a) A decisão por equidade no Código de Processo Civil de 2015 é disciplinado pelo
artigo 140, o qual permiti, de forma excepcional, a aplicação de decisões proferidas sem o apoio normativo, para suprir insuficiências legislativas, lacunas normativas, quando previsto em lei. Tendo em vista a rigidez procedimental característica do Garantismo Procedimental Não-Ferrajoliano, diante da decisão por equidade, a corrente em comento defenderá que o juiz não deverá proferir decisão guiada pelo subjetivismo, sob o risco do desrespeito às garantias processuais e, por conseguinte, da falha na proteção às liberdades do indivíduo contra o poder estatal. Portanto, o magistrado deverá atuar sempre de forma a observar as regras e os procedimentos positivados, a fim de evitar possíveis excessos.
b) Na perspectiva do garantismo dogmático, o processo é garantia constitucional de
liberdade contra jurisdicional, de modo que às partes deve ser garantido a liberdade, a autonomia individual para manejar os pedidos, fatos e as provas; e ao magistrado deve ser vedado o arbítrio e a interferência nestes institutos. Nesse víeis, diante da possibilidade de produção de provas de ofício (Art. 370, caput do CPC/2015), a corrente do Garantismo Não-Ferrajoliano orientará que a produção de provas se trata de função privativa das partes e a interferência do juiz pode caracterizar um desvio no seu dever de imparcialidade.
c) As medidas liminares são aquelas tomadas logo no início do processo sem a
oitiva da outra parte, ou seja, sem o contraditório (CPC, arts. 9º, inciso I, e art. 300, inciso 2º, Art. 311, incisos II e III e parágrafo único). Nesse sentido, sob a ótica da corrente do Garantismo Não-Ferrajoliano, a demanda da parte é essencial para que o procedimento adotado pelo juiz seja neutro, garantindo a equidade entre os litigantes. Portanto, para a corrente em questão, as medidas liminares deferidas de ofício são rejeitadas, uma vez que a atuação do magistrado para expedir medidas liminares deverá ser restrita à demanda da parte, a fim de evitar o exercício arbitrário de poder por parte do magistrado e preservar a liberdade das partes.
d) a coisa julgada material constitui uma garantia fundamental constitucional (art.
5º, XXXVI, da CF) e consiste na decisão de mérito não mais sujeita a recurso, vide Art. 502 do CPC/2015. O Código, no art. 503, caput estabelece ainda que “a decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida”. No entanto, segundo parte da doutrina seria possível desconsiderar, relativizar a coisa julgada, em casos excepcionalíssimos, para fazer outro bem constitucionalmente tutelado prevalecer, com base no princípio da proporcionalidade. Sob a ótica da corrente do garantismo dogmático, porém, a relativização da coisa julgada, em regra, ameaça a fundamental segurança jurídica, e não deve ser autorizada quando consistir “obra criativa” do juiz, sendo apenas legítima nos casos excepcionais previstos na lei, respeitando as regras de garantias estabelecidas no plano constitucional.