do alcatrão:
Produto negro com boas propriedades adesivas
Consistência em função da temperatura (mole quando aquecido e endurece quando arrefece)
Composto por hidrocarbonetos saturados de peso molecular elevado
Utilização: Nos últimos 20 anos observou-se uma redução significativa no seu uso em detrimento dos
derivados do petróleo bruto.
Betume asfáltico
Informações uteis
Ligante mais usado em trabalhos de pavimentação rodoviária
É obtido a partir da destilação do petróleo bruto
Encontra-se em solução no petróleo, sendo obtido apos a eliminação dos óleos que servem de
dissolventes
Composição
80 a 85 % carbono
10 a 15 % hidrogénio
2 a 3 % oxigénio
Enxofre, azoto, vanádio, níquel, ferro, magnésio, e cálcio
Asfaltenos:
Sólidos amorfos essencialmente constituídos por carbono e hidrogénio, pequenas quantidades de
nitrogénio, oxigénio e enxofre
Insolúveis em heptano normal
De cor preta ou castanha
A quantidade de asfaltenos tem um efeito significativo sobre as características reológicas do
betume
Quanto maior for a quantidade de asfaltenos mais duro será o betume
Constituem cerca de 5 a 25 % do betume asfáltico
Maltenos
Especificações LNEC E-80 (1997) que a produção de betume respeitar de modo a que seja possível prever o
seu comportamento na pavimentação:
Tipos de betume de pavimentação
10/20, 20/30, 35/50, 50/70, 70/100, 100/150, 160/220 e 250/330
A designação baseia-se no valor da penetração a 25 °C
Ensaios de penetração a 25 °C
Os betumes puros (produzidos por destilação directa) são normalmente designados pelos limites
de penetração.
Viscosidade cinemática
Importância:
Quantifica a consistência do ligante a uma dada temperatura
Permite assim avaliar o intervalo de temperatura em que é possível manipular um
ligante em boas condições
A viscosidade cinemática pode ser obtida a partir da dinâmica, dividindo-a pela massa específica
do betume
Resistência ao endurecimento
Após o endurecimento laboratorial pode determinar-se:
Variação de massa sofrida pelo ligante durante o endurecimento
Novos valores da pen25 e da TAB
Explicação do abaco:
A temperatura é representada no eixo das abcissas (escala linear)
A penetração é representada em escala vertical logarítmica
A viscosidade é representada num eixo vertical, tendo sido ajustada de modo a que os betumes
com susceptibilidade térmica “normal” pudessem ser representados por rectas
As rectas traduzem o modo como a viscosidade de determinado betume depende da temperatura,
embora não considere o tempo de carregamento
Nota: Para estes tipos de trabalhos convém dispor de materiais betuminosos menos viscosos à
temperatura ambiente (como o betume fluidificado) e que se mantenham assim durante o tempo
necessário para o trabalho
A escolha do tipo de solvente depende do tempo de cura que se pretende atingir, ou seja , em ordem
proporcional do tempo de cura ou endurecimento que se queira atingir. Tipos disponíveis:
SC - slow curing – cura lenta
MC – medium curing – cura media
RC – rapid curing – cura rápida
Nota: Pelas razões apontadas tem-se assistido a uma redução significativa do uso daquele tipo de
produtos
Emulsões Betuminosas
Caracterização = Sistemas heterogéneos de duas fases (água e betume) cuja a suspensão mantém-se estável à
custa de um emulsionante que se distribui à volta dos glóbulos de betume e estabelece aí uma camada de
cargas eléctricas que repelem as dos outros glóbulos, mantendo assim o sistema em equilíbrio
Quando se mistura a emulsão com outros materiais (agregados) a emulsão rompe (rotura) e a água e o
betume separam-se;
O betume fica a envolver o agregado porque tem afinidade com ele enquanto que a água se evapora.
Emulsões aniónicas:
As mais antigas
Boa adesividade aos agregados calcários. Menor eficácia com agregados siliciosos (Ex.
granitos)
Emulsões catiónicas:
A rotura é mais rápida dado que se dá principalmente por reacção química com as partículas do
agregado
Boa adesividade a agregados siliciosos e calcários
Aplicável com tempo seco ou húmido
Exemplo: Significado de uma mistura AC32 base ligante (MB) produzida com betume gama 35\50
Tipos de Misturas
Preparação da superfície
Verificação do seu desempeno, boa regularidade da superficie, não existência de material solto
Sobre uma camada granular, procede-se a uma rega de impregnação
Sobre a rega de impregnação e sendo necessário, deve usar-se uma rega de colagem eficiente, já
que se pretende que as camadas sejam solidárias
Compactação
Processo de compactação:
O CEIEP indica que o cilindramento deve ser efectuado até terem desaparecido as marcas
dos rolos da superficie da camada;
O betume deve ter uma viscosidade adequada, viscosidade dinâmica entre 2 Pa.s e 20 Pa.s, o
que pode significar temperaturas entre 120 °C e 140 °C;
A temperatura também não pode ser muito elevada porque corre-se o risco de se produzir
deformações acentuadas com a passagem do trem de compactação
Requisitos necessários para avaliação das condições indispensáveis a uma boa compactação
devem realizar-se trechos experimentais, onde questões como que temperatura de mistura,
qual o trem de compactação e qual o número de passagens deste trem, podem ser esclarecidas
antes de se passar ao local da obra
Misturas betuminosas a frio
Tipo de Misturas a frio
Obedece a regras idênticas e utiliza os mesmos equipamentos das misturas betuminosas a quente,
excepto no que respeita às preocupações com a temperatura do material e do equipamento ou partes do
equipamento usados para que a perda de temperatura seja menor;
Terá de haver uma boa trabalhabilidade da mistura, que é influenciada pela qualidade e
quantidade de fluidificantes da emulsão betuminosa usada, sobretudo no caso de misturas abertas
(porosidade > 15%), ou mesmo pela quantidade de água da emulsão, sobretudo no caso de misturas
fechadas;
É sempre realizado de acordo com o tipo e frequência de ensaios definidos nos CE:
Rugosidade do pavimento
Para a determinação da rugosidade, a superficie de camadas de desgaste deverá apresentar ainda uma
profundidade mínima de textura superficial
Resistência a derrapagem
Quando feita com o aparelho SCRIM, o valor deverá ser superior a 0,40 para medições a 50 km/h, ou a
0,20 para 120 km/h.