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Reforma e Contra-Reforma
sobre História Por Algosobre
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No início do século XVI, a mudança na mentalidade das sociedades européias repercutiu também no
campo religioso. A Igreja, tão onipotente na Europa medieval, foi duramente criticada.
A instituição católica estava em descompasso com as transformações de seu tempo. Por exemplo,
condenava o luxo excessivo e a usura.
Além disso, uma série de questões propriamente religiosas colocavam a Igreja como alvo da crítica da
sociedade: a corrupção do alto clero, a ignorância religiosa dos padres comuns e os novos estudos
teológicos.
As graves críticas a Igreja já não permitiam apenas consertar internamente a casa. As insatisfações
acumulram-se de tal maneira que desencadearam um movimento de ruptura na unidade cristã: a Reforma
Protestante.
Assim, a Reforma foi motivada por um complexo de causa que ultrapassaram os limites da mera
contestação religiosa. Vejamos detalhadamente algumas dessas causas.
Com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos, e um
clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre os cristãos europeus. Surgia, assim,
uma nova vontade individual de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres.
Desse novo espírito de interiorização da religião, que levou ao livre exame das Escrituras, nasceram
diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos citar, por exemplo, uma corrente
religiosa que, apoiada na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação do homem seria alcançada
somente pela fé. Essas idéias opunham0se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de
Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela fé e pelas boas obras.
Corrupção do Clero
A Igreja católica, durante o período medieval, condenava o lucro excessivo (a usura) e defendia o preço
justo. Essa moral econômica entrava em choque com a ganância da burguesia. Grande número de
comerciantes não se sentia à vontade para tirar o o lucro máximo nos negócios, pois temiam ir para o
inferno.
Os defensores dos grandes lucros econômicos necessitavam de uma nova ética religiosa, adequada ao
espírito capitalista comercial. Essa necessidade da burguesia foi atendida, em grande parte, pela ética
protestante, que surgiu com a Reforma.
Sentimento nacionalista
Com o fortalecimento das monarquias nacionais, os reis passaram a encara a Igreja, que tinha sede em
Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que interferia em seus países. A Igreja, por seu lado,
insistia em se apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão.
Essa noção de universalidade, entretanto, perdia força à medida que crescia o sentimento nacionalista.
Cada Estado, com sua língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em afirmar as diferenças
do que as semelhanças em relação a outros Estados. A Reforma Protestante correspondeu a esses
interesses nacionalistas. A doutrina cristã dos reformadores, por exemplo, foi divulgada na língua nacional
de cada país e não tem latim, o idioma oficial da Igreja católica.
Contra-Reforma
Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja católica foi punir os rebeldes, na
esperança de que as idéias reformistas não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a unidade
perdida. Essa tática, entretanto, não obteve bons resultados. O movimento protestante avançou pela
Europa, conquistando crescente número de seguidores.
Diante disso, ganhou força um amplo movimento de moralização do clero e de reorganização das
estruturas administrativas da Igreja católica, que ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-
Reforma. Seus principais líderes foram os papas Paulo III (1534-1549), Paulo IV (1555-1559), Pio V
(1566-1572) e Xisto V (1585-1590)
Um conjunto de medidas forma adotadas pelos líders da Contra-Reforma, tendo em vista deter o avanço
do protestantismo. Entre essas medidas, destacam-se a aprovação da ordem dos jesuítas, a convocação
do Concílio de Trento e o restabelecimento da Inquisição.
No ano de 1540, o papa Paulo III aprovou a criação da ordem dos jesuítas ou Companhia de Jesus,
fundada pelo militar espanhol Inácio de Loyola, em 1534.
Inspirando-se na estrutura militar, os jesuítas consideravam-se os "soldados da Igreja", cuja missão era
combater a expansão do protestantismo. O combate deveria ser travado com as armas do espírito, e para
isso Inácio de Loyola escreveu um livro básico, Os Exércitos Espirituais, propondo a conversão das
pessoas ao catolicismo, mediante técnicas de contemplação.
A criação de escolas religiosas também foi um dos instrumentos da estratégia dos jesuítas. Outra arma
utilizada foi a catequese dos não-cristãos, com os jesuítas empenhando-se em converter ao catolicismo os
povos dos continentes recém-descobertos. O Objetivo era expandir o domínio católico para os demais
continentes.
Concílio de Trento
No ano de 1545, o papa Paulo III convocou um concílio (reunião de bispos), cujas primeiras reuniões
foram realizadas na cidade de Trento, na Itália. Ao final de longos anos de trabalho, terminados em 1563,
o concílio apresentou um conjunto de decisões destinadas a garantir a unidade da fé católica e a disciplina
eclesiástica.
Reagindo às idéias protestantes, o Concílio de Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica,
como por exemplo:
I. a salvação humana: depende da fé e das boas obras humanas. Rejeita-se, portanto a doutrina da
predestinação;
II. a fonte da fé: o dogma religioso tem como fonte a Bíblia (cabendo à Igreja dar-lhe a interpretação
correta) e a tradição religiosa (conservada e transmitida pela igreja). O papa reafirmava sua posição de
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