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História
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Música
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ZilahiSoft - História da Música -1998
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ANTIGUIDADE
Primórdios
Gregoriano
Ars Antiqua
Ars Nova

RENASCENÇA

Polifonias
Reforma e Contra Reforma
Países

BARROCO

Maneirismo
Ópera e baixo contínuo
Homofonia
Instrumental
Protestantes

CLASSICISMO
Rococó
Sonata e Sinfonia
Reforma da Ópera
A revolução musical
O personagem Romântico

ROMANTISMO/MODERNISMO

Heranças
Nova Ópera
Nacionalismo
Alto Romantismo
Reações e Rupturas
Crise
Modernidade

JAZZ

Cronologia
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O pássaro de fogo
Novo Nacionalismo
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Dodecafonismo
Concreta e Eletrônica
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BRASIL
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Popular e Folclore

MAIS

Canto Coral
Compositores
Curiosidades
Escolas
Folclore
Formas
Industrialização
Instrumentos/Orquestra
Linha do Tempo
Midi
Oriente
Termos

Bibliografia recomendada
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Esta exposição abreviada, se destina a interessados

nos fatos ocorridos na História da Música ocidental.

Os termos mais importantes estão em azul

clique na palavra e as referências sobre o assunto se abrirão.

No Menu, encontram-se as sínteses de cada período,

divididas por tópicos e fatos relevantes.

Em Mais, encontram-se vários assuntos relacionados.

Como se trata de um trabalho resumido, recomenda-se

a Bibliografia, para maior aprofundamento e atualização.


ANTIGUIDADE
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PRIMÓRDIOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA OCIDENTAL (pequeno resumo)

Primeiras Influências:

Grécia
Sendo parte da ciência, a Música compreendia uma união com a poesia e a dança,
usada para prazer espiritual, deleite e relações com o aspecto moral, caráter (Ethos), guerra e magia.

Todas as manifestações e instrumentos foram de influência externa: dos bárbaros, Ásia Menor,Trácia e outras.

Mas, no aspecto educacional, filosófico e teórico, foi importante a fundamentação grega, criando várias escolas de
música e leis a respeito. Foi elaborado um sistema musical, chamado Teleion, de 15 sons e de cada nota integrante
criou-se um modo, uma maneira de se sucederem.

Com o advento do Cristianismo, a música vocal era cantada de início, nas catacumbas, até o ano 313 aprox.

Óbviamente as guerras e conquistas do Império Romano, no passado, trouxeram uma multiplicidade de influências.

Nos primórdios da História da Música Ocidental, os salmos judaicos e os cantos gregos, além da música de alguns
outros povos cristianizados, formaram a base para o surgimento de um canto na primitiva Igreja Católica, que mais
tarde seria codificado e conhecido como Canto Gregoriano, Cantochão ou Canto Plano (Cantus Planus), que depois
serviu de base à Polifonia.

Veja mais, em ORIENTE e GREGORIANO.


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GREGORIANO

Com relação ao Ocidente, respeitados os estudos sobre as possíveis influências da salmodia judaica
e da música grega, só podemos nos concentrar na música litúrgica Católica, o Coral Gregoriano,
conhecido como Canto Gregoriano, Cantochão, Canto Plano ou Cantus Planus,
que Gregório I (papa a partir de 590), organizou e de quem tomou o nome.
Devido à expansão do cristianismo, Gregório I, viu a necessidade de codificar e sistematizar o canto,
para as diversas Igrejas. O Canto Gregoriano é conhecido por criar um clima de emoção nos fiéis,
expressando a liturgia através do canto uníssono, extendendo uma sílaba por diversas notas,
desde o grave até o agudo, numa simbólica procura pelas alturas.
Os pontos de apoio são as sílabas tônicas. A notação ou escrita, passou por estágios:
alfabética, neumática e proporcional. (Neumas = sinais).
É a mais antiga música ocidental organizada e grafada que se tem notícia.
Até hoje se canta em Mosteiros e ainda é grafada em 4 linhas.
Gregório I criou também a Schola Cantorum, para ensinar e difundir o Canto Gregoriano
fixando sede nas Abadias. Dela saíram muitos compositores, inclusive Palestrina.

Muitos outros teóricos colaboraram através do tempo:

S.Ambrósio [* - 397], Severino Boécio [475-525], Notker [830-912], Hucbald [840-930],


Odon de Cluny [ * - 942] e Guido D'Arezzo [995-1030] , entre outros.

Guido D'Arezzo acrescentou mais 2 linhas à escrita musical (formando 4)


e atribui-se-lhe a criação da solmização ( maneira de nomear os graus de uma escala por sílabas),
a partir das sílabas do Hino a São João.
Fixou o uso das claves de Do e Fá e tornou os neumas, quadrados.

Hino a São João:

UT queant laxis [UT, foi mais tarde substituído por DO, menos na França]
REsonare fibris
MIra gestorum
FAmuli Tuorum
SOLve polluti
LAbii reatum
Sancte Johannes. [S + J (com som de I) formam o SI]
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ARS ANTIQUA

ARS ANTIQUA e Música Profana

O termo Ars Antiqua, só foi usado muito tempo depois, em contraposição à Ars Nova.
É um movimento polifônico do sec. XII até XIII e até o começo da Ars Nova.
O Canto gregoriano já não domina de maneira total.
O moteto gótico começa a surgir com força, rumo à música profana.
Ligada à literatura e à palavra (mot=palavra) a música alia também o gesto
dando-se o começo do drama musical, muito percebido nos -Autos-
que mantinham assunto religioso e nos -Jeu- de caráter profano,
como o -Jeu de Robin et Marion- de Adam de la Halle no sec. XIII.

A Escola de Notre Dame , principal escola e centro de difusão de idéias polifônicas,


abrigou grandes músicos como os mestres Léonin e Pérotin, mais as contribuições dos
inglêses que traziam as experiências contrapontísticas do gymel e do fá-bordão.

Principais representantes:
Leoninus, compos o -Liber organi- que contém cantos a 2 vozes.
Pérotinus- acrescentou muito ao -Liber organi- e escreveu a 3 e 4 vozes, usou imitação
e contrastes. Sua importância é vital entre 1180 e 1230.
Marchettus de Pádua teórico italiano escreveu 2 tratados: -Lucidarium in arte musicae planae- e - Pomerium artis
musicae mensurabilis-.
Francon de Colônia- escreveu -Ars cantus mensurabilis-, onde estão os fundamentos da notação
proporcional=mensuralismo, até nosso dias.
Petrus de Croce - teórico francês
Walther Oddington- professor em Oxford e Cambridge, escreveu -De Speculatione musices-

A presença da Música não religiosa, chamada profana, é de vital importância.Era a poesia lírica popular ou
aristocrática, cantada nos castelos e nas aldeias. Em contraposição ao canto gregoriano rigorosamente homófono,
cantado pelos monges, a música profana introduziu as primeiras experiências com a Polifonia,
cantada pelo povo e a nobreza.
O homem venera a Deus, num sentido vertical,para o alto, para os céus, mas também canta o amor, a beleza, a
natureza, num sentido horizontal, para o que o cerca e este será o sentido que explodirá na Renascença, mais tarde.
Assim, podemos dizer que era o início do que se chamaria de Ars Antiqua. As cidades cresciam, surgiam novas
construções, arquiteturas complexas nas catedrais, Universidades, traduções importantes de vários escritos orientais e
outros e a filosofia.

Os principais temas da Música profana: amor, épicos, báquicos,cavalaria e cruzadas. O trovadorismo foi o maior
responsável pelo despertar da Música profana.
Os trovadores apareceram no Sul da França, na Provença, em meados do Sec. XI até o Sec. XIII. Eram nobres, falavam
dialetos e chamavam-se Troubadours.
Na Alemanha, os trovadores eram os Minnesänger e os burgueses, Meistersinger
(mestres-cantores) e baseavam seus cantos na canção popular e na poesia dos Vaganten (vagantes) que eram estudantes
universitários, entre as quais encontramosos escritos da Carmina Burana.
Era uma reação,como já vimos, ao canto gregoriano, trazendo uma relação vocal-instrumental, inédita.

Alguns exemplos:

TROVADORES: Guillaume IX (1086-1127), Bernart de Ventadour (1145-1195), entre outros.


TROVEIROS: Rei Ricardo Coração de Leão (1157-1199), Thibault de Campagne (1201-1253), Alfonso X, o sábio
(1226-1284)-Espanha, entre outros.
MINNESÄNGER: Vogelweide (1230), Tannhäuser (Sec.XII), Reuenthal (1240), entre outros.
MEISTERSINGER: Hans Sachs (sec.XV), entre outros.
MENESTRÉIS: Aqueles que executavam sem compor, sendo servos, não nobres.
Na Inglaterra, eram chamados bardos.
MÚSICO-POETA: Os compositores e músicos itinerantes de castelo em castelo.
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ARS NOVA

Muitas vêzes chamada de Pré-Renascença.


O homem já vinha atuando na vida comum, no sentido horizontal (veja Ars Antiqua e Música Profana)
e começava a olhar para si mesmo, primando pelo individual, a cuidar muito mais da aparência,
valoriza o luxo, os ornamentos e decorações.
O espírito da época tende mais para o chamado profano, sem é claro perder-se de vista a forte influência da Igreja, nos
aspectos social, moral, econômico e governamental.
Também influenciaram e muito, a época, a Guerra dos Cem Anos, as primeiras navegações importantes, o princípio da
queda do feudalismo e o realismo político e filosófico.
A notação musical se fixava e expandia. A música profana ganhava um cunho mais respeitoso e profissional, aliando-
se também, às danças. Destacam-se França, Inglaterra e Itália.

Independência de melodias (várias) e assuntos (vários) numa mesma música. Esquemas rítmicos complexos e
matemáticos. A profanidade penetra nos domínios da música chamada erudita eclesiástica.
A polifonia se impõe. Era uma música mais próxima da vida,mais flexível, mais independente. Coordenava-se as
várias vozes, com novas técnicas para lidar com as dissonâncias, nascia o contraponto.

O grande compositor Guillaume de Machaut(1310-1377) era poeta, músico, escreveu a 3 e 4 vozes, foi o primeiro a
escolher as 5 partes da Missa (Kyrie, Glória, Credo, Sactus c/Benedictus e Agnus Dei), para musicar, na Messe du
Sacre, de complicada arte contrapontística, trazendo as primeiras questões quanto à resolução de dissonâncias, para a
futura Renanscença.

Philipe de Vitry (1285-1361), bispo de Meaux, compositor, foi o primeiro a empregar o termo ARS NOVA, para
amúsica de seu tempo, em contraposição à anterior, Ars Antiqua.

Francesco Landino (1325-1397),italiano, célebre organista, destacou-se como compositor e virtuose.

John Dunstable (1370-1453), inglês, aperfeiçoou técnicas na música litúrgica e foi compositor profícuo.

A TRANSIÇÃO PARA A RENASCENÇA

Mestres Flamengos

O termo flamengo, vem da região que compreende Paris, Dijon, Reims, Cambrai, Mons, Bruxelas, Bruges e Antuérpia
o que quer dizer Bélgica e Norte da França.
É o ducado de Borgonha, região civilizada, de requintadas cortes e decadente feudalismo.
O povo ascende rápidamente e invade as artes. Na música erudita, a Missa e o Motete (do francês mot = palavra),
cantados a capella (sem acompanhamento). O contraponto é bastante intrincado, com muita independência das vozes.
Os compositores desta "Escola Franco-Flamenga" se servem de melodias populares e seus textos, às vezes eróticas e
até obcenas, para comporem Missas e música litúrgica e profana.
A Música é tratada como ciência, para ouvidos educados ou até profissionais.
Escreve-se até 36 vozes independentes (ou mais), invertendo temas,
usando movimento contrário e com bastante abstração.
Destacam-se:
Guillaume Dufay (1400 - 1474),Gilles Binchois (1400 - 1460),
Johannes Ockeghem (1430 - 1495), Jakob Obrecht (1430 - 1505).
O quarteto vocal vai se impondo com eficiência. A Renascença nascia sem saber.
RENASCENÇA
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POLIFONIAS na Renascença

O Renascimento pode ser considerado como um movimento artístico,


sob uma estética impulsionada pelo Humanismo desde aproximadamente a metade do Sec. XV até o XVI.
Básicamente, era o reviver da Antiguidade Clássica greco-romana, nas artes.
Na Música, a principal representante do período é a Polifonia e suas formas. Pode-se dividir a Renascença,
(aproximadamente) em 3 fases polifônicas:

1- do final da Ars Nova até 1453 - Chamada por muitos de PRÉ-RENASCENÇA

2- de 1453 até 1521 (+Josquin Des Pres) - Chamada por muitos de RENASCENÇA

3- de 1521 até o final do Século XVI - Chamada por muitos de ALTA RENASCENÇA

Deve-se lembrar que era Polifonia VOCAL e nenhum outro período apresentou tamanho esplendor,
na arte vocal a capella.
A música religiosa e profana se separaram definitivamente, graças ao pensamento humanista ao mesmo tempo em que
a Reforma trazia grandes transformações na música litúrgica, aproveitando até a música popular.
Também a reação da Igreja Católica com a chamada Contra Reforma, trouxe diversas transformações.
A Música Profana a capella e a introdução cada vez maior de instrumentos, foi conduzindo pouco a pouco à grande
revolução vocal e instrumental, que, culminaria no pré-nascimento do melodrama, no fim do Sec. XVI e mais tarde, a
Ópera barroca.
Também na Renascença, a tipografia musical surgia e ajudava a difundir as composições e a polifonia, sendo
encontradas até hoje várias tablaturas para alaúde, música vocal e instrumental.
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REFORMA E CONTRA-REFORMA

A REFORMA

Na Renascença, são dois acontecimentos dignos de nota.


A Reforma, nada tem a ver com a Renascença, se comparadas.
Lembrando que a Música já vinha saindo das Igrejas e ganhando os palácios e as aldeias
Alguns países aderiram ao movimento da Reforma e, nestes, a música voltou para dentro das Igrejas,
mas diferentemente de antes, agora com a participação da congregação, do povo.
Como outros países e até metade de alguns outros, ainda estava fiel à Igreja Católica,
a diversidade musical era intensa. (Música profana, católica e protestante,
fora a influência oriental das Cruzadas [anterior] e dos descobrimentos).

Apenas como exemplo, Orlandus Lassus [Roland de Lattre], (1530-1594),


foi regente da capela da Corte de Munique (catolicismo romano) e escreveu muita música profana
(humorísticas e eróticas, inclusive). Na Inglaterra, apesar da imposição da Coroa,
o calvinismo não deu a mesma importância à Música como se dava antes e o resultado
foi que a Música Profana se desenvolveu muito mais.

William Byrd (1543-1623), continuava católico, mas trabalhando como maestro de capella da rainha protestante.
Segundo a linha de Lutero, havia também, que acontecer uma quase simplificação,para que a mensagem pudesse ser
cantada por todo o povo e entendida quando executada pelos coros profissionais de então.

Na França e Holanda,os instrumentos foram banidos da Igreja Calvinista, ficando apenas o órgão.
A musicalidade de Lutero e a importância dada por êle, à Música (pela tradição germânica),
foi vital num momento de revolução como a Reforma, pois em caso contrário, ao negar procedimentos católicos,
a Música poderia mesmo, ser a vítima.
Pelo tratamento diferenciado dado à Música, no Calvinismo,percebe-se o grande número
de cantos em uníssono, na Igreja.
O Coral luterano, nada tem a ver com o Coral Gregoriano.
É melodia sacra, popular (ou de temas populares e folclóricos harmonizados, versados e adaptados),
cantada pela congregação, ou seja, pelo povo, na sua própria lingua,
(diferentemente do Gregoriano cantado em latim, sómente pelos monges),
acompanhada pelo órgão ou a capella.

A CONTRA REFORMA

A Contra Reforma aconteceu com a fundação da Companhia de Jesus e o Concílio de Trento.


(o nome Contra Reforma, foi dado depois, por historiadores protestantes). Dentro da Igreja Católica,
foi um movimento importantíssimo, nos pontos de vista administrativo, religioso,moral e também musical.
A preocupação era também a de que se entendesse muito bem as palavras, a mensagem sacra que o coro canta.
Obrigou a reduzir a complexidade contrapontística e a simultaneidade dos textos,
excluindo até o acompanhamento, limitado ao órgão, apenas para prelúdio.
É música essencialmente a capella.

O representante mais importante desse movimento é


Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594), que teve intensa vida musical:
-Regente da capela Giulia, capela Papal, coro de San Giovanni in Laterano, coro de Santa Maria Maggiore,
Coro de San Pietro in Vaticano.-Compositor de 105 missas, 280 motetes, mais de 200 obras sacras diversas e
madrigais, 95 madrigais profanos, além de canções.

O Concílio de Trento quase proibiu a Polifonia e a inclusão de textos profanos,


tentando reestabelecer apenas o gregoriano. Mas, a música de Palestrina era uma unanimidade.
Palestrina, sem prejuízos aparentes, conseguiu reduzir a complexidade contrapontística,
limitou a independência e o número de vozes atuantes, coincidindo as consonâncias, focalizando a palavra.
Era o princípio da Polifonica linear, também desenvolvida em outros centros,
por outros mestres que chegavam a procedimentos similares, como por exemplo,
Tomas Luís de Victoria (1540-1611), na Espanha.
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PAÍSES e a Renascença

ESPANHA
Misticismo religioso, catolicismo forte, tons sombrios, muito afetada pela Inquisição
e um alto conservadorismo na Igreja.
Seus principais representantes:
Cristóbal Morales (1500 - 1553),
Francesco Guerrero (1528 - 1599),
Antonio de Cabezon (1510 - 1566),
Tomas Luis de Victoria (1548 - 1611).

FRANÇA
Escola Franco-flamenga, de tendência universalista, sendo influenciadora em toda a Europa.
Seus principais representantes:
Guillaume Dufay (1400 - 1474),
Gilles Binchois (1400 - 1460),
Joan Ockeghen (1430 - 1495),
Jakob Obrecht (1430 - 1505),
Josquin Des Pres (1450 - 1521),
Clément Jannequin (1485 - 1560),
Claude de Sermisy (1490 - 1562),
Claude Goudimel (1505 - 1572),
Guillaume Costeley (1531 - 1606),
Orlandus Lassus (1530 - 1594),
Jan Pieterzoon Sweelinck(1562-1621)

ITÁLIA
Escola Romana, de maior religiosidade mística e serenidade.
Principais representantes:
Giovanni Maria Nanini (1540 - 1607),
Marco Antonio Ingegneri (1545 - 1592),
Felice Anerio (1560 - 1614),
G.P.Palestrina (1524 - 1594),
Gregório Allegri (1584 - 1652).

Escola Veneziana, de maior brilho, participação instrumental e dramatização.


Início do melodrama e berço dos primórdios da futura Ópera Barroca.
Principais representantes: Adriano Willaert (1480 - 1562),
Andrea Gabrieli (1510 - 1586),
Giovanni Gabrieli (1557 - 1612),
Claudio Merulo (1533 - 1604),
Orazio Vecchi (1550 - 1650).

INGLATERRA
Desenvolvimento do Madrigal, das escolas de violas e de alaudistas célebres.
Principais representantes:
John Dunstable (1370 - 1453),
Thomas Tallis (1505 - 1585),
William Byrd (1543 - 1623),
Thomas Morley(1557 - 1603),
John Dowland (1563 -1626),
Orland Gibbons (1583-1625).
ALEMANHA
Música de inspiração protestante, talvez a mais hermética das Renascenças.
Principais representantes:
Jacobus Gallus (Jacob Handl) (1550 - 1594),
Heinrich Isaak (1450 - 1517),
Ludwig Senfl (1492 - 1555),
Martinho Lutero (1483 - 1546),
Hans Leo Hassler (1564 - 1612),
Michael Pretorius(1571 - 1621).
Surgia o material músico-litúrgico preparatório para J.S.Bach, no Barroco protestante.
BARROCO
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MANEIRISMO

É chamada a fase intermediária entre a explosão da polifonia no final da Renascença


e os primeiros passos do Barroco.
Dominando a expressividade do passado, ainda não tinha os elementos para se dizer
Música do presente, o que não invalida o período, nem as manifestações musicais
que aconteceram durante o mesmo.

No Maneirismo, encontramos a policoralidade.


Os coros alternavam-se trazendo ao ouvinte o esplendor sonoro das catedrais.
As composições para 2 e até mais coros, reuniam de 8 a 16 vozes independentes (ou mais).
A interpretação chega ao auge da expressividade, com indicações para serem executadas
ad libitum (à vontade), com órgão ou mesmo conjunto de metais (a função destes instrumentos
seria a de orientar a profusão de cantores dos vários corais simultâneos de 8 ou até 32 vozes?)

O acompanhamento realizado por estes instrumentos era por acordes, o que antecipava
procedimentos orquestrais do Barroco e da Ópera, no futuro.

Ao mesmo tempo essa música e sua abundância de vozes, estava chegando a uma autodestruição.
Como veremos, mais adiante, Orazzio Vecchi nos mostrará as impossibilidades
que este sistema de composição apresenta, devidas à simultaneidade de informações,
vozes, instrumentos e reverberações.

Alguns compositores:
Adrian Willaert (1480-1562),
Andrea Gabrieli (1510-1586),
Giovanni Gabrieli (1557-1612).

Os cromatismos e dissonâncias surgiam, não só pelo desenvolvimento musical no período


e suas experimentações, mas também pelo surgimento de um novo ouvido contemporâneo.

Um personagem digno de nota no período é Carlo Gesualdo, principe de Venosa (1560-1614).


Sendo nobre diletante, compôs diversos madrigais, que até hoje provocam discussões
entre os musicólogos, pelas suas dissonâncias, cromatismos e resoluções.
(veja Gesualdo em Curiosidades).
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O BARROCO

Ressucistar a arte grega,um desafio da Renascença.

E o Barroco o que pretendia? O que e como era?

Tudo o que lembra Grandioso, Exuberante, Estupendo, Pomposo,


geralmente é associado ou até nomeado de Barroco. Certo ou errado?
Realmente o Barroco assume tantas faces importantes na História da Música,
que não é possível tentar apenas defini-lo. É preciso analisar cada acontecimento, cada gênero surgido.
O termo "Barroco" só foi usado em 1920 no Hist.da Música de Panaim & D.Corte.

Alguns dados iniciais, nos mostram características:


A melodia separa-se do coro e toma importância individual sendo o centro de interesse,
expressando o drama, as sensações e os sentimentos. Nasceria a Ópera Barroca.
O período chamado Barroco é aquele entre o século XVII e a primeira metade do sec. XVIII.
O homem deste período tende fortemente ao racional e grandes filósofos elaboram suas teses e teorias,
tais como: Descartes, Pascal, Bacon. Pode-se considerar que em termos de Arte, foi uma era Pós-Clássica,
entendendo por clássica, todas as manifestações no sentido de reviver a arte grega, marcante no Renascimento.
A exuberância dos detalhes e a grandiosidade expressiva, são marcantes no Barroco.
Surgiram diversas formas musicais, como veremos, ligadas ao florescente gênero instrumental.
A Arte Dramática, em Música, ganha espaço.
Os principais países: Itália, onde começou e também França, Inglaterra e Alemanha, respeitadas as diferenças.

ÓPERA

Sentindo o período barroco como um progresso, em relação às tentativas de ressuscitar as artes da Renascença, o
músico do Barroco, procurava novos meios de expressão, mesmo provocado pela explosão da polifonia, a grande
influência instrumental, a melodia independendo-se do coro, a valorização do canto solista e o virtuosismo vocal e
instrumental. Para ilustrar, veremos:

Orazzio Vecchi (1550-1605), colocando de vez um fim à hegemonia polifonica, compondo "Anfiparnasso, commedia
harmonica" (1594), onde cada personagem era cantado por um coro diferente de 4 ou 5 vozes, levando a platéia a uma
situação até hilária e desconfortante, tentando assimilar texto e o todo da peça. Há historiadores que afirmam ter sido
composta propositadamente e é o que parece. O canto individual tomava seu lugar. Ao pensar em origens da ópera,
deve-se centrar em Florença. A chamada ópera florentina. Um grupo de literatos e estudiosos eruditos reuniu-se sob os
auspícios do mecenas Bardi, estando entre eles, Vincenzo Galilei pai do conhecido astrônomo, todos empenhados em
estudar os motivos do fracasso de se imitar a tragédia grega, no sec. XVI. A tragédia grega trazia o -falado- "parlando",
-recitado- "recitativo", ou uma declamação bem próxima do canto e poucos se deram conta disso ao tentar reviver o
passado. Esses literatos pensavam que era preciso juntar a música ao texto, resultando numa obra nada parecida, então,
com a tragédia grega, tão pretendida. Assim, os textos dramáticos, iam surgindo e recebiam o nome de libretos.

Alguns exemplos: Dafne (1597), Euridice (1600), libreto de Ottavio Rinuccini e música de Jacopo Peri (1561-1633).
Também para Euridice escreveu música Giulio Caccini (1550-1618), que era cantor e autor da obra Nuove Musiche,
uma coletânea de canções a uma voz. O costume de ouvir polifonias, foi fazendo com que os ouvidos exigissem algo
mais, que o acompanhamento instrumental veio suprir. Esse instrumento harmonico ou a reunião de outros vários se
limita a acordes acompanhando o canto, dando a base, o baixo, que foi sendo chamado basso continuo. Era o baixo
contínuo. O apoio era desenvolvido e a escrita era feita por cifras em números indicativos dos intervalos entre as notas
do acorde, podendo ser interpretados de maneira diversa por cada instrumentista, aliada a uma improvisação bastante
livre. (Baixo Contínuo-Notação composta por algarismos subpostos à nota do baixo, delimitando o acorde a ser
realizado à maneira do executante, no ponto de vista da improvisação, respeitando conforme a cifra, a posição dos
acordes. Isso trouxe um maior entendimento da ciência da concatenação dos acordes, constituindo os futuros tratados
de Harmonia, como o de J.P.Rameau [1683-1764]).
Voltando à ópera, um nome não pode ser esquecido:
Claudio Monteverde (1567-1643), maestro de música da corte de Mântua e regente do coro da Basílica de San Marco
de Veneza. Talvez com mais consciência do momento vivido pela música dramática de então, soube, nas suas
composições, mesclar toda a herança da polifonia com a supremacia da voz solista e o embasamento instrumental,
inclusive montando uma orquestra até numerosa e variada em suas composições de muita grandiosidade com árias (tipo
de solo cantado [veja em Termos]) de eficiente dramaticidade, enebriando a corte e o povo. De todas as tentativas de
música dramática, "Orfeo" é a primeira peça composta de maneira a poder ser chamada de Ópera. Os solistas estão em
primeiro plano e os coros aparecem ao fundo, tudo costurado por acompanhamento orquestral convincente e poderoso.
Mesmo combatidoem sua época, é o maior compositor desta fase de nascimento da Ópera, deixando influências
visíveis para o futuro, como nas obras de Henry Purcell (1658-1695) e Henrich Schultz (1585-1672),
apenas para citar 2 exemplos.

O nascer da ópera no Barroco, seus precursores, compositores contemporâneos e do futuro:

Camerata Fiorentina (Florença)


Vincenzo Galilei [1520-1591],
Giulio Caccini [1550-1618],
Ottavio Rinuccini [1560-1621],
Jacopo Peri [1561-1633].

Mântua-
Claudio Monteverdi [1574-1634]

Veneza
Francesco Cavalli [1602-1676],
Marco Antonio Cesti [1618-1669]

Roma-
Luigi Rossi [1598-1651],
Domenico Mazzocchi [1590-1645]

Nápoles
Alessandro Scarlatti [1659-1752],
Giovanni Batista Pergolesi [1710-1736]

Alemanha
Heinrich Schutz [1585-1672],
Georg Philipp Telemann [1681-1767]

França
Jean Baptiste Lully [1632-1687],
Jean Philippe Rameau [1683-1764]

Inglaterra
Henry Purcell [1658-1695],
G.F.Handel [1685-1759].
Também se desenvolveu no Barroco, um gênero que envolvia dramaticidade, porém, no âmbito da música religiosa,
originado dos "Laudi spirituali".
Era a narrativa em poesia e música de cantos sacros, para apoiar as verdades religiosas
Também emprega como na ópera, os estilos de ària, coros, recitativos e outros, porém sem encenação.
Chamado na França de "Histoire sacrée", ficou conhecido e espalhou-se por toda a Europa, independente da religião,
com suas adaptações.
É o ORATÓRIO.
Principais representantes:
Emilio del Cavallieri - [1550-1602],
Giacomo Carissimi - [1605-1674],
G.F.Handel - [1685-1759]. [Veja também em Protestantes, o gênero Cantata]
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HOMOFONIAS (no Barroco)

A nova forma de expressão, a hegemonia da voz solista, a presença marcante dos instrumentos,
invadia a Europa. Os compositores que ainda usavam formas da Alta Renascença e Maneirismo,
procuravam, através de viagens e intercâmbios, se aproximar da florescencia musical italiana.

Alguns exemplos: Jan Pieterzoon Sweelinck [1562-1621] organista em Amsterdã,


espelhou-se nos Gabrieli.

Hans Leo Hassler [1564-1612] organista em Nuremberg, foi aluno de Andrea Gabrieli.

Johann Hermann Schein [1586-1630] Kantor em S.Tomas-Leipzig bastante influenciado por


Monteverde, foi o primeiro a reunir várias danças da época numa forma que se chamou Suíte.

Heinrich Schuetz (Schutz) [1585-1672] foi discípulo de Monteverde


e desenvolveu intensamente a arte dos venezianos, tornando-se um dos grandes compositores do Barroco.

Mas, os italianos também emigraram, difundindo sua arte:

Na França, o florentino Giovanni Battista Lully ou para os franceses, Jean Baptista Lully
[1632-1687] (veja Lully em Curiosidades), dominou a cena musical francesa,
introduzindo inovações orquestrais importantes, [les 24 vilons du Roi], com muitos privilégios,
através de Luís XIV, tornando-se regente e profícuo compositor, acrescentando alguns instrumentos de
metal, já iniciando a futura orquestra. É o responsável pela criação da "ouverture française" e
pela atenção dada às danças e às suites, fixando o gênero como particularmente francês.
Tamanha foi a hegemonia de Lully, que muitos compositores importantes, acabaram num certo ostracismo.

A injustiça maior foi com Marc-Antoine Charpentier [1634-1704],


compositor de Moliére e Richard de Lalande [1657-1726], ambos ressuscitados por pesquisadores, com justiça.

Na Inglaterra, um grande representante da influência de Monteverde:

Henry Purcell [1658-1695] apesar de morrer cedo, é o maior compositor inglês, depois dos
grandes da Renascença e muitos acreditam que até à época de Benjamin Britten, não foi superado em solo inglês,
considerando que G.F.Handel, J.C.Bach e J.Haydn, que fizeram grande sucesso, eram alemães.
Muitos o consideram o precursor de Pergolese e da música instrumental do século XVIII.
Na ópera, destaca-se "Dido e Aeneas", que permanece no repertório ainda hoje.
A música instrumental de Purcell é vigorosa e cheia de experimentações que nos faz pensar no que resultaria,
se não morresse aos 37 anos.

Ainda, os italianos:

Giacomo Carissimi [1605-1674], compositor conhecido pelos Oratórios, regente do Collegium


Germanicum, em Roma.

Alessandro Stradella [1645-1682] escreveu as primeiras cantatas de câmara e concerti grossi.

Carlo Pallavicino [1630-1688], Francesco Conti [1682-1732] e

Agostino Steffani[1655-1728], considerado um introdutor do estilo concertante.

Antonio Lotti [1667-1740] compositor que ousou, não por escrever a 6 ou 11 vozes,
mas por introduzir efeitos sonoros com blocos de acordes e dissonâncias.
Antonio Caldara [1670-1736], vice-regente na corte de Viena.

Francesco Durante [1684-1755] foi professor de Pergolese.

Leonardo Leo [1694-1744] emocionado compositor de Oratórios.

Benedetto Marcello [1686-1739] compositor famoso autor do panfleto "Il teatro alla moda",
que denunciava a vaidade de compositores e cantores
(veja Marcello em Curiosidades) preferindo a música sacra.
Escreveu importantes concertos para instrumentos solo e orquestra.
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O INSTRUMENTAL NO BARROCO

A presença dos instrumentos é vital para o Barroco.


Os instrumentos de tecla, executando o baixo contínuo, a simultaneidade de instrumentos combinados,
resultando em novas sonoridades e timbres, o desenvolvimento da construção de instrumentos pelos luthiers,
o aprimoramento dos solistas chegando ao virtuosismo, o surgimento de novas formas de composição
trouxeram para o Barroco todo um ambiente propício.
As novas formas:
Sonata [para violino ou violoncello],
Concerto [solo de violino ou instrumento de sopro],
Concerto Grosso [vários instrumentos solistas alternando com a orquestra, formando então o "tutti"].
Também o desenvolvimento do contraponto,
gerou formas polifonicas [ex:fuga] que chegariam ao seu auge à época de Bach.

O violino já se impunha como instrumento líder e grandes violinistas se mostraram excelentes compositores:

Arcangelo Corelli [1653-1713] firmou-se muito como compositor de brilhantes Concerti Grossi.
Tommaso Albinoni [1674-1745] introdutor do arioso (mais lento) nas sonatas e do oboé no concerto grosso.

Um caso especial é Antonio Vivaldi [c.1678-1741], padre veneziano que enveredou pela música instrumental
profana com tamanha eficiência que deixou heranças e influências, despertando grande interesse em J.S.Bach.
De comportamento pouco sério para um padre (veja Vivaldi em Curiosidades), foi tomado pela idéia musical,
produzindo inúmeras obras instrumentais, que sobrevivem até hoje, até infelizmente,
sendo inadequadamente usadas pela propaganda, como trilha sonora na televisão e cinema,
descrevendo situações associadas ao uso de desodorantes e shampoos, de gosto bastante discutível.
Mas a música de Vivaldi está acima disso.
Famoso violinista, também em outros países, como a Alemanha, onde se supõe que Bach o tenha ouvido,
teve obras publicadas em Amsterdã, Paris e Londres.
Obra sua de relevância, é o "Estro Armonico", coletânea de 12 concerti grossi,que Bach estudou e fez arranjos.
Outra obra popularíssima são as "Quattro stagioni" que nos dias de hoje, apesar da beleza, chegou aos limites da
exploração e desgaste. Vivaldi soube magistralmente variar e usar idéias rítmicas vibrantes, evitando a mesmice
numa obra tão extensa, com imaginação quase inesgotável.

A supremacia do violino, criou muitos virtuoses:


Francesco Maria Veracini (1685-1750),
Francesco Antonio Bonforti (1672-1749),
Francesco Geminiani (1667-1762),
Pietro Locatelli (1695-1764).
Giuseppe Tartini (1692-1770) fundador de uma escola de violinistas em Pádua, foi compositor de inúmeros concertos
para violino e orquestra. Escreveu o Traité des Agréments de la Musique, que tratava da ornamentação musical. (Veja
Tartini em Curiosidades). Foi considerado o maior violinista do Sec. XVIII.
Jean Marie Leclair (1696-1764) já foi considerado o Vivaldi francês.

O cravo, também se impôs como instrumento de apoio devido à importância do baixo-contínuo, mas também como
instrumento solista em peças com orquestra ou solo.

Domenico Scarlatti (1685-1757), filho de Alessandro Scarlatti, esteve na península ibérica e na Inglaterra, não sendo
muito preocupado com a difusão de suas obras, que não cumpriram a herança do pai.
Mesmo sendo muito respeitado na corte de Espanha, retirou-se e a hegemonia musical no país passou a Farinelli, o
famoso cantor castrado. Mesmo assim é considerado o maior compositor para cravo nos meios que frequentou.
Compos cerca de 500 sonatas e em muitas delas nota-se uma influência marcante da música espanhola e modulações
ousadas.
François Couperin (1668-1733), um compositor para cravo também importante, preocupou-se
mais com a música descritiva de grande apreciação na corte especializando-se na Suite.
Ravel reviveu a memória de Couperin, com justiça.

A influência do estilo francês "contaminou" Georg Philipp Telemann (1681-1767), mesmo sendo luterano na
ascendência. Preferiu o trabalho em Hamburgo do que a nomeação de Kantor em S.Tomás,
compondo inúmeras peças para a corte de seu tempo, ficando talvez por isso numa posição, no futuro,
de um relativo esquecimento perante o mais 'serio' Bach, que o admirava e era amigo.
Não lhe faz justiça,ao analisarmos o vastíssimo conjunto de sua obra, a errônea fama de músico da corte
mais preocupado em satisfazer-lhe os gostos. É obra séria, de profunda inspiração e beleza incontestável.
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PROTESTANTES

Georg Friedrigh Haendel (Handel) (1685-1759)

Natural da Saxônia, bastante fechda ao muundo, pelo luteranismo ferrenho e nada propício para um músico com os
anseios e talentos de Haendel, estudou Direito, com formação para ser organista, Kantor. Viajou para a Itália em 1707
apresentando-se. Transfere-se para a Ingleterra, funda e dirige uma casa de ópera. Resistências inglêsas, rivais italianos
e credores. 1728, falência. Funda nova ópera, luta, mas em 1736, nova falência e paralisia.
Escreve diversas óperas que até hoje só sobrevivem alguns trechos, enttre os quais, Serse (Xerxes), que vez por outra
volta ao repertório. Começa a apostar em Oratórios e vence. Sua música completa extremamente tudo o que o barroco
tem de grandiosidade. Haydn, mozart e Beethoven consideravam-no o maior de todos os compositores. invenção
musical infinda e brilhantte arranjador de seus próprios temas e até de ouutros, conforme necessitasse de algo sério,
religioso ou profano. Mesmo sendo alemão, nota-se influências italianas e francesas, produzindo música para a
Inglaterra. Era um cosmopolita. O protestantismo inglês chega ao auge com sua Música, mesmo tão ornamentada.
Grande compositor de música instrumental, foi um dos mestres do concerto grosso. Sua vastíssima obra inclui
composições bem populares (o sentido de gosto geral) e que permanecem até hoje, como a -Water Music- e os - Royal
Fireworks-. Suas obras vocais são marcantes, com composições das mais belas, na história da música. As partes corais
são grandiosas e emocionantes como no -Messiah-, apenas para citar uma obra prima universal. Com os
lucros dessa obrra, finalmente pode descansar e ajudar instituições. Venerado como soberano musical da Inglaterra,
esse filho adotivo é gênio reconhecido no mundo inteiro.

Johann Sebastian Bach (1685-1750)

Unanimidade nos dias de hoje, não gozou de prestígio e reconhecimento na sua época. Telleman, sim. Bach era
conhecido como o maior organista de seu tempo, virtuose no cravo e violino. Escreveu grande quantidade de música
sacra, para um ofício luterano exigente. Sempre careceu de recursos e brigou muito por isso. (veja Bach em
Curiosidades). Grande mesttre da polifonia barroca, escreveu a célebre - Arte da Fuga- e sua obra pode ser enquadrada
como de religiosidade mística. Escreveu grande número de cantatas, tendo que compor uma por semana. A obras para
coral é vastíssima, mas só escreveu 5 motetes a capella, enttre elas - Jesus meine Freude-.
O repertório para órgão é de valor inestimável, superando muitos grandes compositores que o antecederam. Das 295
cantatas, subsistem 198, como por exemplo a de no. 147 com o conhecido coro - Jesus bleibet meiine Freude-.
Escreveu também o magnificat, Oratório de natal e a missa em Bm, só citando 3 exemplos grandiosos. Suites, concerti
grossi, sonatas, concertos para diversos instrumentos (suites alemãs) partitas, variações, invenções,, prelúdios e fugas.
Para o cravo, os 24 prelúdios e fugas do 1o. e 2o. voluumes do cravo Bem Temperado representam o ponto máximo da
música para aquele instrumento.
Com rigor matemático, a obra genial do mestre, considerado o pai de todos, traz uma fluência comparável de um rio e
uma religiosidade e emoção indiscutíveis, mesmo aos mais rudes ouvintes. Bach consegue esgotar toda as
possibilidades, enebriando a história da música com obras como os- Concertos de Brandenburgo-.
A arte da Fuga - obra da velhice, grandiosa aula para todas as gerações, foi infelizmente interrompida com a sua morte.
Tanto que não existem indicações para instrumentos escolhidos para a execução. É considerado o grande mestre de
todos os tempos.
Um excelente livro sobre Bach é -Bach, o músico poeta- de Albert Schweitzer.
CLASSICISMO
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ROCOCÓ

O período pré Classico, a transição para o Classicismo, o final do chamado Alto Barroco,
com o qual é confundido, é chamado de Rococó. É música instrumental pura,
o instrumento principal é o cravo e o gênero, a Suite, ainda popular.

Mas a Sonata triunfará.

Seus representantes principais são os cravistas franceses, como Couperin


e as brilhantes teorias harmônicas de J.P.Rameau (1638-1764), no Traité d'Harmonie.

É época de danças, com destaque para o minueto.


Domenico Scarlatti (1685-1764), é também digno representante, pelas suas composições para cravo,
prevalecendo a ornamentação e a elegância nas formas de suas 500 sonatas, aproximadamente.

Neste período surge o piano (1710), invenção de Bartolomeo Cristori, em Florença,


inovando pelo jogo de martelos percutindo a corda, pela possibilidade de graduação
da intensidade sonora e principalmente pelo chamado -Temperamento igual-
(divisão da oitava - 8 notas- em semitons iguais).

A Música deste período, chamada de música pura, expressa recursos distintos e claros:
melodia, harmonia, ritmo, timbre, formas e intensidade.
Principais representantes:
Karl Ph.Emmanuel Bach (1714-1788), mestre da sonata, no esquema: exposição, mudança de tonalidade,
desenvolvimento, repetição da exposição no tom original com pequenas modificações.
Johann Christian Bach (1752-1832), o Bach de Londres- que introduziu no esquema da sonata, um segundo tema
contrastante e
Johann N.Hümmel (1778-1837), enttre outros.
A Escola de Mannheim (veja Escolas), berço do Sinfonismo, e seus representantes:
Johann Stamitz (1717-1757),
G.B.Sammartini (1710-1775),
D.von Dittersdorf (1739-1759), entre outros.
Nas obras orquestrais, o nascer da Sinfonia. Era a chamada Sonata-forma.

Resumindo: A Sinfonia era uma sonata para a orquestra, o concerto foi se


tornando uma sonata para solo e orquestra e haydn ainda acrescentaria o Quarteto de cordas
que seria uma sonata para 4 instrumentos de corda.
Essas explicações resumidas acima estão corretas?
Qual a origem e o que era a Sonata-forma?
Veja mais em Sonata e Sinfonia.
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SONATA E SINFONIA [pequeno resumo]

Sonata

No sec. XVII, se designava assim a uma peça para um ou mais instrumentos,


que constava de várias partes. Sonata vem de -sonare (destinada a tocar, soar) em oposição a
-cantata (destinada a cantar).
Domenico Scarlatti estabeleceu uma estrutura com 2 temas em um só movimento (monotemática).
No sec. XVIII, forma de composição para um ou dois instrumentos (piano, piano e violino, etc)
que obedecia a uma estrutura dentro do seguinte esquema:

1o. tempo - Allegro - com 2 temas diferentes, contrastando e mudando de tonalidade.


2o. tempo - Lento - com desenvolvimento simples numa estrutura simples.
3o. tempo - Minueto ou Scherzo - com esquema formal de 2 secções.
4o. tempo - (final) Allegro - que geralmente é um rondó (forma musical cujo tema se repete
periódicamente, alternando com outros, secundários)

Desta forma é que se originou a Sinfonia.

Também é chamada de Sonata, a composição instrumental em vários movimentos,


sendo que pelo menos um deve obedecer à forma-sonata.

Sinfonia- etmológicamente falando, -duas ou mais fontes sonoras, soando simultaneamente-


conjunto de vozes, de sons.

Até a época de Bach, aproximadamente significava: peças instrumentais de estrutura


e função similar à abertura ou prelúdio.
Quanto ao aspecto formal, é a obra orquestral que desde meados do sec. XVIII, adotou a princípio,
o padrão estrutural da sonata, destacando e muito a participação de cada instrumento e de seus naipes,
no colorido geral e nas nuances timbrísticas.

HAYDN - mutatis mutandis

Franz Joseph Haydn (1732-1809). Baseado no folclore, este compositor austríaco da divisa com a Hungria,
foi menino cantor na catedral de St.Estevão em Viena, depois músico de tavernas e serenatas.
Casando erradamente, suportou verdadeiro martírio, mesmo separado.
No castelo do príncipe húngaro Esterházy, perto de Viena, foi uma espécie de serviçal especializado
tratado com respeito, que teve uma orquestra para executar suas composições.
Além de Viena, ficou conhecido na Europa inteira.
Recebeu também várias encomendas de outros países, sendo que, após a morte do Príncipe e da mulher,
pode enfim viajar a convite para Londres, onde o sucesso rendeu-lhe muito dinheiro
e o título de -doutor honoris causa-, em Oxford.
No auge da glória é reconhecido como compositor oficial do Império Austríaco
e escreveu em 1797 o Hino Austríaco (hoje -adotado- pela Alemanha.

O classicismo vienense nascia e a chamada tríade clássica:


Haydn - Mozart - Beethoven
( que não deve ser entendida como - do menor para o maior –
e sim como a passagem dos procedimentos que levaram ao que a música se tornou no Pré-Romantismo).

[[[-Cabe aqui lembrar que muitos cometem o erro de chamar a -música erudita- de
-música clássica- que é a música do período chamado Classicismo.]]]
Haydn é grande em invenção melódica, trazendo uma auto-suficiência para as cordas,
que foi enterrando de vez a hegemonia do baixo contínuo, tão soberano no Barroco.
Mestre em Sinfonias e Quartetos, é o ponto de mudança para a música moderna,
progredindo do passsado (Barroco), para o futuro (Mozart, a quem Haydn dedicava muito apreço),
espalhando sua influência a vários compositores.
A obra é vasta:
104 sinfonias, 84 quartetos, 31 trios (piano e cordas), 18 trios (cordas), 36 sonatas para piano,
21 concertos para instrumentos, óperas, oratórios (As Estações, A Criação), etc.
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REFORMA DA ÓPERA

Paris, 1750 aproximadamente.


A ópera era motivo de discórdia.
Personagens:
Nicola Piccini (1728-1800) e Christoph W. Gluck (1714-1787).

A ópera ainda não havia recebido as influências de Haydn.


O bel canto e os procedimentos do final do Barroco, prealeciam.
Pietro Metastasio (1698-1782) firma-se como grande libretista e muitos textos
seus são musicados na época,por vários compositores sendo que o texto se repetia e só diferia, a música.

As dificuldades vocais, pareciam que só aumentavam de compositor a compositor.


É o reino dos castrati (veja Termos). Hoje, o esquecimento para a maior parte destas óperas.
Ainda se pode encontrar representações de óperas de Domenico Cimarosa (1749-1801)
como -Il Matrimonio Segreto-.

A invasão italiana se fazia sentir por toda Europa.


Na Fança, Jean Philippe Rameau (1638-1764), autor do -Traité d'Harmonie-
(base teórica do sistema tonal) e maestro de capela do Rei Luis XV,
esboçou uma reação quase que nacionalista,
esforçando-se por trazer substâncias mais atuais à ópera francesa.
Algumas óperas suas permanecem no repertório, como:
Castor et Pollux. - Hippolyte et Aricie, - Dardamus, - Zoroastre, entre outras.

Ainda outros, tentavam uma nova linguagem operística:


Johann Jakob Heinse (1749-1803),
Johann Adolf Hasse (1699-1783)- il caro sassone, sucesso na Italia, -
Giuseppe SArti (1729-1802),
Baldassare Galuppi (1706-1783),
Giovanni Paësiello (1740-1816),
Niccolo Jommelli (1714-1774) e
Tommaso Traëtta (1727-1779), que quase antecipou os procedimentos de
Christoph Willibald Gluck (1714-1787), maestro na corte da Imperatriz Maria Tereza, em Viena.
Tencionava reformar o gênero ópera.
No lugar das anteriores intrigas amorosas, o enredo mitológico com mais simplicidade e forte efeito trágico.
Eliminaria os exibicionismos vocais, a pompa exagerada, colocando a música a serviço da palavra.
Orfeo ed Euridice (1762) - a primeira ópera reformada, traz uma tragédia mais convincente.
Era o -dramma per musica-, a verdade no palco musical.
Mas, Viena era italianizada demais, por isso Gluck se muda para Paris.
Sucesso retumbante com Iphigénie en Aulide.
Nicola Piccini (1728-1800) ousou competir com o mestre e como sempre na história acabou
no quase completo esquecimento, injustamente.
A influência da reforma de Gluck, se fez notar nas obras de:
Antonio Maria Sacchini (1730-1786),
Etienne-Nicolas Méhul (1763-1817).

O grande Luigi Cherubini (1760-1842), diretor do Conservatório de Munique,


Chefe do ensino musical na França e professor de toda uma geração de compositores,
foi um bastante severo mantenedor das tradições e das regras austeras do contraponto.
Sua influência como professor se fez sentir nas gerações futuras.

Já na época de Napoleão, ainda se fazia sentir a herança de Gluck na obra de


Gasparo Spontini (1774-1851), conhecido como despótico,
chegando a acontecer manifestações contra ele, obrigado a se demitir.
A supremacia italiana começava a desmoronar.

Um conhecido aluno de Gluck foi Antonio Salieri (1750-1825), injustamente acusado


por versões literárias da vida de Mozart (comprovadamente morreu de uremia), na vida real
foi brilhante músico, sucesso em sua época, professor de Beethoven e Schubert,
tendo sido resgatada sua obra, nos dias de hoje, com vários protestos contra a injusta difamação.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
MOZART - A Revolução Musical

Não se pode dizer, muitos concordam, que a obra de Mozart se encaixe neste ou naquele movimento musical.
As heranças, é óbvio, as teve, mas a ora precisa ser analisada como -mozartiana-
e sua influência se sentirá e muito nas gerações futuras.

Tendo sido ensinado desde os 4 anos de idade e percorrendo diversas cortes


em intermináveis exibições e concertos, o amadurecimento musical infelizmente
não foi correspondente na vida pessoal. Nomeado ainda na adolescência, maestro da corte de Salzburgo,
sofreu com maus tratos de seu insensível empregador até 1781, quando se muda para Viena.
Alguns títulos oficiais, nenhum cargo, nem ordenado.
O pouco dinheiro vinha de concertos, nem sempre frequentes, aulas,
mesmo o sucesso de -Le Nozze di Figaro- em Viena e -Don Giovanni- em Praga,
adiantaram para tira-lo da difícil situação e nem a Maçonaria lhe deu grande ajuda.
Sempre na miséria e humilhado, cheio de dívidas, empréstimos e despesas coma esposa e filhos natimortos,
ainda teve de suportar a rivalidade, a maledicência dos italianos e a péssima saúde.
Enfim, o terreno em vala comum, como um desconhecido.

Sua obra maravilhosa desmente uma vida infeliz e desgraçada.


Basta citar na vastíssima relação:
Divertimentos, quintetos, quartetos, siinfonias, Ein kleine nachtmusik, concertos, sonatas,
as óperas A Flauta Mágica, Don Giovanni, Le Nozze di Figaro,
Cosi fan Tutte (entre várias), Missas e o Réquiem.

Apesar dos seguidos romances sobre a sua vida,


quem melhor fala a verdade sobre Mozart é sua música.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
BEETHOVEN - O personagem Romântico

Final do século XVIII, O público ouvinte dos concertos já não é só a nobreza e seus mecenas.
É um ouvido -geral-, de quem pagou para assistir e não de quem encomendou a obra.
É a burguesia. Bem típico do Pós Revoluçao Francesa.
Neste ambiente, surge Ludwig van Beethoven (1770-1827), simpatizante da Revolução Francesa que viveu no
ambiente aristocrátrico de Viena. Inquieto, mudava várias vezes de residência.
Passou a mocidade em Bonn, com pai alcoólatra. Em Viena começou a ser conhecido como brilhante improvisador ao
piano. Chegou a publicar composições e obter sucesso. Os príncipes de mecenas suportavam o rude Beethoven,
satisfeitos com a sua obra. Começavam os problemas de audição e até o pensamento suicida, que depois resolve
abandonar e cumprir seu destino, criar sua obra.
Já em 1814é reconhecido como o maior compositor de todos os tempos, sendo comparado a Goethe, nas artes.
A situação financeira era boa e aos editores, ditava ordens.
Chamavam-no -o Napoleão da música-, só que sem derrotas.
Já completamente surdo, isola-se e todos respeitam seus modos esquisitos. Afinal, é Beethoven.
Seu último triunfal concerto, foi a execuçãoa 9a. Sinfonia e trechos da Missa Solemnis.

Morreu em 1827, surdo, quase pobre, mas conhecido como o é hoje e com o respeito devido.
Sua extensa obra é imensamente conhecida e executada.

Sua obra tem fases típicas: (chamadas por muitos de...)

Galante - ao gosto do sec. XVIII, em mudança (Apassionata, etc)

Trágica - a segunda fase, abalada pela surdez, inconformismo (3a. Sinfonia - Eróica)

Maturidade colossal - apesar do sofrimento, a busca do ideal (9a. Sinfonia - Coral)

A imensa colaboração como sinfonista se faz sentir na repercussão de suas obras,


sendo o compositor mais conhecido e executado do mundo.
ROMANTISMO
MODERNISMO
ZilahiSoft - História da Música - 1998
HERANÇAS - Romantismo

O Romantismo dominará toda a música do sec. XIX.


A literatura exerce forte influência que se nota nos poemas musicais e nos lieds.
O desenvolvimento social e industrial também é um poderoso transformador da música romântica.
É época de grandes virtuoses. O Classicismo deixa, sem sombra de dúvida, uma herança fortíssima.
Não poderia ser de outra forma, tendo surgido Haydn, Mozart e Beethoven.
A sociedade aristocrática agonizava e a música refletia todo esse novo sentimento
e florescimento de uma outra sociedade, com personagens os mais distintos e até esquisitos:

Ernst Theodor Amadeus Hoffmann (1776-1882), contista, músico e crítico de música,


trouxe o novo enredo romântico, sendo que com estilo ainda mozartiano.
Seus textos forneceram libretos para várias óperas de outros compositores,
que permanecem até hoje no repertório, como por exemplo: -Tannhaeuser- de Wagner.

Outro vibrante representante é Niccolo Paganini (1782-1840). Magro, de feição acentuada,


fazia diversas caretas e movimentos e foi o maior violinista de seu tempo.
(muitos historiadores o querem o maior de todos os tempos...).
Suas composições exigem e muitos dos violinistas, além do seu valor como obrra musical.
Sucesso igual, só de Liszt, outro virtuose místico, no piano.

Também Louis Spohr (1784-1859), foi grande violinista, compositor e regente.

As heranças do Classicismo e o nascimento do Romantismo se confundiam e é nesse ambiente que

Franz Schubert (1797-1828), o boêmio genial, de abundante inspiração,


compôs sua imensa obra (com mais títulos que Mozart). Tendo vivido na pobreza, morreu de tifo,
muito cedo, antes de ficar famoso. De suas obras, podemos citar o Quinteto para violino, viola,
violoncelo, contrabaixo e piano (pouco usual) chamado de -ATruta-, Trios, Octetos,
muita música de Câmara, extensa obra pianística, Sonatas, Corais, Sinfonias,
Quartetos, Missas e 600 lieds (canção popular de fundo folclórico, estilizada),
gênero no qual foi compositor magistral.

Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) de origem judaica batizado luterano e de família abastada,


foi gênio precoce. Absoluto sucesso como pianista, regente e compositor.
Unanimidade total durante sua vida, fundou os concertos sinfônicos do Gewandhaus
em Leipzig e seu Conservatório. Sua fama e glória também eram fortes na Inglaterra.
Permanecem até hoje a -Abertura para Sonho de Uma Noite de Verão,
o Concerto para violino e orquestra Em op.64, vários Trios, Quintetos e Quartetos.
Em 1829, ressuscita Bach, regendo em Berlim -A Paixão Segundo São Mateus-.
Escreveu, como admirador de Haendel vários oratórios destacando-se -Paulus- e -Elias-.
Suas Sinfonias permanecem no repertório como a Italiana, a Escocesa, a da Reforma.
Era um acadêmico bem comportado genial e sua visão acadêmica se propagou
através de seu Conservatório em Leipzig, por muitas gerações.
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A NOVA ÓPERA

É a música dominante do Período Romântico. Mais uma vez, os italianos: Rossini e Bellini.
A ação, a postura cênica, a expressão corporal e os libretos,
exaltam a alta dramaticidade, ainda, reservado o espaço para os grandes solistas.

Aliada à arte cênica, a ópera italiana triunfa no Romantismo.

Gioachino Antonio Rossini, (1792-1868), foi a sensação da europa durante mais de 15 anos e sua importância é
inegável para o mundo da ópera até hoje. O -Barbieri di Siviglia (1816), foi no início um verdadeiro fracasso,
tendo se transformado depois num dos maiores sucessos operísticos de todos os tempos.
Também outras óperas suas triunfaram: - Guillaume Tell-, Italiana in Algeri, Cenerentola,
La Gazza Ladra, Tancredi, Otello, Mosé in Egitto, Semiramide. (veja Rossini em Curiosidades).
Embora muitos não o considerassem um autor para obras sérias, no fim da vida emociona a todos
com o seu Stabat Mater.

Vincenzo Bellini (1801-1835) não foi exatamente um rival, mas um operista diferente de Rossini.
Suas óperas: -I Montechi e i Capuletti- , -I Puritani-, estão voltando ao repertório.
A maior delas é -Norma (1831)- de muita riqueza melóodica e lirismo envolvente.
Tendo morrido cedo, não chegou a desenvolver, infelizmente, todo o seu potencial harmônico e
contrapontístico.

O que se poderia chamar de rival é Gaetano Donizetti (1797-1848), que obteve muito sucesso
e desgraçadamente terminou a vida com problemas mentais.
Tinha muita facilidade e rapidez no escrever óperas, muitas vêzes repetindo-se.
-La Fille du Régiment- e principalmente -Lucia de Lammermour- são óperas ainda bastante
adoradas no repertório operístico. Sua excelência se faz sentir nas grandes óperas cômicas
-L'Elisire d'Amore- e Don Pasquale- que abriram as portas à opereta de Offenbach.

Os italianos ainda triunfariam internacionalmente com Giuseppe Verdi.

Ópera Comique
Palco de guerra dos adeptos da ópera séria e ópera bufa, Paris, viu florescer o gênero ópera cômica.

Seus representantes:
André Ernet Modeste Grétry (1742-1813),
Francóis Adrien Boieldieu (1775-1834),
Daniel François Esprit Auber (1782-1871),
Adolphe Adam (1803-1856),
Albert Lortzing (1801-1851),
Otto Nicolai (1810-1849) e
Fridrich von Flotow (1812-1883).

Ópera Romântica Alemã

A língua italiana ainda era uma unanimidade na preferência dos compositores.


Isso fez acontecer um movimento cada vez maior no sentido da criação da ópera alemã.
Os temas serão o folclore, mitos e lendas.
Carl Maria von Weber (1786-1826) apesar de levar até então uma vida não muito regrada, tinha excelente formação
musical e chegou a Diretor da Ópera de Dresden, levando o nacionalismo alemão pós-Napoleão, a dominar aquele
ambiente, em detrimento dos italianos. Tendo morrido cedo de tuberculose, não desfrutou plenamente o sucesso.
Escreveu lieds, Concertos, Valsas (que eram a última moda alemã), Missas,Sonatas, Quintetos, as óperas -Oberon, -
Euryanthe. Nascia a óepra alemã.
Destaque para a ópera -Der Freishuetz- que tornou-se tão popular a ponto de ser
assobiada pelo povo nas ruas e conquistou o mundo.
ZilahiSoft - Historia da Música - 1998
NACIONALISMO

A Europa se encontrava entre o sucesso da herança dos italianos


e a força instrumental tradicionalista dos alemães e vienenses.
Tanto uma quanto a outra, mostravam claramente suas raízes
e não tardou para que outras nações encontrassem a sua própria música romãntica.

Dinamarca - Niels Gade (1817-1890) discípulo de Mendelssohn


Friedrich Kuhlau (1786-1832) usou a melodia popular dinamarquesa
Suécia - Ivar Hallstroem (1826-1901) chamado o Weber da Suécia
Rússia - Mikhael Ivanovitch Glinka (1804-1857) usou os modos eslavos e folclore russo
Hungria - Erkel Férènc (1810-1893) criou a ópera nacional com base folclórica -Bankbán
Polonia - Stanislaw Moniuszko (1819-1872) com a ópera Halka

Àustria - Johann Strauss (1825-1899) autor de famosissimas valsas, populares na Europa


toda, intensamente executada até os dias de hoje, e da opereta mais popular
Die Fledermaus (O Morcego).
Polônia -Frédéric Chopin (1810-1849) - Filho de francês e menino prodígio no piano, logo
saiu de seu país, para aperfeiçoamento. À Polônia, palco de revoltas, nunca mais
seu nacionalismo é apenas nostálgico, apesar da insistência de alguns
historiadores. Sucesso em Viena e Paris, onde se fixou meio aos intelectuais.
Manteve relacionamento com a escritora George Sand, conturbado por choque de
temperamentos e a saúde fraca, vindo então a tuberculose. Apesar do retiro para
tratamento em Mallorca ou a viagem para Londres, morre em Paris. Seu coração
foi enviado à catedral de Varsóvia. Muito do acesso dos polonêses ao mundo
musical europeu, se deve à simpatia de todos pela causa polonesa, contra o czar
russo. Compôs concertos, sonatas, estudos, prelúdios, noturnos, polonaises,
valsas e mazurcas. A pianolatria fez exagerar a execução de suas obras, chegando
à exaustão, fora o aproveitamento em trilhas e propagandas de gosto duvidoso.
França - 'A Grande Ópera e a Opereta'
Giacomo Meyerbeer (1791-1864) italiano, venceu em Paris, sendo muito combatido
pelos tradicionalistas e por Wagner que, talvez magoado por não receber ajuda de
Meyerbeer, que fazia sucesso, aproveitou o fato do mesmo ser judeu e atacou-o
furiosamente, quando das manifestações e protestos da época. Ainda hoje
permanece -Les Huguenots-.
Jacques Fromental-Elie Halévy (1799-1862)
Jacques Offenbach (1819-1880) compositor do Teatro das - Folies Bergères-,
dominou a vida musical. Compôs: Les Contes d'Hoffmann e entre suas operetas
destaca-se -Orphée aux Enfers-.
Hungria - Férèncz Liszt (1811-1886) húngaro de nascimento, se expressava em francês. Era
um cosmopolita. Prodígio, estudou piano em Viena, onde obteve sucesso
estrondoso. Viajava muito em tournées virtuosísticas. Ao ouvir Paganini, resolve
transportar para o piano todo o brilhantismo e a mis-en-scène caracteristicas
do violinista, (já que Liszt tinha fama de vaidoso) com grande sucesso. Interessado
pela cultura em geral e pelas mulheres, sendo que sua filha Cosima é fruto de uma das
suas uniões (às vezes escandalosas), em que, não raro, as mulheres abandonavam tudo
por sua causa. A certa altura, deixa a carreira pianística e dedica-se à composição
orquestral e coral, em Weimar. Apaixonou-se pela música de Wagner e passou a
divulga-la. Ajudou a muitos não reconhecidos, mas verdadeiros talentos como
Berlioz, Grieg e Smetana, além do próprio Wagner, que se uniu à sua filha Cosima.
Já em Roma, sózinho, recebeu as ordens monásticas, em Budapeste, foi
reconhecido como compositor nacional, mudou-se para Bayreuth, para perto de
filha Cosima e de Wagner, presidiu a Academia de Música e lá morreu.
(veja Liszt em Curiosidades) Compôs as 19 Rapsódias Húngaras para piano e que
mais tarde orquestrou, poemas sinfônicos, as Sinfonias -Faust-, -Dante-, missas,
oratórios, lieds, diversos arranjos e variações, concertos e estudos técnicos.
Sua obra desagradava a Brahms, que chegou a dormir em uma audição do mestre.
A inimizade durou até o fim da vida e a obra de Brahms acabou por colaborar para
o esquecimento gradativo de Liszt.
Tchecoslováquia - Bedrich Smetana (1824-1884), regente do Teatro Nacional de Praga,
compôs a ópera - A Noiva Vendida-.
Antonín Dvorak (1841-1904) Diretor do Conservatório de Nova York e de Praga,
doutor honoris causa da Universidade de Cambridge, obteve sucesso extraordinário
usando o folclore tcheco. Escreveu obras para piano -Humoreske op. 101 no.7-
Danças Eslavas op. 46 e 72, o Stabat Mater, Réquiem, Te Deum e a Sinfonia mais
executada - V Sinfonia em Em. Novo Mundo-, Concerto para violoncelo Bm,
variações, trios, diversos quartetos presentes no repertório atual e quintetos.
Rússia - O Grupo dos Cinco:
Alexander Sergeievitch Dargomychky(1813-1869)
César Antonovitch Cui (1835-1918)
Alexeievitch Balakirev (1837-1910) fundou a Escola Livre de Música
Alexander Porfirievitch Borodin (1834-1887) compôes a ópera Príncipe Igor
Modest Petrovitch Mussorgsky (1839-1881) compôs os famosos -Tableaux d'une
Exposition, (depois orquestrados por
Maurice Ravel) e a ópera
Boris Godunov.
O grande orquestrador Nikolai Andreievitch Rimsky-Korsakov (1844-1908) foi um
brilhante expoente da música russa em sua pureza de expressão. Compôs:
O Galo de Ouro, Sheherazade e a Páscoa Russa, entre outras obras.
Alexander Konstantinovitch Glazunov (1865-1936) compositor da conhecida -canção
dos Barqueiros dos Volga.
Pode-se dizer que na época, o mais conhecido de todos os outros, tanto na Rússia
como fora dela, apesar de compor muitas vezes, música não exatamente russa, (o que gerou
muitas discussões sobre o que seja verdadeiramente música russa) é
Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) que teve uma vida curta e permeada por crises, colapsos
nervosos e até tentativa de suicídio. A conhecida mecenas, Madame de Meck, possibilitou
uma vida sem preocupações financeiras para o mestre. Mesmo com muitos boatos sobre
incoformismo homossexual e tentativas de suicídio,
sabe-se hoje, que morreu de cólera. Sua preocupação era de salvar a música russa trazendo-a
para o contato com o Ocidente.parece que funcionou, no seu caso
Bastante exigente e crítico até de J.S.Bach, idolatrava Mozart e com essas
demonstrações de arrogância, visava a perfeição, mas foi muito criticado.
Compôs: Ópera - Eugene Oneguin, quartetos, trios, ballets (O Lago dos Cisnes,
O Quebra Nozes), poemas sinfônicos, aberturas (Romeu e Julieta e 1812), a Serenata para
Orquestra de Cordas op. 48, suites, o Concerto para piano e
orquestra no. 1 Bbm e o Concerto para violino e orquestra em D, além de
Sinfonias (destaque para as de no. 5 e no. 6 -Patética-). Há quem o critique como
um compositor meramente popular. Sua suite -O Quebra Nozes é prova da imensa
popularidade do mestre, sendo inclusive, muito usada, como sempre, em trilhas
e na propaganda, indevidamente.
Serge Rachmaninov (1873-1943) um grande sucesso, que terminou em crises e
suicídio pode ser entendido como antinacionalista acadêmico. Seu Concerto para
piano e orquestra no. 2 em Cm é muito executado até hoje, além de prelúdios e
sinfonias.
Dinamarca - Carl Nielsen (1865-1931) grande rival de Sibelius
Johann Peter Hartmann (1805-1900), sogro de Niels Gade
Noruega - Richard Nordraak (1842-1866)
Edvard Grieg (1843-1907) compositor muito executado hoje em dia pelos seus
Concerto para piano e orquestra em Am e a suite Peer Gynt
Finlândia - Jean Sibelius (1865-1957) escreveu sinfonias, concerto para violino e orquestra,
suites, poemas sinfônicos e a conhecida valsa triste.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
ALTO ROMANTISMO

Paris parecia ser hostil aos cultores da música séria e seus representantes
não eram exaltados ou agraciados com o sucesso.
Assim foi com Hector Berlioz (1803-1869), incompreendido desde a escolha da profissão de músico, não aceitou a
ditadura de Cherubini no Conservatório de Paris. Compôs a cantata cênica -La Dannation de Faust-
-Symphonie Fantastique (sómente hoje valorizada). Seu casamento afundou na miséria apesar de ser escritor e crítico
de música no Journal de Débats, discorrendo sobre o mundo operístico (em moda) que tanto detestava. Regente, não
conseguiu sequer fazer representar sua ópera -Les Troyens-. Recebeu ajuda de Liszt, mas morreu na miséria. Seu
Réquiem foi escrito para duas orquestras e quatro coros, chegando quase a 500 executantes.
(veja Berlioz em Curiosidades).

Robert Schumann (1810-1856) também escritor e respeitado crítico musical. A loucura assinalou sua vida. A filha de
seu antigo e severo professor de piano, Wieck, -contrário ao casamento-, foi além de esposa, a principal divulgadora de
sua obra. Clara Schumann fi excelente pianista e diz-se que possuia mãos enormes, bastante propícias à execução de
Schumann, considerado de alta dificuldade. escreveu extensa obra, que não foi de pronto reconhecida. maior
reconhecimento, recebeu pelas críticas e como editor. Foi sucumbindo aos poucos, a música morrendo, pois ele buscou
a morte e a encontrou mais tarde no manicômio. Destacam-se dentre suas obras: Concertos par diversos instrumentos,
lieds e baladas, peças para piano como -Carnaval-, -Cenas Infantis-,-Peças Fantásticas-, -Études
symphoniques-,-Kreisleriana-, -Fantasia em C- e também sonatas, sinfonias e os magistrais
Concerto para piano e orquestra em Am e o Quinteto para piano e cordas em Eb.
A reação francêsa contra Wagner, apesar do batalhão de admiradores, se fez sentir e bem forte.
Naturalmente, muitos não estavam influenciados, mas conheciam Wagner e as obras destes,
refletiam o Romantismo não-wagneriano.

Charles Gounod (1818-1893), sério e bem humorando ao mesmo tempo, escreveu música
para sua época e também música sacra, como a -Messe à Sainte-Cécile e os oratórios
La Rédemption - e - Mors et Vita. Foi muitas vêzes considerado um melodista. Suas óperas Faust, Roméo et Juliette- e
Mireille, mantém a autenticidade francesa.
Outros representantes são:
Ambroise Thomas (1811-1896) professor do Conservatório de Paris,

Léo Delibes (1836-1891) compositor do ballet -Coppelia- e a ópera Lakméh.

Georges Bizet (1828-1875) apesar de viver pouco e portanto não chegou ao máximo de seu talento, escreveu o
suficiente para deixar seu nome da história. -Les pêcheurs de perles- e
outras óperas suas, são lembradas graças ao extremo sucesso de -Carmen (1875), apesar do fracasso inicial. Bizet
morreu sem ver o grande sucesso internacional de sua ópera, das mais executadas, mais populares e envolventes de
todos os tempos. Era a arma que os anti-wagnerianos esperavam. O próprio Nietzshe a exaltou, o mesmo fazendo
Brahms.Bizet também escreveu L'Arlesienne (suite) que permanece no repertório orquestral.

Jules Massenet (1842-1912) professor do Conservatório de Paris, compôs óperas que permanecem ainda no repertório,
como Thais, Werther e principalmente Manon.

Como Bizet morreu cedo e a ópera Carmen foi um sucesso arrasador, mas único, os anti-wagnerianos ainda
'procuravam' um digno representante. Verdi não se encaixa totalmente neste papel, pois não era exatamente um anti-
wagneriano, mas sim, um fenômeno especial.

Giuseppe Verdi (1813-1901), surge numa Itália sedenta por liberdade e paz. Seus estudos foram financiados por um
mecenas que se tornou seu sogro, editor e produtor de encenações. Tendo morrido a mulher e os dois filhos quando ele
ainda era jovem, -ironia do destino- se viu obrigado por contrato anterior a escrever uma ópera cômica, que
lógicamente foi um fracasso. Aos poucos, retoma a vida e em 1842 triunfa com
Nabucco- ópera cujo enredo se encaixa no sentimento patriótico nacional da Itália,
como uma luva. É o compositor-símbolo da Itália, reconhecido nacionalmente e cada vez mais, no mundo inteiro.
Na sequência, uma avalanche de sucessos e a vitória internacional:
Il Rigoleto- ganhou o mundo e assim foi com -Il Trovatore, La Traviata, Un ballo in maschera.
A abertura do canal de Suez trouxe-lhe uma encomenda comemorativa: -Aida-, outro estrondoso sucesso internacional.
Verdi já era homem rico e silencia, talvez precisando de um retiro, pela idade avançada. Após alguns anos, traz dois
estrodosos sucessos:
Otello- e -Falstaff. Morre aos 88 anos e sua herança foi deixada a instiruições de caridade e para um Instituto de ajuda a
músicos pobres e aposentados. (veja Verdi em Curiosidades)
Sua óperas são as mais representadas de todo o repertório internacional até os dias de hoje, mesmo as menos famosas
como Simone Boccanegra,La Forza del Destino, Don Carlos. Escreveu ainda um emocionado e grandioso Requiém,
elogiado por Brahms.

Verdi deixou influências claras nas obras de:


Amilcare Ponchielli (1834-1886) com Gioconda-,
no brasileiro Antonio Carlos Gomes (1836-1896) (veja Brasil) e
Arrigo Boito (1842-1918) com Mefistofele e Nerone.

Compositores que seguiram a linha do realismo clássico que se chamou -Verismo-foram:


Pietro Mascagni (1863-1948) com Cavalleria Rusticana, sem conseguir repetir o sucesso em outras obras.
Ruggiero Leoncavallo (1859-1919) com a famosa ópera I Pagliacci- e
Gustave Charpentier (1860-1956) com -Louise.
A partir daí o verismo atinge também o espírito francês.

Giacomo Puccini (1858-1924), grande músico, conheceu o sucesso e a riqueza, apesar de morrer só e muito doente.
O chamado 'sucesso comercial' não o assustava e sabia bem lidar com isso; inclusive internacionalmente.
Sempre surgiram -puristas- que o condenavam. Tosca-, - La Bohéme-, -Manon Lescault-, -Madame Butterfly- , -
Gianni Schichi e Turandot são inegáveis unanimidades presentes no repertório de todas as casas de ópera e muitos
admiradores o querem maior e mais atual que Verdi enquanto outros o condenam como compositor de dramalhões,
esperto nos negócios feitos com uma burguesia superficial e inculta.
Na linha de Puccini, encontra-se:
Umberto Giordano (1867-1948), com -Andrea Chénier-imortalizada por Caruso.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
REAÇÕES E RUPTURAS

Richard Wagner (1813-1883) homem dividido entre a literatura e a música,


não pode ser interpretado de outra maneira que não seja como de um inovador no Romantismo.
Realçar a profundidade literária, pela interpretação musical criada em ambientações sonoras, que
beiram à explosão de tudo o que se anteriormente se dizia ser ópera e música sinfônica.
Estava destinado à música cênica, ao teatro, à ópera. Seus -Navio Fantasma-, -Tannhaeuser-,
-Lohengrin-, -O Anel do Nibelungen-, -Tristão e Isolda-, Mestres Cantores-,
Parsifal-, são óperas que ainda pertencem ao repertório no mundo todo.
A presença de um tema recorrente permeando a obra toda é autenticamente wagneriano.

Como regente e realizador, investiu com arrogância contra os judeus,


(principalmente contra Meyerbeer, que segundo Wagner, não lhe deu ajuda) assinando manifestos.

A relação amorosa com Cosima, filha de Liszt e esposa de seu amigo e propagandista,
o grande pianista e regente Hans von Buelow, provocou ecândalo e indignação.
Sua filha Isolde nasceu enquanto Cosima ainda estava casada com Buelow.

Enfim, a Alemanha muito nacionalista e presa às tradições, vê um grande ídolo, perpetuador do folclore,
mitos e lendas. Foi ao mesmo tempo, ruidosamente combatido por Brahms e seus seguidores,
pela grande imprensa, pelos acadêmicos e pelos judeus, tão perseguidos por ele.
Escrevia música -wagneriana- demais para não incomodar a todos.

Constrói a Casa de Festivais, especialmente para representações do -O Anel de Nibelungen- e outras obras suas.
O pensamento wagneriano ganha adeptos, não só influenciados por sua música,
mas também outros influenciados por suas idéias e escritos, principalmente contra os judeus.

Exerceu muita influência com sua contribuição sonora em termos de liberdade modulatória
(de modulações- trocas de tonalidade) e sua linguagem operística, que faz fluir o drama musical
sem as conhecidas divisões da ópera tradicional, chegando a dimensões (tempo) impensadas.
Antecipou futuras rupturas, apesar de sua arrogância, egoísmo, rudeza e caráter pouco apreciado.
Note-se que não hesitou em chamar um judeu, -Hermann Levi-para reger a estréia de Parsifal,
o que foi no mínimo, grande ambiguidade movida por interesse, o que todos na época concordavam.
Sua música trouxe a chamada -crise da harmonia romântica- onde o cromatismo beira a destruição do sistema tonal.

Podem ser considerados wagnerianos:


Engelbert Humperdink (1854-1921) que escreveu a ópera Hansel und Gretel, famosa até hoje.

Anton Bruckner (1824-1896) homem simples considerado inadaptado à sociedade,


próximo de Deus e longe do mundo real. Entusiasmado pela música de Wagner,
não conseguia manter uma postura social considerada comum, mas escrevia música inspiradíssima,
procurando aquelas propostas cromáticas e modulatórias wagnerianas e mesmo na velhice, foi além.
(veja Bruckner em Curiosidades). Suas obras eram voltadas à religião, já que era um beato,
mas acima de tudo grandiosas. Era a chamada -missa/sinfonia-. Escreveu missas, música coral
e principalmente as Sinfonias e o apocalíptico Te Deum.

Já Hugo Wolf (1860-1903), foi mestre nos lieds, adepto do wagnerianismo e fanático,
sofreu perseguições pela sua escolha, sendo demitido do Teatro Municipal de Salzburgo,
por insistir em ensaiar Tristão e Isolda, em vez de operetas. A loucura o arrasou,
empobreceu e assim morreu. De produção irregular, ora escrevia muito, ora passava 2 anos em silêncio.
Escreveu: Serenata Italiana para cordas, Quarteto para cordas, o Poema Sinfônico Penthesilea,
a ópera Der Corregidor. Como crítico fez acertadas análises, mas errou contra Brahms.
Seu bom gosto literário se nota na escolha para musica-los.
Submete o cantor ao texto e o piano (por exemplo) não é mais acompanhante e sim, descreve a música,
levando também a melodia. Escreveu ainda inúmeros lieds reunidos em livros
que cada vez mais retornam ao repertório e ao gosto dos cantores.

Johannes Brahms (1883-1897) não foi uma ameaça a Wagner e nem vice e versa.
No fundo, havia um certo respeito. Ele foi o digno representante de uma herança sinfônica e camerística,
o que facilita a divisão de espaços entre Wagner, Verdi e Brahms, com todas as fúrias partidárias
que a presença dos três grandes músicos, acarretava. Joseph Joachim, violinista de grande talento,
iniciou manifestos contra Wagner, exaltando a memória de grandes do passado
e os partidários de Wagner o acusavam de judeu saudoso de uma música ultrapassada.
Schumann já predisse o gênio do jovem Brahms, em seus artigos.
A ligação de Brahms com a família Schumann era forte e estreita.
Entrou na luta contra Wagner sem perder nunca o respeito pela -Os Mestres Cantores-.
Foi homem recatado, celibatário e conheceu as honrarias do sucesso artístico e a boa situação financeira.
Sua obra é séria: sonatas, concertos, trios, lieds, quintetos e quartetos.
O réquiem Alemão, escrito em homenagem à sua mãe, é obra grandiosa de elevada
contrição e emocão, presente no repertório sinfônico de todas as orquestras, corais e solistas em todo o mundo.
Sua vasta música coral é poderosa e coloca-se a par com os grandes compositores da música coral,
como Bach, na opinião de muitos estudiosos.
Escreveu ainda: variações, diversas peças para piani, as sinfonias no.1 -chamada a 10a. de Beethoven-,
as de nos. 2,3 e 4, aberturas, intermezzos e as Danças Húngaras.
Sua influência se fez sentir em muitas gerações de compositores no futuro.
O grande mestre alemão, querem muitos, fecha o ciclo -B- germânico:
Bach-Beethoven-Brahms.

Percebe-se inicialmente sua herança em contemporâneos como


Max Bruch (1883-1920) em seu Concerto para violino e orquestra em Gm e
Ernst von Dohnáyi (1877-1960) grande pianista, com sua Sinfonia em Dm
ZilahiSoft - História da Música - 1998
CRISE no Romantismo

Franceses, Nacionalistas, Brahms e seus seguidores, Verdi e simpatizantes, Wagner e os germânicos.


Realmente foi uma época muito rica e conturbada, mas uma grande crise ainda estava por vir.
A Música instrumental reagia. Na França aconteceu um certo -ressurgimento- bem contaminado por manifestações
dentro da Alemanha de Brahms, mais voltada à tradição.

Iniciou-se com Henri Vieuxtemps (1820-1881), Edouard Lalo (1823-1892) - violinistas- e principalmente
Camille Saint-Saëns (1835-1921) aluno de Gounod. Saint-Saëns era muito ativo, de bom humor e com seu sucesso
ajudou a revolucionar a vida musical parisiense, sendo também crítico e escritor.
De suas obras, sobrevive o bem humorado -Carnaval des animaux- e a -Danse Macabre-, entre outras obras.
Optando pelo formato elegante, encontrou adversidades e críticas.

César Franck (1822-1890), virtuose no piano, fixou-se no órgão tornado-se brilhante improvisador.
Não muito reconhecido em seu tempo o -velho professor- deixou muitos discípulos.
Sua linguagem trazia cromatismos e modulações constantes, baseando em um tema único, numa forma cíclica de
composição. A frivolidade do ambiente musical não lhe foi favorável.
Escreveu obras para órgão, Corais, Oratórios, sinfonias, Variações, Quintetos, Prelúdios, fugas, Sonatas.
Seus principais seguidores, da chamada -Escola de Franck-:
Guillaume Lekeu (1870-1894)m enest Chausson (1855-1899), Henri Duparc (1849-1933).
Vincent D'Indy 91851-1931) fundou o Schola Cantorum e escreveu entre outras obras o -Tratado de Composição, que
firma a Escola de Franck.

Simpatizante de Franck é Gabriel Fauré (1845-1924), organista e professor, escreveu lieds, peças para piano, órgão,
sonatas, quintetos, quartetos, a ópera Penélope e o grandioso Réquiem.

Na Inglaterra, Sir Edward Elgar (1857-1934), grande esperança inglesa de renascerem os áureos tempos de H.Purcell.
(desde então a própria Inglaterra admitia não terem surgido compositores de renome internacional). sua -Pompa e
Circunstância-, já chegou `a exaustão.
Gustav Holst (1874-1934) ainda é muito executada a obra -The Planets-.
Encontramos ainda -franckistas- na Bélgica e Itália, como Pierre Benoit (1834-1901) e Lorenzo Perosi (1872-1957).

Amigo de César Franck foi Emmanuel Chabrier (1841-1894) que era autodidata de ótimo humor e escreveu a -
Rapsódia España- para orquestra. Também autodidata foi Albert Roussel (1869-1937), que escreveu -ópera.ballets-
Padnavâti- e -Aeneas-.

O cromatismo de Wagner já não era novidade. Muitos ainda relutavam de aceitar suas influências, outros queriam isso
mais que tudo e outros já estavam em outro estágio, talvez superando emtermos de experimentações.
A música de wagner trazia um inconveniente: era de Wagner por demais.
Outros não a fariam como o mestre, não aplicariam num outro universo que não o dele e então uma mudança se
desenhava.

Max Reger (1873-1916), chamado de -o novo Brahms-, compôs obra enorme, recebeu títulos, cargos, honrarias e
sucesso. A complexidade de sua obra polifônica chega a impressionar. É música absoluta. Escreveu muita música para
órgão, suites, ballet.suite, poemas sinfônicos, variações, fugas, concertos, quartetos, quintetos, sonatas e o fantástico
Psalmus 100.

Hasn Pfitzner (1869-1949), boicotado por não aceitar o futurismo (como chamava) tentou mesclar o estilo de Wagner
com o alto Romantismo alemão. Seu gênero preferido foi a cantata profana, como -Da alma alemã-. Foi considerado
um reacionário mesmo ultrapassando o cromatismo de Wagner.

Gustav Mahler (1860-1911) grande regente de orquestra de seu tempo, comandou a Ópera
de Budapeste, Hamburgo e a Ópera Imperial de Viena. Muito exigente e grande realisador, conseguiu trazer o brilho
esperado de tão tradicional berço musical internacional.
Foi nomeado regente do Metropolitain Ópera mesmo doente do coração, mas voltou para morrer em Viena.
Considerado ultra-moderno, alguns não lhe atribuíam a qualidade do Regente, se comparado ao compositor. Escreveu
lieds de alto lirismo, os Kindertotenlieders, todos acompanhados por orquestra sinfônica, as Sinfonias Titan, a no.2 em
Cm e principalmente a 8a. em Eb para grande orquestra, dois coros, solistas e órgão.
Já na 10a. Sinfonia (inacabada), o futuro se faz presente pelo modernismo no tratamento cromático, antecipando a crise
na música européia.

Richard Strauss (1864-1949), foi um observador das tendências de sua época. Diretor geral de música em Munique e
Berlim e Diretor da öpera de Viena, desfrutou e muirto o sucesso no mundo inteiro. A guerra e o nazismo o deixaram
na miséria. Mesmo começando como discípulo de Brahms, não se pode encontrar na obra de R.Strauss uma sequência
lógica ou acadêmica. Escreveu Sonatas, concertos, diversas obras de alto lirismo. É música de programa no mais
completo sentido. Os poemas sinfônicos - Morte e Transfiguração- e Till Eulenspiegels lustige Streiche, don Quixote e
also sprach Zarathustra, pertencem até hoje ao repertório, assim como as óperas Salomé e Elektra. De repente uma
guinada ao passado e compõe Der Rosenkavalier (tentou antecipar o neoclassicismo? talvez não)
a crise crescia e tomava forma.

Outros experimentadores anunciavam a onda que parecia querer voltar ao passado, com a linguagem da sua época.

Ferruccio Busoni (1866-1924), grande pianista e bom literato, foi professor em Berlin e deixou muita influência.
Sua contribuição inovadora foi subdividir a escala, usando quartos de tom, no lugar de tons e semitons. Iniciava-se a
explosão do sistema tonal. Apaixonado por Bach quis voltar no tempo e ressuscitar a antiga arte, escrevendo em seu
tempo, com as tendências que já apresentava. Sua ópera -Doktor Faust-, antecipa procedimentos melhor resolvidos por
Stravinsky.

Alois Hába (1893-1973) mandou construir um piano especial para quartos de tom, para usar em suas composições e
concertos.

Alexander Nikolaievitch Skriabin (1872-1915) (Scriabine para os franceses) erra autodidata e grande pianista. Em seus
Prelúdos op.74, não se consegue -sic- reconhecer a tonalidade, com rítmos intrincados usando também polirritmia. Fez
adições de efeitos de iluminação, inéditos em audições, levando a platéia ao ambiente sonoro místico que queria
provocar.

Nicolai Obukov (1862-?) realizou sequências de acordes usando tons ou semitons superpostos gerando blocos sonoros
estranhíssimos para a época e glissando (veja Termos) vocal em profusão. Foi incompreendido e hoje, pouco se sabe
sobre sua obra ou dados sobre sua vida
ZilahiSoft - História da Música - 1998
MODERNIDADE

Os alemães imaginavam talvez, que a crise só abalava a Alemanha,


sem prestar atenção ao que acontecia já em outros países.
A Alemanha já não era o centro das mudanças agora, pois os russos,
os franceses e muitos outros estavam experimentando e mais,
chegando a um ponto de mudança irreversível.Paris se levantava como a capital da música.
Nas artes o impressionismo deixava sua marca característica pelo mundo todo.

Na França:
Claude Debussy (1862-1918), foi um grande músico e grande incompreendido, chegando
seus contemporâneos a exclamar que o que compunha não era música, apesar da beleza.
Num certo sentido, se pensarmos em tudo o que ainda era considerado música, na época,
em todas as heranças, conservadorismos e tradições, talvez não soasse como música
àqueles ouvidos assustados. Admirador de Mussorgsky, ainda causando espanto, sai pela
vida tentando mostrar seu trabalho. a representação de sua ópera -Pélleas et Mélisande-
causou um estardalhaço enorme na estréia, entre vaias, críticas e depois grande sucesso.
Vem a fama, e ele desfruta dela na agitada Paris da belle époque, sendo idolatrado.
Pelo mundo estouravam revoltas e movimentos políticos despóticos, mas todos queriam louvar
o -Claude de France- que -tirou- a hegemonia musical dos alemães. Seu mundo sonoro era
inteiramente novo, e querem alguns, o mestre usava as técnicas do impressionismo,
adicionando pinceladas superpostas, criando camadas de sons inesperados.
Cromatismos, progressões ousadas, paralelismos, acordes de nona, (veja Termos)
iam criando impressões, ambientações etéreas e fluidas.
Sua obra é intensamente executada e ainda surpreende alguns:
Prélude à l'après-midi d'un faune, Soirées de Grénade, Jardins sus la pluie,
Suite Bergamasque, Reflets dans l'eau, Et la lune,
Children's Corner, Préludes, Nocturnes, La Mer, Ibéria, Le Martyre de San Sébastien
Sonatas, Douze études, Jeux e muito mais. Debussy pode ser considerado único.

Seus contemporâneos:
Paul Dukas (1865-1935) muito conhecido por -L'Apprenti sorcier-.

o italiano Ottorino Respighi (1879-1936) com seus poemas sinfônicos -Fontane, Pini, Feste di Roma,

o austríaco Franz Schreker (1878-1934),

o rumeno Georges Enesco (1881-1955) com sua ópera Oedipus,

ainda o -caso especial-,o -Debussy tcheco-,

Leos Janácek (1854-1928), que mesmo em idade avançada foi moderno o suficiente para chocar as platéias com -
Jenufa- plena de folclore eslavo e muitas outras peças grandiosas como a Missa Solene Glagolítica.

Já na Polônia, Karol Szymanowski (1883-1937) mesclou a influência de


Debussy com o folclore, oriente, seu estilo pessoal, numa obra apegada às suas raízes,
oscilando entre o folclore e o modernismo como no ballet -Harnessie-.
Quem acertou mais no caminho do novo tempo que se abria foi
Witold Lutoslawski (1913) com sua -Suite para orquestra de Câmara- entre outras.

Na Rússia, os movimentos políticos acabaram impondo -restrições- ao que se chamaria -moderno-.


Sergei Prokofiev (1891-1953) obrigado a emigrar em 1917, interessou-se vivamente
pelas manifestações musicais em ebulição no Ocidente.
Tendo voltado em 1934, foi obrigado a fazer música ou suportar a música -aceita- pelo regime
que repelia qualquer coisa que não se tornasse fruto de seus ideais.
Entre revoltas e retratações, viveu tentanto impor sua música e só foi reconhecido e justiçado, depois de morto.
Escreveu obras para piano, concertos, a Suite Cítica, música para o filme -Alexander Nevsky-,
a Sinfonia Classica, as óperas -o Amor das Tres Laranjas-, -O Anjo de Fogo-, sonatas e Sinfonias.
Também quase na mesma situação estava
Aram Katchaturian (1903-1978), que acabou conseguindo trazer as expecifidades do folclore armênio,
como a Dança dos Sabres, Gayane, Concerto para piano e orquestra e Concerto para violino e orquestra.
Ainda Dimitri Chostakovitch (1906-1975), que lutou bravamente contra o regime,
que acusava sua obra de ocidentalizada e portanto, decadente, acabando por ser aceito como por exemplo
com a sua sinfonia no. 7, dedicada a temas de agrado oficial.
Quem foi considerado oficial foi Dimitri Kabalevsky (1904) com a ópera Colas Breugnon.

Na Inglaterra,
Frederick Delius (1863-1934) que foi reconhecido como novo valor inglês,
recebeu influências claras da obra de Debussy como na sinfonia -Sea Drift-.

Ralph Vaughan Williams (1872-1958), começou na herança de Brahms e passou para o estilo de Ravel,
que se nota na London Symphony e Pastoral Symphony.

Na Espanha,
Felipe Pedrell (1841-1909) foi um grande pesquisador dos antigos mestres polifonistas espanhóis.

Isaac Albéniz (1860-1909), catalão, autodidata, grande pianista e improvisador.


Mudou-se para Paris e a influência de Debussy tomou conta de seu pensamento musical,
compondo -Iberia-, de forte caráter espanhol e grande inventividade melódica.

Enrique Granados (1867-1916), grande pianista, talvez não tenha obtido uma unanimidade
internacional justamente por ser tão radicalmente espanhol, o que se percebe em -Goyescas-.

O mais aclamado, mesmo foi Manuel de Falla (1876-1946), obteve muito sucesso como pianista e compositor de
zarzuelas (operetas), tendo se tornado um nacionalista. Suas obras -Noches en los jardines de España,
El sombrero de tres picos, El amor Brujo, La vida breve, fizeram muitos julgarem ser ele o -Debussy espanhol-.

Da Escola de Franck, temos

Joaquin Turina (1882-1949),

o cubano Joaquin Nin (1879-1949),

o compositor do conhecidíssimo -Concerto de Aranjuez- Joaquin Rodrigo (1902).

Oscar Esplá (1886-1976),

Roberto Gerhard (1896-1970).

Na Itália a arte sinfônica quis mostrar não sufocada pela ópera com
Guiseppe Martucci (1856-1909),

Alfredo Casella (1883-1947) grande pianista escreveu a rapsódia orquestral -Italia-


e fez incursões ao Barroco ao mesmo tempo que beirava o atonalismo.

Francesco Malipiero (1882-1968)


de vastíssima obra, usou a -declamação rítmica- fazendo pensar em fim da melodia,
dentro do seu estilo neo barroco. Exemplo a ópera -Giulio Cesare.
Lugar de destaque e eventual maquinador da transição de sua época para o futuro, foi

Maurice Ravel (1875-1937). Há quem faça uma linha direta de Debussy até Ravel ignorando
todos os outros contemporâneos, ou mesmo chamando até de segundo Debussy.
Pode ser que por ter começado nos mesmos moldes de Debussy, a confusão se produza.
Mas são completamente diferentes. Debussy é mais etéreo; Ravel é mais vibrante, colorido.
Mestre da orquestração, comprovou ao mundo seu talento nos -Tableaux d'une exposition-
uma excepcional orquestração da peça de Mussorgsky. Ainda as deslumbrantes -Valses
nobles et sentimentales, La Valse, Pavane pour une infante dèfunte, o estrondoso sucesso
mundial do -Bolero-, as obras para piano como Gaspard de la Nuit, Le tombeau de Couperin,
quartetos, trios, concertos, o ballet Daphnis et Chloë, a ópera L'enfant et les sortilèges,
além de música coral e a Raphsodie espagnole.
Depois de Ravel, a orquestração e o tratamento timbrístico dos instrumentos da orquestra,
através de combinações inusitadas e inclusão de instrumentos,
abriu portas para um novo mundo sonoro no qual Stravinsky criará
e abalará as estruturas do que se conhecia por música
JAZZ
ZilahiSoft - História da Música - 1998
JAZZ

Uma definição do que seja JAZZ, talvez envolva uma procura bastante acurada em diversos compêndios e pesquisas
sonoras, documentais, testemunhais e de campo.
-...estilo de música americana...-, -...uso de rítmos vibrantes e harmonias dissonantes...-,
ou muitas outras definições, não explicam o que realmente seja JAZZ.

No aspecto histórico, a mescla da música dos colonizadores ingleses, -principalmente a religiosa -e da herança musical
dos cativos africanos, provocou nos Estados Unidos, o surgimento de um gênero musical ímpar, que haveria de
contaminar o mundo inteiro.

O jazz é um fenômeno em si. Segundo Joachin E.Berendt:


{“O jazz é uma forma de expressão artístico-musical que nasceu nos Estados Unidos em consequência do encontro do
negro com a tradição musical européia. O arsenal harmônico, melódico e instrumental, se origina na tradição cultural
do ocidente. Rítmo,, fraseado, sonoridade, assim como particularidades da harmonia-blues, são de origem africana,,
elementos estes, porém, filtrados pela experiência vital do negro nos Estados Unidos.

O Jazz se diferencia da música européia pelos tres seguintes elementos básicos:


*1_através de uma relação especial com o sentido de tempo, caracterizado em parte pelo conceito de swingue;

*2_pela espontaneidade e vitalidade de sua criação e execução instrumental e vocal, onde a improvisação ocupa um
papel de extrema importância;

*3_pela sua sonoridade e seu fraseado, onde se espelham as características e a contribuição individual do intérprete.
Esses tres elementos atuam na intimidade do Jazz e o transformam contínua e organicamente, assumindo, cada um
deles, alternadamente maior ou menor importância, nos seus diversos estilos.”}

A palavra Jazz, causa até hoje muitas controvérsias, sobre o que significaria.
Talvez o mais próximo, segundo pesquisas seja: - é a música de jackbass, como se dizia no Sul, ou, sob o efeito da
omissão de uma parte do vocábulo na língua oral, a música de jass, tenha recebido essa designação pelos defensores da
cultura legítima.

Ainda, os músicos brancos de New Orleans, achavam o termo de cunho pejorativo, mas
não importava muito e a palavra significando qualquer alusão a termo chulo, não aparece nos blues, por exemplo, que
nunca teve censura com qualquer palavra. Também querem alguns, o termo jass, significaria uma dança específica
bastante contagiante e dependendo do ambiente, até obscena.

CRONOLOGIA

ANTES DE 1900
Aproximadamente de 1885 a 1890
Spiritual
Work Songs
Blues
Folk Blues
Ragtime

1900
New Orleans
Dixieland
Chicago Dixieland

1920
Classic Blues
Chicago Dixieland
Boogie
Swing
Chicago Style

1930
Kansas City style
Rhythm and Blues
New Orleans/Dixieland Revival

1940
Bebop
Cool
Tristano School

1950
Cool
East Coast Classicism
West Coast
Rock and Roll
Experimental
Hard Bop
Modal
Free

1960
Soul
Hard Bop
Modal Free
Electric Jazz

1970
Maisntream of Seventies
Jazz Rock
Progressive Jazz

1980
Progressive Jazz
Atonal Jazz
Funk Jazz
Fusion Jazz
Rap & Roll Jazz

1990
Nota-se nos festivais de jazz, uma tendência a uma espécie de -world music-
do jazz, misturando-se os estilos e chegando a surgir dúvidas do que seja
jazz nos anos 90. Talvez seja entendido com uma maneira de se tocar ou executar
uma música qualquer. Jazz então, seria um procedimento. (o que é verdade)
Uma verdade que estaria sendo aplicada às necessidades da indústria cultural.
Outras correntes atribuem essa atitude a uma forte influência das gravadoras, que
visam ampliar seu mercado de outros tipos de música, junto aos apreciadores de
jazz, 'classificando' seus lançamentos de música produzida segundo os padrões ou influências do jazz,
tentando muitas vezes unir num só disco, músicos de correntes diferentes com outros bastante conhecidos
por cultuarem o jazz -verdadeiro-.
Note-se que os apreciadores de jazz, têm gosto diferenciado, interessam-se por obter gravações históricas, estão atentos
aos lançamentos, regravações, são de faixa etária com situação e profissão definidas, geralmente possuem aparelhos de
som refinados para melhor desempenho, estanto portanto num bom patamar financeiro como consumidores em
potencial. Jazz então, seria estratégia de mercado. (verdade?)
Veja mais em Bibliografia.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
TERMOS DO JAZZ [pequeno resumo]

ALL STARS - reunião especial de grandes nomes do jazz para acontecimentos ou excursões.
ALTO - Saxofone contralto em Eb - o saxofonista que o toca.
BACKGROUND - efeitos de acompanhamento ou de fundo enquanto atuam solistas.
BACK VOICES - vozes que fazem o coro ou 'a cama' para o solista.
BALADA - canção lenta, geralmente romântica.
BAND - Orquestra - Band-leader é o chefe da orquestra.
BATTLE - desafio enntre dois músicos ou grupos. Também chamado de chase.
BEAT - Batida com acentuação rítmica determinada
BEBOP - Estilo de jazz da década de 40.
BIG BAND - Grande orquestra.
BLUE NOTE - Intervalo de terça ou sétima menor numa tonalidade maior.
BLUES - Forma de 12 compassos usando 3 acordes e suas passagens.
BOOGIE WOOGIE - Toque de piano em que a mão esquerda faz um desenho rítmico vibrante,
repetidas vezes, sobre o qual acontece a melodia,
geralmente na estrutura de 12 compassos.
BOUCE - Toque ou andamento, lento e relaxado, mas com swingue.
BRASS - Instrumentos de Metal - Brass section.
BREAK - Breque, rápida interrupção musical.
BRIGDE - Parte central de um tema, Ponte entre uma frase e outra.[frase-frase/ponte-frase]
CHANGES - Mudanças harmonicas feitas na parte original. re - harmonização.
CHASE - Dois ou mais instrumentos se revezando em solo.
CHORUS - Unidade formal do jazz. Improvisação solista num tema de 12 ou 32 compassos.
CLUSTER - Bloco sonoro, que pode ser feito com a palma da mão ou cotovelo no piano.
COMBO - Pequeno conjunto de 3 a 8 músicos.
FEELING - Snetido, sensibilidade, bossa ou -algo mais-. Capacidade de execução no swing
FIELD HOLLER - Chamada dos responsórios para canto em grupo, comuns no spiritual.
FOUR - Improvisação alternada de 2 ou mais solistas durando 4 compassos.
FREE - Livre musicalmente, não vinculado às estruturas normais.
GOSPEL - Espírito Santo. Forma moderna e urbana de música religiosa.
HEAD ARRANGEMENT - Arranjo não escrito, apenas combinado.
HIT - Música dde sucesso, tradicional no jazz.
HOT - Intensidade expressiva, de quente sonoridade e expressão vibrante com swingue.
HOT JAZZ - Acabou por determinar o Jazz mais tradicional ou -fulano é Hot!-
INTRO - Introdução
JAM - Jazz After Midnight - Tocar depois que cumpriu sua própria função, em outro bar.
JAM - Reunião de músicos para -curtirem- tocar e improvisar especialmente.
JAMMEN - Improvisar livremente.
JUMP - Swingue, com beat acentuado, comum no Harlem.
LEAD - O instrumentista que lidera por virtuose que é ou por exigência do arranjo.
MODAL - Improvisação desenvolvida por Miles Davis e John Coltrane, nnos anos 50.
RHYTHM & BLUES - R&B Música de esquema blues com beat acentuado, nos guetos.
RIFF - Pequena de frase de 2 a 4 compassos, que pode ser até um tema.
ROCK'N'ROLL - Versão branca do R&B, mais destinada ao grande público e não aos guetos /
Rock - designa a música mais em voga a partir dos anos 60.
SCAT - Canto sem palavras ou com fonemas sonoros inventados pelo cantor.
SECTION - Grupo instrumental que forma um naipe.
SINGLE NOTE - Improvisação feita por pianistas o guitarristas sem o uso de acordes.
SOUL - gospel profano, próximo do blues contemporâneo.
SPIRITUAL - Música religiosa negra, anterior ao gospel.
STANDARD - Canção originária, da música popular usada no jazz.
SWING - Estilo do jazz dos anos 30.
SWINGUE - Balanço - bossa - fluência - naturalidade .
WORK SONG - Canção de trabalho, cantada pelos escravos, para marcar o rítmo e acelerar o trabalho,
incentivadas pelos feitores. Seus temas variavam entre o religioso e o dia a dia,
contanto que não instigassem protestos, revoltas ou greves.
ZilahiSoft História da Música - 1998
GRANDES NOMES DO JAZZ

Flauta Jazz
Frank Wess, Paul Horn, Yusef Lateef, Herbie Man, Hubert Laws, Jeremy Steig, entre outros.

Clarinete Jazz
Johnny Dods, Jimmy Noone, Pee Wee Russell, Barney Bigard, Benny Goodman, Woody Herman, Artie Shaw, Buddy
de Franco, Pete Fountain, Jimmy Giuffre, Tom Scott, Bennie Maupin, Roland Kirk, Anthony Braxton, Gato Barbieri,
entre outros

Alto Sax Jazz


Bennie Carter, Johnny Hodges, Charlie Parker, Sonny Stitt, Lee Konitz, Cannonball Adderley, Ornette Coleman, Art
Pepper, Jackie McLean, paul Desmond, Phil Woods,
Dave Sanborn, Sonny Fortune, Brandford Marsalis, entre outros

Tenor Sax Jazz


Coleman Hawkins, Bud Freeman, Lester Young, Illinois Jacquet, Dexter Gordon, Stan Getz, Zoot Sims, Sonny Rolins,
Joe Henderson, Gato Barbieri, Grover Washington Jr., Wayne Shorter, Rahsaan Roland Kirk, Joe Farrell, Dave
Liebman, John Coltrane, Joe Lovano, entre outros.

Baritono Sax Jazz


Harry Carney, Gerry Mulligan, Cecil Payne, John Surman, Pepper Adams, Serge Chaloff.

Trompete Jazz
King Oliver, Louis Armstrong, Bix Beiderbecke, Cootie Williams, Roy Eldridge, Dizzy Gillespie, Miles Davis,
Clifford Brown, Maynard Ferguson, Clark Terry, Chet Baker, Don Ellis, Chuck Mangione, Freddie Hubard, Don
Cherry, Jon Faddis, Randy Brecker, Woody Shaw,
Winton Marsalis, entre outros.

Trombone Jazz
Kir Ory, Tommy Dorsey, Jimmy Harrison, Jack Teagarden, Vic Dickenson, Trummy Young, Bill Harris, J.J.Johnson,
Kai Winding, Curtis Fuller, Garnett Brown, entre outros.

Piano Jazz
Scott Joplin, James P. Johnson, Jelly Roll Morton, Earl Hines, Fats Waller, Art Tatum, Teddy Wilson, Count Basie,
Duke Ellington, Errol Garner, Bud powell, Lennie Tristano, Thelonius Monk, Earl Hines, Ahmad Jamal, DAve
Brubeck, Bill Evans, Oscar Peterson, George Duke, Joe Zawinul, Chick Corea, Herbie Hancock, Keith Jarret, McCoy
Tyner, entre outros.

Guitarra Jazz
Johnny StCyr, Lonnie Johnson, Eddie Lang, Django Reinhardt, Al Casey, Charlie Christian,
Herb Ellis, Joe Pass, Kenny Burrell, Larry Corryel, John McLaughlin, George Benson, Pat Metheny, entre outros.

Violino Jazz
Joe Venuti, Stuff Smith, Ray Nance, Stephane Grappelli, Michael Urbaniak, Jea-Luc Ponty, entre outros.

Quarteto de Cordas Jazz


Turtle Island String Quartet, entre outros

Baixo Jazz
George Pops Foster, John Kirby, Jimmy Blanton, Oscar Pettiford, Eddie Safranski, Ray brown, Charles Mingus,
Richard Davis, Stanley Clarke, Ron Carter, Will Lee, Jaco Pastorius,
Niels Pedersen Oersted, Marcus Miller, entre outros
Bateria Jazz
Baby Dodds, Gene Krupa, Dave Tough, Chick Webb, Cozy Cole, Jo Jones, Buddy Rich, Kenny Clarke, Max Roach,
Art Blakey, Elvin Jones, Tony Williams, Billy Cobham, Joe Morello, Shelly Manne, Steve Gadd, entre outros.

Vibrafone Jazz
Lionel Hampton, Red Norvo, Milt Jackson, Terry Gibbs, Carl Tjader, Bobby Hutcherson, Gary Burton, entre outros.

Cantores do Jazz
Blind Lemon Jefferson, Leadbelly, Louis Armstrong, Jack Teagarden, Fats Waller, Joe Turner, Jimmy Rushing, Billy
Eckstine, Nat King Cole, Joe Williams, Mel Tromé, Jon Hendricks, Tony Bennet, Ray Charles, Stevie Wonder, Leon
Thomas, Frank Sinatra, Al Jarreau, George Benson, Bobby McFerrin, McCormick Jr, entre outros.

Cantoras do Jazz
Bessie Smith, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Anita O'Day, Sarah Vaughn, Dinah Washington,
Mildred Bailey, Carmen McRae, Aretha Franklin, Cleo Laine, Urzula Dudziak, Flora Purim,
Leny Andrade, entre outras.

Grupos Vocais a Capella Jazz


Take Six, The Hi-Los, The Nylons, The Singers Unlimited, Swingle Singers, Chanticleer, Trio Esperança, Rockapella,
True Image, The Mint Juleps, Boys 2men, Manhattan Transfer, Rare Silk, Coração na Boca, entre outros.

Compositores e Arranjadores do Jazz


Don Redman, Fletcher Henderson, Duke Ellington, Benny Carter, Glenn Miller, Billy Strayhorn, Sy Oliver, Pete
Rugolo, Gil Evans, George Russell, Gerry Mulligan, Oliver Nelson,
Thad Jones, Quincy Jones, Pat Williams, Herbie Hancock, Miles Davis, Marcus Miller,
Chick Corea, Keith Jarret, Don Sebesky, Bob James, Joe Zawinul, Toshiko Akiyoshi,
Bobby McFerrin, Gene Puerling, Mark Kibble, Janis Siegel, George Gershwin, Scott Joplin,
Jelly Roll Morton, entre outros.

Veja mais em Bibliografia, por exemplo:

NEW JAZZ de volta para o futuro


Roberto Muggiatti, Editora 34, 1999
MÚSICA NOVA
ZilahiSoft - História da Música - 1998
O PÁSSARO DE FOGO

Serge Diaghilev (1872-1929), conhecido programador e homem de espetáculos,


organizou exposições e espetáculos em Paris, trazendo a arte russa, sendo sempre apoiado
e contando com a participação de todos os intelectuais da época.
Para 1910, encomendou um ballet a Igor Stravinsky (1882-1971),
homem de ótima cultura e formação musicais, que se chamou -L'Oiseau de feu-
e foi muito bem recebido.
Seguiu-se assim Petrouchka, já impressionando a todos com as harmonias
e blocos sonoros considerados bárbaros e mais ainda pelo aspecto rítmico altamente vibrante
envolvente e perturbador.
Talvez o maior escândalo da história da música foi a estréia de -Le Sacre du Printemps-
(1913) e mesmo hoje chega a surpreender ouvidos leigos.
A combinação de polirritmias e as dissonâncias aliados à variedade timbrística,
percussiva e explosiva da orquestração, chocou e muito o público,
chegando a manifestações escandalosas e agressivas.
Mas o sucesso não tardou. Depois de outras importantes obras na mesma linha, inova
trazendo -L'Histoire du Soldat- com narrador e pequena orquestra.
Apaixonado pelo jazz vem mudando aos poucos
e novamente brinda o mundo com Pulcinella e O Octeto.
Investe furiosamente contra os excessos na espressividade dos intépretes e escolhe
um inimigo: o violino, com seus melosos glissando e vibratos enjoados.
Chegou a pedir -...com a exatidão de uma máquina de costura...- para se executar uma de suas obras.
Com escritos de Jean Cocteau, realiza Oedipus Rex, em latim, para que se diminua o
excesso de sentimentalismo, para que não se ouça só palavras. Sua homenagem ao
jazz se faz sentir em Rag-time para 11 instrumentos.
Tenta sempre a síntese e a fusão Oriente (suas raízes) com o Ocidente (que o acolheu e pelo qual se atraía).
Caminhou pelo serialismo em A Sermon, a Narrative and a Player (1961).
Escreve, multifacetado que se manteve, a Simphonie des Psaumes.
Sua influência é imensa até nos dias de hoje e na época penetrou todos os movimentos e tendências,
sem exceção, principalmente os neo nacionalistas, os neo barrocos e neo classicistas.

Carl Orff (1895-1989), conhecido mundialmente por seu método musical e pelas
-Camina Burana e Catulli Carmina- e pela ópera -Antigonae-
conseguiu em sua obra um efeito fascinante,
ao mesmo tempo simples e riquíssimo em variedade timbrística e rítmica,
pesquisando textos profanos de monges da Idade Média e outros,
com música de altíssima aceitação do público até nos dias de hoje.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
NOVO NACIONALISMO

Hungria

Bártok Béla (1881-1945), foi um grande pesquisador e fez renascer em extenuante trabalho de campo,
a verdadeira música húngara. Sua importância é maior do que a fama de suas obras.
Nota-se uma volta às raízes, no seu Alegro Barbaro, mostrando uma Hungria sofrida
mas rica em material musical.
Em -O Mandarim Maravilhoso-, nota-se nítidamente a herança de Stravinsky.
Serviu-se de modos e tonalidades estranhas ao público, oriundos
de sua terra natal e países vizinhos. Em sua pesquisa, trabalhou junto com Kodály Zoltán,
gravando, inclusive, as manifestações musicais in loco. Escreveu entre outras obras que
causaram espanto aos ouvintes de então, o -Concerto para piano e orquestra no. 1 (1926),
o grande -Microcosmus (1937), sonatas, lieds, quartetos (presentes no repertório de hoje),
Música para Cordas Percussão e Celesta (1937) e a ópera -O Castelo de Barba Azul.

Kodály Zoltán (1882-1967)- criador de um método de solfejo e iniciação musical


adotado na Hungria e em todo mundo, além de pesquisador junto com Bartók,
compôs Quartetos, a ópera baseada em folclore húngaro Hári Janós (1926),
o Psalmus hungaricus, as Danças de Galata e as danças de Marószek
e a Sinfonia em Cm de 1961, entre outras.

Os húngaros, parece, desencadearam a pesquisa musical nos novos nacionalistas.

Uma segunda onda de nacionalismo nascia, entre modos e folclores, os mais diversos:

Estados Unidos
Edward MacDowell (1861-1908) com a Indian Suite
Virgil Thomson (1896-?) com Roger Sessions
Samuel Barber (1910-?) com ballet-suite Medea
Aaron Copland (1900-?) com Salón México e Portrait of Lincoln onde impera o jazz
George Gershwin (1898-1937) o principal introdutor do jazz na música erudita norte americana,
fez estrondoso sucesso com -Rhapsody in Blue, Concerto para piano e orquestra em F. Na Europa escreveu
An American in Paris. É principalmente conhecido no mundo operístico por -Porgy and Bess-,
que retrata a vida nos guetos norte americanos,
a dura lida dos negros e a dificuldade do preconceito. Escreveu melodias imortais para o
repertório do jazz tradicional, sendo um dos compositores mais executados, seja na música
popular ou na erudita, nos Estados Unidos. (veja Jazz)
Ernest Bloch (1880-1959) foi muitas vezes considerado o maior compositor norte americano,
é de Genebra e só chegou aos Estados Unidos, já velho e com tendências a
manter a tradição judaica na música que escrevia.
Sua obra mais conhecida é o Quarteto de cordas no. 3 (1953)

Cuba
Garcia Caturla (1906-1940) discípulo de Stravinsky com a Berceuse Campesina,
exaltou o folclore da música negra, fortíssima em seu país.

Argentina
Juan José Castro (1895-1968) com Sinfonia de los Campos, a cantata Martin Ferro
e também a ópera Bodas de Sangre.
Juan Carlos Paz(1897-?) transitou pelo dodecafonismo, jazz, estudos, câmara e sinfonias.
Alberto Ginastera (1916-?) começou no nacionalismo, chegou ao dodecafonismo e foi além.
Escreveu o ballet Panambi, Cantos de Tucumán, La Estancia, concerto para piano, para violino,
para harpa e orquestra e a ópera Don Rodrigo y Bomarzo.

Brasil
(veja em Brasil)

México
Manuel Ponce (1886-1948) conhecido no mundo todo, pelo aproveitamento do folclore
com Concierto del Sur e o Concierto para violín
Silvestre Revueltas (1899-1940) com o poema sinfônico Esquinas (1930).
Carlos Cháves (1899-1978) musicólogo, criou o movimento musical mexicano contemporâneo,
incluindo instrumentos indígenas em Xochipili - Machilxochitl, mais
5 sinfonias, o ballet Los quatro soles, o concerto para quatro trompas, entre outras.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
NEOCLASSICISMO E NEOBARROCO

A segunda fase de Stravinsky, onde voltou ao passado (Handel e procedimentos do sec XVIII),
abriu uma área de interesse que muitos enveredaram com animação e outros já se encontravam nela.
Somaram-se as forças e ressurgia a música antiga.
Havia também que se executar da maneira correta, respeitando a época, sem os excessos românticos.
Para o ouvido mediano, até a música antiga parecia -nova-, causando espanto aos ouvidos,
que ainda eram comportados demais e pouco preparados, o que não mudou muito nos dias de hoje,
quando a música erudita ocupa um espaço de ostentação, sem profundidade.
(veja Industrialização).

Mas, não se pode esquecer o que já se tem consciência e o compositor destes tempos, não
escreve, não utiliza os mesmos instrumentos, nem leis tonais ou formas como no Classicismo.
Este homem contemporâneo escrevia música nova, a cabeça no passado e os pés no presente.
Era neo. Neo classicismo, Neobarroco.
Os termos podem não ser exatos se formos nos apegar ao que significa classicismo e barroco,
lembrando da bagagem destes compositores de um tempo em que parecia que a música não era mais música.
Era também como que se houvesse um enjôo do Romantismo.

Erik Satie (1866-1925) foi um personagem interessante e totalmente fora dos padrões.
Agia de maneira a não ser levado a sério, mas foi original e precursor de muitos procedimentos futuros.
Tentando fugir de padrões, escolheu a simplicidade como regra
principal. Seguiu seu próprio caminho e claro, foi incompreendido e repreendido.
Como uma resposta aos excessos românticos criou peças de alto lirismo sem nenhum exagero de moda.
Sarabandes, Gymnopédies,Gnossiennes, são peças para piano que exemplificam
sua opção pelo simples e no entanto são executadas até hoje. Seu ballet -Parade- antecipa
idéias que encontraremos desenvolvidas no minimalismo.

Jean Cocteau, poeta e animador cultural no sentido pleno da expressão


( não como se auto denominam alguns asnos atualmente) reuniu um grupo de músicos, chamados -les SIx-.
Louis Durey (1888-?), Germaine Taileferre (1892-?), Georges Auric (1899-?), Darius Milhaud (1892-1974),
Francis Poulenc (1899-1963), Arthur Honneger (1892-1955).

Francis Poulenc, escreveu muitos ballets -Les Riches-, ópera -Les Mamelles de Tirésias-,
com mistura de jazz e muita verve rítmica, além de música coral e lieds.

Darius Milhaud, compôs extensa obra. Viveu de 1914 a 1918, no Brasil sendo diplomata,
se exilou nos Estados Unidos, compôs: Te Deum, a ópera David,entre várias, Pacem in terris,
18 quartetos para cordas, Saudades do Brasil, colocando nas representações de suas óperas,
efeitos inusitados de iluminação e truques cinematográficos.

Arthur Honneger ficou famoso pela obra -Pacific 231-, em homenagem a uma locomotiva,
o salmo sinfônico -Le Roi David- . Por sentir forte inspiração religiosa, nota-se nas suas obras,
a tendência em -Cantate de Noël- e a - Symphonie Liturgique-.

As influências dos Six, se fazem sentir em


Jean Martinon (1910-?), Jacques Ibert (1890-1962), Frank Martin (1890-1974).

A Alemanha voltava a se manifestar com


Paul Hindemith (1895-1963), teórico, violista,
compositor e regente respeitado no mundo todo. Organizou os Festivais de Música Contemporânea em
Donaueschingem e foi professor do Conservatório de Berlim, sendo proibido pelos nazistas,
emigrou para os Estados Unidos, aceitando uma cátedra em Yale.
Foi extremo incentivador da música neoclássica e também da neo barroca, além de outros
experimentos jazzisticos, por onde quer que fosse. Escreveu Quartetos, trios e acreditava
na -música funcional- cuja destinação era o povo, os trabalhadores e os estudantes; ainda
concertos, a ópera -Mathis o pintor-, o ballet Nobilisima Visione, lieds, muita música coral,
Réquiem, escreveu o Tratado de Composição, Técnica de composição a duas vozes,
Treinamento elementar para músicos, o Ludus Tonalis para piano, e as Sinfonia Eb e a
Sinfonia Serena. Observou o lema -Torniamo All'antico, sarà un progresso!-.

Também são neoclassicistas:


Goffredo Petrassi (1904-?),
Heinrich Kaminski (1886-1946).

Os neobarrocos: Karl Hoeller (1907-?),


Johann Nepomuk David (1895-?) e o brilhante
Werner Egk (1901-?) com seu ballet -Abraxas- as ópera -Peer Gynt-e- O Inspetor Geral-.

A Inglaterra finalmente se orgulha com o surgimento de um gênio fazendo voltar os bons


tempos de grandes compositores no país, desde H.Purcell (já que Handel era alemão).

Benjamin Britten (1913-1976) fez jus às expectativas de seus compatriotas. Estudioso do


passado cultural e musical da Inglaterra, revolucionou introduzindo técnicas da música
antiga e compondo música de altíssimo nível e aceitação em todo o mundo. Música
moderna sem lágrimas. Maestro e compositor admirado em todos os palcos, compôs
uma obra verdaeiramente notável: Música coral, Guia de Orquestra para jovens, a ópera
The rape of Lucrece, Peter Grimes, Billy Budd, The turn of the Screw, o War Requiem,
entre muitos outras.

Gian Carlo Menotti (1911-?) italiano naturalizado americano, fez música antiga como se fosse moderna.
Já foi chamado de Puccini moderno. Suas óperas The Consul, Amahl and the night visitors, The Telephone,
e diversas trilhas para cinema e televisão, mais uma infinidade de obras em formas do barroco,
como concerti grossi, chaconnes e etc, formam o repertório deste homem de seu próprio tempo
compondo como se no passado, obtendo enorme sucesso.
Na mesma linha e totalmente diferente é
Bohuslav Martinu (1890-1959), com seu Concerto Grosso e o Concertino para piano e orquestra.

Olivier Messiaen (1908-?) compositor e organista francês, membro da -Jeune France-,


incorpora à sua obra ritmos complexos procedentes da música hindú, como na sinfonia
Turangalila. Suas investigações rítmicas e modais o colocam num patamar diferenciado.
Escreveu entre outras obras, o Quarteto para o final dos tempos, Visões do Amém,
Tres pequenas liturgias da presença divina, Vingt regards sur l'enfant Jesus.
Tem sido considerado único, escrevendo de maneira a não poder ser comparado a ninguém.
Interessado por cantos de pássaros e música africana.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
DODECAFONISMO
Música Serial Dodecafônica

O ambiente propiciava influências de Bártok, Stravinsky, dos neoclassicistas,


neobarrocos, nacionalistas e também das experimentações no sentido do politonalismo,
cromatismos beirando o atonalismo, atonalismo (onde não se reconhece mais as tonalidades)
e o serialismo (observando a série de 12 notas, também chamado de dodecafonismo).

O Dodecafonismo é um outro sistema tonal, diferente do até então usado em toda a história da música.

Ele utiliza os 12 sons de uma escala, (ex: do, do#, re, re#, mi, fá, fá#, sol, sol#, lá, lá#, si),
dispostos em uma série de maneira que um som não poderá ser repetido antes de passar pelos outros 11,
dispostos ao gosto do compositor, (ex: si,re#, fa, lá#, do, ré, sol, fa#, lá, mi, do#), usando a série para a frente, para trás,
invertida, retrógrada-invertida, transposta, como acordes (observando a ordem na série), nunca havendo uma relação
com uma nota fundamental como se fazia antes do dodecafonismo.

Arnold Schoenberg (1874-1951) foi autodidata e dedicado que era chegou a ser considerado um erudito; suas teorias
mudaram a história da música para sempre.
Publicou -Os Monumentos da Música da Áustria- e desde o começo compôs música audaciosa em termos harmônicos e
complexa na execução. Como sempre, incompreendido, não transigiu e veio a dificuldade material.
Passou a orquestrar peças populares vienenses.
Em 1907, o quarteto Rose executa o Quarteto em Dm de Schoenberg
causando verdadeiro escândalo que se repetiria no Quarteto em F#m.
Mas, os -Gurrelieder- apesar de esperarem 12 anos, foram sucesso, enquanto a Sinfonia para orquestra de câmara em E,
literalmente bombardeou Viena. Escândalo passou a ser sinônimo de Schoenberg e o sucesso, seu inimigo.

Mesmo no Conservatório de Berlim, suas asas foram cortadas. Emigrou para os Estados Unidos em 1933, por causa do
nazismo, onde chegou a ser respeitado sem ser compreendido.
Morreu sem saber a transformação que causaria, desolado, longe de sua pátria. Suas fases deixaram impressões que
podem ser notadas começando pelo cromatismo levado até às últimas consequências, a procura de sons
mesmo que fossem os da cadeira do piano onde se sentava, experiências com o atonalismo e por fim as intrincadas
regras do dodecafonismo.
Isso tudo, dominando a técnica tradicional chegando ao ponto de escrever -O Tratado de Harmonia- obra
respeitadíssima, adotada até os dias de hoje. Ele próprio considerava sua teoria, a evolução lógica a que chegou a
música tradicional. Suas obras causam espanto mesmo nos dias de hoje: Noite Transfigurada, Peças para Piano op.11,
Pierrot Lunaire, Variações para grande orquestra sobre o tema B-A-C-H, entre outras.

Características do dodecafonismo:
No sistema tradicional usa-se tonalidades, no dodecafonismo usa-se os 12 sons, (que é diferente também de nenhuma
tonalidade como no atonalismo).
Cada um desses 12 sons tem a mesma função, não podendo se falar em consonância e o conceito de dissonância já não
parece o mesmo de antes.
Como deve se basear numa série de 12, cada som é representado uma só vez. As características acima são um
brevíssimo resumo, sendo necessário um estudo bem mais profundo para penetrar no mundo de Schoenberg.

Discípulo de Schoenberg, foi Alban Berg (1885-1935), que tomou seus próprios caminhos
mais tarde. Ligado no interesse de restauração da Àustria, juntou-se a outros artistas e mesmo carecendo de boa saúde
deu livre interpretação a muitas das lições de seu mestre
compondo uma ópera admirável -Wozzeck-, muitos lieds, a Suite lírica para quarteto de cordas, Der Wein, a ópera Lulu
e o concerto para violino e orquestra.
Anton von Webern (1883-1945), musicólogo erudito, fortaleceu o estabelecimento do dodecafonismo, introduziu
pesquisas de células rítmicas, com linguagem musical refinada ao extremo, distribuiu sons sutilmente escolhidos
através do silêncio, numa atmosfera sonora rarefeita inteiramente liberta do sistema tonal. Escreveu 13 ciclos de lieds,
a Cantata no. 2, Trios, Sinfonia para orquestra de câmara, Quarteto para violino, piano, clarinete e saxofone, Concerto
para 9 instrumentos op. 24 e Variações para orquestra op. 30
entre outros.
Alguns representantes e simpatizantes do sistema de Schoenberg:
Ernst Krenek (1900- ), Wolfgang Fortner (1907- ), Karl Amadeus Hartmann (1905-1963),
Hans Werner Henze (1925- ) e René Leibowitz (1913-
ZilahiSoft - História da Música - 1998
CONCRETA E ELETRÔNICA

1913, Luigi Russolo propõe a substituição da música tradicional por barulhos (orgies de bruits),
sendo que esses sons deveriam ser produzidos por quaisquer fontes sonoras
que não fossem os instrumentos musicais conhecidos. Escândalo geral.
Mesmo assim esse -bruitisme- chamou a atenção de vários contemporâneos.

O engenheiro Edgar Varese (1885-1965), francês emigrado nos Estados Unidos,


promoveu a -organização do barulho- pode-se dizer.
Inventou novos instrumentos de percussão, compôs Hyperprism, Arcana.
Os instrumentos musicais já não têm mais a função natural e seus discípulos americanos
chegaram ao máximo do que se pode entender por -utilização não esperada
para um instrumento musical ou preparação de instrumento musical para execução especial-.

John Cage (1912- ) introduz o -piano preparado- colocando nas cordas, pedaços de metal, madeira, abafadores
especiais, tendo escrito 16 sonatas e concerto com orquestra.
Cage:
“-Não tenho nada a dizer e estou dizendo-“.
Além de músico interessou-se por filosofia zen e várias correntes de pensamento.
Dizia não estar interessado em aprender tanto quanto estava em mudar. Sua obra 4' 33", coloca o pianista frente ao
piano e durante o tempo indicado, vira as páginas da partitura, não tocando absolutamente nada.
A reação da plátéia por volta dos anos 50 foi de absoluta indignação.
Esta era a música pretendida, que não se repetirá idêntica e assim permanece toda vez que executada.
Sua relação com o silêncio e a ruptura dele, faz-nos pensar sobre que o que nos rodeia, instiga, perturba ou anima, seja
música.
Arnold Schoenberg já predissera que Cage não escreveria música da forma tradicional.
Sobre sua música ele mesmo cita um dito zen:
[...Se algo o perturba durante 2 minutos, aguente mais 4, se persiste, resista mais 8, caso
continue espere até 16 e assim com 32, 64 e etc. Verá então que não só não é perturbador
como é absolutamente interessante...]

Em 1949 Pierre Schaeffer funda em Paris o Club d'Essai onde se executa todo tipo de música moderna, desde o
dodecafonismo até espetáculos que utilizavam toda sorte de ruídos de fricção de objetos no chão, lixas,
mecanismos, água. metais, madeira, máquinas e etc.
Muitos sons foram gravados em discos e fitas magnéticas podendo ser combinados com execuções ao vivo, editados,
transformados em estúdios sonoros. Destaca-se a-Symphonie pour un homme seul-.
Era a abolição total de padrões e sistemas.
Muitos dos resultados foram aleatórios e essa possibilidade foi usada largamente.
Novas -máquinas de música- (novas fontes sonoras) foram inventadas e a partir de 1950
a eletrônica passou se desenvolver e sofisticar e os primeiros passos foram dados por
Stockhausen na Rádio Emissora Noroeste Alemã, em Colônia.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
VERTENTES

A quantidade enorme de experimentações, movimentos e fases,


traz uma diversidade que muitas vêzes é difícil catalogar, sem cometer qualquer erro ou injustiça.

É uma música em frenética mutação e suas influências espalham-se pelo mundo todo.

Havia também músicos que conseguiam o interesse de multidões, da massa,


dedicados a dar expressão aos anseios coletivos do que se pode fazer em música, em conjunto,
de maneira simples, porém trabalhada, sem exageros intelectuais, em épocas de opressão.

Depois da 1a. Guerra, surge neste enfoque,


Kurt Weill (1900-1950), que foi muito aplaudido em seu tempo,
aplicando seu estilo pessoal ao jazz, fazendo música envolvente.
Discípulo de Busoni e Humperdinck, colaborou com Bertold Brecht em Die Dreigroshenoper,
Mahagony e muitas outras obras.
Escreveu também -Fantasia passacaglia e hino-, um Concerto para violino e duas Sinfonias.

Charles Ives (1874-1954) pode ser encarado como um caso à parte.


Filho de família ligada ao mercado financeiro, não viveu as agruras da profissão de músico.
Sua particularidade é que desde a infância acostumou os ouvidos com ensaios de 2 bandas
ou mais grupos corais, propiciados por seu pai que sentia grande prazer em que o menino
se deleitasse com a simultaneidade sonora.
Compôs música bitonal, atonal, polirritmica e aleatória.
Estudou música em Yale e compôs entre outras: -Three Places in New England-,
Holidays-, Concord, Mass, 1840-1860, Psalmus 67.
É música moderna sem perder a raíz tradicional, causando espanto ainda hoje.

Pierre Boulez (1925- ), aluno de Leibowitz, hoje respeitadíssimo maestro e compositor,


sempre em contínua transformação, foi o principal responsável pelo impulso inicial dado
ao serialismo. As primeiras obras de Boulez provam esta tendência.
Com espírito de liberdade e elegância no fluir musical, trazendo ao espírito do ouvinte
uma espécie de aceitação investigativa do material sonoro, Boulez convida para seu universo.

Sua -Segunda Sonata- traz em seu movimento lento, o convite a -brincar com a dificuldade-
e prende o ouvinte, seduzido pela combinação de timbres.
Sempre revendo suas obras e corrigindo-as se assim achar necessário,
Boulez se mostra um pesquisador apaixonado, chegando a ter 3 versões (até hoje) de sua obra -Soleil des eaux-.
Usa expressões intermediárias -várias- entre o que seja -forte e piano-.
Duas de suas frases explicam bem suas intenções:
-...renovar-se consiste num desrespeito por si mesmo igual ao que se teve
com relação aos seus predecessores...- &
-...a recusa constante em adaptar-se é indispensável a toda criação viva...-.

Escreveu o livro -Pensez la musique aujourd'hui-


onde sintetiza seus pontos de vista estéticos, Le marteau sans maître, Structures para dois pianos,
Sonata para piano, Doubles Rituel Inmemoriam Maderna, entre outras.

Karlheins Stockhausen (1928- ), aluno de Messiaen, primeiro propagador da música eletrônica,


(pode-se dizer, o homólogo alemão de Boulez).
Escreveu a Klavierstück IX, onde propõe ao intérprete dezenove sequências
escritas sobre uma única e imensa folha.
O pianista faz então sua escolha, segundo o momento, deixando que o acaso contribua.
Algumas obras: Kontra-Punkte, Zyklus, Refrain, Karee, Kontacte, enttre outras.
Propôs a música eletrônica como uma nova linguagem musical e acertou.
Ela não tem o objetivo de substituir o intrumento tradicional por um instrumento elétrico ou eletrônico.
O músico é ao mesmo tempo autor e intérprete. São funções completamente fundidas.

De suas influências nasce a Música estocástica, que é calcada no terreno das matemáticas
çalculo de probabilidades efetuadas por aparelhos eletrônicos.
O computador foi um aliado indispensável. Penderecki e Xenakis,
levaram ao computador toda a experiência inicial da música eletrônica.
Nono e Bério trouxeram o aspecto descritivo e sensorial à linguagem.

Yannis Xenakis, compositor, matemático e arquiteto grego, em 1950 expressou sua tendência
que se pode entender na afirmativa: -...a tradição legou-nos um espaço vazio que os vienneses encheram
com plataformas e os concretistas e eletrônicos com objetos sonoros.
Trata-se de materializar os movimentos do pensamento com a ajuda de sons
e fazer música significa a inteligência exprimir-se com meios sonoros...-.
Escreveu obrras eletronicas: Diamorphoses, Orient-Occident e Concret P.H., entre outras.
Obras orquestrais: Metastasis, Phythoprakta Achorripsis, entre outras magnéticas e para
duas orquestras.

Ainda, Luigi Dallapiccola (1904 - ),


Hans Eisler (1898-1962),
K.Penderecki (1933- ),
G.Ligeti (1923- ),
H.Pousseur (1919- ),
Yannis Xenakis (1922- ),
Luigi Nono (1924- ),
Luciano Bério (1925- ),
Elliot Carter (1908- ),
W.Lutoslawsky (1913- ),
M.Theodorakis (1925- ).

Nos últimos anos muitos movimentos certamente surgiram e a simultaneidade de


informação de nossos dias, faz também com que muitos passem despercebidos
do grande público

(ou não cheguem a ser veiculados a tempo de usufruir dos 15 minutos de fama,
como profetizou Andy Wharrol)

O Minimalismo certamente foi um movimento que não passou despercebido.

O MInimalismo americano surge da influência dos movimentos repetitivos, tão comuns


na vida e nas máquinas do homem contemporâneo, bastante explorados por Cage.
(resumindo bastante a definição).
A preocupação primeira é o pulso.
Ao se falar em repetição não se pode esquecer da-Vexations- de Erik Satie,
que talvez antevendo o futuro, impôs-nos 840 repetições,
com 10 pianistas e 18 horas de execução.
Seus principais representantes são:
Steve Reich,
Philip Glass,
Terry Riley e
Michael Stearns, entre outros,
que expõem sequências de pulsos defasados e motivos melódicos que são repetidos
de modo a se alterarem gradualmente, necessitando de um tempo considerável,
às vezes para total explanação de suas idéias.
Philip Glass, talvez o mais -popular- dentre os minimalistas tem obras no cinema,
(ex.:Koyaanitscatsy), tv, ópera (ex.:Akhenáton) e teatro, entre outras.
BRASIL
ZilahiSoft - História da Música - 1998
BRASIL - OBRAS E NOMES

Não se pode dizer que a História da Música, no que tange à música erudita, no Brasil,
acompanhou exatamente em termos temporais, o que acontecia fora do País.
O que se costuma chamar de Barroco (ex.:barroco mineiro), corresponde a uma outra época e outras influências.
Uma pequena cronologia ajuda a visualizar:

Música em Minas Gerais –


Curt Lange, musicólogo uruguaio, pesquisa em Ouro Preto Diamantina e Mariana, o que se costumou chamar de
barroco mineiro e é, na verdade, herança da música sacra de Haydn, que nada tem de barroco. Mesclou-se é claro às
melodias e harmonias típicas da brasilidade de então.
Alguns representantes:

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (+1805), organista em Diamantina e regente do coro
do Carmo em Ouro Preto. Graças a inúmeros outros pesquisadores brasileiros, suas
obras se encontram no repertório e em gravações, assim como a de outros mestres:

Marcos Coelho Netto (+1806), Inácio parreira Neves (+1796),

Francisco Gomes da Rocha (+1808) entre outros ainda em pesquisa e restauro de obras.

José Mauricio Nunes Garcia (1767-1830), padre, compositor que talvez tenha mais obras
restauradas, executadas e gravadas. com grande ênfase à musica coral, sendo que grande parte de sua obra ainda
continua pouco acessível. Diversos movimentos musicais em sua homenagem propiciaram a execução de suas obras
como a Missa em Bb e a Missa de Requiem, além de muitas asssociações corais manterem em seu repertório, as peças
corais destinadas ao oficio religioso ou as de trechos bíblicos.
Entre seus discipulos, figura Francisco Manuel da Silva.

Francisco Manuel da Silva (1795-1865) fundou a Sociedade de Música da Corte, de onde se originou mais tarde o
Conservatório de música do Rio de Janeiro, depois Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil.
Escreveu uma Missa de Requiem, a ópera O Prestígio da lei- e o hino que se tornou futuramente
o Hino Nacional Brasileiro, por decreto.

D.Pedro I (1798-1834) discipulo de Marcos Portugal e Neukomm, aprendeu fagote, trombone,


clarinete, flauta, violino e violoncelo, ainda contraponto e harmonia.
Escreveu o Hino da Independência e Ópera, Missa, Sinfonia, Te Deum,
Variações sobre uma ária popular e o Hino da Carta, (chamado hino Português).

Antonio Carlos Gomes (1836-1896) - natural de Campinas, estrondoso sucesso no Rio de Janeiro, triunfou na Itália,
muito elogiado por Verdi, acabou quase na miséria, se não fosse o governo do Pará, que o ajudou no fim da vida. Sua
ópera -Il Guarany- da obra de José de Alencar, começou com ruidoso sucesso no Scala de Milão e depois no mundo
todo, onde várias orquestras mantém a -Protofonia- em seu repertório, até hoje. Ainda as óperas Fosca, Salvator Rosa e
Lo Schiavo, todas com libreto de temas nacionais, em italiano.
No aniversário de sua morte em 1996, brandas comemorações por todo o país.

Ainda outros compositores representam as linhas e movimentos que assolaram a Europa na virada do século,
principalmente as heranças wagnerianas, francêsas e o nacionalismo:
Leopoldo Miguez (1850-1902), Henrique Oswald (1854-1931), Glauco Velazques (1884-1914), Alexandre Levy
(1864-1892), Alberto Nepomuceno (1864-1920), Luciano Gallet (1893-1931), Arthur Napoleão (1843-1925) e
Ernesto Nazaré (1863-1934) com suas incursões pela música popular.

Heitor Villa Lobos (1887-1959) é considerado o maior compositor brasileiro reconhecido, executado e gravado no
mundo inteiro. Estudou já em idade madura em 1923, na Europa, sendo que já antes no Brasil compunha e pesquisava
pelo país afora, a música do povo, as manifestações folclóricas e as influências do índio e do negro. Quis descobrir o
Brasil e conseguiu. Suas influências vão de Bach a Debussy e Stravinsky.
Seu temperamento extrapola as convenções, extraindo música vibrante e colossal, numa obra imensa. Muitas de suas
obras são permanentes no repertório das maiores orquestras do mundo.
Bastaria ouvir as Bachianas e os Choros, sua obras pianistica como a Prole do Bebé, Rudepoema, Cirandas, Serestas,
Concertos, as 12 Sinfonias, o ballet Amazonas, a ópera Malasarte, a suíte O Descobrimento do Brasil ou o Noneto,
para se ter uma vaga idéia da avalanche musical deste vulcão nacionalista.

Na Musicologia, destaca-se Mário de Andrade (1894-1945), que foi professor de Estética e História da Música.
Em 1922, participa ativamente da Semana de Arte Moderna, tornando-se então ums dos pilares do movimento
modernista na arte no Brasil. Exerceu inúmeros cargos: crítico de música, diretor de Departamento de Música, membro
da comissão de reforma da Escola Nacional de Música, diretor do Departamento de Cultura, um dos organizadores do
Congresso da Lingua Nacional Cantada. Escreveu entre outros, o livro
-Pequena HIstória da Música-, além de coletâneas, estudos e suas pesquisas, como o Ensaio sobre a Música Brasileira,
A Música e a Canção Populares no Brasil, Música Doce Música (crítica), A Expressão Mussical nos Estados Unidos,
Terapêutica Musical, Evolução Social da Música No Brasil, Os Compositores e a Língua Nacional, A pronüncia
cantada e o problema do nasal- pelos discos, O Samba Rural paulista, Cultura Musical, Música de Feitiçaria no Brasil,
Danças dramáticas do Brasil e Modinhas Imperiais.

Nacionalista também é Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948), com o Trio Brasileiro ou o poema sinfônico Reisado do
Pastoreio ou a Sinfonia O Caçador de Esmeraldas, entre outras.

Francisco Mignone (1897- ?) interessadíssimo pela influência africana, guiado por Mário de Andrade à linha folclórica,
compôs O Contratador de Diamantes, Maxixe, Maracatu de Chico Rei, Alegrias de nossa Senhora, Valsas de Esquina.

Brasilio Itiberê (1896-?), Frutuoso Viana (1896-?), Luis Cosme (1908-?) com o folclore do Rio Grande do Sul.

Cláudio Santoro, que completaria em 1998, 79 anos, compositor da Sinfonia da Paz, reconhecido no exterior, atuou em
Brasília. Sua obra ainda não é satisfatóriamente divulgada no Brasil.

Mozart de Camargo Guarnieri que completaria em 1998, 91 anos, foi mestre de uma grande geração de compositores
de tendência nacionalista. Algumas de suas obras:
Ponteios, Tocata, a cantata Serra da Rola-Moça, A Flor do Tremenbé, o Quarteto para Cordas no. 2, as Sinfonias 2 e 3 e
a ópera Pedro Malasarte. Até sua morte foi regente da Orquestra da USP.

Osvaldo Lacerda (1927- ), paulista, estudou com Camargo Guarnieri e funde em suas obras,
as técnicas de composição modernas com a psicologia musical brasileira. Estudou nos Estados Unidos, com bolsa da
John Simon Guggenheim Memorial Foundation, com Vittorio Giannini e Aaron Copland. Detentor de vários prêmios
de composição, é fundador da Sociedade Pró Música Brasileira e tem se dedicado ao ensino. Autor de vários livros de
teoria e matérias complementares, que são adotados por todo o país. Algumas de suas obras: Suite no. 1, Suite
miniatura, Brasilianas, Sonata para flauta e piano, Variações e fuga para quinteto de sopros, Concerto para cordas, -
Trilogia- para metais, além de extensa obra coral e instrumental, editada e gravada.

Nossos pesquisadores carecem de um levantamento mais profundo da História da Música no Brasil.


É muito comum não termos dados sobre a vida, obra e morte de muitos compositores.

Não deixe de ler:


A CANÇÃO NO TEMPO (Vol 1: 1901-1957 & Vol. 2: 1958-1985)
Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, Ed. 34, 1997/98

Representantes da Composição na Música Erudita no Brasil, nos últimos anos:


Hekel Tavares, Jaime Ovalle, Guerra Peixe, Lindembergue Cardoso, Raul do Valle,
Almeida Prado, Sérgio Vasconcellos Correa, Edino Krieger, Willy Correa de Oliveira,
Gilberto Mendes, Roberto Martins, Florivaldo Menezes, Mário Ficarelli, Carlos Kater,
Bruno Kiefer, Hans Joachin Koellreuter (professor de uma geração), J.Zula Oliveira,
Ernst Mahle, Marlos Nobre, Rodolfo Coelho de Souza, Ernani Aguiar, Ricardo Tacuchian,
Henrique de Curitiba, Roberto Ricardo Duarte, Ernst Widmer, José Vieira Brandão, Radmés Gnatalli,
Sérgio Magnani, Breno Blauth. Ronaldo Miranda, Nestor de Hollanda Cavalcante
e os também grandes arranjadores Rogério Duprat e Damiano Cozzella. Veja mais em Bibliografia.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
POPULAR E FOLCLORE

A influência da Música Popular e do Folclore, permeia toda a Música Erudita Brasileira.


Muitos compositores e artistas populares, têm também uma incursão na música erudita
ou tiveram uma iniciação erudita, que se percebe nas suas peças populares.

A influência da colonização portuguesa ou a dos índios e dos africanos é imensa na nossa Música,
assim como a de povos imigrantes como italianos, espanhóis, alemães
e a das fronteiras com países de colonização espanhola. Várias danças como o cateretê ou catira, cururu, coco,
caboclinhos, caiapó, rancheira, guarânia, catimbó, ciranda, martelos, desafios, modinha, moda, acalanto,
danças de roda, fandango, reisado, pastoril, marujada, bumba-meu-boi, maxixe, samba, lundú, tango brasileiro,
choro, maracatu, congo, baião, xaxado, seresta, marcha, samba de roda, pagode, partido alto, carnaval e até polca,
valsa, mazurca e chotis (xoti), mostram a diversidade riquíssima de influências e gêneros da nossa Música.
Também devemos considerar a influência da música norte americana, no que tange às harmonias do Jazz
na Bossa Nova e do Rock na chamada Jovem Guarda, no Tropicalismo, Rock Nacional e Música Romântica.
A relação de Compositores populares, folcloristas e os eruditos mais envolvidos, é imensa.

Alguns representantes:

Chiquinha Gonzaga (1847-1935),


Ernesto Nazareth (1863-1934),
Anacleto de Medeiros (1866-1907),
Eduardo das Neves (1847-1919),
Zequinha de Abreu (1880-1935),
Freire Junior (1881-1956),
Eduardo Souto (1882-1942),
Caninha (1883-1961),
João Pernambuco (1883-1947),
João da Baiana (1887-?),
Sinhô -José Barbosa da Silva- (1888-1930),
Donga -Ernesto dos Santos (1891-?),
Marcelo Tupinambá (1892-1953),
Heitor Catumbi (1895-?),
Erotides de Campos (1896-1945),
José Francisco de Freitas (1897-1956),
Heitor dos Prazeres (1898-?),
Bororó (1898-?),
Joubert de Carvalho (1900-?),
Catulo da Paixão Cearense (1866-1945),
Leopoldo Fróes (1885-1932),
Sátiro Bilhar (1860?-1927?),
Casemiro Rocha, Aurélio Cavalcante, Candinho Silva, Gordurinha,Irineu de Almeida,
Mário Álvares, Mário Penaforte, Alfredo Gama, Paraguassú -Roque Ricciardi (1890-?),
Romeu Silva, Costa Junior, Chico da Baiana, Patápio Silva - famoso flautista, Eustórgio Wanderley.

Destaque para:
Pixinguinha - Alfredo da Rocha Viana Junior e Noel Rosa, ambos de extensa obra,
permanecendo no repertório, numa contribuição sem par na História da Música Popular Brasileira.

Ainda:

Luis Gonzaga, Humberto Teixeira, Lamartine Babo, Herivelto Martins,Garoto, Almirante,


João de Barro - Carlos Alberto Ferreira Braga, Alcir Pires Vermelho, José Maria de Abreu,
Ataulfo Alves, Waldir de Azevedo, Adoniran Barbosa, Candeia, Canhoto, Elton Medeiros,
Cartola, Dorival Caymmi, Ary Barroso, Waldemar Henrique, Fernando Lobo, Cartola,
Donga, Nonô,Ismael Silva, Assis Valente, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues,
Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Jacob do Bandolin, Paulo Vanzolini, Custódio Mesquita,
Hermeto Paschoal,Egberto Gismonti, Capiba, Dominguinhos, Djavan, Marina, Cazuza,
Gonzaguinha, João Bosco, Aldir Blanc, Alceu Valença, Johnny Alf, Dolores Duran,
Milton Nascimento, Rita Lee, Raul Seixas, Tim Maia, Roberto e Erasmo Carlos, Gilberto Gil,
Luis Melodia, Caetano Veloso, Jorge benjor, Vinícius de Moraes, Toquinho, Baden Powell,
Edu Lobo, Chico Buarque de Hollanda, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli, Cesar Camargo Mariano,
Chiquinho de Moraes, Rogério Duprat, Damiano Cozzella, Radamés Gnatalli, Ciro Pereira,
Sivuca, Eumir Deodato, Sérgio Mendes, João Gilberto, Mauricio Einhorn, Newton Mendonça
Carlinhos Lyra, Moreira da Silva, Martinho da Vila, Francis Hime, Paulinho da Viola,
Geraldo Vandré, Billy Blanco, Paulo César Pinheiro, Zélia Duncan,
Herbert Vianna, e o reconhecido maestro Antonio Carlos Jobim. Veja mais em BIBLIOGRAFIA
MAIS
ZilahiSoft - História da Música - 1998
CANTO CORAL –
UM POUCO DE HISTÓRIA

Chóros (kóros) -grego


Chorus - latim
coro - italiano
choeur - francês
choir - inglês
chor - alemão
kör - países baixos
kor - eslavo

Chóros: Poesia, Canto e Dança no drama grego de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.

Chorus: Para o Cristianismo, o grupo da Comunidade que canta.O espaço físico (ábside) junto ao altar ou o lugar onde
se coloca o órgão. Mais tarde, surgiu o termo Choral para o que era executado alí.
Até o Século XV (aprox.) cantava-se em grupo e em uníssono, na maioria das vezes.
Daí em diante surgiram mais vozes.

O termo Canto Coral (Chant Choral) começa a ser usado. Cronológicamente recebeu várias denominações: Cantus
Choralis ou Cantus Planus - canto uníssono executado por um grupo (coro), Música Figuralis - canto a mais vozes e
suas complexidades, Concetus Vocum e Chorus Vocalis. O esplendor dessa prática é a Renascença. A formação de um
Coral variava muito, de acordo com as possibilidades e disponibilidades. Escreveu-se muito para a formação
coral e ao analisarmos peças de época, vemos a qualidade das composições.
Durante muito tempo só os monges praticavam o canto coral e depois os profissionais e meninos cantores até chegar
ao povo em geral. A mulher tardou a participar de Corais em muitos países.
Como exemplo de formações, Michael Praetorius (1571-1621), nos relata que a Capela Ducal de Munique, onde regia
Orlandus Lassus, era composta de:12 baixos, 15 tenores, 13 contraltos, 16 meninos cantores, 5 a 6 castrati e orquestra.
G.P.Palestrina, regente na Igreja de Santa Maria Maggiore contava com: 11 cantores
e 4 meninos cantores, segundo documentos. Hermann Finck (1556) contava com: 14 homens, 7 meninos e 3
instrumentos de sopro.
Já no Barroco o coral tem importância nos Oratórios, Cantatas e Óperas e se apresentam maiores devido a difusão e
hegemonia de variados instrumentos.
Aos poucos no Classicismo, a função já era concertante.

Surgiam sociedades e agremiações interessadas na prática do Canto Coral:


1730 - Academia de Canto de Berlin
1761 - Catch Clubs (Inglaterra) grupos que cantavam cânones(catch)
1787 - Glee Clubs para todo tipo de canto em grupo, duos, trios e quartetos
1799 - Associação de Quartetos Masculinos de Salzburgo
1805 - Instituto de Canto de Zurique
1840 - Canto foi oficializado nas escolas de Paris por G.L.Willhem (1781-1842)
1842 - Orphéons - Associações Masculinas de Canto

No Romantismo a grandiosidade das obras exigia grupos numerosos e especializados.


No oratório "Paulus" de Mendelssohn, havia 106 sopranos, 60 contraltos, 90 tenores,106 baixos.

O negro Spiritual, é a contribuição dos cativos africanos na América do Norte, à época da escravidão, que, baseando-
se no canto dos brancos ao Deus que passaram (os escravos) a aceitar, compunham melodias, rítmos e harmonias sobre
textos biblícos e afins, criando uma ambientação e um louvor espiritual particularmente envolventes.
No nosso Século, o Coro, Coral ou Canto Coral, ocupa todas as posições históricas pelas quais passou, muito pela
atitude dos compositores que se reportam aos mais variados estilos, inclusive, com releituras e citações a grandes
momentos históricos e grandes compositores.
ZilahiSoft - Historia da Musica - 1998
O ANO DO NASCIMENTO, NÃO SITUA O COMPOSITOR EM PERÍODOS ESPECÍFICOS
DA HISTÓRIA DA MÚSICA, SENDO QUE CADA UM RECEBEU E DEIXOU INFLUÊNCIAS,
AS MAIS VARIADAS, TORNANDO DIFÍCIL ROTULÁ-LOS COMO PARTICIPANTES
DESTE OU DAQUELE MOVIMENTO OU TENDÊNCIA, APENAS BASEANDO-SE EM DATAS.

======================================1300
1310 Guillaume de Machaut
1370 Guillaume Dufay
John Dunstable
======================================1400
1430 Jean Ockeghem
1450 Jakob Obrecht
Josquin Des Prés
1480 Adrian Willaert
1485 Clément Jannequin
======================================1500
1505 Thomas Tallis
1510 Andrea Gabrieli
1512 Cristóbal Morales
1525 Giovanni Pierluigi da Palestrina
1530 Orlandus Lassus
1540 Tomas Luis de Victoria
1543 William Byrd
1550 Luca Marenzio
Jacob Gallus (Handl)
Orazio Vecchi
1560 Carlo Gesualdo da Venosa
1562 Jan Pieterzoon Sweelinck
1556 Giacomo Gastoldi
1557 Giovanni Gabrieli
Thomas Morley
1564 Hans Leo Hassler
1567 Claudio Monteverde
1571 Michel Praetorius
1583 Girolamo Frescobaldi
Orland Gibbons
1585 Heinrich Schuetz
1586 Johann Hermann Schein
======================================1600
1605 Giacomo Carissimi
1632 Jean Baptiste Lully
1634 Marc-Antoine Charpentier
1637 Diderik Buxtehude
1653 Arcangelo Corelli
Johann Pachelbell
1657 Michel Richard de Lalande
1658 Henry Purcell
1659 Alessandro Scarlatti
1668 François Couperin
1678 Antonio Vivaldi
1681 Georg Philipp Telemann
1683 Jean-Philippe Rameau
1684 Francesco Durante
1685 Johann Sebastian Bach
Georg Friedrich Handel
Domenico Scarlatti
1692 Giuseppe Tartini
1694 Leonardo Leo
=======================================1700
1710 Giovanni Battista Pergolese
1714 Christoph Willibald Gluck
Carl Philipp Emanuel Bach
1717 Johann Anton Stamitz
1732 Joseph Haydn
1735 Johann Christian Bach
1749 Domenico Cimarosa
1750 Antonio Salieri
1756 Wolfgang Amadeus Mozart
1760 Luigi Cherubini
1767 José Mauricio Nunes Garcia
1770 Ludwig van Beethoven
1774 Gasparo Spontini
1776 Ernst Theodor Amadeus Hoffmann
1782 Nicolo Paganini
1786 Carl Maria von Weber
1791 Giacomo Meyerbeer
1792 Gioacchino Antonio Rossini
1795 Francisco Manuel da Silva
1797 Franz Schubert
Gaetano Donizetti
=======================================1800
1801 Vincenzo Bellini
1803 Hector Berlioz
Mikhail Ivanovitch Glinka
1809 Felix Mendelssohn-Bartholdy
1810 Frédéric Chopin
Robert Schumann
1811 Ferencz Liszt (Franz)
1813 Giuseppe Verdi
Richard Wagner
1818 Charles Gounod
1819 Jacques Offenbach
1822 César Franck
1824 Anton Bruckner
Bedrich Smetana
1833 Johannes Brahms
Alexander Porfirievitch Borodin
1835 Camille Saint-Saëns
1836 Antonio Carlos Gomes
1838 Georges Bizet
1839 Modest Petrovitch Mussorgsky
1840 Piotr Ilitch Tchaikovsky
1841 Antonin Dvorak
Emmanuel Chabrier
1842 Jules Massenet
1843 Edvard Grieg
Arthur Napoleão
1844 Nikolai Andreievitch Rimsky-Korsakov
1845 Gabriel Fauré
1850 Leopoldo Miguez
1851 Vincent D'Indy
1854 Leos Janacek
Henrique Oswald
John Philip Sousa
1857 Edward Elgar
1858 Giacomo Puccini
1860 Hugo Wolf
Gustav Mahler
Isaac Albeniz
1862 Claude Debussy
1863 Pietro Mascagni
Ernesto Nazareth
Frederick Delius
1864 Richard Strauss
Alexandre Levy
Alberto Nepomuceno
1865 Paul Dukas
Jan Sibelius
Carl Nielsen
1866 Ferruccio Busoni
Erik Satie
1867 Enrique Granados
1869 Hans Pfitzner
1872 Alexander Nikolaievitch Skriabin
Ralph Vaughan Williams
1873 Max Reger
Serge Rachmaninov
1874 Arnold Schoenberg
Gustav Holst
1875 Maurice Ravel
1876 Manuel De Falla
1879 Ottorino Respighi
1881 Bela Bartok
1882 Igor Stravinsky
1883 Anton von Webern
Karol Szymanowski
1884 Glauco Velazques
1885 Alban Berg
Edgar Varese
1887 Heitor Villa-Lobos
1891 Sergei Prokofiev
1892 Arthur Honegger
Darius Milhaud
1893 Luciano Gallet
1894 Jaime Ovalle
1895 Paul Hindemith
Carl Orff
1896 Brasilio Itiberê
Frutuoso Viana
Heckel Tavares
Virgil Thomson
1897 Oscar Lorenzo Fernandez
Francisco Mignone
1898 George Gershwin
1899 Francis Poulenc
Carlos Chavez
=======================================1900
1900 Aaron Copland
1903 Aram Katchaturian
1904 Dimitri Kabalevsky
1906 Radamés Gnatalli
Dimitri Chostakovitch
1907 Camargo Guarnieri
1908 Olivier Messiaen
1911 José Vieira Brandão
Gian Carlo Menotti
1912 John Cage
1913 Benjamin Britten
1914 Guerra Peixe
1915 Hans Joachin Koellreuter
1919 Claudio Santoro
1922 Gilberto Mendes
1923 Bruno Kiefer
1925 Pierre Boulez
1927 Osvaldo Lacerda
Ernst Widmer
Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim
1928 Karlheinz Stockhausen
Mario Tavares
Edino Krieger
1929 Damiano Cozzella
Ernst Mahle
1931 Breno Blauth
1932 Rogério Duprat
1934 Sérgio Vasconcellos Correa
Henrique de Curitiba
1936 Raul do Valle
1937 Phillip Glass
Mário Ficarelli
1938 Willy Correa de Oliveira
1939 Lindembergue Cardoso
Marlos Nobre
Ricardo Tacuchian
1943 Almeida Prado
1948 Ronaldo Miranda
1949 Nestor de Hollanda Cavalcante
1950 Ernani Aguiar
=============================

No Brasil, ainda Florivaldo Menezes,


Carlos Kater, Rodolfo Coelho de Souza,
Roberto Ricardo Duarte, Roberto Martins,
J.Zula Oliveira e muitos outros.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
CURIOSIDADES
estórias da História da Música...
verdades ou mentiras?

Carlo Gesualdo , príncipe de Venosa, (c.1560-1614), assassinou sua esposa Maria


d' Avalos e seu amante, ficando longos anos em penitência
voluntária e só então se dedicou à arte. Dizia-se ter um temperamento
instável e por isso era temido como louco.

Jean Baptiste Lully- Giovanni Battista Lulli (1632-1687), regia, como de costume, com um
grande bastão (como um cajado) que era batido no chão, dando a
marcação do tempo forte principalmente. Lully acertou o próprio pé e
morreu de gangrena.

Antonio Vivaldi (c.1678-1741), padre, tinha momentos de inspiração que o tornaram famoso.
Certa feita, em plena missa, sendo o celebrante, largou o ofício no
meio, saiu correndo e foi anotar uma idéia musical que acabara de ter,
bem no momento da transubstanciação eucarística.

Johann Sebastian Bach (1685-1750), apesar de luterano, tinha um gênio irascível e conta-
se que certa vez, enfurecido pelas discussões com um fagotista,
desancou-o com a espada.
Em carta ao amigo Erdmann de 1730, queixa-se das poucas
oportunidades financeiras em Leipzig, dizendo que a saúde geral ia muito
bem (demais), pois poucos eram os enterros e assim tocava-se menos.
Os historiadores parecem não concordar com o número de filhos de
Bach, em seus 2 casamentos. Alguns dizem 15, outros 17 e até 22.
Em Luebeck, havia o grande organista e compositor Diederick Buxtehude.
Bach, seu admirador, andava muitas léguas para assistir o mestre.
Quando da época da aposentadoria de Buxtehude, os grandes organistas
que se dispusessem a substitui-lo, além das provas para o cargo, por
tradição, teriam que casar-se com a filha de Buxtehude. Bach desistiu.
Conta-se que tanto ele quanto Haendel acharam a moça muito feia.

Benedetto Marcello (1686-1739) sofreu um acidente misterioso.


Estando numa igreja em Veneza, caiu, sem querer, num túmulo
aberto. Daí em em diante, abandonou as veleidades artísticas
e passou a se dedicar à música religiosa, combatendo furiosamente
outros gêneros de música.

Franz Xavier Richter (1709-1789), foi talvez o primeiro a utilizar uma partitura enrolada
para reger, como se fosse uma batuta. Mas, quem levou a fama,
foi Carl Maria von Weber (1786-1826). Existem gravuras dos dois
para comprovar.

Franz Schubert - (1797-1828), era muito querido por todos os boêmios e também pelo dono
da taverna onde (quando tinha recursos) comia. Apiedado de Schubert
o dono da taverna tinha uma combinação com o mestre. Haveria sempre
uma calça pendurada no varal da janela. Se os bolsos estivessem para
dentro da calça, então havia dinheiro para a refeição. Caso contrário, com
os bolsos para fora, estava claro que seria fiado.
Hector Berlioz (1803-1869), dizia: -Nem sempre escrevi para 500 músicos; às vezes
contento-me com 450...

L.V. Beethoven, (1770 – 1827) em 1824, recebeu em Viena a visita de Rossini, e pediu-lhe que
-escreva - mais Barbieris e mais outros Barbieris-, pois para a ópera séria seu talento não presta!

Metrônomo - Aparato idealizado por Winkel e patenteado por J.N.Mäelzel (1772-1838), que
regula a velocidade do tempo da execução musical. Graças ao
metrônomo, o compositor pode indicar matematicamente o grau de
rapidez de uma obra. Pode também acentuar o 1o. tempo, se preciso.
Beethoven foi um grande entusiasmado pelo metrônomo.

Liszt Férènc (1811-1886), além de todos os escândalos amorosos com mulheres casadas,
dizem ter sido o introdutor do novo posicionamento do piano no palco,
de lado para a platéia, como se usa hoje e não de costas, pois por se
achar lindo, queria presenciar os suspiros das fãs, que veriam melhor.

Anton Bruckner (1824-1896), homem pio, beato e bastante simples, parecia não saber se
portar em público. Quando da execução de uma de suas sinfonias,
regida por Hans Richter, ajoelhou-se frente ao maestro, beijando-lhe a
mão e para completar, insistiu para que o maestro aceitasse uma moeda
que tirou do bolso
ZilahiSoft - História da Música – 1998
ESCOLAS (pequeno resumo)

Na História da Música, surgiram várias Escolas de Composição e também de execução vocal e instrumental.
Eis uma relação de algumas das mais importantes. Muitas vêzes, um compositor era também reconhecido professor
ou influenciador, então diz-se que é a -escola de Franck- (por exemplo César Franck)
ou compositores independentes que congregavam das mesmas idéias ou motivações,
como a -Escola de Mannheim-, que também era conhecida como foco de grandes regentes,
tornando-se por isso uma escola de regentes, inclusive.
E ainda Escolas (instituições fundadas com esse fim.)

Por ordem cronológica:

SCHOLA CANTORUM criada por S.Gregório para ensinar e difundir o gregoriano.

S MARCIAL em Limóges, SANTIAGO DE COMPOSTELA, NOTRE DAME DE PARIS.Sec XII

ESCOLA DOS MEISTERSINGER burguesia alemã, Ars Antiqua

ESCOLA FRANCO-FLAMENGA, ESCOLA INGLESA . na Ars Nova

ESCOLA BORGONHESA -Capela Coral

ESCOLA FLAMENGA nos Países Baixos

ESCOLA DE LUTERO segundo os ditames do reformista

ESCOLA DA CONTRA REFORMA os Palestrinianos

ESCOLA INSTRUMENTAL ORGANÍSTICA - heranças de Girolamo Frescobaldi (1683-1643)

ESCOLA ELISABETANA -instrumental, de violas e virginal.

ESCOLA DE ÉVORA E A DE COIMBRA - península ibérica

ESCOLA LUTISTA - alaudistas. Movimento que nasceu na Espanha

ESCOLA TUDOR - da Corte dos Tudor

ESCOLA ROMANA - sob influência da Capela Papal

ESCOLA VENEZIANA - Música profana com tendência ao drama. Policoral

ESCOLA FRANCESA - estreita ligação da literatura e música descritiva.

ESCOLA ESPANHOLA - misticismo religioso

ESCOLA INGLÊSA - grande desenvolvimento do Madrigal.

ESCOLA DO BAIXO CIFRADO -mestres improvisadores ao cravo

ESCOLA DA ARTE DA FUGA - adeptos e seguidores dos procedimentos de Bach


ESCOLA GALANTE OU ROCOCÓ

ESCOLA DO CLASSICISMO VIENENSE

ESCOLA DE MANNHEIM onde se elaborou o sinfonismo

ESCOLA ROMÂNTICA, Escola Alemã, Escola Francesa, Escola Italiana

ESCOLAS NACIONALISTAS movimentos de cada país e seus representantes.

Por influência,

ESCOLA DE CÉSAR FRANCK, WAGNER, BRAHMS, VERDI.

ESCOLA IMPRESSIONISTA em Música, Claude Debussy, etc.

ESCOLA DODECAFÔNICA Arnold Schoenberg

ESCOLA DE MESSIAEN

ESCOLA ESTOCÁSTICA

ESCOLA DE CAGE, Escola Aleatória

ESCOLA NEOCLASSICISTA, NEOBARROCA

ESCOLA CONCRETISTA

ESCOLA ELETRÔNICA

ESCOLA MINIMALISTA - Steve Reich , Philip Glass, Terry Riley, entre outros.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
FOLCLORE

Folk-lore ou folclore (na nossa líingua) foi um termo usado pelo arqueólogo inglês
William John Thoms (1803-1885), estudioso interessado no levantamento de dados sobre usos,
tradições, lendas e canções regionais da Inglaterra.
Do inglês antigo FOLC- significando povo e LORE significando estudo ou ciência,
a palavra procura exprimir o que o povo faz, sente, pensa, age e reage.(sintetizando).
Em 1878, foi fundada a Sociedade de Folclore em Londres e o objetivo era: a conservação
e a publicação das tradições populares, baladas lendárias, provérbios locais, ditos vulgares,
superstições e antigos costumes e demais matérias e assuntos concernentes.
O termo foi então, adotado por estudiosos no mundo inteiro.
(veja indicações de livros relacionados em Bibliografia e para iniciação, leia-se o –
ABECÊ do Folclore-, de Rossini Tavares de Lima - Ed. Ricordi - S.Paulo, 1972.).
Recentemente, é costume adotar o termo Cultura Popular.
Heitor Villa Lobos e Mário de Andrade, fizeram ampla
Pesquisa, principalmente em música, do nosso Folclore.
ZilahiSoft - História da Música - 1998
FORMAS

O conjunto organizado de idéias musicais é uma composição.


Esta organização é chamada de Forma.
É a estrutura que pode ser inventada ou adotada uma já existente, no momento da composição.
Lógicamente alguns compositores seguem as regras rígidas de cada Forma e outros acrescentam
ou omitem determinados procedimentos.
Existem procedimentos que, não sendo uma forma com nome definido, se assemelham a ela,
por usar atitudes parecidas. Os tipos de formas estão associados sempre aos gêneros musicais
e caráter da música, seja popular, folclórica ou erudita.
Geralmente, na música mais tradicional que se conhece aparecem os elementos formais,
que são o rítmo, a melodia e a harmonia. Aparecem também idéias formadas por melodias
específicas, que levam o nome geral de Tema. Um tema pode ser repetido ou transformado.
Por frase melódica, entende-se o ciclo completo de uma idéia melódica.

As formas mais conhecidas e utilizadas:

Abertura
Ballet
Canção
Canon
Cantata
Concerto
Coral
Divertimento
Fantasia
Fuga
Imitação
Lied
Madrigal
Missa
Moteto
Ópera [Grande ópera, cômica, bufa, drama lírico, opereta, zarzuela]
Oratório
Poema Sinfônico
Prelúdio
Quarteto
Rapsódias
Serenata
Sinfonia
Sonata
Suite
Variação

Ainda,
Recitativo,Ritornello, Aria, Duo, Trio, Responsório, Antífona, Hino, Cadenza,
Chacona, Obstinado, Coda e etc

Um exemplo, o esquema da forma-sonata, que se diz ternária (por er um corte em três secões: A-B-A-C

A- corresponde à seção chamada exposição


B- corresponde à seção chamada desenvolvimento
A- repetição da primeira seção chamada re-exposição
C- corresponde à -coda- que aparece para terminar

O Lied por exemplo, tem o seguinte esquema: A- B- A

Entre 1650 e 1750, a forma preponderante era: A- A- B- B.

O rondó baseia-se no corte das seções: A- B- A- C- A- D- A-


[onde A é sempre o mesmo e os outros diferentes]

Há também os gêneros, que alguns podem até achar que são formas em si, ou ainda danças e estilos:
Alemanda,
Antífonas,
Balada,
Bourrée,
Canto Ambrosiano,
Canto Bizantino,
Canto Gálico,
Canto Gregoriano,
Canto Mozárabe,
Chanson,
Cláusula,
Conductus,
Condustus,
Courente,
Discantus,
Estampidas,
Fa-bordão,
Galharda,
Gavota,
Giga,.
Gymel,
Jeu,
Lauda,
Madrigal,
Moteto,
Organum,
Partita,
Passacália,
Passepié,
Pastourelle,
Pavana,
Responsórios,
Rigaudon,
Roudeau (rondó),
Sarabanda,
Siciliana,
Sonata,
Tocata,
Trovadoresca,
Villancico,
Virelai, entre muitas outras
ZilahiSoft - História da Música - 1998
INDUSTRIALIZAÇÃO da Música

O MERCADO (reflexões)

A Indústria Cultural, exerce influência na vida musical a ponto de já não se saber


se uma música é boa porque é muito tocada ou se é muito tocada porque é boa.

-Uma mentira mil vezes dita torna-se verdade-.

Vejamos: Uma rádio FM, que toca músicas da moda, atinge 19% dós ouvintes
Uma rádio FM, que toca música erudita, atinge de 0,6 a 1% dos ouvintes

No pensamento da Indústria Cultural é apenas uma regra de marketing a ser obedecida.


Temos 2 mercados, um de 19% outro de 1%.
Um deles (19%) aceita imposições pois não se atém muito em detalhes,
por falta de cultura musical ou outra, seu poder aquisitivo é baixo,
possui perfil popular e tem aparelhos de som comuns ou de baixo preço.

A outra camada (de 1%) é de gosto mais refinado, faixa etária de pessoas já estabelecidas
na vida, com melhor padrão de cultura e escolha, poder aquisitivo mais elevado e aparelhos
sonoros de alta qualidade, para reprodução de alta fidelidade como numa sala de concertos.

Aplicação da regra: público 1 (dos 19%) -pouco dinheiro de muitos


público 2 (dos 1%) - muito dinheiro de poucos

Os dois públicos compram discos e apreciam lançamentos e regravações.

Consumo: comprar e utilizar coisas e valores, numa sociedade alienada, fazendo-o de


maneira superficial, tendendo ao descartável.

O OUVINTE

Os apreciadores da Música erudita em geral, tendem a elevá-la a padrões sacrossantos,


como se ela não pertencesse a um mercado de venda de discos, cd lasers, livros, posters,
camisetas de Beethoven e Bach, comerciais de sabonetes e etc.

Ora, se Rousseau, em sua época já alertava para uma regressão da audição


e mesmo antes dos anos 40 Theodor Adorno já antevia a massificação e industrialização da música,
porque mantermos uma postura arcaica quanto a isso?
Vale atentarmos para os fatos.

A ATENÇÃO DO OUVINTE CONSUMIDOR


Procurando respostas:

Onde está a espontaneidade da cultura popular aprendida e imitada por gerações?

A comunidade onde vivemos ainda é capaz de administrar


e exteriorizar a realização de seus próprios mitos e desejos?

Quando a música é mercadoria o artista perde o contato com o público?

A massificação da música é democrática ou leva à vulgarização?


Somos ouvintes distraídos?

A Indústria cultural impõe o querer construído?

Transforma a mensagem artística em mercadoria?

Faz o controle de seleção (artista versus lucro potencial)?

Transforma o processo de comunicação do ser humano que é inerente, num processo


artificial?

Define o carater exibitivo da obra?

A CANÇÃO

A canção, hoje em dia, não está nem consegue mais estar dissociada da imagem.
O Video clip imagina antes o que determinada música intenta,
tirando do ouvinte até essa possibilidade, a de apenas ouvir e "sonhar".
Não se pode esquecer do fetichismo na Música, que envolve figurinos,
maquiagem, repertório, postura, dados biográficos, postura ideológica e o aplauso,
que já vem implícito na gravação, como uma aprovação subliminar imposta.
O refrão expressa os desejos e anseios de determinada camada,
sendo repetido à exaustão, é supervalorizado em detrimento do restante da canção
e a música se reduz, o todo não importa.

O ARTISTA

Não é mais o único responsável pelo efeito final, necessitando de aparato tecnológico,
(daí uma certa tendência ao acústico hoje em dia) e é incapaz de reproduzir sózinho
suas próprias performances gravadas em disco, ao vivo. (chegando a dublar-se).
Caindo o valor de mercado é portanto, descartável.
A atividade criadora não está mais presente é puro valor exibitivo
ou tentativa de repertir-se o sucesso anterior.
Sob pressão, é impossível que qualquer artista seja genial a cada disco,
ficando então, na reserva ou sendo descartado, dando a vez a uma outra
novidade fabricada ou que por acaso apareça.

O PROCESSO - ( veja mais em Bibliografia - T.W.Adorno, Valter Kraushe, entre outros)

Música = o que vende>>


o selo (grife) veicula e marca>>
grava-se uma única performance no disco>>
identifica o ídolo>>
publicidade cria o mito>>
o fetiche:mis-en-scéne, gestos, personalidade mítica, roupas,etc,>>
manipulação e escolha das canções>>
eleição do refrão mais contundente>>
eleita a “música de trabalho”>>
a midia alia-se ao processo (tv, rádio, gravadoras, jornais, etc)>>
preço conforme o público-alvo ou cartel>>
consumidor ouvinte.
ZilahiSoft - Historia da Música - 1998
INSTRUMENTOS
[quando encontrar o ( * ), significa: "semelhante a...ou...da família dos:]

Instrumentos orientais antigos:

China: King (*xilofone de pedras), Tcheng (*órgão de boca), Gong (*tambor),


Kin (*instrumento de cordas e arco), tambores diversos, flautas e trombetas.

India: Vina (*harpa), Sarangi (*instrumento de cordas com arco), Ravanastron (*alaúde),
Sarinda (*instrumento de cordas com arco), Bavarde (*flauta nasal), Sringa (* trombeta chifres),
diversas cítaras, tambores, címbalos (*pequenos pratos).

Suméria,
Babilônia,
Assíria: Liras, Harpas, Cítaras, Tambores, tamborins e flautas.

Egito: Sistro (instrumento de percussão sendo um pequeno arco metálico,


atravessado por hastes perfurando filetes de metal, agitados por um cabo, * marimba)
harpas (6 a 8 cordas), Mart (*flauta dupla), Mainit (crótalos * castanholas), Tambores, Pandeiros,
Saibit (*flauta transversal), Lira, Cítaras, Guitarra (*),
Órgão hidráulico -invento de Ktesíbios de Alexandria.

Hebreus: Nebel (*saltério - instrumento de cordas fixas, beliscadas com os dedos), Kinnor (*harpa),
Lasur (*lira), Schofar - Chasosrah - Kerem (*trombetas),
Tímpanos, Tambores, Tamborins, Pandeiros, Címbalos.

Grécia: Aulos, (*oboé), Lira, Cítara, Kinyra - Trignon (*harpas), Nabla - Pandura (*alaúdes),
Syrynx (*flauta pan), Keras (*trombeta), Órgão hidráulico,
Tambores, Sistro, Triângulo, Címbalos e Trombetas.

Ainda hoje é preocupação de músicos restaurar a prática de execução de obras com instrumentos antigos.
Da Idade Média e Renascença, usam-se muitos instrumentos em
conjuntos de música antiga. Alguns instrumentos antigos:

Na Idade Média:

Cornetos - feitos de madeira de formato igual a um chifre de boi.

Trombones - da família dos metais, havia três tipos pricipais: alto, tenor, baixo.

Krummhorn - semelhante ao cabo de uma bengala, derivado da gaita, de timbre anasalado.

Rackett - instrumento de sopro, cilíndrico com 20cm, som grave e palheta dupla.

Flauta doce - também conhecido como flauta block.

Flauta transversal - de madeira.

Viola de Gamba - da família das -rebeca-, tocada próximo da perna (gamba)


ancestral do violoncello.
Viola da Braccio - porque se tocava no braço. Ancestral da viola e violino.

Ainda, harpas diversas, tambores, tamboretes, címbalos, alaúdes, gaitas, vielas de roda,
órgãos portáteis, liras, saltérios.

Na Renascença: (sendo que daí em diante desenvolveu-se a tecnologia que floresceu no Barroco)

Gaitas, flautas, cornamuses, racket, trumpetes, trombones, Trompas, Cornetas, Serpentão,


Regal, sinos de mão, tambores, tamboretes, címbalos, alaúdes, Theorbo,
Chitarrone, mandola, cítaras, Vihuela, Violas diversas, Tromba marina,
Clavicórdio, Cravo, Virginal, Espineta, entre outros.
ANO DE INÍCIO
Período da (APROXIMADAMENTE)
DA

HISTÓRIA da OCORRÊNCIA
DE ALGUM FATO,
COMPOSIÇÃO MUSICAL
MÚSICA OU MUDANÇA DE
POSTURAS

PRIMÓRDIOS c. 590
GREGORIANO c. 800
ARS ANTIQUA c. 1160
ARS ANOVA c. 1316
RENASCENÇA c. 1430
BARROCO c. 1586
CLASSICISMO c. 1770
ROMANTISMO c. 1790
JAZZ c. 1879
MÚSICA Nova ou Moderna* c. 1885>

Certamente, não há unanimidade entre os diversos


autores de compêndios de História da Música,
sobre datas de início de cada período.

*na falta de termo mais apropriado


ZilahiSoft - História da Música - 1998
MIDI

A utilização de computadores na música, não é tão recente como se possa pensar.


Na verdade, desde queos computadores de tornaram populares,
com o surgimento dos -personal computers- (PC) em meados da década de 70,
muitas pessoas passaram a desenvolver acessórios (softwares e hardware)
que viabilizassem a sua interligação com instrumentos musicais,
{lógico que se Xenakis dispusesse no início de suas experiências de um PC de
hoje, teria chegado a muito mais dos que nos jurássicos computadores -elefante-branco-}.

MIDI é a sigla de Musical Instrument Digital Interface, um padrão de comunicação de dados


criado em 1983 por um acordo entre diversos fabricantes de instrumentos musicais
(norte americanos e japoneses), para possibilitar a transferência de informações
entre instrumentos musicais e computadores.

O padrão MIDI usa a moderna tecnologia digital, codificando as informações


em dados binários (bytes) que são transferidos por meio de uma linha física (cabo tipo MIDI)
de um equipamento para outro.

MIDI já se tornou um padrão adotado mundialmente.

Na forma mais simples de usar MIDI, um músico pode controlar um teclado (tipo MIDI)
a partir de outro ou tocar num teclado e a informação (notas e rítmos) aparecer na tela
do seu computador imediatamente. Para haver uma maior comunicabilidade existe um
mapa de timbres (instrumentos) que foi préviamente escolhido e já se tornou unanimidade
no uso em teclados, que se chama General MIDI.

Os instrumentos MIDI são multitimbrais, o que possibilita juntar vários instrumentos


ao mesmo tempo, escrevendo partituras, compondo através de sequências
e já existem softwares que fazem arranjos, compõem em determinado estilo
ou como um determinado compositor e outros que compõem de forma aleatória ou pré-programada.
A variedade de timbres oferece possibilidades infindas desde uma simples batida de palmas
até uma Orquestra Sinfônica completa.
Várias execuções públicas de -música virtual- estão acontecendo e cada vez mais os
músicos de instrumentos acústicos se unem a estas manifestações,
que já atingiu os estúdios de gravação, televisão, cinema, rádio e a Internet.
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ORIENTE (resumo)

Música no Oriente Antigo e Heranças:

China
Remonta a milênios e é baseada no sentido filosófico, religioso e no conceito social.
Escalas pentatônicas e depois heptatônicas, divididas em 12 semitons gerando as tonalidades.
Notação literal, compassos e sinais.

Índia
A Música recebe acalorado culto, sendo criada pelos deuses. Escala pentatônica e depois Heptatônica
(Swaragama), com 22 Strutti (terços de som). Notação numeral e literal. Muitos rítmos ternários.
Milenar, privilegia a improvisação participativa e popular, através das Ragas, onde um tema é desenvolvido
inicialmente, improvisa-se sobre e vai passando a todos os participantes que fazem o mesmo
inventando variações e adendos dentro de cada estilo.
A participação é considerada de prazerosa seriedade.

Suméria, Babilônia e Assíria


Na Mesopotâmia, nasceu uma das primeiras civilizações (Suméria),
que cultivava a música com relação à astrologia. Escrita cuneiforme.
Seus herdeiros são os babilônicos e assírios, tendo a música um papel educacional, religioso e social.

Egito
A prática musical está amplamente retratada nos afrescos. Importante na formação.
Aspectos: esotérico, oficial e religioso. Orquestras em solenidades.
Muitos instrumentos e participação de pequenos coros.

Hebreus
Nos salmos de David (vide Salmos 12, como exemplo), encontramos orientações para o mestre de canto
e para os tons (ex:...de oitava..."), entre outras de dança e coro. Mulheres exímias musicistas,
coros alternados em antífonas (como respostas), instrumentos de sopro de metal para a guerra, harpas e etc.
O próprio David era músico, poeta e cantor. No livro do Êxodo, encontramos o canto de Miriam,
profetisa irmã de Aarão, com tamborins e danças, em antífona, com as mulheres em coro.

Grécia
A mitologia grega aponta Apolo como deus da Música, Orfeu- músico e poeta,
realizando prodígios ao som de sua Lira e Pan tocando syrinx.
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TERMOS
Alguns dos termos que foram usados neste trabalho e seu significado:

A -letra que representa a nota lá

A CAPELLA - [ao estilo da igreja] obra para coro sem acompanhamento instrumental

ACIDENTE - Sinal de alteração que colocado diante de uma nota, indicando que deve
ser elevada ou abaixada sua afinação.

ACORDE - Sonoridade resultante da emissão simultânea de vários sons, sujeitos a


determinadas regras ou não.

AD LIBITUM - -latim- à vontade. Termo que indica que se deixa ao arbítrio do executante.

ALEATÓRIA,Música - Termo que se aplica à música -produzida- com decisiva intervenção


do acaso (alea- sorte ou azar)

ALTO - Também usado para designar a voz de contralto ou instrumento que se encaixe num
padrão de afinação que esteja entre o soprano e o tenor. (sax, por exemplo)

ANTÍFONA - Canto da liturgia católica, onde coros atuam alternadamente.

ÀRIA - Peça vocal (pode ser instrumental) melódica, com acompanhamento elementar
e hoje em dia, peça estritamente vocal, constante de óperas oratórios e cantatas.

ATONAL - Peça que não segue as normas da tonalidade

B - Letra que representa a nota Si (Na Alemanha, representa Sib e o H representa o Si)

BEQUADRO - Sinal que anula a anterior alteração # ou b, que estava em uma nota.

BEL CANTO - -italiano- canto belo. Técnica de canto que requer estudos específicos para
obter-se beleza vocal, fraseio, boa vocalização, etc.

BEMOL - Sinal que indica que a nota deve ser abaixada em um semiton (b) ou dois (bb)

BITONAL - Presença de duas tonalidades simultaneamente em uma peça.

C - Letra que representa a nota Do

CÂMARA, Música de - Obra composta para um pequeno conjunto e destinada a


reduzida platéia em salas de concerto ou em locais privados.

CANTATA - Obra cantada, normalmente coral e acompanhamento de órgão e ou orquestra.

CANTUS FIRMUS - Melodia gregoriana usada como base, mais tarde de livre invenção.

CASTRATI - -italiano- castrado. Cantor que sofria intervenção cirúrgica na puberdade, para
que se conservasse (existem controvérsias, hoje) o timbre de cantor infantil.

CIFRA - Números que indicam posições de acordes ou ainda números indicativos de dedos
ou teclas em determinados instrumentos. Se colocados nomes de acordes e seus
intervalos agregados em alguma parte da partitura, deverão ser tocados.
CLAVE - Sinal que nomina a linha onde é colocado. Ex.: G que representa Sol é a clave
(chave) de Sol, que colocada na 2a. linha, nominará todas as notas alí assinaladas
e por conseguinte todas as outras linhas e espaços, respeitada a ordem
ascendente ou descendente, das notas.

CROMÁTICO - Indica: a escala de 12 semitons Ex.: do,do#,re,re#,mi,fá,fá#,sol,sol#,lá,lá#,si


cromatismo- a passagem entre notas da 1a. até a final (que se queira) ex.: da nota
sol até do, seria sol,sol#,la,la#,si,do- pode ser chamado de cromatismo.
cromos- grego- cores, numa alusão às teclas pretas e brancas no piano.

D - Letra que representa a nota Ré

DISCANTUS - Contraponto (nota contra nota) elementar que no sec. XII se escrevia com o
cantus firmus.

DISSONÂNCIA - O contrário de consonância. Combinação de sons simultâneos que


produzem efeito subjetivo, que pode receber diversos adjetivos. Com o passar
dos períodos da História da Música, esse conceito foi mudando.

E - Letra que representa a nota Mi

ESCALA - Disposição por ordem de frequências, de sons de diversas alturas


compreendidos entre os fundamentais e os extremos agudos ou graves.
Sequência de notas em determinada posição e distância entre uma nota e outra.

F - Letra que representa a nota Fá

FÁ-BORDÃO - Regime polifônico elementar praticado na Idade Média, improvisando sobre


um cantus firmus, ao qual se agregava um discantus paralelo em 3as. ou 6as.

G - Letra que representa a nota Sol

GLISSANDO - Resvalando. Deslizar sobre uma corda (ex.: violino) causando efeito
inconfundível. Efeito que pode ser feito em instrumentos ou vozes onde haja
condições de se sentir o deslizar entre notas.

GYMEL - Forma elementar de polifonia a duas partes que evoluem paralelamente em terças
ou sextas, muito empregado na Inglaterra desde o sec.XIII.

H - Letra que na Alemanha representa a nota Si.

HARMONIA - Costuma ser chamada de Ciência da concatenação dos acordes.

INSTRUMENTAÇÃO - Técnica de combinar os vários timbres instrumentais e suas


possibilidades expressivas.

INTERVALO - Distância, diferença de altura entre dois sons.

LEITMOTIV - Termo alemão que significa -motivo condutor-. É um tema que se repete e
evolue ao longo de uma composição. Pode evocar um personagem ou situação.
(ex.: R.Wagner).

LIED - Termo alemão que designa canção essencialmente lírica, onde texto poético
e música se fundem par formar uma nova expressão.
MODO - Maneira de ordenar os sons no interior de uma escala

MODULAÇÃO - Atualmente significa troca de tonalidade. Na realidade significaria troca de modo.

NOTAÇÃO - Conjunto de signos utilizados para fixar graficamente a altura e a duração dos sons
e demais circunstâncias atinentes à sua produção e execução.

OPUS - Palavra latina que significa obra. Desde o sec.XVII, quando seguida de um número
estabelece uma ordem de classificação das composições de um autor.

ORGANUM - Forma primitiva de polifonia medieval que no mais elementar, consiste em


dobrar um canto dado a sua quarta ou quinta.

PARTITA - Série de peças instrumentais dispostas em forma similar à da suite. Sinônimo


de parte vocal ou instrumental, também significa variação (espécie de).

PENTAGRAMA - Conjunto de 5 linhas e 4 espaços em paralelo, sobre as quais se escrevem as notas,


indicando sua altura e onde se traça o desenho rítmico.

SALMODIA - Forma de canto dos salmos ou adaptação destes ao canto.

SEMITOM - É o menor intervalo existente no nosso sistema tonal.

SUSTENIDO - Sinal que colocado antes de uma nota eleva-a em um semitom.

TEMA - Elemento ou motivo musical que serve de base a uma elaboração sonora.

TESSITURA - É a parte da escala sonora própria de um instrumento ou voz.

TONALIDADE - Sistema de ordenação musical que consiste na prevalescência de um som,


que é considerado fundamental sobre os que integram a escala com os quais está
vinculado por relações harmônicas.

TOM - Intervalo que equivale a uma segunda Maior. Também indica Tonalidade.

VERISMO - Termo aplicado a uma especialidade da ópera, que segue o realismo literário
do fim do sec XIX (E.Zola) que prefere o drama da vida real.
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Bibliografia recomendada
PEQUENA HISTÓRIA DA MÚSICA
Mário de Andrade, Liv. Martins Ed., 1977

UMA NOVA HISTÓRIA DA MÚSICA


Otto Maria Carpeaux, Zahar Ed., 1958

TEMAS DE ESTETICA Y DE HISTORIA


Joaquín Zamacois, Editorial Labor, 1984

CURSO DE FORMAS MUSICALES


Joaquín Zamacois, Editorial Labor, 1984

HISTÓRIA E SIGNIFICADO DAS FORMAS MUSICAIS


Bruno Kiefer, Ed. Movimento, 1976

O DISCURSO DOS SONS


Nikolaus Harnoncourt, Zahar Ed. 1988

J.S.BACH, o músico poeta


Albert Schweitzer, Breitkopf & Hartel Ed. 1955

KOBBÉ - o livro completo da Ópera


Conde de Harewood, Zahar Ed., 1991

DICIONÁRIO GROVE (de música)


Stanley Sadie Ed., Zahar Ed., 1994

ENSAIO SOBRE A MÚSICA BRASILEIRA


Mário de Andrade, Liv.Martins. Ed., 1928

HISTÓRIA SOCIAL DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA


José Ramos Tinhorão, Editorial Caminho, Lisboa, 1990

PANORAMA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA


Ary Vasconcelos Liv.Martins Ed., 1964

PEQUENA HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR da modinha à canção de protesto


Ary Vasconcelos, Ed. Vozes, 1975

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA – da cultura de roda à música de massa


Valter Kraushe, Ed. Brasiliense, 1983

MÚSICA E DANÇA POPULAR sua influência na musica erudita


Bruno Kiefer, Ed.Movimento, 1979

A CANÇÃO NO TEMPO
(Vol 1: 1901-1957 & Vol. 2: 1958-1985)
Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, Ed. 34, 1997/98

O JAZZ do rag ao rock


Joachim Berendt, Ed. Perspectiva, 1975

NEW JAZZ de volta para o futuro


Roberto Muggiatti, Editora 34, 1999

FILOSOFIA DA NOVA MÚSICA


T.W.Adorno, Europaishe Verlagsanstalt, 1958

O FETICHISMO NA MÚSICA E A REGRESSÃO DA AUDIÇÃO


Em: Os Pensadores – Nova Cultural Ed., 1999

A MÚSICA HOJE
Pierre Boulez, Ed. Perspectiva, 1972
PARA COMPREENDER AS MÚSICAS DE HOJE
Henry Barraud, Ed. Perspectiva, 1968

O SOM E O SENTIDO
José Miguel Wisnik, Companhia das Letras, 1989

MIDI – Guia básico de referência


Miguel Balloussier Ratton, Ed. Campus, 1992

TEORIA ELEMENTAR DA MÚSICA


Osvaldo Lacerda, Ed. Ricordi Bras., 1967

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