Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dificilmente nos damos conta da sensibilidade que temos sobre o nosso próprio corpo, uma
vez que ela está sempre presente em nossas vidas. A propriocepção é a capacidade de
reconhecer a localização espacial do corpo, identificando a posição relativa de uma parte do
corpo em relação à outra. Essa percepção permite, por exemplo, que se toque os dedos do
pé e o calcanhar com os olhos fechados. Ela é também fundamental para atividades
importantes como andar, coordenar os movimentos responsáveis pela fala, segurar e
manipular objetos, manter-se em pé ou posicionar-se pare realizar alguma atividade. A
propriocepção é o sentido que faz com que o nosso cérebro desenvolva um mapa interno do
corpo de modo que possamos fazer atividades sem precisar monitorar tudo visualmente o
tempo todo.
Nos músculos esqueléticos, existem sensores que registram o seu comprimento, os fusos
musculares. Como o comprimento muscular está relacionado com o ângulo das
articulações, esses sensores indicam também a posição relativa das partes do corpo. Cada
fuso é formado por fibras musculares delgadas, chamadas fibras intrafusais. Elas estão
ligadas a terminações nervosas sensitivas que se incorporam aos nervos espinhais ou ao
ramo mandibular do trigêmeo, chegando até o bulbo. As porções periféricas contráteis das
fibras musculares intrafusais são inervadas por motoneurônios gama.
A percepção da posição relativa das diferentes partes do corpo entre si é dada, em grande
parte, pelos sinais gerados nos fusos musculares e nos receptores articulares que chegam ao
córtex parietal posterior. A coordenação das posturas e dos movimentos pelo sistema
nervoso central depende em grande parte dos sinais gerados nos fusos musculares que
atingem o cerebelo. As reações motoras somáticas à estimulação proprioceptiva muscular
resultam da mobilização direta ou indireta dos neurônios motores somáticos por esses
sinais.
Experimento:
Faremos um experimento para testar a hipótese de que os fusos do músculo bíceps podem
informar a posição do antebraço com relação ao braço, bem como produzir respostas
motoras evidentes.
Materiais e Métodos:
Precisaremos de um voluntário, de um ajudante, de um massageador manual (60 Hz), de
um pedaço de corda e de uma venda para os olhos.
Um voluntário deve, de olhos vendados, manter seus braços em posição semifletida sobre
uma mesa. O braço esquerdo será preso com uma corda, e o ajudante segura a outra ponta
da corda.
O voluntário deve tentar reproduzir com o braço livre qualquer movimento que ele sinta no
braço preso. O ajudante deverá avaliar qualquer alteração na força de tração na corda.
Devem ser produzidos microestiramentos repetidos do músculo bíceps do braço preso
vibrando o tendão com um massageador. Observe qualquer movimento realizado com o
braço livre.
Perguntas orientadoras:
O que o voluntário sentiu e o que estava acontecendo com o braço preso durante o período
de estimulação?