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A conversão de Carrel
Quando Carrel testemunhou esse evento inacreditavelmente rápido e
medicamente inexplicável, acreditou ter visto o que as pessoas chamavam
de milagre, mas era difícil, para ele, apartar-se do antigo agnosticismo cético.
Além disso, ele não queria ser testemunha, como médico, de um evento
milagroso: Carrel sabia que, se o caso se tornasse público, a sua carreira na
faculdade de medicina de Lyon se arruinaria.
Mas a cura de Marie Bailly se mostrava tão evidentemente milagrosa, por ter
sido tão rápida, tão completa e tão inexplicável, que acabaria se tornando pública
de qualquer forma na mídia da França e do mundo todo. Repórteres chegaram a
publicar que Carrel não considerava que a cura tivesse sido um milagre, o que o
forçou a escrever uma resposta pública. Em sua manifestação, o doutor afirmou
que um lado, composto por crentes, tinha chegado rapidamente demais à
conclusão de que ocorrera um milagre, mas também declarou que o outro lado,
composto pela comunidade médica, tinha se recusado injustificadamente
a reconhecer fatos que pareciam de fato milagrosos.
Como Carrel temia, a sua defesa da possibilidade da cura milagrosa de Bailly
causou o fim da sua carreira na Faculdade de Medicina de Lyon. Ironicamente,
porém, o efeito foi muito positivo para o seu futuro: ele se transferiu para a
Universidade de Chicago e, depois, para a Universidade Rockefeller. Graças ao
seu trabalho em anastomose vascular, Carrel recebeu nada menos que o Prêmio
Nobel de Medicina de 1912.
Ele ainda retornaria muitas vezes a Lourdes, e, em uma das ocasiões,
testemunhou um segundo milagre: a cura instantânea de um menino cego de 18
meses.
Apesar desses dois milagres que viu com os próprios olhos, Carrel relutou até
1942 antes de finalmente conseguir afirmar conclusivamente a realidade dos
milagres. Naquele ano, ele anunciou publicamente que acreditava em Deus,
na imortalidade da alma e nos ensinamentos da Igreja Católica.
Cientistas e fé
Mais próximo da nossa época, outro médico premiado com o Nobel de
Medicina afirmou: