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Introdução

Os sistemas agro-florestais são considerados opções agro-ecológicas do uso da terra e incluem,


na maioria dos casos, vantagens que, em geral, superam suas desvantagens, no que se refere aos
principais componentes da sustentabilidade, ou seja, o econômico, o social e o ambiental (Daniel
et al., 1999).

Para Macedo (2000), os SAF constituem-se em modalidade viável de uso da terra, segundo o
princípio do rendimento sustentado, que permite aumentar a produção total ou de uma maneira
escalonada, por meio da integração de florestas com culturas agrícolas e (ou) criações, aplicando
práticas de manejo compatíveis com os padrões culturais da população local.

Os quintais e pomares domésticos, em geral, constituem-se em um óptimo e no mais antigo


exemplo de SAF, formados empiricamente, de forma casual, sem arranjo definido e, ou
delineamento, visando o suprimento da família, sobretudo em frutas, durante o ano, sem
nenhuma preocupação de fundo económico ou ecológico. No entanto, claramente, observa-se
uma combinação de espécies perenes, com espécies temporárias e animais domésticos (Dantas,
1994).
Os quintais caseiros são os mais antigos sistemas agroflorestais, onde são combinadas especies
arbóreas, agrícolas e animais, este tipo de sistema agro-florestal geralmente é instalado próximo
a residência do agricultor.
Neste contexto o presente trabalho de campo, teve como objectivo caracterizar e avaliar 7
quintais caseiros do distrito de Sanga, localidade de Malulu.
Objectivos

Geral

Caracterizar e avaliar quintais caseiros do distrito de Sanga.

Específicos

Caracterizar as espécies arbóreas da localidade de Malulu;


Identificar as espécies agrícolas e animais da localidade de Malulu.
Material e Métodos

Descrição da área de estudo

O trabalho foi realizado na zona norte de Moçambique, na província do Niassa, no distrito de


Sanga, no posto administrativo de Unango que engloba a sede do distrito (Malulu). O distrito
dista 60km da capital provincial (Lichinga) e é limitado a norte pela República de Tanzânia, a sul
pelo distrito de Lichinga, a leste pelos distritos de Muembe e Mavago e a Oeste pelo distrito de
Lago. O distrito tem 13469 km2 e está localizado na Latitude 13̊ 01’ 05” S e Longitude 35̊ 18’
37” E. A altitude varia entre 900 e 1200 m acima do nível do mar (MAE, 2005).

Clima

O distrito de Sanga está sob a influência da Zona de Convergência Inter-tropical que origina duas
estações bem definidas. A estação quente e chuvosa, que vai de Dezembro a Março, com Abril como
mês de transição e a estacão seca e fria que vai de Maio a Outubro, com mês de Novembro como mês
de transição. A precipitação média anual oscila entre 1000 a 1200mm no extremo norte, ao longo dos
rios Rovuma e Lucheringo, chegando a atingir os máximos de 2000mm nas zonas mais altas da
cordilheira (MAE, 2005).

Vegetação

O distrito de Sanga encontra-se na região Zambesiaca, com formações florestais de Miombo decíduo
seco na zona Norte, Nordeste e ao longo do rio Rovuma, Miombo decíduo que ocupa a maior parte do
distrito e Miombo tardio das zonas planálticas e montanhosas do sul do distrito. As planícies da zona
norte do posto administrativo de Matchedje são cobertas por imensas manchas de vegetação arbustiva
com predominância de Brachiystegia utilis, enquanto a parte sul do distrito é dominada por
Brachiystegia boehmii, B. spiciformis (messassas) e as espécies do género Uapaca kirkiana (massuco) e
Jubernardia globiflora nas zonas planálticas e montanhosas da Cordilheira de Sanga (MAE, 2005).

População e actividades económicas

O distrito de Sanga é o terceiro maior da Província do Niassa em termos de extensão, em 2007 contava
com uma população de 44.225 habitantes e uma densidade populacional de 4,5 habitantes por km 2 (INE,
2010). Com população predominantemente jovem, de maioria analfabeta. A percentagem de mulheres
é de 80%. A taxa de escolarização é baixa, estima-se que apenas 26% dos habitantes frequentaram a
escola (MAE, 2005).

A principal actividade económica predominante é agricultura, embora seja de subsistência, com


recurso a corte e queima e com baixa produtividade (MAE, 2005).

Colecta e analise dados

Para que fosse possível caracterizar e avaliar os quintais caseiros da localidade de Malulu, foram
usados alguns instrumentos, que serviram como material de colecta de dados, como: o inquérito,
este foi o principal meio de colecta de dados, porque através dele foi possível entrevistar a
população da localidade de Malulu. Foi necessária também uma máquina fotográfica, que ajudou
a tirar foto das evidências (espécies), encontradas no terreno. E os dados colectados neste
trabalho foi processados e analisados com o Microsoft Excel 2007.

Apresentação dos resultados

Nome comum Nome Cientifico Família % de famílias Usos


correspondentes
Banana 12% Consumo e venda
Papaia 19% Consumo
Manga 25% Consumo e venda
Beringela 6% Consumo
Massuco Uapaca kirkiana 38% Sombra, carvão, fruto
Tabela 1 Espécies arbóreas

A tabela acima, ilustra as principias espécies arbóreas encontradas nos quintais caseiros da
localidade de Malulu, de referir que no total foram caracterizadas e avaliadas 5 espécies
arbóreas, das quais, banana, papaia, manga, beringela & massuco.

Das 5 espécies encontradas, verificou-se que a espécie mais abundante na área de estudo foi o
Massuco com uma percentagem de 38%, segundo relatos da população entrevistada, referiu que
utiliza esta espécie para sombra em seus quintais caseiros, assim como para o carvão vegetal com
o propósito de confeccionar os seus produtos alimentares, mas também utiliza o fruto da mesma
espécie.
Foram observadas no local outras espécies tais como, Manga (25%), segundo a população, esta
espécie é utilizada para o consumo e venda. Papaia (19%), enquanto esta espécie, é utilizada pela
população apenas para o consumo. Banana (12%), a banana segundo a população é utilizada para
o consumo e venda e por fim a Beringela (6%), com uma representação muito menor em relação
as outras espécies.

Cultivos Agricolas
Amendoim
8%
Feijão
Batata-doce 25%
17%

Milho
50%

Ainda por interpretar

Especies de animais

Pombo
Ovelha 18%
29%
Pato
12%

Galinha
41%

Ainda por interpretar


Conclusão
Anexos
Referências Bibliográficas

DANTAS, M. Aspectos ambientais dos sistemas agroflorestais. In: CONGRESSO


BRASILEIRO SOBRE ECOSSISTEMAS AGROFLORESTAIS, 1., 1994, Porto Velho. Anais...
Colombo: Embrapa-CNPF, 1994. p.433-453. (Documentos, 27)

MACEDO, R. L. G.; FURTADO, S. C.; OLIVEIRA, T. K.; GOMES, J. E. Caracterização e


manejo cios principais sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris. In: MACEDO, R. L. G.
Princípios básicos para o manejo sustentável de sistemas agroflorestais. Lavras: UFLA/Faepe,
2000a. p.94-141.

DANIEL, O.; COUTO, L.; VITORINO, A. C. T. Sistemas agroflorestais como alternativas


sustentáveis à recuperação de pastagens degradadas. In: SIMPÓSIO -SUSTENTABILIDADE
DA PECUÁRIA DE LEITE NO BRASIL, 1., 1999, Goiânia. Anais... Juiz de Fora: Embrapa-
CNPGL, 1999b. p.151-170.

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