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ISAC COSTA
Sumário: Introdução. 1. Bancos de dados, direito de propriedade e crédito .2. Quais são
as características fundamentais de redes blockchain? 3. O que é tokenização e quais são as
suas vantagens e riscos? 4. Das criptomoedas aos NFTs. 5. Howey 4.0: o conceito de valor
mobiliário na criptoeconomia. Síntese conclusiva. Referências bibliográficas
Introdução
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Para uma exposição detalhada sobre os diferentes sentidos do direito de propriedade e suas
limitações, cf. Penteado, Luciano de Camargo. Direito das Coisas. 3. Ed. São Paulo: Thomson
Reuters, 2014, caps. III e V.
2
A função pública notarial e de registro é própria do Estado e, por força do art. 236 da Cons-
tituição da República, é delegada a profissionais do direito que a exercem em caráter privado,
após seleção em concurso público de provas e títulos. Conforme a Lei nº 8.935/1994, compete
aos notários: 1 – formalizar juridicamente a vontade das partes; II – intervir nos atos e negó-
cios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando
a redação ou redigindo os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo
cópias fidedignas de seu conteúdo; IlI – autenticar fatos.
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Cf. Coelho, Fábio Ulhoa. Títulos de Crédito. Uma Nova Abordagem. São Paulo: Thomson
Reuters, 2021.
4
De acordo com o Banco Central do Brasil, as infraestruturas de mercado financeiro “São
integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) os serviços de compensação de che-
ques, de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito, de transfe-
rência de fundos e de outros ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações
com títulos e valores mobiliários, de compensação e de liquidação de operações realizadas em
bolsas de mercadorias e de futuros, de depósito centralizado e de registro de ativos financei-
ros e de valores mobiliários”. Informação disponível no site do BCB em https://www.bcb.gov.
br/estabilidadefinanceira/infraestruturamercado. Acesso em 22 set. 2021.
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Cf. Bech, Morten Linnemann; Faruqui, Umar; Shirakami, Takeshi. Payments without
borders. BIS Quarterly Review, Mar. 2020.
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A principal plataforma que viabiliza a comunicação entre sistemas de pagamentos de dife-
rentes países é o protocolo da Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunica-
tions (SWIFT), estabelecida em 1973 e com sede na Bélgica, por meio do qual instituições
financeiras e correspondentes podem enviar mensagens acerca de transações de pagamento.
Cada instituição é identificada por um código único, denominado de bank identifier code
(BIC), SWIFT code, SWIFT ID ou código ISO 9362. As contas são identificadas por códigos
padronizados denominados de International Bank Account Numbers (IBAN), conforme a
norma ISO 13616-1:2020. Cf. International Standards Organization – ISO. Banking –
Banking telecommunication messages – Business identifier code (BIC). ISO 9362:2014. Geneva, 2014.
Disponível em https://www.iso.org/standard/60390.html. Acesso em 29 set. 2021; Interna-
tional Standards Organization – ISO. Financial services – International bank account number
(IBAN) – Part 1: Structure of the IBAN. ISO 13616-1:2020. Geneva, 2020. Disponível em https://
www.iso.org/standard/81090.html. Acesso em 29 set. 2021.
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Conforme o INPI, o tempo médio de exame técnico de um pedido demora, em média dez
anos. CGPE/DIREX. INPI: metas e resultados. Balanço da gestão 2015 – 2018. Brasília, 2019.
Disponível em https://www.gov.br/inpi/pt-br/backup/arquivos/INPI_metas_e_resultados_
balanco_gestao_20152018.pdf. Acesso em 29 set 2021. De acordo com a Lei nº 9.279/1996, as
patentes podem ter validade de 20 anos contados da data de depósito e não será inferior a 10
anos da data da concessão, em regra. Contudo, os processos de análise do INPI podem levar
até 30 anos, fazendo com que o prazo de validade das patentes pudesse ser, na prática, bem
maior que o limite de 20 anos, o que levou o Supremo Tribunal Federal a declarar inconsti-
tucional o limite mínimo de 10 anos após a concessão, por violação ao princípio da tempora-
lidade da proteção patentária (art. 5º, XXIX 5º da Constituição). Supremo Tribunal Fede-
ral. Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.529-DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. em 06 maio 2021.
8
Para documentos particulares, as partes podem acordar sobre mecanismos de comprovação
de autoria, integridade e confidencialidade e presumem-se autênticos, independentemente
de aceitação, documentos privados e públicos certificados conforme o padrão de Infraestru-
tura de Chaves Públicas (ICP-Brasil), disciplinado pela Medida Provisória nº 2.200-2/2001.
Cf. Didier JR.; Fredie Souza; Oliveira, Rafael Alexandria de. O uso da tecnologia blockchain
para arquivamento de documentos eletrônicos e negócios probatórios segundo a lei de liber-
dade econômica. Revista de Estudos Jurídicos do Superior Tribunal de Justiça, v. 1, n. 1, 2020.
9
Cf. Nalini, José Renato de Freitas. O registro de imóveis e o registro em blockchain. In:
Galhardo, Flaviano et al. (Org.). Direito Registral e Novas Tecnologias. Rio de Janeiro: Forense,
2021.
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Fábio Ulhoa Coelho oferece uma crítica fundamentada ao anacronismo de regras que men-
cionam documentos em papel e o “monopólio constitucional do registro pelos cartórios”, o
que causa insegurança jurídica em relação à executividade de diversos títulos. Para o autor,
só é possível proceder ao registro de títulos de crédito típicos, isto é, aqueles cujos requisi-
tos encontram previsão legal. Com a devida vênia, discordo deste entendimento, pois, como
veremos, há diversos títulos eletrônicos registrados em redes blockchain, onde a padroniza-
ção decorre da própria estrutura dos ativos digitais emitidos, fornecendo a flexibilidade e a
segurança jurídica necessária para a circulação desses títulos e a análise de sua existência e
exigibilidade. Cf. Coelho, Fábio Ulhoa. Títulos de Crédito. Uma Nova Abordagem. São Paulo:
Thomson Reuters, 2021, especialmente o cap. 2.
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A necessidade do mercado para a securitização de recebíveis diversos levou a Comissão
de Valores Mobiliários a regulamentar os direitos creditórios não padronizados na Instrução
CVM nº 444/2018 (art. 1º, § 1º), como aqueles: “I – que estejam vencidos e pendentes de
pagamento quando de sua cessão para o fundo; II – decorrentes de receitas públicas originá-
rias ou derivadas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de
suas autarquias e fundações; III – que resultem de ações judiciais em curso, constituam seu
objeto de litígio, ou tenham sido judicialmente penhorados ou dados em garantia; IV – cuja
constituição ou validade jurídica da cessão para o FIDC seja considerada um fator preponde-
rante de risco; V – originados de empresas em processo de recuperação judicial ou extrajudi-
cial; VI – de existência futura e montante desconhecido, desde que emergentes de relações já
constituídas; e VII – de natureza diversa, não enquadráveis no disposto no inciso I do art. 2º
da Instrução CVM 356, de 17 de dezembro de 2001 [definição geral de direitos creditórios]”.
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O mais correto seria falar em registro descentralizado, mas o termo distributed ledger techno-
logies (DLT, “tecnologias de registro distribuído”) já se consagrou e o adjetivo “distribuído”
vem sendo utilizado em artigos e projetos de lei sobre o tema. A distinção é de gênero e espé-
cie: sistemas distribuídos são gênero, que envolvem múltiplas instâncias de sistemas em uma
rede, mas cujo acesso aos dados pode ser controlado de maneira centralizada. Um sistema
de uma grande empresa que lida com uma grande quantidade de dados e diversas regras de
negócio pode ser dividido de forma a ser executado em múltiplos computadores espalhados
por uma rede privada ou pública. Trata-se de um sistema distribuído, porém não um sistema
descentralizado. Este último é espécie de sistema distribuído, no qual cada participante da
rede é uma instância autônoma, replicando a execução dos demais nós da rede.
13
“Sendo complexos, redes blockchain exibem um conjunto de características essenciais,
decorrentes de sua fundamentação em tecnologias de rede ponto-a-ponto, criptografia assi-
métrica e mecanismos de consenso. Redes blockchain prescindem de intermediários e são
transnacionais. São também resilientes e resistentes a alterações, permitindo o armazena-
mento de dados não repudiáveis [termo utilizado para controle da integridade de dados],
de forma pseudônima e transparente. A maioria, senão todas as redes blockchain possuem
regras de mercado ou baseadas em teoria dos jogos para a obtenção de consenso entre os
participantes [acerca dos dados], para fins de coordenação de pessoas, computadores e outros
dispositivos. Essas características, quando combinadas, permitem o desenvolvimento de pro-
gramas autônomos e explicam por que redes blockchain podem ser ferramentas poderosas
para facilitar atividades econômicas e sociais outrora inviáveis” (em tradução livre). Cf. De
Filippi, Primavera; Wright, Aaron. Blockchain and the Law. The rule of code. Cambridge:
Harvard University Press, 2018, p. 33.
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Para um interessante catálogo de aplicações, cf. Ashurst, Stephen; Tempesta, Stefano.
Blockchain Applied. Practical Technology and Use Cases of Enterprise Blockchain for the
Real World Abingdon: Routledge, 2021. Ao longo da obra, os autores mostram como a des-
centralização dos dados pode ajudar na comunicação entre diferentes sistemas, permitindo
que produtos e serviços sejam oferecidos mediante a checagem rápida de informações, com
baixo custo e transparência. Uma conclusão interessante dos autores é que “acreditamos
fortemente na necessidade de diminuir dependências de autoridades centrais que têm con-
trole total, inclusive governos. Não se trata de não confiar neles, na verdade, é o contrário.
Como seres humanos, tendemos a confiar mais nas autoridades do que em nossos pares. É
uma questão de escala. O controle centralizado é um ponto vulnerável a falhas. É um gargalo
no processo. A escala só pode ser alcançada com distribuição e redundância de serviços. As
tecnologias de registro distribuído (DLT) possuem esses atributos por princípio. Além disso,
sua natureza imutável (ou, pelo menos, difícil de adulterar) é perfeitamente aplicável em
cenários de auditoria independente, essenciais para cadeias de suprimentos confiáveis [por
exemplo]” (em tradução livre).
15
Para uma visão adicional das caraterísticas das redes blockchain e dos problemas que a tec-
nologia pretende resolver, cf. Komalavalli, C.; Saxena, Deepika; Laroiya, Chetna. Over-
view of blockhain technology concepts. In: Krishnan, Saravanan. Handbook of Research on
Blockchain Technology. Academic Press, 2020.
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dados cujo histórico é tão importante quanto a situação atual (considere, por
exemplo, todas as prenotações em uma certidão de matrícula de um imóvel).
A imutabilidade é garantida por meio de algoritmos criptográficos de
geração de códigos hash16, um valor matemático gerado a partir de um bloco
de transações, como se fosse seu DNA, o qual é propagado para o bloco
seguinte. Essa lógica de encadeamento faz com que, se alguém desejar adul-
terar um código mais antigo, esta pessoa deverá alterar todos os blocos sub-
sequentes, o que demandaria mobilizar todos os participantes da rede para
poder rasurar suas cópias do registro distribuído.
Portanto, o termo blockchain, embora bastante enraizado em aspectos
computacionais de implementação da tecnologia aqui discutida, tem um
significado importante para que possamos entender uma das suas principais
vantagens, que é a imutabilidade.
A depender do arranjo instituído – as regras de comunicação são denomi-
nadas de protocolo, um termo da ciência da computação17 – qualquer pessoa
pode acessar a rede e processar e validar as informações, caso em que temos
as redes blockchain públicas. Caso exista um ente público ou privado ou um
consórcio de tais entes que controle a rede e restrinja o acesso e as transa-
ções apenas a membros específicos, estamos diante de uma rede blockchain
privada. Um meio termo envolve as redes blockchain permissionadas, nas quais
há um controle centralizado de papéis: qualquer participante pode acessar
16
Uma função hash é uma função matemática que gera, de forma eficiente, um resultado
numérico a partir de um conjunto de dados, servindo como uma “impressão digital”. Se há
dúvida sobre eventual adulteração do conjunto de dados, basta executar a função hash e verifi-
car o resultado – o valor calculado será diferente do que seria obtido para o conjunto original.
Desse modo, é possível verificar a integridade da informação com um custo computacional
relativamente baixo. Outra propriedade importante da função hash é a dificuldade ou impos-
sibilidade de se obter o conjunto de dados de origem a partir do resultado (é uma função não
inversível). Cf. Peterson, Larry L.; Davie, Bruce S. Computer Networks. A Systems Approach.
6. Ed. Cambridge: Morgan Kauffman, 2021, section 8.2 (Cryptography Building Blocks).
17
Protocolo é, em essência, um conjunto de regras acordadas entre partes sobre como ocor-
rerá a comunicação entre elas. Cf. Tanembaum, Andrew S.; Feamster, Nick; Wetherall,
David. Computer Networks. 6. Ed. Harlow: Pearson, 2021, p. 49.
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Para uma descrição mais detalhada sobre os tipos de redes blockchain segundo o controle
de acesso cf. Rauchs, Michel. Distributed Ledger Technology Systems. A Conceptual Framework.
Cambridge: Cambridge Centre for Alternative Finance, 2018. No Apêndice desse estudo, são
listadas várias redes com suas características, dentre as quais os mecanismos de consenso e
governança.
19
Para uma visão abrangente sobre o papel do Banco Central e os pilares de sua agenda regu-
latória, cf. Paixão, Ricardo Fernandes; Aguiar, João Benício; Ragazzo, Carlos. O Regulador
Inovador: Banco Central e a agenda de incentivo à inovação. São Paulo: Instituto ProPague,
2021.
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Uma reflexão sobre vantagens e controvérsias em torno da governança descentralizada
pode ser encontrada em WRIGHT, Aaron. The rise of decentralized autonomous organiza-
tions: opportunities and challenges. Stanford Journal of Blockchain Law & Policy, v. 4, n. 2, jun.
2020. Disponível em https://stanford-jblp.pubpub.org/pub/rise-of-daos/release/1. Acesso
em 29 set 2021.
21
Utilizarei a expressão token, em vez de título, por ser mais comum nos textos sobre a tecno-
logia blockchain.
22
Para uma descrição terminológica detalhada, cf. Tasca, Paolo; Tessone, Claudio J. A Taxo-
nomy of Blockchain Technologies: Principles of Identification and Classification. Ledger, v. 4,
2019.
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nisation of Assets and Potential Implications for Financial Markets. OECD Blockchain Policy
Series. Paris, 2020. Disponível em https://www.oecd.org/finance/The-Tokenisation-of-
-Assets-and-Potential-Implications-for-Financial-Markets.htm. Acesso em 29 set 2021.
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Não há uma definição clara de securitização na legislação brasileira. As Leis nº 9.514/1997
e 11.076/1994 mencionam, respectivamente, securitização de créditos imobiliários e de cré-
ditos do agronegócio. A Instrução CVM nº 356/2001 trata de créditos securitizados ao dis-
ciplinar fundos de investimento em direitos creditórios. Por seu turno, a Instrução CVM nº
414/2004 regula as companhias securitizadoras de créditos imobiliários e a Instrução CVM nº
600/2018 trata da securitização de créditos do agronegócio.
25
“[N]o contexto do agronegócio e dos créditos imobiliários, a securitização é uma “opera-
ção” pela qual certos créditos imobiliários ou direitos creditórios do agronegócio são “vincu-
lados” ao pagamento de certos títulos de crédito, representativos de promessa de pagamento
em dinheiro devida por uma companhia com o propósito específico de adquirir os menciona-
dos recebíveis, formalizada por meio de um documento chamado “Termo de Securitização”
que preencha os requisitos legalmente aduzidos”. Cf. Ribeiro JR., José Alves. Securitização de
Recebíveis. Elementos constitutivos no direito brasileiro. São Paulo: Thomson Reuters, 2020,
Cap. 2. Ainda, de acordo com a Circular BCB 3648/2013, “Art. 115. Para fins do tratamento
de exposições de securitização tradicional ou sintética mediante a utilização de abordagens
IRB, aplicam-se as seguintes definições: I – securitização tradicional é o processo em que o
fluxo de recebimentos associado a um conjunto de ativos subjacentes é utilizado para a remu-
neração de títulos de securitização estruturados em, no mínimo, duas classes de priorização
de pagamento, no qual há transferência dos ativos subjacentes para a contraparte emissora;
II – securitização sintética é o processo em que o fluxo de recebimentos associado a um con-
junto de ativos subjacentes é utilizado para a remuneração de títulos de securitização estru-
turados em, no mínimo, duas classes de priorização de pagamento, no qual o risco de crédito
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relativo aos ativos subjacentes é transferido por meio de derivativo de crédito ou qualquer
outro instrumento que permita tal transferência; (grifei).
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Um estudo sobre as soluções de compromisso envolvendo imutabilidade das redes blo-
ckchain e direito ao esquecimento e transparência versus proteção de dados pessoais é Tatar,
Unal; Gokce, Yasir; Nussbaum, Brian. Law versus technology: Blockhain, GDPR and tough
tradeoffs. Computer Law & Security Review, v. 38, Sep. 2020. Para os autores, o projeto da rede
poderia permitir um escopo reduzido de dados a serem armazenados, segundo a vontade de
cada usuário e, adicionalmente, seria possível assegurar a anonimização de dados para aten-
der aos imperativos de privacidade e segurança. Outra análise sobre o tema, envolvendo a uti-
lização de redes blockchain para sistemas de identidade digital e o enfrentamento de questões
de proteção de dados pessoais, pode ser encontrada em Kondova, Galia; Erbguth, Jörn. Self-
-Sovereign Identity on Public Blockchains and the GDPR. Proceedings of ACM SAC Conference,
Brno, Czech Republic, March 30- April 3, 2020 (SAC’20). Disponível em https://ssrn.com/
abstract=3515213. Acesso em 29 set. 2021.
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Bertão, Naiara. CVM dá autorização inédita para empresa de tecnologia concorrer com B3
em depósito de ativos. Valor Investe, 8 dez. 2020. Disponível em https://valorinveste.globo.
com/produtos/servicos-financeiros/noticia/2020/12/08/cvm-da-autorizacao-inedita-para-
-empresa-de-tecnologia-concorrer-com-b3-em-deposito-de-ativos.ghtml. Acesso em 22 set.
2021.
28
Cf. Zetzsche, Dirk A.; ARNER, Douglas W.; Buckley, Ross P. Decentralized Finance (DeFi).
Journal of Financial Regulation, v. 6, n. 2, Sep. 2020. Os autores explicam que não se trata de um
termo técnico ou jurídico, mas sim uma designação de mercado.
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Lielacher, Alex. Crypto’s fungibility problem. Brave New Coin, Aug. 28th, 2019. Disponível
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a) Nome;
b) Conteúdo principal e prévia de conteúdo: informações relativas ao
conteúdo representado pelo NFT (uma referência a uma imagem, um
áudio, um vídeo, as coordenadas de uma propriedade etc.);
c) Descrição;
d) Privilégios (perks): uma espécie de recompensa prometida para o
adquirente do NFT;
30
Cf. Fortnow, Matt; Terry, Quharrisson. The NFT Handbook. How to create, sell and buy
non-fungible tokens. Hoboken: Wiley, 2021, Cap. 2.
31
Fairfield, Joshua. Tokenized: The Law of Non-Fungible Tokens and Unique Digital Property.
Indiana Law Journal, forthcoming, 2021. Disponível em https://ssrn.com/abstract=3821102.
Acesso em 30 set. 2021.
32
Fortnow, Matt; Terry, Quharrisson. The NFT Handbook. How to create, sell and buy non-
-fungible tokens. Hoboken: Wiley, 2021, p. 35-42.
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Com base nas discussões das seções anteriores, é possível perceber que
estamos diante de um sistema alternativo de registro de propriedade, um
sistema transparente, auditável, de escala global e supraestatal, com a possi-
bilidade de negociação com custos potencialmente reduzidos em termos de
segurança e custódia dos títulos digitais. A propriedade de qualquer token
pode ser verificada e alterada por meio de um “cartório” global e descentra-
lizado, garantindo autenticidade, procedência, durabilidade e escassez.
O valor dos NFTs é derivado da percepção de sua escassez pelos poten-
ciais adquirentes, no contexto em que irão ostentar o status de proprietários
desses ativos. Obras de arte, joias, itens colecionáveis e outros bens de luxo
têm seu valor socialmente estabelecido de forma semelhante. Vale pontuar
que o direito de propriedade não é um fim em si mesmo, mas um acesso
específico a determinados recursos ou benefícios socialmente pactuados.
Os NFTs representam uma categoria abstrata de ativos, que podem ter
lastro em bens únicos no mundo real, tais como obras de arte (pinturas,
esculturas, músicas, filmes etc.) ou bens de existência puramente virtual,
como uma mensagem em uma rede social, um vídeo contendo uma jogada
incrível de um jogo de basquete, uma imagem de humor (meme), uma cria-
ção artística sem suporte físico (uma imagem editada, por exemplo), um
fragmento de um código de programação com valor histórico e outros exem-
plos, dentre os que tiveram sua negociação divulgada pela mídia ao longo de
2021, ano em que os NFTs se popularizaram em maior escala.
É forçoso reconhecer que algumas figuras de cachorrinhos, gatinhos ou
animações hoje se encontram tão arraigadas no imaginário coletivo quanto
os mosaicos de Marilyn Monroe ou da Sopa Cambpell de Andy Warhol, para
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focar em exemplos de pop art. Artistas como Banksy desafiam o modelo padrão
de arte, pintando muros nas ruas, cujas fotos são exibidas em exposições.
O seguinte excerto descreve de forma didática e precisa as funções e van-
tagens da emissão e negociação de NFTs33:
Os NFTs representam uma evolução da propriedade física de um ativo
específico. O token digital inclui um conjunto de informações registradas no
blockchain que representa o ativo vinculado ao token. Com isso, também é
possível identificar com precisão o seu titular, que pode fazer valer os direi-
tos sobre o bem e também optar por trocá-lo. Na prática, os tokens digita-
lizam algo e suas trocas e transferências podem ocorrer com segurança e
sem intermediários. Na verdade, esses ativos digitais podem ser trocados em
mercados especiais, criando assim um processo de tokenização da realidade
para o digital. Todas as informações, procedimentos e negócios podem ser
facilmente rastreados com o apoio do blockchain que permite monitorar a
transferência de propriedade e pagar ao autor original no futuro, se neces-
sário. Os NFTs podem ser usados para criar propriedade digital verificável,
autenticidade, rastreabilidade e segurança, facilmente exploráveis em dife-
rentes setores e atividades. Isso inclui arte criptográfica, coleções digitais,
jogos online, patentes ou outros direitos de propriedade intelectual, imó-
veis, objetos preciosos, veículos, licenças e documentos financeiros. Os NFTs
são negociados globalmente, uma vez que as plataformas de tecnologia de
razão distribuída operam além das fronteiras.
Uma imagem digital intitulada “Everydays: The First 5000 Days”, criada
pelo artista Beeple foi arrematada por cerca de USD 69 milhões em leilão
conduzido pela Christie’s em março de 2021. A NBA, liga de basquete norte-
-americana, comercializa momentos emocionantes de suas partidas na plata-
forma NBA Top Shots, obtendo uma forma de licenciamento digital bastante
rentável, receita seguida pelas ligas de beisebol e futebol americano (MLB
e NFL, respectivamente)34. Cartões colecionáveis de jogadores de futebol
33
Eu Blockchain Observatory And Forum. Demystifying NFTs. NFT – Legal Token Clas-
sification Report, 2021. Disponível em https://www.eublockchainforum.eu/events/demysti-
fying-nfts. Acesso em 30 set. 2021.
34
NFL Anuncia lançamento de plataforma de NFT em parceria com a Dapper Labs. Coin-
telegraph Brasil – Exame, 29 set 2021. Disponível em https://exame.com/future-of-money/nfl-
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-anuncia-lancamento-de-plataforma-de-nfts-em-parceria-com-a-dapper-labs/. Acesso em
29 set. 2021.
35
Ahmed, Murad; Bradshaw, Tim. SoftBank buys into $4bn NFT fantasy football start-up.
Financial Times, Sep. 21st 2021. Disponível em https://www.ft.com/content/9b247322-fc83-
4e7b-bd03-c66eaf1dc762. Acesso em 20 set. 2021.
36
Haacke, Bruno. 7 plataformas de NFT para você ficar de olho em 2021. Coin Times, 16 jul.
2021. Disponível em https://cointimes.com.br/7-plataformas-nft-para-voce-ficar-de-olho-
-em-2021/. Acesso em 30 set. 2021.
37
Rubinstein, Gabriel. Plataforma brasileira estreia com Felipe Neto e quer democratizar
NFTs. Exame, 09 jun. 2021. Disponível em https://exame.com/future-of-money/dinheiro-
-tendencias/plataforma-brasileira-estreia-com-felipe-neto-e-quer-democratizar-nfts/.
Acesso em 30 set. 2021.
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tokens à medida que completa determinados desafios. Esses tokens podem ser
acumulados para a criação de novos NFTs, os quais podem ser vendidos em
um mercado secundário e, dada a grande popularização do jogo, passaram a
ser negociados intensamente, adquirindo expressão monetária considerável.
Esse modelo de jogo, com apelo financeiro, é designado de “play-to-earn”38.
Como alguns jogadores não dispõem dos recursos para ingressar no jogo,
surgiu um mercado de aluguel de NFTs, à semelhança do que ocorre com
aluguel de carros para motoristas que desejam obter renda extra em aplicati-
vos de transporte individual urbano, mas não dispõem do automóvel. Desse
modo, a lógica de remuneração em tokens do jogo Axie Infinity se tornou
uma forma de obtenção de renda alternativa diante do desemprego gerado
pela pandemia.
A lógica de propriedade e arrendamento pode ser estendida a nomes de
domínio da internet (meusite.com.br), que podem ser negociados via NFT
(a plataforma OpenSea tem uma seção especial para esse tipo de negociação.
Adicionalmente, dada a semelhança com o registro de imóveis, é per-
feitamente possível a utilização de NFTs como certificados de propriedade
imobiliária digital, seja de propriedades inteiras ou de frações ideais. Com
isso, podemos até cogitar do parcelamento virtual de propriedades, sem o
burocrático e custoso desmembramento com o respectivo registro em car-
tório, o que pode ser muito útil em operações envolvendo propriedades
rurais, viabilizando o controle de excedente de reserva legal, parcelas arren-
dadas ou cedidas via direito de superfície e outros mecanismos da legislação
ambiental.
Ainda é cedo para formular juízos definitivos sobre o potencial dos
NFTs39. Certamente, há movimentos especulativos sem fundamentos eco-
nômicos, mas, com o tempo, assim como ocorreu com a própria internet,
38
Além Do Axie Infinity: 10 games em blockchain para ganhar criptomoedas. Cointelegraph
Brasil – Exame, 29 set. 2021. Disponível em https://exame.com/future-of-money/alem-do-
-axie-infinity-10-games-em-blockchain-para-ganhar-criptomoedas/. Acesso m 29 set. 2021;
Franco, André. Esqueça o bitcoin: NFTs subiram até 11.369%; veja 6 gamecoins promissoras.
Exame, 24 set. 2021. Disponível em https://exame.com/future-of-money/6-gamecoins-pro-
missoras/. Acesso em 30 set. 2021.
39
Algumas opiniões relevantes no mercado brasileiro podem ser encontradas em Simões,
Luiz Felipe. NFTs: moda passageira ou um novo paradigma de arte e investimento? Estadão,
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Art . 19. [...] § 1º – São atos de distribuição, sujeitos à norma deste artigo, a venda, promessa
de venda, oferta à venda ou subscrição, assim como a aceitação de pedido de venda ou subs-
crição de valores mobiliários, quando os pratiquem a companhia emissora, seus fundadores
ou as pessoas a ela equiparadas. [...] § 3º – Caracterizam a emissão pública: I – a utilização
de listas ou boletins de venda ou subscrição, folhetos, prospectos ou anúncios destinados ao
público; II – a procura de subscritores ou adquirentes para os títulos por meio de emprega-
dos, agentes ou corretores; III – a negociação feita em loja, escritório ou estabelecimento
aberto ao público, ou com a utilização dos serviços públicos de comunicação.
43
Esse é o entendimento consolidado da CVM, expresso nos Pareceres de Orientação nº 32
e 33/2005.
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44
Processo Administrativo CVM nº RJ2007/11593, Rel Dir. Marcos Barbosa Pinto, j. em
15.01.2008.
45
“durante cerca de duas décadas, a conceituação de ‘valor mobiliário’ atendeu muito mais
à motivação de apanhar um enorme espectro de contratos de investimento, na tentativa de
proteger a poupança privada através de uma definição bastante aberta e, consequentemente,
abrangente”. Mattos Filho, Ary Oswaldo. Direito dos Valores Mobiliários. v. 1. t. 1. Rio de
Janeiro: FGV, 2015, p. 59 e ss. Descreve o autor que “Este caso diz respeito ao procedimento
de oferta pública de venda de pequenas unidades de terrenos plantados com pés de laranja,
conjuntamente com o oferecimento de um contrato optativo de prestação de serviço para o
cultivo, trato, negociação da produção de laranjas e da remessa do lucro ao proprietário do
imóvel; [...] A distância, a falta de conhecimento especializado, bem como a falta de escala
faziam com que, quase obrigatoriamente, fosse assinado o contrato de prestação de serviços
acoplado ao contrato de venda e compra do lote de terra. O material de venda enfatizava a
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Uma interessante provocação pode ser encontrada em MADEIRA, Cauê. O que pirâmides,
games, daytrade e NFT têm em comum? Exame, 16 set. 2021: “Para começar, vivemos a gami-
ficação da vida. Se somos todos competitivos por natureza, a internet deu novos contrastes
à busca pelo Santo Graal do sucesso financeiro. A cada dia pipocam gurus de soluções mila-
grosas, dispostos a ensinar atalhos que, na prática, não existem. Recentemente o brasileiro
descobriu o investimento em ações e muitos resolvem arriscar uma entrada no daytrade, essa
modalidade de negociação pela oscilação de preço dos ativos financeiros ao longo do dia. É
uma dinâmica bastante arriscada, e de certa forma é um jogo também. Requer pensamento
lógico, estratégia, uma boa dose de adrenalina e dinheiro para investir. Ao vencedor, multi-
plicadores. Aos perdedores, a chance de queimar uma grana”. Disponível em https://exame.
com/bussola/geekonomy-o-que-piramides-games-daytrade-e-nft-tem-em-comum/. Acesso
em 30 set. 2021.
49
Murphy, Hannah. OpenSea admits NFT insider’s trading incident. Financial Times, Sep.
15th 2021. Disponível em https://www.ft.com/content/cda0b01f-c027-4a4a-9e29-46c8a60
5954b. Acesso em 30 set. 2021.
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Síntese conclusiva
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ISAC COSTA
Projeto Site
3d punks http://www.3dpunks.com/
Aavegotchi https://aavegotchi.com/
Wang, Qin; LI, Rujia; Wang, Qi; Chen, Shiping. Non-Fungible Token (NFT): Overview,
50
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Beeple https://www.beeple-crap.com/
Cargo https://cargo.build/
Chubbies https://chubbies.io/
Cometh https://www.cometh.io/
Cryptocats https://cryptocats.thetwentysix.io/
Cryptokitties https://www.cryptokitties.co/
Cryptopunks https://www.larvalabs.com/cryptopunks
Cryptoslam https://cryptoslam.io/
Cryptovoxels https://www.cryptovoxels.com/
Cryptowine https://grap.finance/#/
Dego https://dego.finance/
Flow https://www.onflow.org/
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Hashmasks https://www.thehashmasks.com/
Icecap https://icecap.diamonds/
Makersplace https://makersplace.com/
Meebits https://meebits.larvalabs.com/
Megacryptopolis https://mcp3d.com/
Mintable https://mintable.app/
Mintbase https://www.mintbase.io/
Mycryptoheroes https://www.mycryptoheroes.net/
Polkamon https://polkamon.com/
R planet https://rplanet.io/
Rarible https://rarible.com/
Sandbox https://www.sandbox.game/en/
Skyweaver https://www.skyweaver.net/
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Sorare https://sorare.com/
Superrare https://superrare.co/
Tradestars https://tradestars.app/
Trevorjonesart https://www.trevorjonesart.com/
Viv3 https://VIV3.com
https://github.com/worldwide-asset-exchange/
Wax:worldwide asset exchange
whitepaper
Wiv https://www.wiv.io/
Zora https://zora.co/
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REVISTA DE DIREITO DAS SOCIEDADES E DOS VALORES MOBILIÁRIOS
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do Amaral, Marcelo Godke Veiga, Igor Muniz, Grasiela Cerbino, Gustavo Machado Gonzalez, Luis Felipe
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Dezembro, 2021
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