Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br
SUMÁRIO
LEI DE DROGAS (11.343/2006) .......................................................................................................................... 2
CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................................................... 2
SEMANA NACIONAL DE POLÍTICA SOBRE DROGAS ....................................................................................... 2
CONCEITO DE DROGAS .................................................................................................................................. 2
DOS CRIMES E DAS PENAS ............................................................................................................................. 4
PORTE OU POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL (ART. 28)........................................................ 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO .................................................................................................................................................... 10
CONCEITO DE DROGAS
Como mencionado, a Lei de Drogas não trouxe a definição exata do que se trata o termo
“DROGA”, tanto assim que fez constar em seu artigo 1º, parágrafo único:
Art. 1º: (...)
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas
as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência,
assim especificados em lei ou relacionados em listas
atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
E, em conjugação com o referido parágrafo único, também merece destaque a lição do
art. 66 da Lei de Drogas:
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei,
até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no
preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da
Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998.
Constata-se, portanto, que definição de Drogas encontra definição em uma Portaria
editada pela Secretaria de Vigilância Sanitária, vinculada ao Ministério da Saúde.
COMENTÁRIO IMPORTANTE:
A opção do legislador foi de editar uma NORMA PENAL EM BRANCO (ou
também chamada de PRIMARIAMENTE REMETIDA) – que é aquela que depende de
complemento normativo (no preceito primário da norma – em que consta a
descrição da conduta), extraída da própria Lei ou através de outro órgão normativo.
Esta opção se deu em razão de que alterar uma lista de responsabilidade do
Poder Executivo mostra-se menos burocrático do que se fosse necessário passar
por todo o processo legislativo.
LEI PENAL EM BRANCO – CLASSIFICAÇÕES:
A doutrina classifica a norma penal em Branco em duas categorias:
Homogêneas e Heterogêneas.
a) Homogêneas/Homólogas/Sentido Amplo/Imprópria: São aquelas
em que o COMPLEMENTO NORMATIVO DERIVA DA MESMA FONTE LEGISLATIVA.
Exemplo: Art. 338 do Código Penal, que disciplina o crime de reingresso de
estrangeiro expulso do território nacional. Referido artigo encontra complemento no
próprio Código Penal, em seu artigo 5º, em que temos a disposição daquilo que se
entende por território nacional.
Ainda, importante recordar que a doutrina classifica a Norma Penal em Branco
Homogênea em outras duas classificações:
a.1) Norma Penal em Branco Homogênea Homovitelina: a norma
complementar é do mesmo ramo do direito e de dentro do mesmo caderno que a
principal, ou seja, um dispositivo do código penal será complementado por outro
dispositivo que também pertença ao código penal (ex.: art. 338, que é
complementado pelo art. 5, §1º, CP).
a.2) Norma Penal em Branco Homogênea Heterovitelina: tem sua
norma complementar oriunda de outro ramo do direito, por exemplo, o art. 237 do
CP, que possui complemento normativo no art. 1521 do Código Civil.
Perceba, nesta hipótese, que a FONTE NORMATIVA das normas (principal e a
complementadora) são LEIS, expedidas pelo poder legislativo, porém, se
encontram em livros (leis) distintas. A norma principal, no Código Penal, e a norma
complementadora no Código Civil.
Aqui também não pode ficar esquecida a grande discussão acerca da natureza jurídica
da infração penal em comento. Isso porque não conseguimos enquadrá-la, tecnicamente,
como crime nem como contravenção.
A Lei de Introdução ao Código Penal trouxe esta distinção, com o seguinte enunciado:
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas,
alternativa ou cumulativamente.
Admoestação verbal;
Multa.
Ressaltando que as duas últimas não são consideradas sanções, mas sim
medidas coercitivas de garantia de cumprimento.
As penalidades aplicáveis aos indivíduos condenados por porte de droga para consumo
pessoal possuem prazos predeterminados pela legislação. Sendo o agente primário, as penas
previstas no caput do art. 28 não poderão ser superiores a 5 meses (art. 28, §3º). Se o agente
for reincidente, a pena poderá ser de até 10 meses (art. 28, §4º).
CUIDADO!!!! (1)
A reincidência exigida pelo artigo 28,§4º, da Lei de Drogas, é a reincidência
específica, ou seja, o agente já deve ter sido condenado por crime de igual
natureza.
Além disso, é importante também destacar que a condenação pelo artigo 28
não gera reincidência para outros crimes, apenas para fins de determinação da
reincidência específica.
CUIDADO!!!! (2)
É possível aplicação do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ao crime contido no
artigo 28?
A RESPOSTA É NEGATIVA, tendo em vista que a pouca quantidade de droga
já é pressuposto para a caracterização do delito em tela, razão pela qual os
Tribunais Superiores entendem que não há aplicação do instituto.
CUIDADO!!!! (3)
Ao delito previsto neste artigo NÃO CABE PRISÃO EM FLAGRANTE. Uma vez
sendo surpreendido o agente na posse das substâncias, ele deverá ser conduzido à
autoridade judiciária e, na ausência desta, apresentado à autoridade policial para
que assuma compromisso comparecer em juízo.
EXERCÍCIOS
1. Ano: 2017 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: SEJUS - CE Prova: INSTITUTO AOCP - 2017
- SEJUS - CE - Agente Penitenciário
Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas, EXCETO
GABARITO: A
A análise da referida questão passa pela análise do artigo 28 da Lei de
Drogas, bastando recordar quais são as penas aplicadas. Para o caso em tela, é
importante lembrar o entendimento dos Tribunais Superiores, no sentido de que
houve a DESPENALIZAÇÃO da referida conduta. Porém, a expressão mencionada
remete à ideia de que não haverá pena privativa de liberdade. Preferível e mais
fácil lembrar a expressão doutrinária, que remete à DESCARCEIRIZAÇÃO.
2. Ano: 2016 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-PE Prova: CESPE - 2016 - PC-PE -
Delegado de Polícia
Se determinada pessoa, maior e capaz, estiver portando certa quantidade de droga para
consumo pessoal e for abordada por um agente de polícia, ela
a) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for reincidente por este mesmo fato.
b) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for condenada a prestar serviços à
comunidade e, injustificadamente, recusar a cumprir a referida medida educativa.
c) estará sujeita à pena, imprescritível, de comparecimento a programa ou curso educativo.
d) poderá ser submetida à pena de advertência sobre os efeitos da droga, de prestação de
serviço à comunidade ou de medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo.
e) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial.
GABARITO: D
Novamente a questão exige conhecimento da letra de lei (arts. 28 a 30), em
razão disso, é importante recordar:
O delito de posse/porte de drogas para consumo pessoal não é suscetível
de pena privativa de liberdade;
Para recapitular as penas, lembrar da técnica do MACPA (ao inverso),
Advertência; Prestação de serviço comunitário; Comparecimento a cursos ou
palestras sobre os efeitos das drogas. As outras duas situações não são penas, mas
são medidas garantidoras, e serão aplicadas sucessivamente, sendo: Admoestação
verbal e Multa.
3. Ano: 2007 Banca: TJ-DFT Órgão: TJ-DFT Prova: TJ-DFT - 2007 - TJ-DFT - Juiz -
Objetiva.2
Qual o entendimento do Supremo Tribunal Federal relativamente ao art. 28 da Lei n.
11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos)?
4. Ano: 2018 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia
Dispõe a Lei n. 11.343/2006, em seu art. 28, que quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, será submetido às seguintes penas: I
- advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida
educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Referida lei dispõe ainda que
as penas previstas nos incisos II e III do caput do referido artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de
a) quatro meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de oito
meses.
b) cinco meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de dez
meses.
c) três meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de seis meses.
d) dois meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de quatro
meses.
e) um mês e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de dois meses.
Gabarito: B
5. Ano: 2019 Banca: Instituto Acesso Órgão: PC-ES Prova: Instituto Acesso - 2019 - PC-ES
- Delegado de Polícia
João Pedro foi abordado por policiais militares que faziam ronda próximo a uma
Universidade particular. Ao perceberem a atitude suspeita de João, os policiais resolveram
proceder a revista pessoal e identificaram que João portava um cigarro de maconha para
consumo pessoal. Nessa situação hipotética, a expressão “não se imporá prisão em flagrante”,
descrita no art. 48 da lei 11.343/06, significa que é vedado a autoridade policial: a) Efetuar a
condução coercitiva até a delegacia de polícia.
b) Efetuar a lavratura do auto de prisão em flagrante.
c) Lavrar o termo circunstanciado.
d) Apreender o objeto de crime.
e) Realizar a captura do agente.
Gabarito: B
É necessário que o candidato recorde a providência adotada pela autoridade
após a captura de sujeito que tenha drogas destinada ao consumo. Neste caso, a lei
de drogas, em seu art. 48, §2º, veta a prisão em flagrante. Entretanto, não há
impedimento para a condução do agente e apreensão das substâncias ilícitas.
GABARITO
1. A
2. D
3. B
4. B
5. B