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Psicomotricidade
Material Teórico
Desenvolvimento funcional na infância
Revisão Técnica:
Profª. Ms. Maria Stella Aoki Cerri
Revisão Textual:
Profª. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Desenvolvimento funcional na infância
• Considerações finais
Após ler esta unidade e aprofundar seu estudo, você terá o conhecimento necessário
para proporcionar aos seus alunos atividades com variadas situações de movimento
para potencializar os aspectos que afetam o desenvolvimento motor, cognitivo e
socioafetivo das crianças em cada uma das faixas etárias que integram a Educação
Infantil e o Ensino Fundamental I.
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Unidade: Desenvolvimento funcional na infância
Contextualização
Para nosso momento de contextualização, sugerimos que leia um dos artigos que resume
os estudos de David L. Gallahue intitulado: Educação Física Desenvolvimentista.
http://scholar.google.com.br/scholar?q=David+L+Gallahue+%3A+Educa%C3%A7%C3%A3o+-
F%C3%ADsica+Desenvolvimentista.&btnG=&hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&as_vis=1 Acesso em
04/06/2013.
O artigo apresenta a importância do movimento no desenvolvimento do indivíduo, apontando ca-
racterísticas do desenvolvimento motor, da aprendizagem cognitiva e do crescimento socioafetivo.
Leia também a monografia da Srª Carmem Lúcia de Araújo Sousa e faça uma reflexão sobre a
importância do movimento no currículo escolar em relação às suas possibilidades de poten-
cializar as aprendizagens como um todo. O artigo está no seguinte endereço eletrônico:
http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/5030/1/2012_CarmemLuciaAraujodeSousa.pdf
Ressaltamos a importância do estudo da unidade para a sua formação pessoal e profissional.
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Desenvolvimento funcional na infância
Do nascimento até o final da primeira infância, o desenvolvimento motor, de uma forma
geral, está associado aos processos de sobrevivência, tendo como principal foco a alimentação
e a defesa. Movimentos reflexos e as habilidades rudimentares que servem de base para
desenvolvimentos motores posteriores, completam-se nesse período. Os aspectos cognitivos e o
fortalecimento das musculaturas envolvidas nas ações reflexas e rudimentares são extremamente
necessários para dar condição básica às crianças para tentativas mais ousadas e complexas para
as novas possibilidades que vida lhe apresentará. A introdução na fase motora fundamental
exige que as atividades de locomoção e de manipulação estejam totalmente controladas, pois
a combinação destas será inevitável no desenvolvimento natural do ser humano. Embora
não seja o foco central deste capítulo, não há como desassociar os aspectos afetivos, que
não influenciam de forma significativa a velocidade do desenvolvimento motor das crianças,
da segurança relacionada ao meio e às pessoas, que permitem um avanço mais intenso no
desenvolvimento das habilidades que serão adquiridas nessa fase. A forma como os fatores de
estímulos são apresentados também pode melhorar a capacidade de aprendizagem dos nossos
alunos. As principais questões a serem respondidas neste capítulo são: quais são as capacidades
e habilidades físicas que devemos enfatizar para as crianças? Como e quanto podemos exigir
frente às novas aquisições? Qual a atmosfera a ser apresentada nesse contexto? O modelo
proposto a seguir mostra-nos uma condição de interação entre os principais fatores que atuam
nessa proposta de desenvolvimento e interação com os alunos.
Indivíduo Ambiente
Genética, Vivências, segurança,
subjetividade e encorajamento e
fatores psicológicos. fatores intrínsecos.
Atividades
Fatores físicos e
mecânicos
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Unidade: Desenvolvimento funcional na infância
A dificuldade de pais e educadores é saber até onde há excesso de segurança, que possa
estar privando a criança de uma possibilidade de desenvolvimento maior, e até que ponto
a displicência de proteção pode colocar a criança em risco mais sério. De uma forma geral,
nessa faixa etária, as brincadeiras são o principal caminho para o desenvolvimento como
um todo. O sentido da autonomia e o estímulo às iniciativas estão envolvidos diretamente
na capacidade de desenvolvimento socioafetivo que irá servir de alicerce para os próximos
passos, caminhando para um novo sentido de independência e fomentando habilidades
para a manipulação de fatores ambientais de acordo com o anseio da criança para explorar
novas vivências.
Aos educadores e aos pais cabe oferecer uma abundância de atividades que apresentem
problematizações a serem solucionadas de forma autônoma, a fim de maximizar a criatividade
e o anseio de explorar um mundo novo, mas cada vez menos temido, fomentando o
encorajamento positivo e reduzindo o medo do fracasso. O nível de exigência das habilidades
deve estar de acordo com habilidades pré-existentes, mas sempre com um grau ótimo de desafio
para estimular uma participação engajada das crianças na busca pelo sucesso da realização
da atividade. O envolvimento global do corpo faz-se necessário para os desenvolvimentos
motores posteriores; é preciso usar braços, pernas, cintura pélvica e escapular, tanto de forma
bilateral como unilateral, variando velocidade, amplitude e agilidade, favorecendo também
uma postura adequada.
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Habilidades motoras fundamentais
Com o domínio das habilidades motoras rudimentares, as crianças estão prontas para a
execução de movimentos mais elaborados e complexos. Os movimentos exigidos nas novas
vivências serão o estímulo para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais.
Habilidades motoras fundamentais de locomoção.
Idade
Padrão de movimento Habilidades aproximada
de início
Galope ereto rudimentar sem auxílio 13 meses
Caminhada Lateral 16 meses
Caminhada para trás 17 meses
Caminhada
Sobe degraus com auxílio 20 meses
Sobe degraus sozinho (passos seguidos) 24 meses
Desce degraus sozinho (passos seguidos) 25 meses
Caminhada rápida (mantém contato com o solo) 18 meses
Corrida verdadeira 2-3 anos
Corrida
Corrida eficiente e refinada 4-5 anos
Corrida madura 5 anos
Desce de objetos baixos 18 meses
Salta de objetos com o impulso de um pé 2 anos
Salta de objetos com o impulso dos dois pés 28 meses
Salto
Salta em distância (aproximadamente 1 m) 5 anos
Salta em altura (aproximadamente 30 cm) 5 anos
Padrão de salto maduro 6 anos
Saltita até três vezes com o pé de preferência 3 anos
Saltita de 4 a 6 vezes no mesmo pé 4 anos
Saltito Saltita de 8 a 10 vezes no mesmo pé 5 anos
Saltita distâncias de 15 cm em cerca de 11 seg. 5 anos
Saltita com habilidade com alternâncias rítmicas 6 anos
Galope básico (ineficiente) 4 anos
Galope
Galopa habilmente, padrão maduro 6 anos
Skipping com uma perna 4 anos
Skipping Skipping completo 5 anos
Skipping completo maduro 6 anos
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Unidade: Desenvolvimento funcional na infância
Idade
Padrão de movimento Habilidades aproximada de
início
Caminhar em linha reta 3 anos
Caminhar em linha circular 4 anos
Ficar em pé sobre uma trave de equilíbrio baixa 2 anos
Equilíbrio dinámico Caminhar com apoio sobre uma trave de 10 cm a curta distância 3 anos
Caminhar na mesma trave alternando os pés 3-4 anos
Executar rolamento de frente de forma grosseira 3-4 anos
Executar rolamento de frente de forma refinada 6-7 anos
Colocar-se em pé 10 meses
Colocar-se em pé sem apoio das mãos 11 meses
Tabela 2 – Média de idade no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais de estabilidade (Adaptado
de Gallahue D L., 2003).
Embora o desenvolvimento das habilidades seja analisado de forma isolada, não podemos
deixar de enfatizar a importância do conjunto das habilidades a serem estimuladas com nossos
alunos, pois cada nova aprendizagem dá à criança novos recursos para continuar a exploração
de um mundo ainda novo.
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Habilidades motoras fundamentais de manipulação
Idade
Padrão de movimento Habilidades aproximada
de início
Comportamento de alcance primitivo 2-4 meses
Captura de objetos 2-4 meses
Pegar espalmando 3-5 meses
Alcançar, segurar e soltar
Pegar pinçando 8-10 meses
Pegada controlada 12-14 meses
Soltura controlada 14-18 meses
Corpo vira para o alvo, pés mantêm-se estáticos, objeto é lançado
2-3 anos
somente com a extensão dos braços
Idem ao anterior, acrescentando a rotação do corpo 3-5 anos
Lançar
Com deslocamento do pé do mesmo lado do braço utilizado para
4-5 anos
o lançamento
Padão maduro de lançamento 6 anos
Persegue a bola, não responde a bolas aéreas 2 anos
Responde a bolas aéreas com movimento de braços atrasados 2-3 anos
Precisa de orientação de como posicionar os braços 2-3 anos
Pegar Reação de medo (gira a cabeça) 3-4 anos
Utiliza o corpo para apanhar objetos 3 anos
Apanha objetos utilizando somente as mãos 5 anos
Padrão maduro do movimento de apanhar 6 anos
Empurra a bola 18 meses
Chute com a perna extendida e com discreto movimento corporal 2-3 anos
Chutar Flexiona a perna na sua porção inferior 3-4 anos
Grande balança frente/trás com oposição definida dos braços 4-5 anos
Padrão maduro do chute 5-6 anos
Visualiza o objeto e faz um balanço no plano vertical 2-3 anos
Faz um balanço no plano horizontal e de desloca ao lado do
4-5 anos
Bater objeto
Giro de tronco e quadril e leva o peso do corpo para a frente 5 anos
Padrão horizontal maduro utilizando bola estacionária 6-7 anos
O trabalho com as mãos é exigido todos os dias por nossas rotinas. A mão é uma das
principais portas de entrada para o conhecimento das crianças. O uso das mãos inicia-se na
gestação, com ações reflexas; isso pode ser observado quando o bebê coloca a mão no rosto ou
mesmo chupa os dedos ainda no ventre da mãe.
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Unidade: Desenvolvimento funcional na infância
Chutar pode ser definido como a transferência de força com os pés para um objeto,
normalmente bola, mas existem outros objetos que podem ser usados na execução de um
chute. Esse movimento inicia-se, apenas, com um empurrar com os pés e desenvolve-se para
chegar ao uso do corpo com deslocamento frontal e utilização simultânea de rápida flexão/
extensão do joelho da perna a ser utilizada no chute.
A habilidade fundamental de manipulação de bater não deve estar associada à agressão, pois
é uma habilidade que exige diversos sensores associados à interação de aspectos cognitivos e
capacidades físicas para ser executada. Pode ser descrita como um breve contato com o objeto
com os braços acima da cabeça, ao lado do corpo ou mesmo abaixo da linha da cintura pélvica.
Existem diversas formas de estímulo para a realização dessa habilidade, podendo ser um bater
de bola de diferentes formas, um rebater com algum objeto, exemplo do beisebol, do tênis, do
crickete, entre outros.
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Considerações finais
Os estímulos apresentados ao longo do crescimento das crianças de 03 a 10 anos, em média,
devem proporcionar uma variedade de atividades. É importante apresentar à criança todas as
habilidades cabíveis à sua faixa etária e colocá-las no planejamento de atividades que contenham
alguma habilidade fundamental envolvida. Não devemos esquecer essas variações, fomentando
assim o vocabulário motor diversificado, auxiliando, ainda mais, o desenvolvimento de aspectos
sensoriais. A utilização de músicas enriquece trabalhos feitos com crianças de idades inferiores,
mas a dança pode ser aplicada em todas as fases da vida e não pode ser deixada de lado
quando estamos definindo os conteúdos a serem utilizados. De uma forma geral, o esquema
abaixo simplifica os itens envolvidos no processo de desenvolvimento da criança, lembrando
que não conseguimos desenvolver qualquer habilidade de forma única e isolada, pois aspectos
sociais, cognitivos e afetivos envolvem cada uma das atividades práticas, principalmente quando
trabalhadas de forma coletiva.
Aspectos Objetivo da
ambientais atividade
Indivíduo
Resultado
(Proposta de desenvolvimento da atividade proposta)
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Unidade: Desenvolvimento funcional na infância
Material Complementar
Como material complementar sugerimos que você leia os capítulo 10, 11, 12, 13, 14 e 15
do livro Educação física na escola – implicações para a prática pedagógica de coordenação
de Suraya Cristina Darido e Irene Conceição Andrade Rangel – Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005.
O referido livro encontra-se nas bibliotecas da universidade das unidades São Miguel e
Anália Franco.
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Referências
BRASIL. Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF,
1998.v.3
DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação física na escola:
implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2005.
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Unidade: Desenvolvimento funcional na infância
Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000