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FACULDADE DE ENGENHARIA
JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UFJF
2011
ii
JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UFJF
2011
iii
JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UFJF
2011
iv
Por:
________________________________
Prof. D. Sc. Cézar Henrique Barra Rocha
________________________________
Prof. M. Sc. Pedro José de Oliveira Machado
________________________________
Prof. M. Sc. Sebastião de Oliveira Menezes
v
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura II.36 – Intensidades pluviométricas (im) das Bacias Hidrográficas BHCT, BHRR
e BHRY em função dos tempos de recorrência de 15, 25, 50 e 100 anos.......................62
Figura II.37 – Imagem aérea da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Yung (BHRY)...........63
Figura II.38 – Mapa de Ocupação do Solo da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Yung
(BHRY)...........................................................................................................................64
Figura II.39 – Uso ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Yung
(BHRY)...........................................................................................................................65
Figura II.40 – Imagem aérea da Bacia Hidrográfica do Córrego Teixeiras BHCT.........66
Figura II.41 – Mapa de Ocupação do Solo da Bacia Hidrográfica do Córrego Teixeiras
BHCT...............................................................................................................................66
Figura II.42 – Uso ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Córrego Teixeiras
BHCT...............................................................................................................................67
Figura II.43 – Vazões de pico máximas estimadas em função do tempo de
recorrência.......................................................................................................................70
xii
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
CAPÍTULO I – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................4
I.1 – Bacia Hidrográfica....................................................................................................4
I.2 – Gerenciamento de Recursos Hídricos.......................................................................6
I.3 – Comitê da Bacia Hidrográfica...................................................................................9
I.4 – Manejo de Bacias Hidrográficas.............................................................................10
I.5 – Uso Sustentável da Água.........................................................................................12
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS............................................................13
II.1 – CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS EM ESTUDO........................................13
II.1.1 – Localização.........................................................................................................13
II.1.2 – Meio Físico........................................................................................................16
II.1.2.1 – Clima................................................................................................................16
II.1.2.2 – Geomorfologia e Geologia...............................................................................19
II.1.2.3 – Dinâmica Superficial ......................................................................................20
II.1.2.4 – Pedologia..........................................................................................................21
II.1.2.5 – Hidrografia.......................................................................................................21
II.1.2.6 – Uso e ocupação ...............................................................................................23
II.1.3 – Meio Sócio-Econômico......................................................................................24
II.1.4 – Meio Biótico ......................................................................................................27
II.2 - ANÁLISES MORFOMÉTRICAS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO
CÓRREGO TEIXEIRAS (LD) E RIBEIRÕES DAS ROSAS E YUNG (LE).....29
II.2..1 – Características Morfométricas...........................................................................29
II.2.2 – Bacias Hidrográficas do Córrego Teixeiras BHCT, Ribeirão das Rosas BHRR e
Ribeirão Yung BHRY.....................................................................................................30
II.2.2.1 – Dados das Bacias Hidrográficas......................................................................32
II.2.3 – Padrão de Drenagem...........................................................................................34
II.2.4 – Hierarquia Fluvial...............................................................................................36
II.2.5 – Análise Areal das Bacias Hidrográficas.............................................................40
II.2.5.1 – Densidade de Drenagem..................................................................................40
II.2.5.2 – Coeficiente de Manutenção..............................................................................41
II.2.5.3 – Forma da Bacia - Índice de Circularidade.......................................................43
II.2.6 – Análise Linear da Rede Hidrográfica.................................................................46
xiv
INTRODUÇÃO
Aqui a gota de
chuva escoa
para o exutório
da bacia
260
270
Segundo VALENTE & GOMES (2005), qualquer ação exercida sobre a água
como captação, tratamento, distribuição, uso recreativo etc, pressupõe a sua prévia
existência em um determinado local e em quantidade necessária. Daí a importância da
bacia hidrográfica, pois é ela que recebe a água que chega à superfície da terra em
forma de chuva, processa essa água e cria disponibilidades através de nascentes ou de
lençóis freáticos e artesianos. As nascentes formam os córregos, ribeirões e rios e os
lençóis podem ser explorados através de abertura de poços.
MILLER (2008), numa visão mais ampla sobre a questão do uso da água,
preocupando-se com um futuro próximo, recomenda alguns métodos para alcançar o
uso sustentável dos recursos hídricos da Terra:
- Não esgotar os aqüíferos.
- Preservar a saúde ecológica dos sistemas aquáticos.
- Preservar a qualidade da água.
- Gerir de forma integrada as bacias hidrográficas.
- Estabelecer acordos entre as regiões e países que compartilhem os recursos de
água superficial.
- Estabelecer uma parte externa na mediação de água entre países.
- Comercializar os direitos sobre a água.
- Aumentar o preço da água.
- Desperdiçar menos.
- Diminuir subsídios governamentais para o fornecimento de água.
- Aumentar os subsídios governamentais para a redução do desperdício.
- Reduzir o crescimento populacional.
Em resumo, podemos usar a água de forma sustentável ao diminuir o
desperdício, aumentar o preço, preservar as florestas em bacias hidrográficas e reduzir o
crescimento populacional.
13
II.1.1 – Localização
BH Córrego
Humaitá
BH Ribeirão
Yung
BH Córrego
São Pedro
BH Córrego
Teixeiras
III.1.2.1 – Clima
O clima de Juiz de Fora apresenta duas estações bem definidas: uma, que vai de
outubro a abril, com temperaturas mais elevadas e maiores precipitações pluviométricas,
17
e outra de maio a setembro, mais fria e com menor presença de chuvas. De acordo com
a classificação de W. Koeppen, a região possui um clima Cwa, ou seja, um clima
mesotérmico com verões quentes e estação chuvosa também no verão. Este clima pode
também ser definido, genericamente, como Tropical de Altitude, por corresponder a um
tipo tropical influenciado pelos fatores altimétricos, em vista do relevo local apresentar
altitudes médias entre 700 e 900 m, que contribuem para a amenização das suas
temperaturas.
Os índices pluviométricos anuais, obtidos pela Estação Climatológica Principal
da UFJF/ 5° DISME (NÚMERO 83692), nas últimas décadas, acusaram médias
próximas a 1.536 mm e maiores índices mensais no mês de janeiro, com cerca de 298
mm, enquanto que a média térmica anual oscila em torno de 18,9ºC. O mês mais quente
(fevereiro) possui média próxima a 21,7ºC e o mês mais frio (julho), 16,1ºC (Tabela
III.1 e Figura II.5).
Tabela II.1 – Dados climáticos de Juiz de Fora (Fonte: ECP/UFJF (5º DISME)).
TEMPERATURA MÉDIA
MESES PRECIPITAÇÃO (mm)
COMPENSADA (ºC)
JAN 298,6 21,5
FEV 194,8 21,7
MAR 182,2 20,8
ABR 90,1 19,2
MAI 50,8 17,6
JUN 23,9 16,3
JUL 18,8 16,1
AGO 21,3 17,0
SET 73,9 17,3
OUT 128,2 18,7
NOV 189,9 19,7
DEZ 264,3 20,3
18
300
Precipitação (mm)
Precipitação (mm_ e Temperatura média 250 Temperatura média compensada (C)
200
Compensada (C)
150
100
50
0
0 2 4 6 8 10 12
Meses
Uma das características do verão local, além dos elevados índices de calor e
umidade, é a presença de chuvas do tipo convectivo, típicas de final de tarde e início da
noite, acompanhadas de elevadas e concentradas precipitações pluviométricas. Os dados
históricos, obtidos em décadas de observações no Município de Juiz de Fora, indicam
que as chuvas máximas podem ocorrer entre novembro e março, sendo que a máxima
maximorum medida para 24 horas foi 137,2 mm (STAICO, 1977). Entre 1973 e 1995 a
altura máxima em 24 horas foi de 129,3 mm, registrada no dia 25 de janeiro de 1985.
Com relação à distribuição dos deslocamentos de massa de ar, os dados mostram
a presença marcante de ventos do quadrante norte. Esta característica, aliada à
existência de uma depressão alongada ao longo do fundo de vale do Rio Paraibuna, com
direção aproximadamente coincidente, forma um corredor preferencial de deslocamento
de massas de ar que se dirigem para o centro urbano da cidade, localizado ao sul.
Por outro lado, a existência de um relevo, cujos desníveis topográficos alcançam
mais de 200 m, associada aos fatores antrópicos causados pela intensa urbanização,
produziu microclimas diferenciados dentro do próprio perímetro urbano. STAICO
(1977) já salientava a existência de patamares distintos em relação à várzea do rio
Paraibuna, a leste e a oeste, junto aos vales secundários dos córregos das Rosas e São
Pedro, respectivamente, que por sua maior altitude e afastamento da concentrada
19
urbanização da área central, tendem para um clima mesotérmico do tipo Cwb, com
verões brandos.
As alterações ambientais causadas por processos antrópicos tendem a produzir
modificações em alguns elementos climáticos, originando fenômenos como o da "Ilha
de Calor", responsáveis por temperaturas mais elevadas na área central da cidade, além
de pluviosidades quantitativamente maiores nas áreas urbanizadas.
II.1.2.4 – Pedologia
III.1.2.5 – Hidrografia
O Município de Juiz de Fora possui uma rica rede de drenagem com várias
artérias de pequena extensão, sendo que a cidade está inserida na bacia do Médio
Paraibuna, pertencente à bacia do rio Paraíba do Sul.
A bacia do Paraibuna é formada por três rios principais: o Paraibuna, o Kágado e
o Peixe. O Rio Paraibuna nasce na serra da Mantiqueira a 1.200 m de altitude e lança-se
à margem esquerda do Rio Paraíba do Sul a 250 m de altitude. O Rio Paraibuna segue
no sentido noroeste – sul sudoeste, recebendo pequenos afluentes. A formação de
terraços facilita a agricultura, ainda que pouco desenvolvida na região. Os 3 principais
afluentes são: Rio Preto e Rio do Peixe ficam à margem direita e o Rio Kágado
localizado à margem esquerda do Paraibuna.
Segundo dados da CESAMA, do ponto de vista morfológico, a bacia do Médio
Paraibuna possui tributários com perfis longitudinais relativamente acentuados, que
desembocam no rio principal com gradiente moderadamente baixo. O Rio Paraibuna
possui declividade média bastante variada, sendo que no trecho urbano de Juiz de Fora é
bastante moderada, da ordem de 1,0m/km. A última retificação de aproximadamente 30
km, próxima ao Distrito Industrial I, foi dimensionada de modo a compatibilizar a
função regularizadora da barragem Chapéu D’Uvas, recentemente concluída. A
22
Córrego do Teixeiras
coliformes fecais, face à criação extensiva de animais. No Bairro Represa, pela falta do
serviço de coleta, muitas vezes o lixo é lançado nos córregos.
Ribeirão Yung
Verifica-se na Figura II.6 e na Tabela II.2, que na Bacia do Rio Paraibuna como
um todo, predominam os campos e pastagens, num total de 6.193,30 Km²,
correspondendo a aproximadamente 72,41 % da área total da Bacia. Isso significa que
de uma maneira geral, a pecuária, notadamente a leiteira ainda prevalece enquanto
principal atividade econômica no meio rural. Por sua vez, as matas e florestas foram
extremamente devastadas (Figura II.7).
Uso-ocupação do
Área em km² %
solo/vegetação
Vegetação Nativa 658,57 7,70%
Vegetação Secundária 1.379,59 16,13%
Reflorestamento 70,98 0,83%
Campo/Pastagem 6.193,30 72,41%
Área Agrícola 20,52 0,24%
Área Urbana 57,94 0,68%
Outros 172,06 2,01%
Total 8.552,96 100%
Fonte: Mapa uso do solo/vegetação na Bacia
24
2,01%
0,68%
0,24% 7,70%
Vegetação Nativa
16,13%
Vegetação Secundária
Reflorestamento
Campo/Pastagem 0,83%
Área Agrícola
Área Urbana
Outros
72,41%
Figura II.7 – Paisagem típica encontrada na Bacia do Rio Paraibuna onde se percebe o
predomínio de pastagens e a pouca cobertura de matas (ORLANDO, 2006).
A região tem como vetor principal o Córrego do Yung, um dos afluentes do Rio
Paraibuna, onde ao longo do seu curso foram se formando os bairros que compõem esta
RP.
27
Qualificação da Dd
Coeficiente de manutenção Cm (km²/km)
Índice de circularidade Ic
Anális
linear
Relação de bifurcação Rb
e
Classe de relevo
Mapa de altitudes
Curva hipsográfica
Índice de rugosidade Ir
Declividade longitudinal média do canal principal (%)
Perfil longitudinal dos canais
Figura II.9 – Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Rosas (margem esquerda do Rio
Paraibuna).
32
(b) (c)
(a)
(f)
(d) (e)
Figura II.14 – Principais tipos de padrão de drenagem: (a) dendrítica; (b) treliça; (c)
retangular; (d) paralela; (e) radial e (f) anelar (CHRISTOFOLETTI, 1980).
35
BH Córrego Humaitá
BH Ribeirão Yung
BHCSP
850
(jusante)
Figura II.16 – Hierarquia fluvial: (a) HORTON (1945) e (b) STRAHLER (1952).
37
Figura II.18 – Hierarquia Fluvial da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Rosas obtida pelo Método de STRAHLER (1952) - 5ª ordem.
39
Figura II.19 – Hierarquia Fluvial da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Yung obtida pelo
Método de STRAHLER (1952) - 4ª ordem.
40
Lt
Dd (Equação II.1)
A
Onde:
Lt = comprimento total dos canais; e
A = área da bacia hidrográfica.
1
Cm (Equação II.2)
Dd
Onde:
Dd = densidade de drenagem.
Densidade de Coeficiente de
Bacia Hidrográfica Drenagem Manutenção
Dd (km/km²) Cm (km²/km)
Córrego Ipiranga 2,25 0,44
A
Ic (Equação II.3)
Ac
Onde:
A = área da bacia; e
Ac = área do círculo, medida nas mesmas unidades da área da bacia.
O valor máximo a ser obtido é igual a unidade, e quanto maior o valor, mais
próximo da forma circular estará a bacia de drenagem.
As Figuras II.20, II.21 e II.22 apresentam dados e cálculos utilizados na
determinação do índice de circularidade, e destaca a relação visual da área do círculo
com a geometria de cada uma das bacias. O perímetro da bacia é igual à circunferência
do círculo (C=P). Para um círculo com esta circunferência determina-se o raio. A área
deste círculo (Ac) é utilizado na Equação II.3. Resolvendo a equação, os índices de
circularidade (Ic) das Bacias BHCT, BHRR e BHRY são iguais a aproximadamente
0,48, 0,33 e 0,38 (Tabela II.7), nesta ordem. De fato, conforme sugere a forma da bacia
do Córrego do Teixeiras, sua geometria, em relação às bacias da margem esquerda
(BHRR e BHRY), se aproxima mais da forma circular.
44
Índice de
Área da Bacia Perímetro Área do Círculo
Bacia Hidrográfica Raio R (m) Circularidade
(m²) P=2πR Ac (m²)
Ic
Córrego Ipiranga 21.312.082,10 23.461,90 3.734,07 43.804.172,37 0,49
R=3.734,06
C = 23.461,90 m
Ac = 43.804.172,36 m²
R=6.765,47
C = 42.508,80m
Ac = 143.796.001,83 m²
R=4.059,58
C = 25.507,15 m
Ac = 51.774.151,79 m²
(a)
(b)
(c)
Figura II.23 – Influência da forma da bacia no seu comportamento hidrológico: (a) bacia
compacta ou arredondada; (b) bacia alongada ou elíptica e (c) bacia ramificada.
46
NU
Rb (Equação II.4)
NU1
Onde:
Nu = número de segmentos de determinada ordem; e
Nu+1 = número de segmentos da ordem imediatamente superior.
sistemas fluviais. Os valores de relação de bifurcação obtidos nas bacias com hierarquia
fluvial de quarta ordem se apresentaram próximos, variando entre 3 e 4, o que sugere se
tratar de bacias equilibradas.
1
E ps (Equação II.5)
2 Dd
Onde:
Dd = densidade de drenagem.
Tabela II.9 – Determinação das extensões do percurso superficial (Eps) das Bacias
Hidrográficas BHCT, BHRR e BHRY.
Lcn xh
Dm x100 (Equação II.6)
A
Onde:
Lcn = comprimento de todas as curvas de nível (km);
h = eqüidistância das curvas de nível (20 m ou 0,02 km); e
A = área da bacia.
Tabela II.10 – Valores das declividades médias obtidos para as Bacias Hidrográficas do
Córrego Teixeiras e Ribeirão Yung.
Curva Hipsométrica
1.000
900
850
Cota (m)
800
750
700
650
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Áreas relaticas acumuladas (%)
Figuras II.28, II.30 e II.32. Segundo CUNHA (1978), é possível avaliar o estado de
equilíbrio dos canais através da variação da concavidade de seus leitos, bem com, da
observação dos diferentes comprimentos e inclinações para os segmentos de primeira,
segunda e terceira ordens.
As declividades longitudinais médias foram determinadas conforme modelo
ilustrado na Figura II.28. A solução para determinação da declividade longitudinal
média considera a diferença de cotas entre 10% e 85% do comprimento total do canal
dividida por 75% do comprimento do canal. Aplica-se este modelo em função das
elevadas inclinações nas cabeceiras da bacia de drenagem, onde se localizam as
nascentes, e da tendência de ocorrência de um nível de base regulado com o Rio
Paraibuna na proximidade de sua desembocadura com este. As declividade
longitudinais médias do Córrego do Teixeiras, Ribeirão das Rosas e Ribeirão Yung são
apresentadas nas Figuras II.28, II.30 e II.32.
Córrego Teixeiras
Córrego Ipiranga
810
760
710
Distância (m)
660
0 2000 4000 6000 8000 10000
85% L
Córrego Ipiranga
825
0,75 x L
800
775 0,65%
750
L / Ltotal (m)
725
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Córrego do Borge
875
Córrego Boa Esperança
825
775
725
Distância (m)
675
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000
Figura II.29 – Perfis longitudinais do ribeirão das Rosas e afluentes, Córregos do Borge
e Boa Esperança.
Bacia do Ribeirão das Rosas - Perfil Longitudinal Normalizado dos Canais Principais
Elevação (m)
Córrego do Borge
860
840
820
0,3%
800
L / Ltotal (m)
780
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
56
Ribeirão Yungue
Córrego Linhares
925
875
825
775
725
Distância (m)
675
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Elevação (m)
Ribeirão Yungue
Córrego Linhares
950
900
850
1,36%
800
750
L / Ltotal (m)
700
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
média pela simples relação entre a diferença de altitude da nascente em relação à foz e o
comprimento total do corpo hídrico entre estes pontos.
875
825
775
Ribeirão Yungue
Córrego Teixeiras
Ribeirão das Rosas
725
Distância (m)
675
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000
Ribeirão Yungue
875
Córrego Teixeiras
Linha de equilíbrio
(Yungue)
825 Linha de equilíbrio
(Teixeiras)
Linha de Equilíbrio R.
Rosas
775
725
L / Ltotal (m)
675
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
II.3.1 – Introdução
0 , 385
L3
tc 85,2 (Equação II.8)
H
Onde:
tc= tempo de concentração (min);
L= comprimento do canal principal (km); e
60
Tabela II.12 – Tempos de concentração (tc) para as Bacias Hidrográficas BHCT, BHRR
e BHRY.
L canal Cotas
Bacia Hidrográfica H (m) tc (min)
(m) (km) Hi Hf
Córrego Ipiranga 10.413,90 10,41 855 675 180 172,78
Ribeirão das Rosas 18.625,66 18,63 895 675 220 313,03
Ribeirão do Yungue 11.752,26 11,75 875 675 200 190,78
K .T a
im (Equação II.9)
(t b) c
Em que:
im = intensidade máxima média de precipitação, mm/h;
T = tempo de recorrência, em anos;
t = duração da precipitação, min; e
K, a, b, c = coeficientes empíricos relacionados ao local analisado.
desenvolvido por SILVA et al. (1999). Apresenta-se a seguir a Equação II.10 com os
dados para o cálculo da intensidade média pluviométrica na cidade de Juiz de Fora/MG.
3000.T 0,173
im (Juiz de Fora/MG). (Equação II.10)
(t 23,965) 0,960
45
im (mm/h)
40
35
30
25
20
T (anos)
15
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Figura II.36 – Intensidades pluviométricas (im) das Bacias Hidrográficas BHCT, BHRR
e BHRY em função dos tempos de recorrência de 15, 25, 50 e 100 anos.
Tabela II.14 - Uso ocupação do solo na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Yung BHRY e
determinação do Coeficiente de Escoamento Superficial Ponderado.
3%
69%
Edificação muito densa Edificação com superfície livre
Solo parcialmente exposto Fragmentos de mata
Figura II.39 – Uso ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Yung (BHRY).
Tabela II.15 - Uso ocupação do solo na Bacia Hidrográfica do Córrego Teixeiras BHCT
e determinação do Coeficiente de Escoamento Superficial Ponderado.
12%
41%
Edificação muito densa Edificação com superfície livre
Solo parcialmente exposto Fragmentos de mata
Figura II.42 – Uso ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Córrego Teixeiras
BHCT.
do Ribeirão das Rosas, para calculo da vazão de pico máxima, estimou-se um c igual a
50%. Tal valor, ainda que impreciso, assim como os das outras bacias, permitirá uma
estimativa da vazão de pico máxima para cada bacia (BHCT, BHRR e BHRY).
II.3.5 – Estimativa das Vazões de Pico Máximas nos pontos de encontro dos Canais
Principais com o Rio Paraibuna
Onde:
Q = pico de vazão em m³/s;
c = coeficiente de escoamento superficial, adimensional;
i = intensidade média da precipitação sobre toda área drenada, de duração igual
ao tempo de concentração, em m/s;
A = área drenada em m².
Onde:
f = fator de correção;
A = área em ha.
A estimativa da vazão pelo Método Racional Modificado é apresentada na
Equação II.13.
Onde:
f = fator de correção
Tabela II.16 – Estimativas das vazões de pico máximas das Bacias Hidrográficas
BHCT, BHRR e BHRY para os tempos de recorrência (T) iguais a 15, 25, 50 e 100
anos.
Área im (mm/h) para T (anos) Qestimada (m³/s) para T (anos)
Bacia Hidrográfica f "c"
(m²) 15 25 50 100 15 25 50 100
Córrego Ipiranga 21.312.082,10 0,37 30,09 32,87 37,06 41,78 0,55 36,16 39,50 44,54 50,21
Ribeirão das Rosas 47.649.371,30 0,34 17,95 19,61 22,11 24,92 0,5 40,46 44,19 49,82 56,17
Ribeirão do Yungue 19.790.864,95 0,37 27,67 30,22 34,07 38,41 0,595 33,65 36,76 41,44 46,72
70
60
Q (m3/s)
Córrego Ipiranga Ribeirão das Rosas Ribeirão do Yungue
55
50
45
40
35
T (anos)
30
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
enxurradas se concentrem mais rapidamente em sua saída, ou que ela seja atingida, ao
mesmo tempo, por uma chuva forte, principalmente se for pequena. Já as bacias
alongadas se comportam de maneira inversa. Em relação ao efeito das características
físicas no hidrogramas, observa-se que bacias radiais com declividade alta possuem
tempo de concentração e hidrograma com maiores picos que as bacias longitudinais.
Assim, área urbana do entorno do córrego Teixeiras que se concentra na saída da bacia
hidrográfica (BHCT), que tem forma mais circular que as demais bacias (BHRR e
BHRY), apresenta maior risco de inundações. Soma-se à forma da BHRI a baixa
declividade do canal principal no perímetro urbano e as fortes inflexões existentes que
dificultam o escoamento da água, contribuindo ainda mais com riscos de inundações.
A análise linear revelou oscilações nos valores da relação de bifurcação,
variando entre 3 e 5. Os valores da relação de bifurcação obtidos nas bacias com
hierarquia fluvial de quarta ordem foram próximos, variando entre 3 e 4, o que sugere
um certo equilíbrio quanto a ramificação das bacias. Por outro lado, em função de sua
ordem (5ª) na bacia do Ribeirão das Rosas a variação foi mais significativa, entre 2 e 4.
Em linha gerais, demonstrou-se que a relação da bifurcação apresenta uma escala de
variação pequena para as diferentes bacias hidrográficas. O valor médio da relação de
bifurcação é de 3,5 para as áreas em estudo, podendo estar relacionado ao padrão de
drenagem e às estruturas geológicas.
Quanto às análises hipsométricas, o relevo das Bacias Hidrográficas do
Córrego Teixeiras e Ribeirão Yung se enquadra no limite entre as classes ondulado e
forte ondulado, tendendo para esta última. A declividade média destas bacias foi da
ordem de 21%. A declividade média influencia no comportamento das bacias
hidrográficas. Áreas com declividades elevadas, de relevo montanhoso, por exemplo,
aceleram as enxurradas e dificultam a infiltração de água no solo, sendo este um
fenômeno que depende do tempo. Ressalta-se que a declividade média apresenta pouca
aplicação prática em trabalhos de manejo de bacias. O mais aplicável é o zoneamento da
bacia em área de declividade, dentro de intervalos pré-estabelecidos e de acordo com as
necessidades de planejamento de uso racional do solo (VALENTE & GOMES, 2005).
A divisão da bacia em classes de declividade é especialmente importante quando se há
diferentes segmentos identificados no perfil longitudinal do curso d’água principal.
O índice de rugosidade, função da densidade de drenagem e declividade média,
teve pouca variação, sendo o valor de 48 representativo para as duas bacias (BCHT e
BCHY). Quanto maior for esse índice, maior será o risco de degradação da bacia. Desta
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forma, o valor encontrado sugere que as bacias BHCT, BHRR e BHRY possuem
susceptibilidade média de degradação.
Um tópico, particularmente especial, foi estudado com o objetivo de verificar o
estado de equilíbrio dos canais. Fundamentado na teoria de CUNHA (1978) que
possibilita avaliar o estado de equilíbrio dos canais através da variação da concavidade
de seus leitos, da observação dos diferentes comprimentos e inclinações para os
segmentos de primeira, segunda e terceira ordem, traçou-se os perfis longitudinais dos
canais principais das bacias e de alguns de seus afluentes. Verificou-se que o Ribeirão
das Rosas e o Córrego Teixeiras se aproximam mais da condição de equilíbrio, sendo
mais evoluídos até segmento que ocorre um mergulho acentuado, que provavelmente
decorre de descontinuidade litológica, por camada resistente de rocha ou estrutura.
Nestes casos, havendo heterogeneidade litológica, esta mudança abrupta de declividade
sugere presença de rochas mais resistentes e de terraços formados pela erosão das
menos resistentes. Por outro lado, o Ribeirão do Yung, sem mudanças abruptas de
gradiente, com declividade superior aos demais canais principais analisados, não
apresenta perfil côncavo, mesmo em direção a nascente, e, por isso se afasta mais da
condição de equilíbrio. Conforme esperado, pode-se observar através do perfil
longitudinal dos corpos hídricos do Córrego Teixeiras e Ribeirão das Rosas, mais de
três segmentos, com diferentes características e gradientes. Nos trechos superiores
predominou maiores declividades, próximo às cabeceiras, nos quais se destacam os
processos de erosão fluvial e, portanto, de produção de sedimentos. No curso médio dos
canais, devido a redução da declividade e, por conseqüência, a diminuição da
velocidade de escoamento da água, ocorre deposição de partículas maiores, que por sua
vez protegerão o fundo dos canais contra processos erosivos. No trecho inferior, de
baixa declividade, se processará a sedimentação ou abandono da carga sedimentar
oriunda dos processos erosivos que ocorreram nos trechos anteriores.
A solução para determinação da declividade longitudinal média considerando a
diferença de cotas entre 10% e 85% do comprimento total do canal dividida por 75% do
comprimento do canal permitiu uma melhor definição da declividade média
longitudinal. Recomenda-se aplicar este modelo em função das elevadas inclinações nas
cabeceiras da bacia de drenagem, onde se localizam as nascentes, e da tendência de
ocorrência de um nível de base regulado com o Rio Paraibuna na proximidade do ponto
de deságüe. Observou-se diferença muito significativa entre as declividades médias dos
cursos d’água das bacias BHCT, BHRR e BHRY em relação àquela verificada por
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DURY, G. H. (Org.), River and river terraces. Londres: Mac Millan & Co, 1970.
MILLER, G. T. Jr. Ciência Ambiental. São Paulo: Ed. Cengage Learning, 501p, 2008.