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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS

LETÍCIA CAVALCANTI BANDEIRA

EXPECTATIVAS RELACIONADAS A ATUALIZAÇÃO DA NR-18 NA INDÚSTRIA


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE MINEIROS-GO

MINEIROS - GO
2021
LETÍCIA CAVALCANTI BANDEIRA

EXPECTATIVAS RELACIONADAS A ATUALIZAÇÃO DA NR-18 NA INDÚSTRIA


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE MINEIROS-GO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro


Universitário de Mineiros como requisito parcial para
obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil.
Orientado pelo (a): Prof. Ado Vilela Barbosa.

MINEIROS - GO
2021
Letícia Cavalcanti Bandeira

EXPECTATIVAS RELACIONADAS A ATUALIZAÇÃO DA NR-18 NA INDÚSTRIA


DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE MINEIROS-GO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário de Mineiros


como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientado pelo (a): Prof. Ado Vilela Barbosa.

Mineiros - GO, ___/___/_____.

Resultado:

BANCA EXAMINADORA

Prof. (a) Ado Vilela Barbosa UNIFIMES


Assinatura:

Prof. (a) Me. Antônio Célio Machado Junior UNIFIMES


Assinatura:

Prof. (a) Ma. Roselaine Lage Fonseca Prado UNIFIMES


Assinatura:
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, que sempre


acreditou em mim!
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, porque até aqui Ele


tem me ajudado. À minha família pelo incentivo e
amor incondicional, em especial ao meu esposo pelo
apoio e compreensão em todos os momentos da
minha vida!
RESUMO

A indústria da construção civil é um dos ramos que mais influenciam a economia do


país, gerando renda e empregos para os brasileiros. Em contrapartida, também é um
dos setores que mais causam acidentes de trabalho no Brasil. Nesse sentido, foram
criadas as normas regulamentadoras, durante o governo de Getúlio Vargas, para
estabelecer diretrizes a fim de aumentar a segurança no ambiente de trabalho. A
NR18 - Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, é
a principal norma regulamentadora para o setor da construção civil, e passou por
recente atualização em sua redação. As diretrizes estabelecidas pelo novo texto da
norma, passam a vigorar a partir de 02 de agosto de 2021, conforme Portaria SEPRT
nº1.295 de fevereiro desse mesmo ano. O objetivo desse trabalho, é destacar as
principais alterações da atualização da NR-18, bem como levantar as expectativas
das principais construtoras/profissionais da construção civil, atuantes no município de
Mineiros-GO, com relação a nova redação da norma, por meio da aplicação de um
questionário online. Foi observado que 18,2% acredita que as alterações irão
contribuir com as práticas de Saúde e Segurança do Trabalho. Já outros 18,2%, não
identificaram mudanças significativas no novo texto. Além disso, a maior parte dos
profissionais entrevistados, afirmou não ter conhecimento sobre a atualização da NR-
18.

Palavras-chaves: NR-18. Segurança do trabalho. Construção Civil.


ABSTRACT

The construction industry is one of that most influence the country’s economy,
generating income and jobs for Brazilians. Conversely, it also one of the sectors
that cause the most work accidents in Brazil. In this sense, regulatory standards
were created during the government of Getulio Vargas to establish guidelines to
increase safety in the work environment. The NR-18, is the main regulatory
standard for the construction sector, and has undergone a recent update in your
text. The guidelines established by the new text of the standard, come into force
from August 2, 2021, according to SEPRT Ordinance No. 1.295 of February of
that same year. The objective of this work is to highlight the main changes in the
NR-18 update of the NR-18, as well as to raise the expectations of the main
construction companies/professionals, working in the city of Mineiros-GO,
concerning the new wording of the standard, through the application of an online
questionnaire. It was observed that 18.2%, believe the changes will contribute to
the practices of Health and Safety at Work. Another 18.2%, did not identify
significant changes in the new text. In addition, most of professionals interviewed,
affirm they did not have knowledge about the NR-18 update.

Keywords: NR-18. Workplace safety. Construction.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Escada de mão.........................................................................................48


Figura 2 – Escada extensível.....................................................................................49
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Total de Acidentes por ano no município de Mineiros-GO.........................72


Gráfico 2 – Total de Acidentes com CAT registrada no município de Mineiros-GO....73
Gráfico 3 – Total de Acidentes quanto a causa no município de Mineiros-GO...........74
Gráfico 4 – Área de Atuação.......................................................................................78
Gráfico 5 – Tempo de atuação no município de Mineiros-GO....................................79
Gráfico 6 – Quantidade de trabalhadores na organização.........................................79
Gráfico 7 – Atendimento às exigências da NR-18 em vigência..................................80
Gráfico 8 – Treinamentos relacionados à nova NR-18...............................................80
Gráfico 9 – Quantidade de acidentes de trabalho ocorridos em obras.......................81
Gráfico 10 – Realização do Registro da CAT.............................................................81
Gráfico 11 – Ocorrência de óbitos provenientes de acidentes de trabalho.................82
Gráfico 12 – Classificação dos ambientes de trabalho da empresa...........................83
Gráfico 13 – Disposição de Profissional da Área de Saúde e Segurança do
Trabalho.....................................................................................................................83
Gráfico 14 – Iniciação do Processo de Adequação ao novo texto da NR-18.............84
Gráfico 15 – Principais expectativas com relação a atualização da NR-18..................84
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo das Normas Regulamentadoras...............................................22


Quadro 2 – Principais alterações da Nova NR-18......................................................69
Quadro 3 – Delineamento da Pesquisa......................................................................76
LISTA DE SIGLAS

AEAT - Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho


AJB – Águas Jurisdicionais Brasileiras
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Art. – Artigo
CAT – Comunicado de Acidentes de Trabalho
CAI – Certificado de Aprovação de Instalações
CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CSN – Certificado de Segurança de Navegação
EAD - Educação a Distância
ENIT – Escola Nacional de Inspeção do Trabalho
EPI – Equipamento de Proteção Individual
EPP – Empresas de Pequeno Porte
eSocial – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas
FISPQ – Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos
GRO – Gerenciamento de Riscos Ocupacionais
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
ME – Microempresas
MEI – Microempreendedores Individuais
MTE – Ministério de Trabalho e Emprego
NR – Norma regulamentadora
OIT – Organização Internacional do Trabalho
PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PEMT – Plataforma Elevatória Móvel de Trabalho
PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos
PIB – Produto Interno Bruto
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PRPM - Provisão de Registro de Propriedade Marítima
PTA – Plataforma de Trabalho em Altura
SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho
SGH – Sistema Globalmente Harmonizado
SPIQ – Sistema de Proteção Individual Contra Quedas
SST – Segurança e Saúde do Trabalho
TIE - Título de Inscrição de Embarcação
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................15
1.1 Objetivo Geral............................................................................................17
1.2 Objetivos Específicos................................................................................18
1.3 Justificativa................................................................................................18
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................19
2.1 Saúde e Segurança do Trabalho na Construção Civil...............................19
2.2 Normas Regulamentadoras.......................................................................20
2.2.1 Quadro Resumo das Normas Regulamentadoras.......................21
2.2.2 NR 1 - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais........................................................................................29
2.2.3 NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional..........................................................................................30
2.2.4 NR 9 - Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a
Agentes Físicos, Químicos e Biológicos...............................................31
2.3 NR 18 - Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da
Construção......................................................................................................32
2.3.1 Programa de Gerenciamento de Riscos.....................................34
2.3.2 Áreas de Vivência........................................................................36
2.3.3 Instalações elétricas....................................................................37
2.3.4 Etapas de Obra............................................................................38
2.3.5 Escadas, rampas e passarelas....................................................46
2.3.6 Medidas de proteção contra quedas de altura.............................50
2.3.7 Máquinas, equipamentos e ferramentas......................................51
2.3.8 Movimentação e transporte de materiais e pessoas....................57
2.3.9 Andaimes e plataformas de trabalho...........................................59
2.3.10 Sinalização de segurança..........................................................64
2.3.11 Capacitação...............................................................................64
2.3.12 Serviços em flutuantes...............................................................64
2.3.13 Disposições gerais.....................................................................65
2.3.14 Disposições transitórias.............................................................67
2.3.15 Anexos.......................................................................................68
2.4. Principais alterações da nova NR-18.......................................................69
2.5 Descrição do município de Mineiros..........................................................71
2.5.1 Estatísticas dos Acidentes de Trabalho.......................................71
3 METODOLOGIA......................................................................................................75
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................78
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................85
REFERÊNCIAS..........................................................................................................87
15

INTRODUÇÃO

A construção civil surgiu nos primórdios da civilização, quando os seres


humanos tiveram a necessidade de se abrigar e proteger de quaisquer intempéries
que colocassem em risco a sua sobrevivência. Entre cavernas e estruturas
construídas com materiais extraídos da natureza (argila e palha) a humanidade vai se
esquivando desses perigos e aumentando o nível de sobrevivência (SOUZA, 2009).
Souza, no portal História do Mundo, em artigo sobre o legado dos sumérios1, afirma
que essa civilização foi a responsável pela criação da roda. Este fenômeno simplificou
o transporte de materiais utilizados em construções históricas como as Pirâmides do
Egito e a Muralha da China.
Em seu portal corporativo, mais especificamente no artigo sobre a história da
construção civil2, a GEOSIGA (2018) destaca que no Brasil, essa atividade teve início
no período colonial, com a construção de igrejas e fortificações. Em 1810, com a
chegada da Família Real, surgiram as escolas relacionadas à Engenharia Civil. Em
1940, o Brasil era detentor da tecnologia do concreto armado, o que possibilitou um
ano promissor para a construção civil.
A indústria da construção civil exerce grande influência sobre a economia
brasileira, por impactar diretamente na produção, geração de renda e emprego. A
grande conectividade com outros setores, torna a atividade essencial para o
desenvolvimento socioeconômico do país (CUNHA, 2012).
No ano de 2017 a construção civil foi o setor que mais empregou no Estado de
Goiás. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED),
mais de 1.000 (mil) novas vagas foram criadas durante os primeiros nove meses do
ano em questão.
Com relação ao ano de 2018, se comparado ao ano anterior, mesmo com uma
queda de 1,1% na representação do Produto Interno Bruto (PIB), o setor da

1
Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/sumeria/legado-dos-sumerios.htm, acessado em 03 de
abril de 2021.
2
Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/sumeria/legado-dos-sumerios.htm, acessado em 03 de
abril de 2021.
16

construção civil manteve-se em destaque ao contribuir 8,8% para o PIB do país neste
mesmo ano (FIESP, 2019).
Em contrapartida, conforme dados do Governo, o Brasil registrou mais de
16.000 mortes e 4,5 milhões de acidentes de trabalho entre 2012 e 2018, o que
geraum custo altíssimo para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), além de
prejudicar os trabalhadores, as empresas e a sociedade em geral.
A fim de reduzir os acidentes laborais, o Ministério de Trabalho e Emprego
(MTE), instituído em 1930 no governo de Getúlio Vargas, iniciou a elaboração de
Normas Regulamentadoras (NR), que servem como princípios norteadores legais da
construção civil (VALGAS, 2021).
Essas Normas foram criadas a partir do texto legal da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), servindo como diretrizes norteadoras sobre condições do
ambiente de trabalho. Neste contexto, a NR-18 tem função basilar nas questões
voltadas a figura do trabalhador inserido na construção civil, visto que fundamentam
questões relacionadas à sua saúde e segurança no ambiente de trabalho, específicas
para essa área. Esta norma, entrou em vigor no dia 08 de junho de 1978 e no decorrer
dos anos sofreu algumas alterações, sendo a mais recente em 2020. O prazo para
início de vigência estava previsto para fevereiro de 2021, contudo, foi prorrogado pela
Portaria da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho - SEPRT/ME Nº 1.295, de
02 de fevereiro de 2021, para o dia 02 de agosto de 2021.
De acordo com Baalbaki e Lohn (2020), o Programa de Gerenciamento de
Riscos (PGR), tem como objetivo a implementação de diretrizes de proteção dos
trabalhadores com relação aos riscos provenientes da construção, criando uma forma
de trabalho visando a minimização desses riscos. Esse programa é responsável pela
elaboração do gerenciamento das áreas de vivências do canteiro de obras, também
pelo projeto elétrico temporário, pelo projeto de Sistema de Proteção Individual Contra
Quedas (SPIQ), bem como a relação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), conforme disposto na NR-
1, deverá constituir um PGR, que por sua vez é composto por um inventário que
deverá dispor de todos os perigos presentes no ambiente, bem como o nível de cada
um deles; e um plano de ação a ser adotado pela empresa visando o controle sob
estes. A NR-1 teve sua mais recente atualização no ano de 2020. Uma das principais
mudanças presentes na nova redação é a necessidade de implementação do GRO
17

por parte das empresas, para fins de prevenção e gerenciamento de quaisquer


situações que abalem a segurança do ambiente de trabalho.
Conforme a Portaria nº 1.295, de 2 de fevereiro de 2021, o GRO passará a ser
obrigatório a partir de agosto desse mesmo ano. Contudo, já existem iniciativas nesse
sentido, como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que tem a
finalidade de reconhecer os riscos existentes no ambiente de trabalho, criando
estratégias para que eles sejam eliminados ou diminuídos. Ainda sob essa ótica, o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é elaborado com
base nas informações contidas no PPRA, tem o objetivo de rastrear, diagnosticar e
indicar ações para neutralizar possíveis problemas de saúde dos colaboradores
(SEKULA, 2018).
As Normas Regulamentadoras, disposições complementares de parte da
Consolidação das Leis do Trabalho, pontuam obrigações, que visam assegurar a
integridade dos trabalhadores em serviços e segmentos econômicos específicos,
promovendo a segurança e saúde, traz em parte de suas normas questões voltadas
para os trabalhadores da construção civil. Nesse sentido, a Norma Regulamentadora
4 exige que empresas (públicas e privadas), nas quais mantém seus funcionários
regidos pela CLT, utilizem serviços especializados em engenharia de segurança e
medicina do trabalho. Essa exigência tinha como finalidade a proteção da integridade
física do trabalhador. Contudo, algumas empresas não cumpriam essa obrigação,
resultando na dificuldade de identificação pelas autoridades competentes. O Sistema
de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas
(eSocial), que entrou em vigor em 2018, surge para corrigir esse descumprimento,
visto que exige o registro de todos esses dados no sistema, facilitando a circulação
das informações entre os órgãos competentes, tornando o fluxo menos burocrático,
visto que os dados fornecidos pelas empresas ficam armazenados em um cadastro
único de abrangência nacional.

1.1 OBJETIVO GERAL

Realizar o levantamento das principais expectativas relacionadas à atualização


da NR-18, na indústria da construção civil no município de Mineiros – GO.
18

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Conceituar Saúde e Segurança do Trabalho na Construção Civil;


 Apresentar as principais Normas Regulamentadoras relacionadas à
Construção Civil;
 Destacar as principais alterações da nova redação da NR-18.
 Expor os dados estatísticos sobre Acidentes do Trabalho em Mineiros - GO;
 Levantar as expectativas das Construtoras de Mineiros – GO, sobre a Nova
NR-18.

1.3 JUSTIFICATIVA

O setor da construção civil exerce grande influência no desenvolvimento do


país, impulsionando o mercado de trabalho e trazendo diversos benefícios à
sociedade. Neste contexto, as empresas buscam cada vez mais melhores resultados
relacionados à produtividade.
Desta forma é de suma importância promover um ambiente de trabalho seguro
e organizado que tem como benefício a diminuição dos afastamentos causados por
acidentes ou doenças ocupacionais, melhorando a qualidade de vida dos
trabalhadores e contribuindo diretamente com o aumento da produtividade do setor.
As normas regulamentadoras são cruciais neste sentido, pois estabelecem
diretrizes que norteiam medidas de segurança, planejamento e organização,
influenciando o ambiente de trabalho e a indústria da construção. Dentre elas, se
destaca a NR-18, que busca promover segurança nas atividades da construção civil.
Deste modo, o presente trabalho partiu da necessidade de entender as
principais alterações da norma NR-18 vigente, bem como analisar as consequências
destas para o ramo da Construção Civil.
19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Neste capítulo, deu-se início ao referencial teórico deste trabalho, onde foi
abordado sobre a relevância do setor da construção civil para o cenário
socioeconômico do Brasil, dados estatísticos demonstrando um panorama geral dos
acidentes de trabalho, um breve histórico sobre as legislações trabalhistas, bem como
as principais iniciativas criadas com o intuito de minimizar ou reduzir os acidentes de
trabalho.
Com uma capacidade expressiva na economia do país, a construção civil é
uma área que proporciona um aumento de oportunidades de empregos e
consequentemente na circulação de renda e bens. Tem como finalidade transformar
espaços e materiais conforme o desejo e as necessidades humanas, por meio de
projetos elaborados e em conformidade com os princípios técnicos e legais (GOMES
et al, 2019; OLIVEIRA, 2012).
Com um crescimento significativo do setor nos últimos anos, cresceu também
o número de acidentes de trabalho e em 0,32% dos casos, resultando em óbito.
(SMARTLAB, 2020). Alguns documentos norteadores legais surgiram com o intuito de
reduzir essas intempéries. O principal surge de forma geral em alguns artigos da CLT.
Em seguida, com o objetivo de aprimorar essas orientações, surgem algumas Normas
Regulamentadoras, que com seus parâmetros técnicos, visam promover essa
redução, bem como melhorias na qualidade de trabalho.
Acerca da segurança do trabalho, vários fatos históricos serviram como marco
significativo. Dentre eles a promulgação da primeira lei de proteção aos trabalhadores,
no ano de 1802 na Europa. A Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes reduziu a jornada
de trabalho noturno e regulamentou a idade mínima para o trabalho. Entre os anos de
1840 a 1860 são aprovadas as primeiras leis que regulamentam questões como a
saúde e doenças profissionais. Em 1919, fundamentada no Tratado de Versalhes, foi
fundada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o propósito de
padronizar as questões trabalhistas revertendo as condições desumanas do trabalho.
Em 1943, foi regulamentada a Segurança e a Medicina do Trabalho no Brasil,
consolidada nas Leis do Trabalho (CLT). Em 1948, no pós-guerra, foi aprovada a
20

Declaração Universal dos Direitos Humanos salientando também direitos


relacionados à proteção do trabalhador.
Nesse sentido, fica clara a importância de criação de programas voltados para
a segurança no trabalho, e condições adequadas para o desenvolvimento de diversas
atividades laborais, visto que o índice de acidentes de trabalho vai ao extremo,
fazendo com que o Brasil no ano de 1970 fosse o número 1 no ranking de acidentes
sob essa perspectiva (PORTAL EDUCAÇÃO, 2021).
Segundo o artigo 189 da CLT:

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua


natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados à
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão
da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos (BRASIL, 2018, p. 741).

Mesmo diante de serviços, programas, sistemas voltados para a segurança do


trabalhador, e a sua saúde, percebe-se o grau de desafio que o tema traz. Reverter
essa situação significa disponibilizar pesquisas, investimentos, planejamento e a
implementação constante de projetos que envolvam estratégias para um trabalho
justo, seguro e eficaz (PORTAL EDUCAÇÃO, 2021).

2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS

Neste capítulo, será apresentado um breve histórico sobre as leis relacionadas


à SST, bem como a importância das normas regulamentadoras, dando destaque às
normas que recentemente sofreram alterações significativas (NR 1, NR 7 e NR 9), e
que são diretamente ligadas à NR-18, objeto de estudo deste trabalho.
No período que precede a Revolução Industrial, onde predominava o trabalho
escravo e a manufatura, há poucos registros que tratam de acidentes e doenças
laborais. Com o surgimento da máquina a vapor, houve um aumento da produtividade,
que por sua vez tornou o ambiente de trabalho cada vez mais hostil para o trabalhador.
Este cenário contribuiu para o início das doenças e dos riscos ocupacionais (SALIBA,
2004).
Em 1884, na Alemanha, surgiu a primeira legislação a fazer referência sobre a
problemática dos acidentes de trabalho, elaborada por Otto Eduard Leopold Von
Bismark. Com isso, novas diretrizes foram disseminadas por toda a Europa, chegando
21

ao Brasil em 1919, mediante a publicação do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de


janeiro desse mesmo ano. O referido decreto, instituiu parâmetros legais com relação
aos trabalhadores expostos a riscos ocupacionais (GONÇALVES, 2013).
Em 1972, num cenário nacional destacado por elevados números de mortes
ocasionadas por acidentes laborais, o MTE, fundamentou um programa de
capacitação de profissionais em medicina e segurança do trabalho (ISIDORO, 2020).
Com base nisso, foram criadas as Normas Regulamentadoras (NR), que são
compostas por diretrizes para os empregadores bem como para os empregados, com
o objetivo de garantir a segurança e a saúde ocupacional.
As primeiras vinte e oito normas, foram publicadas pela Portaria nº 3.214 de 8
de junho de 1978. Conforme Coimbra (2020), tal acontecimento impulsionou a
Segurança e Saúde no Trabalho (SST) no Brasil, tendo como principal resultado
positivo, a queda contínua nas estatísticas de acidentes, bem como o aumento de
programas de conscientização e incentivo dentro das empresas, acerca da
importância da implementação destas medidas de segurança. Isidoro (2020), afirma
que a diminuição do número de acidentes do trabalho, ocorreu em razão do trecho
presente na NR 1 - Disposições Gerais, que exige às empresas regidas pela CLT,
situação de total conformidade com as normativas existentes, relacionadas à saúde,
segurança e medicina do trabalho.

2.2.1 Quadro Resumo das Normas Regulamentadoras

Nesse capítulo, será apresentado um quadro, com a relação das normas


regulamentadoras existentes, bem como seus respectivos objetivos. De acordo com
a Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT), existem 37 Normas
Regulamentadoras, estando 35 destas normas ainda em vigor.
22

Quadro 1 – Resumo das Normas Regulamentadoras


Norma Regulamentadora Objetivo
Atualizada em 2020, seu objetivo é
estabelecer as disposições gerais, o campo
NR 1 – Disposições Gerais e de aplicação, os termos e as definições
Gerenciamento de Riscos comuns às NR relacionadas à saúde e
Ocupacionais segurança no trabalho, bem como os
requisitos para implementação do GRO e
medidas de prevenção em SST.
Determina que todo novo estabelecimento,
deverá solicitar a aprovação das instalações
NR 2 – Inspeção Prévia ao órgão regional do MTE, antes de iniciar
(Revogada) suas atividades, exigindo também a emissão
do Certificado de Aprovação de Instalações
(CAI).
Regulamenta aos empregadores, condições
de paralisação de serviços, equipamentos e
maquinários, com base em situações
NR 3 – Embargo ou Interdição
emergenciais. Além de definir os critérios
para adoção de medidas punitivas por parte
da fiscalização.
Determina a obrigatoriedade da aplicação do
Serviço Especializado em Engenharia de
NR 4 – Serviços Especializados em
Segurança e em Medicina do Trabalho
Engenharia de Segurança e em
(SESMT), para todas as empresas (públicas
Medicina do Trabalho
ou privadas), que empreguem funcionários
regidos pela CLT.
Institui como obrigatório, que empresas
públicas e privadas, organizem uma
NR 5 – Comissão Interna de
comissão constituída por empregados. A
Prevenção de Acidentes
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), tem a missão de eliminar os riscos e
23

acidentes ocupacionais, considerando o


ponto de vista do trabalhador.
Visando garantir a saúde e segurança dos
trabalhadores, esta norma indica os tipos de
EPI’s que as empresas devem
NR 6 – Equipamento de Proteção obrigatoriamente fornecer aos funcionários,
Individual - EPI em perfeito estado de conservação e
funcionamento, bem como a discriminação
dos equipamentos adequados para cada
situação de risco.
O principal propósito desta norma é a
promoção e preservação da saúde dos
NR 7 – Programa de Controle Médico
empregados. Estabelece como obrigatório a
e Saúde Ocupacional
implementação do PCMSO. Sua mais recente
atualização foi publicada em 2020.
Esta norma determina requisitos mínimos que
as edificações devem obedecer, com a
NR 8 - Edificações
finalidade de promover conforto e segurança
aos trabalhadores.
Determina condições para a exposição a
riscos biológicos, físicos e químicos, bem
como a obrigatoriedade da elaboração do
PPRA, por parte dos empregadores. Em sua
NR 9 – Programa de Prevenção de
última atualização, publicada em 2020, a
Riscos
norma teve seu nome alterado para
“Avaliação e Controle das Exposições
Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e
Biológicos”.
Estabelece as exigências mínimas, que
NR 10 – Segurança em Instalações e possam garantir a segurança dos
Serviços em Eletricidade empregados em quaisquer serviços de
instalações elétricas, abrangendo desde a
24

fase de projeto até expansão de redes


preexistentes.
A aplicação desta norma, envolve as etapas
de transporte, movimentação, armazenagem
NR 11 – Transporte, Movimentação,
e manuseio de materiais, sejam elas
Armazenagem e Manuseio de
realizadas de forma manual ou mecânica, por
Materiais
meio de implementações, de segurança,
visando a prevenção de acidentes laborais.
Regulamenta medidas preventivas para
empresas, sobre a utilização de maquinário e
NR 12 – Segurança no Trabalho em
equipamentos, do início ao fim da obra, de
Máquinas e Equipamento
forma a garantir a segurança do ambiente de
trabalho.
Determina diretrizes de instalação, manuseio
NR 13 – Caldeiras, Vasos de
e manutenção de caldeiras, vasos de
Pressão, Tubulações e Tanques
pressão, tubulações e tanques metálicos de
Metálicos de Armazenamento
armazenamento.
Estabelece especificações sobre a
NR 14 - Fornos instalação, funcionamento, reparos e
construção de fornos industriais.
Esta norma caracteriza circunstâncias
consideradas insalubres, presentes no
NR 15 – Atividades e Operações ambiente de trabalho. Definindo quais os
Insalubres limites toleráveis de exposição dos
trabalhadores, diante de atividades
prejudiciais à saúde.
Traz orientações acerca de procedimentos
para pagamento de adicional de
NR 16 – Atividades e Operações periculosidade, e anexos que listam
Perigosas pontualmente atividades e operações
consideradas perigosas ao trabalhador.
Nesse sentido, indica métodos preventivos
25

para diferentes atividades, as quais são


caracterizadas legalmente como perigosas.
Estabelece padrões que proporcionam ao
trabalhador uma facilidade de adaptação das
condições de trabalho ao perfil individual
NR 17 - Ergonomia
deste, se atentando sempre para o máximo
de proteção e conforto e bom desempenho a
esse trabalhador.
Determina diretrizes de cunho administrativo,
planejamento e organização, que tem por
NR 18 – Condições e Meio Ambiente
objetivo implementar medidas de controle e
de Trabalho na Indústria da
sistemas de prevenção de segurança no
Construção
ambiente de trabalho, no setor da
Construção.
É composta por medidas de proteção para o
processo de fabricação, armazenamento e
transporte de explosivos de uma forma geral,
NR 19 - Explosivos
bem como determinação de medidas de
proteção para atividades voltadas ao uso de
fogos de artifício.
Regulamenta a execução serviços com
NR 20 – Segurança e Saúde no produtos inflamáveis e combustíveis, desde o
Trabalho com Inflamáveis e armazenamento até o manuseio destes
Combustíveis produtos, a fim de preservar a saúde do
trabalhador.
Determina a obrigatoriedade de abrigos
capazes de proteger o trabalhador que atua a
NR 21 – Trabalhos a Céu Aberto
céu aberto. Alojamentos e condições
sanitárias são determinações dessa norma.
Tem como finalidade regular preceitos que
NR 22 – Segurança e Saúde devem ser examinados no ambiente de
Ocupacional na Mineração trabalho de forma que o planejamento e o
desenvolvimento da atividade mineradora
26

estejam em consonância, sempre em busca


da segurança e da saúde dos trabalhadores.
A redação original determinava disposições
relacionadas à proteção contra incêndio, bem
como equipamentos no combate ao fogo.
Após algumas alterações, ficaram
estabelecidas algumas obrigatoriedades,
NR 23 – Proteção contra Incêndios como: atualização de extintores de incêndio
aprovados pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(INMETRO), e o cumprimento de legislações
estaduais relativas a medidas de prevenção a
incêndio.
Foi criada com objetivo de estabelecer
condições mínimas de conforto e higiene
adaptadas de acordo com o número de
NR 24 – Condições Sanitárias e de trabalhadores. Determina como as
Conforto nos Locais de Trabalho instalações sanitárias devem estar
adaptadas, bem como todas as
acomodações, tais como: refeitório, cozinha,
vestiário, lavatório, entre outros.
Essa norma conceitua quais são as
substâncias consideradas como resíduos
industriais, e ainda determina a
obrigatoriedade das empresas em buscar
estratégias por meio de práticas
NR 25 – Resíduos Industriais
organizacionais e tecnológicas, que reduzam
a produção desses resíduos. Além disso,
determina cuidados e capacitação dos
trabalhadores envolvidos com substâncias
desse viés.
Estabelece o uso de determinadas cores que
NR 26 – Sinalização de Segurança
devem ser utilizadas nos locais de trabalho, a
27

fim de indicar e advertir a presença dos riscos


existentes, bem como a obrigatoriedade da
classificação dos produtos químicos
conforme o Sistema Globalmente
Harmonizado (SGH).
Foi originalmente criada no ano 1978, com o
objetivo de determinar procedimentos
relacionados ao registro profissional do
Técnico de Segurança do Trabalho. Sofreu
NR 27 – Registro Profissional do
algumas alterações e em 2008 foi revogada,
Técnico de Segurança do Trabalho
transferindo as atribuições de competência
(Revogada)
desse registro, da Secretaria de Inspeção do
Trabalho (SIT), para o Setor de Identificação
e Registro Profissional das unidades
descentralizadas do MTE.
Foi criada com o objetivo de determinar
procedimentos de fiscalização relacionada ao
cumprimento das obrigatoriedades acerca da
NR 28 – Fiscalização e Penalidades
saúde e segurança do trabalhador, e ainda a
aplicabilidade de sanções aplicadas em caso
de descumprimento da norma.
Regula a proteção obrigatória para evitar
acidentes e ainda doenças profissionais,
NR 29 – Segurança e Saúde no promovendo ações que atendam aos
Trabalho Portuário primeiros socorros aos acidentados, criando
ainda estratégias de saúde e segurança aos
trabalhadores portuários.
Essa norma foi criada para suprir uma lacuna
legislativa acerca da saúde e segurança do
NR 30 – Segurança e Saúde no trabalhador aquaviário. Esta norma se aplica
Trabalho Aquaviário aos trabalhadores de embarcações
comerciais de bandeira nacional, utilizadas no
transporte de mercadorias e passageiros.
28

Determina as obrigações e os direitos de cada


trabalhador da embarcação.
Tem como objetivo determinar regras a serem
seguidas na organização e no ambiente de
NR 31 – Segurança e Saúde no
trabalho relacionado a quaisquer atividades
Trabalho na Agricultura, Pecuária,
da agricultura, pecuária, silvicultura,
Silvicultura, Exploração Florestal e
exploração florestal, e aquicultura,
Aquicultura
promovendo ações que resultem na saúde e
segurança desses trabalhadores.
Tem o objetivo de implantar medidas ligadas
à proteção bem como a saúde e segurança
NR 32 – Segurança e Saúde no dos trabalhadores da área da saúde de uma
Trabalho em Serviços de Saúde forma geral, considerando a exposição
desses trabalhadores a Riscos e Agentes
Biológicos.
Determina exigências mínimas para a
identificação, reconhecimento, avaliação,
NR 33 - Segurança e Saúde nos monitoramento e controle de riscos, com
Trabalhos em Espaços Confinados garantir a saúde e segurança dos
trabalhadores diretos ou indiretos, de
espaços confinados.
Estabelece requisitos mínimos e medidas de
NR 34 – Condições e Meio Ambiente
proteção ao trabalhador da indústria de
de Trabalho na Indústria da
construção, reparação e desmonte naval. São
Construção, Reparação e Desmonte
elas: navios, barcos, lanchas, plataformas
Naval
fixas ou flutuantes, entre outras.
Determina critérios mínimos e medidas de
proteção ao trabalhador que exerça atividade
em altura superior a 2 metros do nível inferior,
NR 35 – Trabalho em Altura
onde haja risco de queda. Estabelece ações
que promovam estratégias para garantir a
saúde e segurança desses profissionais.
29

Estabelece regras mínimas para avaliar,


controlar e monitorar riscos existentes nas
NR 36 – Segurança e Saúde no
atividades da indústria de abate e
Trabalho em empresas de Abate e
processamento de carnes e derivados,
Processamento de Carnes e
destinados ao consumo humano. Seu
Derivados
objetivo é garantir a saúde e segurança na
qualidade desse trabalhador.
Determina regras mínimas de saúde,
segurança e condições de vivência no
trabalho a bordo de plataformas de petróleo
em operação nas Águas Jurisdicionais
NR 37 – Segurança e Saúde em
Brasileiras (AJB). Prevê ainda
Plataformas de Petróleo
obrigatoriedade das empresas com relação
ao cumprimento de disposições legais no que
diz respeito à segurança e saúde desse
trabalhador.
Fonte: Adaptado pela autora com base dos dados da ENIT.

Conforme disposto no quadro anterior, percebe-se que as normas


regulamentadoras existentes, abrangem as mais diversas áreas. No que diz respeito
à indústria da construção, a principal norma norteadora é a NR 18, que por sua vez
relaciona-se diretamente com outras normas, como por exemplo a NR 1, a NR 7 e a
NR 9, que serão aprofundadas no decorrer deste trabalho.

2.2.2 NR 1 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais

A Norma Regulamentadora 1 – Disposições Gerais, foi publicada pela Portaria


nº 3.214 de 8 de junho de 1978. Esta norma sofreu seis atualizações, sendo a mais
recente publicada pela Portaria nº 6.730 de 09 de março de 2020, passando a se
denominar “Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais”. A NR 1,
tem por objetivo:

Estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as


definições comuns às Normas Regulamentadoras – NR relativas à segurança
e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de
30

riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no


Trabalho – SST (BRASIL, 2020, p.1).

O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), trata-se de um conjunto de


processos, que devem ser implantados pelas empresas, cuja finalidade é identificar
os perigos, avaliar e controlar os riscos do ambiente de trabalho (LUCIANO et al,
2020). Conforme estabelecido pela versão atualizada da NR 1, o GRO deve constituir
um Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.
De acordo com o item 1.5.7.1 da NR-1, o PGR precisa conter no mínimo dois
documentos: o inventário de riscos e o plano de ação, a serem elaborados sob a
responsabilidade da organização e disponibilizados aos trabalhadores. O inventário
de riscos deverá contemplar a descrição do ambiente de trabalho, a atividade a ser
exercida, os perigos que foram identificados, as fontes geradoras dos perigos, bem
como quais os efeitos que irão causar ao trabalhador. E o plano de ação consiste no
planejamento das medidas de prevenção a ser implantadas, bem como estabelecer
prazos para que estas medidas sejam introduzidas, e por fim seja realizada a
avaliação dos resultados.

2.2.3 NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Esta norma foi inicialmente publicada pela Portaria nº 3.214 de 8 de junho de


1978 e tem como objetivo principal, promover a proteção e preservação da saúde dos
trabalhadores. Estabelece diretrizes e condições para implantação do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com base na avaliação de riscos
provenientes do PGR da empresa. Além disso, determina que o PCMSO deve ser
implementado sem custo para os funcionários, sob responsabilidade dos
empregadores. Conforme a atualização da norma, publicada em março de 2020, não
é mais considerado obrigatória a elaboração do PCMSO por organizações
caracterizadas como: Microempreendedores Individuais (MEI), Microempresas (ME)
e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Segundo o item 7.3.2.1 da Norma Regulamentadora 7, o PCMSO deve incluir
ações de:

a) Vigilância passiva da saúde ocupacional, a partir de informações sobre


a demanda espontânea de empregados que procurem serviços médicos; b)
vigilância ativa da saúde ocupacional, por meio de exames médicos dirigidos
31

que incluam, além dos exames previstos nesta NR, a coleta de dados sobre
sinais e sintomas de agravos à saúde relacionados aos riscos ocupacionais
(BRASIL, 2020, p. 2).

A NR-7, determina que o PCMSO deve obrigatoriamente incluir a realização de


exames médicos em determinados momentos. O primeiro deles é antes de iniciar as
atividades na empresa. Essa norma determina que o funcionário deva realizar o
exame admissional, para avaliar a sua saúde, bem como verificar se está apto a
exercer sua função. Durante a permanência na empresa, o empregado deve realizar
exames periódicos, (a cada dois anos), a fim de evitar o surgimento de doenças
ocupacionais. Em situações específicas, esses exames devem ser realizados
anualmente, nos casos em que o empregado permaneça sob exposição a riscos
ocupacionais identificados pelo PGR e nos casos de portadores de doenças crônicas,
por se tratar de indivíduos mais suscetíveis a estes riscos. Em caso de afastamento
(prazo superior a trinta dias) por atestado médico, se faz necessária a realização de
exames, antes de retomar suas atividades laborais. Este exame irá determinar se há
ou não a necessidade de retorno gradativo. Antes de toda mudança de função dentro
da empresa, é preciso avaliar o surgimento de novos riscos, por esta razão a norma
determina a realização do exame de mudança de risco ocupacional. Ao se desligar da
empresa, o funcionário deverá realizar o exame demissional, (em até dez dias a partir
do término do contrato) como forma de certificação legal de segurança para ambas as
partes, de que a atividade laboral exercida não ocasionou nenhum ônus à saúde do
trabalhador.

2.2.4 NR 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes


Físicos, Químicos e Biológicos

A partir da publicação da NR 9, pela Portaria 3.214/78, foi estabelecido para


todas as empresas, a obrigatoriedade da implementação do Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais (PPRA). Seu objetivo é prevenir e controlar os riscos no
ambiente de trabalho. A norma regulamentadora 9, caracteriza como riscos
ambientais quaisquer agentes físicos, químicos e biológicos que possam provocar
danos à saúde do funcionário, em razão de sua natureza ou pela exposição excessiva
a estes agentes. Como agentes físicos podemos citar vibrações, altas temperaturas,
radiações, ruídos e ultrassom. Quanto aos agentes químicos, são substâncias ou
32

produtos químicos, que em contato com a pele ou ingeridas por via oral ou respiratória,
são prejudiciais à saúde. Já os agentes biológicos são os fungos, bactérias, parasitas,
vírus, etc.
Com a publicação da Portaria nº 6.735 de 10 de março de 2020, a NR 9 teve
seu objetivo reformulado. Com isso, passou a estabelecer requisitos para a avaliação
das exposições dos funcionários a agentes físicos, químicos e biológicos, previamente
identificados pelo PGR.
Conforme item 9.3.1 da Norma Regulamentadora 9 (2020), o processo de
identificação dos perigos existentes no ambiente de trabalho deverá considerar a
descrição das atividades; a identificação dos agentes de risco, bem como as formas
aos quais os trabalhadores serão expostos a estes riscos; as possíveis lesões ou
agravos à saúde que tenham relação às exposições identificadas; os fatores
determinantes da exposição; medidas de prevenção já existentes; e identificação dos
grupos de trabalhadores expostos.
As informações coletadas por meio das avaliações das exposições
ocupacionais, devem ser incluídas no inventário de riscos do PGR. Deverão ser
adotadas medidas para eliminar ou controlar as exposições, seguindo os critérios
estabelecidos na NR 9 (ZIMMERMANN; LENNERT, 2020).

2.3 NR 18 – CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA


CONSTRUÇÃO

No capítulo 2.3, será aprofundado os conceitos fundamentais para o


desenvolvimento deste trabalho, por meio de comentários acerca dos itens da referida
norma, e seguidos de um quadro comparativo das principais mudanças presentes no
novo texto.
O contínuo desenvolvimento econômico do país, impulsionado pelo
capitalismo, é um fator importante para o surgimento de novas tecnologias. Por outro
lado, esse fato não contribui para a diminuição do número de acidentes ocupacionais.
Segundo Fonseca (2007), embora as novas tecnologias utilizadas na indústria da
construção civil, sejam imprescindíveis para o aumento da produtividade e qualidade,
elas estão diretamente ligadas às ocorrências de acidentes laborais.
Os altos índices de acidentes de trabalho, afetam negativamente a imagem das
empresas. Nesse cenário, a saúde e segurança do trabalho ganha cada vez mais
33

força, devido ao grande investimento nessa área por parte das organizações, como
forma de minimizar esses índices (ISIDORO, 2020). Diante disso, pode-se concluir
que a criação das legislações trabalhistas foi fundamental para atingir esse objetivo.
A legislação brasileira relacionada à segurança do trabalho, deu um grande
salto de qualidade a partir da introdução das normas regulamentadoras do MTE,
publicadas pela Portaria nº 3.214 de 1978 (ROCHA et al, 2010). Segundo Quesado
Filho et al (2020, p. 27330), as NR’s “estabelecem os requisitos técnicos e legais sobre
os aspectos mínimos de Segurança e Saúde do Trabalhador”.
À indústria da construção civil, pode-se aplicar todas as normas
regulamentadoras existentes. Contudo, foi publicada uma norma específica para esse
setor: a NR 18, originalmente denominada “Obras de Construção, Demolição e
Reparos” que trata de diretrizes com o intuito de evitar os acidentes especificamente
na área da construção civil (QUESADO FILHO et al, 2020). O objetivo dessa norma é
determinar processos de planejamento, organizacionais e administrativos, para
implantação de medidas de segurança relacionadas às atividades inerentes à essa
área (MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2001).
Com a atualização, publicada pela Portaria nº 04, de 04 de julho de 1995, a NR-
18 teve seu nome alterado para “Condições e Meio Ambiente de Trabalho da Indústria
da Construção Civil”. Conforme Lima Júnior (1995), algumas das alterações presentes
nessa portaria, foram consideradas inovadoras no que diz respeito à saúde e
segurança do trabalhador. Como por exemplo, a criação do Programa de Condições
e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), cuja finalidade é
promover a segurança, por meio de implementação de medidas preventivas
específicas para o setor da construção civil.
O cumprimento dessa norma pode ocasionar a diminuição dos acidentes de
trabalho do país. Segundo Hallan (2020), isso se dá pelo fato de que a indústria da
construção é um dos setores que mais colocam em risco à saúde e segurança dos
trabalhadores. E estatisticamente, é uma das áreas que mais possuem óbitos
causados por acidentes laborais (ZIMMERMANN et al, 2020). Com base nos dados
supracitados, pode-se ressaltar a importância do cumprimento das NR’s, como forma
de prevenção de acidentes laborais.
A partir da sua primeira publicação, em 1978, a NR-18 já passou por 24 (vinte
e quatro) atualizações, sendo a mais recente publicada pela portaria nº 3.733, de 10
34

de fevereiro de 2020. A partir dessa atualização a norma passou a se denominar “NR


18 - Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Industria da Construção Civil”.
Conforme a cartilha Nova Norma Regulamentadora NR-18 para a Indústria da
Construção, documento que reúne as principais alterações trazidas na nova redação
da referida norma, produzida pelo Ministério da Economia, em parceria com a
Fundacentro, o Serviço Social da Indústria (SESI), a CBIC e a Obra Certa, após um
longo processo de revisão, a nova redação da NR-18 possui um texto mais “enxuto,
desburocratizado, com regras mais claras e objetivas, de fácil consulta e
entendimento, mantendo os princípios de segurança a serem adotados nos processos
construtivos para a prevenção de acidentes de trabalho” (2020, p.2).
O campo de aplicação dessa Norma, abrange as atividades da construção
dispostas na seção “F” do Código Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), bem
como atividades de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em
geral e obras de urbanização (BRASIL, 2020).
No que diz respeito à responsabilidade da organização, é dever da mesma
impedir a entrada ou a permanência de colaboradores em canteiros de obras, que não
estejam respaldados pelas medidas previstas na NR-18. E realizar a Comunicação
Prévia de Obras, em sistema informatizado da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho
(SIT), antes de iniciar as atividades, conforme previsto na legislação em vigor
(BRASIL, 2020).

2.3.1 Programa de Gerenciamento de Riscos

Em sua nova redação, um dos principais destaques da NR-18 é a


obrigatoriedade da elaboração e aplicação do Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR), que deverá apresentar dados sobre os riscos ocupacionais existentes em cada
canteiro de obras, bem como suas respectivas medidas preventivas. A implementação
do PGR é de responsabilidade da organização. Quanto à sua elaboração, a norma
trata de duas situações: No geral, o PGR deve ser elaborado por um profissional
legalmente habilitado, devidamente registrado no conselho em segurança do trabalho.
No entanto, se os canteiros de obras tiverem até 7 metros de altura e número máximo
de 10 funcionários, o PGR pode ser realizado por profissional qualificado em
segurança do trabalho (BRASIL, 2020).
35

O Programa de Gerenciamento de Riscos tem suas diretrizes estabelecidas


pela NR-01, além disso conforme disposto no item 18.4.3 da NR-18, deve conter os
seguintes documentos, elaborados por profissionais legalmente habilitados: projeto
da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho (conforme o
item 18.5 da norma); projeto elétrico das instalações temporárias; projetos dos
sistemas de proteção coletiva; projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra
Quedas quando houver necessidade; bem como a relação dos EPI’s e suas
respectivas especificações técnicas, de acordo com os riscos ocupacionais existentes
(BRASIL, 2020).
Conforme o avanço de cada etapa da execução da obra, o PGR deve ser
atualizado. É dever das empresas contratadas a elaboração do inventário de riscos
ocupacionais específicos de suas atividades, bem como fornecê-lo ao contratante,
para que essas informações sejam consideradas no PGR do canteiro de obras.
Segundo o item 18.4.6 da NR-18, são permitidas às empresas do ramo da
construção, a adoção de métodos alternativos relacionados às medidas de proteção
coletiva, de técnicas de trabalho (dispostas nessa norma), bem como o uso de
equipamentos, tecnologias e outros dispositivos desde que: estes proporcionem o
desenvolvimento tecnológico, sem afetar a saúde, segurança e condições de higiene
dos colaboradores; visem a implantação de medidas de controle e prevenção para as
atividades a serem exercidas no setor da construção; e que proporcionem a realização
das tarefas e atividades de forma a garantir a saúde e segurança dos indivíduos
(BRASIL, 2020).
Caso a organização opte por adotar essas medidas alternativas, as tarefas a
serem executadas devem estar totalmente previstas em procedimentos de segurança
do trabalho, contendo a relação dos riscos ocupacionais aos quais estarão expostos
os colaboradores; a descrição dos equipamentos que serão utilizados e as respectivas
medidas de proteção coletivas a serem implantadas durante o uso desses
equipamentos; a especificação dos EPI’s necessários, bem como o modo de uso e a
identificação dos procedimentos relacionados aos Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPC) e EPI, de acordo com cada etapa a ser realizada; e a descrição das
medidas preventivas inerentes à execução das atividades, bem como outras medidas
previstas e elaboradas por profissional legalmente habilitado em segurança do
trabalho (BRASIL, 2020).
36

Só poderão ser iniciadas as atividades inerentes às medidas alternativas


adotadas, mediante a autorização especial que envolva, treinamentos, ferramentas,
materiais, e outros dispositivos que certifiquem a segurança na execução das
atividades. Os documentos do PGR deverão sempre estar acessíveis no ambiente
laboral, de forma a facilitar a consulta das especificações técnicas neles contidos
(COIMBRA, 2020).

2.3.2 Áreas de Vivência

Silva et al (2020) definem área de vivência como o espaço destinado a


proporcionar suporte para as atividades exercidas em um canteiro de obras. De
acordo com a norma, as áreas de vivências devem ser desenvolvidas de modo a
fornecer aos colaboradores mínimas condições de segurança, conforto, privacidade e
higiene. Devem compor obrigatoriamente as seguintes instalações: instalação
sanitária, vestiário, local para refeição e alojamento, se houver funcionário alojado.
A norma estabelece que as instalações da área de vivência, deverão atender
(dentro do cabível) às determinações presentes na NR 24 - Condições Sanitárias e de
Conforto nos Locais de Trabalho.
A instalação sanitária deve conter 1 (um) conjunto de lavatório, bacia sanitária
sifonada e mictório para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, e 1 (um) chuveiro
para cada grupo 10 trabalhadores ou fração.
Se o caso exigir a instalação de alojamento, seja no canteiro de obras ou fora
dele, é obrigatório que esse contenha:
 Cozinha, quando houver preparo de refeições;
 Local para refeição;
 Instalação sanitária;
 Lavanderia, equipada adequadamente de forma que o trabalhador consiga
higienizar e passar suas roupas;
 Área de lazer, podendo ser utilizado o mesmo local de refeição;
A norma estabelece algumas exigências gerais no que diz respeito às áreas de
vivência:
 O deslocamento do trabalhador, do seu posto de trabalho até as instalações
sanitárias, não pode ultrapassar de 150 metros;
37

 Fornecimento de água potável, tanto no canteiro de obras quanto nos


alojamentos, por meio de bebedouro ou equivalente. A proporção para esse
item é de 1 para cada 25 colaboradores ou fração, sendo proibido o uso de
copos coletivos. O deslocamento do trabalhador, do posto de trabalho até a
fonte de água potável, não pode ser maior que 100 metros no plano horizontal
e 15 metros no plano vertical;
 Para o atendimento das exigências supracitadas, é permitida a utilização de
convênios formais com estabelecimentos próximos ao canteiro de obras, desde
que seja garantida a segurança e higiene dos trabalhadores. Caso seja
necessário, deve-se também proporcionar aos colaboradores o transporte a
esses estabelecimentos.

2.3.3 Instalações elétricas

No item 18.6.1 da NR 18, é estabelecido que a execução de instalações


elétricas (temporárias e definitivas), devem atender às disposições contidas na NR 10
- Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Essas instalações devem ser
efetuadas de acordo com projeto elétrico elaborado por profissional legalmente
habilitado e realizadas somente por colaboradores autorizados conforme
determinações da norma (BRASIL, 2020).
A norma pontua alguns critérios, aos quais os condutores elétricos devem
atender: Sua disposição deve ser realizada de modo que não atrapalhe a circulação
de pessoas e materiais; os condutores devem receber proteção contra impactos
mecânicos, umidade entre outras intempéries que possam danificar a isolação; A
isolação deve atender às normas técnicas em vigor no território nacional; quando os
condutores possuírem a finalidade de alimentar máquinas e equipamentos elétricos
(portáteis ou móveis), devem dispor de isolação dupla ou reforçada (BRASIL, 2020).
Conforme item 18.6.7 da norma, as instalações elétricas, precisam ter um
sistema de aterramento elétrico de proteção. O profissional legalmente habilitado,
deverá realizar inspeções e medições elétricas periodicamente, bem como emitir
laudos a partir dos dados coletados (BRASIL, 2020). Outra determinação, é a
obrigatoriedade do uso de dispositivo Diferencial Residual (DR) como forma de
aumentar a segurança. A principal função do DR é proteger pessoas e animais contra
os impactos provenientes de descargas elétricas (COSTA et al, 2018).
38

Quanto aos quadros de distribuição das instalações elétricas, a norma


especifica que estes devem ser compostos de materiais, que possuam resistência
térmica suficiente para suportar o calor emitido pelos componentes das instalações.
Seu dimensionamento deve considerar a carga necessária para a instalação dos
componentes do sistema. Sua instalação deve ser executada de modo que tenha
espaço suficiente para a utilização e manutenção do sistema, garantindo total acesso
ao quadro de distribuição. Devem ser identificados os circuitos, e os riscos de choque
elétrico, de acordo com a classe de proteção exigida. Além disso, deve proteger as
partes vivas do sistema, de forma a proteger colaboradores não autorizados (BRASIL,
2020). Conforme Prysmian (2010), a parte viva de uma instalação trata-se da parte
que conduz eletricidade, e que possui diferença de potencial em relação a terra.
Os circuitos elétricos são comandados pelos dispositivos de manobra, que são
utilizados para ligar e desligar a corrente elétrica, como por exemplo o interruptor ou
o disjuntor (PORTAL ELETRICISTA, 2015). De acordo com a norma, esses
dispositivos devem ser compatíveis com os circuitos elétricos que irão operar, estar
devidamente identificados, e ter os requisitos necessários para instalação de bloqueio
e impedimento da ligação do circuito (COIMBRA, 2020). Precisam ser instalados
dispositivos independentes, em cada ramal ou circuito utilizado para ligar
equipamentos elétricos, de modo a facilitar seu acionamento e ainda garantir a
segurança.
No canteiro de obras, devem ser tomadas medidas de prevenção estabelecidas
pela NR-18:
 A fim de evitar que os colaboradores sejam atingidos por raios, deve-se instalar
um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), conforme
especificações das normas técnicas em vigor.
 Só serão permitidas atividades próximas a redes energizadas, caso o local
esteja devidamente protegido conforme estabelecido na norma.
 Em caso de possíveis acúmulos de energia estática, em atividades que
envolvam montagens de estruturas metálicas, é necessário a realização de
aterramento da estrutura desde o início do procedimento.

2.3.4 Etapas de Obra


39

A NR-18 estabelece diretrizes que regulamentam diversas etapas da obra,


sendo a primeira delas a demolição. Para essa etapa, é exigido ao profissional
legalmente habilitado, a elaboração e implantação de um Plano de Demolição,
contendo todos os riscos ocupacionais de cada etapa do processo, bem como as
respectivas medidas preventivas, com o objetivo de proteger a integridade física dos
colaboradores (BRASIL, 2020). Para o Plano de Demolição deve-se avaliar:
 As linhas de abastecimento de energia elétrica, água, dutos de esgotos, dutos
pluviais, substâncias inflamáveis (líquidas, gasosas), produtos tóxicos, entre
outros;
 As construções existentes nos limites da obra;
 O gerenciamento dos resíduos (materiais e entulhos);
 A Circulação de pessoas e veículos;
 Áreas destinadas a evacuação em caso de emergências;
A próxima etapa que a norma aborda, é a de escavação, fundação e
desmanche de rochas, que deve ser previamente projetada e supervisionada por
profissional legalmente habilitado. Devem ser consideradas no projeto, a
característica do solo, as cargas atuantes, os riscos e as medidas de prevenção dos
mesmos. Conforme o item 18.7.2.2, os locais de escavação devem sinalizar os riscos
existentes, bem como possuir isolamento de todo seu perímetro, para controle do
tráfego de pessoas e veículos (BRASIL, 2020).
Escavações de profundidade maior a 1,25 metros, só podem ser executadas
mediante a autorização prévia do profissional legalmente habilitado. Ademais, devem
ser instalados escoramentos ou taludes (que deverão ser inspecionados diariamente),
e dispor de rampas ou escadas, para garantir a passagem rápida dos colaboradores,
em casos de emergência. De acordo com o item 18.7.2.7, nas margens da escavação,
é obrigatório preservar no mínimo 1 metro de faixa de proteção, livre de cargas, como
medidas de segurança (BRASIL, 2020).
É necessário realizar o monitoramento das edificações adjacentes à obra, afim
de evitar que sejam comprometidas pela escavação. Além disso, deverão ser
construídas passarelas, caso transitem pessoas no local (COIMBRA, 2020).
No que diz respeito a fundação, a NR-18 determina que, caso seja utilizado o
bate-estacas, as especificações dos cabos de sustentação do pilão, como o
comprimento mínimo em torno do tambor, devem ser definidas pelo fabricante ou o
40

profissional legalmente habilitado. Ademais, quando não estiver sendo utilizado, o


pilão deve ser mantido em repouso sobre o solo ou no fim da guia do seu curso
(BRASIL, 2020).
Ainda sobre fundações, para profundidades superiores a 15 metros, a norma
proíbe a utilização do sistema de tubulão escavado manualmente. Além disso,
estabelece como critérios de utilização para este método: A elaboração de plano de
resgate e remoção antes do início do procedimento; que os tubulões possuam
diâmetro mínimo de 90 centímetros; quando utilizados para profundidades maiores
que 3 metros, é necessário a realização do estudo das características do solo antes
de iniciar o processo; e a obrigatoriedade de encamisar toda extensão do tubulão
(BRASIL, 2020).
Antes de escavações manuais de tubulões em locais próximos à água, deve
ser efetuada uma inspeção, com o objetivo de garantir a segurança dos colaboradores
contra desmoronamentos do solo. Essa atividade só poderá ser realizada por
profissionais devidamente capacitados conforme a NR 35 – Trabalho em Altura e NR
33 - Segurança e Saúde do Trabalho em Espaços Confinados e que tenham
atualizado os exames médicos de acordo com as diretrizes da NR 7 – Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional (BRASIL, 2020).
Ainda sobre o tubulão de escavação manual, a norma proíbe que os
trabalhadores executem a escavação ou a concretagem, simultaneamente em bases
alargadas em tubulões adjacentes, bem como a abertura simultânea de bases
tangentes (COIMBRA, 2020).
A NR-18 pontua alguns critérios sobre os materiais necessários para a
escavação manual do tubulão e sobre o equipamento responsável por descida e
içamento de trabalhadores. São eles:
 Possuir sistema de sarilho, projetado por profissional legalmente habilitado, em
conformidade com as especificações das normas técnicas nacionais vigentes;
 Deve dotar de um sistema de travas duplas de segurança, dispostas uma de
cada lado do sarilho, além de gancho com trava de segurança no fim da corda
do balde;
 Ter fibra sintética como material da corda a ser utilizada como cabo (conforme
especificações da norma);
41

 O comprimento da corda de sustentação do balde, deve ser considerado de


modo que, independentemente da posição de trabalho, haja no mínimo seis
voltas de corda sobre o tambor;
 Dispor de sistema de ventilação por dutos (por insuflação de ar), que captem o
ar, sem traços de poluição. Caso não seja possível, deve-se filtrar o ar;
 Respeitar a distância mínima (determinada pelo estudo do solo), para depósito
de materiais nos limites do tubulão;
 Para locais a céu aberto, é exigida a instalação de cobertura no local. Ademais,
a norma determina, a paralização imediata das atividades em caso de chuvas;
 Nos intervalos e términos do expediente, os poços devem ser devidamente
lacrados e sinalizados a fim de evitar quaisquer acidentes;
 A iluminação utilizada deve ser blindada e à prova de explosão.
O item 18.7.2.23, proíbe a utilização do sistema de fundação por tubulão com
pressão hiperbárica. Esse método, consiste na utilização de uma estrutura vertical,
que permite o trabalhador, a realização de atividades abaixo da superfície do solo,
sob condições de pressão hiperbárica (BRASIL, 2020). A pressão hiperbárica, ocorre
quando o indivíduo é submetido a pressões superiores a pressão atmosférica
(pressão considerada normal, exercida pela força gravitacional da Terra). A exposição
a essa diferença de pressão, pode ocasionar doenças aos trabalhadores
(WALDHELM NETO, 2016).
Outro assunto abordado pela norma regulamentadora 18, é a atividade de
desmonte de rochas, utilizando explosivos. Foi determinado, que o armazenamento,
manuseio e transporte dos explosivos, deve seguir às recomendações feitas pelo
fabricante, e pelos órgãos responsáveis. É obrigatório, a elaboração (por profissional
legalmente habilitado), de um Plano de Fogo para cada detonação a ser realizada,
analisando todos os riscos ocupacionais, e propondo respectivas medidas de
segurança. Nessa atividade, deve haver um responsável (também conhecido como
blaster), pelo preparo das cargas, por dar a ordem de fogo, e pelo gerenciamento dos
explosivos que não explodiram após a detonação. Antes da etapa de carregamento
dos furos, deve-se certificar que os mesmos não estão obstruídos. Após a verificação,
a inserção das cargas deve ser feita exatamente antes do momento da detonação.
Deve-se proteger a área de fogo, a fim de evitar que as partículas provenientes da
explosão, atinjam terceiros (BRASIL, 2020).
42

Sobre a etapa de carpintaria e armação, mais especificamente, sobre o local


de trabalho onde serão exercidas essas atividades, a norma determina que:
 Os pisos sejam feitos de materiais antiderrapantes, resistentes e que esteja
devidamente nivelado;
 A área deve ser coberta, a fim de proteger os trabalhadores de intempéries;
 A iluminação deve ser resistente aos impactos causados pela projeção de
partículas;
 Seja realizada limpeza diária do ambiente, removendo os resíduos
provenientes das atividades;
 A área de manipulação dos vergalhões deve ser isolada, para impedir o acesso
de pessoas não autorizadas;
 As pontas dos vergalhões devem ser protegidas, a fim de evitar acidentes.
 Quando for necessário içar os feixes de vergalhões (por meio de guindastes,
gruas ou guinchos), os mesmos devem estar amarrados de forma a evitar o
escorregamento do material.
 As armações de pilares, vigas e outras estruturas, precisam estar apoiadas e
escoradas, para não ocorrer tombamento. Ademais, é obrigatório colocar sobre
as armações, pranchas de material resistente, para a circulação segura dos
funcionários.
Com relação a estruturas de concreto, a norma determina que, um profissional
legalmente habilitado, elabore um projeto para as fôrmas e escoramentos,
especificando a ordem de remoção de cada escora. Durante as etapas de manuseio
das fôrmas, deve-se isolar e sinalizar toda a área adjacente, bem como tomar medidas
de proteção contra possíveis quedas de materiais (BRASIL, 2020).
Para a concretagem das formas, é necessária a supervisão de um trabalhador
capacitado, com o objetivo de realizar as seguintes atividades:
 Verificar o funcionamento dos equipamentos e sistemas de alimentação de
energia, bem como das peças e máquinas utilizadas para a etapa de
concretagem, conferir a resistência das fôrmas e supervisionar a montagem
das escoras (antes e durante a execução do serviço);
 Isolar e sinalizar a área onde será realizada a concretagem, permitindo o
acesso somente para a equipe responsável pelo serviço;
43

 Equipar as caçambas responsáveis pelo transporte do concreto, com


dispositivos de segurança, a fim de evitar que acidentalmente o material seja
descarregado.
 Estabelecer meios de comunicação (visuais ou sonoros), para sinalizar o início
e o fim da etapa de lançamento do concreto, quando o local não estiver no
campo de visão do operador da caçamba ou da bomba de concreto.
 Para procedimentos de protensão e desprotensão de tirantes, deve-se realizar
o isolamento e sinalização da área. Além disso, é obrigatório garantir que os
trabalhadores estejam a uma distância segura dos dispositivos de protensão.
O item 18.7.5 aborda sobre a utilização de estruturas metálicas. De acordo com
a norma, as etapas de montagem, desmontagem e manutenção de estruturas
metálicas deverão estar sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.
Durante essas etapas, o trabalhador deve estar equipado com suporte ou recipiente
adequado para o depósito de materiais e ferramentas que serão utilizados. O PGR da
obra, deve prever de que maneira os trabalhadores irão acessar a estrutura, durante
o processo de montagem, bem como a implementação de Sistemas de Proteção
Individual Contra Quedas – SPIQ (BRASIL, 2020).
Nas determinações sobre trabalho a quente, a NR-18 abrange atividades
geradoras de calor, centelhas ou até mesmo chamas, como por exemplo soldagem,
goivagem, esmerilhamento e corte de peças. Esses serviços, necessitam de
elaboração específica de análise de riscos quando a atividade for realizada em áreas
que não sejam adequadas para essa finalidade e que não foram isoladas previamente,
e/ou quando houver substâncias inflamáveis nas proximidades do local. Após
elaborada a análise de riscos, deve haver um funcionário responsável pela vigilância
da atividade de trabalho a quente, até a mesma ser concluída. Este funcionário deverá
estar devidamente capacitado de forma a prevenir e combater incêndios (BRASIL,
2020).
No que diz respeito aos locais onde serão realizados trabalhos a quente, bem
como as áreas próximas a esses locais, a norma traz as seguintes determinações:
 Devem estar limpos, secos e livres de quaisquer substâncias que ofereçam
risco de incêndios;
 Deve ser verificado se há atividades incompatíveis com o trabalho a quente,
antes da liberação do local escolhido.
44

 Instalar medidas de proteção contra fogo, respingos, faíscas, bem como


conservar o sistema de combate a incêndio próximo à área de trabalho e com
livre circulação.
Caso seja necessário a utilização de gases no trabalho a quente, devem ser
seguidas as seguintes recomendações:
 Seguir as orientações do fabricante para escolher adequadamente os gases
que serão utilizados, além de respeitar as determinações dispostas na Ficha
de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ).
 De acordo com o gás utilizado, empregar os reguladores de pressão e
manômetros adequados.
 Os acendedores, não poderão possuir reservatório de combustível, de forma
que sejam produzidas centelhas para acender o maçarico. Ademais, deve ser
impedido o contato de oxigênio de alta pressão com matérias orgânicas (óleos
e graxas).
Segundo a norma, se for necessário efetuar emendas na mangueira, é
permitida a utilização de conectores (conforme especificações do fabricante).
Contudo, é proibido inserir adaptadores entre o regulador de pressão e o cilindro. A
NR-18 exige que os cilindros de gás sejam mantidos em posição vertical desde a
etapa de transporte, com capacete rosqueado e devidamente fixados a fim de evitar
acidentes. Devem estar em local protegido de chamas, produtos inflamáveis e
circuitos elétricos. É proibida a permanência de cilindros de gases em ambientes
fechados, seja para sua utilização ou armazenagem. Além disso, deve-se adotar
medidas que proporcionem ao trabalhador, proteção contra riscos de explosão e
intoxicação em atividades as quais ocorrem emissão de gases, tais como soldagem e
corte a quente (BRASIL, 2020).
Outro serviço disposto na NR-18, é o de aquecimento, transporte e
impermeabilização de edificações, que devem ser executados conforme exigências
das normas técnicas em vigor. O reservatório utilizado para aquecer o
impermeabilizante, deve dispor de um medidor de temperatura, bem como tampa com
respiradouro de segurança, de informações sobre o fabricante e manual técnico de
operação. Devem ser instalados em locais devidamente limpos, nivelados, onde haja
ventilação (natural ou artificial) e ter seu perímetro isolado e sinalizado. Essas
recomendações também são válidas para os locais de armazenagem de produtos
utilizados para essa atividade (BRASIL, 2020).
45

Os cilindros de gás, utilizados nos sistemas de aquecimento de


impermeabilizantes, devem ter capacidade mínima de oito quilos (8 kg) e ser
instalados a uma distância mínima de três metros (3 m) do equipamento de
aquecimento. Cilindros com capacidade maior ou igual a quarenta e cinco quilos (45
kg) devem dispor de rodas a fim de facilitar seu transporte e manuseio (BRASIL,
2020). Também devem ser utilizados mangueiras flexíveis, com no mínimo cinco
metros (5 m) de comprimento. Ademais, devem ser realizadas inspeções constantes
no sistema de aquecimento, a fim de verificar a existência de vazamentos (COIMBRA,
2020).
Para a limpeza e manutenção do equipamento de aquecimento, deverão ser
seguidas as suas recomendações de fábrica, além de ser proibida a utilização de
aquecimento à lenha, bem como o transporte e manuseio do equipamento com a
tampa destravada (COIMBRA, 2020).
No item 18.7.8, inicia-se a abordagem acerca de telhados e coberturas. Para
serviços desse viés, que excedam dois metros (2 m) de altura e possuam risco de
queda, deve-se aplicar as diretrizes da NR-35 (Trabalho em altura), devendo dispor
de SPIQ – Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas, devidamente projetado e
instalado, a fim de proteger o trabalhador do risco de quedas (BRASIL, 2020). A NR-
18, proíbe a realização de atividades em telhados e/ou coberturas nos seguintes
casos:
 Em locais cujas superfícies possuam instabilidade (ou que não tenha
resistência estrutural).
 Sob a exposição de intempéries climáticas (chuva, ventania, etc).
 Sobre equipamentos geradores de gases (ou fornos), devendo ser desligado o
equipamento antes de dar início as atividades. Caso não seja possível o
desligamento, devem ser adotadas medidas de segurança.
 Concentração de cargas aplicadas em um único ponto do telhado ou cobertura,
salvo em casos autorizados previamente por profissionais legalmente
habilitados.
46

2.3.5 Escadas, rampas e passarelas

Conforme o item 18.8.1 da NR-18, é estabelecido como obrigatória a


“instalação de escada ou rampa para transposição de pisos com diferença de nível
superior a 0,4 m (quarenta centímetros) como meio de circulação de trabalhadores”
(BRASIL, 2020, p. 15).
O dimensionamento e a construção de escadas, rampas e passarelas devem
considerar as cargas as quais serão submetidas. Em vãos que possuem risco de
queda, quando houver necessidade de circulação de pessoas, é obrigatória a
instalação de passarelas (BRASIL, 2020). A norma estabelece ângulos de inclinação
específicos para os seguintes tipos de instalação:
 Rampas: ângulos menores que quinze graus (15º).
 Escadas móveis: ângulos entre cinquenta (50º) e setenta e cinco graus (75º)
ou conforme recomendações de fábrica.
 Escadas fixas tipo vertical: entre setenta e cinco (75º) e noventa graus (90º).
A norma define especificações sobre diversos tipos de escadas e rampas. Para
escadas fixas de uso coletivo:
 Seu dimensionamento deve considerar o fluxo de trabalhadores.
 Devem dispor de sistema de proteção contra quedas conforme normas técnicas
vigentes.
 Sua largura deve ter no mínimo 80 centímetros e altura entre os degraus de no
máximo 20 centímetros.
 A cada 2,90 m (dois metros e noventa centímetros) de altura, no máximo,
deverá ter um patamar intermediário, acompanhando as dimensões da escada.
 Deverá ter suas extremidades devidamente fixadas, bem como possuir piso
antiderrapante, forrado completamente.
Escadas fixas verticais:
 Deverá ser dimensionada de forma a suportar as cargas solicitantes. Possuir
largura entre 40 e 60 centímetros. Caso possua apenas um lance, a escada
deverá ter altura máxima de 10 metros. Se houver múltiplos lances, altura
máxima de 6 metros entre duas plataformas de descanso.
47

 O espaçamento dos degraus deverá atender o intervalo de 25 a 30 centímetros.


Já o espaçamento entre o piso e a primeira barra não pode ultrapassar 40
centímetros.
 A cada 3 metros deverá ser devidamente fixada na base e no topo (parte
superior). A escada deve estar posicionada a uma distância mínima de 15
centímetros com relação à estrutura a qual será fixada. Deverá dispor de
sistema de proteção contra quedas.
 Deverá conter corrimão com altura entre 1,1 a 1,2 metros, plataforma de
descanso de 60 cm x 60 cm, no mínimo. Além de dispor de lances em eixos
paralelos de no mínimo 70 centímetros.
 Em escadas com altura maior que 2 metros, é obrigatória a utilização de SPIQ.
Quanto a escadas portáteis, a norma estabelece:
 Se a escada for de madeira, deverão estar livres de farpas, emendas ou
imperfeições. Ao escolher o tipo de escada portátil a ser utilizado, deve-se
considerar as caraterísticas de cada tipo, bem como analisar se o uso é seguro
para o trabalhador.
 Ao selecionar a escada portátil, deve ser considerada a carga prevista no
projeto, de modo a suportar os esforços atuantes durante a utilização de
sistemas de proteção contra quedas, além de analisar as situações de resgate.
 Entre os degraus, deve haver o espaçamento uniforme de 25 centímetros a 30
centímetros, e o degraus devem possuir material antiderrapante. As escadas
devem ser apoiadas em piso resistente, além terem seus apoios fixados ou
munidos de dispositivos que impossibilitem seu escorregamento.
 O uso de escadas portáteis próximo a locais em que haja risco de queda de
objetos ou materiais (portas, vãos), somente é permitido quando forem
empregadas medidas de segurança. Além disso, a norma proíbe o uso desse
tipo de escadas, em estruturas desprovidas de resistência e próximas a redes
e equipamentos elétricos que ofereçam riscos aos trabalhadores.
 Apenas uma pessoa por vez pode utilizar a escada portátil, exceto em casos
em que o fabricante especifique o uso simultâneo.
Para escadas de mão (figura 1), a norma determina que possuam extensão
máxima de 7 metros, e que ultrapassem no mínimo 1 metro o piso superior. Além
disso, devem dispor de degraus fixados aos montantes, de forma a garantir sua
48

rigidez. Seu uso deve ser restringido a serviços pequenos. É proibida utilização de
escadas de mão que possuam apenas um montante (BRASIL, 2020).

Figura 1 – Escada de Mão

Fonte: MONTEIRO (2017)

Em caso de escadas duplas (portáteis), é estabelecido pela norma que elas


devem dispor de, no máximo, 6 metros de comprimento quando fechadas. Durante o
uso, é preciso certificar que a escada esteja devidamente estabilizada, além de seguir
as recomendações de operação do fabricante. A norma proíbe a utilização de escadas
duplas em casos de transposição de nível (BRASIL, 2020).
A NR-18 também trata de escadas portáteis extensíveis. Conforme Monteiro
(2017), estas escadas são compostas de duas seções e seu uso é voltado para
serviços de pequeno porte. A figura a seguir mostra sua estrutura.
49

Figura 2 – Escada Extensível

Fonte: MONTEIRO (2017).

Conforme disposto na NR-18, as escadas extensíveis devem ter sua estrutura


fixada de forma resistente em um ponto (no mínimo), preferivelmente no nível superior.
Sua base deve estar apoiada a uma distância entre um quinto (1/5) e um terço (1/3)
em relação à altura. Caso seja utilizada para acesso, a escada extensível deverá ser
posicionada de modo a ultrapassar 1 metro (no mínimo) o nível superior. Deve dispor
de dispositivo limitador de curso, que deve ser inserido no quarto vão, a partir da
catraca, ou seguir as especificações do fabricante. Caso não haja limitador de curso,
a escada deve possibilitar uma sobreposição mínima de 1 metro, quando estendida.
Se a escada possuir mais de 7 metros de comprimento, deve conter um sistema de
travamento, com o objetivo de manter sua estabilidade (BRASIL, 2020).
Quanto às rampas e passarelas, estas devem ser dimensionadas conforme seu
comprimento, considerando as cargas atuantes. Devem ter suas extremidades
fixadas, bem como possuir piso antiderrapante, completamente forrado. Ademais,
devem dispor de uma largura mínima de 80 centímetros, além de sistema de proteção
contra quedas em todo seu perímetro. Em casos de rampas com inclinação maior que
50

6 graus, é necessário fixar peças transversais com espaçamento máximo de 40


centímetros ou outro mecanismo para apoiar os pés (COIMBRA, 2020).

2.3.6 Medidas de proteção contra quedas de altura

O item 18.9 da norma regulamentadora 18, aborda sobre medidas de


prevenção contra queda de altura. "É obrigatória a instalação de proteção coletiva
onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais e objetos
no entorno da obra, projetada por profissional legalmente habilitado” (BRASIL, 2020,
p.19). Todas as aberturas existentes no piso e os vãos de acesso às caixas de
elevadores, devem possuir fechamento total provisório, feito de material resistente
(fixado ou travado na estrutura), mantendo a segurança dos trabalhadores contra
quedas. Ao redor da edificação, é obrigatório instalar uma proteção contra queda de
trabalhadores e projeção de materiais, a partir da concretagem da primeira laje. A
norma estabelece os seguintes critérios para essa proteção:
 Quando composta por materiais rígidos, em casos de fechamento total do vão,
deverão possuir, no mínimo, altura de 1 metro e 20 centímetros.
 Para sistemas de guarda-corpo e rodapé, deve dispor de travessão com altura
superior a 1,2 metro, resistência à carga horizontal de 90 quilogramas-força por
metro e a deflexão máxima não pode ultrapassar 76 milímetros. O travessão
intermediário deve ter 70 centímetros de altura e resistência à carga horizontal
de 66 quilogramas-força por metro.
 Para rodapés, deve ser utilizada a altura mínima de 15 centímetros junto a
superfície e resistência à carga horizontal de 22 quilogramas-força por metro.
 Os vãos entre as travessas devem ser preenchidos com tela ou outro
mecanismo que vede a abertura de forma segura.
Com relação a utilização de plataformas de proteção primária, secundária ou
terciária, a norma determina a necessidade de elaboração de projeto por profissional
habilitado, de forma que a estrutura resista a impactos de objetos, e permaneça
conservada e com sua estrutura estável (BRASIL, 2020).
Sobre o uso de redes de segurança, a norma estabelece que sua confecção e
instalação respeite as normas técnicas vigentes no território nacional. Deve ser
elaborado um projeto, que contemple as fases de montagem, ascensão e
desmontagem das redes de segurança, que devem conter malha uniforme por toda
51

sua superfície. Caso seja necessário realizar uma emenda, deve-se atentar às
características da rede original (resistência e durabilidade), pois não são permitidas
sobreposições de rede, ademais as emendas deverão ser efetuadas por profissional
capacitado e o procedimento deve ser supervisionado por profissional legalmente
habilitado. O sistema de redes deve ser inspecionado semanalmente, a fim de verificar
o estado dos elementos estruturais e dos pontos de fixação. Se a rede for utilizada
para proteção periférica, deve ser acompanhada de um sistema para impedir a queda
de objetos, que possua no mínimo 1,2 metros (BRASIL, 2020).

2.3.7 Máquinas, equipamentos e ferramentas

De acordo com o item 18.10.1.1 da norma, as máquinas e os equipamentos


devem respeitar as diretrizes estabelecidas pela NR 12 - Segurança no Trabalho em
Máquinas e Equipamentos. Caso sejam utilizadas máquinas ou equipamentos que
não estejam inseridas no campo de aplicação da NR 12, deverão ser executados
procedimentos de segurança específicos. Máquinas e equipamentos estacionários,
devem estar situados em locais cobertos, e devidamente iluminados. É obrigatório
instalar máquinas ou equipamentos de transporte vertical motorizado de materiais, em
obras com altura maior ou igual a 10 metros. Neste caso, deverá dispor de
mecanismos que evitem acidentes durante o transporte do material (BRASIL, 2020).
A NR-18, determina especificações de uso para inúmeros equipamentos.
Dentre eles, pode-se citar a serra circular, que por determinação da norma, deve ser
projetada por profissional legalmente habilitado, de modo a dispor de estrutura
metálica estável, coletor de serragem e mecanismo para regular a altura do disco de
corte que, por sua vez, deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído
caso apresente algum dano. Além disso, deve ser protegido por coifa, com o objetivo
de impedir que o disco seja projetado (BRASIL, 2020).
Conforme a Norma Regulamentadora 18 (BRASIL, 2020, p.53), é considerada
como autopropelida, a máquina que “se desloca por meio próprio de propulsão”. O
item 18.10.1.6, trata as seguintes medidas de segurança, no que diz respeito à
operação de máquinas autopropelidas:
 Antes de ligar o equipamento, é preciso verificar se há pessoas próximas ao
mesmo, com o objetivo de evitar acidentes. Além disso, antes do início da
52

operação, deve-se averiguar se as rodas estão devidamente travadas, bem


como implantar medidas extras para de terrenos irregulares ou com declive.
 As partes móveis do equipamento, que ofereçam riscos ao trabalhador, devem
ser devidamente protegidas com mecanismos protetores, com o intuito de
impedir que o operador entre em contato com as mesmas (as peças de
proteção só poderão ser retiradas para limpeza e manutenção, devendo ser
imediatamente recolocadas após esses procedimentos).
 Enquanto as máquinas estiverem em funcionamento, os operadores
responsáveis não podem se afastar das mesmas. Em casos, em que o campo
de visão do operador estiver obstruído por obstáculos, é obrigatória a presença
de um trabalhador capacitado para orientar o operador.
 O equipamento deve dispor de retrovisores, bem como de alarme sonoro
vinculado ao sistema de câmbio, quando for utilizada a marcha ré. Além disso,
não pode ser operado em situações cuja sua estabilidade esteja comprometida.
 Como forma de prevenir acidentes derivados do funcionamento acidental do
equipamento, devem ser adotadas medidas de segurança enquanto as
atividades estiverem paradas temporariamente. Ademais, devem ser tomadas
medidas preventivas, para casos em que houver superaquecimento dos pneus
e do sistema de frenagem (risco de explosões ou incêndios).
 A limpeza e a manutenção, devem ser realizadas somente com a máquina
desligada. Em casos de manutenção, é proibido manter as máquinas
sustentadas somente por cilindros hidráulicos.
 O abastecimento da máquina, bem como o esvaziamento ou enchimento de
pneus, deve ser executado em local adequado, por profissionais capacitados,
tomando as devidas medidas de segurança.
 Para içamentos de materiais e acessórios, deve-se previamente isolar a área,
bem como transportar as peças o mais próximo possível do chão. Em casos de
operações próximas a redes elétricas, devem ser utilizadas medidas especiais
de segurança.
 Máquinas de massa superior a 4.500 quilos, devem obrigatoriamente dispor de
cabine climatizada e dispositivos de proteção contra quedas e intempéries.
Para máquinas de massa menor ou igual a 4.500 quilos, são necessários os
mesmos requisitos supracitados, com exceção da cabine climatizada.
53

O próximo tipo de equipamento abordado pela norma, são os equipamentos de


guindar, que englobam: gruas (de grande e pequeno porte), guindastes, pórticos,
entre outros equipamentos semelhantes. A utilização desses equipamentos, deve
respeitar as recomendações do fabricante. Além disso, é necessária a elaboração de
um plano de carga (por um profissional legalmente habilitado) que deverá ser
considerado no PGR da obra (BRASIL, 2020). O plano de carga, deve contemplar as
seguintes informações:
 Dados técnicos do equipamento (tipo, modelo, ano de fabricação). Além de
dados do locador ou proprietário do equipamento, bem como do responsável
pela montagem, desmontagem e manutenção do equipamento, como por
exemplo a razão social, o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ),
entre outros.
 O endereço do local e por quanto tempo o equipamento será utilizado. Ainda,
dispor de planta baixa ou esboço que demonstre a área onde o equipamento
será empregado, indicando os principais locais para transporte de materiais
(descarregamento) e quaisquer empecilhos que houverem dentro e fora do
perímetro da obra.
 Todos os mecanismos e ferramentas auxiliares destinados ao içamento de
materiais (ganchos, roldanas, manilhas, entre outros), devem ser especificados
conforme cada etapa de execução da obra. Para áreas onde haja risco de
queda de materiais, é necessário apresentar medidas de segurança e
isolamento do local e suas proximidades.
 Para movimentação de peças de grande porte, devem ser planejadas técnicas
operacionais específicas, além de dispor de medidas preventivas adicionais,
caso haja outro equipamento de guindar no mesmo local.
No que diz respeito a gruas, a norma estabelece que deverão estar dispostas
informações sobre o equipamento, como sua altura inicial e final, o comprimento da
lança e sua capacidade de carga. É exigida a elaboração de uma análise de riscos
exclusiva para a movimentação de cargas. Quando a movimentação de cargas não
for rotineira, é preciso desenvolver uma análise de risco específica para a atividade,
acompanhada de uma permissão, autorizando a realização do trabalho. Se o
equipamento de guindar, for utilizado sobre uma base móvel, primeiramente deve-se
garantir que o equipamento esteja estável, bem como a superfície onde ele será
utilizado, seguindo as orientações do fabricante. Além de isolar e sinalizar o local
54

adequadamente, para garantir a segurança durante o uso do equipamento. Deve ser


instalado no equipamento, um sistema automatizado anticolisão, quando no mesmo
local, houver mais de um equipamento de guindar, a fim de evitar interferências de
movimentos (BRASIL, 2020).
O canteiro de obras, onde serão utilizados equipamentos de guindar, deve
dispor de uma série de documentações e itens de segurança exigidos pela NR-18:
 Plano de cargas, registros de manutenções preventivas e corretivas e de
inspeções realizadas no equipamento após sua instalação no canteiro de
obras, conforme diretrizes da NR-12.
 Comprovantes de capacitação do operador do equipamento, do
sinaleiro/amarrador de cargas e do funcionário responsável pela inspeção das
plataformas em balanço para recebimento de cargas.
 Projeto da passarela de acesso à torre da grua e de fixação do equipamento,
seja na edificação ou em estrutura independente. Além de laudo de
aterramento elétrico de acordo com as normas técnicas em vigor (elaborado
por profissional legalmente habilitado).
 O equipamento, deve possuir trava de segurança no gancho do moitão, um
limitador de carga máxima e de altura, bem como alarme sonoro a ser acionado
automaticamente no momento em que estes limitadores estiverem em uso.
Ainda dispor de alarme sonoro para ser acionado em circunstâncias de risco.
 Mecanismo de monitoramento na descida, caso indicado na análise de risco,
bem como dispositivos nas polias com o objetivo de impedir que os cabos de
aço escapem acidentalmente. Quando o equipamento for instalado sobre
trilhos, devem dispor de limitadores de curso para movimentos de translação.
 As cabines de comando dos equipamentos de guindar (quando houver),
deverão estar equipadas com assento ergonômico, proteção contra raios
solares e intempéries, extintor de incêndio e climatização interior. Quando
houver necessidade de movimentação vertical para o acesso à cabine, é
obrigatório o uso de SPIQ, de forma a garantir a segurança dos trabalhadores.
 Os mecanismos auxiliares de içamento, devem dispor de informações do
fabricante ou locador, que permitam seu rastreamento, bem como de
certificado ou projeto elaborado por um profissional legalmente habilitado, além
de obrigatoriamente, serem inspecionados antes de sua utilização.
55

 Durante a operação dos equipamentos de guindar é proibido o trânsito de


pessoas não autorizadas, assim como colocar publicidade no equipamento e o
transporte de cargas de peso desconhecido. Também é proibido utilizar o
equipamento para transportar pessoas, exceto em casos de situação de
resgates, sob supervisão de um profissional, além de não ser permitido o
trabalho em condições climáticas que possam causar riscos aos trabalhadores.
 Deverão ser efetuados registros diários, com a finalidade de avaliar as
condições de segurança do equipamento e mecanismos auxiliares, por
profissionais capacitados.
Para gruas, além de serem seguidas as especificações abordadas nos itens
anteriores inerentes a equipamentos de guindar, é exigida cabine de comando (exceto
para gruas de pequeno porte e automontante), que deverão ser fixadas à parte
giratória do equipamento. Além disso, para cada extremidade do carro da lança,
deverá ter um limitador de fim de curso. As gruas deverão dispor de placas que
indiquem a carga admissível ao longo da lança, segundo especificações do fabricante,
luz de obstáculo localizada no ponto mais alto da grua, SPIQ onde houver riscos de
queda, escadas fixas, bem como alarme sonoro que dispare automaticamente quando
ocorrerem ventos de velocidade superior a 42 quilômetros por hora (BRASIL, 2020).
Não é permitido pela NR-18, sob nenhuma hipótese, a utilização de gruas em
cenários de ventos com velocidade superior a 72 quilômetros por hora. Para utilização
do equipamento em condições de ventos acima de 42 quilômetros por hora, é
necessário realizar uma análise de riscos específica e possuir uma autorização para
a operação. Os pontos de ancoragens ou estaiamento da grua, devem estar
configurados conforme especificações do fabricante e suas estruturas de fixação
devem ser definidas em projeto elaborado por profissional legalmente habilitado. Ao
finalizar a montagem ou manutenção do equipamento, deve ser emitido um termo
técnico contendo o registro de tudo o que foi executado, incluindo os resultados dos
testes de carga, assinado pelo profissional responsável (BRASIL, 2020).
Deverão ser realizados laudos estruturais e operacionais do equipamento,
conforme periodicidade especificada pelo fabricante ou no máximo com 20 anos de
uso (quando não houver fabricante identificado). Para equipamentos com mais de 20
anos de uso, o laudo deve ser realizado a cada 2 anos. O laudo também deverá ser
realizado quando ocorrer uma situação que comprometa a integridade estrutural do
equipamento (BRASIL, 2020).
56

Conforme a NR-18 (BRASIL, 2020), são consideradas gruas de pequeno porte


os equipamentos que possuam um raio máximo de alcance da lança de 6 metros,
capacidade máxima de carga até 500 quilogramas e altura máxima da torre de 6
metros acima da laje em construção. As gruas de pequeno porte devem dispor de
comando elétrico por botoeira ou manipulador a cabo (no máximo de 24 volts), botão
de parada de emergência, limitador de carga, mecanismo de monitoramento na
descida (se solicitado na análise de risco), luz de obstáculo no ponto mais alto da
grua, limitador de momento máximo e de altura, alarme sonoro acionado
automaticamente durante o uso do limitador de carga e de momento e em situações
de risco (além das demais exigências inerentes a equipamentos de guindar
estabelecidas nos itens anteriores). Não é permitido o uso de gruas de pequeno porte
que possuam giro de lança inferior a 180 graus, nem gruas cujo giro precise ser
acionado manualmente.
No que diz respeito a guinchos de coluna, a norma determina os seguintes
requisitos: a capacidade de carga do equipamento não pode ultrapassar 500 quilos.
O guincho de coluna deve dispor de botão para parada de emergência, de análise de
risco, dispositivos que garantam a fixação do equipamento (especificados
previamente no projeto de instalação), tambor nivelado para que o cabo de aço seja
enrolado adequadamente, bem como proteção que impeça o contato do trabalhador
com o tambor de enrolamento (BRASIL, 2020).
Como recomendação da NR-18, as ferramentas devem ser utilizadas por
funcionários capacitados, conforme orientações do fabricante (quando houver) e
devem ser inspecionadas antes de sua utilização. Durante a utilização das
ferramentas, deve ser evitada a utilização de vestes folgadas e acessórios que
possam causar acidentes (BRASIL, 2020).
As ferramentas elétricas portáteis, devem ter seu condutor de alimentação
manuseado de forma correta, para que não ocorra torção, ruptura e não atrapalhe o
fluxo de trabalho. Os mecanismos de proteção removíveis, só poderão ser retirados
para limpeza e manutenção da ferramenta e deverão ser recolocados logo em
seguida. Não é permitido o uso de ferramentas elétricas portáteis sem duplo
isolamento (BRASIL, 2020).
Segundo a NR-18, as ferramentas pneumáticas devem dispor de mecanismo
de partida, de forma a reduzir o risco de acionamento acidental. Quando mecanismo
não estiver sendo pressionado, a ferramenta pneumática deve ter sua válvula de ar
57

vedada. Além disso, deve ser desplugada quando não estiver sendo utilizada e ter o
suprimento de ar das mangueiras desligado. As mangueiras e conexões de
alimentação devem ser resistentes às pressões provenientes da atividade. Este
equipamento não pode ser utilizado, sob nenhuma hipótese, pra fins de limpeza das
roupas, nem quando a pressão máxima do ar for excedida (BRASIL, 2020).
Das determinações sobre ferramentas de fixação a pólvora ou a gás, fica
estabelecido que estas deverão possuir um sistema de proteção contra disparos
acidentais. Seu uso é proibido em ambientes que contenham substâncias inflamáveis
e em ambientes onde haja permanência de pessoas próximas ao local do disparo.
Quando não estiver em uso, a ferramenta de fixação a pólvora deve estar desequipada
(sem o pino e o finca-pino). Antes de utilizar a ferramenta, deve ser analisado o tipo
de pino mais adequado para aquela determinada espessura de parede ou laje
(BRASIL, 2020).
Quanto às ferramentas manuais, devem ser disponibilizadas pelo empregador
de forma gratuita, conforme as necessidades da obra. Estas ferramentas devem ser
transportadas em recipientes próprios, e não armazenadas em locais adequados
quando não estiverem sendo utilizadas. É dever do trabalhador, cuidar das
ferramentas manuais durante sua utilização. As ferramentas utilizadas em instalações
elétricas, devem estar totalmente isoladas, de forma a garantir a segurança do
trabalhador (BRASIL, 2020).

2.3.8 Movimentação e transporte de materiais e pessoas (elevadores)

O item 18.11 da NR-18, dispõe de critérios para a instalação, manutenção e


utilização de elevadores para transporte vertical de pessoas e materiais em canteiros
de obras. Todas empresas responsáveis pelas etapas supracitadas, devem estar
devidamente registradas em seu respectivo conselho de classe (sob responsabilidade
de profissional legalmente habilitado, que também é responsável pelo
dimensionamento do elevador). Não é permitida a instalação de elevadores
tracionados com um único cabo, nem de equipamentos que não atendam as
especificações das normas técnicas em vigor (BRASIL, 2020).
Para obras que utilizam equipamentos de movimentação e transporte vertical
de materiais/pessoas, deve haver um operador responsável por limpar o posto de
trabalho, organizar a carga/descarga de material no interior da cabine, acompanhar
58

todas as manutenções do equipamento, manter pessoas e materiais separadas no


interior da cabine, e ainda informar ao responsável pela obra quaisquer irregularidades
no equipamento (BRASIL, 2020).
A empresa responsável pela obra que faz uso de elevadores, deve
disponibilizar no canteiro de obras uma série de documentos, como o manual de
especificações do fabricante, registros de manutenção e inspeções diárias antes de
iniciar as atividades, programa de manutenção preventiva, termo de entrega técnica
(conforme determinações do profissional responsável pelo equipamento), bem como
laudos de aterramento e laudo de testes dos freios de emergências que deverão ser
realizados no máximo a cada 90 dias. Durante a utilização do equipamento deve ser
observada se a área de trabalho está devidamente isolada, sendo proibido seu uso
em condições climáticas adversas (BRASIL, 2020).
As torres dos elevadores devem estar localizadas longe das redes elétricas,
montadas de modo que a distância entre a face da cabine e da edificação não
ultrapasse 20 centímetros. Quando for necessária uma distância maior, devem ser
considerados no dimensionamento da torre os esforços solicitantes provenientes das
rampas e nos acessos da torre, barreiras com altura mínima de 1,80 metros devem
ser instaladas. Essa barreira deverá dispor de uma trava específica, que tem por
finalidade, garantir sua fixação mesmo quando o elevador não estiver no nível do
pavimento. A base da torre deve possuir um fechamento em todo seu perímetro, de
no mínimo 2 metros de altura, que deve estar devidamente sinalizado de modo a
impedir o trânsito de funcionários. A rampa de acesso à torre de elevador deve dispor
de SPIQ, ter piso resistente livre de aberturas, estar fixada à cabine de forma
articulada (se utilizado elevador de cremalheira) e estar posicionada de modo que não
esteja em inclinação descendente no sentido da torre (BRASIL, 2020).
Não é permitido o transporte simultâneo de pessoas e materiais, salvo em
casos em que há o isolamento da carga por uma barreira física, de 1,80 metros de
altura mínima, devidamente travada. A norma especifica itens essenciais que deverão
compor o elevador, tais como cabine metálica com porta, dispositivo capaz de medir
o tempo de funcionamento do equipamento (horímetro), iluminação e ventilação
durante o uso (natural ou artificial), número máximo de passageiros, bem como o peso
máximo em quilogramas devidamente indicados e botão em cada pavimento (BRASIL,
2020).
59

Dos itens de segurança para elevadores de materiais/pessoas, temos:


 Mecanismos capazes de travar a movimentação da cabine em casos em que a
porta de acesso ou da cancela não estiverem fechadas corretamente e quando
a rampa de acesso à cabine não estiver completamente recolhida (em casos
de elevador cremalheira).
 Dispositivos de travamento e emergência para impedir a queda livre da cabine
e para evitar que esta ultrapasse a última parada superior/inferior. Além de um
mecanismo para impedir o desprendimento acidental da cabine.
 Sistema de frenagem, acionado automaticamente quando ocorrem situações
em que haja riscos de queda livre da cabine, incluindo amortecedores de
impacto.
 Sistema para impedir a movimentação do elevador, em casos em que a carga
máxima permitida for ultrapassada.
 Sistema de bloqueio dos dispositivos de acionamento, para restringir o acesso
somente a pessoas autorizadas.
O item 18.11.20 da NR-18 (BRASIL, 2020), determina que deve ser priorizado
o transporte de pessoas ao invés de cargas. É obrigatória a instalação, de no mínimo
1 elevador de passageiros (que alcance toda extensão da obra), para construções
com altura maior ou igual a 24 metros. Para elevadores do tipo cremalheira, o último
componente da torre, deve ser instalado com régua invertida ou sem cremalheira para
impedir o tracionamento da cabine.
Com relação à movimentação de materiais por meio de elevador, a norma
proíbe o transporte de materiais que sejam maiores que as dimensões da cabine ou
que estejam apoiados sobre as portas da mesma, o transporte de materiais a granel
(armazenados de forma inadequada) e o transporte de materiais no exterior da cabine
(BRASIL, 2020).

2.3.9 Andaimes e plataformas de trabalho

Para estar em conformidade com a NR-18, os andaimes devem cumprir as


seguintes especificações: dispor de projeto elaborado por profissional legalmente
habilitado, serem fabricados por empresas inscritas no conselho de classe
correspondente, conter SPIQ em toda área adjacente, bem como ter acesso seguro
60

ao posto de trabalho, quando sua altura ultrapassar de 40 centímetros (COIMBRA,


2020).
A montagem dos andaimes, deve ser efetuada de acordo com o projeto
elaborado por profissional habilitado. “No caso de andaime simplesmente apoiado
construído em torre única com altura inferior a 4 vezes a menor dimensão da base de
apoio, fica dispensado o projeto de montagem” (BRASIL, 2020, p.34). Contudo, se o
andaime simplesmente apoiado dispor de interligação de pisos de trabalho
(independente da altura), é obrigatória a elaboração de projeto de montagem.
Conforme o item 18.12.6 da NR-18 (BRASIL, 2020), tanto a montagem quanto
a desmontagem do equipamento devem ser efetuadas por funcionários devidamente
capacitados (treinamento específico para cada tipo de andaime). Os trabalhadores
devem utilizar SPIQ, bem como dispositivos de amarração para evitar quedas
acidentais. Além disso, o local deve estar isolado e sinalizado para evitar acidentes.
Não é permitida a utilização de andaimes que possuem estrutura de madeira, salvo
em casos quando não há possibilidade de utilizar andaimes metálicos por questões
técnicas específicas. Ademais, não poderão ser retirados quaisquer elementos de
segurança do andaime, nem utilizar escadas sobre a plataforma para alcançar lugares
mais altos.
Segundo Coimbra (2020, p.43), “aparelhos de içar materiais no andaime devem
ser instalados de forma que não comprometa a segurança do empregado.” Um
funcionário devidamente capacitado deve realizar a manutenção do equipamento,
além de ser supervisionada por profissional legalmente habilitado. Plataformas de
trabalho sobre cavaletes com altura maior que 1,5 metros e largura menor que 90
centímetros, tem sua utilização proibida pela norma (BRASIL, 2020).
Para edificações de altura maior ou igual a 12 metros, é necessária a instalação
de mecanismos para ancoragem de equipamentos e cabos de segurança para uso de
SPIQ, podendo ser utilizados para serviços de manutenção e limpeza da fachada. Os
pontos de ancoragem e dos cabos de segurança devem ser desvinculados. Esses
mecanismos devem constar no projeto estrutural da edificação, suportar uma carga
mínima de trabalho de 1.500 quilogramas-força, ser composto de material resistente
às intempéries, além de estarem instalados de forma a abranger todo o entorno da
edificação (BRASIL, 2020).
Quando utilizado andaime simplesmente apoiado, os mesmos devem ter seu
apoio em sapatas que possuam base rígida e nivelada e resistam às cargas
61

solicitantes. Além disso, caso seja necessário, o andaime deverá ser amarrado à
estrutura da construção, de modo que sua resistência seja garantida. Deve ser feito o
uso de escadas para acesso ao andaime simplesmente apoiado, nos casos em que a
plataforma de trabalho estiver localizada a mais de 1 metro de altura, podendo ser
utilizada uma escada de mão com largura mínima de 40 centímetros e distância
uniforme entre degraus na faixa de 25 a 30 centímetros, ou escada para uso coletivo
com largura mínima de 60 centímetros, equipada com corrimão e degraus
antiderrapantes. Para andaimes simplesmente apoiados, montados nas fachadas das
construções, é necessário o revestimento de todo o lado externo com tela (até 2
metros acima da última plataforma de trabalho), a fim de evitar a queda de materiais.
Se forem utilizados em sistemas de rodízio, os andaimes tem que estar apoiados em
superfície resistente aos esforços atuantes, dispor de travas que impeçam o
deslocamento acidental do equipamento, bem como ser utilizado somente em
superfícies planas e regulares, garantindo a segurança durante a movimentação do
andaime. Vale ressaltar, que não é permitido que os equipamentos sejam deslocados
enquanto houverem trabalhadores nas plataformas (BRASIL, 2020).
Para andaimes suspensos, a NR-18 estabelece que os sistemas de fixação,
bem como as estruturas de suporte desse equipamento, devem resistir, no mínimo 3
vezes os esforços solicitantes. Tanto a determinação desses esforços, quanto o laudo
de inspeção estrutural (requisito necessário para andaimes suspensos sustentados
por platibanda ou beiral de construções), são de responsabilidade do profissional
legalmente habilitado. É proibido utilizar esse tipo de equipamento, com enrolamento
de cabo fixado ao corpo do trabalhador (BRASIL, 2020).
De acordo com o item 18.12.21, da NR-18 (BRASIL, 2020), o andaime
suspenso deve dispor de placa de identificação, ter sua estabilidade garantida durante
todo o uso do equipamento e possuir largura útil mínima da plataforma de trabalho de
65 centímetros. Além disso, deve dispor de no mínimo 4 pontos de sustentação
independentes e sistemas fixação e ancoragem para o uso de SPIQ, desvinculados
do ponto de ancoragem do andaime.
Para fixar a estrutura de sustentação do andaime suspenso, pode ser utilizado
um sistema de contrapeso. Nesse caso, a norma determina que este sistema deve
respeitar o peso e a forma especificados em projeto, além de estar devidamente fixado
na estrutura do andaime. Os pesos de cada peça devem estar devidamente
identificados e o sistema deve estar equipado com contraventamentos, de modo a
62

evitar o deslocamento da peça. O sistema de suspensão deve ser inspecionado todos


os dias antes da utilização do equipamento, por profissionais devidamente treinados,
e ainda ser constituído de cabos de aço, de modo que o nivelamento do equipamento
esteja garantido (BRASIL, 2020).
Conforme Coimbra (2020, p.45), “fica proibido na utilização de andaime
suspenso, o uso de trechos em balanço, unificação de estruturas e utilização para
transporte de pessoas ou materiais sem vínculo com a execução de serviços”. Para
andaimes suspensos com acionamento manual, o comprimento máximo da
plataforma de trabalho é de 8 metros. Os guinchos de cabo passante, responsáveis
pelo acionamento manual do equipamento, devem dispor de mecanismos que evitem
o recuo do sistema de movimentação. Caso seja utilizado apenas um guincho de
armação, deve ser usado um cabo extra de segurança vinculado a um mecanismo de
bloqueio automático.
O item 18.12.28 da NR-18 (BRASIL, 2020), estabelece que andaimes
suspensos motorizados devem possuir cabos de alimentação duplamente isolados,
plugues de tomadas blindados, limitadores de fim de curso, mecanismos de
emergência, além de instrumentos que impeçam a movimentação do andaime,
quando este possuir uma inclinação maior que 15 graus.
As plataformas de trabalho do tipo cremalheira, são bastante utilizadas na área
da construção civil. Esse equipamento é composto por um sistema elevatório de
plataformas que utiliza de cremalheiras, isto é, um sistema mecânico que movimenta
a plataforma por meio de uma engrenagem encaixada a um trilho dentado
(MOSSMANN, 2015).
Além dos itens citados anteriormente inerentes a andaimes suspensos
motorizados, a NR-18 (BRASIL, 2020) estabelece que a plataforma de cremalheira
deve ser equipada com:
 Motofreio e freio automático de segurança.
 Botoeira de comando acionada por pressão contínua, além de botão destinado
a parada de emergência.
 Sinalização sonora disparada automaticamente quando o equipamento estiver
em movimento.
 Possuir plataforma de trabalho com capacidade de carga de no mínimo 150
quilogramas-força por metro quadrado.
63

 Mecanismos de segurança que mantenham o equipamento devidamente


nivelado e dispositivo que trave a movimentação da plataforma enquanto o
acesso estiver aberto.
 A partir de 9 metros de altura é obrigatória a ancoragem da plataforma de
cremalheira.
 A plataforma deve ser operada por trabalhadores equipados com SPIQ e em
áreas devidamente sinalizadas, de acesso restrito a funcionários autorizados.
Segundo a NR-18, a plataforma elevatória de trabalho (PEMT), deve atender
às normas nacionais vigentes, bem como às especificações do fabricante. A PEMT,
precisa conter mecanismos de nivelamento como forma de segurança, alça de suporte
interno, SPIQ adequado às determinações do fabricante, botão de parada de
emergência, horímetro, proteção contra descargas elétricas, sistema sonoro que
dispara automaticamente quando a plataforma está em movimento, além de
mecanismos que possibilitem a descida do trabalhador de forma manual, em casos
de emergência (BRASIL, 2020).
A PEMT, deve ser inspecionada antes de cada uso, a fim de verificar as
condições de funcionamento dos seguintes itens:
 Controles operacionais e emergenciais.
 Mecanismos de segurança da plataforma, bem como dos EPI’S e SPIQ ( que
deve estar fixado por um ponto de ancoragem).
 Todos os componentes do equipamento, tais como painéis, cabos, pneus,
estabilizadores, entre outros.
 Placas e sinalizadores sonoros;
 Outros itens especificados pelo fabricante.
Não é permitida pela norma, a utilização da PEMT como guindaste, nem para
o transporte de trabalhadores e materiais que não tiverem relação com o serviço em
andamento. Além disso, é vedado o uso do equipamento em circunstâncias
meteorológicas que ofereçam riscos aos trabalhadores ou ainda em situações que
desrespeitem as orientações do fabricante (BRASIL, 2020).
Durante o funcionamento da PEMT, o operador deve possuir uma visão clara
do percurso, manter o limite da velocidade do equipamento, além de permanecer a
uma distância segura de obstáculos ou outros elementos de risco, de acordo com
especificações do projeto (BRASIL, 2020).
64

Caso não seja possível a adoção de andaimes ou plataformas de trabalho,


pode ser utilizada a cadeira suspensa, desde que respeitados os critérios
estabelecidos pela norma. Tais como, possuir cinto de segurança, trazer em sua
estrutura dados sobre o fabricante e o código de identificação do equipamento, ser
sustentada por cabos de aço ou fibra sintética, dispor de mecanismo de
subida/descida equipados com travas duplas. Além disso, é necessário que o
trabalhador tenha dois pontos de ancoragem diferentes, um para o SPIQ e outro para
a cadeira (BRASIL, 2020).

2.3.10 Sinalização de segurança

O item 18.3 da NR-18 (BRASIL, 2020), estabelece que todo canteiro de obras
deve ser possuir sinalização de segurança, com a finalidade de identificar as áreas de
apoio, as saídas de emergência, alertar sobre os riscos ocupacionais, sobre a
obrigatoriedade do uso de EPI, indicar os locais circulação de veículos e
equipamentos de transporte de materiais, além de locais com substâncias tóxicas, que
ofereçam risco a saúde do trabalhador. Ademais, para atividades em áreas de
circulação de veículos e cargas, o trabalhador deve, obrigatoriamente, utilizar
vestimenta de alta visibilidade (BRASIL, 2020).

2.3.11 Capacitação

Conforme disposto na norma, a capacitação dos trabalhadores da área da


construção, devem respeitar as diretrizes estabelecidas pela NR 01 - Disposições
Gerais. Devem ser realizadas em locais que proporcionem ao trabalhador mínimas
condições de higiene e conforto. Além disso, todos os treinamentos básicos inerentes
à segurança do trabalho devem ser feitos presencialmente. Ao final dos treinamentos,
o trabalhador deve ter seu conhecimento adquirido avaliado, com exceção dos
treinamentos básicos. Quando for relacionada a operação de equipamentos, a
capacitação deve ser específica para o mesmo (BRASIL, 2020).

2.3.12 Serviços em flutuantes


65

Os flutuantes são bastante utilizados como recursos para atividades


exploratórias em águas profundas, por serem mais vantajosos que as plataformas
fixas por exemplo, que tem seu uso limitado a profundidades de até 400 metros. As
plataformas flutuantes, se mantem fixadas ao fundo do mar por meio linhas de
ancoragem, isto é, cabos que resistem a condições adversas de clima (LACERDA,
2011).
Conforme a NR-18 (BRASIL, 2020), as plataformas flutuantes precisam estar
com sua inscrição regular na Capitania dos Portos, bem como possuir a via original
do Título de Inscrição de Embarcação (TIE) ou da Provisão de Registro de
Propriedade Marítima (PRPM), além de Certificado de Segurança de Navegação
(CSN). A plataforma deve dispor de guarda corpo (em conformidade com as normas
técnicas vigentes), e as superfícies de trabalho além do piso dos locais de embarque
(escadas e rampas) devem ser antiderrapantes e bem conservadas, ainda dispor de
corrimão.
A plataforma flutuante deve disponibilizar no mínimo um colete salva-vidas para
cada pessoa a bordo, que obrigatoriamente deve ser utilizado durante todas as
atividades que ofereçam risco de queda na água. Para trabalhos a quente, deverão
ser utilizados coletes salva-vidas específicos (retardante de chamas). A cada grupo
de 20 trabalhadores ou fração deve haver 2 funcionários capacitados em salvamento
e primeiros socorros (BRASIL, 2020).
Equipamentos de combate a incêndio devem ser obrigatoriamente instalados
na plataforma flutuante, bem como iluminação de segurança para atividades noturnas.
Durante as atividades, os funcionários devem utilizar botas com elástico lateral. Além
disso, a plataforma deve dispor de uma placa visível, que indique a quantidade
máxima de pessoas permitidas a bordo e a carga máxima que pode ser transportada
(BRASIL, 2020).

2.3.13 Disposições gerais

Neste item, a NR-18 (BRASIL, 2020) aborda uma série de itens gerais, a serem
cumpridos durante as atividades da indústria da construção civil, são eles:
 Para a adoção de medidas preventivas, deve ser seguida a hierarquia
prenunciada na NR-01. Vestes de trabalho devem ser providas conforme a NR-
66

24. E para a execução de levantamento de cargas (manual ou


semimecanizado), deve ser respeitado os critérios estabelecidos na NR-17.
 A armazenagem de materiais deve ser feita de forma a evitar acidentes, além
de não atrapalhar o fluxo de pessoas e materiais. O acesso às saídas de
emergências e aos equipamentos de combate a incêndio deve estar livre de
quaisquer obstáculos.
 O armazenamento de materiais tóxicos, corrosivos, ou inflamáveis deve ser
realizado em local isolado, sinalizado, de acesso restrito a funcionários
autorizados, além de dispor de Ficha de Informação de Segurança para
Produtos Químicos (FISPQ).
 Madeiras que não serão mais utilizadas (provenientes de andaimes, fôrmas e
tapumes), devem ser retiradas e empilhadas após terem os pregos retirados
ou rebatidos.
 Os veículos de transporte coletivo dos funcionários, deve estar em
conformidade com as normas técnicas nacionais vigentes, ser escolhido de
acordo com as características do percurso e conduzido por motorista habilitado.
 Devem ser adotadas medidas de proteção contra incêndios nos canteiros de
obra. Além disso, é dever do empregador manter os trabalhadores informados
sobre as instruções de utilização dos equipamentos de combate a incêndio e
os protocolos de segurança para casos de emergência.
 A área de trabalho deve dispor de saídas de emergência, devidamente
sinalizadas com placas ou sinais luminosos que indiquem a direção. Durante o
expediente, as saídas não podem ser trancadas, contudo podem contar com
mecanismos de travamento, que possibilitem sua abertura pelo interior do local,
de maneira rápida e simples.
 O canteiro de obras deve dispor de sistema que viabilize a comunicação
externa, bem como ser mantido limpo, organizado, com as vias de circulação
de funcionários livres de obstáculos, além de não ser permitido acumular ou
queimar resíduos orgânicos no local. Devem ser utilizados equipamentos ou
calhas fechadas para remover entulhos e sobras de materiais.
 Durante a execução de atividades inerentes a indústria da construção, devem
ser instalados tapumes de no mínimo 2 metros de altura em todo perímetro do
canteiro de obras, a fim de impedir o acesso de pessoas não autorizadas, além
67

de serem obedecidas as determinações do Código de Obras Municipal e de


trânsito vigentes.
 Atividades da indústria da construção que possuam mais de 2 pavimentos,
devem construir galerias sobre o passeio (projetadas por profissional
habilitado), seguindo o alinhamento do logradouro, como medida de proteção
para os pedestres e funcionários.
 É protocolo obrigatório em casos de acidentes fatais, realizar a comunicação
imediata por escrito ao órgão regional competente de saúde e segurança do
trabalho. O local do acidente deve ser totalmente isolado e liberado pela
autoridade policial, em até 72 horas a partir do recebimento da comunicação
escrita, pelo órgão regional competente de saúde e segurança do trabalho.

2.3.14 Disposições transitórias

O item 18.17 da NR-18 (BRASIL, 2020) estabelece critérios a serem seguidos


durante a transição da norma vigente para a nova redação. Fica determinado, que os
PCMAT’s implementados antes do dia 2 de agosto de 2021 (data que entra em vigor
a nova redação da NR-18), terão validade até a conclusão da respectiva obra.
Ademais, não é permitida a reutilização de contêiner, originalmente utilizado para
transporte de cargas, em áreas de vivência dos canteiros de obras. A norma também
traz recomendações transitórias para o uso de tubulões com pressão hiperbárica, tais
como:
 Deve ser adotado, sistema de telefone ou outro dispositivo que permita a
comunicação entre trabalhadores situados dentro e fora do equipamento.
 Dispor de sistema de controle de ruído, e de refrigeração a fim de reduzir a
temperatura e assim evitar a desidratação do funcionário.
 Possuir compressores, bem como designar uma equipe responsável por gerar
energia em casos de emergências.
 Execução de um plano ação emergencial para casos de acidentes envolvendo
descompressão, que deve conter informações da clínica que ofereça
tratamento de oxigenoterapia hiperbárica. É de responsabilidade do
empregador, manter uma ambulância com UTI e médico no canteiro de obras,
enquanto houverem trabalhadores comprimidos. Canteiros equipados com
68

câmara hiperbárica de tratamento, devem abrigá-la em local coberto, dispor de


profissional habilitado da área da saúde para operar o equipamento e atender
as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
 A cada 5 anos deve ser efetuado um laudo de verificação estrutural da
campânula (câmara do equipamento utilizada para passagem do trabalhador),
que deve dispor de interior equipado com manômetros (aparelhos medidores
de pressão), termômetros que indiquem a temperatura interna, ventilação
artificial, sistema de descompressão (interno e externo) e aterramento elétrico
conforme NR-10.
 A campânula deve possuir 2 compressores ligados paralelamente, para que
em casos de emergência, funcione automaticamente o equipamento reserva.
Os compressores e geradores de energia devem dispor de silenciador de
ruídos, serem mantidos em locais cobertos, junto a peças extras caso seja
necessária a manutenção dos equipamentos.
 Em cada frente de trabalho, deve haver no mínimo 3 trabalhadores capacitados
como encarregado de ar comprimido, além de meios de acesso em
conformidade com as normas técnicas vigentes.
 O canteiro de obras ou frente de trabalho deve dispor de instalações, onde os
trabalhadores deverão receber avaliação médica, em até 2 horas antes da
exposição ao ambiente hiperbárico. Não podem utilizar o equipamento,
trabalhadores que apresentarem sintomas no sistema respiratório. Os
funcionários devem permanecer no local de trabalho, por no mínimo 2 horas
após concluído o processo de descompressão.
 Caso seja necessária a utilização de explosivos, os trabalhadores só poderão
utilizar o equipamento, após o mesmo ser submetido a 6 horas de ventilação
forçada.

2.3.15 Anexos

O anexo I da NR-18 (BRASIL, 2020), dispõe sobre especificações de carga


horária, periodicidade e conteúdo programático das capacitações inerentes aos
trabalhadores da indústria da construção. Já o anexo II, estabelece critérios de
utilização, dimensionamento e manutenção de cabos de aço e fibras sintéticas.
69

2.4 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA NOVA NR-18

Neste capítulo, serão destacadas as principais alterações do novo texto da NR


18 - Condições de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. Após
revisão, o texto ficou mais claro e direto, com a retirada de alguns itens da norma em
vigor. Conforme a Portaria SEPRT/ME nº 1.295, de 2 de fevereiro de 2021, o prazo
para início da vigência da nova redação foi prorrogado para 2 de agosto de 2021.

Quadro 2 – Principais alterações da Nova NR-18


Programa, a ser implementado pelas organizações, a fim de
gerenciar os riscos existentes no canteiro de obras. Cada
canteiro deverá possuir PGR específico. PCMAT’s
PGR
elaborados antes da vigência do novo texto da NR-18,
manterão sua validade até que a obra seja finalizada. Após
essa data, o PCMAT será substituído pelo PGR.
Foram retirados itens da NR-18, que estarão dispostos em
normas específicas, de modo a impedir a duplicidade de
informações. Como exemplo, pode ser citado a retirada do
trecho acerca das instalações da área de vivência, que
Transferência de
devem atender às diretrizes da NR-24 (Condições Sanitárias
itens para NR’s
e de Conforto nos Locais de Trabalho). Outro exemplo, se
específicas
trata de informações inerentes a atividades em locais
confinados, que agora se restringe às determinações da NR-
33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços
Confinados).
A nova redação, trouxe mais visibilidade às atividades que
envolvem escavações, em razão do alto índice de riscos que
essas atividades oferecem aos trabalhadores. Nesse
Atividades de sentido, a norma estabeleceu uma profundidade máxima e
Escavação diâmetro mínimo, de 15 metros e 90 centímetros
respectivamente, para tubulões escavados (que devem ser
encamisados por toda sua extensão). Ainda proibiu a
utilização de tubulões de ar comprimido.
70

A partir do início da vigência do novo texto, não serão


permitidos o uso de contêineres provenientes de transporte
Uso de Contêineres
de cargas marítimas, em áreas de vivências do canteiro de
obras, exceto para fins de depósito de materiais.
Devem ser realizadas em locais com mínimas condições de
conforto e higiene. Além disso, houve alteração na carga
horária mínima do treinamento inicial, que anteriormente era
de 6 horas e agora é de 4 horas, devendo obrigatoriamente
Capacitação ocorrer na modalidade presencial. Ao final dos treinamentos
periódicos, os trabalhadores deverão ser submetidos a
avaliação do conhecimento adquirido. Além disso, os
treinamentos periódicos podem ser realizados na
modalidade de Educação a Distância (EAD).
A Plataforma de Trabalho em Altura (PTA), passa a ser
PEMT denominada Plataforma Elevatória Móvel de Trabalho
(PEMT).
Não será mais obrigatório o uso de bandejas, como
equipamento de proteção contra quedas, salvo quando
Bandejas
disposto no projeto elaborado por profissional legalmente
habilitado.
Normatizou a utilização de banheiros químicos nos canteiros
Banheiros Químicos
de obra.
Obrigatoriedade de climatização da cabine de máquinas
autopropelidas, com massa maior que 4.500 quilogramas.
Máquinas
Equipamentos novos terão 36 meses para realizar as
Autopropelidas
adequações, e equipamentos usados terão 60 meses para
se adaptar.
O interior desses equipamentos deverá ser obrigatoriamente
climatizado. O prazo para adequação é de 24 meses
Equipamentos de (equipamentos novos) e 48 meses (equipamentos usados).
Guindar Além disso, estabeleceu diretrizes para padronização de
gruas de pequeno porte e acrescentou especificações para
guinchos de coluna.
71

Estabeleceu diretrizes para a padronização de gruas de


Gruas de Pequeno pequeno porte, como altura máxima da torre (6 metros),
Porte carga máxima (até 500 quilogramas) e raio máximo de
alcance da lança (6 metros).
Acrescenta especificações para esse tipo de equipamento,
como por exemplo a carga máxima para transporte de
Guinchos de Coluna materiais (500 quilogramas). Além disso, a tensão do painel
de comando do equipamento deve alterada para 24 volts
(sendo o prazo de adequação desse item de 24 meses).
O novo texto, institui a instalação de horímetro, a fim de
medir o tempo de funcionamento da máquina e obter maior
Elevadores
controle quanto a periodicidade de manutenção (12 meses
para adequação).
Foi incluído no novo texto, um subitem que estabelece a
Sinalização de
necessidade de sinalização em locais com risco de choque
Segurança
elétrico.
Fonte: Adaptado (VALGAS, 2020).

2.5 DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO DE MINEIROS

O município de Mineiros, localizado no estado de Goiás, na região centro-oeste


do Brasil, dispõe de uma área territorial de 9.038,774 km² e uma população estimada
em 68.154 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) (BRASIL, 2020).
De acordo com o IBGE (BRASIL, 2018), os trabalhadores formais do município
de Mineiros, recebem em média 2,5 salários mínimos por mês. Além disso, o
município possui um PIB per capita de R$ 39.247,79 (BRASIL, 2018).

2.5.1 Estatísticas dos Acidentes de Trabalho

Nesse capítulo, serão apresentados dados estatísticos sobre acidentes de


trabalho no município de Mineiros-Goiás. Os gráficos foram elaborados, com base nos
dados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT), dos anos de 2008 a
2019.
72

Os dados estatísticos retirados do AEAT, são referentes aos acidentes de


trabalho registrados no município de Mineiros em sua totalidade. Nesse sentido, não
é possível identificar quanto desses acidentes estão relacionados a obras do setor da
construção civil.

Gráfico 1 – Total de Acidentes por ano no município de Mineiros-GO

Fonte: Adaptado de AEAT (2019)

Conforme os dados expostos no Gráfico 1, no município de Mineiros, ocorre


em média, 343 acidentes de trabalho por ano. O ano com maior registro de acidentes,
foi o de 2008, com 567 acidentes. Além disso, pode ser notada uma queda na
quantidade de acidentes registrados, ao longo dos anos, sendo 2019 o ano com
menos acidentes registrados.
No Brasil, existe uma ferramenta oficial, denominada Comunicação de
Acidentes de Trabalho (CAT), que tem por objetivo registrar os acidentes de trabalho
(CORREA e ASSUNÇÃO, 2003). O preenchimento da CAT, é de responsabilidade do
departamento de recursos humanos da organização. Dessa forma, o acidente é
reconhecido legalmente pelo INSS, e o trabalhador poderá receber o auxílio acidente
e indenizações (quando necessário), além de contribuir com os dados estatísticos do
país (VALGAS, 2021).

Gráfico 2 – Total de Acidentes com CAT registrada no município de Mineiros-GO


73

Fonte: Adaptado de AEAT (2019)

De acordo com o Gráfico 2, o município de Mineiros teve uma média de 293


acidentes com CAT registrada, entre os anos 2009 e 2009 e em média 50 acidentes
sem CAT registrada. Além disso, entre esse período, ocorreram em média 2 óbitos
decorrentes de acidentes por ano.
Pode se observar, que por ano, aproximadamente 85% dos acidentes
efetuaram o registro da CAT. Enquanto 15% dos acidentes, não foram registrados
pela CAT. Essa informação é promissora, visto que a maioria dos acidentes foram
registrados pela CAT.
Os acidentes de trabalho podem ser classificados em: acidente de trajeto, típico
e doenças ocupacionais. O acidente de trajeto, é o que ocorre no caminho percorrido
entre a casa e o local de trabalho do funcionário. Já os acidentes que ocorrem durante
a execução de atividades na empresa, são chamados de acidentes típicos. As
doenças ocupacionais, são doenças ocasionadas pelo determinado tipo de atividade
ou pelas condições as quais os trabalhadores são expostos (SILVA, 200?).

Gráfico 3 – Total de Acidentes quanto a causa no município de Mineiros-GO


74

Fonte: Adaptado de AEAT (2019)

Segundo os dados do Gráfico 3, a maior parte dos acidentes ocorridos em


Mineiros, são caracterizados como acidentes típicos de trabalho, em média de 255
acidentes por ano, aproximadamente. Além disso, há uma média aproximada de 31
acidentes/ano ocasionados durante o trajeto casa/trabalho do funcionário. Nesse
contexto, o menor registro refere-se a doenças ocupacionais.
75

3 METODOLOGIA

A fim de atender o objetivo da pesquisa, de analisar os principais impactos


gerados pelas alterações realizadas na NR-18, o presente trabalho consiste em
pesquisa de caráter exploratório, que, segundo Ruiz (2008, p. 50):

Quando um problema é pouco conhecido, ou seja, quando as hipóteses ainda


não foram claramente definidas, estamos diante de uma pesquisa
exploratória. Seu objetivo, pois, consiste numa caracterização inicial do
problema, de sua classificação e de sua reta definição.

Neste sentido, os resultados serão apresentados de forma qualitativa, que faz


uso de diversas perspectivas e abordagens, como forma de planejar, conduzir e
avaliar estudos com o intuito de compreender e descrever um determinado assunto
(GONZALEZ, 2020).
76

Quadro 3 - Delineamento da Pesquisa

Objetivo Geral:
Demonstrar os prováveis impactos, no ramo da Construção Civil, da implementação da
Nova NR-18 na cidade de Mineiros – GO.
Objeto de Estudo:
Principais Construtoras da Construção Civil localizadas na cidade de Mineiros – GO.

Etapas da Pesquisa: Metodologia:

1 – Apresentar uma vasta Revisão Pesquisar referências bibliográficas


Bibliográfica sobre o tema proposto realizadas em livros, artigos, monografias,
sites oficiais do governo, dissertações e
teses e promover o embasamento teórico do
estudo.

2 – Demonstrar as principais Análise entre a norma em vigência e a nova


alterações presentes no novo texto da redação e apresentação de um quadro com
NR-18. as principais alterações.

3 – Expor os Dados Estatísticos


Elaborar gráficos com os dados de acidente
obtidos de dados do Anuário
de trabalho do Município de Mineiros – GO
Estatístico de Acidentes do Trabalho
retirados dos AEAT’s de 2008 a 2019.
(AEAT)

4 – Analisar as respostas obtidas nos Elaborar um questionário e aplicar em forma


questionários de entrevista com os responsáveis pelas
principais Construtoras de Mineiros GO, a fim
de identificar as principais expectativas
destes com as mudanças da NR 18.
Fonte: a própria autora (2021).

A primeira etapa da pesquisa, consiste na coleta de informações secundárias,


obtidas por meio de pesquisa bibliográfica, o que contribui para a construção de uma
base de conhecimento sobre o assunto abordado. Foram utilizadas como fontes de
pesquisa, livros, produções acadêmicas, revistas, normas regulamentadoras, além de
sites relacionados ao tema.
77

A segunda etapa, consiste na aplicação de um questionário para profissionais


da construção civil atuantes no município de Mineiros-GO. Como medidas de
biossegurança, em razão da pandemia da COVID-19, foi optado pela utilização da
plataforma Google Forms, que oferece diversas ferramentas para elaboração de
formulários online, de forma gratuita.
O questionário, tem por título “Principais expectativas sobre a nova NR-18
“Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção” e possui
12 questões objetivas. Além disso, encontra-se disponível através do link:
docs.google.com/forms/d/1YdeVG9Rpl8RVn2JYrpuF6yiOMUyiYIt6JjwZxToxfNM.

O link do formulário foi divulgado para profissionais da área da construção civil,


do município de Mineiros-GO. Os dados estatísticos foram automaticamente gerados,
pela mesma plataforma utilizada para aplicação do formulário, de modo a garantir a
autenticidade das informações.
78

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 ESPECIFICAÇÕES DO FORMULÁRIO ONLINE

Com o objetivo de identificar as principais expectativas dos profissionais da


construção com relação à atualização da NR-18, foi desenvolvido um formulário que
aborda questões contribuem para caracterização desse profissional, além de
mensurar o nível de conhecimento dos mesmos com relação ao novo texto da norma.
O questionário foi divulgado individualmente para profissionais da construção
civil atuantes no município de Mineiros, por meio de aplicativo de mensagem
instantânea (WhatsApp) e ficou aberto para respostas do dia 24 de abril de 2021 ao
dia 16 de maio de 2021.

4.1.1 Análise dos resultados

Foram obtidas 11 respostas, de diferentes profissionais ou empresas do ramo


da construção civil. Primeiramente foram aplicadas questões para caracterização do
perfil dos entrevistados.

Gráfico 4 - Área de Atuação

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Com base nos dados expostos no Gráfico 4, pode-se constatar que a maior
parte dos profissionais que responderam ao questionário, atuam como engenheiros
civis no município de Mineiros. Sendo 18,2% das respostas, obtidas por arquitetos.
79

Isso revela que provavelmente, há mais engenheiros civis que arquitetos no


mercado de trabalho do município. Esse dado pode ser justificado pelo fato de que
Mineiros conta com uma Instituição de Ensino Superior que oferece o curso de
Bacharelado em Engenharia Civil.

Gráfico 5 – Tempo de atuação no município de Mineiros-GO

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

De acordo com o Gráfico 5, a maioria dos entrevistados responderam que


atuam no município de Mineiros entre 2 a 5 anos. Sendo a menor parcela (18,2%),
constituída de profissionais/empresas com menos de 2 anos de atuação.

Gráfico 6 – Quantidade de trabalhadores na organização

Fonte: Elaborada pela autora (2021)


A maior parte dos entrevistados, possui um quadro de funcionários reduzido
(entre 1 e 4 funcionários). Conforme o Gráfico 6, no que diz respeito ao restante das
respostas, ficou dividido igualmente entre duas categorias (18,2% para cada). Uma
80

parte respondeu que seu quadro de funcionários é de 5 a 10 colaboradores, e a outra


parcela afirmou ter entre 11 e 20 trabalhadores na empresa.
Ao analisar os dados, pode-se deduzir que a maior parte dos entrevistados,
atua em obras de pequeno porte, devido ao baixo número de funcionários no quadro
da organização.

Gráfico 7 – Atendimento às exigências da NR-18 em vigência

Fonte: Elaborada pela autora (2021)


Uma das questões do formulário, buscou a opinião do profissional quanto ao
cumprimento das exigências estabelecidas pela NR-18 (em vigência), no ambiente de
trabalho. A maior parte dos entrevistados, respondeu que a empresa atende de forma
parcial as exigências da NR-18. Ademais, 18,2% afirmaram que a empresa atende de
modo integral às diretrizes. A minoria, escolheu a opção “não atende ou desconhece
a NR-18".

Gráfico 8 – Treinamentos relacionados à nova NR-18

Fonte: Elaborado pela autora (2021)


81

O gráfico 8, demonstra os resultados da pergunta que teve por objetivo verificar


se os colaboradores receberam treinamentos específicos no que diz respeito a nova
NR-18. Conforme o exposto, 27,3% afirmou que os funcionários participaram de
treinamentos. As duas opções restantes, negavam a ocorrência de treinamentos,
sendo que uma delas afirmava que estes possuíam previsão para acontecer e a outra
dizia o oposto. Ambas as opções tiveram o mesmo índice de respostas, no valor de
36,4%. O treinamento é imprescindível para a conscientização dos funcionários, de
modo a garantir a segurança do indivíduo durante suas atividades (URIAS, 2020).

Gráfico 9 – Quantidade de Acidentes de trabalho ocorridos em obras

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

A maior parte dos entrevistados, afirmou nunca ter ocorrido acidentes nos
canteiros de obras da empresa. E 36,4% das respostas demonstraram a ocorrência
entre 1 e 5 acidentes.

Gráfico 10 - Realização do Registro da CAT

Fonte: Elaborado pela autora (2021)


82

Foi questionado aos entrevistados, se nos casos em que ocorreram acidentes


nos canteiros de obras, realizou-se o registro da CAT. A maior parte, respondeu que
nunca houve acidentes na empresa, o que reafirma o exposto no gráfico 9. Além disso,
27,3% dos profissionais, afirmaram que em circunstâncias de acidentes, sempre foi
efetuado o registro da CAT. Uma pequena parcela, negou a realização desse
procedimento.

Gráfico 11 - Ocorrência de óbitos provenientes de acidentes de trabalho

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Quando indagados sobre a ocorrência de óbitos decorrentes de acidentes de


trabalho nos canteiros de obras da empresa, 100% dos entrevistados afirmaram que
nenhum acidente de trabalho ocorrido na empresa, provocou a morte de
trabalhadores. Vale ressaltar, que de acordo com o gráfico 9, grande parte dos
profissionais afirmaram que nunca ocorreram acidentes nas obras da empresa.
83

Gráfico 12 - Classificação dos ambientes de trabalho da empresa

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Conforme o Gráfico 12, grande parte dos profissionais classificaram os


ambientes de trabalho da empresa como parcialmente seguros. Apenas 36,4% dos
entrevistados, afirmaram que os locais são totalmente seguros.

Gráfico 13 - Disposição de Profissional da Área de Saúde e Segurança do Trabalho

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

De acordo com o exposto no gráfico acima, 81,8% dos profissionais


entrevistados não possuem profissional da área da saúde e segurança do trabalho no
quadro de funcionários da organização. O profissional dessa área é de suma
importância, tanto para fiscalização da execução das medidas de segurança, quanto
para lidar com as situações de acidentes no ambiente de trabalho.
84

Gráfico 14 - Iniciação do Processo de Adequação ao novo texto da NR-18

Fonte: Elaborada pela autora (2021)

Conforme a Portaria SEPRT nº 1.295, a partir do dia 02 de agosto de 2021,


entra em vigor o novo texto da NR-18. A maior parte dos profissionais (81,8%) ainda
não iniciaram as adequações inerentes a atualização da referida norma, ainda que o
início da vigência da norma seja iniciado em aproximadamente 3 (três) meses.

Gráfico 15 – Principais expectativas com relação a atualização da NR-18

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

De acordo com o gráfico 15, a maior parte dos entrevistados afirmaram não ter
conhecimento sobre a nova redação da NR-18. Já 18,2% não identifica que as
mudanças sejam significativas. Dentro da mesma margem de percentual, ou seja,
18,2%, acredita que essa nova redação irá contribuir com as práticas de Saúde e
Segurança no Trabalho.
85

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo demonstrar os principais impactos da


atualização da Norma Regulamentadora 18, para o ramo da construção civil no
município de Mineiros-GO. A observação foi realizada por meio do ponto de vista de
empresas e profissionais atuantes na área, utilizando como metodologia a aplicação
de questionário.
Os principais pontos observados foram a caracterização dos profissionais da
área da construção no município, o nível de atendimento da norma que está em vigor,
o nível de conhecimento sobre a atualização da norma, a previsão para treinamentos,
início das adequações pertinentes ao novo texto e as principais expectativas dos
profissionais com essa atualização.
Pôde ser observado, um grande número de profissionais da construção civil
que atuam no mercado há 3 anos e meio (em média). Por meio da pouca quantidade
de trabalhadores informada pelos entrevistados, provavelmente grande parte tem
como foco edificações de pequeno porte.
A maior parte das respostas, indicaram um local de trabalho que atende
parcialmente às exigências da NR-18 em vigência, considerados pelos entrevistados
como ambientes parcialmente seguros. Essa percepção, pode estar relacionada ao
baixo índice de acidentes nas obras e não necessariamente ao cumprimento das
exigências estabelecidas pelas normas regulamentadoras.
Além disso, constatou-se um baixo índice relativo à contratação de profissionais
voltados para a área da saúde e segurança do trabalho, que pode estar diretamente
ligado a baixa ocorrência de acidentes ocupacionais e nas poucas circunstâncias, foi
efetuado o registro da CAT, conforme determinações das normas nacionais vigentes.
Notou-se que a maioria dos entrevistados, ainda não iniciou o processo de
adequações referentes às exigências da Nova NR-18, bem como não promoveram
treinamentos sobre a atualização para os colaboradores da empresa. Nesse sentido,
pôde se concluir que poucos profissionais possuem conhecimento sobre a atualização
da norma.
Com isso, conclui-se que ainda há muito o que se desenvolver e discutir com
relação a saúde e segurança dos trabalhadores, no município de Mineiros/GO,
principalmente com relação a informação e cumprimento das normas
regulamentadoras de segurança por parte dos profissionais da área, fator
86

imprescindível para a promoção de um ambiente seguro e saudável para os


trabalhadores.
87

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