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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

PROCESSO DE SELEÇÃO DO PPE – TURMA 2021 DOUTORADO EM


EDUCAÇÃO

O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS EM


ESCOLAS DO CAMPO MODALIDADE DE TEMPO INTEGRAL
PONTAL DO PARANAPANEMA – SP

Marcelo Silva de Brito


marcelobrito@prof.educacao.sp.gov.br

Linha de pesquisa: Políticas e Gestão da Educação

Orientadores: Prof.ª Dr.ª MARIA LUISA FURLAN COSTA


Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo desenvolver atividades pedagógica usado a
tecnologia para ser utilizado como ferramenta do processo de ensino
aprendizagem, nas aulas de ciências para alunos do ensino fundamental II da
escola Estadual Bairro Santa Rita do Pontal, que atende alunos provenientes de
assentamento de reforma agrária e do distrito rural onde está localizada a escola.
O uso de tecnologias tem se tornado uma das grandes facilidades para os alunos
do Século XXI. Essa facilidade pode ser usada no processo de ensino-
aprendizagem através de usos da tecnologia no processo educacionais. As
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) trazem um novo modelo para
educação, possibilitando novos caminhos para os educandos. A maioria dos
alunos do campo já detém conhecimento considerável quanto ao uso do celular,
sabendo baixar aplicativos de jogos e outros tipos de programas. A utilização do
aplicativo por nós sugerido na sala de aula, ao trabalharmos o conteúdo de
ciências que está dentro do plano de aula da escola, onde esse conteúdo
retratará a realidade do campo na ausência de laboratório de ciências podendo
trabalhar com o tema como agroecologia, permitindo uma melhora no ensino
de ciências, possibilitando ao aluno retratar a sua realidade como habitante da
zona rural e, neste caso específico, morador de assentamento de reforma
agrária..

Palavras-Chave: Aplicativo de celular. Tecnologia. Educação do Campo.

Maringá
2021
Introdução
Está projeto de pesquisa será parte integrante do Programa de
doutorado em Doutorado em Educação para a Ciência e a Matemática pela
Universidade Estadual de Maringá, campus de Maringá. Sou Mestre em
Educação pela (UNESP) Bauru e licenciado em Ciências biológicas pela
Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), pós-graduado em Educação no
campo pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR. Atualmente atuo
como professor de Ciências e biologia na Escola Estadual Integral Bairro Santa
Rita do Pontal, a qual atende cerca de 190 alunos. Na escola, durante o período
da manhã funciona a rede municipal que oferece o ensino primário e
fundamental I (1ª ao 5ª ano). No período da tarde é oferecido pela rede estadual
de educação o ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), na modalidade tempo
Integral e a noite o ensino médio (1ª ao 3º ano). A escola está localizada no
Bairro rural Santa Rita do Pontal que atende alunos de 5 assentamentos que
teve sua origem através da organização de Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), os quais lutaram pela posse das terras devolutas.

A partir da análise, dos dados dos indicadores de Avaliações externas


no Ensino Fundamental II a EE Bairro Santa Rita do Pontal, apresenta as metas
e resultados a seguir: Ano de 2018 meta 3,15 e resultado 3,33; Ano de 2019
meta 3,56 e resultado 2,98; Meta para 2020 3,56. Os indicadores de
desempenho por níveis de proficiência no ano de 2019, apresenta os dados a
seguir: Língua Portuguesa 42,9% abaixo do básico, 35,7% básico, 14,3% no
adequado e 7,1% no avançado. Matemática: 42,9% abaixo do básico, 21,4%
básico, 35,7% adequado e 0% do avançado, considerando- se assim, um alto
nível de alunos no abaixo do básico. No ano de 2016 e 2017, o aluno Luiz
Henrique Mendes foi premiado no concurso Grêmio Estudantil, sobre alguma
ação realizada para fazer um vídeo e postar no youtube, também foi premiado
com Menção Honrosa, da OBMEP – Olimpíada Brasileira de matemática. No
Ano de 2019 a aluna Aline Teles Garcia Marin foi premiada pela Olimpíada
Nacional de Ciências (ONC), com medalha de bronze.
A luta no Pontal do Paranapanema – localidade regional da escola - foi marca
por resistência, permanência, expulsão e conflitos entre fazendeiros e Sem
Terras. Os fazendeiros faziam ameaças de morte e destruíam as lavouras e os
barracos do acampados. No início, em julho de 1980 a construção das duas
usinas Hidrelétricas na região possibilitou a imigração de milhares de
trabalhadores (cerca de 30 000). Nos anos de 1982 e 1983 ocorreu uma grande
demissão desses trabalhadores. Muitos deles foram obrigados a buscar novas
oportunidades em outra parte do Brasil, mais uma parte significativa desses
trabalhadores recusaram-se a ir e começaram a ocupar as terras devolutas do
Pontal do Paranapanema. A primeira ocupação ocorreu dia 15 de novembro de
1893, quando um grupo de trezentos e cinquenta trabalhadores ocuparam duas
fazendas a Tucano e a Rosanela, ambas localizadas no município de Teodoro
Sampaio, sendo que um desses 350 era meu avô, já falecido e conhecido como
seu Floviano Ferreira de Brito, um dos militantes do MST, que tanto fez para a
conquista da terra., Mas no dia 21 de Novembro os trabalhadores acampados
foram retirados da ocupação por determinação do juiz da comarca de Teodoro
Sampaio. Assim os trabalhadores acamparam à beira da rodovia SP 613, em
frente às fazendas tucano/Rosanela Tal acampamento dos Sem Terra, possuía
quatrocentos e quarenta famílias, sendo que destes, 46.50% eram
desempregados das obras da construção das Hidrelétricas de Rosana, 37.50%
eram trabalhadores temporários da Destilaria Alcídia e 16.00% eram ribeirinhos,
posseiros e desabrigados da última enchente do Rio Paranapanema. Nos meses
de julho e agosto de 1984 os 440 trabalhadores rurais foram transferidos e
assentados numa área de 13. 310 hectares, a desapropriada para utilidades
pública, pelo governo paulista. Após a divisão da gleba em lotes uma parte foi
destinada para agricultura e a outra para pecuária. Foram feitos sorteios sendo
minha avó sorteado com um lote de 7 alqueires, onde viviam 13 integrantes da
família Brito. Ele começa a produzir e a criar nossos próprios animais. Assim
começam a ser criadas as primeiras associações que eram formadas por grupos
de assentados que buscavam avanços na produção agrícola e na pecuária.

No que tange a minha trajetória, iniciei o curso de Licenciatura Plena em Ciências


biológicas no ano de 2004, com o anseio de trabalhar em escolas públicas do
campo para desenvolver atividades e possibilitar o ensino de qualidade em
escola pública rural através de práticas inovadoras que possibilitem a melhoria
do ensino da escola pública.

Sou filho de acampados e hoje assentado no município de Rosana. O


que me estimulou a pesquisar a educação básica foi o sonho de melhorar as
condições de ensino e do espaço escolar nas escolas do campo.
Sempre estudei em escola do campo, no assentamento Gleba XV de Novembro,
e sempre presenciei a dificuldades dos alunos de escola do campo na questão
de transporte e infraestrutura e foi no ensino médio que comecei a me preocupar
com a qualidade do ensino das escolas rurais.
Minha infância foi marcada por muitas dificuldades para frequentar a escola, mas
sempre me interessei pela tecnologia e o que ela pode fazer para transformar o
ensino e o aprendizado através de jogos e aplicativos.

Leciono há 3 anos a disciplina de Ciências na escola pública do campo, nas


séries finais do ensino fundamental - do 6º ao 9º ano - no colégio estadual Prof.ª
Maria Antônia Zangarini Ferreira Atualmente removi meu cargo para de ciências
para a escola Estadual de tempo integral Bairro Santa Rita do Pontal onde
leciona 3 disciplinas sendo elas Ciências, Praticas Experimentais e eletiva. É
nesta escola, já citada por mim, onde desenvolverei atividades com uso da
tecnologia e métodos que poderão facilitar o aprendizado na disciplina de
ciências. Destacarei, particularmente, o uso de aplicativos de celular para
auxiliar os alunos no processo de ensino aprendizagem.

Assim, esse projeto de doutorado e uma continuação do mestrado


realizado na Unesp, que almeja apresentar algo voltado para a tecnologia no
ensino de Ciências, produzindo um aplicativo de celular para os alunos usarem
em sala de aula, o que pode facilitar tais aulas e auxiliar o ensino aprendizagem
dos alunos. Esse aplicativo é de baixo custo e acessível a todos os estudantes,
além de poder ser usado com ou sem internet.

O desafio é direcionarmos as novas tecnologias para o processo de ensino-


aprendizagem escolar, despertando nos alunos o interesse dos conteúdos
através das tecnologias atuais.

O Ensino de Ciências passa por transformações significativas


onde são colocadas orientações para todos os estados
brasileiros através dos PCNs (Parâmetros Curriculares
Nacionais), que mesmo sendo pouco empregados, servem
como base para a construção de um currículo local. Estes
constituem as formas de aprendizado por competências e
habilidades, e, sugerem o uso das tecnologias de comunicação
e informação, para assim, criar habilidades interdisciplinares
num contexto transdisciplinar (FILIPOUSKI e KEHRWALD,
2012).

Portanto, depois de descrever as passagens que me fizeram chegar à


construção dessa pesquisa e atento ao pensar o caminho por mim percorrido, o
presente projeto que tem como objetivo a construção de uma pratica pedagógica
que possibilite um ensino aprendizagem de qualidade, pude refletir sobre a
possibilidade de se produzir algo que melhorasse o desempenho dos alunos
durante as aulas de ciências.

Justificativa:
O projeto de pesquisa tem a finalidade de trazer a tecnologia e uso de
aplicativos para dentro da escola do campo e proporcionar um ensino
aprendizagem de qualidade e atrativos aos alunos, pretendesse com o a
pesquisa desenvolver atividades com os alunos do 9º ano do ensino fundamental
II um aplicativo onde o mesmo terá conteúdos que aborde a realidade do campo
com o mesmo objetivo da proposta curricular do estado de São Paulo que e
garantir as competências e habilidades do ensino, esse aplicativo será aplicado
junto aos alunos nas aulas de ciências. Os primeiros passos e a criação de um
aplicativo é ter uma imaginação. Os aplicativos servem para resolver problemas
rotineiros da sociedade. Os problemas estão por toda parte e, para identificar
uma questão a ser solucionada, é preciso realizar um processo de
1brainstorming.

1
Brainstorming significa tempestade cerebral ou tempestade de ideias. É uma expressão inglesa
formada pela junção das palavras "brain", que significa cérebro, intelecto e "storm", que significa
tempestade.
O brainstorming é uma dinâmica de grupo que é usada em várias empresas como uma técnica
para resolver problemas específicos, para desenvolver novas ideias ou projetos, para juntar
informação e para estimular o pensamento criativo.
Para isso, o ideal é fazer um levantamento dos conteúdos e atividades, e
busca ideia de que posso melhorar as aulas de ciências com o uso do aplicativo
e, a partir disso, pensar em possíveis soluções. Além de identificar a demanda,
é preciso fazer a validação da ideia, verificando se ela é real e procurando
entender como ela será desenvolvida. Nesse primeiro momento, é preciso
procura os conteúdos que contemple a realidade do campo na proposta
curricular de ciências do estado de São Paulo para se basear no que o aplicativo
irá oferecer ao educando, Depois de confirmar a escolha do tema do aplicativo
e as competências e habilidades a que ele vai atender o segundo passo é definir
as principais características do app.

Objetivos:
O objetivo desta pesquisa é elaborar um aplicativo de celular para aulas de
ciências, o qual poderá potencializar o ensino aprendizagem através de
conteúdos que retratem a realidade dos alunos do campo para que eles possam
utilizar a novas tecnologias que a humanidade contemporânea detém.

Elaboração do problema da pesquisa:


A utilização da tecnologia (ou das tecnologias) para integrar as diferentes
disciplinas e facilitar o aprendizado, tornando-o mais flexível e inter-relacionado.
Porém, essa integração via tecnologia não implica em um ensino mais crítico
obrigatoriamente, pois não se discute a forma como as tecnologias estão sendo
apropriadas e inseridas no contexto educacional. Além disso, a integração via
tecnologias depende também da reestruturação do sistema escolar, condição
apontada por alguns pesquisadores, como Bernstein e Newberry, para o êxito
da integração e da implantação da educação tecnológica.

Fundamentação teórica
Segundo SAVIANI 2003, educação é um acontecimento próprio dos seres
humanos, portanto o homem em vez de se adaptar a natureza ele a transforma
através do trabalho, nesse aspecto o processo de produção de sua
representação mental dos objetos incluindo o conhecimento das propriedades
do mundo real (ciências), de valorização (ética) e de simbolização (arte).
A natureza da educação se esclarece quando há um fenômeno onde ao
mesmo tempo se tem a presença do professor e do aluno, sendo o ato de dar
aula é inseparável da produção de consumo tendo a produção feita pelo
professor e consumida pelo aluno.
Um outro contexto utilizado por Saviani (2003) e que a natureza não e dada a
priori, ou seja, o homem constrói a sua própria natureza. Nessa perspectiva, a
atividade, de uma forma direta e intencional, constrói em cada indivíduo a
humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos
homens.
No método educativo em espaço de ensino, os conhecimentos e
habilidades são transferidos para as crianças, jovens e adultos sempre com o
objetivo desenvolver o raciocínio, ensinar a pensar sobre diferentes problemas,
auxiliar no crescimento intelectual e na formação de cidadãos capazes de gerar
transformações positivas na sociedade.
Recentemente, a legislação educacional brasileira oferece uma grande
base legal para a implementação de políticas públicas distintas para os
moradores rurais que frequentam escola do campo e que desenvolvem
atividades no meio rural, sendo muitas conquistadas com a presença dos
movimentos sociais do campo, mas lembrado que essas conquistas muitas das
vezes não são aplicadas devido a fala de equipamento tecnológicos para um
ensino aprendizagem renovador.
Podemos definir a educação do campo como uma modalidade de
educação que ocorre em espaços denominados rurais.
A educação das pessoas que vivem no campo sempre foi objeto da luta
por maiores direitos, que garantam aos camponeses a mesma educação
destinada as pessoas da cidade. Segundo a Constituição Brasileira (BRASIL
1988) a educação passa a ser direito de todos e um dever do estado e da família
sendo assim a educação do campo é um direito dos povos que vivem no campo.
A Constituição de 1988 foi resultado e uma luta popular que emergiu
contra a ditadura e restabeleceu a democracia. Nesse contexto, a luta
pela terra possibilitou a formação de uma concepção democrática de
educação, em que os seus protagonistas propuseram e levaram a cabo
o direito de ter uma escola que contribua de fato para o
desenvolvimento do campo. (FERNANDES, 2009, p. 143)
A nova LDBEN (BRASIL,1996) regulamenta o ensino escolar, expande seu
sentido de abrangência considerando que a educação está relacionada ao
mundo do trabalho e à prática escolar. Em seu Capítulo II, artigo 28 ela aborda
sobre a legitimação da educação do campo que: Permite a adaptação à
educação básica às peculiaridades da zona rural e de cada região, tendo
especificamente: conteúdos curriculares e metodologia apropriada às
necessidades reais e interesses e condições climáticas; adequação à natureza
do trabalho (DORNAS; 1997).
Portanto, tal documento revela um objetivo maior em relação à inclusão
da educação em todos os níveis, buscando uma integração da educação escolar
com as experiências cotidianas do educando, de acordo com sua origem, seus
costumes e seus valores, numa perspectiva integradora escola/campo.
É certo que a educação é o instrumento de formação do ser humano
desde o momento em que ele vem ao mundo. Por meio da educação, o ser
humano capacita-se a desenvolver sua cultura, ser participativo e reflexivo em
suas atividades profissionais e sociais, relacionando-se socialmente com o
mundo que o cerca. A educação do campo, direcionada à população rural,
realiza-se sob diferentes iniciativas: por meio da educação formal, que se refere
à escolarização da referida população nos diferentes níveis de ensino,
organizada pela rede pública, privada ou comunitária, e por meio da educação
que parte da iniciativa de movimentos sociais, ONGs, pastorais, instituições de
assistência técnica e de pesquisa, entre outras entidades da sociedade civil.
Faz-se necessário mencionar os Princípios da Educação do Campo, que,
segundo destaca Ramos, Moreira e Santos (2005, p. 40), constituem a Política
Educacional do Campo:
I - O Princípio Pedagógico do papel da escola enquanto formadora de
sujeitos articulada a um projeto de emancipação humana, que se refere
a uma educação que deve contemplar os sujeitos que possuem
peculiaridades, as quais devem ser preservadas, sendo incorporadas
nos currículos escolares, com ênfase na emancipação dos sujeitos do
campo, visando à valorização das experiências de vida e, ao mesmo
tempo, ampliando os conhecimentos que se fazem necessários na
formação do sujeito. II – O Princípio Pedagógico da valorização dos
diferentes saberes no processo educativo nos diz que cabe à escola
resgatar a diversidade cultural que cada educando traz consigo,
valorizando esses saberes e transformando-os em instrumentos
capazes de contribuir no processo educativo. A pesquisa surge como
um importante aliado à educação do campo, pois valoriza os saberes
locais, ampliando-os. III – O Princípio Pedagógico dos espaços e
tempos de formação dos sujeitos da aprendizagem coloca que o
conhecimento se dá nos diferentes espaços sociais, cabendo à escola
sistematizar, analisar e sintetizar as diferentes formas de saberes que
surgem, ampliando-os e relacionando-os com a sociedade em que os
sujeitos estão inseridos. IV – O Princípio Pedagógico do lugar da
escola vinculada à realidade dos sujeitos mostra-nos que a escola
deve ir ao encontro dos sujeitos, valorizando suas experiências de vida
e, paralelamente, proporcionando-lhes momentos de reflexão e de
análise, a fim de que sejam capazes de selecionar seu modo de vida.
V – O Princípio Pedagógico da educação como estratégia para o
desenvolvimento sustentável tem como base a participação coletiva da
população do campo, nas gestões políticas e comunitárias,
considerando sua diversidade e buscando um desenvolvimento
humano amparado na construção de uma cidadania, que coloque o
sujeito do campo como protagonista principal do processo produtivo
socioeconômico, respeitando a sustentabilidade ambiental. VI – O
Princípio Pedagógico da autonomia e colaboração entre os sujeitos do
campo e o sistema nacional de ensino atribui às políticas públicas a
missão de respeitar a heterogeneidade existente nos povos do campo,
formulando parâmetros diferenciados e específicos para cada região,
buscando atender suas necessidades particulares.
Atualmente o uso das novas tecnologias na educação do campo também
se faz necessário, em virtude das modificações socioeconômicas ocorridas na
sociedade contemporânea. O jeito de pensar e o modo de comportamento das
crianças é influenciado pelo conjunto social em que elas estão inseridas. O
emprego de software, jogos virtuais, aplicativos educacionais no ambiente
escolar necessitam ser embasadas em objetivos educativos claros e
selecionados pelo potencial pedagógico que possuem. As ferramentas
tecnológicas enriquecem e completam a diversidade de materiais e contextos de
aprendizagem. Esses recursos necessitam ser usados de forma interligada a
outras atividades e não as substituindo.
Neste sentido, o uso das TIC nas instituições de ensino vem tornando se
uma necessidade. Segundo Melo (2005, p. 57),
com o avanço desse conhecimento nos processos de ensino e de
aprendizagem, se tornaram imprescindível a inserção do professor nas
novas competências e habilidades que utilizam recursos tecnológicos.
Mas, quando a instituição de ensino não conta com recursos para a
obtenção de computadores para desenvolver práticas envolvendo
tecnologia, prevalecem os dispositivos pertencentes aos estudantes,
como, por exemplo, tablets e smartphones.
Assim, pelos motivos até aqui apontados é que esta pesquisa, tem como
objetivo principal a construção de saberes, a partir do uso de aplicativos para
utilização em smartphones, no ensino de ciências de alunos de uma escola rural
no assentamento Gleba XV de Novembro no pontal do Paranapanema.
A metodologia de ensino das Ciências naturais tem uma função
importante para o entendimento do mundo, pois, as informações obtidas através
de seus conteúdos vão desde a elaboração de uma receita, até a mais alta
tecnologia, como o uso de ferramentas de informática e aplicativos de celulares
e tablets. Mas, em virtude do desenhar como os conteúdos são trabalhados, a
sua compreensão, por parte dos educandos, é muitas vezes dificultada,
causando uma série de problemas para o desenvolvimento do processo de
ensino e aprendizagem, já que, muitas vezes o professor não percebe que
algumas deficiências de sua ação pedagógica, interferem no ensino. Para Freire
(1996, p. 27)
[...] Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando
entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações,
à curiosidade, às perguntas dos alunos, as suas inibições, um ser crítico
e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a ele ensinar e não
a de transferir conhecimento.

As práticas de ensino existentes em muitas escolas, por vezes resultam,


em desestímulo o educando, que se afastam da real função do ensino que é
formar cidadãos conscientes. portanto, a maneira como o ensino de Ciências
vem sendo aplicado atualmente, pouco desperta nos educandos interesse pela
busca de novos conhecimentos, ou mesmo renovador permitindo a formação do
indivíduo, o que irá refletir consequentemente no cotidiano do aluno do campo,
por não serem instigados a buscar o aprimoramento de suas ações através de
formações continuadas, acabam contribuindo para o fracasso de processo de
ensino e aprendizagem de Ciências.
Nas escola do campo a realidade e outra pois os alunos enfrenta as
péssimas condições da estradas rurais e a ausência do laboratório de ciências
e do matérias didáticos do laboratório tornando o ensino aprendizagem falho e
não atendendo as necessidades dos alunos e professores que por muitas vezes
não conseguem desenvolver as aulas práticas que estão apresentadas na
proposta curricular do estado, a proposta do aplicativo para essa pesquisa e para
auxiliar na ausência do laboratório de ciências viabilizando o uso da tecnologia
como um suporte pedagógico que auxiliará os aluno com atividades do cotidiano
do campo.

Metodologia
A pesquisa ocorrera como uma sequência didática, onde será usado um
aplicativo de celular, que será usado pelos alunos, para facilitar o ensino
aprendizagem dos jovens do campo que usaram seus próprios celulares para fiz
educativos, e que o mesmo aborde conteúdo que esteja dentro da proposta
curricular do estado de São Paulo abordando temas que retrate o dia a dia do
homem do campo como agroecologia, agroflorestal e agricultura familiar. O
aplicativo funcionara como um apoio as aulas de ciências e seu uso será para
complementar a proposta curricular da escola e que não supra com êxodo os
temas e que o aplicativo aborde um tema que retrate a agricultura familiar de
modo sustentável a unir pratica e teoria que esse ensino aprendizagem posso
da poio ao ensino de ciências.

As características do aplicativo devem ser ditadas pelo pelos alunos,


lembrando que um bom aplicativo deve ser rápido, dinâmico, oferecer uma
experiência agradável ao usuário, além de ter funções e atributos que garantam
o bom uso. Para desenvolver um aplicativo, é necessário pensar no mínimo para
que ele funcione, ou seja, no Mínimo Produto Viável (MVP).
O ideal é colocar o app no ar, focado no Mínimo Produto Viável (MVP),
para testar a adesão, modificando-o continuamente até alcançar as
necessidades reais dos alunos.
Durante a evolução do aplicativo, será possível adicionar novos recursos
e atualizá-lo à medida que forem constatadas novas necessidades dos alunos
nas aulas de ciências.
. Além disso, esse trabalho pretende contribuir com a realidade dessas
crianças, a partir da elaboração e aplicação de um material didático, em forma
de aplicativo para celular que trate os conteúdos presente no currículo de
ciências naturais do estado de São Paulo como agroecologia, agroflorestal e
agricultura familiar.
A pesquisa será realizada com alunos do ensino fundamental II da
Escola Estadual Bairro Santa Rita do Pontal, situada no bairro rural Santa Rita
do Pontal, município de Euclides da Cunha Paulista Pontal do Paranapanema.
Os dados da pesquisa serão coletados por meio de entrevista com os
professores e observação sistemática junto aos alunos, a fim de registrar
informações e acontecimentos importantes durante a aplicação do material.
Além disso, haverá o registro das atividades dos alunos, a qual permitirá
visualizar o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.

Produto educacional a ser desenvolvido:


Como no mestrado pretendo produzir um produto que possa fortalecer o
aplicativo que desenvolvi, sendo possível elabora um outro aplicativo que posso
ser utilizados jutos com professores e alunos, um livro digital para auxiliar os
alunos no ensino de ciências.

Resultados esperados e contribuições:


Cronograma:
Início Término
Atividades
(Mês/ano) (Mês/ano)
Atividade 1 Buscas bibliografia 02/2021 06/2021
Atividade 2 Levantamento de dados e recorte da 07/2021 12/2021
pesquisa
Atividade 3 Atividade de campo, busca de dados 01/2022 12/2022
de campo e tabulação de dados
Atividade 4 Elaborações da dissertação e do 01/2023 06/2023
produto
Atividade 5 Qualificação e defesa 07/2023 12/2023
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