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Aluna: Laura Brandão Osório Silva - 120007032

PROVA 1 – FUNDAMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL

2-

a) A decisão por equidade no Código de Processo Civil de 2015 é disciplinado pelo


artigo 140, o qual permiti, de forma excepcional, a aplicação de decisões
proferidas sem o apoio normativo, para suprir insuficiências legislativas, lacunas
normativas, quando previsto em lei. Tendo em vista a rigidez procedimental
característica do Garantismo Procedimental Não-Ferrajoliano, diante da decisão
por equidade, a corrente em comento defenderá que o juiz não deverá proferir
decisão guiada pelo subjetivismo, sob o risco do desrespeito às garantias
processuais e, por conseguinte, da falha na proteção às liberdades do indivíduo
contra o poder estatal. Portanto, o magistrado deverá atuar sempre de forma a
observar as regras e os procedimentos positivados, a fim de evitar possíveis
excessos.

b) Na perspectiva do garantismo dogmático, o processo é garantia constitucional de


liberdade contra jurisdicional, de modo que às partes deve ser garantido a
liberdade, a autonomia individual para manejar os pedidos, fatos e as provas; e
ao magistrado deve ser vedado o arbítrio e a interferência nestes institutos.
Nesse víeis, diante da possibilidade de produção de provas de ofício (Art. 370,
caput do CPC/2015), a corrente do Garantismo Não-Ferrajoliano orientará que a
produção de provas se trata de função privativa das partes e a interferência do
juiz pode caracterizar um desvio no seu dever de imparcialidade.

c) As medidas liminares são aquelas tomadas logo no início do processo sem a


oitiva da outra parte, ou seja, sem o contraditório (CPC, arts. 9º, inciso I, e art.
300, inciso 2º, Art. 311, incisos II e III e parágrafo único). Nesse sentido, sob a
ótica da corrente do Garantismo Não-Ferrajoliano, a demanda da parte é
essencial para que o procedimento adotado pelo juiz seja neutro, garantindo a
equidade entre os litigantes. Portanto, para a corrente em questão, as medidas
liminares deferidas de ofício são rejeitadas, uma vez que a atuação do
magistrado para expedir medidas liminares deverá ser restrita à demanda da
parte, a fim de evitar o exercício arbitrário de poder por parte do magistrado e
preservar a liberdade das partes.

d) a coisa julgada material constitui uma garantia fundamental constitucional (art.


5º, XXXVI, da CF) e consiste na decisão de mérito não mais sujeita a recurso,
vide Art. 502 do CPC/2015. O Código, no art. 503, caput estabelece ainda que
“a decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites
da questão principal expressamente decidida”. No entanto, segundo parte da
doutrina seria possível desconsiderar, relativizar a coisa julgada, em casos
excepcionalíssimos, para fazer outro bem constitucionalmente tutelado
prevalecer, com base no princípio da proporcionalidade. Sob a ótica da corrente
do garantismo dogmático, porém, a relativização da coisa julgada, em regra,
ameaça a fundamental segurança jurídica, e não deve ser autorizada quando
consistir “obra criativa” do juiz, sendo apenas legítima nos casos excepcionais
previstos na lei, respeitando as regras de garantias estabelecidas no plano
constitucional.

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