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Norma ISO/IEC 11801

A norma ANSI TIA/EIA-T568-A teve como base de trabalho a ISO e o IEC onde estabeleceram
um comité técnico para produzir um processo de normalização.

A primeira edição da norma, resultou como componentes genéricos uma cablagem para
suporte de aplicações de voz, dados e vídeo em redes privadas com distâncias máximas de
3.000 metros, tendo como abrangência uma área máxima de 1.000.000m 2 tendo como destino
um máximo de 50.000 utilizadores e uma esperança mínima de vida de 10 anos.

As capacidades foram definidas em 5 classes de utilização:

Classe A – 100 kHz


Classe B – 1 MHz
Classe C – 16 Mhz
Classe D – 100 MHz
Classe óptica – acima dos 100 MHz.

Esta norma tem tido uma aceitação e divulgação elevada, por todas as partes envolvidas,
desde os fabricantes, instaladores e utilizadores finais. Esta norma tem um âmbito geral de
aceitação.

A norma de cablagem para a ISO/IEC 11801 tem como especificação de revestimento o uso de
material termoplástico, opcionalmente com características LSZH (Low smoke zero halogen) e
de blindagem cabo de 100 Ω com blindagens exterior e individuais em cada par, sendo
opcional em cabo UTP, S/UTP e STP.

As normas da estrutura ISO/IEC 11801 têm como elementos funcionais os seguintes elementos

1) Distribuidor de campus ou CD (Campus Distributor), este elemento é considerado o


elemento central devido a receber toda a cablagem do Backbone do Campus.
2) Cablagem do Backbone de campus, esta cablagem faz a interligação de todos os
distribuidores do edifício com o CD.
3) Distribuidor de edifício ou BD (Bulding Distributor), aqui recebe todas as ligações dos
Backbones do edifício.
4) Cablagem do Backbone do edifício, são os elementos que fazem a interligação de
todos os distribuidores de edifício (BD)
5) Distribuidor de piso ou FD (Floor Distributor), elemento central onde toda a cablagem
do piso se liga.
6) Cablagem de piso ou cablagem horizontal, é a interligação de todas as tomadas de
comunicações com os vários distribuidores de piso.
7) Ponto de transição, este elemento é opcional, pois servem para efectuar a derivação
da cablagem horizontal.
8) Tomadas de telecomunicações ou TO (Telecommunication Outlet), são as tomadas
onde se ligam os postos de trabalho ou outros equipamentos de rede.
9) Cablagem de área de trabalho, são os cabos que servem para ligar os equipamentos a
rede.
Pode-se dividir em 4 subsistemas de cablagem, temos assim

1) Subsistema de Backbone de campus, que faz a interligação de todos os edifícios dentro


de um campus.
2) Subsistema de Backbone de edifício, faz a interligação entre o distribuidor de edifício
(BD) e os distribuidores de piso (FD)
3) Subsistema de piso, ou subsistema horizontal, que faz a ligação de distribuidores de
piso (FD) e as tomadas (TO).
4) Subsistema da área de trabalho ou subsistema de zona, agrega os elementos
destinados a fazer a interligação de equipamentos e tomadas.

Cabos recomendados segundo a norma ISO/IEC 11801

Subsistema Tipo de Cabo Aplicações


Horizontal UTP, S/UTP ou STP Maior parte das aplicações
Fibra óptica multimodal Situações Especiais
Backbone de edifício UTP, S/UTP ou STP Ligações de telefones ao PPCA
Fibra óptica multimodal Aplicação de dados
Backbone de Campus UTP, S/UTP ou STP Interligação de PPCA dos edifícios
Fibra óptica multimodal Aplicação de dados
Fibra óptica monomodo Distancias superiores a 2 Km

Os comprimentos máximos para a norma ISO/IEC 11801,referentes à cablagem horizontal são


de 90 metros, deixando uma margem de 10 metros para o conjunto de chicotes do backbone e
do equipamento terminal. Para a cablagem de Backbone um máximo de 1500 metros, para o
Backbone de edifício fica-se nos 500 metros.

As classes de ligações da norma ISO/IEC 1181 caracterizam-se em 7 classes

Classe Capacidade Aplicações…


A 100 kHz De voz e outras de baixas frequências
B 1 MHz De dados de baixo débito
C 16 MHz De dados de médio débito
D 100 MHz De dados de alto débito
E 200 MHz De dados de alto débito
F 600 MHz De dados de muito alto débito
Óptico >600Mhz Com necessidades de débito muito elevado, acima das
capacidades da cablagem de cobre.

As classes de débitos são classificam consoante a sua exigência, uma classe superior suporta
sempre a sua classe inferior e nunca o contrário. Em relação a classe óptica esta só suporta
aplicações da mesma classe.

Dimensionamento

Dimensionamento com base na norma ISO/IEC 11801, tem como fundamento o seu tempo de
vida útil com uma mínimo de 10 anos tornado assim esta norma uma obrigatoriedade de ser
flexível. Assim, por cada 10 m2 devem ser instaladas no mínimo 2 tomadas. Deve ser instalado
um distribuidor de piso por cada 1000 m2 de área bruta e um distribuidor de piso por cada
piso. O número de distribuidores de edifício e de campo, temos de considerar duas situações.
Na situação mais comum deve ser instalado um distribuidor de edifício e caso seja necessário
um distribuidor de campus único. Numa situação de grande dimensão, fazer uma divisão de
Backbone de edifício e considerar o próprio edifício um campus. Num campus de grandes
dimensões, superior a 3 Km poderá ser necessário recorrer a níveis hierárquicos, dividindo
assim o campus em sub-campus sendo a sua interligação usado um sistema de MAN.

Componentes

Componentes da cablagem estruturada, é composta por um conjunto de componentes muito


variado, desde cabos, conectores, distribuidores etc. Temos assim componentes passivos que
permitem a interligação de equipamentos informáticos e os componentes activos.

Os cabos de cobre são os componentes mais usados num sistema de cablagem estruturada.

Características eléctricas

As características eléctricas segundo a norma ISO/IEC 11801 são especificadas em 3 níveis de


qualidade.

Categoria 3 – Cabos de cobre de pares entrançados com 16MHZ de largura de banda.

Categoria 4 - Cabos de cobre de pares entrançados com 20MHZ de largura de banda.

Categoria 5 - Cabos de cobre de pares entrançados com 100MHZ de largura de banda.

Categoria 6 – Cabos de cobre de pares entrançados, sem blindagem individual c/sem


blindagem exterior ( S/UTP ou UTP) com especificações até aos 250MHz e ACR positivo aos
200MHz.

Categoria 7 – Cabos de cobre entrançados com blindagem individual e com blindagem exterior
(STP) com especificação até aos 600MHz.

Tabela de parâmetros dos cabos de categoria 1 a 7 à frequência máxima

Parâmetros CAT 1 CAT 2 CAT 3 CAT 4 CAT 5 CAT 5e CAT 6 CAT 7


Classe
A B C C D D E F
suportada
Largura de Não
1 16 20 100 100 250 600
Banda MHZ definido
Atenuação Não Não
13,1 10,2 24 24 36 54,1
máxima dB definido definido
NEXT Não Não
23 36 27,1 30,1 33,1 51
mínimo dB definido definido
ACR mínimo Não Não Não Não
3,1 6,1 -2,9 -3,1
dB definido definido definido definido
Perdas de Não Não Não Não
8 10 8 8,7
retorno dB definido definido definido definido
Atraso de
20 ms 5 ms 1 ms 1 ms 548 ns 548 ns 546 ns 501 ns
propagação
Tabela de parâmetros dos canais das categorias 5, 5e, 6 e 7 a 100 MHz

Parâmetro CAT 5 CAT 5e CAT 6 CAT 7


Largura de Banda MHz 100 100 250 600
Atenuação dB 24 24 21,7 20,8
NEXT dB 27,1 30,1 39,9 62,1
PSNEXT dB Não definido 27,1 37,1 59,1
ACR dB 3,1 6,1 18,2 41,3
PSACR dB Não definido 3,1 15,4 38,3
ELFEXT dB 17 17,4 23,2 Por definir
PSELFEXT dB 14,4 14,4 20,2 Por definir
Perdas de retorno dB 8 10 12 14,1
Atraso de propagação ns 548 548 548 504
Variação de atraso ns 50 50 50 20

Tabela de classes e distâncias suportadas pelos cabos das categorias 3 a 7

CAT 3 CAT 4 CAT 5 CAT 5e CAT 6 CAT 7


16 Mhz 20 MHz 100 MHZ 100 MHZ 200 Mhz 600 Mhz
Classe A
2 km 3 km 3 km 3 km 3 km 3 km
100 KHz
Classe B
500 m 600 m 700 m 700 m Por definir Por definir
1 MHz
Classe C
100 m 150 m 160 m 160 m Por definir Por definir
16 MHz
Classe D
- - 100 m 100 m Por definir Por definir
100 MHz
Classe E
- - - - 100 m Por definir
200 MHz
Classe F
- - - - - 100 m
600 MHz

Características mecânicas

O cabo de cobre pode-se dividir em duas categorias mecânicas, um grupo que se relaciona
com as especificações dos componentes dos cabos e outro com as características relacionadas
com os parâmetros de instalação e operação.

Tabela com as características mecânicas dos cabos de cobre.

Características Cablagem de Backbone Cablagem horizontal


Diâmetro dos condutores 0,4 mm a 0,65 mm
Diâmetro dos condutores com
≤ 1,4 mm ≤ 1,4 mm
isolamento
Número de pares no cabo ≥4 2, 4, n(n>4)
Blindagem individual em cada par Utilização opcional (UTP, S/UTP ou STP)
Blindagem colectiva exterior Utilização opcional (UTP, S/UTP ou STP)
Diâmetro exterior do cabo ≤ 90 mm ≤ 20 mm
Código de cores dos condutores É adoptada a norma IEC 708
Temperatura de operação -20ºC a +60ºC
Raio de curvatura durante a
Superior a 8 vezes o diâmetro exterior do cabo
instalação
Força de tracção na instalação Inferior a 50 Newton por mm2 de secção de cobre
Resistência ao Fogo É adoptada a norma IEC 332-3

Tabela de códigos de cores dos cabos de 4 pares

Pares Cores Condutor 1 Condutor 2


Par 1 Azul (A) Azul Branco/azul
Par 2 Laranja (L) Laranja Branco/laranja
Par 3 Verde (V) Verde Branco/verde
Par 4 Castanho (C) Castanho Branco/Castanho

Características da fibra óptica

Fibras Multimodo Multimodo Monomodo


Dimensão do núcleo µm 50 62,5 8 a 10
Janelas disponíveis nm 850 1300 850 1300 1310 1550
Largura de banda modal MHZ.Km 400 600 200 500 n/a n/a
Dispersão máxima ps/nm.Km n/d n/d n/d n/d 3,5 18
Atenuação óptica máxima dB/Km 3,0 1,0 3,5 1,0 0,45 0,3
Comprimento de onda de corte min nm n/a n/a 1280
Perdas max. de inserção no conector dB 0,75 0,75 0,75
Perdas mín. de retorno no conector dB 20 20 26
Perdas max. de interligações dB 0,3 0,3 0,3
Índice de refracção 1,488 1,499 1,468

Características mecânicas da fibra óptica

Cablagem Cablagem de Backbone


Características
horizontal Interior Exterior
Diâmetro da bainha µm 125 125 125
Número de fibras no cabo 2 ou 4 ≥4 ≥4
Revestimento exterior Material LSZH Material LSZH Material PVC
Temp. de operação - 5ºC a + 55ºC
Raio mínimo de curvatura >4x o diam. exterior >6x o diâmetro exterior do cabo
Curvatura durante a inst. >8x o diâmetro exterior do cabo
Tracção máx. no cabo N 100
Tracção máx. na fibra N 7

As protecções da cablagem de fibra óptica são vistas de 2 níveis, protecção individual as fibras
e protecção exterior ao cabo.
Em relação as protecções individuais as fibras têm as seguintes técnicas de construção, a tight-
buffered ou protecção ajustada e a loose-tube ou protecção folgada.

A protecção ajustada, consiste numa protecção individual ajustada a cada fibra, sendo a
bainha envolvida numa película protectora, designada por protecção primária. Esta protecção
é envolvida numa camada de silicone que por sua vez é protegida por um revestimento
exterior em nylon.

A protecção folgada consiste numa protecção da fibras apenas pela protecção primária, onde
de seguida são inseridas num tubo onde se encontram soltas para assim se poderem ajustar as
reacções externas, como o caso de uma instalação ou força de tracção.

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