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Lição 03 – O primeiro sinal: A água em vinho

16 de Janeiro de 2022
 
Jovens 1º Trimestre de 2022
TEXTO PRINCIPAL
“Jesus principiou assim os seus sinais em
Caná da Galiléia e manifestou a sua glória,
e os seus discípulos creram nele.” (Jo 2.11)
 
RESUMO DA LIÇÃO
Os sinais que Jesus realizou visavam fazer
com que o reconhecessem como o Redentor
anunciado pelos profetas, sendo a
manifestação plena do Deus Filho
encarnado.
 
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Jo 2.2 Jesus não teve uma
vida reclusa
TERÇA – Jo 2.3 Maria esperava uma
intervenção de Jesus
QUARTA – Jo 2.4 Jesus tem a hora certa
de agir
QUINTA – Jo 4.14 Jesus, a água da vida
SEXTA – Jo 7.37 Jesus sacia a nossa sede
SÁBADO – Ap 22.17 “Quem tem sede
venha”
 
OBJETIVOS
1. EXPLICAR a importância do primeiro
sinal realizado por Jesus Cristo;
2. APONTAR à narrativa e o contexto do
primeiro sinal realizado por Jesus;
3. CONHECER a respeito do significado
do “bom vinho”
 
INTERAÇÃO
Na lição deste domingo estudaremos o
primeiro sinal realizado pelo Senhor Jesus
Cristo na região da Galileia. O Filho de
Deus realizou este sinal com o objetivo de
revelar a sua divindade e o seu poder
transformador. Somente Ele pode
transformar o homem pecador. Alguém já
declarou que “o pecado deforma, a
religião reforma, mas somente Jesus
Cristo pode transformar o nosso
interior”. O vinho no Casamento
significava a alegria e o fato dele acabar em
plena festa nos mostra que ‘precisamos ter
cuidado para não nos envolvermos em
práticas litúrgicas frias enquanto ficamos
embebidos com o ‘vinho’ deste mundo. O
que fazer quando a “alegria” termina? É
preciso voltar para perto de Jesus Cristo, o
Filho Unigênito de Deus, fonte de alegria
perene e vida.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor (a), explique aos alunos que a
partir desta lição estudaremos alguns sinais
realizados por Jesus e narrados somente no
Evangelho de João. Em seguida, faça a
seguinte pergunta aos alunos: “Qual era o
propósito de Jesus ao transformar a água
em vinho?” Ouça os alunos com atenção e
incentive a participação de todos. Em
seguida, explique que o propósito era
revelar o poder de Jesus sobre a natureza.
Diga que Jesus Cristo não mudou e
continua a realizar milagres, seja de
qualquer natureza, contudo os milagres têm
sempre como alvo glorificar a Deus
demonstrando o seu poder. Explique
também que entre os judeus dos tempos
bíblicos, os costumes sociais e religiosos
não permitiam o uso de vinho puro,
fermentado ou não. O Talmude (uma obra
judaica que trata das tradições do
judaísmo entre 200 a.C. e 200 d.C.) fala,
em vários trechos, da mistura de água
com vinho. Certos rabinos insistiam que,
se o vinho fermentado não fosse
misturado com três partes de água, não
podia ser abençoado e contamina quem o
bebesse. Outros rabinos exigiam dez partes
de água no vinho fermentado para poder ser
consumido” (Bíblia de Estudo Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, p.1572).
 
TEXTO BÍBLICO
João 2.1-12
1 E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas
em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de
Jesus.
2 E foram também convidados Jesus e os
seus discípulos para as bodas.
3 E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe
disse: Não têm vinho.
4 Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu
contigo? Ainda não é chegada a minha
hora.
5 Sua mãe disse aos empregados: Fazei
tudo quanto ele vos disser.
6 E estavam ali postas seis talhas de pedra,
para as purificações dos judeus, e em cada
uma cabiam duas ou três metretas.
7 Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas
talhas. E encheram-nas até em cima.
8 E disse-lhes: Tirai agora e levai ao
mestre-sala. E levaram.
9 E logo que o mestre-sala provou a água
feita vinho (não sabendo de onde viera, se
bem que o sabiam os empregados que
tinham tirado a água), chamou o mestre-
sala ao esposo.
10 E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o
vinho bom e, quando já têm bebido bem,
então, o inferior; mas tu guardaste até agora
o bom vinho.
11 Jesus principiou assim os seus sinais em
Caná da Galileia, e os seus discípulos
creram nele.
12 Depois disso, desceu a Cafarnaum. ele, e
sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos, e
ficaram ali não muitos dias.
 
INTRODUÇÃO
Como vimos na primeira lição, o Evangelho
de João nos apresenta sete sinais, sete
sermões e sete declarações de Jesus acerca
de sua divindade, todos com o mesmo
propósito: revelar que aquele homem
simples e humilde que “habitou entre nós”
(Jo 1.14) era o Cristo, o Messias de Israel,
sendo Ele o Filho de Deus, eterno e
perfeito. João nos apresenta registros que
demonstram que Jesus cuidou de não ser
identificado como mais um dos mestres
judaicos ou mesmo como um messias
revolucionário, que traria libertação política
para Israel. Os sinais que realizou visavam
fazer com que o reconhecessem como o
Redentor anunciado pelos profetas, sendo a
manifestação plena do Deus Filho
encarnado. O milagre operado nas bodas de
Caná da Galileia é o primeiro desses sete
sinais.
 
I- MAIS QUE UM MILAGRE
    1- A completude das
Escrituras. Sabemos que os 66 livros da
Bíblia foram escritos por cerca de 40
homens, que viveram em épocas, lugares e
culturas distintas. Embora as Escrituras
tenham essas autorias humanas, têm
também um Autor divino, o Espírito Santo
(2 Pe 1.21); daí elas serem as Palavras de
Deus, perfeita, inerrante e infalível (Sl
19.7; Jo 10.35). É maravilhoso saber disso
para que compreendamos que as Escrituras
são completas, ou seja, nada lhes falta e
nada lhes sobra (2 Tm 3.16,17).
    2 – Um sinal específico. A inspiração
plenária e verbal das Escrituras faz com que
nenhuma parte do conteúdo escriturístico
seja aleatória. Jesus operou inúmeros
milagres. Muitos não foram registrados (Jo
21.25). Nenhum deles, contudo, deixou de
ter um propósito específico, seja quanto à
realização, seja quanto ao registro. No
Evangelho de João isso se sobressai na
forma distinta que o evangelista trata os
milagres contidos em sua narrativa, em
comparação com os demais evangelistas.
Em sua obra, A Bíblia Explicada, S.E.
McNair observa que há três palavras
traduzidas por milagres no Novo
Testamento. A primeira, ‘dunamis’,
significa simplesmente manifestação de
poder, obra poderosa; a segunda, ‘semeiori
significa um sinal, e a terceira, ‘teros’ quer
dizer maravilha”. João nunca empregou a
palavra “dunamis”, e valeu-se da expressão
“teros” somente uma vez (e não relacionada
à descrição de um milagre – Jo 4.48). Isso
confirma que os escritos de João tinham
clara intenção doutrinária a respeito das
heresias doutrinárias já reinantes em seu
tempo e que tentavam prejudicar os
fundamentos da Igreja nos séculos
seguintes.
     3- A divindade sendo revelada. A
sensibilidade espiritual de João o levou a
interpretar o milagre de Caná dentro de seu
real propósito, daí a relevância do uso da
palavra grega semeion, que o Dicionário
Vine nos apresenta como “marca, prova,
indicação, o que distingue uma pessoa”. Por
isso se diz que o milagre realizado em
Caná, assim como seu registro, teve como
finalidade especial revelar a divindade de
Jesus, distinguindo-o de todos os demais
homens. Naquele momento, o Messias
estava se revelando como Deus para seus
discípulos, como um ato inicial, de uma
série de outros sinais que realizaria. É por
isso que João escreve que Jesus principiou
assim os seus sinais em Caná da Galiléia e
manifestou a sua glória, e os seus discípulos
creram nele” (Jo 2.11). Ou seja, Jesus não
estava apenas evitando um constrangimento
ao esposo e aos organizadores da festa, Ele
estava comunicando sua divindade.
 
SUBSÍDIO 1
Professor (a) mostre aos alunos que “o fato
de que as grandes talhas que João menciona
fossem de pedra (2.6) é significativo e
indica que a água que elas continham era
provavelmente usada para a purificação
ritual, pois recipientes de pedra, ao
contrário dos de barro ou metal, não
contraem ‘impurezas’. Assim, a
transformação desta água em vinho tem
significado simbólico; a água que
representava a religião do Antigo
Testamento foi transmutada por Jesus em
um vinho que representava a abundante
bênção de Deus. A validade deste símbolo
está estabelecida nas Escrituras, que
frequentemente retratam o reino
escatológico de Deus como um banquete
(Mt 5.6; 8.11,12), do qual uma
característica básica era a profusão de vinho
(cf. Is 25.6).”RICHARDS, Lawrence O.
Comentário histórico-Cultural do Novo
Testamento, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2007)
 
II- A NARRATIVA E SEU CONTEXTO
    1- Caná da Galileia. João é o único
evangelista que registra eventos ocorridos
no primeiro ano do ministério de Jesus.
Dentre eles está o primeiro milagre, que é a
transformação da água em vinho em Caná
da Galiléia, assim identificada para
distingui-la de outra Caná, localizada na
Síria, ao nordeste de Israel. Terra de
Natanael (Jo 21.2), Caná era uma pequena
vila. Assim como a vizinha Nazaré, fazia
parte da baixa Galileia, região do mar da
Galileia, um lago de água doce alimentado
pelo rio Jordão, que recebe o nome de mar
por sua grande extensão, de
aproximadamente 20 km.
     2 – Faltou vinho. Um incidente
inesperado põe Jesus em cena. A falta de
vinho levou sua mãe a procurá-lo, numa
indicação de que esperava dEle uma
solução para o problema. Há entendimentos
diferentes acerca da motivação desse
diálogo, mas a resposta de Jesus nos leva a
entender que Maria realmente esperava uma
ação miraculosa porque bem sabia quem era
Jesus, a quem o anjo lhe anunciara como o
Filho de Deus (Lc 1.30-35).
    3 – A expectativa de Maria. Há no
coração de Maria, uma expectativa pela
manifestação de Jesus ao mundo; tanto pelo
anúncio de seu nascimento e propósito (Lc
2.8-19,25-38); quanto por declarações que
Ele fazia a respeito de sua missão (Lc 2.49).
É nesse contexto que Jesus respondeu:
“Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não
é chegada a minha hora” (Jo 2.4). Para além
de mãe e filho, havia entre eles um
relacionamento espiritual, com Maria lhe
reconhecendo como seu Senhor (Lc
1.38,46-55), o que se confirma também na
orientação dada aos empregados: “Fazei
tudo quanto ele vos disser” (Jo 2.5). Como
vemos, não há aqui intercessão alguma.
Pelo contrário! O contato entre os
empregados e Jesus foi direto e não indireto
(Jo 2.7,8).
 
SUBSÍDIO 2
Professor (a), explique aos alunos que “é
significativo que Cristo revelasse do seu
poder criador num banquete de casamento,
ocasião festiva vinculada a um
relacionamento humano comum. Assim
ficamos sabendo que Ele não veio esmagar
os sentimentos humanos: veio elevá-los ao
compartilhar deles; não veio destruir
relações humanas: veio enobrecê-las
mediante a sua presença; não veio acabar
com os afazeres e convívios da vida
coletiva: veio purificá-los; recreios: veio
santificá-los segundo os princípios do
Reino de Deus.”(PEARLMAN, Myer. João.
O Evangelho do Filho de Deus. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1995, pp 34.35)
 
III- O BOM VINHO
     1 – Uma mensagem a Israel. Por
algumas vezes Israel é comparado a uma
vinha (Sl 80.8,14; Is 5.1-7; Jr 2.21).
Amorosamente plantada e protegida por
Deus, havia chegado o tempo que essa
vinha seria arrancada, e não mais cercada
ou cuidada, pois só produziu uvas bravas
(Is 5.2). Os judeus rejeitaram todas as
oportunidades que receberam durante o
Antigo Pacto. Como nação escolhida, foi
quebrada por sua incredulidade (Rm 11.20).
Não havia mais o vinho da alegria. A
religiosidade judaica se mostrará totalmente
inútil. Como as talhas vazias que estavam
postas em Caná, a estrutura da religião já
não tinha, em si mesma, valor algum diante
de Deus. O templo havia se transformado
em um “covil de ladrões” (Mt 21.13).
Apesar desse quadro caótico, Jesus se
manifestou intensamente aos judeus, mas
eles não o reconheceram como o Messias
prometido (Jo 1.12). O encher as talhas e
transformar água em vinho representava a
chegada de um tempo de verdadeira alegria,
disponível não somente para Israel, mas
para todos os povos, em um Novo
Concerto (Lc 2.10; Jo 1.12; Rm 1.16).
      2 – Quando o vinho acaba. Além do
propósito de revelar a divindade de Cristo e
ser uma mensagem para Israel, esse texto
sagrado tem, também para nós, uma
mensagem eloquente. Através dele
podemos refletir sobre o sério perigo que
corremos de nos envolver em práticas
litúrgicas frias, enquanto ficamos
embebidos por “vinhos” desse mundo, ou
seja, fontes de alegrias mundanas,
aprazíveis aos nossos próprios desejos. Em
situações assim, Jesus está no recinto, mas a
alegria que nutrimos não vem dele. Resta
somente uma saída: esse “vinho” mundano
precisa acabar.
   O momento da crise é propício para
reflexão. É quando se percebe que as
alegrias que vêm dos prazeres dessa vida –
sejam eles lícitos ou não – não nos
satisfazem e são passageiros. Em momentos
assim, o que precisamos fazer? Voltar-nos
para Jesus com profunda contrição, ouvi-lo
e fazer sua vontade. Ele nos enche da água
da Palavra e do Espírito, que produzem em
nós profunda alegria e paz (Jo 4.14).
Podemos ter boas oportunidades nesse
mundo e alcançar importantes conquistas,
nas mais diversas áreas da vida, mas o bom
vinho só Ele tem.
      3 – “Enchei-vos do Espírito”. Ao
falarmos sobre vinho é importante ter
firmes as recomendações bíblicas quanto
aos perigos das bebidas embriagantes. São
muitas as discussões acerca do tipo de
vinho referido no Novo Testamento (se
fermentado ou não), inclusive no texto ora
analisado. Por vezes, esse debate é
fomentado numa tentativa de se justificar o
consumo de bebidas alcoólicas. As
Escrituras nos advertem, contudo, dos
males que o vinho causa e desaconselham
seu uso. Salomão escreveu: “O vinho é
escarnecedor, e a bebida forte,
alvoroçadora; e a todo aquele que neles
errar nunca será sábio” (Pv 20.1); “Não
olhes para o vinho, quando se mostra
vermelho, quando resplandece no copo e se
escoa suavemente. No seu fim, morderá
como a cobra e, como o basilisco, picará”
(Pv 23.31,32). Sigamos, pois, o conselho de
Paulo: “Não vos embriagueis com vinho,
em que há contenda, mas enchei-vos do
Espírito” (Ef 5.18).
 
SUBSÍDIO 3
Professor (a), dê início ao tópico III fazendo
a seguinte pergunta: “O que significa ‘o
vinho bom?” Ouça os alunos com atenção e
depois explique que “o vinho bom, de
conformidade com vários escritores antigos,
era o vinho mais doce, vinho este que podia
ser bebido livremente em grandes
quantidades sem causar danos. O adjetivo
grego traduzido por ‘bom’, não significa
agathos, mas halos, que significa
‘moralmente excelente ou apropriado’”.
(Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD. p.1573 ).
 
CONCLUSÃO
Estudamos a respeito do primeiro milagre
realizado por Jesus, como sinal de sua
divindade, Os discípulos, que já haviam
declarado ter achado ‘‘o Messias (que,
traduzido, é o Cristo)” (Jo 1.41), agora
tinham a oportunidade de vê-lo
manifestando sua glória, como o Unigênito
do Pai (Jo 1,14; 2.11). Conservemos firme
nossa fé e esperança nesse Salvador eterno,
verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
 
HORA DA REVISÃO
 
1- Qual o primeiro sinal apresentado por
João?
O sinal da água transformado em vinho.
 
2 – De acordo com a Bíblia Explicada quais
são as 3 palavras traduzidas por milagres?
A primeira dunamis significa simplesmente
manifestação de poder, obra poderosa; a
segunda semeion significa um sinal, e a
terceira feros quer dizer maravilha.
 
3 – Como o Dicionário Vine apresenta a
Palavra ‘semeion?
Apresenta como “’marca’, ‘prova’,
‘indicação’, o que distingue uma pessoa”.
 
4 – O que podemos aprender com o
episódio do vinho ter terminado?
Podemos aprender sobre o sério perigo que
corremos de nos envolver em práticas
litúrgicas frias, enquanto ficamos
embebidos por ‘vinho’ deste mundo.
 
5 – Qual a recomendação de Paulo em
Efésios 5.18?
“Não vos embriagueis com vinho, em que
há contenda, mas enchei-vos do Espírito.”

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