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Balança Comercial Favorável: ter o valor das

exportações superior ao das importações


Corsário: navio particular a dar caça aos
navios de uma nação inimiga.

Apontamentos de História nº 2
Mercantilismo
- teoria económica enunciada nos séculos XVI e XVIII
- defende que a principal riqueza de um Estado é a quantidade de metais preciosos
(metalismo)
- é necessário ter uma balança comercia favorável
- mercantilismo é uma corrente económica protecionista.

Política económica protecionista


- procura impedir a livre iniciativa e a livre circulação de produtos
- são criados impostos alfandegários sobre os produtos estrangeiros ou criam-se leis que
impedem a sua importação
- para desenvolver a produção interna o Estado cria leis favoráveis, subsídios e criam, também,
monopólios

Mercantilismo em França
- objetivos: crescimento económico e afastamento definitivo da concorrência dos holandeses
- o mercantilismo foi introduzido em França por Jean-Baptiste Colbert
- a sua política económica tinha como base o desenvolvimento das manufaturas e a elaboração
de pautas aduaneiras protecionistas
- criação de novas indústrias
- importação de novas técnicas
- recurso à mão de obra estrangeira
- criação de manufaturas Reais
- controlo da atividade industrial
- desenvolvimento da frota mercante e da marinha de guerra

O colbertismo foi fortemente dirigista e estatal e fracassou na tentativa de criar uma balança
comercial positiva, porque se esqueceu da agricultura.
- não criou condições para o desenvolvimento de um mercado interno
- dificuldade em demasia na iniciativa privada, havia demasiada dependência do Estado
- incrementou os gastos com a corte, a defesa e os apoios à indústria

Colbert foi objeto de constatação em França, mas as suas ideias foram o modelo mercantilista
mais adotado pelos países europeus.

Mercantilismo em Inglaterra surgiu no século XVI


- objetivos: proteger a economia britânica da expansão comercial holandesa e desenvolver
relações económicas que atraíssem à Inglaterra metais preciosos a que não tinha
acesso direto
- atingiu o seu apogeu o seu apogeu no período “Long Parliament” (1640-1660)
- direcionou-se para o fomento industrial e o comércio externo
- o controlo do governo sobre a economia doméstica era menor que no resto da Europa,
devido à tradição da Common Law e o progressivo poder do parlamento
- foram instauradas taxas alfandegárias sobre as importações e subvenções de exportação
- foi proibida a exportação de algumas matérias primas – Atos de Navegação
Atos de Navegação lei protecionista decretada a 1651 por Oliver Cromwell
- regulavam o comércio internacional de Inglaterra, bem como o comércio conforme a teoria
económica do mercantilismo
- as colónias forneciam matérias-primas para a indústria britânia e, em troca desse mercado
garantido, as colónias comprariam bens manufaturados da Grã-Bretanha
- determinavam que mercadorias negociadas com a Inglaterra só poderiam ser transportadas
em navios ingleses e com, no mínimo, ¾ da população formada por ingleses
- proibiram as colónias de exportar produtos para países e colónias que não fossem britânicos
e determinavam ainda que as importações fossem originárias apenas na Grã-Bretanha

Os Atos de Navegação favoreceram o crescimento da marinha mercante, o desenvolvimento


do comércio e fomentaram a expansão colonial Inglesa. Isto transformou Londres num grande
entreposto de mercadorias coloniais, ultrapassando Amesterdão.

Conflitos Imperialistas
A luta económica entre a Holanda e Inglaterra deu origem a três conflitos anglo-ingleses, em
que os holandeses perderam as colónias na América e parte das do Oriente. Porém, quando
Guilherme III sobre ao trono, em 1688, a Holanda passa de inimiga a aliada de Inglaterra.

França e a Inglaterra depois de derrubarem a Holanda com êxito, disputavam a hegemonia


marítima e colonial. Houve vários conflitos mas acabaram por terminar com o Tratado de Paris
(1763), a França perdeu muitas das suas possessões (Canadá, na América, Senegal, etc.) e a
Inglaterra passou a ser a maior potência colonial e marítima do mundo.

Capitalismo Comercial
Século XVII

Dinamismo Económico Tolerância Liberdade política e comercial

Império Holandês Império Inglês

Desenvolvimento do capitalismo comercial

Investimento de capitais acumulados – aumento dos lucros

- Companhias Comerciais
- Bancos
- Bolsa de Valores
Medidas Mercantilistas
Fomento das Exportações Diminuição das Importações
- apoio à criação de manufaturas - aplicação de taxas elevadas a produtos
- concessão de monopólios comerciais importados
- criação de companhias de comércio - proibição da entrada de produtos de
- investimento na frota mercante luxo – Leis Pragmáticas

Condições do Sucesso Inglês


- abundantes recursos minerais, como o ferro, essencial para alimentar a máquina a vapor
- vasta rede natural de comunicações, com rios navegáveis e bons portos
- ambiente estimulador de competição, que levou à criação de várias invenções mecânicas
- acentuada expansão demográfica, aparecendo mais consumidores e mão de obra
- setor agrícola em modernização, com novas técnicas de cultivo mais produtoras
- mercado interno extenso, com a eficaz rede de transportes e liberto de entraves aduaneiros
- setor manufatureiro desenvolvido, que deu origem à 1ª experiência de industrialização
- sistema financeiro estável, com um banco credível, bolsas de valores ativas, etc.
- sistemas político e cultural liberais, abertos à mudança e ao progresso
- participação no comércio triangular e desenvolvimento do comércio externo
- avultados lucros e acumulação de capital

Inovação Agrícola
- supressão do pousio – afolhamento quadrienal: trigo, nabos, trevo, cevada
- prática do emparcelamento de terras e dos enclosures, protegendo as terras com vedações
- seleção de sementes e animais reprodutores
-aumento da criação de gado

Crescimento Demográfico e Urbanização


- quebra da mortalidade, devido a:
- melhoria das condições sanitárias e higiénicas
- progressos na medicina (primeiras vacinas, obstetrícia, construção de hospitais, etc.)
- melhoria na alimentação
- melhoria nas habitações
- aumento da taxa de natalidade, devido a:
- descida da idade de casamento (dos 27 para 23-24)
- transformações agrícolas e industriais

Crescimento Demográfico Desenvolvimento Económico

Na década de 40 do século XIX, em Inglaterra, a percentagem da população urbana já


ultrapassava a da população rural, e as cidades cresceram em número e em densidade
populacional. Inglaterra passou a ser a região mais urbanizada da Europa, marcando a sua
entrada na era industrial.

Afirmação do mercado interno unificado


Inglaterra era o país com maior rendimento per capita e com distribuição de riqueza mais
equilibrada. O mercado interno era coerente devido a vários fatores:
- dinamismo agrícola, comercial e industrial
- abolição das alfândegas internas
- revolução dos transportes
- vias de comunicação melhoradas
- boa rede hidrográfica, foi construído um sistema de canais
- ampliação e melhora da rede de estradas, introdução do macadame na pavimentação
- a crescente população urbana fez aumentar o consumo
Inovações Técnicas Produtividade Consumo Exportações Lucros

Sistema Política e Mentalidade Empreendedora


- sistema governativo estável Sociedade de Consumo de Massas
- burguesia ativa e empreendedora
- influência dos landlords com mentalidade virada para o lucro e investimento

O mercado externo e colonial


- alargamento do mercado colonial
Para as colónias escoava-se os
- das colónias vinham as matérias-primas, graças ao
produtos manufaturados
trabalho escravo e ao regime de exclusivo colonial

Os lucros acumulados do comércio colonial eram reinvestidos nas atividades económicas,


dinamizando o capital. As exportações para os restantes países europeus aumentaram.

O dinamismo do comércio externo e colonial deram à Inglaterra capacidade de dispor de


produtos variados para o consumo e para a exportação

Tabaco da Virgínia Açúcar da Jamaica Algodão Chá Escravos

Vitalidade da cidade de Londres


Prosperidade Financeira A atividade financeira consolidou-se
- criação do Banco de Inglaterra (1694) - acumulação de metais preciosos
- operações correntes - estabilidade da libra esterlina
- emissões de notas - criação de bancos privados
- criação da Bolsa de Valores de Londres

Esta estabilidade permitiu canalizar recursos para o desenvolvimento económico


- Londres tornou-se o centro da finança inglesa
- a disponibilidade financeira criou as condições necessárias para a inovação e sucesso

O Arranque Industrial
Esta prioridade inglesa acontece por razões como:
- a abundância de matérias-primas
- mão de obra abundante
- inventos técnicos, como o tear mecânico e a máquina a vapor
- boas vias de comunicação
- burguesia e nobreza dinâmicas e empreendedoras
- existência capitais para investir

A 1ª fase da Revolução Industrial assentou: - aplicados na indústria têxtil do algodão


- no uso do carvão como fonte de energia - aplicados no setor da metalurgia
- no uso de ferro como matéria-prima
- na utilização da máquina a vapor A indústria têxtil do algodão foi o primeiro
arranque da Revolução Industrial.

Inovações do setor têxtil


- spinning-jenny, em 1770, que permitia fiar o algodão
- tear mecânico, em 1785
- etc.
O setor metalúrgico foi o 2º setor de arranque da indústria
- a máquina a vapor foi adaptada ao setor metalúrgico
- a aplicação de técnicas permitiram a utilização do coque e carvão mineral, obtido através da
hulha que atinge elevadas temperaturas
- o carvão de coque foi utilizado ma fundição do ferro, que já existia em abundância

A revolução industrial designa a transformação ocorrida com a introdução da máquina a


vapor nos métodos e organização de produtos e bens. A economia agrária e manufatureira foi
substituída pela economia industrial.

Portugal – dificuldade e crescimento económico


Características gerais a economia portuguesa
- exploração dos recursos do territórios que constituíam o império
- o desenvolvimento interno e produtivo era preterido pela atividade do comércio ultramarino
- a base da economia da economia portuguesa era o comércio do Atlântico
- a economia nacional tinha um caráter essencialmente comercial

As riquezas que afluíam ao reino açúcar, tabaco, madeiras e produtos do Oriente

Crise económica de 1670-1690


Fatores
- guerras da Restauração e despesas elevadas acentuaram a dependência face à Inglaterra
- as navegações portuguesas sofreram ataques de corsários
- as exportações de sal e vinho enfrentaram concorrência estrangeira
- a adoção de medidas mercantilistas em Inglaterra e França fecharam os portos a Portugal

Política Mercantilista em Portugal


Objetivos
- dinamizar a economia nacional
- responder às dificuldade conjunturais
- assegurar as necessidades internas
- evitar as importações
- aumentar as importações

Duarte Ribeiro de Macedo foi um defensor das novas ideias:


- introdução de manufaturas para diminuir as importações
- promoção de uma política de racionalismo económico
- adoção de medidas para evitar a fuga de metais preciosos
- adoção de políticas para evitar a dependência face ao estrangeiro

O 3º Conde da Ericeira, o Colbert Português, adotou as seguintes medidas:


- promulgação das Pragmáticas, que proibiam a importação de produtos de luxo
- criação de manufaturas e reorganização de fábricas antigas
- concessão de privilégios
- proibição da importação de matérias primas
- publicação de regimentos para regulamentar a produção e qualidade
- contratação de artífices estrangeiros
- criação de companhias comerciais, para o comércio colonial, em regime de monopólio
No início da década de 90 do século XVII foi descoberto ouro brasileiro, e entre 1697-1750,
Portugal viveu um período de relativa prosperidade:
- aumentou a moeda em circulação
- possibilitou o recurso às importações
- contribuiu para o abandono das políticas de fomento da produção interna
- não diminuiu o défice comercial que passou a ser pago com o ouro brasileiro

Tratado de Methuen
Em 1703, as relações económicas entre Portugal e Inglaterra foram marcadas pela assinatura
do Tratado de Methuen. Segundo este tratado:
- a Inglaterra permitia a importação dos vinhos portugueses em condições alfandegárias
- Portugal consagrava a admissão, sem restrições, aos têxteis britânicos no mercado português

Consequências do tratado:
- considerado por muitos o atraso do desenvolvimento das manufaturas em Portugal e da
dependência económica em relação à Inglaterra
- aumentou o défice da balança comercial portuguesa
- os entraves à importação deixaram de ser respeitados
- Inglaterra acabou por receber ¾ das remessas do ouro brasileiro
- Portugal abandonou a sua política mercantilista

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