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Apostila Lei Extravagante Condensada – PMMinas (Atualizada até 25/11/2020)

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Sumário
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (8.069/90). ............................................................... 2

CRIMES HEDIONDOS.(8.072/90) ............................................................................................................ 1

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 8.429/92) ........................................ 1

L EI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.(JUIZADOS ESPECIAIS) .............................................. 1

L EI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.(CRIMES DE TORTURA) ......................................................... 1

L EI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989.(CRIMES DE PRECONCEITO DE RAÇA E COR) .............. 1

L EI 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.(ESTATUDO DO IDOSO) arts. 1º ao 10, 15 ao 25, 33 ao

42 e 95 ao 118. ......................................................................................................................................... 1

L EI 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.(ESTATUDO DO DESARMAMENTO) ............................. 1

L EI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 (MARIA DA PENHA) arts. 1º ao 7º, 9º ao 12, 18 ao 24 e

34 ao 45 .................................................................................................................................................... 1

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 (LEI DE DROGAS) ........................................................... 1

L EI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.(ACESSO A INFORMAÇÃO) ...................................... 1

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH) .................................................. 13

LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 (ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS) .................................... 1

CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DOS MILITARES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. .................. 11

ESTATUTO DOS MILITARES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. ......................................................... 1

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25/11/2020 L8069compiladoa

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Vigência
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
(Vide Lei nº 13.869, de 2019) (Vigência) outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Título I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação
de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que
diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.

Título II

Dos Direitos Fundamentais


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Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)

§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)

§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimes tre da gestação,
ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)

§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta
hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à
amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós -natal,
inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência

§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de privação de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal,
do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar saudável e
crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o
desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)

§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-
natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob
custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único
de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento
integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente
na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e
educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)

Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do poder público,
em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público adolescente. (Incluído pela
Lei nº 13.798, de 2019)
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.

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§ 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e
à alimentação complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de
coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são
obrigados a:

I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;

III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido,


bem como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do


desenvolvimento do neonato;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto
a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existent e. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017)
(Vigência)

Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por
intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção,
proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e
outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo
com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância receberão formação
específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o
acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem
prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)

§ 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em seu componente
especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de
Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao at endimento das crianças na faixa
etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, form ulando projeto terapêutico
singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e
alunos.
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§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)

§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê
nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com
orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 4 o A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro
instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acomp anhamento da criança, de
risco para o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência)

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em
processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo -os a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por
qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que:
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
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a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-
los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão
aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Capítulo III

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Seção I

Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua
situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório
elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração
familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por


mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente
fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer
outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do §
1 o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)

§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas
periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável,
independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)

§ 5 o Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

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§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que
apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe,


mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado. (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o
prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto a
receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação
da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de
acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai
indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa para
confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a
criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia
seguinte à data do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe interprofissional - da


entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância
e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)

§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo
de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar de
programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à


instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social,
moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cad astros de adoção,
desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)

§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou
colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser
executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de
acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

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Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que
dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autorida de
judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados
no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas,
assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do
pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será
mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de proteção,
apoio e promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de
condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra
filho, filha ou outro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)

Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e
obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Seção II

Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e
filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e m antém
vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da
filiação.

Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
descendentes.

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III

Da Família Substituta

Subseção I

Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação
jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional,
respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião
devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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§ 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a


fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

§ 5 o A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e
acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é


ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças
e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.

Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.

Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade
de adoção.

Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo, mediante termo nos autos.

Subseção II

Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo
a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares
ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos
determinados.

§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
inclusive previdenciários.

§ 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a


medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede
o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob
a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência
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§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá prefer ência a seu acolhimento
institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como política pública, os
quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residências de
famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)

§ 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos serviços de
acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)

Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
Público.

Subseção III

Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio poder poder
familiar e implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo ú nico do
art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da
sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a
170 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 de sta Lei,
somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a medida é
vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

Subseção IV

Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.

§ 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos,
devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou
tutela dos adotantes.

Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.

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§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o
cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.

§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.

Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.

§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável,
comprovada a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.

§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que


acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor
da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a
guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil . (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso
do procedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.

Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o
pupilo ou o curatelado.

Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.

§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou
tenham sido destituídos do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento.

Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pel o prazo máximo de 90
(noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)

§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante
decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de,
no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez,
mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe
mencionada no § 4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)

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§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à
convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da


criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo
da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do
qual não se fornecerá certidão.

§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes.

§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.

§ 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a
modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista
no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

§ 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu
armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com
deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)

§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez
por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no
qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito)
anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder familiar dos pais naturais. (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério
Público.

§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requisitos legais, ou veri ficada qualquer das
hipóteses previstas no art. 29.

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§ 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica,


orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

§ 4 o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3 o deste artigo incluirá o contato com crianças
e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação,
supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo
programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de


serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão consultados na
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

§ 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes
a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou
casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, sob
pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes no Paí s com perfil
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado o
encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que
possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento famil iar. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente
nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde
que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, que
preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente com
deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)

Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual em país -parte da
Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção
Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3 .087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da
Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

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§ 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando
restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)

II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família adotiva brasileira,
com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes hab ilitados residentes no Brasil com perfil
compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)

III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional,
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacion al de
criança ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de
adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes
adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido
aquele onde está situada sua residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar,
emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para
adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma
adoção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autori dade Central Estadual, com cópia para a
Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe
interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência;
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os
tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado; (Incluída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do
postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira
com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários
ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de
habilitação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo
da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela
Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
internacional sejam intermediados por organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros


encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às Autoridades
Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
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§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados pela
Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção internacional
no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profissional, experiência e responsabilidade exigidas


pelos países respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na área de adoção
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes
do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada
formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia Federal e
aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal competente;
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem sediados e no país de
acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem
como relatório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao
Departamento de Polícia Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central
Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de cópia
autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira
cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a
suspensão de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 6 o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção


internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 7 o A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento protocolado na Autoridade Central
Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

§ 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será permitida a saída do
adotando do território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará com autorização de
viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente
adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão
digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das
crianças e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam considerados abusivos pela
Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamen to.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma entidade credenciada para
atuar na cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano,
podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou estra ngeiros, com
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em condições de
serem adotados, sem a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a c oncessão de novos credenciamentos
sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Di reitos da Criança e do Adolescente (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o dispos to na
Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença
ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez
reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do
país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido
de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências
necessárias à expedição do Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela
decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse
superior da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá
imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as
providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade
Central do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no
país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a
criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as
regras da adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

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II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a
irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais.

Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e de estabelecimentos congêneres
assegurar medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído
pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino;

IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
13.306, de 2016)

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;

VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da
autoridade competente.

§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.

Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupil os na rede regular de ensino.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:

I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

III - elevados níveis de repetência.

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social
da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e
espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

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Capítulo V

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide
Constituição Federal)

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta
Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da
legislação de educação em vigor.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:

I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
previdenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola té cnica, assistido em
entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.

Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de cap acitação
para o exercício de atividade regular remunerada.

§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.

§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu
trabalho não desfigura o caráter educativo.

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos,
entre outros:

I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;

II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Título III

Da Prevenção

Capítulo I

Disposições Gerais
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Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de
políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e
difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações: (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)

I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do adolescente de


serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de
proteção aos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho
Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que atuam na
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e dos demais
agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvolvimento das
competências necessárias à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas
de violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação, a reflexão, o
debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo
educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assistência social e
de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)

Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações
e políticas públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem
contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de
maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)

Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as pessoa s encarregadas,
por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e
adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela
Lei nº 13.046, de 2014)

Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos
e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes dos princípios por
ela adotados.

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos
termos desta Lei.

Capítulo II

Da Prevenção Especial

Seção I

Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre
a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre
inadequada.
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Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil
acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada
no certificado de classificação.

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à
sua faixa etária.

Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.

Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil,
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.

Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
transmissão, apresentação ou exibição.

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de
programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão
competente.

Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a
faixa etária a que se destinam.

Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser
comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.

Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas
sejam protegidas com embalagem opaca.

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e
sociais da pessoa e da família.

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas
de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a
entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.

Seção II

Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,
salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Seção III

Da Autorização para Viajar

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Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde
reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 1
3.812, de 2019)

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na


mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 1
3.812, de 2019)

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma
reconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional
poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

Parte Especial

Título I

Da Política de Atendimento

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado
de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:

I - políticas sociais básicas;

II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de prevenção e
redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,
exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;

V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a garantir
o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio
familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de
saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de
organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;

III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da
criança e do adolescente;

V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência
Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se
atribua autoria de ato infracional;

VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados
da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de
adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família
de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à
primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)

IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que favoreça a
intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)

X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do
adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.

Capítulo II

Das Entidades de Atendimento

eção I

Disposições Gerais

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo
planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime
de: (Vide)

I - orientação e apoio sócio-familiar;

II - apoio sócio-educativo em meio aberto;

III - colocação familiar;

IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)


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VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 1 o As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus programas,


especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar
e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste artigo serão previstos
nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre
outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da
Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de funcionamento:
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela
Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados os índices de sucesso
na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da
respectiva localidade.

§ 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;

b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;

c) esteja irregularmente constituída;

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.

e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado
expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

§ 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes
princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família natural ou extensa;
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;

IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;

V - não desmembramento de grupos de irmãos;


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VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;

VII - participação na vida da comunidade local;

VIII - preparação gradativa para o desligamento;

IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

§ 1 o O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para
todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à


autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ou
adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucional e
destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e
Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que desenvolvem programas
de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social,
estimularão o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somente poderão receber
recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à
atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das
necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em c aráter excepcional e de
urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do
fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o
apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança
ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa
de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do art. 101 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento
dos vínculos familiares;
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VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os
objetos necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização;

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
autoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto -
contagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;

XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus
pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formaç ão, relação de seus pertences e
demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.

§ 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que mantêm programas de
acolhimento institucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da
comunidade.

Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em
caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar
suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)

Seção II

Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo
Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a
origem das dotações orçamentárias.

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:

I - às entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;


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d) fechamento de unidade ou interdição de programa.

II - às entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;

c) interdição de unidades ou suspensão de programa;

d) cassação do registro.

§ 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, q ue coloquem em risco os direitos
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária
competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão pelos danos que
seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores das
atividades de proteção específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Título II

Das Medidas de Proteção

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta
Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

Capítulo II

Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo.

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que
visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser
voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da
possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da
pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo
seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação
seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a
criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para
com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que
promovam a sua integração em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e


capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
determinaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada
pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e
do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis


como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família
substituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual
e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio
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familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério


Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou
ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam programas de
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela
autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 1
2.010, de 2009) Vigência

III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2
009) Vigência

§ 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa


de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração
familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária
competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e
princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de
atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido e seus
pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada
determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta
supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou do
responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família
de origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e
estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento


familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público,
pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de


origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social,
será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar,
ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação
de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos complementares ou de outras
providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo informações
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as
providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social
e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes
afastados do convívio familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização do regist ro civil.
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista
dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado à sua averiguação,
conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de


paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de


nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei
nº 13.257, de 2016)

§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no assento


de nascimento e a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Título III

Da Prática de Ato Infracional

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

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Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.

Capítulo II

Dos Direitos Individuais

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
informado acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,
demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsóri a pelos órgãos policiais,
de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

Capítulo III

Das Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas
necessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

Capítulo IV

Das Medidas Sócio-Educativas

Seção I

Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes
medidas:

I - advertência;

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II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a


gravidade da infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em


local adequado às suas condições.

Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.

Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes
da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indíc ios suficientes
da autoria.

Seção II

Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.

Seção III

Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.

Seção IV

Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devend o ser cumpridas durante
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a
freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Seção V

Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada p ara o fim de
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

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§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade
ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o d efensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realizaçã o dos seguintes
encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em


programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;

IV - apresentar relatório do caso.

Seção VI

Do Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio
aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos
existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.

Seção VII

Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica d a entidade, salvo expressa
determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
semi-liberdade ou de liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente i mposta.

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§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser supe rior a 3 (três) meses, devendo
ser decretada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;

V - ser tratado com respeito e dignidade;

VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;

X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização;

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;

XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá -los, recebendo comprovante
daqueles porventura depositados em poder da entidade;

XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem
motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo -lhe adotar as medidas
adequadas de contenção e segurança.

Capítulo V

Da Remissão

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério
Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências
do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão
ou extinção do processo.
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Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprov ação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei,
exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido
expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.

Título IV

Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família;


(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar -se-á o disposto nos
arts. 23 e 24.

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança
ou o adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011)

Título V

Do Conselho Tutelar

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho
Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população
local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha. (Redação dada pela Lei nº
13.824, de 2019)

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;


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II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de
2012)

I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela
Lei nº 12.696, de 2012)

III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao
funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela
Lei nº 12.696, de 2012)

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção
de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)

Capítulo II

Das Atribuições do Conselho

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no
art. 101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;

III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
da criança ou adolescente;

V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
adolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Constituição Federal ;

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas
as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
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XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)

Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal
entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem
tenha legítimo interesse.

Capítulo III

Da Competência

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.

Capítulo IV

Da Escolha dos Conselheiros

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado
sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério
Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

§ 1 o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional
a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial. (Incluído
pela Lei nº 12.696, de 2012)

§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

§ 3 o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012)

Capítulo V

Dos Impedimentos

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro
ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.

Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e
ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro
regional ou distrital.

Título VI

Do Acesso à Justiça

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor público ou
advogado nomeado.

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos,
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
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Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um
anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual.

Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses
destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal ainda que
eventual.

Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando -se
fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome. (Redação
dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente será deferida pela
autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a finalidade.

Capítulo II

Da Justiça da Infância e da Juventude

Seção I

Disposições Gerais

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá -las de infra-estrutura e
dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

Seção II

Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função,
na forma da lei de organização judiciária local.

Art. 147. A competência será determinada:

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras
de conexão, continência e prevenção.

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou
do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.

§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma
comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou
rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:

I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional atribuído a
adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;

III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
adolescente, observado o disposto no art. 209;
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V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;

VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente;

VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.

Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça
da Infância e da Juventude para o fim de:

a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;

b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder familiar , perda ou modificação da tutela ou guarda;
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;

d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio poder poder
familiar ; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;

f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros procedimentos


judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;

g) conhecer de ações de alimentos;

h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:

I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em:

a) estádio, ginásio e campo desportivo;

b) bailes ou promoções dançantes;

c) boate ou congêneres;

d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;

e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.

II - a participação de criança e adolescente em:

a) espetáculos públicos e seus ensaios;

b) certames de beleza.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros fatores:

a) os princípios desta Lei;

b) as peculiaridades locais;

c) a existência de instalações adequadas;

d) o tipo de freqüência habitual ao local;

e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes;

f) a natureza do espetáculo.

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§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
determinações de caráter geral.

Seção III

Dos Serviços Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de
equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legisla ção local,
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de
aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.

Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis
pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou
por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Capítulo III

Dos Procedimentos

Seção I

Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação
processual pertinente.

§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias corridos, excluído
o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a
autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o Ministério Público.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua
família de origem e em outros procedimentos necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II

Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar


(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar terá início por provocação do
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 156. A petição inicial indicará:

I - a autoridade judiciária a que for dirigida;

II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se


tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público;

III - a exposição sumária do fato e o pedido;


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IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos.

Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do
pátrio poder poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

§ 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao despacho de citação e


independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou
multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o
disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)

§ 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representantes do órgão federal responsável pela política
indigenista, observado o disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem
produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.

§ 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
2014)

§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
2014)

§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em
sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos
do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)

§ 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados por edital no
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei n
º 13.509, de 2017)

Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua
família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-
se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.

Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da
citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)

Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão público a apresentação
de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.

Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo
quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a oiti va de
testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos
arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da
criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados
os casos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente citados. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)

§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitar á sua apresentação para a
oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)

Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias,
salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.

§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente
o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e o
Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos. (Redação dada pela
Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para
sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4 o Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso
de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com
vistas à colocação em família substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do
registro de nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Seção III

Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor previsto na lei processual civil
e, no que couber, o disposto na seção anterior.

Seção IV

Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:

I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;

II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente,
especificando se tem ou não parente vivo;

III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;

IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;

V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.

Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos específicos.

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido
expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição
assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) V
igência

§ 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

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I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado ou por defensor público,
para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo da petição
ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela
equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4 o O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1 o
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 5 o O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no § 1 o deste artigo, e os pais
podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extinção do poder
familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6 o O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

§ 7 o A família natural e a família substituta receberão a devida orientação por intermédio de equipe técnica
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a
realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda
provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência.

Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente
será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente,
dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar constituir
pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta, será observado o procedimento contraditório
previsto nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento,
observado o disposto no art. 35.

Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.

Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento
familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Seção V

Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial
competente.

Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de ato
infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.

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Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:

I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;

II - apreender o produto e os instrumentos da infração;

III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração.

Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
ocorrência circunstanciada.

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade
policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua
repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção
da ordem pública.

Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do
Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de


atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À
falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a
maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.

Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do
Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato
infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações e demais
documentos.

Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.

Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os
antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou
responsável, vítima e testemunhas.

Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Pú blico notificará os pais ou
responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.

Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério Público poderá:

I - promover o arquivamento dos autos;

II - conceder a remissão;

III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.

Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério Público,
mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para
homologação.

§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento


da medida.

§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho
fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou
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ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.

Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder a
remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da
medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.

§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela
autoridade judiciária.

§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.

Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente,
decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e notificados a


comparecer à audiência, acompanhados de advogado.

§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.

§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.

§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou
responsável.

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento
prisional.

§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
imediatamente transferido para a localidade mais próxima.

§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, desde que
em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob
pena de responsabilidade.

Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciá ria procederá à oitiva dos
mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo
decisão.

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a
autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde
logo, audiência em continuação, podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de apresentação,
oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.

§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas


as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e
ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
judiciária, que em seguida proferirá decisão.

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação,
a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coercitiva.

Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do
procedimento, antes da sentença.

Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença:
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I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato ato infracional;

IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será imediatamente colocado em
liberdade.

Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade será feita:

I - ao adolescente e ao seu defensor;

II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.

§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.

Seção V-A
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
Adolescente”

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240 ,
241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da
infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e conterá a


demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e,
quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)

III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial.
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes
do término do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet
(IP) utilizado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado
para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído no momento da
conexão.

§ 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser obtida por ou tros meios.
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e
ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)

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Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher indícios de
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A ,
217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) . (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação responderá
pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade fictícia
criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado em livro específico.
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser registrados,
gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circunstanciado. (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017)

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e
apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identidade do agente
policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Seção VI

Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade governamental e não-governamental terá início
mediante portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério Público o u do Conselho Tutelar, onde conste,
necessariamente, resumo dos fatos.

Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.

Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
documentos e indicar as provas a produzir.

Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária designará audiência de instrução
e julgamento, intimando as partes.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações finais,
decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental, a autor idade


judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a substituição.

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de atendimento.

Seção VII

Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de proteção à criança e
ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado
por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas, se possível.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando -se a
natureza e as circunstâncias da infração.

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário,
dos motivos do retardamento.
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Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data da intimação , que será
feita:

I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;

II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do auto ou da representação ao
requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;

III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu representante legal;

IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante
legal.

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.

Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do ar tigo anterior, ou, sendo
necessário, designará audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
seguida proferirá sentença.

Seção VIII
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência

V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público,
que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a
que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências que entender necessárias.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos
postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 1 o É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude,
que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com
deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada pela
Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no § 1 o deste artigo incluirá o
contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob orientação,
supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio
dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução da política municipal de
garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora sejam
preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art. 197 -C desta Lei, a
autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério
Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária
determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua
convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças
ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1 o A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do adotando.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação p or equipe
interprofissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da habilitação, bastando a
avaliação por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do
perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da criança ou do


adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na
legislação vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por
igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Capítulo IV

Dos Recursos

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução das
medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo C
ivil) , com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;

II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa será
sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;


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IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso
de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco
dias;

VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos
dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.

Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.

Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de
difícil reparação ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que
deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar, em face da relevância das
questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que
aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com
parecer urgente do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na sessão, se entender
necessário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para apuração de responsabilidades
se constatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

Capítulo V

Do Ministério Público

Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.

Art. 201. Compete ao Ministério Público:

I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;

II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;

III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição do pátrio poder
poder familiar , nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais
procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência

IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a
prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses
do art. 98;

V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal ;

VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:

a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado,
requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
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b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da
administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;

c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;

VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de inquérito policial, para
apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude;

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo
as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa
dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;

X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as normas de proteção à
infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;

XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando
de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas;

XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de
assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.

§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério
Público.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
encontre criança ou adolescente.

§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que
requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:

a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento, sob sua presidência;

b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário previamente notificados ou
acertados;

c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública afetos à criança e ao
adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.

Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa
dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, podendo jun tar
documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.

Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.

Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz
ou a requerimento de qualquer interessado.

Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser fundamentadas.

Capítulo VI

Do Advogado

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na
solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para
todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
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Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será
processado sem defensor.

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir
outro de sua preferência.

§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear
substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.

§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido
indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.

Capítulo VII

Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:

I - do ensino obrigatório;

II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;

III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº
13.306, de 2016)

IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e assistência à saúde do educando


do ensino fundamental;

VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem
como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;

VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.

IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e destinados ao pleno
exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de medidas de proteção.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência.


(Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)

§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único
pela Lei nº 11.259, de 2005)

§ 2 o A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediatamente após notificação


aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
(Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva oco rrer a ação ou
omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
competência originária dos tribunais superiores.

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Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
concorrentemente:

I - o Ministério Público;

II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;

III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a
defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia
autorização estatutária.

§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos
interesses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
poderá assumir a titularidade ativa.

Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta
às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.

Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações
pertinentes.

§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo Civil.

§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da
lei do mandado de segurança.

Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando o réu.

§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida desde
o dia em que se houver configurado o descumprimento.

Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do
respectivo município.

§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de execução
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em
conta com correção monetária.

Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.

Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa
de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agen te a que se atribua a
ação ou omissão.

Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a associação autora lhe
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade
do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , quando reconhecer que a pretensão
é manifestamente infundada.

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Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da
ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.

Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
e quaisquer outras despesas.

Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.

Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a
propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.

Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e
informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.

Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,
organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser
inferior a dez dias úteis.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistênc ia de fundamento


para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-
o fundamentadamente.

§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em
falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.

§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do
Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou docum entos, que serão juntados aos
autos do inquérito ou anexados às peças de informação.

§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,
conforme dispuser o seu regimento.

§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do
Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 .

Título VII

Dos Crimes e Das Infrações Administrativas

Capítulo I

Dos Crimes

Seção I

Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o ad olescente, por ação ou omissão, sem
prejuízo do disposto na legislação penal.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de
autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)

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Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena aplicada na
reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)

Seção II

Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências
do parto e do desenvolvimento do neonato:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar
corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10
desta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de
ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança o u adolescente de fazer imediata
comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :

Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente,
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tut elar ou representante do
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial,
com o fim de colocação em lar substituto:

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Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:

Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:

Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829,
de 2008)

III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu
consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por
meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro qu e
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

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§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a


ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)

I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministé rio Público ou ao Poder
Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de
adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído pela
Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publi ca ou divulga
por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)

Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com
ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com
ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica
ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou
exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829,
de 2008)

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitament e, de qualquer forma, a criança ou a
adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física
ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela
Lei nº 13.106, de 2015)

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de
estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano
físico em caso de utilização indevida:

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

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Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à
exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)

Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em
favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017)

§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a
submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)

§ 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do


estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando -se de
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
induzida estar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Capítulo II

Das Infrações Administrativas

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental,
pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou
confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos
incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
infracional:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato
infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua
identificação, direta ou indiretamente.

§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena previ sta neste
artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da emissora
até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão declarada inconstitucional pela
A DIN 869).

Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)

Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de
tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

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Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).

Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).

§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento
do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).

§ 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabel ecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).

Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85
desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada
no certificado de classificação:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a
que não se recomendem:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à
casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.

Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua
classificação: (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.

Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do
espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em desacordo com a classificação
atribuída pelo órgão competente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar
o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de
apreensão da revista ou publicação.

Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o
acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar
o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização dos cadastros previstos
no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianç as e adolescentes
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em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em
entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário destinado à garantia do
direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de
2015)

Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada
pela Lei nº 13.106, de 2015)

Disposições Finais e Transitórias

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece
o Título V do Livro II.

Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.

Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto de renda,
obedecidos os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
observado o disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

§ 1 o -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e
municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela
Primeira Infância. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção
integral à primeira infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. (Redação dada dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a


comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de
12.10.1991)

§ 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n o 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que trata o
inciso I do caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
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II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)

Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que
trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

§ 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o
imposto apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na declaração de que trata
o inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

§ 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira quota ou quota única
do imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 1
2.594, de 2012) (Vide)

§ 4 o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3 o implica a glosa definitiva desta parcela de
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração
de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas,
no respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente
municipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado o
limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto
anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

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Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a apuração do imposto.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta específica, em instituição
financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por
pessoa competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)

I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide)

III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente, desde que discrimine
os valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens, mediante descrição
em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando também se houve avaliação, o nome, CPF
ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)

I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2
012) (Vide)

II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do imposto de renda, desde que não
exceda o valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na determinação do valor dos bens
doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte
por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil.
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(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês,
identificando os seguintes dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2
012) (Vide)

Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita
Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
divulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, d e 2012)
(Vide)

IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos para
implementação das ações, por projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive com
cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança
e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder
por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação
de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à


Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação
atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a
indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em
instituições financeiras públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído pela Lei nº 1
2.594, de 2012) (Vide)
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Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instruções necessárias à aplicação do
disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os registros, inscrições e
alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade judiciária da
comarca a que pertencer a entidade.

Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os estados aos municípios, os
recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos direitos da
criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.

Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela
autoridade judiciária.

Art. 263. O D ecreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes
alterações:

1) Art. 121 ............................................................

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância


de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de catorze anos.

2) Art. 129 ...............................................................

§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

3) Art. 136.................................................................

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze


anos.

4) Art. 213 ..................................................................

Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5) Art. 214...................................................................

Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de três a nove anos.»

Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973 , fica acrescido do seguinte item:

"Art. 102 ....................................................................

6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "

Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto, que será posto
à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios
de comunicação social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada
a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
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2016)

Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.

Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.

Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as
demais disposições em contrário.

Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antônio Magri
Margarida Procópio

Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e retificado em 27.9.1990

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LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Mensagem de veto Dispõe sobre os crimes hediondos,


nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da
(Vide Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) Constituição Federal, e determina
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no D ecreto-Lei no 2.848, de 7 de d
ezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994)
(Vide Lei nº 7.210, de 1984)

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº 1 3.964,
de 2019)

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2 o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
o
3 ), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído
pela Lei nº 13.142, de 2015)

II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº 13.964, d
e 2019)

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo
de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, §
3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015,
de 2009)

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
(art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela L ei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável
(art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no a rt. 16 da Lei nº 10.826, de 22 d
e dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, d
e 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado.


(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação
dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadame nte se o réu poderá apelar em liberdade.
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a L ei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou
incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

........................................................................

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado
não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267,
caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157. .............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze


anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa.

........................................................................

Art. 159. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.


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§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º .................................................................

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

........................................................................

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

........................................................................

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

........................................................................

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

........................................................................

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

......................................................................."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ..............................................................

........................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade,


facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no a rt. 288 do Código Penal, quando se tratar de
crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando
seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 1 59, caput e seus §§ 1
º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o a rt. 223,
caput e parágrafo único, todos do C ódigo Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos
de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.

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Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com
a seguinte redação:

"Art. 35. ................................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro


quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990

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Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

Dispõe sobre as sanções aplicáveis


aos agentes públicos nos casos de
(Vide Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) enriquecimento ilícito no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta
ou fundacional e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de
Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o er ário haja
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma
desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agent e público,
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro,
dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores
acrescidos ao seu patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a
autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens
do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa

Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilíci to

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber,
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dinheiro, bem móvel ou imóvel,
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ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que

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possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel
ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de
propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de
jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar
promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário q ualquer ação ou omissão, dolosa
ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimôni o de qualquer das
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

VIII III - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente

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VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades
sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do
patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma terial de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da
gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração públic a a entidades privadas
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
2014) (Vigência)

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XIX IX - frustrar a licitude de processo seletivo para celebração de parcerias da administ ração pública com
entidades
privadas ou dispensá-lo indevidamente; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)

XX X - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias


firmadas
pela administração pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014, com a redação dada pela L ei nº 13.204, de 2015)

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014) (Vigência)

Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito)

Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício


Financeiro ou Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de
31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
notadamente:
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I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

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II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela
administração pública com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Redação dada pela
Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)

X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia
celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de
19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)

CAPÍTULO III
Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está
o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressar cimento integral
do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos político s de oito a dez anos, pagamento de
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acr escidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito
anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por i ntermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8
(oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei C
omplementar nº 157, de 2016)

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado,
assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e
valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
(Regulamento) (Regulamento)

§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie
de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do
declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do
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mandato, cargo, emprego ou função.

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§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o
agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as
necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .

CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as


formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos
termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se
tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar
representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à
procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro
que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo
Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e
aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput. (Revogado pela Medida
provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.

§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos termos
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento
do patrimônio público.

§ 3º No caso da ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, a pessoa jurídica interessada integrará
a lide na qualidade de litisconsorte, devendo suprir as omissões e falhas da inicial e apresentar ou indicar os meios de
prova de que disponha.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no
§ 3 do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.337, de 1996)
o

(Redação dada pela Medida Provisória nº 1.472-31, de 1996)

§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto
no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996)

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob
pena de nulidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que
possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 1.984-16, de 2000)
(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
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§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do
ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Vide
Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para
oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
dias. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se
convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Vide
Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. (Vide Medida Provisória nº 2.088-
35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. (Vide Medida Provisória nº 2.088-
35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do
prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o
processo sem julgamento do mérito. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.225-45, de 2001)

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art.
221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000) (Incluído pela

M edida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar
no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de
julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II

- (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) III -

(VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos
ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada
pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro be neficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Art.para
Licenciado 20. A- perda daArruda
Jean de função Soares
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a suspensão dos direitos políticos
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sentença condenatória.

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/7
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Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à
instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I- da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação
dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade
administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração
de inquérito policial ou procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII
Da Prescrição

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem
do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades
referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e
demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República.

FERNANDO COLLOR
Célio Borja

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.1992.

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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.

M ensagem de veto
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e
dá outras providências.
Vigência

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no
Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de
sua competência.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

Capítulo II

Dos Juizados Especiais Cíveis

Seção I

Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto
no § 1º do art. 8º desta Lei.

§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e
de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite
estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas
ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;


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III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza.

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Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.

Seção II

Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las
e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da
lei e às exigências do bem comum.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente,
entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais,
enquanto no desempenho de suas funções.

Seção III

Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de
direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

§ 1º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial, excluídos
os cessionários de direito de pessoas jurídicas.

§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial: (Redação dada pela Lei
nº 12.126, de 2009)

I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas; (Incluído


pela Lei nº 12.126, de 2009)

II - as microempresas, assim definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999; (Incluído pela Lei
nº 12.126, de 2009)

II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno


porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei C
omplementar nº 147, de 2014)

III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da
Lei no 9.790, de 23 de março de 1999; (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)

IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro


de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)

§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para fins de
conciliação.

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser
assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for
pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto
ao Juizado Especial, na forma da lei local.

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.

§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.

§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto
credenciado.

§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto
credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo
empregatício. (Redação dada pela Lei nº 12.137, de 2009)
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Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-
á o litisconsórcio.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Seção IV

Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
normas de organização judiciária.

Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato
processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído pela Lei
nº 13.728, de 2018)

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
comunicação.

§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas,


datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente,
que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.

§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o
instruem.

Seção V

Do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas
ou formulários impressos.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última
hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará
a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,
dispensados o registro prévio de pedido e a citação.

Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal e ambos serão
apreciados na mesma sentença.

Seção VI

Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:


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I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado;

III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória.

§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência de que,
não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

§ 2º Não se fará citação por edital.

§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de
comunicação.

§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.

§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se


eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

Seção VII

Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento,
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII

Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da
conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art.
3º desta Lei.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante s
entença com eficácia de título executivo.

§ 1º Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado mediante sentença com
eficácia de título executivo. (Incluído pela Lei nº 13.994, de 2020).

§ 2º É cabível a conciliação não presencial conduzida pelo Juizado mediante o emprego dos recursos
tecnológicos disponíveis de transmissão de sons e imagens em tempo real, devendo o resultado da tentativa de
conciliação ser reduzido a escrito com os anexos pertinentes. (Incluído pela Lei nº 13.994, de 2020).

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.

Art. 23. Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da tentativa de conciliação não presencial, o
Juiz togado proferirá sentença. (Redação dada pela Lei nº 13.994, de 2020)

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma
prevista nesta Lei.

§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de compromisso, com a escolha do


árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência
de instrução.

§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei,
podendo decidir por eqüidade.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado
para homologação por sentença irrecorrível.
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Seção IX

Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde
que não resulte prejuízo para a defesa.

Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada para um dos quinze
dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.

Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida
a sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular prosseguimento da
audiência. As demais questões serão decididas na sentença.

Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte
contrária, sem interrupção da audiência.

Seção X

Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição
ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites
do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.

Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a designação da
nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.

Seção XI

Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são hábeis para
provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas
previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e
julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for
requerido.

§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes
da audiência de instrução e julgamento.

§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata condução, valendo-se,
se necessário, do concurso da força pública.

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a
apresentação de parecer técnico.

Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção
em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o verificado.

Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazidos
nos depoimentos.

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.

Seção XII

Da Sentença

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Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes
ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta Lei.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz
togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de
atos probatórios indispensáveis.

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio
Juizado.

§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de
jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da
qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à interposição,
sob pena de deserção.

§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano
irreparável para a parte.

Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13
desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas respectivas.

Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.

Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do processo,
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
julgamento servirá de acórdão.

Art. 47. (VETADO)

Seção XIII

Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,
omissão ou dúvida.

Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de Processo
Civil. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados
da ciência da decisão.

Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso.

Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. (Redação
dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

Seção XIV

Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo;


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II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;

III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º desta Lei;

V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de trinta dias;

VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do
fato.

§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.

§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência decorre de força maior, a parte poderá
ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.

Seção XV

Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no
Código de Processo Civil, com as seguintes alterações:

I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou
índice equivalente;

II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras parcelas serão efetuados por
servidor judicial;

III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa
intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos
do seu descumprimento (inciso V);

IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido solicitação do interessado,
que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação;

V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução,
cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de
inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da
condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a
multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado;

VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve
depositar para as despesas, sob pena de multa diária;

VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a
tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo
o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea,
nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;

VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;

IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando sobre:

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à sentença.

Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao
disposto no Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta Lei.

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de conciliação, quando poderá
oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.
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§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa
da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou
a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado.

§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das partes poderá
requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior.

§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto,
devolvendo-se os documentos ao autor.

Seção XVI

Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas,
taxas ou despesas.

Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas
processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência
judiciária gratuita.

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados
os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado,
que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor
corrigido da causa.

Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:

I - reconhecida a litigância de má-fé;

II - improcedentes os embargos do devedor;

III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do devedor.

Seção XVII

Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias necessárias e o serviço de assistência
judiciária.

Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no juízo competente,
independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial.

Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito,
referendado pelo órgão competente do Ministério Público.

Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a
causas não abrangidas por esta Lei.

Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.

Capítulo III

Dos Juizados Especiais Criminais

Disposições Gerais

A rt. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo. (Vide Lei nº 1
0.259, de 2001)

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação
das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
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civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006)

A rt. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as c
ontravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que
a lei preveja procedimento especial. (Vide Lei nº 10.259, de 2001)

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)

A rt. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, e
conomia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a a
plicação de pena não privativa de liberdade.

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,
informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.603, de 2018)

Seção I

Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da
semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de
comunicação.

§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em
audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo
comum para adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa
jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou,
sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer
meio idôneo de comunicação.

Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os
interessados e defensores.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a necessidade de
seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor
público.

Seção II

Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames
periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou a
ssumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.

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Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002))

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da audiência
preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se
for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se
possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente
entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à
representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de
exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do
direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso
de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença
definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou
multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de
direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo
benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais,
salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível
no juízo cível.

Seção III

Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do
fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de
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imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência referido no art. 69
desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade do
crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público


poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela
ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da
qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da
audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para
intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.

§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei
para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.

§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver
havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á
nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva de quem
deva comparecer.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz
receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação
e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação
da sentença.

§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir
as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve
resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada
por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público,
pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.

§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta
Lei.

§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, o
missão ou dúvida.

Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou
omissão. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

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§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da
ciência da decisão.

§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para o recurso.

§ 2o Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. (Redação


dada pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV

Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do
Juizado.

Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, determinando que a condenação
não fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva
de direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas,
será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

Seção V

Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e
76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI

Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal
relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais
requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de freqüentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;

IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao
fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou
não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

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§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores
termos.

Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver
iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. (Artigo incluído pela Lei nº 9
.839, de 27.9.1999)

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal pública, o
ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem
incompatíveis com esta Lei.

Capítulo IV

Disposições Finais Comuns

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organização,
composição e competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em
bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências
previamente anunciadas.

Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis
meses, a contar da vigência desta Lei.

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação desta Lei, serão criados e instalados os
Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais
de menor concentração populacional. (Redação dada pela Lei nº 12.726, de 2012)

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a L ei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e a L ei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.1995

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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.

Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
pena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício
pelo dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
regime fechado.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional,
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.

Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim
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Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997

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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989.

M ensagem de veto
Define os crimes resultantes de preconceito de
Vide Lei nº 12.735, de 2012
raça ou de cor.
(Vide ADO Nº 26)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Art. 2º (Vetado).

Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta
ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional, obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)

Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do
preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)

I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais


trabalhadores; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)

II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei
nº 12.288, de 2010)

III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.
(Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)

§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção
da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de
aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências.

Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou
comprador.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou
privado de qualquer grau.

Pena: reclusão de três a cinco anos.

Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).

Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento
similar.

Pena: reclusão de três a cinco anos.

Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes
abertos ao público.
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Pena: reclusão de um a três anos.

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Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos , casas de diversões, ou clubes
sociais abertos ao público.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de
massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou e scada de
acesso aos mesmos:

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô
ou qualquer outro meio de transporte concedido.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas.

Pena: reclusão de dois a quatro anos.

Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social.

Pena: reclusão de dois a quatro anos.

Art. 15. (Vetado).

Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão
do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.

Art. 17. (Vetado).

Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente
declarados na sentença.

Art. 19. (Vetado).

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que
utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou
publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda
antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº
9.459, de 15/05/97)

II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer
meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de 2012)

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computadores. (Incluído
pela Lei nº 12.288, de 2010)

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
material apreendido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)

Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
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Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em 9.1.1989

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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

L EI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.


M ensagem de veto
Vigência
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.
(Vide Decreto nº 6.214, de 2007)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
Disposições Preliminares

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para
preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade.

Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta
prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,
à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei nº 13.466, de 2017)

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços
à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;

IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos
que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de
serviços aos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os
aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).

§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo -se suas
necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017)

Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão,
e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela
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Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos
termos da lei.

Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei que
tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4
de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO I
Do Direito à Vida

Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da
legislação vigente.

Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas
sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade,
como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.

§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:

I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar e comunitária;

VI – participação na vida política, na forma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a


preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS,
garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam
preferencialmente os idosos.

§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I – cadastramento da população idosa em base territorial;

II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;

III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social;

IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de
se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e
eventualmente
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V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde.

§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da
idade.

§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos
termos da lei.

§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese na qual será
admitido o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o idoso em sua residência;
ou (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente constituído.
(Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o
Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de
isenção tributária. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial sobre os demais
idosos, exceto em caso de emergência. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017).

Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde
proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.

Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o
acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.

Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento
de saúde que lhe for reputado mais favorável.

Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:

I – pelo curador, quando o idoso for interditado;

II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em tempo hábil;

III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
familiar;

IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato
ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necess idades do
idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e
grupos de auto-ajuda.

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de notificaç ão
compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011)

I – autoridade policial;

II – Ministério Público;

III – Conselho Municipal do Idoso;

IV – Conselho Estadual do Idoso;

V – Conselho Nacional do Idoso.

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§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local
público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)

§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259,
de 30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)

CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que
respeitem sua peculiar condição de idade.

Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias
e material didático aos programas educacionais a ele destinados.

§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e demais
avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.

§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e
vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais.

Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao
processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir
conhecimentos sobre a matéria.

Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo
menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o
acesso preferencial aos respectivos locais.

Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com finalidade
informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.

Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo da
vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não formais.
(Redação dada pela lei nº 13.535, de 2017)

Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a
publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada
a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei nº 13.535, de 2017)

CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência,
nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei
Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado
para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.

Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de
serviços com a pessoa idosa abrigada.

§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da


entidade.

§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de


participação prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou
de assistência social percebido pelo idoso.

§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se refere o caput
deste artigo.

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Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
dependência econômica, para os efeitos legais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
Da Habitação

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus
familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.

§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada
inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.

§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação externa visível, sob
pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.

§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as
necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
estas condizentes, sob as penas da lei.

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de prioridade na
aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:

I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para atendimento aos
idosos; (Redação dada pela Lei nº 12.418, de 2011)

II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;

III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso;

IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão.

Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem situar-se,
preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
Do Transporte

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos
urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviç os
regulares.

§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua
idade.

§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos
assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.

§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a
critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no
caput deste artigo.

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação específica:
(Regulamento) (Vide Decreto nº 5.934, de 2006)

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários -
mínimos;

II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que excederem as
vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos
previstos nos incisos I e II.

Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao
idoso.
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Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque e desembarque nos
veículos do sistema de transporte coletivo. (Redação dada pela Lei nº 12.899, de 2013)

CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181
e 1 82 do Código Penal.

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de
transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
motivo.

§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do
agente.

Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente
perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro
de autoridade pública:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.

Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não
prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.

Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas
ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a
trabalho excessivo ou inadequado:

Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 2o Se resulta a morte:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:

I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;

II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;

III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa
idosa;

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a
que alude esta Lei;

V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando
requisitados pelo Ministério Público.

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações
em que for parte ou interveniente o idoso:
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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando -lhes
aplicação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração
à entidade de atendimento:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem
como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas
à pessoa do idoso:

Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

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Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração de
bens ou deles dispor livremente:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida representação
legal:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as seguintes
alterações:

"Art. 61. ............................................................................

............................................................................

II - ............................................................................

............................................................................

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

............................................................................." (NR)

"Art. 121. ............................................................................

............................................................................

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de


inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço)
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos.

............................................................................." (NR)

"Art. 133. ............................................................................

............................................................................

§ 3o ............................................................................

............................................................................

I – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)

"Art. 140. ............................................................................

............................................................................

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,


origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

............................................................................ (NR)
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"Art. 141. ............................................................................

............................................................................

I V – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no


V
caso de injúria.

............................................................................." (NR)

"Art. 148. ............................................................................

............................................................................

§ 1o............................................................................


I se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta)
anos.

............................................................................" (NR)

"Art. 159............................................................................

............................................................................

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18


(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

............................................................................" (NR)

"Art. 183............................................................................

............................................................................

I – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."
II
(NR)

"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de
18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao
pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem
justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:

............................................................................" (NR)

Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a

vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 21............................................................................

............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de
60 (sessenta) anos." (NR)

Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte
redação:

"Art. 1o ............................................................................

............................................................................

§ 4o ............................................................................

I – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou


maior de 60 (sessenta) anos;
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............................................................................" (NR)

Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 18............................................................................

............................................................................

I – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou


a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer
causa, diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação:

............................................................................" (NR)

Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60


(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de
colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo
Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em programas e
ações relativos ao idoso.

Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do País.

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão
do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o acesso
ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua publicação, ressalvado o disposto no caput do
art. 36, que vigorará a partir de 1 o de janeiro de 2004.

Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115 o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

L EI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.


R

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas


de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –
Sinarm, define crimes e dá outras providências.

(Vide Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem
circunscrição em todo o território nacional.

Art. 2o Ao Sinarm compete:

I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;

III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;

IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os
dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;

V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;

VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;

VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade;

IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de


armas de fogo, acessórios e munições;

X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiam ento e de


microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;

XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de
porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares,
bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do
regulamento desta Lei.
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Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade,
atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas


pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal,
que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na
forma disposta no regulamento desta Lei.

§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos
previstos neste artigo.

§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas
mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.

§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pess oas físicas somente será efetivada
mediante autorização do Sinarm.

§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a devida fundamentação,
no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.

§ 7o O registro precário a que se refere o § 4 o prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste
artigo.

§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o
interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses,
ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
(Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)

§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização
do Sinarm.

§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em período
não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado
de Registro de Arma de Fogo.

§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por órgão estadual ou do
Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei
deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de
documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do
cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4 o desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)

§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3 o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores -
internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008)

I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que
estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou
domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)

CAPÍTULO III

DO PORTE

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação
própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os
da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
(quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide
A DIN 5948)

IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000
(quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)

V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do


Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)

VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;

VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as
guardas portuárias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem
o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos
de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União
e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de
funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho
Nacional do Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de
propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que
estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)


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§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X
do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta
Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de
seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de
controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da
Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)

§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento
do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.

§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de
arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de
fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva
necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)

I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) III

- atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações
penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões metropolitanas será autorizado
porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de transporte de
valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de a rmazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia
Federal em nome da empresa.

§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá


pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se
deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato.

§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação comprobatória do


preenchimento dos requisitos constantes do art. 4 o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.

§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto
ao Sinarm.

Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6 o serão de
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço,
devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído
pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento de taxa.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus quadros pessoais
no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta
por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de
documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação
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funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle
interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no
Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia
Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam
sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
2012)

Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem obedecer às condições
de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autori zado a portar a
arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.

Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de
cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei,
o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caç adores e de
representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de
competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.

§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos
termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
integridade física;

II – atender às exigências previstas no art. 4 o desta Lei;

III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão
competente.

§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automatic amente sua eficácia caso o
portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços
relativos:

I – ao registro de arma de fogo;

II – à renovação de registro de arma de fogo;

III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;

V – à renovação de porte de arma de fogo;

VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.

§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal
e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades.

§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem os
incisos I a VII e X e o § 5 o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de profissionais pela
Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao v alor médio
dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do
profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de
trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e
transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em
nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição
de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei n º
13.964, de 2019)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

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III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança
ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena
é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercíci o de atividade
comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de
serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela Lei
nº 13.964, de 2019)

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
munição forem de uso proibido ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se: (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)

I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento
do disposto nesta Lei.

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos
controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe
do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008)

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§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens com sistema de
código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.

§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6 o, somente serão expedidas autorizações de compra de munição com
identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.

§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei conterão dispositivo
intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive
para os órgãos previstos no art. 6 o.

§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6 o
desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento
de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)

Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e
fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais
produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e
caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não
mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo
de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas,
na forma do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorável à doação,
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório
reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de qualquer
forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido
adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas para
o Comando do Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com prioridade
para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação responsável pela apreensão.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz competente, que
determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá
ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate
de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando
suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros
de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou


à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército.

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)

Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação
desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
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Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la,
perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4 o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
publicação, sem ônus para o requerente.

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu
registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse,
pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua
condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências
constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer temp o,
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e,
presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse
irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme
especificar o regulamento desta Lei:

I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por
qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização ou com
inobservância das normas de segurança;

II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda, estimulando o uso
indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas,
adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas,
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5 o da Constituição Federal.

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte internacional e interestadual
de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.

Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco Nacional de Perfis
Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de munição deflagrados
por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, estaduais
e distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou
promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal e
administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do
Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

CAPÍTULO VI
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DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as
entidades previstas no art. 6 o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em
outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de
seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182 o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

TABELA DE TAXAS

ATO ADMINISTRATIVO R$
I - Registro de arma de fogo:
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito

(art. 30)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

II - Renovação do certificado de registro de arma de fogo:

Gratuito

- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, § 3o)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de transporte 60,00
de valores

IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de


segurança privada e de transporte de valores:

- até 30 de junho de 2008 30,00

- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00

- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00

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V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00

VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00

VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00

VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00

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Presidência da República
Secretaria-Geral
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e


familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
Vigência
as Mulheres e da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
(Vide ADI nº 4424)
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código
de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a
Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados
internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de
violência doméstica e familiar.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo -lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual e social.

Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das
relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.

§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos
direitos enunciados no caput.

Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as
condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e da no moral ou
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
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I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou s e consideram
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.

CAPÍTULO II

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar
de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

TÍTULO III

CAPÍTULO II

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no
Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando
for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no
cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.

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III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente.
(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios
decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou
patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde
(SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das
vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde
do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. (Vide Lei nº 1 3.871, de 2019)
(Vigência)

§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibilizados para o


monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos
ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)

§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar ônus de qualquer natureza
ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da
pena aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)

§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus dependentes em
instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a
apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica
e familiar em curso. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou transferidos conforme o


disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos
competentes do poder público. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

CAPÍTULO III

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade
policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de urgência
deferida.

Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de violência


doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)

I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua condição peculiar de
pessoa em situação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e fami liar, familiares e
testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)

III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal,
cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de delitos de que


trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

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I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos
próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em violência doméstica e
familiar designado pela autoridade judiciária ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a mídia integrar o
inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre
outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de
vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou
do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de assistência
judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2
019)

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá
a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de
Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada;

II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a
concessão de medidas protetivas de urgência;

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requis itar outros exames periciais
necessários;

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a
existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;

VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existência,
juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do
registro ou da emissão do porte, nos termos da L ei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do
Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.

§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;


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III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.

IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência sofrida resultou
deficiência ou agravamento de deficiência preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos
os documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de
saúde.

Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e planos de atendimento à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de equipes especializadas
para o atendimento e a investigação das violências graves contra a mulher.

Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à defesa da mulher em situação de
violência doméstica e familiar e de seus dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação
de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio
ou local de convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, d e
2019)

III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte
e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar
ciência ao Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não
será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

CAPÍTULO II

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I

Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive
para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união
estável perante o juízo competente; (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.


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IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 1
3.880, de 2019)

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público
ou a pedido da ofendida.

§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência


das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a
qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor,
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor .

Seção II

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá
aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre
outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da
Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distânci a entre
estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar
ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei nº 1


3.984, de 2020)

VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio.
(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)

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§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor,
sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao
Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e


incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior
imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação j udicial, sob pena de incorrer nos crimes de
prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento,
auxílio da força policial.

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III

Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento;-


determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do
agressor;

II - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e
alimentos;

III - determinar a separação de corpos.

IV - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do
seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga.
(Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da
mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em
comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.

Seção IV
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência


Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.
(Incluído para
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§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído pela
Lei nº 13.641, de 2018)

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641,
de 2018)

TÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada
pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das respectivas
competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em situação de


violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica e


familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-legal especializados
no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;

IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;

V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de
seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos
um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando entender que não há
outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados
dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e informações
relativo às mulheres.

Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas
informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência. (Incluído pela Lei nº 13.827,
de 2019)

Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em banco de dados mantido e
regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e
dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas
protetivas. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências e nos termos das
respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercício
financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a L ei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
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Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar
acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. .................................................

................................................................

IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da


lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa
a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 61. ..................................................

.................................................................

II - ............................................................

.................................................................
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;

........................................................... ” (NR)

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as
seguintes alterações:

“Art. 129. ..................................................

..................................................................

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou


companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente
das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

..................................................................

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime


for cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 152. ...................................................

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá
determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e
reeducação.” (NR)

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Rousseff

Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.8.2006

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Presidência da República
Secretaria-Geral
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre


Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas; define crimes e dá outras providências.
Mensagem de veto

Regulamento

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas
para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de
causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder
Executivo da União.

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a
exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese
de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas,
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste
artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II
DO SIS TEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas
com:

I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos materiais e
humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por
adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019)

§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único de
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Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

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CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SIS TEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:

I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua
liberdade;

II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos


fundamentos e estratégias do Sisnad;

V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância


da participação social nas atividades do Sisnad;

VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com
a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu
tráfico ilícito;

VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à
cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar


das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando
a garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:

I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir
comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
correlacionados;

II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;

IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o
art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 6º (VETADO)

Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades
realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no
regulamento desta Lei.

Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)


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Art. 8º (VETADO)

Seção II
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Das Competências

Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)

II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal,
Municípios e a sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

III - coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad e suas normas de


referência; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores e definir formas de financiamento
e gestão das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VI – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VII – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VIII - promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das políticas sobre drogas,
observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

X - estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução das
políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

XI - garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de recursos para financiamento das
políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento,


reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)

XIV - estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no
País. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 8º-B . (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros: (Incluído pela Lei
nº 13.840, de 2019)

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I - promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e
entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, previdência social,
habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, atenção e reinserção social dos
usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de ensino, com a
sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas,


promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional; (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019)

V - promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos; (Incluído


pela Lei nº 13.840, de 2019)

VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações e projetos das políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VII - fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orientações e informações para apoio aos
usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação para o trabalho,
com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o plano individual de atendimento
nas fases de tratamento ou acolhimento; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IX - promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e o


cooperativismo, como forma de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento
ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e princípios previstos
no art. 22; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso de drogas; e


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

XII - promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre drogas. (Incluído pela Lei nº 1
3.840, de 2019)

§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação.

§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Políticas sobre
Drogas.

Seção II
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e Municípios,
terão os seguintes objetivos: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas sobre drogas,
visando à efetividade das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de programas, ações,


atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao
tráfico ilícito de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

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IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o planejamento das políticas sobre drogas;
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

V - propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou dependente de drogas
no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente federado; e (Incluído pela Lei nº 1 3.840, de
2019)

VI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com o Sisnad e
com os respectivos planos. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Seção III
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-F. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

CAPÍTULO III
(VETADO)

Art. 9º (VETADO)

Art. 10. (VETADO)

Art. 11. (VETADO)

Art. 12. (VETADO)

Art. 13. (VETADO)

Art. 14. (VETADO)

CAPÍTULO IV
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam
usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de
saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações
emanadas da União.

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de
informações do Poder Executivo.

TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE
USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO

Seção I
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Das Diretrizes

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores
de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e
diretrizes:

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo
e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

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II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos
serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços
que as atendam;

III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;

IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e


com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio
do estabelecimento de parcerias;

V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das


diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;

VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados


desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;

VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as
suas necessidades específicas;

VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido
de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;

IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de
inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;

X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas


para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;

XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de


ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a
drogas;

XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente
deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente - Conanda.

Seção II
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente, na
quarta semana de junho. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 1º No período de que trata o caput , serão intensificadas as ações de: (Incluído pela Lei nº 13.840, d
e 2019)

I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas; (Incluído pela Lei nº 1
3.840, de 2019)

II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 1
3.840, de 2019)

III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e econômica de
usuários de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de drogas; (Incluído


pela Lei nº 13.840, de 2019)

V - mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento às


drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de D
iretrizes e Bases da Educação Nacional , na realização de atividades de prevenção ao uso de drogas. (Incluído
pela Lei nº 13.840, de 2019)
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CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE
DROGAS

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL E
ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Disposições Gerais

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para
efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados
ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos
familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e


respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados


os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política
Nacional de Assistência Social;

II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de


drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;

III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de
riscos e de danos sociais e à saúde;

IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de
forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;

VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

VII - estímulo à capacitação técnica e profissional; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VIII - efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação continuada e ao trabalho;


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IX - observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; (Incluído pela Lei
nº 13.840, de 2019)

X - orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às consequências lesivas do uso de


drogas, ainda que ocasional. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Seção II
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Da Educação na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão atendimento nos programas de
educação profissional e tecnológica, educação de jovens e adultos e alfabetização. (Incluído pela Lei nº 1
3.840, de 2019)

Seção III
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-B. (VETADO).

Seção IV
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
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Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério
da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma rede de atenção
à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de
internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas dispostas pela União e articuladas com
os serviços de assistência social e em etapas que permitam: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a população; (Incluído pela Lei nº 1
3.840, de 2019)

II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas, oferecendo


atendimento individualizado ao usuário ou dependente de drogas com abordagem preventiva e, sempre que
indicado, ambulatorial; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

III - preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habilidades e projetos individuais por meio
de programas que articulem educação, capacitação para o trabalho, esporte, cultura e acompanhamento
individualizado; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articulada. (Incluído pela Lei nº 1
3.840, de 2019)

§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento, em âmbito nacional. (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019)

§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em unidades de saúde ou hospitais


gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico devidamente
registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará
a internação. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do dependente de drogas; (Incluído


pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a pedido de familiar ou
do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos
órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de segurança pública, que constate a
existência de motivos que justifiquem a medida. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 4º A internação voluntária: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este regime de
tratamento; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa que
deseja interromper o tratamento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 5º A internação involuntária: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável; (Incluído pela Lei nº 1
3.840, de 2019)

II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese
comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à
saúde; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, tendo
seu término determinado pelo médico responsável; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

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IV - a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do
tratamento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra- hospitalares
se mostrarem insuficientes. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser informadas, em, no máximo, de 72
(setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de
sistema informatizado único, na forma do regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido no § 7º e o acesso será permitido
apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 13.840, d
e 2019)

§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas comunidades terapêuticas


acolhedoras. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual deverão observar, no que couber, o
previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 , que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)

Seção V
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Do Plano Individual de Atendimento

Art. 23-B . O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de atenção à saúde dependerá
de: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e (Incluído pela Lei nº 13.840, d
e 2019)

II - elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e execução do projeto terapêutico


individual a ser adotado, levantando no mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas ou das pessoas com as quais
convive. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de
contribuir com o processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização civil,
administrativa e criminal, nos termos da L ei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente . (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do primeiro projeto
terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do
atendimento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - os resultados da avaliação multidisciplinar; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - os objetivos declarados pelo atendido; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

III - a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional; (Incluído pela Lei n
º 13.840, de 2019)

IV - atividades de integração e apoio à família; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)


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25/11/2020 Lei nº 11.343
V - formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual; (Incluído pela Lei n
º 13.840, de 2019)

VI - designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no plano; e


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

VII - as medidas específicas de atenção à saúde do atendido. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no atendimento.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de atendimento são


consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições
privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de
drogas encaminhados por órgão oficial.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e
da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad,
condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo
pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

Seção VI
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comunidade terapêutica acolhedora


caracteriza-se por: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas que visam à abstinência;


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida como uma etapa transitória para a
reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

III - ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivência entre os pares, atividades
práticas de valor educativo e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ao usuário
ou dependente de drogas em vulnerabilidade social; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

IV - avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

V - elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; e (Incluído pela Lei n º
13.840, de 2019)

VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)

§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e psicológicos de
natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso em que deverão ser
encaminhadas à rede de saúde. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

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CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes
penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou
psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade
da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e
pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
(cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades


educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos,
que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de
drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a
que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente,


estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à
reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um
trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão
creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar,
transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor,
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua
preparação, observadas as demais exigências legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-
A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.
(Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
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§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas
necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no D ecreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,
dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no a rt. 243 da C
onstituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter
em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de


drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) Pena

- detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a
consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois
terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir,
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à
fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-
multa.

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada
do crime definido no art. 36 desta Lei.

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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34
desta Lei:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil)
dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em
doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-
multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que
pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a
incolumidade de outrem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação
respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro)
a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo
for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato


evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação,


poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino
ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços
de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo
criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto
do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código
Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o
art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas
dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente,
podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz
ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

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Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis
de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época
do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o
seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas
no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de
encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na
forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº
9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor
do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias
necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de


imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. (Vide ADIN 3807)

§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exame de
corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.

§ 5º Para os fins do disposto no a rt. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser
especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre
que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas
previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I
Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação
ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público,
em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é


suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste,
por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da
elaboração do laudo definitivo.

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§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade
formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra
necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3º , sendo
lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição total delas.
(Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária
à realização do laudo definitivo. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
(noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo
os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do


delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que
se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do
agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem
em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos,
além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos
investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados
pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos
utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e
responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal
cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

Seção II
Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças
de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes
providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender
pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
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§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e
invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir
e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos a rts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, d
e 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do


preso, realização de diligências, exames e perícias.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará
a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos
periciais.

§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37
desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades,
se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas,
quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das
testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do
acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando
que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de acusação, ou mediante representação
da autoridade de polícia judiciária, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras
medidas assecuratórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, direitos ou valores sejam produto do crime
ou constituam proveito dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do Decreto-
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal . (Redação
dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal
, o juiz poderá determinar a prática de atos necessários à conservação dos bens, direitos ou valores.
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investigações.
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

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Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda estrangeira,
títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será determinada, imediatamente, a
sua conversão em moeda nacional. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie deve ser encaminhada a instituição financeira, ou


equiparada, para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Lei nº 1
3.886, de 2019)

§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º deste artigo, a moeda estrangeira


será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o seu destino. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2
019)

§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo, caso seja
verificada a inexistência de valor de mercado, seus espécimes poderão ser destruídos ou doados à representação
diplomática do país de origem. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada em vigor da Medida Provisória nº
8 85, de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil devem ser
transferidos à Caixa Econômica Federal, no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias, para que se proceda à
alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos
maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos
nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao
juízo competente. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata o caput , determinará a
alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará a exposição sucinta do nexo de
instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações
sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no prazo
de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador
nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministério Público e o interessado para se
manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º deste artigo.


(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a regra estabelecida no § 1º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública, preferencialmente por meio
eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da
avaliação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que efetuem as averbações
necessárias, tão logo tenha conhecimento da apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2
019)

§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere


competente para o registro, bem como as secretarias de fazenda, devem proceder à regularização dos bens no
prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem
prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
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§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem ser cobrados do arrematante
ou do órgão público alienante como condição para regularização dos bens. (Incluído pela Lei n
º 13.886, de 2019)

§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente
para o registro poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os órgãos
de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua
conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos
respectivos bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do
interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve receber o bem. (Incluído
pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública que participaram
das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida. (Incluído pela Lei nº 13.886,
de 2019)

§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e indicar
o órgão responsável por sua utilização. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer
momento quando por este solicitado, informações sobre seu estado de conservação. (Redação dada pela L
ei nº 13.840, de 2019)

§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em
favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e
tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu
perdimento em favor da União. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados na forma deste artigo
sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado
requerer nova avaliação judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou o bem indenizará
o detentor ou proprietário dos bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto da alienação ou a numerários


apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser efetuado na Caixa Econômica Federal, por meio de
documento de arrecadação destinado a essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo devem ser transferidos, pela Caixa Econômica Federal,
para a conta única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, contado do momento da realização do depósito, onde ficarão à disposição do Funad.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do depósito será devolvido a ele pela
Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º
do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o valor do depósito será transformado
em pagamento definitivo, respeitados os direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído
pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judicial, devem ser efetuados como
anulação de receita do Funad no exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
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2019)

§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o controle dos valores depositados ou devolvidos.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto de medidas assecuratórias; e


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a liberação dos bens utilizados nos
termos do art. 62. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ou objeto de
medidas assecuratórias, após decretado seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos,
indicando o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua
destinação nos termos da legislação vigente. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do


Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União,
indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os
fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.

§ 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor do Funad, o juíz deve: (Incluído pela Lei nº
13.886, de 2019)

I – ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que efetuem as averbações
necessárias, caso não tenham sido realizadas quando da apreensão; e (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2
019)

II – determinar, no caso de imóveis, o registro de propriedade em favor da União no cartório de registro de


imóveis competente, nos termos do c aput e do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, afastada a
responsabilidade de terceiros prevista no inciso VI do caput do art. 134 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966
(Código Tributário Nacional), bem como determinar à Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da
União a incorporação e entrega do imóvel, tornando-o livre e desembaraçado de quaisquer ônus para sua
destinação. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 6º Na hipótese do inciso II do caput , decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias do trânsito em julgado e
do conhecimento da sentença pelo interessado, os bens apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas
assecuratórias ou os valores depositados que não forem reclamados serão revertidos ao Funad. (Incluído
pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado,
podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e objeto de medidas assecuratórias
quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e
suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, proceder à destinação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja decretado em favor da União, por meio das
seguintes modalidades: (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

I – alienação, mediante: (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

a) licitação; (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

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b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos, bem como a comunidades terapêuticas acolhedoras
que contribuam para o alcance das finalidades do Funad; ou (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1
993; (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, observadas as finalidades do Funad;


(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

III – destruição; ou (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

IV – inutilização. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1º A alienação por meio de licitação deve ser realizada na modalidade leilão, para bens móveis e imóveis,
independentemente do valor de avaliação, isolado ou global, de bem ou de lotes, assegurada a venda pelo maior
lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação. (Incluído pela Lei nº 1
3.886, de 2019)

§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste artigo será amplamente divulgado em jornais de grande
circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmente no Município em que será realizado, dispensada a
publicação em diário oficial. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da administração pública, a publicidade dada
pelo sistema substituirá a publicação em diário oficial e em jornais de grande circulação. (Incluído pela
Lei nº 13.886, de 2019)

§ 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica livre do pagamento de encargos e tributos anteriores, sem
prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 5º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves deverão ser observadas as disposições dos §§ 13


e 15 do art. 61 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a proibição relativa à cobrança de multas, encargos ou
tributos prevista no § 14 do art. 61 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pode celebrar convênios ou instrumentos


congêneres com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como com
comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 8º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica autorizada a contratação da iniciativa


privada para a execução das ações de avaliação, de administração e de alienação dos bens a que se refere esta
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regulamentar os procedimentos relativos à
administração, à preservação e à destinação dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os
valores abaixo dos quais se deve proceder à sua destruição ou inutilização. (Incluído pela Lei nº 13.886,
de 2019)

Art. 63-E. O produto da alienação dos bens apreendidos ou confiscados será revertido integralmente ao Funad,
nos termos do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, vedada a sub-rogação sobre o valor da
arrematação para saldar eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento. (Incluído
pela Lei nº 13.886, de 2019)

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não prejudica o ajuizamento de execução fiscal em relação
aos antigos devedores. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais esta Lei comine pena máxima superior a 6 (seis)
anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à
diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele compatível com o seu rendimento lícito.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste artigo fica condicionada à existência de elementos
probatórios que indiquem conduta criminosa habitual, reiterada ou profissional do condenado ou sua vinculação a
organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os
bens: (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha domínio e benefício direto ou indireto, na data da infração penal,
ou recebidos posteriormente; e (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
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II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da
atividade criminal. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do


patrimônio. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e
com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de
usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com
vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de
programas relacionados à questão das drogas.

TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica
e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão
das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para


atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o
tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;

III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus
precursores químicos.

TÍTULO V-A
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
Art. 65-A . (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia
da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e
outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados
e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e
do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas
polícias judiciárias.

Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para execução das políticas sobre drogas
deverão garantir o acesso às suas instalações, à documentação e a todos os elementos necessários à efetiva
fiscalização pelos órgãos competentes. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de
drogas.

Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de


pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem,
consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou
produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:

I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;

II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e
guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;

III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.

§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no inciso II do caput
deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa
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científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à
hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do
Ministério Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em condições de emprego


terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de
saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados
e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, determinará a destruição
das amostras guardadas para contraprova, certificando nos autos. (Redação dada pela Lei nº
13.840, de 2019)

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à
prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir
o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
(Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a L ei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Jorge Armando Felix

Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006

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25/11/2020 L12527

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.

Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do


Mensagem de veto art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216
da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de
Vigência
dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de
Regulamento 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de
1991; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do a
rt. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:

I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as
Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;

II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais


entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos
congêneres.

Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos
recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente
obrigadas.

Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à
informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as
seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;

V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de
conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;

II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato;

III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;

IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável;


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V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização,
acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação,
destinação ou controle da informação;

VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos
ou sistemas autorizados;

VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por
determinado indivíduo, equipamento ou sistema;

VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;

IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem
modificações.

Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante
procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

CAPÍTULO II

DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO

Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos
aplicáveis, assegurar a:

I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação;

II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e

III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade,
integridade e eventual restrição de acesso.

Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser
encontrada ou obtida a informação almejada;

II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades,
recolhidos ou não a arquivos públicos;

III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo
com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;

IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;

V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política,
organização e serviços;

VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação,


contratos administrativos; e

VII - informação relativa:

a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades
públicas, bem como metas e indicadores propostos;

b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle
interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.

§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa
e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o
acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.

§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da
tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.

§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art.
1º , quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.

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§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a
imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.

§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada
deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.

Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação
em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles
produzidas ou custodiadas.

§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo:

I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e
horários de atendimento ao público;

II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;

III - registros das despesas;

IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem


como a todos os contratos celebrados;

V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e

VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.

§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e
instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de
computadores (internet).

§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes
requisitos:

I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva,
transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;

II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários,
tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;

III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por
máquina;

IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;

V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso;

VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;

VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com
o órgão ou entidade detentora do sítio; e

VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência,
nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do a rt. 9º da Convenção sobre os Direitos das P
essoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.

§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação
obrigatória na internet a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações
relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no a rt. 73-B da Lei C omplementar nº
101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante:

I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com
condições apropriadas para:

a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;

b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades;

c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e

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II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de
divulgação.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção I

Do Pedido de Acesso

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades
referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a
especificação da informação requerida.

§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências
que inviabilizem a solicitação.

§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de


acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.

§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de
interesse público.

Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível.

§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que
receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:

I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;

II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou

III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a
detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu
pedido de informação.

§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da
qual será cientificado o requerente.

§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o


órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que
necessitar.

§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente
deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-
lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.

§ 5º A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do
requerente.

§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer
outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá
consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública
da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo
tais procedimentos.

Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de
documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor
necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados.

Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação econômica
não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei nº 7.115, de 29 de
agosto de 1983.

Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua
integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original.

Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas
e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação
do documento original.
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Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.

Seção II

Dos Recursos

Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o
interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.

Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão
impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente
poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:

I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;

II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a
autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
desclassificação;

III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido
observados; e

IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei.

§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de
submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão
impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou


entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.

§ 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à
Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35.

Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação protocolado em órgão da


administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das
competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.

§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois de
submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão
impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando.

§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassificação de informação secreta ou
ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.

Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de
revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito
de ser informado sobre o andamento de seu pedido.

Art. 19. (VETADO).

§ 1º (VETADO).

§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao


Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a
informações de interesse público.

Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a L ei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento
de que trata este Capítulo.

CAPÍTULO IV

DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção I

Disposições Gerais

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Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos
fundamentais.

Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos
direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de
restrição de acesso.

Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as
hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa
física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.

Seção II

Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo

Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de
classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:

I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional;

II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que


tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;

III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;

IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País;

V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas;

VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como
a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;

VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus
familiares; ou

VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento,


relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.

Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou
reservada.

§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput,


vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes:

I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;

II - secreta: 15 (quinze) anos; e

III - reservada: 5 (cinco) anos.

§ 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República


e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato
em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.

§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser estabelecida como termo final de restrição de
acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de
classificação.

§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação
tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.

§ 5º Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse
público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:

I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e

II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.

Seção III

Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas


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Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus
órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. (Regulamento)

§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas
que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem
prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei.

§ 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar
o sigilo.

§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de informação
sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados.

Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado
hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de
informações sigilosas.

Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder público,
executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus
empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações
resultantes da aplicação desta Lei.

Seção IV

Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação

Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competência:
(Regulamento)

I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:

a) Presidente da República;

b) Vice-Presidente da República;

c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;

d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e

e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior;

II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas
públicas e sociedades de economia mista; e

III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção,
comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia
equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei.

§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta,
poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a
subdelegação.

§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e
“e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento.

§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar a
decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo
previsto em regulamento.

Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá,
no mínimo, os seguintes elementos:

I - assunto sobre o qual versa a informação;

II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24;

III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final,
conforme limites previstos no art. 24; e

IV - identificação da autoridade que a classificou.

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Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada.

Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade
hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com
vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento)

§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas
no exterior por autoridades ou agentes públicos.

§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a
possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.

§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como termo
inicial a data da sua produção.

Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet
e destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento:

I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;

II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura;

III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos,
bem como informações genéricas sobre os solicitantes.

§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no caput para consulta pública em
suas sedes.

§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da data,
do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.

Seção V

Das Informações Pessoais

Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à
intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais.

§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem:

I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem)
anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se
referirem; e

II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento
expresso da pessoa a que elas se referirem.

§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso
indevido.

§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exigido quando as informações forem necessárias:

I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização
única e exclusivamente para o tratamento médico;

II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei,
sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem;

III - ao cumprimento de ordem judicial;

IV - à defesa de direitos humanos; ou

V - à proteção do interesse público e geral preponderante.

§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser
invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver
envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.

§ 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal.

CAPÍTULO V

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DAS RESPONSABILIDADES

Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar:

I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu
fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;

II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou
parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do
exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública;

III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação;

IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação
pessoal;

V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal
cometido por si ou por outrem;

VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem,
ou em prejuízo de terceiros; e

VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos
humanos por parte de agentes do Estado.

§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no
caput serão consideradas:

I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves,
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou

II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações
administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.

§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade
administrativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.

Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer
natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa;

III - rescisão do vínculo com o poder público;

IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública


por prazo não superior a 2 (dois) anos; e

V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.

§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II,
assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o interessado efetivar o ressarcimento
ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.

§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou


entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de
vista.

Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da
divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a
apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo
de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a
tratamento indevido.

CAPÍTULO VI

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DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 35. (VETADO).

§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, que decidirá, no âmbito da administração


pública federal, sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência para:

I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo,
parcial ou integral da informação;

II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa


interessada, observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e

III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado,
enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do
território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º do art. 24.

§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação.

§ 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos,
após a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.

§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações nos prazos previstos
no § 3º implicará a desclassificação automática das informações.

§ 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento da Comissão Mista de


Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposições desta
Lei. (Regulamento)

Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às
normas e recomendações constantes desses instrumentos.

Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Núcleo
de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento)

I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos


e entidades para tratamento de informações sigilosas; e

II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas provenientes de países ou organizações


internacionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro
ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos
competentes.

Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento do NSC.

Art. 38. Aplica-se, no que couber, a L ei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de
pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação das informações classificadas como
ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.

§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos
e condições previstos nesta Lei.

§ 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a qualquer
tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei.

§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da
informação nos termos da legislação precedente.

§ 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput
serão consideradas, automaticamente, de acesso público.

Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou
entidade da administração pública federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada
para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:

I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos
objetivos desta Lei;

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II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu
cumprimento;

III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento das normas e


procedimentos necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e

IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus
regulamentos.

Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pública federal responsável:

I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da transparência na


administração pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informação;

II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à


transparência na administração pública;

III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração pública federal, concentrando e
consolidando a publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;

IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com informações atinentes à


implementação desta Lei.

Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar
da data de sua publicação.

Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 116. ...................................................................

............................................................................................

V I - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento


da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para apuração;

.................................................................................” (NR)

Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:

“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou


administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.”

Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas
gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9º e na Seção II
do Capítulo III.

Art. 46. Revogam-se:

I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e

II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.

Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação.

Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardoso
Celso Luiz Nunes Amorim
Antonio de Aguiar Patriota
Miriam Belchior
Paulo Bernardo Silva
Gleisi Hoffmann
José Elito Carvalho Siqueira
Helena Chagas
Luís Inácio Lucena Adams
Jorge Hage Sobrinho
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Maria do Rosário Nunes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.11.2011 - Edição extra

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Declaração Universal dos Direitos
Humanos

PREÂMBULO importância para o pleno cumprimento desse


compromisso,
Considerando que o reconhecimento da digni-
dade inerente a todos os membros da família A Assembléia Geral proclama
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis
é o fundamento da liberdade, da justiça e da A presente Declaração Universal dos Diretos
paz no mundo, Humanos como o ideal comum a ser atingido
por todos os povos e todas as nações, com o
Considerando que o desprezo e o desrespeito objetivo de que cada indivíduo e cada órgão
pelos direitos humanos resultaram em atos da sociedade, tendo sempre em mente esta
bárbaros que ultrajaram a consciência da Hu- Declaração, se esforce, através do ensino e da
manidade e que o advento de um mundo em educação, por promover o respeito a esses di-
que os homens gozem de liberdade de palavra, reitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
de crença e da liberdade de viverem a salvo do progressivas de caráter nacional e internacio-
temor e da necessidade foi proclamado como a nal, por assegurar o seu reconhecimento e a
mais alta aspiração do homem comum, sua observância universais e efetivos, tanto
entre os povos dos próprios Estados-Membros,
Considerando essencial que os direitos humanos quanto entre os povos dos territórios sob sua
sejam protegidos pelo Estado de Direito, para jurisdição.
que o homem não seja compelido,como último
recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, ARTIGO I

Considerando essencial promover o desenvol- Todas as pessoas nascem livres e iguais em


vimento de relações amistosas entre as nações, dignidade e direitos. São dotadas de razão e
consciência e devem agir em relação umas às
Considerando que os povos das Nações Unidas outras com espírito de fraternidade.
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos hu-
manos fundamentais, na dignidade e no valor ARTIGO II
da pessoa humana e na igualdade de direitos
dos homens e das mulheres, e que decidiram Toda pessoa tem capacidade para gozar os
promover o progresso social e melhores con- direitos e as liberdades estabelecidos nesta
dições de vida em uma liberdade mais ampla, Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
Considerando que os Estados-Membros se política ou de outra natureza, origem nacional
comprometeram a desenvolver, em cooperação ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer
com as Nações Unidas, o respeito universal aos outra condição.
direitos humanos e liberdades fundamentais e a
Direitos Humanos

observância desses direitos e liberdades, ARTIGO III

Considerando que uma compreensão comum Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à
desses direitos e liberdades é da mais alta segurança pessoal.

20
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ARTIGO IV ARTIGO XI

Ninguém será mantido em escravidão ou ser- 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem
vidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão o direito de ser presumida inocente até que a
proibidos em todas as suas formas. sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público no qual lhe
ARTIGO V tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa.
Ninguém será submetido à tortura, nem a
tratamento ou castigo cruel, desumano ou 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer
degradante. ação ou omissão que, no momento, não cons-
tituíam delito perante o direito nacional ou
ARTIGO VI internacional. Tampouco será imposta pena
mais forte do que aquela que, no momento da
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos prática, era aplicável ao ato delituoso.
os lugares, reconhecida como pessoa perante
a lei. ARTIGO XII

ARTIGO VII Ninguém será sujeito a interferências na sua


vida privada, na sua família, no seu lar ou
Todos são iguais perante a lei e têm direito, na sua correspondência, nem a ataques à sua
sem qualquer distinção, a igual proteção da honra e reputação. Toda pessoa tem direito à
lei. Todos têm direito a igual proteção contra proteção da lei contra tais interferências ou
qualquer discriminação que viole a presente ataques.
Declaração e contra qualquer incitamento a
tal discriminação. ARTIGO XIII

ARTIGO VIII 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de lo-


comoção e residência dentro das fronteiras de
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos cada Estado.
nacionais competentes remédio efetivo para
os atos que violem os direitos fundamentais 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer
que lhe sejam reconhecidos pela constituição país, inclusive o próprio, e a este regressar.
ou pela lei.
ARTIGO XIV
ARTIGO IX
Atos internacionais não ratificados pelo Brasil
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o
Ninguém será arbitrariamente preso, detido direito de procurar e de gozar asilo em outros
ou exilado. países.

ARTIGO X 2. Este direito não pode ser invocado em caso


de perseguição legitimamente motivada por
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, crimes de direito comum ou por atoscontrários
a uma audiência justa e pública por parte aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
de um tribunal independente e imparcial,
para decidir de seus direitos e deveres ou do ARTIGO XV
fundamento de qualquer acusação criminal
contra ele. 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.

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2. Ninguém será arbitrariamente privado de ARTIGO XXI
sua nacionalidade, nem do direito de mudar
de nacionalidade. 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no
governo de seu país, diretamente ou por inter-
ARTIGO XVI médio de representantes livremente escolhidos.

1. Os homens e mulheres de maior idade, sem 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao
qualquer retrição de raça, nacionalidade ou serviço público do seu país.
religião, têm o direito de contrair matrimônio
e fundar uma família. Gozam de iguais direitos 3. A vontade do povo será a base da autorida-
em relação ao casamento, sua duração e sua de do governo; esta vontade será expressa em
dissolução. eleições periódicas e legítimas, por sufrágio
universal, por voto secreto ou processo equiva-
2. O casamento não será válido senão com o lente que assegure a liberdade de voto.
livre e pleno consentimento dos nubentes.
ARTIGO XXII
ARTIGO XVII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou direito à segurança social e à realização, pelo
em sociedade com outros. esforço nacional, pela cooperação internacional
e de acordo com a organização e recursos de
2. Ninguém será arbitrariamente privado de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais
sua propriedade. e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao
livre desenvolvimento da sua personalidade.
ARTIGO XVIII
ARTIGO XXIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensa-
mento, consciência e religião; este direito inclui 1. Todapessoa temdireito ao trabalho, à livre es-
a liberdade de mudar de religião ou crença e a colha de emprego, a condições justas e favoráveis
liberdade de manifestar essa religião ou crença, de trabalho e à proteção contra o desemprego.
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela ob-
servância, isolada ou coletivamente, em público 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem
ou em particular. direito a igual remuneração por igual trabalho.

ARTIGO XIX 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma


remuneração justa e satisfatória, que lhe asse-
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e gure, assim como à sua família, uma existência
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem compatível com a dignidade humana, e a que
interferência, ter opiniões e de procurar,receber se acrescentarão, se necessário, outros meios
e transmitir informações e idéias por quaisquer de proteção social.
meios e independentemente de fronteiras.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos
ARTIGO XX e neles ingressar para proteção de seus interesses.
Direitos Humanos

1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reu- ARTIGO XXIV


nião e associação pacíficas.
Todapessoa tem direito a repouso e lazer, inclu-
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de sive a limitação razoável das horas de trabalho
uma associação. e férias periódicas remuneradas.
22
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ARTIGO XXV 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos inte-
resses morais e materiais decorrentes de qual-
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida quer produção científica, literária ou artística
capaz de assegurar a si e a sua família saúde da qual seja autor.
e bem estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços so- ARTIGO XVIII
ciais indispensáveis, e direito à segurança em
caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, Toda pessoa tem direito a uma ordem social e
velhice ou outros casos de perda dos meios de internacional em que os direitos e liberdades
subsistência fora de seu controle. estabelecidos na presente Declaração possam
ser plenamente realizados.
2. A maternidade e a infância têm direito a cui-
dados e assistência especiais. Todas as crianças ARTIGO XXIV
nascidas dentro ou fora do matrimônio, goza-
rão da mesma proteção social. 1. Toda pessoa tem deveres para com a comu-
nidade, em que o livre e pleno desenvolvimento
ARTIGO XXVI de sua personalidade é possível.

1. Toda pessoa tem direito à instrução. A 2. No exercício de seus direitos e liberdades,


instrução será gratuita, pelo menos nos graus toda pessoa estará sujeita apenas às limitações
elementares e fundamentais. A instrução ele- determinadas pela lei, exclusivamente com o
mentar será obrigatória. A instrução técnico- fim de assegurar o devido reconhecimento e
-profissional será acessível a todos, bem como respeito dos direitos e liberdades de outrem e
a instrução superior, esta baseada no mérito. de satisfazer às justas exigências da moral, da
ordem pública e do bem-estar de uma socie-
2. A instrução será orientada no sentido do ple- dade democrática.
no desenvolvimento da personalidade humana
e do fortalecimento do respeito pelos direitos 3. Esses direitos e liberdades não podem, em
humanos e pelas liberdades fundamentais. A hipótese alguma, ser exercidos contrariamente
instrução promoverá a compreensão, a tolerân- aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
cia e a amizade entre todas as nações e grupos
raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades ARTIGO XXX
das Nações Unidas em prol da manutenção
da paz. Nenhuma disposição da presente Declaração
pode ser interpretadacomo o reconhecimento a
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
Atos internacionais não ratificados pelo Brasil
do gênero de instrução que será ministrada a exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
seus filhos. ato destinado à destruição de quaisquer dos
direitos e liberdades aqui estabelecidos.
ARTIGO XXVII
Adotada e proclamada pela Resolução 217 A (III) da
1. Toda pessoa tem o direito de participar livre- Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de
mente da vida cultural da comunidade, de fruir dezembro de 1948. Fonte: Portal do Ministério da
as artes e de participar do processo científico e Justiça. Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/
de seus benefícios. sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm>.
Acesso em: 7 out. 2013.

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LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013

Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação


criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais
correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a
Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras
providências.

Vigência

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da
prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.

§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e


caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente,
vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

§ 2º Esta Lei se aplica também:

I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

II - às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro
do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de
atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.

II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente
definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016)

Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações
penais praticadas.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal
que envolva organização criminosa.

§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de
fogo.

§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que
não pratique pessoalmente atos de execução.

§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):

I - se há participação de criança ou adolescente;


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II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de
infração penal;

III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;

IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;

V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.

§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz
determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária à investigação ou instrução processual.

§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego
ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes
ao cumprimento da pena.

§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia
instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a
sua conclusão.

§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição deverão iniciar o
cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio
de organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou
outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

CAPÍTULO II

DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os
seguintes meios de obtenção da prova:

I - colaboração premiada;

II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;

III - ação controlada;

IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados
públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;

V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica;

VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica;

VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;

VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e
informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.

§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser dispensada
licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à
polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 1
3.097, de 2015)

§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 2
1 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle interno da realização da contratação.
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)

Seção I
Da Colaboração Premiada

Seção I
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Da Colaboração Premiada
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que
pressupõe utilidade e interesse públicos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o início das
negociações e constitui também marco de confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e
da boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o levantamento de sigilo por
decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente indeferida, com a devida justificativa,
cientificando-se o interessado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior
sem justa causa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de Confidencialidade não implica, por si
só, a suspensão da investigação, ressalvado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais penais
cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas pela legislação processual civil em vigor.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução, quando houver necessidade de
identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e
interesse público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confidencialidade serão elaborados pelo


celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de
nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com procuração do interessado com poderes
específicos para iniciar o procedimento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte que
pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem a presença de advogado constituído
ou defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá solicitar a


presença de outro advogado ou a participação de defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais
concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos com os fatos adequadamente descritos, com
todas as suas circunstâncias, indicando as provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela Lei nº 1 3.964, de
2019)

Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena
privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente
com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes
resultados:

I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles
praticadas;

II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;

III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;

IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização
criminosa;

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V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.

§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as


circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.

§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de


polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao
juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta
inicial, aplicando-se, no que couber, o a rt. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo P
enal).

§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até
6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se
o respectivo prazo prescricional.

§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:

§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se a
proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - não for o líder da organização criminosa;

II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.

§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando o Ministério Público ou a autoridade
policial competente tenha instaurado inquérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apresentados
pelo colaborador. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.

§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério
Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor.

§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º , o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de


cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e
voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor.

§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo,
as declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompanhado
de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na homologação: (Redação d ada pela Lei nº
13.964, de 2019)

I - regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as
cláusulas que violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 2
.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no Código Penal e na L
ei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangidos
pelo § 5º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do
caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador está ou esteve
sob efeito de medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial e das
primeiras etapas de aplicação da pena, nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal)
e do D ecreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), antes de conceder os benefícios
pactuados, exceto quando o acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A deste artigo ou
já tiver sido proferida sentença. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso
concreto.

§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às
partes para as adequações necessárias. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido
pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.

§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo
colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor.

§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se após o
decurso do prazo concedido ao réu que o delatou. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.

§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a
requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial.

§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das
informações.

§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos de gravação
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das
informações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)

§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio
e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.

§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar
assistido por defensor.

§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente
colaborador.

§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas declarações do
colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
colaboração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita
relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 5º São direitos do colaborador:

I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;

II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados;

III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes;

IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;

V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia
autorização por escrito;

VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.


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VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por escrito e conter:

I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;

II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;

III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;

IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu


defensor;

V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário.

Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que
não possam identificar o colaborador e o seu objeto.

§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a


distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir
o êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de
prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.

§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o disposto
no art. 5º .

§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o


recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer
hipótese. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Seção II

Da Ação Controlada

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por
organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida
legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.

§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente


que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.

§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam indicar a
operação a ser efetuada.

§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado
de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações.

§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada.

Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou


administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou
proveito do crime.

Seção III

Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou
requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de
inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus
limites.

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§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério
Público.

§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não puder
ser produzida por outros meios disponíveis.

§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde
que comprovada sua necessidade.

§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que
imediatamente cientificará o Ministério Público.

§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público
poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração.

Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput do art.
10, na internet, com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por organizações
criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou
apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação
dessas pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado ou


autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério
Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as provas
não puderem ser produzidas por outros meios disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, mediante
ordem judicial fundamentada e desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja comprovada sua
necessidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz
competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público
e o juiz competente poderão requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. (Incluído pela L ei nº
13.964, de 2019)

§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher indícios de
autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação
responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados
e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identidade do
agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de
agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,
os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.

Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade fictícia
criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a não conter informações que possam
indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que será infiltrado.

§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz


competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese
de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações e
a segurança do agente infiltrado.

§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público,


quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.

§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada mediante
requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à
autoridade judicial.

Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação,
responderá pelos excessos praticados.

Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da
investigação, quando inexigível conduta diversa.

Art. 14. São direitos do agente:

I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;

II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no a rt. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de julho d
e 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas;

III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a
investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário;

IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia
autorização por escrito.

Seção IV

Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial,
apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e
administradoras de cartão de crédito.

Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz,
do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.

Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das
autoridades mencionadas no art. 15, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das
ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V

Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
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Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que
sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de
agentes:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz,
Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos
dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão apurados mediante procedimento
ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto
no parágrafo único deste artigo.

Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120
(cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.

Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da
celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,
amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de
autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.

Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos,
ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser ampliado,
a critério da autoridade responsável pela investigação.

Art. 24. O art. 288 do D ecreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação:

“ Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
crimes:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se


houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)

Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 342. ...................................................................................

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

..................................................................................................” (NR)

Art. 26. Revoga-se a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial.

Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º da República.


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DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - Edição extra

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LEI N° 14.310, DE 19 DE JUNHO DE 2002

Dispõe sobre o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas


Gerais.

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome,
sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
Disposições Gerais
CAPÍTULO I
Generalidades

Art. 1o – O Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais – CEDM – tem
por finalidade definir, especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer
normas relativas a sanções disciplinares, conceitos, recursos, recompensas, bem como
regulamentar o Processo Administrativo-Disciplinar e o funcionamento do Conselho de Ética e
Disciplina Militares da Unidade – CEDMU.
Art. 2o – Este Código aplica-se:
I – aos militares da ativa;
II – aos militares da reserva remunerada, nos casos expressamente mencionados neste
Código.
Parágrafo único – Não estão sujeitos ao disposto neste Código:
I – os Coronéis Juízes do Tribunal de Justiça Militar Estadual, regidos por legislação
específica;
II – (VETADO):
a) (VETADO);
b) (VETADO);
c) (VETADO).
Art. 3o – A camaradagem é indispensável ao convívio dos militares, devendo-se
preservar as melhores relações sociais entre eles.
§ 1o – É dever do militar incentivar e manter a harmonia, a solidariedade e a amizade
em seu ambiente social, familiar e profissional.
§ 2o – O relacionamento dos militares entre si e com os civis pautar-se-á pela
civilidade, assentada em manifestações de cortesia, respeito, confiança e lealdade.

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Art. 4o – Para efeito deste Código, a palavra comandante é a denominação genérica dada
ao militar investido de cargo ou função de direção, comando ou chefia.
Art. 5° – Será classificado com um dos seguintes conceitos o militar que, no período de
doze meses, tiver registrada em seus assentamentos funcionais a pontuação adiante
especificada:
I – conceito “A” – cinqüenta pontos positivos;
II – conceito “B” – cinqüenta pontos negativos, no máximo;
III – conceito “C” – mais de cinqüenta pontos negativos.
§ 1° – Ao ingressar nas Instituições Militares Estaduais – IMEs –, o militar será
classificado no conceito “B”, com zero ponto.
§ 2° – A cada ano sem punição, o militar receberá dez pontos positivos, até atingir o
conceito “A”.
CAPÍTULO II
Princípios de Hierarquia e Disciplina

Art. 6° – A hierarquia e a disciplina constituem a base institucional das IMEs.


§ 1° – A hierarquia é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura
das IMEs.
§ 2° – A disciplina militar é a exteriorização da ética profissional dos militares do Estado
e manifesta-se pelo exato cumprimento de deveres, em todos os escalões e em todos os graus
da hierarquia, quanto aos seguintes aspectos:
I – pronta obediência às ordens legais;
II – observância às prescrições regulamentares;
III – emprego de toda a capacidade em benefício do serviço;
IV – correção de atitudes;
V – colaboração espontânea com a disciplina coletiva e com a efetividade dos resultados
pretendidos pelas IMEs.
Art. 7o – O princípio de subordinação rege todos os graus da hierarquia militar, em
conformidade com o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais – EMEMG.
Art. 8o – O militar que presenciar ou tomar conhecimento de prática de transgressão
disciplinar comunicará o fato à autoridade competente, no prazo estabelecido no art. 57, nos
limites de sua competência.

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CAPÍTULO III
Ética Militar

Art. 9o – A honra, o sentimento do dever militar e a correção de atitudes impõem


conduta moral e profissional irrepreensíveis a todo integrante das IMEs, o qual deve observar
os seguintes princípios de ética militar:
I – amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos da dignidade profissional;
II – observar os princípios da Administração Pública, no exercício das atribuições que
lhe couberem em decorrência do cargo;
III – respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV – cumprir e fazer cumprir as leis, códigos, resoluções, instruções e ordens das
autoridades competentes;
V – ser justo e imparcial na apreciação e avaliação dos atos praticados por integrantes
das IMEs;
VI – zelar pelo seu próprio preparo profissional e incentivar a mesma prática nos
companheiros, em prol do cumprimento da missão comum;
VII – praticar a camaradagem e desenvolver o espírito de cooperação;
VIII – ser discreto e cortês em suas atitudes, maneiras e linguagem e observar as
normas da boa educação;
IX – abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de assuntos internos das IMEs ou
de matéria sigilosa;
X – cumprir seus deveres de cidadão;
XI – respeitar as autoridades civis e militares;
XII – garantir assistência moral e material à família ou contribuir para ela;
XIII – preservar e praticar, mesmo fora do serviço ou quando já na reserva
remunerada, os preceitos da ética militar;
XIV – exercitar a proatividade no desempenho profissional;
XV – abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidade pessoal de
qualquer natureza ou encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVI – abster-se, mesmo na reserva remunerada, do uso das designações hierárquicas:
a) em atividades liberais, comerciais ou industriais;
b) para discutir ou provocar discussão pela imprensa a respeito de assuntos
institucionais;
c) no exercício de cargo de natureza civil, na iniciativa privada;
d) em atividades religiosas;
e) em circunstâncias prejudiciais à imagem das IMEs.

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Parágrafo único – Os princípios éticos orientarão a conduta do militar e as ações dos
comandantes para adequá-las às exigências das IMEs, dando-se sempre, entre essas ações,
preferência àquelas de cunho educacional.
Art. 10 – Sempre que possível, a autoridade competente para aplicar a sanção disciplinar
verificará a conveniência e a oportunidade de substituí-la por aconselhamento ou advertência
verbal pessoal, ouvido o CEDMU.

TÍTULO II
Transgressões Disciplinares
CAPÍTULO I
Definições, Classificações e Especificações

Art. 11 – Transgressão disciplinar é toda ofensa concreta aos princípios da ética e aos
deveres inerentes às atividades das IMEs em sua manifestação elementar e simples,
objetivamente especificada neste Código, distinguindo-se da infração penal, considerada
violação dos bens juridicamente tutelados pelo Código Penal Militar ou comum.
Art. 12 – A transgressão disciplinar será leve, média ou grave, conforme classificação
atribuída nos artigos seguintes, podendo ser atenuada ou agravada, consoante a pontuação
recebida da autoridade sancionadora e a decorrente de atenuantes e agravantes.
Art. 13 – São transgressões disciplinares de natureza grave:
I – praticar ato atentatório à dignidade da pessoa ou que ofenda os princípios da
cidadania e dos direitos humanos, devidamente comprovado em procedimento apuratório;
II – concorrer para o desprestígio da respectiva IME, por meio da prática de crime
doloso devidamente comprovado em procedimento apuratório, que, por sua natureza, amplitude
e repercussão, afete gravemente a credibilidade e a imagem dos militares;
III – faltar, publicamente, com o decoro pessoal, dando causa a grave escândalo que
comprometa a honra pessoal e o decoro da classe;
IV – exercer coação ou assediar pessoas com as quais mantenha relações funcionais;
V – ofender ou dispensar tratamento desrespeitoso, vexatório ou humilhante a qualquer
pessoa;
VI – apresentar-se com sinais de embriaguez alcoólica ou sob efeito de outra substância
entorpecente, estando em serviço, fardado, ou em situação que cause escândalo ou que ponha
em perigo a segurança própria ou alheia;
VII – praticar ato violento, em situação que não caracterize infração penal;
VIII – divulgar ou contribuir para a divulgação de assunto de caráter sigiloso de que
tenha conhecimento em razão do cargo ou função;
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IX – utilizar-se de recursos humanos ou logísticos do Estado ou sob sua
responsabilidade para satisfazer a interesses pessoais ou de terceiros;
X – exercer, em caráter privado, quando no serviço ativo, diretamente ou por interposta
pessoa, atividade ou serviço cuja fiscalização caiba à Polícia Militar ou ao Corpo de Bombeiros
Militar ou que se desenvolva em local sujeito à sua atuação;
XI – maltratar ou permitir que se maltrate o preso ou a pessoa apreendida sob sua
custódia ou deixar de tomar providências para garantir sua integridade física;
XII – referir-se de modo depreciativo a outro militar, a autoridade e a ato da
administração pública;
XIII – autorizar, promover ou tomar parte em manifestação ilícita contra ato de superior
hierárquico ou contrária à disciplina militar;
XIV – agir de maneira parcial ou injusta quando da apreciação e avaliação de atos, no
exercício de sua competência, causando prejuízo ou restringindo direito de qualquer pessoa;
XV – dormir em serviço;
XVI – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
XVII – negar publicidade a ato oficial;
XVIII – induzir ou instigar alguém a prestar declaração falsa em procedimento penal,
civil ou administrativo ou ameaçá-lo para que o faça;
XIX – fazer uso do posto ou da graduação para obter ou permitir que terceiros
obtenham vantagem pecuniária indevida;
XX – faltar ao serviço.
Art. 14 – São transgressões disciplinares de natureza média:
I – executar atividades particulares durante o serviço;
II – demonstrar desídia no desempenho das funções, caracterizada por fato que revele
desempenho insuficiente, desconhecimento da missão, afastamento injustificado do local ou
procedimento contrário às normas legais, regulamentares e a documentos normativos,
administrativos ou operacionais;
III – deixar de cumprir ordem legal ou atribuir a outrem, fora dos casos previstos em lei,
o desempenho de atividade que lhe competir;
IV – assumir compromisso em nome da IME ou representá-la indevidamente;
V – usar indevidamente prerrogativa inerente a integrante das IMEs;
VI – descumprir norma técnica de utilização e manuseio de armamento ou
equipamento;
VII – faltar com a verdade, na condição de testemunha, ou omitir fato do qual tenha
conhecimento, assegurado o exercício constitucional da ampla defesa;

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VIII – deixar de providenciar medida contra irregularidade de que venha a tomar
conhecimento ou esquivar-se de tomar providências a respeito de ocorrência no âmbito de suas
atribuições;
IX – utilizar-se do anonimato ou envolver indevidamente o nome de outrem para
esquivar-se de responsabilidade;
X – danificar ou inutilizar, por uso indevido, negligência, imprudência ou imperícia,
bem da administração pública de que tenha posse ou seja detentor;
XI – deixar de observar preceito legal referente a tratamento, sinais de respeito e honras
militares, definidos em normas especificas;
XII – contribuir para a desarmonia entre os integrantes das respectivas IMEs, por meio
da divulgação de notícia, comentário ou comunicação infundados;
XIII – manter indevidamente em seu poder bem de terceiro ou da Fazenda Pública;
XIV – maltratar ou não ter o devido cuidado com os bens semoventes das IMEs;
XV – deixar de observar prazos regulamentares;
XVI – comparecer fardado a manifestação ou reunião de caráter político-partidário,
exceto a serviço;
XVII – recusar-se a identificar-se quando justificadamente solicitado;
XVIII – não portar etiqueta de identificação quando em serviço, salvo se previamente
autorizado, em operações policiais específicas;
XIX – participar, o militar da ativa, de firma comercial ou de empresa industrial de
qualquer natureza, ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
Art. 15 – São transgressões disciplinares de natureza leve:
I – chegar injustificadamente atrasado para qualquer ato de serviço de que deva
participar;
II – deixar de observar norma específica de apresentação pessoal definida em
regulamentação própria;
III – deixar de observar princípios de boa educação e correção de atitudes;
IV – entrar ou tentar entrar em repartição ou acessar ou tentar acessar qualquer sistema
informatizado, de dados ou de proteção, para o qual não esteja autorizado;
V – retardar injustificadamente o cumprimento de ordem ou o exercício de atribuição;
VI – fumar em local onde esta prática seja legalmente vedada;
VII – permutar serviço sem permissão da autoridade competente.

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CAPÍTULO II
Julgamento da Transgressão
Art. 16 – O julgamento da transgressão será precedido de análise que considere:
I – os antecedentes do transgressor;
II – as causas que a determinaram;
III – a natureza dos fatos ou dos atos que a envolveram;
IV – as conseqüências que dela possam advir.
Art. 17 – No julgamento da transgressão, serão apuradas as causas que a justifiquem e
as circunstâncias que a atenuem ou agravem.
Parágrafo único – A cada atenuante será atribuído um ponto positivo e a cada
agravante, um ponto negativo.
Art. 18 – Para cada transgressão, a autoridade aplicadora da sanção atribuirá pontos
negativos dentro dos seguintes parâmetros:
I – de um a dez pontos para infração de natureza leve;
II – de onze a vinte pontos para infração de natureza média;
III – de vinte e um a trinta pontos para infração de natureza grave.
§ 1° – Para cada transgressão, a autoridade aplicadora tomará por base a seguinte
pontuação, sobre a qual incidirão, se existirem, as atenuantes e agravantes:
I – cinco pontos para transgressão de natureza leve;
II – quinze pontos para transgressão de natureza média;
III – vinte e cinco pontos para transgressão de natureza grave.
§ 2° – Com os pontos atribuídos, far-se-á a computação dos pontos correspondentes às
atenuantes e às agravantes, bem como da pontuação prevista no art. 51, reclassificando-se a
transgressão, se for o caso.
Art. 19 – São causas de justificação:
I – motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente comprovado;
II – evitar mal maior, dano ao serviço ou à ordem pública;
III – ter sido cometida a transgressão:
a) na prática de ação meritória;
b) em estado de necessidade;
c) em legítima defesa própria ou de outrem;
d) em obediência a ordem superior, desde que manifestamente legal;
e) no estrito cumprimento do dever legal;
f) sob coação irresistível.
Parágrafo único – Não haverá punição, quando for reconhecida qualquer causa de
justificação.
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Art. 20 – São circunstâncias atenuantes:
I – estar classificado no conceito “A”;
II – ter prestado serviços relevantes;
III – ter o agente confessado espontaneamente a autoria da transgressão, quando esta
for ignorada ou imputada a outrem;
IV – ter o transgressor procurado diminuir as conseqüências da transgressão, antes da
sanção, reparando os danos;
V – ter sido cometida a transgressão:
a) para evitar conseqüências mais danosas que a própria transgressão disciplinar;
b) em defesa própria, de seus direitos ou de outrem, desde que isso não constitua causa
de justificação;
c) por falta de experiência no serviço;
d) por motivo de relevante valor social ou moral.
Art. 21 – São circunstâncias agravantes:
I – estar classificado no conceito “C”;
II – prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III – reincidência de transgressões, ressalvado o disposto no art. 94;
IV – conluio de duas ou mais pessoas;
V – cometimento da transgressão:
a) durante a execução do serviço;
b) com abuso de autoridade hierárquica ou funcional;
c) estando fardado e em público;
d) com induzimento de outrem à prática de transgressões mediante concurso de
pessoas;
e) com abuso de confiança inerente ao cargo ou função;
f) por motivo egoístico ou para satisfazer interesse pessoal ou de terceiros;
g) para acobertar erro próprio ou de outrem;
h) com o fim de obstruir ou dificultar apuração administrativa, policial ou judicial, ou
o esclarecimento da verdade.
Art. 22 – Obtido o somatório de pontos, serão aplicadas as seguintes sanções
disciplinares:
I – de um a quatro pontos, advertência;
II – de cinco a dez pontos, repreensão;
III – de onze a vinte pontos, prestação de serviço;
IV – de vinte e um a trinta pontos, suspensão.

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TÍTULO III
Sanções Disciplinares
CAPÍTULO I
Natureza e Amplitude
Art. 23 – A sanção disciplinar objetiva preservar a disciplina e tem caráter preventivo
e educativo.
Art. 24 – Conforme a natureza, a gradação e as circunstâncias da transgressão, serão
aplicáveis as seguintes sanções disciplinares:
I – advertência;
II – repreensão;
III – prestação de serviços de natureza preferencialmente operacional, correspondente
a um turno de serviço semanal, que não exceda a oito horas;
IV – suspensão, de até dez dias;
V – reforma disciplinar compulsória;
VI – demissão;
VII – perda do posto, patente ou graduação do militar da reserva.
Art. 25 – Poderão ser aplicadas, independentemente das demais sanções ou
cumulativamente com elas, as seguintes medidas:
I – cancelamento de matrícula, com desligamento de curso, estágio ou exame;
II – destituição de cargo, função ou comissão;
III – movimentação de unidade ou fração.
§ 1o – Quando se tratar de falta ou abandono ao serviço ou expediente, o militar perderá
os vencimentos correspondentes aos dias em que se verificar a transgressão, independentemente
da sanção disciplinar.
§ 2° – As sanções disciplinares de militares serão publicadas em boletim reservado, e o
transgressor notificado pessoalmente, sendo vedada a sua divulgação ostensiva, salvo quando o
conhecimento for imprescindível ao caráter educativo da coletividade, assim definido pelo
CEDMU.
CAPÍTULO II
Disponibilidade Cautelar
Art. 26 – O Corregedor da IME, o Comandante da Unidade, o Conselho de Ética e
Disciplina Militares da Unidade – CEDMU –, o Presidente da Comissão de Processo
Administrativo-Disciplinar e o Encarregado de Inquérito Policial Militar – IPM – poderão
solicitar ao Comandante-Geral a disponibilidade cautelar do militar.
Art. 27 – Por ato fundamentado de competência indelegável do Comandante-Geral, o
militar poderá ser colocado em disponibilidade cautelar, nas seguintes hipóteses:
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I – quando der causa a grave escândalo que comprometa o decoro da classe e a honra
pessoal;
II – quando acusado de prática de crime ou de ato irregular que efetivamente concorra
para o desprestígio das IMEs e dos militares.
§ 1o – Para declaração da disponibilidade cautelar, é imprescindível a existência de
provas da conduta irregular e indícios suficientes de responsabilidade do militar.
§ 2o – A disponibilidade cautelar terá duração e local de cumprimento determinado pelo
Comandante-Geral, e como pressuposto a instauração de procedimento apuratório, não podendo
exceder o período de quinze dias, prorrogável por igual período, por ato daquela autoridade, em
casos de reconhecida necessidade.
§ 3o – A disponibilidade cautelar assegura ao militar a percepção de vencimento e
vantagens integrais do cargo.
CAPÍTULO III
Execução
Art. 28 – A advertência consiste em uma admoestação verbal ao transgressor.
Art. 29 – A repreensão consiste em uma censura formal ao transgressor.
Art. 30 – A prestação de serviço consiste na atribuição ao militar de tarefa,
preferencialmente de natureza operacional, fora de sua jornada habitual, correspondente a um
turno de serviço semanal, que não exceda a oito horas, sem remuneração extra.
Art. 31 – A suspensão consiste em uma interrupção temporária do exercício de cargo,
encargo ou função, não podendo exceder a dez dias, observado o seguinte:
I – os dias de suspensão não serão remunerados;
II – o militar suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do
cargo, encargo ou função.
Parágrafo único – A aplicação da suspensão obedecerá aos seguintes parâmetros,
conforme o total de pontos apurados:
I – de vinte e um a vinte e três pontos, até três dias;
II – de vinte e quatro a vinte e cinco pontos, até cinco dias;
III – de vinte e seis a vinte e oito pontos, até oito dias;
IV – de vinte e nove a trinta pontos, até dez dias.
Art. 32 – A reforma disciplinar compulsória consiste em uma medida excepcional, de
conveniência da administração, que culmina no afastamento do militar, de ofício, do serviço
ativo da Corporação, pelo reiterado cometimento de faltas ou pela sua gravidade, quando contar
pelo menos quinze anos de efetivo serviço.
Parágrafo único – Não poderá ser reformado disciplinarmente o militar que:

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I – estiver indiciado em inquérito ou submetido a processo por crime contra o
patrimônio público ou particular;
II – tiver sido condenado a pena privativa de liberdade superior a dois anos, transitada
em julgado, na Justiça Comum ou Militar, ou estiver cumprindo pena;
III – cometer ato que afete a honra pessoal, a ética militar ou o decoro da classe, nos
termos do inciso II do art. 64, assim reconhecido em decisão de Processo Administrativo-
Disciplinar.
Art. 33 – A demissão consiste no desligamento de militar da ativa dos quadros da IME,
nos termos do EMEMG e deste Código.
Parágrafo único – A demissão pune determinada transgressão ou decorre da
incorrigibilidade do transgressor contumaz, cujo histórico e somatório de sanções indiquem sua
inadaptabilidade ou incompatibilidade ao regime disciplinar da Instituição.
Art. 34 – Ressalvado o disposto no § 1° do art. 42 da Constituição da República, a
demissão de militar da ativa com menos de três anos de efetivo serviço, assegurado o direito à
ampla defesa e ao contraditório, será precedida de Processo Administrativo-Disciplinar Sumário
– PADS –, instaurado quando da ocorrência das situações a seguir relacionadas:
I – reincidência em falta disciplinar de natureza grave, para o militar classificado no
conceito “C”;
II – prática de ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, independentemente
do conceito do militar.
Art. 35 – No PADS, as razões escritas de defesa deverão ser apresentadas pelo acusado
ou seu procurador legalmente constituído, no prazo de cinco dias úteis do final da instrução.
§ 1o – É assegurada a participação da defesa na instrução, por meio do requerimento da
produção das provas que se fizerem necessárias, cujo deferimento ficará a critério da autoridade
processante, e do arrolamento de até cinco testemunhas.

§ 2o – O acusado e seu defensor serão notificados, por escrito, com antecedência mínima
de vinte e quatro horas de todos os atos instrutórios, sendo que, no caso de seu interrogatório,
esse prazo será de quarenta e oito horas.

§ 3o – É permitido à defesa, no momento da qualificação, contraditar a testemunha, bem


como, ao final do depoimento, formular perguntas por intermédio da autoridade processante.

§ 4o – Aplicam-se ao PADS, no que couber, as normas do Processo Administrativo-


Disciplinar.

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§ 5o – O prazo para conclusão do processo sumário será de vinte dias, prorrogável por
mais dez dias.

Art. 36 – A demissão de militar da ativa com no mínimo três anos de efetivo serviço
ocorrerá por proposta da Comissão de Processo Administrativo-Disciplinar – CPAD –,
ressalvado o disposto no § 1° do art. 42 da Constituição da República.

Art. 37 – A perda da graduação consiste no desligamento dos quadros das IMEs.

Art. 38 – Será aplicado o cancelamento de matrícula, com desligamento de curso,


estágio ou exame, conforme dispuser a norma escolar própria, a discentes de cursos das IMEs,
observado o disposto no art. 34 ou no art. 64, dependendo de seu tempo de efetivo serviço.

Art. 39 – O discente das IMEs que era civil quando de sua admissão, ao ter cancelada
sua matrícula e ser desligado do curso, observando-se o disposto no art. 34 ou no art. 64, será
também excluído da Instituição.

Art. 40 – Quando o militar incorrer em ato incompatível com o exercício do cargo,


função ou comissão, será destituído, independentemente da aplicação de sanção disciplinar, nos
termos do inciso II do art. 25.
CAPÍTULO IV
Regras de Aplicação
Art. 41 – A sanção será aplicada com justiça, serenidade, imparcialidade e isenção.
Art. 42 – O ato administrativo-disciplinar conterá:
I – a transgressão cometida, em termos concisos, com relato objetivo dos fatos e atos
ensejadores da transgressão;
II – a síntese das alegações de defesa do militar;
III – a conclusão da autoridade e a indicação expressa dos artigos e dos respectivos
parágrafos, incisos, alíneas e números, quando couber, da lei ou da norma em que se enquadre
o transgressor e em que se tipifiquem as circunstâncias atenuantes e agravantes, se existirem;
IV – a classificação da transgressão;
V – a sanção imposta;
VI – a classificação do conceito que passa a ter ou em que permanece o transgressor.
Art. 43 – O militar será formalmente cientificado de sua classificação no conceito
“C”.
Art. 44 – O cumprimento da sanção disciplinar por militar afastado do serviço
ocorrerá após sua apresentação, pronto, na unidade.

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CAPÍTULO V
Competência para Aplicação
Art. 45 – A competência para aplicar sanção disciplinar, no âmbito da respectiva IME,
é atribuição inerente ao cargo e não ao grau hierárquico, sendo deferida:
I – ao Governador do Estado e Comandante-Geral, em relação àqueles que estiverem
sujeitos a este Código;
II – ao Chefe do Estado-Maior, na qualidade de Subcomandante da Corporação, em
relação aos militares que lhe são subordinados hierarquicamente;
III – ao Corregedor da IME, em relação aos militares sujeitos a este Código, exceto o
Comandante-Geral, o Chefe do Estado-Maior e o Chefe do Gabinete Militar;
IV – ao Chefe do Gabinete Militar, em relação aos que servirem sob sua chefia ou
ordens;
V – aos Diretores e Comandantes de Unidades de Comando Intermediário, em relação
aos que servirem sob sua direção, comando ou ordens, dentro do respectivo sistema hierárquico;
VI – aos Comandantes de Unidade, Chefes de Centro e Chefes de Seção do Estado-
Maior, em relação aos que servirem sob seu comando ou chefia.
§ 1o – Além das autoridades mencionadas nos incisos I, II e III deste artigo, compete ao
Corregedor ou correspondente, na Capital, a aplicação de sanções disciplinares a militares
inativos.
§ 2o – A competência descrita no parágrafo anterior é dos Comandantes de Comandos
Intermediários e de Unidades, na respectiva região ou área, exceto, em ambos os casos, quanto
aos oficiais inativos do último posto das IMEs.
Art. 46 – Quando a ocorrência disciplinar envolver militares de mais de uma Unidade,
caberá ao Comandante imediatamente superior, na linha de subordinação, apurar ou determinar
a apuração dos fatos, adotar as medidas disciplinares de sua competência ou transferir para a
autoridade competente o que lhe escapar à alçada.
§ 1o – Quando duas autoridades de postos diferentes, ambas com ação disciplinar sobre
o militar, conhecerem da falta, competirá à de posto mais elevado punir, salvo se esta entender
que a punição cabe nos limites da competência da outra autoridade.
§ 2o – No caso de ocorrência disciplinar na qual se envolvam militar das Forças Armadas
e militares estaduais, a autoridade competente das IMEs deverá tomar as medidas disciplinares
referentes àqueles que lhe são subordinados.
§ 3° – A competência de que trata este artigo e seus §§ 1° e 2° será exercida também
pelo Corregedor da respectiva IME.

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Art. 47 – As autoridades mencionadas nos incisos I e II do art. 45 são competentes para
aplicar sanção disciplinar a militar que estiver à disposição ou a serviço de órgão do poder
público, independentemente da competência da autoridade sob cujas ordens estiver servindo
para aplicar–lhe a sanção legal por infração funcional.
Parágrafo único – A autoridade que tiver de ouvir militar ou que lhe houver aplicado
sanção disciplinar requisitará a apresentação do infrator, devendo tal requisição ser atendida no
prazo de cinco dias após seu recebimento.
CAPÍTULO VI
Anulação
Art. 48 – A anulação da punição consiste em tornar totalmente sem efeito o ato
punitivo, desde sua publicação, ouvido o Conselho de Ética e Disciplina da Unidade.
§ 1o – Na hipótese de comprovação de ilegalidade ou injustiça, no prazo máximo de
cinco anos da aplicação da sanção, o ato punitivo será anulado.
§ 2o – A anulação da punição eliminará todas as anotações nos assentamentos
funcionais relativos à sua aplicação.
Art. 49 – São competentes para anular as sanções impostas por elas mesmas ou por
seus subordinados as autoridades discriminadas no art. 45.
TÍTULO IV
Recompensas
CAPÍTULO I
Definições e Especificações
Art. 50 – Recompensas são prêmios concedidos aos militares em razão de atos
meritórios, serviços relevantes e inexistência de sanções disciplinares.
§ 1o – Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são recompensas
militares:
I – elogio;
II – dispensa de serviço;
III – cancelamento de punições;
IV – consignação de nota meritória nos assentamentos do militar, por atos relevantes
relacionados com a atividade profissional, os quais não comportem outros tipos de recompensa.
§ 2o – A dispensa de que trata o inciso II do § 1° será formalizada em documento escrito
em duas vias, sendo a segunda entregue ao beneficiário.
Art. 51– As recompensas, regulamentadas em normas específicas, serão pontuadas
positivamente, conforme a natureza e as circunstâncias dos fatos que as originaram, nos
seguintes limites:

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I – elogio individual: cinco pontos cada;
II – nota meritória: três pontos cada;
III – comendas concedidas pela instituição:
a) Alferes Tiradentes na Polícia Militar de Minas Gerais – PMMG – ou equivalente no
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais – CBMMG: três pontos;
b) Mérito Profissional: três pontos;
c) Mérito Militar: três pontos;
d) Guimarães Rosa na PMMG ou equivalente no CBMMG: três pontos.
§ 1° – A pontuação a que se refere este artigo tem validade por doze meses a partir da
data da concessão.
§ 2° – A concessão das recompensas de que trata o “caput” deste artigo será
fundamentada, ouvido o CEDMU.
CAPÍTULO II
Competência para Concessão
Art. 52 – A concessão de recompensa é função inerente ao cargo e não ao grau
hierárquico, sendo competente para fazê-la aos militares que se achem sob o seu Comando:
I – o Governador do Estado, as previstas nos incisos I, III e IV do § 1° do art. 50 e as
que lhe são atribuídas em leis ou códigos;
II – o Comandante-Geral, as previstas no § 1° do art. 50, sendo a dispensa de serviço
por até vinte dias;
III – o Chefe do Estado-Maior, as recompensas previstas no § 1° do art. 50, sendo a
dispensa de serviço por até quinze dias;
IV – as autoridades especificadas nos incisos III a VI do art. 45, as recompensas
previstas no § 1° do art. 50, sendo a dispensa de serviço por até dez dias;
V – o Comandante de Companhia e Pelotão destacados, dispensa de serviço por até
três dias.
CAPÍTULO III
Ampliação, Restrição e Anulação
Art. 53 – A recompensa dada por uma autoridade pode ser ampliada, restringida ou
anulada por autoridade superior, que motivará seu ato.
Parágrafo único – Quando o serviço ou ato meritório prestado pelo militar ensejar
recompensa que escape à alçada de uma autoridade, esta diligenciará a respectiva concessão
perante a autoridade superior competente.

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CAPÍTULO IV
Regras para Concessão
Art. 54 – A concessão das recompensas está subordinada às seguintes prescrições:
I – só se registram nos assentamentos dos militares os elogios e as notas meritórias
obtidos no desempenho de atividades próprias das IMEs e concedidos ou homologados por
autoridades competentes;
II – salvo por motivo de força maior, não se concederá a recompensa prevista no inciso
II do § 1° do art. 50 a discentes, durante o período letivo, nem a militar, durante o período de
manobras ou em situações extraordinárias;
III – a dispensa de serviço é concedida por dias de vinte e quatro horas, contadas da hora
em que o militar começou a gozá-la.
Art. 55 – A dispensa de serviço, para ser gozada fora da sede, fica condicionada às
mesmas regras da concessão de férias previstas no EMEMG.

TÍTULO V
Comunicação e Queixa Disciplinares
CAPÍTULO I
Comunicação Disciplinar
Art. 56 – A comunicação disciplinar é a formalização escrita, assinada por militar e
dirigida à autoridade competente, acerca de ato ou fato contrário à disciplina.

§ 1o – A comunicação será clara, concisa e precisa, sem comentários ou opiniões


pessoais, e conterá os dados que permitam identificar o fato e as pessoas ou coisas envolvidas,
bem como o local, a data e a hora da ocorrência.

§ 2o – A comunicação deve ser a expressão da verdade, cabendo à autoridade a quem


for dirigida encaminhá-la ao acusado, para que, no prazo de cinco dias úteis, apresente as suas
alegações de defesa por escrito.

Art. 57 – A comunicação será apresentada no prazo de cinco dias úteis contados da


observação ou do conhecimento do fato.

§ 1° – A administração encaminhará a comunicação ao acusado mediante notificação


formal para que este apresente as alegações de defesa no prazo improrrogável de cinco dias
úteis.

§ 2° – A inobservância injustificada do prazo previsto no § 1° não inviabilizará os


trabalhos da autoridade, operando-se os efeitos da revelia.

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CAPÍTULO II
Queixa Disciplinar

Art. 58 – Queixa é a comunicação interposta pelo militar diretamente atingido por ato
pessoal que repute irregular ou injusto.

§ 1o – A apresentação da queixa será feita no prazo máximo de cinco dias úteis, a contar
da data do fato, e encaminhada por intermédio da autoridade a quem o querelante estiver
diretamente subordinado.

§ 2° – A autoridade de que trata o § 1° terá prazo de três dias para encaminhar a queixa,
sob pena de incorrer no disposto no inciso XVI do art. 13 desta lei.

§ 3° – Por decisão da autoridade superior e desde que haja solicitação do querelante, este
poderá ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem formulou a queixa, até
que esta seja decidida.

§ 4° – Na formulação da queixa, será observado o disposto no art. 56.

CAPÍTULO III
Recurso Disciplinar

Art. 59 – Interpor, na esfera administrativa, recurso disciplinar é direito do militar que


se sentir prejudicado, ofendido ou injustiçado por qualquer ato ou decisão administrativa.

Art. 60 – Da decisão que aplicar sanção disciplinar caberá recurso à autoridade superior,
com efeito suspensivo, no prazo de cinco dias úteis, contados a partir do primeiro dia útil
posterior ao recebimento da notificação pelo militar.

Parágrafo único - Da decisão que avaliar o recurso caberá novo recurso no prazo de
cinco dias úteis.

Art. 61 – O recurso disciplinar, encaminhado por intermédio da autoridade que aplicou


a sanção, será dirigido à autoridade imediatamente superior àquela, por meio de petição ou
requerimento, contendo os seguintes requisitos:

I – exposição do fato e do direito;

II – as razões do pedido de reforma da decisão.

Parágrafo único – Recebido o recurso disciplinar, a autoridade que aplicou a sanção


poderá reconsiderar a sua decisão, no prazo de cinco dias, ouvido o CEDMU, se entender
procedente o pedido, e, caso contrário, encaminhá-lo-á ao destinatário, instruído com os
argumentos e documentação necessários.

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Art. 62 – A autoridade imediatamente superior proferirá decisão em cinco dias úteis,
explicitando o fundamento legal, fático e a finalidade.

TÍTULO VI
Processo Administrativo-Disciplinar
CAPÍTULO I
Destinação e Nomeação
Art. 63 – A Comissão de Processo Administrativo-Disciplinar – CPAD – é destinada a
examinar e dar parecer, mediante processo especial, sobre a incapacidade de militar para
permanecer na situação de atividade ou inatividade nas IMEs, tendo como princípios o
contraditório e a ampla defesa.
Art. 64 – Será submetido a Processo Administrativo-Disciplinar o militar, com no
mínimo três anos de efetivo serviço, que:
I – vier a cometer nova falta disciplinar grave, se classificado no conceito “C”;
II – praticar ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, independentemente do
conceito em que estiver classificado.
Art. 65 – A CPAD será nomeada e convocada:
I – pelo Comandante Regional ou autoridade com atribuição equivalente;
II – pelo Chefe do Estado–Maior, ou por sua determinação;
III – pelo Corregedor da IME.
Art. 66 – A CPAD compõe-se de três militares de maior grau hierárquico ou mais
antigos que o submetido ao processo.
§ 1° - Poderão compor a CPAD integrantes dos seguintes quadros:
I - Quadro de Oficiais Policiais Militares – QOPM;
II - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares – QOBM;
III - Quadro de Oficiais Administrativos – QOA;
IV - Quadro de Praças Policiais Militares – QPPM;
V - Quadro de Praças Bombeiros Militares – QPBM.
§ 2o – O oficial do QOPM ou QOBM, de maior posto ou mais antigo, será o presidente;
o militar de menor grau hierárquico ou mais moderno, o escrivão; o que o preceder, o
interrogante e relator do processo.
§ 3o – Fica impedido de atuar na mesma Comissão o militar que:
I – tiver comunicado o fato motivador da convocação ou tiver sido encarregado do
inquérito policial-militar, auto de prisão em flagrante ou sindicância sobre o fato acusatório;
II – tenha emitido parecer sobre a acusação;
III – estiver submetido a Processo Administrativo-Disciplinar;
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IV – tenha parentesco consangüíneo ou afim, em linha ascendente, descendente ou
colateral, até o 4° grau, com quem fez a comunicação ou realizou a apuração ou com o acusado.
§ 4o – Ficam sob suspeição para atuar na mesma Comissão os militares que:
I – sejam inimigos ou amigos íntimos do acusado;
II – tenham particular interesse na decisão da causa.
§ 5o – O militar que se enquadrar em qualquer dos incisos dos §§ 3° e 4° suscitará seu
impedimento ou suspeição antes da reunião de instalação da Comissão.
Art. 67 – Havendo argüição de impedimento ou suspeição de membro da CPAD, a
situação será resolvida pela autoridade convocante.
§ 1o – A argüição de impedimento poderá ser feita a qualquer tempo e a de suspeição
até o término da primeira reunião, sob pena de decadência, salvo quando fundada em motivo
superveniente.
§ 2o – Não constituirá causa de anulação ou nulidade do processo ou de qualquer de seus
atos a participação de militar cuja suspeição não tenha sido argüida no prazo estipulado no §
1°, exceto em casos de comprovada má-fé.

CAPÍTULO II
Peças Fundamentais do Processo
Art. 68 – São peças fundamentais do processo:
I – a autuação;
II – a portaria;
III – a notificação do acusado e de seu defensor, para a reunião de instalação e
interrogatório;
IV – a juntada da procuração do defensor e, no caso de insanidade mental, do ato de
nomeação do seu curador;
V – o compromisso da CPAD;
VI – o interrogatório, salvo o caso de revelia ou deserção do acusado;
VII – a defesa prévia do acusado, nos termos do §1° deste artigo;
VIII – os termos de inquirição de testemunhas;
IX – as atas das reuniões da CPAD;
X – as razões finais de defesa do acusado;
XI – o parecer da Comissão, que será datilografado ou digitado e assinado por todos os
membros, que rubricarão todas as suas folhas.

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§ 1° – O acusado e seu representante legal devem ser notificados para apresentar defesa
prévia, sendo obrigatória a notificação por edital quando o primeiro for declarado revel ou não
for encontrado.
§ 2o – A portaria a que se refere o inciso II deste artigo conterá a convocação da
Comissão e o libelo acusatório, sendo acompanhada do Extrato dos Registros Funcionais – ERF
– do acusado e dos documentos que fundamentam a acusação.
§ 3o – Quando o acusado for militar da reserva remunerada e não for localizado ou deixar
de atender à notificação escrita para comparecer perante a CPAD, observar-se-ão os seguintes
procedimentos:
I – a notificação será publicada em órgão de divulgação na área do domicílio do acusado
ou no órgão oficial dos Poderes do Estado;
II – o processo correrá à revelia, se o acusado não atender à publicação no prazo de
trinta dias;
III – será designado curador em favor do revel.
Art. 69 – A nulidade do processo ou de qualquer de seus atos verificar-se-á quando
existir comprovado cerceamento de defesa ou prejuízo para o acusado, decorrente de ato, fato
ou omissão que configure vício insanável.
§ 1o – Os membros da CPAD manifestar-se-ão imediatamente à autoridade convocante
sobre qualquer nulidade que não tenham conseguido sanar, para que a autoridade convocante
mande corrigir a irregularidade ou arquivar o processo.
§ 2o – A nulidade de um ato acarreta a de outros sucessivos dele dependentes.

CAPÍTULO III
Funcionamento do Processo
Art. 70 – A CPAD, no funcionamento do processo, atenderá ao seguinte:
I – funcionará no local que seu presidente julgar melhor indicado para a apuração e
análise do fato;
II – examinará e emitirá seu parecer, no prazo de quarenta dias, o qual, somente por
motivos excepcionais, poderá ser prorrogado pela autoridade convocante, por até vinte dias;
III – exercerá suas atribuições sempre com a totalidade de seus membros;
IV – marcará, preliminarmente, a reunião de instalação no prazo de dez dias, a contar
da data de publicação da portaria, por meio de seu presidente, o qual notificará o militar da
acusação que lhe é feita, da data, hora e local da reunião, com até quarenta e oito horas de
antecedência, fornecendo-lhe cópia da portaria e dos documentos que a acompanham;
V – a reunião de instalação terá a seguinte ordem:

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a) o presidente da Comissão prestará o compromisso, em voz alta, de pé e descoberto,
com as seguintes palavras: "Prometo examinar, cuidadosamente, os fatos que me forem
submetidos e opinar sobre eles, com imparcialidade e justiça", ao que, em idêntica postura, cada
um dos outros membros confirmará: "Assim o prometo";
b) o escrivão autuará todos os documentos apresentados, inclusive os oferecidos pelo
acusado;
c) será juntada aos autos a respectiva procuração concedida ao defensor constituído pelo
acusado;
VI – as razões escritas de defesa deverão ser apresentadas pelo acusado ou seu
procurador legalmente constituído, no prazo de cinco dias úteis, no final da instrução;
VII – se o processo ocorrer à revelia do acusado, ser-lhe-á nomeado curador pelo
presidente;
VIII – nas reuniões posteriores, proceder-se-á da seguinte forma:
a) o acusado e o seu defensor serão notificados, por escrito, com antecedência mínima
de quarenta e oito horas, exceto quando já tiverem sido intimados na reunião anterior, observado
o interstício mínimo de vinte e quatro horas entre o término de uma reunião e a abertura de
outra;
b) o militar que, na reunião de instalação, se seguir ao presidente em hierarquia ou
antigüidade procederá ao interrogatório do acusado;
c) ao acusado é assegurado, após o interrogatório, prazo de cinco dias úteis para oferecer
sua defesa prévia e o rol de testemunhas;
d) o interrogante inquirirá, sucessiva e separadamente, as testemunhas que a Comissão
julgar necessárias ao esclarecimento da verdade e as apresentadas pelo acusado, estas limitadas
a cinco, salvo nos casos em que a portaria for motivada em mais de um fato, quando o limite
máximo será de dez;
e) antes de iniciado o depoimento, o acusado poderá contraditar a testemunha e, em caso
de acolhimento pelo presidente da Comissão, não se lhe deferirá o compromisso ou a dispensará
nos casos previstos no Código de Processo Penal Militar – CPPM;
IX – providenciará quaisquer diligências que entender necessárias à completa instrução
do processo, até mesmo acareação de testemunhas e exames periciais, e indeferirá,
motivadamente, solicitação de diligência descabida ou protelatória;
X – tanto no interrogatório do acusado como na inquirição de testemunhas, podem os
demais membros da Comissão, por intermédio do interrogante e relator, perguntar e
reperguntar;

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XI – é permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria, perguntar às testemunhas,
por intermédio do interrogante, e apresentar questões de ordem, que serão respondidas pela
Comissão quando não implicarem nulidade dos atos já praticados;
XII – efetuado o interrogatório, apresentada a defesa prévia, inquiridas as testemunhas
e realizadas as diligências deliberadas pela Comissão, o presidente concederá o prazo de cinco
dias úteis ao acusado para apresentação das razões escritas de defesa, acompanhadas ou não de
documentos, determinando que se lhe abra vista dos autos, mediante recibo;
XIII – havendo dois ou mais acusados, o prazo para apresentação das razões escritas de
defesa será comum de dez dias úteis;
XIV – se a defesa não apresentar suas razões escritas, tempestivamente, novo defensor
será nomeado, mediante indicação pelo acusado ou nomeação pelo presidente da Comissão,
renovando-se-lhe o prazo, apenas uma vez, que será acrescido ao tempo estipulado para o
encerramento do processo;
XV – findo o prazo para apresentação das razões escritas de defesa, à vista das provas
dos autos, a Comissão se reunirá para emitir parecer sobre a procedência total ou parcial da
acusação ou sua improcedência, propondo as medidas cabíveis entre as previstas no art. 74;
XVI – na reunião para deliberação dos trabalhos da Comissão, será facultado ao
defensor do acusado assistir à votação, devendo ser notificado pelo menos quarenta e oito horas
antes da data de sua realização;
XVII – o parecer da Comissão será posteriormente redigido pelo relator, devendo o
membro vencido fundamentar seu voto;
XVIII – as folhas do processo serão numeradas e rubricadas pelo escrivão,
inutilizando-se os espaços em branco;
XIX – os documentos serão juntados aos autos mediante despacho do presidente;
XX – as resoluções da Comissão serão tomadas por maioria de votos de seus membros;
XXI – a ausência injustificada do acusado ou do defensor não impedirá a realização de
qualquer ato da Comissão, desde que haja um defensor nomeado pelo presidente;
XXII – de cada sessão da Comissão o escrivão lavrará uma ata que será assinada por
seus membros, pelo acusado, pelo defensor e pelo curador, se houver.
Art. 71 – Na situação prevista no inciso I do art. 64, a Comissão, atendendo a
circunstâncias especiais de caso concreto e reconhecendo a possibilidade de recuperar o
acusado, poderá sugerir, ouvido o CEDMU, a aplicação do disposto no § 2° do art. 74.
§ 1o – Se, no prazo estabelecido no artigo, o militar cometer transgressão disciplinar,
será efetivada a sua demissão.

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§ 2o – O benefício a que se refere este artigo será concedido apenas uma vez ao mesmo
militar.
Art. 72 – Quando forem dois ou mais os acusados por faltas disciplinares conexas que
justifiquem a instauração de Processo Administrativo-Disciplinar, adotar-se-á o princípio da
economia processual, com instalação de um único processo.
§ 1o – Quando os envolvidos forem de Unidades diferentes dentro do mesmo sistema
hierárquico, o Comandante da Unidade de Direção Intermediária instaurará o Processo
Administrativo-Disciplinar; quando não pertencerem ao mesmo sistema hierárquico, a
instauração caberá ao Corregedor da IME.
§ 2o – Quando ocorrer a situação descrita neste artigo, o processo original ficará
arquivado na pasta funcional do militar mais graduado ou mais antigo, arquivando-se também
cópia do parecer e da decisão nas pastas dos demais acusados.
§ 3o – A qualquer momento, surgindo diferenças significativas na situação pessoal dos
acusados, poderá ocorrer a separação dos processos, aproveitando–se, no que couber, os atos já
concluídos.
Art. 73 – Surgindo fundadas dúvidas quanto à sanidade mental do acusado, o processo
será sobrestado pela autoridade convocante que, mediante fundamentada solicitação do
presidente, encaminhará o militar à Junta Central de Saúde – JCS –, para realização de perícia
psicopatológica.
Parágrafo único – Confirmada a insanidade mental, o processo não poderá prosseguir,
e a autoridade convocante determinará seu encerramento, arquivando-o na pasta funcional do
acusado para futuros efeitos e remetendo o respectivo laudo à Diretoria de Recursos Humanos
para adoção de medidas decorrentes.

CAPÍTULO IV
Decisão
Art. 74 – Encerrados os trabalhos, o presidente remeterá os autos do processo ao
CEDMU, que emitirá o seu parecer, no prazo de dez dias úteis, e encaminhará os autos do
processo à autoridade convocante, que proferirá, nos limites de sua competência e no prazo de
dez dias úteis, decisão fundamentada, que será publicada em boletim, concordando ou não com
os pareceres da CPAD e do CEDMU:
I – recomendando sanar irregularidades, renovar o processo ou realizar diligências
complementares;
II – determinando o arquivamento do processo, se considerar improcedente a acusação;

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III – aplicando, agravando, atenuando ou anulando sanção disciplinar, na esfera de sua
competência;
IV – remetendo o processo à Justiça Militar ou ao Ministério Público, se constituir
infração penal a ação do acusado;
V – opinando, se cabível, pela reforma disciplinar compulsória;
VI – opinando pela demissão.
§ 1° – Os autos que concluírem pela demissão ou reforma disciplinar compulsória de
militar da ativa serão encaminhados ao Comandante-Geral para decisão.
§ 2° – O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão da demissão pelo
período de um ano, caso o militar tenha sido submetido a processo com base no inciso I do art.
64.
§ 3° – Quando for o caso de cumprimento do disposto no § 1° do art. 42 combinado com
o inciso VI do § 3° do art. 142 da Constituição da República, o Comandante-Geral remeterá o
processo, no prazo de três dias, à Justiça Militar, para decisão.

Art. 75 – Se, ao examinar o parecer, a autoridade julgadora verificar a existência de


algum fato passível de medida penal ou disciplinar que atinja militar que não esteja sob seu
comando, fará a remessa de cópias das respectivas peças à autoridade competente.

Art. 76 – A autoridade que convocar a CPAD poderá, a qualquer tempo, tornar


insubsistente a sua portaria, sobrestar seu funcionamento ou modificar sua composição,
motivando administrativamente seu ato.

Parágrafo único – A modificação da composição da CPAD é permitida apenas quando


indispensável para assegurar o seu normal funcionamento.

Art. 77 – O Comandante-Geral poderá modificar motivadamente as decisões da


autoridade convocante da CPAD, quando ilegais ou flagrantemente contrárias às provas dos
autos.

TÍTULO VII
Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade
CAPÍTULO I
Finalidade e Nomeação

Art. 78 – O Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade – CEDMU – é o órgão


colegiado designado pelo Comandante da Unidade, abrangendo até o nível de Companhia
Independente, com vistas ao assessoramento do Comando nos assuntos de que trata este Código.

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Art. 79 – O CEDMU será integrado por três militares, superiores hierárquicos ou mais
antigos que o militar cujo procedimento estiver sob análise, possuindo caráter consultivo.

§ 1o – Poderá funcionar na Unidade, concomitantemente, mais de um CEDMU, em


caráter subsidiário, quando o órgão colegiado previamente designado se achar impedido de
atuar.

§ 2o – A qualquer tempo, o Comandante da Unidade poderá substituir membros do


Conselho, desde que haja impedimento de atuação ou suspeição de algum deles.

§ 3o – A Unidade que não possuir os militares que preencham os requisitos previstos


neste Código solicitará ao escalão superior a designação dos membros do CEDMU.

§ 4o – Tratando-se de punição a ser aplicada pela Corregedoria da IME, esta ouvirá o


CEDMU da Unidade do militar faltoso.

§ 5o – O integrante do CEDMU será designado para um período de seis meses,


permitida uma recondução.

§ 6o – Após o interstício de um ano, contado do término do último período de


designação, o militar poderá ser novamente designado para o CEDMU.

CAPÍTULO II
Funcionamento
Art. 80 – Recebida qualquer documentação para análise, o CEDMU lavrará termo
próprio, o qual será seguido de parecer destinado ao Comandante da Unidade, explicitando os
fundamentos legal e fático e a finalidade, bem como propondo as medidas pertinentes ao caso.

Art. 81 – O CEDMU atuará com a totalidade de seus membros e deliberará por maioria
de votos, devendo o membro vencido justificar de forma objetiva o seu voto.

Parágrafo único – A votação será iniciada pelo militar de menor posto ou graduação
ou pelo mais moderno, sendo que o presidente votará por último.

Art. 82 – Após a conclusão e o encaminhamento dos autos de procedimento


administrativo à autoridade delegante, e havendo em tese prática de transgressão disciplinar,
serão remetidos os documentos alusivos ao fato para o CEDMU.

Art. 83 – O militar que servir fora do município-sede de sua Unidade, ao ser comunicado
disciplinarmente, será notificado por seu chefe direto para a apresentação da defesa escrita,
observando-se o que prescreve o art. 57.

Parágrafo único – É facultado ao militar comparecer à audiência do CEDMU.

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Art. 84 – Havendo discordância entre o parecer do CEDMU e a decisão do Comandante
da Unidade, toda a documentação produzida será encaminhada ao comando hierárquico
imediatamente superior, que será competente para decidir sobre a aplicação ou não da sanção
disciplinar.

TÍTULO VIII
Disposições Gerais

Art. 85 – A classificação de conceito obedecerá ao previsto neste Código, a partir de


sua vigência.

Art. 86 – Os prazos previstos neste Código são contínuos e peremptórios, salvo quando
vencerem em dia em que não houver expediente na IME, caso em que serão considerados
prorrogados até o primeiro dia útil imediato.

Parágrafo único – A contagem do prazo inicia-se no dia útil seguinte ao da prática do


ato.

Art. 87 – A não interposição de recurso disciplinar no momento oportuno implicará


aceitação da sanção, que se tornará definitiva.

Art. 88 – A CPAD não admitirá em seus processos a reabertura de discussões em


torno do mérito de punições definitivas.

Art. 89 – A forma de apresentação do recurso disciplinar não impedirá seu exame,


salvo quando houver má-fé.

Art. 90 – Contados da data em que foi praticada a transgressão, a ação disciplinar


prescreve em:

I – cento e vinte dias, se transgressão leve;

II – um ano, se transgressão média;

III – dois anos, se transgressão grave.

Art. 91 – O Governador do Estado poderá baixar normas complementares para a


aplicação deste Código.

Art. 92 – Os militares da reserva remunerada sujeitam-se às transgressões disciplinares


especificadas nos incisos II, III e VI do art. 13.

Art. 93 – Para os fins de competência para aplicação de sanção disciplinar, são


equivalentes à graduação de Cadete as referentes aos alunos do Curso Especial de Formação de
Oficiais ou do Curso de Habilitação de Oficiais.
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Art. 94 – Decorridos cinco anos de efetivo serviço, a contar da data da publicação da
última transgressão, o militar sem nenhuma outra punição terá suas penas disciplinares
canceladas automaticamente.

§ 1° – As punições canceladas serão suprimidas do registro de alterações do militar,


proibida qualquer referência a elas, a partir do ato de cancelamento.

§ 2° – Após dois anos de sua transferência para a inatividade, o militar classificado no


conceito “C” será automaticamente reclassificado.

Art. 95 – O militar que presenciar ou tomar conhecimento de ato ou fato contrário à


moralidade ou à legalidade praticado por outro militar mais antigo ou de maior grau hierárquico
poderá encaminhar relatório reservado e fundamentado à autoridade imediatamente superior ou
órgão corregedor das IMEs, contendo inclusive meios para demonstrar os fatos, ficando-lhe
assegurado que nenhuma medida administrativa poderá ser aplicada em seu desfavor.

§ 1o – A comunicação infundada acarretará responsabilidade administrativa, civil e


penal ao comunicante.

§ 2o – A autoridade que receber o relatório, quando não lhe couber apurar os fatos, dar-
lhe-á o devido encaminhamento, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal.

Art. 96 – Ficam definidas as seguintes regras de aplicação dos dispositivos deste


Código, a partir de sua vigência:

I – o militar que possuir registro de até uma detenção em sua ficha funcional nos últimos
cinco anos fica classificado no conceito “A”;
II – o militar que possuir registro de menos de duas prisões em sua ficha funcional no
período de um ano ou de até duas prisões em dois anos fica classificado no conceito “B”, com
zero ponto;
III – o militar que possuir registro de até duas prisões em sua ficha funcional no período
de um ano fica classificado no conceito “B”, com vinte e cinco pontos negativos;
IV – o militar que possuir registro de mais de duas prisões em sua ficha funcional no
período de um ano fica classificado no conceito “C”, com cinqüenta e um pontos negativos;
V – as punições aplicadas anteriormente à vigência deste Código serão consideradas
para fins de antecedentes e outros efeitos inseridos em legislação específica;
VI – aplicam-se aos procedimentos administrativo-disciplinares em andamento as
disposições deste Código, aproveitando-se os atos já concluídos;

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VII – fica abolido o caderno de registros como instrumento de avaliação do oficial da
PMMG e do CBMMG, ficando instituída a avaliação anual de desempenho e produtividade.
Art. 97 – Os casos omissos ou duvidosos, resultantes da aplicação deste Código, serão
normatizados pelo Comandante-Geral, mediante atos publicados no Boletim Geral das IMEs
ou equivalente no CBMMG.
Art. 98 – Esta lei entra em vigor quarenta e cinco dias após a data de sua publicação.
Art. 99 – Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as contidas no
Regulamento aprovado pelo Decreto n° 23.085, de 10 de outubro de 1983, e os arts. 1° a 16 da
Lei n° 6.712, de 3 de dezembro de 1975.
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 19 de junho de 2002.

ITAMAR FRANCO
Henrique Eduardo Ferreira Hargreaves
José Pedro Rodrigues de Oliveira

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LEI Nº 5.301, de 16 de outubro de 1969
"Contém o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais."
▪ Redação da ementa dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome,
sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
DO PESSOAL DA POLÍCIA MILITAR
Capítulo I
Generalidades

"Art. 1º Os direitos, prerrogativas, deveres e responsabilidades dos militares do Estado


regem-se por este Estatuto, nos termos do art. 39 da Constituição do Estado.”
“Art. 2º São militares do Estado os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombei- ros
Militar.”
▪ Redação dos Art. 1º e 2º dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07
▪ O termo “militar do Estado” tem fundamento no Art. 42 da Constituição Federal (CF):
“Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.”
▪ Dispõe a CF (Art 142, § 3º, X, aplicável aos militares dos Estados pelo Art 42, § 1º):
“X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especi-
ais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos
internacionais e de guerra.”
▪ Dispõe o Art 39 da Constituição do Estado (CE):
“Art 39. São militares do Estado os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, que serão regidos por
estatuto próprio estabelecido em lei complementar.
§ 10 Os direitos, deveres, garantias e vantagens do servidor militar e as normas sobre admissão, promoção, estabili-
dade, limites de idade e condições de transferência para a inatividade serão estabelecidas no estatuto.”

Art. 3º No decorrer de sua carreira pode o militar encontrar-se na ativa, na reserva ou na si-
tuação de reformado.
§ 1º Militar da ativa é o que, ingressando na carreira policial-militar, faz dela profissão, até ser
transferido para a reserva, reformado ou excluído.
§ 2º Militar da reserva é o que, tendo prestado serviço na ativa, passa à situação de inativi-
dade.
§ 3º Reformado é o militar desobrigado definitivamente do serviço.
Art. 4º A carreira na Polícia Militar é privativa de brasileiros natos, para oficiais, e natos ou
naturalizados para praças, observadas as condições de cidadania, idade, capacidade física,
moral e intelectual, previstas em leis e regulamentos.
▪ Embora a CF (Art. 12, § 2º) haja proibido estabelecer distinção entre brasileiro nato e naturalizado, a disposição do Art.
4º tem respaldo no mesmo Art 12, § 3º, VI, em relação às Forças Armadas, com aplicação extensiva às polícias militares por
interpretação do disposto nos Art. 42, § 2º, e Art. 142, § 3º, VIII e X.
▪ Ver, a propósito, o Parecer nº 8688 - PGE (BGPM 223, 26/11/93)

“Art. 5º O ingresso nas instituições militares estaduais dar-se-á por meio de concurso pú-
blico, de provas ou de provas e títulos, no posto ou graduação inicial dos quadros previstos no
§ 1º do art. 13 desta Lei, observados os seguintes requisitos:
I - ser brasileiro;
II - possuir idoneidade moral;
III - estar quite com as obrigações eleitorais e militares;
IV - ter entre 18 e 30 anos de idade na data da inclusão, salvo para os oficiais do Quadro
de Saúde, cuja idade máxima será de 35 anos;"
▪ Redação do caput e incisos I a IV do Art. 5º dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

"V - possuir nível superior de escolaridade para ingresso na Polícia Militar e nível médio
de escolaridade ou equivalente para ingresso no Corpo de Bombeiros Militar;"
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▪ Redação do inciso V do Art. 5º dada pela Lei Complementar nº 115, de 5/10/10

"VI - ter altura mínima de 1,60m (um metro e sessenta centímetros), exceto para oficiais do
Quadro de Saúde;
VII - ter aptidão física;
VIII - ser aprovado em avaliação psicológica;
IX - ter sanidade física e mental;
X - não apresentar, quando em uso dos diversos uniformes, tatuagem visível que seja, por
seu significado, incompatível com o exercício das atividades de policial militar ou de bombeiro
militar.
§ 1º Para fins da comprovação da idoneidade moral, o candidato deverá apresentar cer-
tidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pelas Justiças Federal, Estadual e Mi-
litar e não poderá estar indiciado em inquérito comum ou militar ou sendo processado crimi-
nalmente por crime doloso.
§ 2º A aptidão física prevista no inciso VII será comprovada perante comissão de avalia-
dores, por meio do teste de capacitação física.
§ 3º O teste de capacitação física consistirá em provas, todas de caráter eliminatório e
classificatório, que verificarão, no mínimo, a resistência aeróbica, a agilidade e a força mus-
cular dos membros superiores e inferiores e do abdômen, de acordo com os padrões de
condicionamento físico exigidos para o exercício das funções atribuídas ao cargo.
§ 4º A avaliação psicológica prevista no inciso VIII será realizada por Oficial psicólogo ou
comissão de oficiais psicólogos dos quadros da instituição militar ou por psicólogos contra-
tados e terá como base as exigências funcionais e comportamentais do cargo a ser ocupa-
do, compreendendo, no mínimo:
I - teste de personalidade;
II - teste de inteligência;
III - dinâmica de grupo, prova situacional ou anamnese psicológica.
§ 5º Do resultado da avaliação psicológica cabe recurso à junta examinadora, observa- dos
os prazos e procedimentos previstos no edital do concurso.
§ 6º A junta examinadora a que se refere o § 5º não poderá ser integrada por psicólogo que
participou da avaliação prevista no § 4º.
§ 7º Os laudos de avaliação psicológica serão guardados, em caráter confidencial, pela
unidade executora do concurso, sob a responsabilidade da seção de psicologia.
§ 8º O requisito de sanidade física e mental previsto no inciso IX será comprovado por meio
de exames médicos, odontológicos e complementares, a critério da Junta Militar de Saúde e
da comissão de avaliadores.
§ 9º Para o preenchimento de cargos no Quadro de Oficiais, o requisito previsto no inciso
IV não será exigido dos militares de ambas as instituições, desde que possuam, no máximo,
vinte anos de efetivo serviço, a ser comprovado até a data da matrícula.
§ 10. Para o preenchimento de cargos nos Quadros de Oficiais Complementares e de O-
ficiais Especialistas, os militares, para ingressarem no Curso de Habilitação de Oficiais, de-
verão possuir, no máximo, vinte e quatro anos de efetivo serviço, a ser comprovado até a data
da matrícula.
§ 11. A existência de tatuagem visível incompatível com o exercício da atividade militar,
prevista no inciso X, será comprovada por Oficial médico ou comissão de oficiais médicos dos
quadros da instituição militar ou por médicos contratados, em laudo devidamente fun-
damentado.
§ 12. Comprovada a existência de tatuagem visível incompatível com a atividade militar, na
forma do § 11, caberá recurso à junta examinadora, observados os prazos e procedimen- tos
previstos no edital do concurso.
§ 13. A junta examinadora a que se refere o § 12 não poderá ser integrada por médico que
tenha participado da comprovação prevista no § 11."
▪ Redação dos incisos VI a X e dos §§ 1º a 13 do Art. 5º dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

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"Art. 6º Os candidatos aos cargos do Quadro de Oficiais de Saúde devem possuir gradu-
ação em nível superior em área compatível com a função a ser exercida."
Art. 6º-A Para ingresso no Quadro de Oficiais da Polícia Militar - QO-PM - é exigido o tí- tulo
de bacharel em Direito, obtido em estabelecimento reconhecido pelo sistema de ensino
federal, estadual ou do Distrito Federal, sendo o respectivo concurso público realizado com a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 13.
Art. 6º-B Para ingresso nos Quadros de Praças e de Praças Especialistas da Polícia Mili-
tar é exigido o nível superior de escolaridade, obtido em curso realizado em estabelecimento
reconhecido pelo sistema de ensino federal, estadual ou do Distrito Federal, em área de
concentração definida em edital, sem prejuízo do disposto no § 4º do art. 13.
▪ Redação dos Art. 6º a 6º-B dada pela Lei Complementar nº 115, de 5/10/10.
▪ Dispõe adicionalmente a mesma Lei Complementar:
"Art. 6º Nos cinco anos a partir da publicação desta Lei Complementar, concomitantemente com o previsto no art. 6º- B
da Lei nº 5.301, de 1969, admitir-se-á o nível médio de escolaridade como requisito para ingresso nos Quadros de Praças e de
Praças Especialistas da Polícia Militar, submetendo-se o candidato aprovado em concurso público a aprovação em curso de
formação de nível superior promovido pela instituição.
Parágrafo único. O período de transição de cinco anos poderá ser prorrogado por período equivalente por ato do Go-
vernador do Estado."

"Art. 6º-C Para ingresso no Quadro de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar é exigida a
aprovação no curso de formação de oficiais, em nível superior de graduação, promovido pe-
lo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais, sem prejuízo do disposto no § 2º
do art. 13.
Art. 6º-D Para ingresso nos Quadros de Praças e de Praças Especialistas do Corpo de
Bombeiros Militar é exigida a aprovação em curso de formação promovido pelo Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais, sem prejuízo do disposto no § 4º do art. 13."
▪ Redação dos Art. 6º-C e 6º-D dada pela Lei Complementar nº 115, de 5/10/10

"Art. 7º O militar será considerado estável após três anos de efetivo serviço no cargo,
mediante avaliação de desempenho individual.”
▪ Redação do Art. 7º dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Capítulo II
Da Hierarquia e da Precedência Militar

Art. 8º Hierarquia militar é a ordem e subordinação dos diversos postos e graduações que
constituem a carreira militar.
§ 1º Posto é o grau hierárquico dos oficiais, conferido por ato do Chefe do Governo do Esta-
do.
§ 2º Graduação é o grau hierárquico das praças, conferido pelo Comandante-Geral da Polí-
cia Militar.
Art. 9º São os seguintes os postos e graduações da escala hierárquica:
I - Oficiais de Polícia:
a) Superiores:
Coronel
Tenente-Coronel
Major
b) Intermediário:
Capitão;
c) Subalternos:
1º Tenente
2º-Tenente.
II - Praças Especiais de Polícia:

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a) Aspirante a Oficial.
“b) Cadetes do último ano do Curso de Formação de Oficiais e Alunos do Curso de Habili-
tação de Oficiais;
c) Cadetes do Curso de Formação de Oficiais dos demais anos;”
▪ Redação das alíneas b e c do inciso II do Art. 9º dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

III - Praças de Polícia:


a) Subtenentes e Sargentos:
Subtenente;
1º-Sargento;
2º-Sargento;
3º-Sargento;
b) Cabos e Soldados:
Cabo;
“Soldado de 1ª Classe;
Soldado de 2ª Classe (Recruta).”
▪ Redação da parte final da alínea b do inciso III do Art. 9º dada pela Lei nº 5.946, de 11/7/72.

“Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o Cadete do último ano do Curso de Forma- ção
de Oficiais tem precedência funcional em relação ao Aluno do Curso de Habilitação de
Oficiais."
▪ Redação do parágrafo único do Art. 9º dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Art. 10. Aos postos e graduações de que trata o artigo anterior será acrescida a designação
"PM" (Polícia Militar).
Art. 11. A precedência hierárquica é regulada:
I - pelo posto ou graduação;
II - pela antiguidade no posto ou graduação, salvo quando ocorrer precedência funcional,
estabelecida em lei ou decreto.
Parágrafo único. O aspirante a oficial freqüentará o círculo dos oficiais subalternos.
Art. 12. A antiguidade de cada posto ou graduação será regulada:
I - pela data da promoção ou nomeação;
II - pela prevalência dos graus hierárquicos anteriores;
III - pela data de praça;
IV - pela data de nascimento.
“Parágrafo único. Nos casos de nomeação coletiva mediante concurso, de declaração de
Aspirante-a-Oficial e de promoção a 3º-Sargento e a Cabo, prevalecerá, para efeito de anti-
guidade, a ordem de classificação obtida no concurso ou curso."
▪ Redação do parágrafo único do Art. 12 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

Art. 13. Serão organizados anualmente "almanaques" da Polícia Militar, contendo a relação
nominal de oficiais, aspirantes a oficial e graduados da ativa, distribuídos pelos respectivos
quadros, de acordo com a antiguidade dos postos e graduações.
“§ 1º Os Quadros serão organizados da seguinte forma:
I - Oficiais da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QO-PM/BM);
II - Oficiais de Saúde da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QOS-PM/BM);
III - Praças da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QP-PM/BM);
IV - Praças Especialistas da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QPE-
PM/BM).
▪ Redação do § 1º do Art. 13 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

"§ 2º O ingresso no Quadro previsto no inciso I do § 1º dar-se-á no posto inicial da carrei-


ra, após a aprovação em curso de formação de oficiais específico, definido pela instituição
militar, e o cumprimento do período de estágio na graduação de Aspirante-a-Oficial."
▪ Redação do § 2º do Art. 13 dada pela Lei Complementar nº 115, de 5/10/10.
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"§ 3º O ingresso no Quadro previsto no inciso II do § 1º dar-se-á no posto de 2º- Tenente."
▪ Redação do § 3º do Art. 13 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

"§ 4º O ingresso nos Quadros previstos nos incisos III e IV do § 1º dar-se-á na gradua- ção
de Soldado de 2ª Classe, mediante realização de curso de formação específico, definido pela
instituição militar."
▪ Redação do § 4º do Art. 13 dada pela Lei Complementar nº 115, de 5/10/10

"§ 5º Ficam instituídos os Quadros de Oficiais Complementares da Polícia Militar ou do


Corpo de Bombeiros Militar (QOC-PM/BM) e de Oficiais Especialistas da Polícia Militar ou do
Corpo de Bombeiros Militar (QOE-PM/BM).
§ 6º Os Quadros previstos no § 5º serão preenchidos por militares pertencentes aos
Quadros previstos nos incisos III e IV do § 1º, respectivamente, mediante aprovação no Curso
de Habilitação de Oficiais - CHO.
§ 7º Os militares aprovados no CHO a que se refere o § 6º ingressarão no posto de 2º-
Tenente e poderão ser promovidos, na ativa, até o posto de Capitão.
▪ Redação dos §§ 5º a 7º do Art. 13 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

“§ 8º Poderão concorrer ao CHO os Subtenentes, os 1ºs-sargentos e os 2ºs-sargentos que


tenham, no mínimo, quinze anos e, no máximo, vinte e quatro anos de efetivo serviço na
instituição militar estadual até a data da matrícula."
▪ Redação do § 8º do Art. 13 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

§ 9º (Revogado)
▪ O § 9º do Art. 13 foi revogado pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

“§ 10. O número de vagas para o CHO do QOC e do QOE será definido pelo Comandan-
te-Geral da instituição militar.
§ 11. O aluno aprovado no CHO terá seu nome incluído no almanaque no posto de 2º-
Tenente, segundo a ordem de classificação geral no curso, obtida por merecimento intelec-
tual.
§ 12. O aluno do CHO reprovado, desligado ou com impedimento à promoção retornará ao
seu grau hierárquico anterior, não computando esse tempo para fins do art. 183 e dos §§ 1º e
2º do art. 187 desta Lei.
§ 13. Os militares pertencentes ao QOS-PM/BM, ao QOE-PM/BM e ao QPE-PM/BM po-
derão ser aproveitados na atividade-fim das instituições militares estaduais em circunstân-
cias especiais ou extraordinárias."
▪ Redação dos §§ 10 a 13 do Art. 13 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Capítulo III
Da Função Policial-Militar

Art. 14. Função policial-militar é exercida por oficiais e praças da Polícia Militar, com a fina-
lidade de preservar, manter e restabelecer a ordem pública e segurança interna, através das
várias ações policiais ou militares, em todo o território do Estado.
▪ Dispõe o Regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200), aprovado pelo Decreto Fede-
ral nº 88.777, de 30/9/83, redação dada pelo Decreto Federal nº 5.896, de 2006:
“Art. 21. São considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou de interesse policial-militar ou de
bombeiro-militar, os militares dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios, da ativa, colocados à disposição do Governo
Federal para exercerem cargo ou função nos seguintes órgãos:
1 - Gabinetes da Presidência e da Vice-Presidência da República;
2 - Ministério da Defesa;
3 - Casa Civil da Presidência da República;
4 - Secretaria-Geral da Presidência da República;
5 - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
6 - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; (redação da alínea 6 dada pelo Decreto nº
6.604, de 14/10/08)

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7 - Agência Brasileira de Inteligência;
8 - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Justiça e Conselho Nacional de Segurança Pú-
blica, do Ministério da Justiça;
9 - Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional;
10 - Supremo Tribunal Federal e Tribunais Superiores; e
11 - Ministério Público da União.
§ 1º São ainda considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou bombeiro-militar ou de interesse
policial-militar ou bombeiro-militar, os policiais-militares e bombeiros-militares da ativa nomeados ou designados para: (Reda-
ção do § 1º dada pelo Decreto nº 4.531, de 19.12.2002)
1) o Gabinete Militar, a Casa Militar ou o Gabinete de Segurança Institucional, ou órgão equivalente, dos Governos dos
Estados e do Distrito Federal;
2) o Gabinete do Vice-Governador;
3) a Secretaria de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão equivalente;
4) órgãos da Justiça Militar Estadual e do Distrito Federal; e
5) a Secretaria de Defesa Civil dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão equivalente.
6) órgãos policiais de segurança parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal. (Redação da alínea 6 do § 1º
dada pelo Decreto nº 5.416, de 7/4/05)
7) Administrador Regional e Secretário de Estado do Governo do Distrito Federal, ou equivalente, e cargos de Nature-
za Especial níveis DF-14 ou CNE-7 e superiores nas Secretarias e Administrações Regionais de interesse da segurança pú-
blica, definidos em ato do Governador do Distrito Federal; e (Redação da alínea 7 do § 1º dada pelo Decreto Federal nº 6.745,
de 19/1/09)
8) Diretor de unidade da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em áreas de risco ou de interesse da segurança pú-
blica definidas em ato do Governador do Distrito Federal. (Redação da alínea 8 do § 1º dada pelo Decreto Federal nº 6.745, de
19/1/09)
§ 2º Os policiais-militares da ativa só poderão ser nomeados ou designados para exercerem cargo ou função nos ór-
gãos constantes do § 1º, deste artigo, na conformidade das vagas previstas para o pessoal PM nos Quadros de Organização
dos respectivos órgãos.”
Art. 15. A qualquer hora do dia ou da noite, na sede da Unidade ou onde o serviço o exigir, o
policial-militar deve estar pronto para cumprir a missão que lhe for confiada pelos seus supe-
riores hierárquicos ou impostas pelas leis e regulamentos.

Capítulo IV
Dos Deveres, Responsabilidades, Direitos e Prerrogativas

Art. 16. O Oficial somente perderá o posto ou patente nos seguintes casos:
I - (Revogado)
▪ O inciso I determinava a perda de posto e patente, em conseqüência da condenação definitiva de oficial a pena superi-
or a dois anos. Está revogado pela CF (Art. 42, § 2º, c/c Art. 142, § 3º, VI), que estabelece:
“VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de
tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;”
▪ Dispõe, no mesmo sentido, a CE (Art 39):
“§ 7º O oficial somente perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por
decisão do Tribunal de Justiça Militar, ou de tribunal especial, em tempo de guerra, e a lei especificará os casos de submissão a
processo e o rito deste.”
▪ O Processo Administrativo-Disciplinar é regulado pelo Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas
Gerais (Lei nº 14.310, de 19/6/02), que especifica os casos de submissão ao processo e o seu rito.

II - quando declarado indigno do oficialato ou com ele incompatível, em face de incapacida-


de moral ou profissional, pelo Tribunal de Justiça Militar, em tempo de paz, ou por tribunal es-
pecial, em tempo de guerra;
▪ A esse respeito, dispõe a Lei nº 6.712, de 3/12/75:
“Art 18. O Tribunal de Justiça Militar, caso julgue provado que o oficial é culpado de ato ou fato previsto nos incisos, I, II
e IV, do artigo 3º, ou que, pelo crime cometido, previsto no inciso III, do artigo 3º, é incapaz de permanecer na Polícia Militar, na
ativa ou na inatividade, deve, conforme o caso:
I - ...
II - declará-lo indigno do oficialato ou com ele incompatível, determinando a perda de seu posto e patente.
§ 1º ...
§ 2º A reforma do Oficial ou a sua demissão ex-officio conseqüente da perda de posto e patente, conforme o caso, é
efetuada pelo Governador do Estado tão logo seja publicado o acórdão do Tribunal de Justiça Militar.”
▪ O Art. 3º da Lei nº 6.712/75, mencionado no Art. 18 supra, foi revogado pela Lei nº 14.310, de 19/6/02.

III - quando demitido, nos termos da lei.


▪ A hipótese de que trata este inciso, para não se confundir com aquela decorrente da aplicação do inciso II, deve ser
entendida como de demissão voluntária.

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§ 1º A declaração de indignidade ou incompatibilidade referida no item II do artigo proceder-
se-á através de processo especial, iniciando-se pelo Conselho de Justificação, nos termos da
legislação própria.
▪ O Conselho de Justificação, mencionado no § 1º, foi substituído, na instância administrativa, pelo Processo Administra-
tivo-Disciplinar, regulado pela Lei nº 14.310, de 19/6/02.
▪ O processo de declaração de indignidade do oficial, ou de sua incompatibilidade para o oficialato, é regulado pela Lei nº
6.712, de 3/12/75, que dispõe sobre o Conselho de Justificação.

§ 2º O tribunal referido no item II do artigo poderá determinar a reforma do oficial no posto por
ele ocupado, com os vencimentos proporcionais ao seu tempo de serviço, nos termos da
legislação própria.
▪ A esse respeito, dispõe a Lei nº 6.712, de 3/12/75:
“Art 18. O Tribunal de Justiça Militar, caso julgue provado que o oficial é culpado de ato ou fato previsto nos incisos, I, II
e IV, do artigo 3º, ou que, pelo crime cometido, previsto no inciso III, do artigo 3º, é incapaz de permanecer na Polícia Militar, na
ativa ou na inatividade, deve, conforme o caso:
I - determinar sua reforma; ou
II - .
§ 1º A reforma do Oficial é efetuada no posto que possui na ativa, com proventos proporcionais ao tempo de serviço,
na forma do Estatuto do Pessoal da Polícia Militar.
§ 2º A reforma do Oficial ou a sua demissão ex-officio conseqüente da perda de posto e patente, conforme o caso, é
efetuada pelo Governador do Estado tão logo seja publicado o acórdão do Tribunal de Justiça Militar.”
▪ O Art. 3º da Lei nº 6.712/75, mencionado no Art. 18 supra, foi revogado pela Lei nº 14.310, de 19/6/02.

Art. 17. (Revogado).


▪ O Art 17 tratava da transferência, para a reserva, de militar no exercício de cargo público civil temporário, não eletivo. A
matéria passou a ser regulada pela Lei Complementar nº 28, de 16/7/93, que estabelece:
“Art 2º Será igualmente transferido para a reserva não remunerada o militar da ativa que houver completado 2 (dois)
anos, contínuos ou não, de afastamento, em virtude de ter sido empossado em cargo, emprego ou função públicos temporá- rios,
não eletivos, ainda que de entidade da administração indireta.
Parágrafo único. O afastamento do militar, nas condições deste artigo, fica condicionado à autorização do Governador
do Estado.”
▪ O Decreto nº 38.735, de 7/4/97, delegou competência ao Comandante-Geral para deliberar sobre o afastamento de mi-
litar nomeado para exercer cargo, emprego ou função públicos temporários, não eletivos.
▪ Dispõe a CF (Art 142, § 3º, III, c/c Art 42, § 1º):
“III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não
eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permane- cer
nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e
transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos
da lei.”
▪ Dispõe a CE (Art 39):
“§ 4º O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou funções públicos temporários, não eletivos, ainda que de enti- dade
da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e, enquanto permanecer nessa situação, somente pode- rá ser
promovido por antiguidade, terá seu tempo de serviço contado apenas para aquela promoção e transferência para a reserva e
será, depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a inatividade.”

Art. 18. (Revogado).


▪ O Art 18 tratava da transferência, para a reserva, do militar no exercício de cargo público permanente, estranho à sua
carreira. A matéria passou a ser regulada pela Lei Complementar nº 28, de 16/7/93, que estabelece:
“Art 1º O militar da ativa da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais que aceitar cargo ou emprego público perma-
nente será, a partir da data de publicação desta Lei, transferido para a reserva não remunerada.”
▪ Dispõe a CF (Art 142, § 3º, II, c/c Art 42, § 1º):
“II - O militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a re-
serva, nos termos da lei;”
▪ Dispõe a CE (Art 39):
“§ 3º O militar em atividade que aceitar cargo ou emprego público permanentes será transferido para a reserva.”

Art. 19. Enquanto perceber remuneração do cargo temporário, assim como de autarquia,
empresa pública ou sociedade de economia mista, não tem direito o militar da ativa ao soldo e
vantagens do seu posto ou graduação, assegurada a opção.
▪ Ainda que a opção seja pela remuneração do seu posto ou graduação, a fonte pagadora será o próprio órgão ou enti-
dade onde o militar estiver exercendo cargo temporário: Av nº 308/CG, de 28/2/89.

Art. 20. É vedada a utilização de componentes da Polícia Militar em órgãos civis, públicos ou
privados, sob pena de responsabilidade de quem o permitir.
▪ Dispõe a Lei Complementar nº 76, de 13/1/04:

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“Art. 1º A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar poderão colocar à disposição de entidades associativas de mi-
litares membros da ativa das respectivas corporações, se eleitos para exercer cargo de direção, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º A disponibilidade a que se refere o caput deste artigo ocorrerá sem prejuízo da remuneração e das demais van-
tagens do posto ou graduação do militar.
§ 2º O militar poderá permanecer em disponibilidade remunerada, nos termos desta Lei, pelo período máximo de três
anos, permitida uma recondução por igual período.
§ 3º O militar colocado à disposição de entidade associativa nos termos desta Lei ficará agregado ao seu quadro de
origem e, enquanto permanecer nessa situação, somente poderá ser promovido por antiguidade, contando-se o tempo de serviço
apenas para aquela promoção e para a transferência para a reserva.”

Parágrafo único. Ressalvam-se as situações definidas expressamente em lei federal.


Art. 21. Os militares da ativa e os inativos, estes quando convocados ou designados para o
serviço ativo, podem, no interesse da dignidade profissional, ser chamados a prestar contas
sobre a origem e natureza dos seus bens móveis e semoventes.
Art. 22. Aos militares da ativa é vedado fazer parte de firmas comerciais, empresas industri-
ais de qualquer natureza ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
▪ Dispõe a Lei nº 14.130, de 19/12/01:
“Art. 8º Fica proibido ao militar da ativa ser proprietário ou consultor de empresa de projeto, comercialização, instala- ção,
manutenção e conservação nas áreas de prevenção e combate a incêndio e pânico.”

§ 1º Os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo, ficam proibidos de tra-
tar nas repartições públicas, civis ou militares, de interesse da indústria ou comércio a que es-
tejam ou não associados.
§ 2º Os militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens desde que não
infrinjam o disposto no presente artigo.
§ 3º No intuito de desenvolver a prática profissional e elevar o nível cultural dos elementos da
Corporação, é permitido, no meio civil, aos militares titulados o exercício do magistério ou de
atividades técnico-profissionais, atendidas as restrições previstas em lei própria.
Art. 23. Cabe aos militares a responsabilidade integral das decisões que tomam ou dos atos
que praticam, inclusive na execução de missões por eles taxativamente determinadas.
▪ Dispõe a Lei Complementar nº 58, de 29/11/00:
“Art. 1º É facultado ao militar inativo, independentemente das disposições constantes em regulamento disciplinar da
Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros e respeitados os limites estabelecidos na lei civil, opinar livremente sobre assunto
político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo a matéria pertinente ao interesse público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de assunto de natureza militar de caráter sigi-
loso.”

Art. 24. As patentes, com as vantagens, prerrogativas e deveres a elas inerentes, são ga-
rantidas em toda a plenitude, assim aos oficiais da ativa e da reserva, como aos reformados,
ressalvado o disposto no artigo 16 deste Estatuto.
▪ Dispõe a CF:
“Art. 42. ...
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as
disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as maté- rias
do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos Governadores.”
“Art. 142. ...
§ 3º ...
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva e reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e,
juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;”
▪ Dispõe a CE (Art 39):
“§ 1º As patentes, com as prerrogativas, direitos e deveres a ela inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais da
ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniforme militares.
§ 2º As patentes dos oficiais são conferidas pelo Governador do Estado.”

Art. 25. Os títulos, postos, graduações e uniformes da Polícia Militar são de uso privativo de
seus componentes da ativa, da reserva e do reformado.
§ 1º Os militares da reserva e os reformados só podem usar uniformes por ocasião de ceri-
mônias sociais, militares e cívicas. Os da reserva, quando convocados para o serviço ativo, usam
uniforme idêntico aos da ativa, nos termos do RUIPM.

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§ 2º Os militares da reserva ou reformados podem ser proibidos de usar uniformes, tempo-
rária ou definitivamente, em virtude da prática de atos indignos, por decisão do Comandante-
Geral.
Art. 26. São ainda direitos dos militares:
I - exercício da função correspondente ao posto ou graduação, ressalvados os casos legais
de afastamento;
II - percepção de soldo e vantagens, na forma deste Estatuto e demais leis em vigor;
▪ As condições de percepção de remuneração e provento são atualmente reguladas pelas Leis Delegadas nº 37, de
13/1/89, nº 43, de 7/1/00, e, no que com elas não conflitar, por esta Lei.

III - transferência para a reserva ou reforma, com proventos, na forma deste Estatuto;
▪ As condições de transferência para a reserva e reforma são atualmente reguladas pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89,
e, no que com ela não conflitar, por esta Lei.

IV - julgamento em foro especial, nos delitos militares;


V - dispensa de serviço, férias, licença e recompensa, nas condições previstas neste Estatu-
to;
VI - demissão voluntária e baixa do serviço ativo, de acordo com as normas legais;
VII - transporte para si e sua família, nos termos deste Estatuto;
▪ As condições de transporte por conta do Estado são atualmente reguladas pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, e, no
que com ela não conflitar, por esta Lei.

VIII - porte de arma, nos termos da legislação específica;


▪ O porte de arma, a nível federal, é regulado pela Lei nº 9.437, de 20/2/97, regulamentada pelo Decreto nº 2.222, de 8/5/97;
no âmbito interno da PM, pela Res nº 2.482/CG, de 13/12/90, alterada pela de nº 3351/CG, de 31/7/97.

“IX - prorrogação por sessenta dias da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do


caput do art. 7º da Constituição da República, concedida à militar.
§ 1º O direito a que se refere o inciso IX do caput fica condicionado à concessão de igual
benefício à servidora pública civil do Poder Executivo.”
▪ Redação do inciso IX e do § 1º do Art. 26 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

"§ 2º O gozo do direito a que se refere o inciso IX do caput não prejudicará o desenvol-
vimento da militar na carreira."
▪ Redação do § 2º do Art. 26 dada pela Lei Complementar nº 115, de 5/10/10..

Art. 27. A praça perde a condição de servidor público e o conseqüente direito à inatividade
remunerada, nos casos previstos nos itens I e III do artigo 16, deste Estatuto, quando excluída
disciplinarmente ou por incapacidade profissional, de acordo com o Regulamento Disciplinar da
Corporação.
▪ O Art. 27 está parcialmente revogado pela CF (Art. 125, § 4º), no tocante à menção ao Art 16, I (pena acessória de ex-
clusão decorrente de condenação criminal a pena restritiva de liberdade superior a dois anos, que até então era automática):
“§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares, nos crimes mili-
tares, definidos em lei, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da gradua- ção
das praças.”
▪ Dispõe a CE:
“Art 111. Compete à Justiça Militar processar e julgar o policial militar em crime militar definido em lei, e, ao Tribunal de
Justiça Militar, decidir sobre a perda do posto e da patente de Oficial e da graduação de praça.”
▪ Entende o STF que “a aplicação do Art 125, § 4º, da CF se dá somente na hipótese de ser o militar condenado a pena
privativa de liberdade, não impedindo, portanto, a perda da graduação mediante procedimento administrativo.” (RE 199.800- SP,
rel. Min. Carlos Velloso, 13.5.97) e que “A prática de ato incompatível com a função policial militar, apurada em processo
administrativo, pode implicar a perda da graduação como sanção administrativa desde que assegurado ao acusado o direito de
defesa e o contraditório. A jurisprudência desta Corte é firme ao assegurar a competência da Administração Pública para
repreender, advertir ou expulsar os milicianos incursos em falta grave ou que tenham praticado atos incompatíveis com a função
policial militar.” (RE N. 225.714-SP rel. Min. Maurício Corrêa)
▪ As condições de perda da graduação da praça, as condições de submissão ao Processo Administrativo-Disciplinar , seu
funcionamento e solução final são regulados pelo Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais (Lei nº
14.310, de 19/6/02), que especifica os casos de submissão ao processo e o seu rito.

Art. 28. Só em caso de flagrante delito o militar poderá ser preso por autoridade policial civil.

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§ 1º Quando se der o caso previsto no artigo, a autoridade policial fará entrega do preso à
autoridade militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o
tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 2º A autoridade policial que maltratar ou consentir seja maltratado preso militar, ou não lhe
dispensar o tratamento devido ao seu posto ou graduação, será responsabilizada, por iniciativa
da autoridade competente.
Art. 29. O militar, fardado ou em trajes civis, tem as prerrogativas e as obrigações corres-
pondentes ao seu posto ou graduação.
Art. 30. É proibido o uso de uniforme em manifestações de caráter político-partidário, exce- to
em serviço.
Art. 31. Não é permitido sobrepor ao uniforme insígnias ou distintivos de qualquer natureza,
não previstos no regulamento ou plano de uniforme.
Art. 32. São declaradas nulas as regalias, concessões e prerrogativas decorrentes de leis ou
atos anteriores que permitem o uso de uniformes e postos militares a funcionários civis da Polícia
Militar.
Art. 33. É vedado o uso, individual ou por parte de organizações civis, públicas ou privadas,
de uniformes, emblemas, insígnias, denominações ou distintivos que tenham semelhança com
os adotados na Polícia Militar, ou que possam com ele ser confundidos.
Parágrafo único. São responsáveis pela infração das disposições deste artigo os diretores ou
chefes de repartições, estabelecimentos de qualquer natureza, firmas ou empregadores,
empresas, institutos ou departamentos que os tenham adotado ou consentido.
Art. 34. O uso do uniforme, fora do País, só é permitido aos militares que estiverem em missão
oficial.

TÍTULO II
DOS VENCIMENTOS E VANTAGENS
▪ As disposições do presente Título foram expressivamente alteradas pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, e nº 43, de
7/1/00, que dispõem sobre a remuneração e o provento do pessoal da Polícia Militar.

Capítulo I
Vencimentos e Vantagens
▪ O termo vantagem ou vantagens, empregado neste e em outros capítulos do EPPM, foi derrogado pela Lei Delegada nº
37, de 13/1/89, que o substituiu, como termo genérico, por menções específicas a gratificação, indenização, adicional ou abono.

Art. 35. (Revogado)


▪ O Art. 35 definia o termo vencimentos; tal definição atualmente é dada pelo Art 3º, II, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89,
de seguinte redação:
“II - vencimento é o quantitativo mensal, em dinheiro, devido ao militar da ativa em função do seu posto ou graduação,
tempo de serviço, regime de tempo integral e condições pessoais de habilitação profissional;”.
▪ Mais amplo que o primeiro, o conceito de remuneração é dado no Art 3º, I, da Lei Delegada nº 37/89:
“I - remuneração é o quantitativo devido ao militar da ativa em função de seu posto ou graduação, de condições pes-
soais de tempo de serviço, habilitação profissional e encargos de família, e de condições que lhe sejam impostas para a pres-
tação de serviço;”.
▪ Finalmente, a Lei Delegada nº 43, de 7/6/00, adotou o conceito de remuneração básica para o pessoal da PMMG e do
CBMMG, sobre ela incidindo apenas os adicionais nela mencionados.

Parágrafo único. (Revogado)


▪ O parágrafo único do Art. 35 dava o alcance do termo vencimentos; atualmente, a Lei Delegada nº 43, de 7/6/00, ado- tou
o conceito de remuneração básica para o pessoal da PMMG e do CBMMG, sobre ela incidindo apenas os adicionais nela
mencionados.

Art. 36. (Revogado)


▪ O artigo definia o termo provento da inatividade; tal definição atualmente é dada pelo Art 3º, III, da Lei Delegada nº 37, de
13/1/89, de seguinte redação:
“III - Provento é o quantitativo mensal, em dinheiro, devido ao militar inativo.”.

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Parágrafo único. (Revogado)
▪ O parágrafo único do Art. 36 dava o alcance do termo provento e proibia que os valores do soldo e vantagens superas-
sem os pagos ao militar da ativa; tais especificações são hoje dadas pela Lei Delegada nº 43, de 7/6/00, que adotou o concei- to
de remuneração básica, sobre ela incidindo apenas os adicionais nela mencionados.

Art. 37. Nesta lei, a referência "militar" abrange todos os postos e graduações da hierarquia
policial-militar; quando o dispositivo se restringir a determinado círculo, posto ou graduação, a
ele fará referência especial.
Art. 38. São adotadas as seguintes definições:
I - cargo é o conjunto de atribuições definidas por lei ou regulamento e cometido, em caráter
permanente, a um militar;
II - encargo é a atribuição de serviço cometida a um militar;
III - função ou exercício é a execução, dentro das normas regulamentares, das atribuições
estipuladas para os cargos e encargos;
IV - entrada em exercício ou em função ocorre quando o militar passa a executar as medi- das
necessárias ao desempenho de suas novas atribuições no local de atividade própria, as- sumindo
efetivamente as responsabilidades do cargo ou encargo;
V - sede é a região compreendida dentro dos limites geográficos do município ou distrito, em
que se localiza uma organização e onde o servidor tem exercício;
VI - organização é a denominação genérica dada ao Corpo, subunidade, destacamento es-
tabelecimento ou qualquer outra unidade tática, administrativa ou policial;
VII - comandante é a denominação genérica dada ao elemento mais graduado ou mais anti-
go de cada guarnição, abrangendo assim seu comandante, diretor, chefe ou outra denomina-
ção que tenha ou venha a ter;
VIII - guarnição é a unidade ou conjunto de unidades, repartições e estabelecimentos milita-
res existentes, permanente ou transitoriamente, em uma mesma localidade;
IX - servidor é toda pessoa que exerça cargo ou função permanente na Polícia Militar, per-
cebendo remuneração mensal pelos cofres públicos.
▪ A partir da promulgação da EC nº 18, de 5/2/98, que alterou a titulação das Seções II e II do Capítulo VII da CF, o ter- mo
servidor público, ou servidor, deixou de aplicar-se aos militares, passando a designar apenas os servidores civis da Admi-
nistração Pública.

Art. 39. O soldo do pessoal da Polícia Militar é fixado em lei especial.


▪ O Art. 39 define o soldo como base da remuneração do militar; atualmente, a Lei Delegada nº 43, de 7/6/00, adotou o
conceito de remuneração básica para o pessoal da PMMG e do CBMMG, sobre ela incidindo apenas os adicionais nela men-
cionados.
▪ O valor atual da remuneração básica é:
Coronel ........................ 3.849,36
Tenente-Coronel ......... 3.192,06
Major ........................... 3.094,86
Capitão ........................ 2.864,76
1º Tenente ................... 2.548,66
2º-Tenente ...................... 2.165,37
Aspirante a Oficial .......... 1.945,10
Cadete do último ano .... 1.733,54
Cadete dos demais anos. 1.407,72
Subtenente ..................... 1.945,10
1º-Sargento ..................... 1.733,54
2º-Sargento ..................... 1.513,27
3º-Sargento ..................... 1.293,00
Cabo ............................... 1.157,35
Soldado de 1ª Classe ...... 1.000,00
Soldado de 2ª Classe ..... 855,55

Art. 40. Os vencimentos dos militares são devidos a partir da data:


I - do decreto de promoção, para oficial;
II - do ato de declaração, para o aspirante a oficial;
III - da publicação do ato em Boletim da Corporação, quando se tratar de promoção, para as
demais praças;

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IV - do ato de matrícula, para os alunos do Curso de Formação de Oficiais e do Curso de
Formação de Sargentos;
V - da inclusão na Polícia Militar, nos demais casos.
§ 1º Excetuam-se das condições deste artigo os casos em que o ato tenha caráter retroati-
vo, quando serão devidos a partir da data expressamente declarada nesse ato.
§ 2º Quando a nomeação inicial decorrer de habilitação em concurso, o direito à percepção
dos vencimentos será contado do dia da entrada em exercício.
§ 3º - (Revogado)
▪ O § 3º estabelecia que as demais vantagens pagas ao militar incidiam sobre a soma de soldo, qüinqüênios e função
militar; tal disposição foi revogada pelo Art. 6º, parágrafo único, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, que estabeleceu:
“Parágrafo único. Excetuadas as gratificações mencionadas nos incisos VI e VII, todas as demais são calculadas em
percentuais do soldo.” (as exceções mencionadas correspondem respectivamente a substituição temporária e honorários).
▪ Posteriormente, a Emenda Constitucional nº 19, de 4/6/98, reformulou a matéria, ao alterar o Art 37, XIV, da CF, dan- do-
lhe a seguinte redação:
“XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores;”
▪ Dispõe a CE (Art 24, § 4º):
“§ 4º Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados, para o fim de
concessão de acréscimo ulterior, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.”
▪ Dispõe a Lei nº 12.993, de 30/7/98:
“Art 2º Os acréscimos pecuniários percebidos pelos servidores a que se refere o artigo 1º desta Lei não serão compu-
tados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores, ressalvadas as parcelas adquiridas, na forma da lei, em
caráter definitivo.”

Art. 41. O direito do militar aos vencimentos da ativa cessa na data:


I - da transferência para a inatividade;
II - do falecimento;
III - da perda do posto ou patente;
IV - da demissão;
V - da exclusão;
VI - da deserção.
Art. 42. Os vencimentos são assegurados ao oficial enquanto estiver em uso e gozo da car-
ta patente.
Art. 43. O vencimento do militar é irredutível e não está sujeito a penhora, seqüestro ou ar-
resto, senão nos casos e pela forma regulada em lei.
▪ A CF faz atualmente ressalvas à irredutibilidade de vencimentos, extensivas aos militares ( Art 37, XV, c/c Art 42, § 1º, e
142, § 3º, VIII):
“XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o dis- posto
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;”.

Parágrafo único. A impenhorabilidade do vencimento não exclui providências disciplinares


administrativas, tendentes a conduzir o militar ao pagamento de dívida legalmente constituída ou
pensão alimentar, determinada, pelo Comandante sob cujas ordens ele servir.
Art. 44 a 46. (Revogados)
▪ Os Art. 44 a 46 tratavam da remuneração percebida pelo militar no exercício, em substituição temporária, de cargo atri-
buído a posto ou graduação superior ao seu. A matéria é hoje inteiramente regulada pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, que
classifica como gratificação o valor pago a título de substituição temporária e dispõe:
“Art. 15. O militar no desempenho de cargo atribuído privativamente a posto ou graduação superior ao seu perceberá a
remuneração correspondente a esse posto ou graduação.”
“Art 16. A diferença entre a remuneração do posto ou graduação superior, a que se refere o artigo anterior, é calcula- da
considerando as condições pessoais de tempo de serviço, habilitação e tempo integral deste, e a ele atribuída como gratifi- cação.
§ 1º Quando o cargo for atribuído a mais de um posto ou graduação, ao substituto corresponderá gratificação corres-
pondente ao menor deles.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às substituições com duração inferior a 30 (trinta) dias.
§ 3º Para os efeitos deste artigo, prevalecem as correlações de postos e graduações correspondentes aos cargos es-
tabelecidos, nesta ordem, em lei, quadro de organização e distribuição de efetivos ou lotação e regulamento.”

Art. 47. O militar continuará com direito ao soldo e vantagens que estiver percebendo, ao ser
considerado, dentro dos prazos legais ou regulamentares, em qualquer das situações abai- xo:

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I - dispensa do serviço: núpcias, luto, trânsito e instalação;
II - férias;
III - férias-prêmio.
▪ Em razão do disposto no Art. 16, § 2º, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89 (acima transcrito), o militar, em caso de afas-
tamento por período superior a 30 dias, perde o valor correspondente a substituição temporária que eventualmente venha
percebendo.

Art. 48. O militar, nas situações seguintes, terá soldo e vantagens assim regulados:
I - em licença para tratamento da própria saúde ou da de pessoa de sua família:
a) até um ano, mesmo em licenças continuadas, concedidas parceladamente, perceberá
soldo e vantagens do posto ou graduação;
b) a partir de 1 (um) até 2 (dois) anos, perderá o acréscimo do tempo integral de serviço.
II - em licença para tratar de interesses particulares, nada perceberá;
III - aperfeiçoando conhecimentos técnicos, ou realizando estudos no País ou no Exterior:
a) perceberá o soldo e vantagens, quando for de interesse da Corporação;
b) nos demais casos, nada perceberá.
IV - exercendo atividade técnica de sua especialidade em organizações civis nada percebe-
rá.
Art. 49. O militar, quando em tratamento de saúde, em conseqüência de ferimentos ou do-
ença decorrentes do serviço público, terá direito ao soldo e vantagens do posto ou graduação,
até o período de 3 (três) anos.
Art. 50. O militar atacado de enfermidade referida no item III do artigo 96 deste Estatuto se- rá
compulsoriamente licenciado com o soldo e vantagens integrais.
▪ A menção atualmente cabível é ao Art 44, I, b), da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, que atualiza a relação das moléstias
antes mencionadas no Art 96, III, do EPPM.

Parágrafo único. A licença será convertida em reforma, antes dos prazos fixados nesta lei,
quando assim opinar a Junta Militar de Saúde da Corporação, por considerar definitiva a invali-
dez do militar.
Art. 51. O militar, quando hospitalizado, terá o seguinte soldo e vantagens:
I - em conseqüência de ferimento recebido em campanha, em serviço policial, acidente em
serviço ou moléstia contraída em campanha ou serviço, ou dela decorrente, os vencimentos e
vantagens do posto ou graduação, até o limite de 3 (três) anos;
II - por qualquer outro motivo, os vencimentos e vantagens do posto ou graduação, até o li-
mite de 2 (dois) anos.
Art. 52. O militar que for declarado ausente, por ter excedido a licença ou por qualquer outro
motivo, somente terá direito ao soldo e vantagens do posto ou graduação a partir da data de sua
apresentação.
Parágrafo único. A disposição deste artigo não se aplica ao militar cuja ausência venha a ser
considerada extravio, desaparecimento, aprisionamento de guerra ou internação em país neutro,
caso em que a sua situação será regulada pelas leis militares vigentes.
Art. 53. O militar agregado perceberá soldo e vantagens decorrentes da situação que moti-
vou a sua agregação.
Art. 54. Abonam-se o soldo e vantagens do posto ou graduação ao militar:
I - preso disciplinarmente, fazendo serviço;
II - respondendo a inquérito ou submetido a processo, solto, sem prejuízo do serviço;
III - no período em que tenha de ficar preso além do tempo correspondente à pena imposta.
Art. 55. Não faz o militar jus ao acréscimo de tempo integral:
▪ A significação financeira da restrição deste artigo, conforme interpretação feita através de Aviso, é limitada a 30% (va-
lor correspondente ao percentual vigente quando da sanção do EPPM).

I - respondendo inquérito, preso ou detido, com prejuízo para o serviço;


II - submetido a processo, preso;
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III - afastado das funções, por incapacidade profissional ou moral;
IV - cumprindo pena.
Art. 56. O desertor, quando julgado apto em inspeção, pela Junta Militar de Saúde, terá di-
reito, a partir da data da captura ou apresentação, ao soldo e vantagens concedidos ao militar
nas condições do item II do artigo anterior.
Art. 57. O militar que, por sentença passada em julgado, for declarado livre de culpa em crime
que lhe tenha sido imputado, ou tendo este prescrito, terá direito à diferença de soldo e vantagens
correspondentes ao período de prisão.
§ 1º Igual direito assistirá àquele que tiver respondido a inquérito, preso ou detido, mas so-
mente nos casos em que for apurada pela autoridade competente a inexistência de crime, con-
travenção ou transgressão.
§ 2º Do indulto, graça ou anistia não decorre direito de qualquer pagamento.

Capítulo II
Das Vantagens
▪ O termo vantagem ou vantagens foi derrogado pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, que o substituiu, como termo ge-
nérico, por menções específicas a gratificação, indenização, adicional ou abono.

Seção I
Disposições Gerais

Art. 58. (Revogado)


▪ O Art. 58 conceituava as vantagens constantes, transitórias e ocasionais previstas na remuneração dos militares; foi
revogado pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, que substituiu o termo vantagem por gratificação e indenização e assim as
conceituou (Art 3º):
“V - gratificações são parcelas do vencimento atribuídas ao militar como estímulo por atividades profissionais, regime de
tempo integral e dedicação exclusiva e condições pessoais de habilitação, bem como pelo tempo de serviço;
VI - indenização é o quantitativo em dinheiro devido ao militar para ressarcimento de despesas impostas pelo exercício
de suas atividades e atribuições, bem como valores devidos à família do militar, para cobertura de despesas com seu sepul-
tamento, e a pensão acidentária estabelecida em virtude de seu falecimento em serviço.”

Art. 59. São as seguintes as vantagens atribuídas ao pessoal da Polícia Militar, nas condi-
ções estabelecidas neste Estatuto ou regulamento próprio:
▪ As vantagens originariamente enumeradas no Art. 59 foram posteriormente alteradas por diversas leis e normas perti-
nentes à remuneração dos militares.

I - constantes:
a) adicionais por quinquênio vencido e adicional de 30 (trinta) anos de serviço;
▪ Os adicionais a que se refere a alínea a, antes respaldados na redação original do Art. 31, parágrafo único, da Consti-
tuição do Estado, foram revogados pela Emenda Constitucional nº 57, de 17/7/03, que em relação a eles preservou apenas o
direito adquirido, nos termos da redação que deu ao Art. 112 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:
"Art. 112. Ao servidor público estadual da Administração Pública direta, autárquica e fundacional e ao militar que te- nham
ingressado no serviço público do Estado de Minas Gerais até a data da publicação desta emenda à Constituição, é assegurada
a percepção de adicional de 10% (dez por cento) sobre o seu vencimento básico, a cada período de cinco anos de efetivo
exercício, o qual a este se incorpora para fins de aposentadoria.
Parágrafo único. Fica assegurada a concessão de adicional de 10% (dez por cento) sobre seu vencimento básico e
gratificação a cada período de cinco anos de efetivo exercício no serviço público ao servidor público e ao militar de que trata o
“caput” deste artigo que tenham implementado os requisitos para obtenção de tal benefício até a data de publicação da E- menda
à Constituição da República n° 19, de 4 de junho de 1998.”

b) (Revogado)
▪ A gratificação de tempo integral, originariamente prevista na alínea b do inciso I do Art. 59, foi revogada pela Lei Dele-
gada nº 43, de 7/1/00;

c) (Revogado)
▪ A gratificação de função militar, originariamente prevista na alínea c do inciso I do Art. 59, foi alterada pela Lei nº 9.456,
de 21/12/87, - que passou a denominá-la função militar categoria I -, e posteriormente revogada pela Lei Delegada nº 37, de
13/1/89.

d) (Revogado)

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▪ A gratificação de função militar categoria II, instituída como alínea d do inciso I do Art. 59 pela Lei nº 9.456, de
21/12/87, , foi revogada pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

“e) Adicional de Desempenho - ADE -;


f) auxílio-invalidez;"
▪ Redação das alíneas e e f o inciso I do Art. 59 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

II - (Revogado)
▪ As vantagens de campanha, originariamente previstas no inciso II do Art. 59 como vantagem provisória, foram revoga-
das pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

III - Ocasionais:
a) (Revogado)
▪ A gratificação de risco de vida e saúde, originariamente prevista na alínea a do inciso III do Art. 59 como vantagem o-
casional, foi revogada pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

b) (Revogado)
▪ A gratificação de localidade especial, originariamente prevista na alínea b do inciso III do Art. 59 como vantagem oca-
sional, foi revogada pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

c) (Revogado)
▪ A gratificação de gabinete, originariamente prevista na alínea c do inciso III do Art. 59 como vantagem ocasional, foi re-
vogada pela Lei Delegada nº 43, de 9/1/00.

d) abono familiar;
▪ Dispõe a Lei Delegada nº 37, de 13/1/89:
“Art. 41. O abono familiar constitui o auxílio em dinheiro pago ao militar para atender, em parte, às despesas de assis-
tência à família.
Parágrafo único. O abono familiar é assegurado nas mesmas condições e bases estabelecidas na legislação estadual
para os servidores públicos em geral.”

e) (Revogado)
▪ A gratificação por trabalho técnico-científico, originariamente prevista na alínea e do inciso III do Art. 59 como vanta-
gem ocasional, foi revogada pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

f) (Revogado)
▪ O auxílio-moradia, originalmente previsto na alínea f do inciso III do Art. 59, foi revogado pela Lei Delegada nº 37, de
13/1/89, revigorado pela Lei Delegada nº 38, de 26/9/97, e novamente revogado pela Lei Delegada nº 43, de 7/6/00.

g) especiais:
1 - (Revogado)
▪ A gratificação de exercício das funções de Comandante-Geral, Chefe do Estado-Maior e de Chefe do Gabinete mIlitar,
originariamente prevista na subalínea 1 da alínea g do inciso III do Art. 59 como vantagem ocasional especial, foi revogada pela
Lei nº 8.536, de 27/4/84, que a extinguiu.

2 - de exercício das funções previstas no artigo 70 deste Estatuto;


▪ A gratificação pelo exercício das funções de Inspetor-Geral, Diretor e outras, originariamente prevista na subalínea 2 da
alínea g do inciso III do Art. 59 como vantagem ocasional especial, foi revogada pela Lei nº 8.536, de 27/4/84, que a extinguiu.

h) (Revogado)
▪ A gratificação de representação, originariamente prevista na alínea h do inciso III do Art. 59 como vantagem ocasional,
foi revogada pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

i) abono de fardamento;
▪ Dispõe a Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, redação dada pela Lei nº 16.076, de 26/4/06:
"Art. 32. Aos militares do Estado da ativa será assegurado pelo Estado, a título de indenização para aquisi-
ção de fardamento necessário ao desempenho de suas funções, o valor correspondente a 40% (quarenta por
cento) da remuneração básica do Soldado de 1ª Classe, a ser paga anualmente no mês de abril.
§1º O aluno de curso de formação receberá a indenização de que trata o caput deste artigo no mês de sua
inclusão.”
j) diárias;
l) ajuda de custo;
m) (Revogado)

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▪ As etapas de alimentação, originariamente previstas na alínea m do inciso III do Art. 59 como vantagem ocasional, fo-
ram revogadas pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

n) transporte;
o) hospitalização, serviços médicos e congêneres;
p) quantitativo para funeral.
"Art. 59-A. O Adicional de Desempenho - ADE - constitui vantagem remuneratória, con-
cedida mensalmente ao militar que tenha ingressado nas instituições militares estaduais a-
pós a publicação da Emenda à Constituição nº 57, de 15 de julho de 2003, ou que tenha fei-
to a opção prevista no art. 115 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Cons-
tituição do Estado, e que cumprir os requisitos estabelecidos no art. 59-B.
§ 1º O valor do ADE será determinado a cada ano, levando-se em conta o número de
Avaliações de Desempenho Individual - ADIs - satisfatórias obtidas pelo militar, nos termos
desta Lei.
§ 2º O militar da ativa, ao manifestar a opção de que trata o caput, fará jus ao ADE a par-
tir do exercício subsequente, observados os requisitos previstos nesta Lei.
§ 3º A partir da data da opção pelo ADE, não serão concedidas novas vantagens por tempo
de serviço ao militar, asseguradas aquelas já concedidas.
§ 4º O militar poderá utilizar o período anterior à sua opção pelo ADE, que será conside-
rado de desempenho satisfatório, salvo o período já computado para obtenção de adicional
por tempo de serviço na forma de quinquênio.
§ 5º O somatório de percentuais de ADE e de adicionais por tempo de serviço na forma de
quinquênio ou trintenário não poderá exceder a 90% (noventa por cento) da remunera- ção
básica do militar.
Art. 59-B. São requisitos para a obtenção do ADE:
I - a estabilidade do militar, nos termos do art. 7deg.; e
II - o número de resultados satisfatórios obtidos pelo militar na ADI.
§ 1º Para fins do disposto no inciso II do caput, considera-se satisfatório o resultado igual
ou superior a 70% (setenta por cento).
§ 2º O período anual considerado para aferição da ADI terá início no dia e mês do in-
gresso do militar nas instituições militares estaduais ou de sua opção pelo ADE.
§ 3º Na ADI serão considerados como fatores de avaliação:
I - a Avaliação Anual de Desempenho e Produtividade - AADP;
II - o conceito disciplinar; e
III - o treinamento profissional básico.
§ 4º A regulamentação da ADI, no que se refere aos incisos I e III do § 3º, poderá ser de-
legada ao Comandante-Geral da instituição militar estadual.
Art. 59-C. Os valores máximos do ADE correspondem a um percentual da remuneração
básica do militar, estabelecido conforme o número de ADIs com desempenho satisfatório por
ele obtido, assim definidos:
I - para três ADIs com desempenho satisfatório: 6% (seis por cento);
II - para cinco ADIs com desempenho satisfatório: 10% (dez por cento);
III - para dez ADIs com desempenho satisfatório: 20% (vinte por cento);
IV - para quinze ADIs com desempenho satisfatório: 30% (trinta por cento);
V - para vinte ADIs com desempenho satisfatório: 40% (quarenta por cento);
VI - para vinte e cinco ADIs com desempenho satisfatório: 50% (cinquenta por cento); e
VII - para trinta ADIs com desempenho satisfatório: 60% (sessenta por cento).
§ 1º O valor do ADE a ser pago ao militar será calculado por meio da multiplicação do
percentual de sua remuneração básica definido nos incisos do caput pela centésima parte do
resultado obtido na ADI no ano de cálculo do ADE.
§ 2º O militar que fizer jus à percepção do ADE continuará percebendo o adicional no
percentual adquirido, até atingir o número necessário de ADIs com desempenho satisfatório
para alcançar o nível subsequente definido nos incisos do caput deste artigo.

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§ 3º O valor do ADE não será cumulativo, devendo o percentual apurado a cada nível
substituir o percentual anteriormente percebido pelo militar.
§ 4º O militar que não for avaliado por estar totalmente afastado por mais de cento e vin- te
dias de suas atividades devido a problemas de saúde terá o resultado de sua ADI fixado em
70% (setenta por cento), enquanto perdurar essa situação.
§ 5º Se o afastamento previsto no § 4º for decorrente de acidente de serviço ou moléstia
profissional, o militar permanecerá com o resultado da sua última ADI, se este for superior a
70% (setenta por cento).
§ 6º Ao militar afastado parcialmente do serviço, dispensado por problemas de saúde, serão
asseguradas, pelo Comandante-Geral da instituição militar estadual, condições espe- ciais
para a realização da ADI, observadas suas limitações.
§ 7º O militar afastado do exercício de suas funções por mais de cento e vinte dias, con-
tínuos ou não, durante o período anual considerado para a ADI, não será avaliado quando o
afastamento for devido a:
I - licença para tratar de interesse particular, sem vencimento;
II - ausência, extravio ou deserção;
III - privação ou suspensão de exercício de cargo ou função, nos casos previstos em lei;
IV - cumprimento de sentença penal ou de prisão judicial, sem exercício das funções; ou
V - exercício temporário de cargo público civil.
Art. 59-D. O ADE será incorporado aos proventos do militar quando de sua transferência
para a inatividade, em valor correspondente a um percentual da sua remuneração básica,
estabelecido conforme o número de ADIs com desempenho satisfatório por ele obtido, res-
peitados os seguintes percentuais máximos:
I - para trinta ADIs com desempenho satisfatório: até 70% (setenta por cento);
II - para vinte e nove ADIs com desempenho satisfatório: até 66% (sessenta e seis por
cento);
III - para vinte e oito ADIs com desempenho satisfatório: até 62% (sessenta e dois por
cento);
IV - para vinte e sete ADIs com desempenho satisfatório: até 58% (cinquenta e oito por
cento); e
V - para vinte e seis ADIs com desempenho satisfatório: até 54% (cinquenta e quatro por
cento).
§ 1º O valor do ADE a ser incorporado aos proventos do militar quando de sua transfe-
rência para a inatividade será calculado por meio da multiplicação do percentual definido nos
incisos I a V do caput pela centésima parte do resultado da média aritmética simples dos
resultados satisfatórios obtidos nas ADIs durante sua carreira.
§ 2º Para fins de incorporação aos proventos dos militares que não alcancem o número de
resultados satisfatórios definidos nos incisos do caput, o valor do ADE será calculado pe- la
média aritmética das últimas sessenta parcelas do ADE percebidas anteriormente à sua
transferência para a inatividade ou à instituição da pensão."
▪ Redação dos Art. 59-A a 59-D dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 60. A contagem de tempo, para os efeitos deste Capítulo, será procedida pelos órgãos
competentes da Polícia Militar.
▪ Embora não tenha sido expressamente revogado, a aplicação do Art. 60 ficou prejudicada ante a completa reformula-
ção da matéria do capítulo, feita pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

Seção II
Da Gratificação de Tempo Integral de Serviço

Art. 61 e 62. (Revogados)


▪ Os Art. 61 e 62 tratavam da gratificação de tempo integral de serviço, revogada pela Lei Delegada nº 43, de 7/1/00.

Seção III
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Do Adicional por Qüinqüênio e Adicional de Trinta anos de Serviço

Art 63. (Revogado)


▪ O Art. 63 tratava do adicional por qüinqüênio, que passou a ser fixado,a partir da vigência da CE, em 10% do venci- mento
do militar).
▪ A possibilidade de incidência do qüinqüênio sobre o vencimento e gratificação inerente ao exercício do cargo ou função
foi revogada a partir da vigência da EC Federal nº 19, de 4/6/98, que alterou o Art 37, XIV, da CF (aplicável aos militares por
força do Art 42, § 1º, c/c Art 142, § 3º, VIII), dando-lhe a seguinte redação:
“XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores;”
▪ Dispôs a Lei nº 12.993, de 30/7/98:
“Art. 2º Os acréscimos pecuniários percebidos pelos servidores a que se refere o artigo 1º desta Lei não serão com-
putados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores, ressalvadas as parcelas adquiridas, na forma da lei,
em caráter definitivo.”
▪ A partir da vigência da PEC nº 57, de 15/7/03, a CE extinguiu o adicional por tempo de serviço, ao dispor (Art. 116 do
ADCT):
“Art. 116. É vedada a percepção de acréscimo pecuniário em razão exclusiva do tempo de serviço ao servidor que in-
gressar no serviço público após a publicação desta emenda à Constituição, excetuado o disposto nos §§ 3° e 5° do art. 31 e no
parágrafo único do art. 116 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.”
▪ A CE ressalvou a situação dos atuais servidores, ao dispor (Art 113 do ADCT, redação dada pela EC nº 57/93):
“Art. 113. Ao servidor público estadual da Administração Pública direta, autárquica e fundacional que tenha ingressa- do
no serviço público do Estado de Minas Gerais até a data da publicação desta emenda à Constituição, é assegurada a per- cepção
de adicional de 10% (dez por cento) sobre o seu vencimento básico quando completar trinta anos de serviço ou, antes disso, se
implementado o interstício necessário para a aposentadoria voluntária integral, o qual se incorpora ao vencimento para fins de
aposentadoria.
Parágrafo único. Fica assegurada a concessão de adicional de 10% (dez por cento) sobre sua remuneração, quando
completar trinta anos de serviço, ao servidor público de que trata o “caput” deste artigo que tenha implementado os requisitos
para obtenção de tal benefício até a data de publicação da Emenda à Constituição da República n° 19, de 4 de junho de 1998.”

Art 64. (Revogado)


▪ O Art. 64 tratava do adicional trintenário, o qual, ressalvados os direitos adquiridos, foi revogado pela EC nº 19, de 4/6/98,
que alterou o Art 37, XIV, da CF (aplicável aos militares por força do Art 42, § 1º, c/c Art 142, § 3º, VIII), dando-lhe a seguinte
redação:
“XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores;”
▪ Dispõe a Lei nº 12.993, de 30/7/98:
“Art. 2º Os acréscimos pecuniários percebidos pelos servidores a que se refere o artigo 1º desta Lei não serão com-
putados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores, ressalvadas as parcelas adquiridas, na forma da lei,
em caráter definitivo.”
▪ Posteriormente, a EC nº 59, de 19/12/03, acrescentou ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constitu-
ição do Estado o seguinte artigo:
"Art. 122. Ao militar que tenha ingressado no serviço público estadual até a data da publicação da emenda que institu- iu
este artigo e que, nessa data, esteja no serviço ativo fica assegurada a percepção do adicional de 10% (dez por cento) sobre
seu vencimento básico quando completar trinta anos de serviço ou, antes disso, se implementado o interstício necessá- rio para
a aposentadoria voluntária integral, o qual se incorpora ao vencimento para fins de aposentadoria."

Seção IV
Do Abono Familiar

Art 65. (Revogado)


▪ O Art. 65 tratava do abono familiar, hoje regulado pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, que dispõe:
“Art 41 - O abono familiar constitui o auxílio em dinheiro pago ao militar para atender, em parte, às despesas de assis-
tência à família.”

Parágrafo único. O abono familiar é assegurado ao militar da ativa, da reserva ou reforma- do,
nas mesmas condições e bases estabelecidas na legislação estadual para os servidores públicos
em geral.
▪ O abono familiar fixo é regulado pelo Decreto nº 8.355, de 14/6/65.

Seção V
Das Gratificações de Função Militar

Art 66. (Revogado)


▪ O Art. 66 foi revogado pelo Art. 51, I, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89

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Seção VI
Da Gratificação de Risco de Vida ou Saúde

Art 67. (Revogado)


▪ O Art. 67 foi revogado pelo Art. 51, II, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89

Seção VII
Da Gratificação de Localidade Especial

Art 68. (Revogado)


▪ O Art. 68 foi revogado pelo Art. 51, III, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89

Seção VIII
Das Gratificações Especiais

Art 69 e 70. (Revogados)


▪ Os Art. 69 e 70 dispunham originalmente sobre gratificações especiais pagas ao Comandante-Geral, ao Chefe do Es-
tado-Maior e ao Chefe do Gabinete Militar.
▪ Por força do disposto no Art 2º da Lei nº 8.536, de 27/4/84, tais gratificações especiais foram extintas e os artigos pas-
saram a regular a Gratificação de Tropa, instituída por essa lei. Finalmente, a gratificação de tropa foi revogada pela Lei De-
legada nº 43, de 7/1/00.

Seção IX
Da Gratificação de Gabinete

Art. 71. (Revogado)


▪ O Art. 71 tratava da Gratificação de Gabinete, revogada pela Lei Delegada nº 43, de 7/1/00.

Seção X
Do Abono de Fardamento

Art. 72. (Revogado)


▪ O Abono de Fardamento, que fora revogado pelo Art. 51, VII, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, foi novamente instituí-
do, como indenização, pela Lei nº 16.076, de 26/4/06, que deu ao Art. 32 da mesma Lei Delegada a seguinte redação:
"Art. 32. Aos militares do Estado da ativa será assegurado pelo Estado, a título de indenização para aquisi-
ção de fardamento necessário ao desempenho de suas funções, o valor correspondente a 40% (quarenta por
cento) da remuneração básica do Soldado de 1ª Classe, a ser paga anualmente no mês de abril.
§1º O aluno de curso de formação receberá a indenização de que trata o caput deste artigo no mês de sua
inclusão.
§ 2º O Comandante-Geral regulará, em Resolução, o disposto neste artigo.”

§ 1º (Revogado)
▪ O § 1º do Art. 72 foi revogado pelo Art. 51, VII, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

§ 2º (Revogado)
▪ O § 2º do Art 72, revogado pelo Art. 51, VII, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, dispunha sobre a indenização ao militar
que perder seus uniformes em sinistro ou acidente de serviço, hoje regulada na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através da
seguinte disposição (redação dos §§ 1º e 2º dada pela Lei nº 11.728, de 30/12/94):
“Art 35. O militar que perder ou danificar seus uniformes em sinistro ou acidente de serviço terá direito, após apuração do
fato, ao ressarcimento do dano, por conta do Estado.
§ 1º (Revogado pela Lei Delegada nº 43, de 7/6/00)
§ 2º Se o fardamento a que se refere este artigo não for fornecido pelo Estado, independentemente da indenização a que
se refere o parágrafo anterior, o militar será ressarcido da quantia correspondente às despesas comprovadamente realizadas
para recompô-lo.”

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Seção XI
Das Etapas de Alimentação
Art 73 a 77. (Revogados)
▪ Os Art. 73 a 77 dispunham sobre as etapas de alimentação (policial-militar, de especialistas ou artífices, de auxílio a
tuberculosos, de instrução) previstas na remuneração dos militares. Foi revogado pelo Art. 51, IV, da Lei Delegada nº 37, de
13/1/89.
▪ Essa mesma Lei dispõe:
“Art. 30. O militar da ativa tem direito à alimentação por conta do Estado quando o deslocamento até sua residência, para
alimentar-se, for impossível ou inconveniente, por estar:
I - empenhado em serviço, instrução ou jornada, de duração igual ou superior a 8 (oito) horas;
II - empenhado em serviço, instrução ou jornada que abranja os horários normais de refeições.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o militar tiver direito a diárias.”
▪ A etapa de alimentação prevista no Art. 31 da Lei Delegada nº 37/89 foi revogada pela Lei Delegada nº 43, de 7/6/00.

Seção XII
Do Auxílio-Moradia

Art. 78. (Revogado)


▪ O Art. 78 dispunha sobre o auxílio-moradia; foi revogado pelo Art. 51, X, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, revigorado
pela Lei Delegada nº 38, de 26Set97, e novamente revogado pela Lei Delegada nº 43, de 7/6/00, que extinguiu o auxílio- moradia.

Seção XIII
Das Vantagens de Campanha

Art. 79. As vantagens de campanha são as vantagens e acréscimos concedidos ao militar,


além dos vencimentos e vantagens que lhe competem, como compensação pelo maior dis-
pêndio de energia, determinado pela luta armada, assim constituída:
I - (Revogado)
▪ O inciso I do Art. 79 criou o abono de campanha, extinto pelo Art. 51, VIII, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

II - (Revogado)
▪ O inciso II do Art. 79 criou a gratificação de campanha, extinta pelo Art. 51, IV, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

§ 1º (Revogado)
▪ O § 1º do Art. 79 dispunha sobre o abono de campanha, extinto pelo Art. 51, VIII, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

§ 2º (Revogado)
▪ O § 2º dispunha sobre a gratificação de campanha, extinta pelo Art. 51, VIII, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

§ 3º Compete ao Governador do Estado fixar, em decreto, o período considerado em cam-


panha.

Seção XIV
Da Gratificação por Trabalho Técnico-Científico

Art. 80. (Revogado)


▪ O Art. 80 foi revogado pelo Art. 51, V, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89

Seção XV
Da Gratificação de Representação

Art. 81. (Revogado)


▪ O Art. 81 foi revogado pelo Art. 51, VI, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

Seção XVI
Do Transporte

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Art. 82. (Revogado)
▪ Os Art. 82, 84 e 85 especificavam as condições do direito do militar a transporte por conta do Estado, hoje regulado na
Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através das seguintes disposições:
“Art. 26. O militar, quando movimentado por conveniência do serviço ou da disciplina, tem direito a transporte por con- ta
do Estado, nele compreendidas a bagagem para si e seus dependentes e a translação da respectiva bagagem, mobiliário e
utensílios domésticos.
Parágrafo único. O militar terá direito, ainda, a transporte por conta do Estado quando tiver de afastar-se de sua sede por
motivo de serviço.”
“Art. 27. O disposto no artigo anterior aplica-se ao militar que for transferido para a inatividade, desde que não o seja em
virtude de sentença judicial ou processo administrativo, e vá residir, no país, em local diverso da sede onde servia.”

Art. 83. (Revogado)


▪ O Art. 83 especificava as condições segundo as quais o direito a transporte por conta do Estado abrangia os depen-
dentes do militar. A matéria é hoje inteiramente regulada na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através das seguintes disposi- ções:
“Art. 28. Consideram-se dependentes do militar, para os efeitos dos artigos 26 e 27, desde que vivam às suas expen- sas
e sob o mesmo teto:
I - o cônjuge;
II - filhos, enteados e irmãos, menores ou inválidos;
III - pais e sogros, quando inválidos;
IV - o menor sob guarda.
§ 1º Os dependentes do servidor com direito à passagem por conta do Estado que, por qualquer motivo, não puderem
acompanhá-lo na mesma viagem poderão fazê-lo até 30 (trinta) dias antes e 9 (nove) meses depois, desde que tenham sido
feitas, ao tempo do deslocamento daquele, as necessárias comunicações.
§ 2º A família do militar que falecer em serviço ativo terá, dentro de 1 (um) ano do óbito, direito a transporte, dentro do
país, por conta do Estado, para o local onde for fixar residência.”
“Art. 29. Quando o transporte previsto nesta Seção não for realizado sob a responsabilidade do Estado, o militar será
indenizado da importância correspondente à despesa comprovadamente realizada.”

Art. 84 e 85. (Revogados)


▪ Ver nota ao Art 82

Seção XVII
Da Ajuda de Custo

Art. 86. (Revogado)


▪ O Art. 86 dispunha sobre a ajuda de custo, hoje regulada na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através das seguintes
disposições:
“Art. 23. Ajuda de custo é a indenização para custeio de despesas de mudança e instalação, exceto as de transporte.”
“Art. 24. O militar tem direito à ajuda de custo nas seguintes situações:
I - quando movimentado por conveniência do serviço, com mudança de sede e desligamento da organização onde e-
xerce suas atividades, perceberá uma ajuda de custo;
II - quando movimentado para cursos de interesse da Polícia Militar:
a) com duração superior a 6 (seis) meses, perceberá uma ajuda de custo na ida e outra ao retornar;
b) com duração entre 3 (três) e 6 (seis) meses, perceberá uma ajuda de custo na ida e metade do valor corresponden-
te, ao retornar;
c) com duração igual ou superior a 30 (trinta) dias e inferior a 3 (três) meses, perceberá uma ajuda de custo;
III - quando for transferido para a inatividade, salvo se o for em virtude de sentença judicial ou em decorrência de pro-
cesso administrativo, perceberá uma ajuda de custo, desde que vá residir em local diverso da sede onde servia.
Parágrafo único. Não terá direito à ajuda de custo o militar desligado de curso ou escola por falta de aproveitamento
ou trancamento voluntário de matrícula.”
“Art 25. A ajuda de custo compõe-se de uma parte fixa e outra variável.
§ 1º A parte fixa será igual a 1 (um) mês de vencimento, calculado de acordo com a tabela vigente à data do desliga-
mento ou transferência para a inatividade.
§ 2º A parte variável será paga em caso de necessidade de complementação da parte fixa, até o limite de 3 (três) ve-
zes a parte fixa, mediante comprovação da despesa.”
▪ O Decreto nº 20.590, de 03Jun80 dispensa a exigência de requerimento para percepção de ajuda de custo.

Seção XVIII
Da Diária

Art. 87. (Revogado)


▪ O Art. 87 dispunha sobre a diária de viagem, hoje regulada na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através das seguintes
disposições:
“Art. 21. Diárias são indenizações destinadas a atender às despesas de alimentação e de pousada devidas ao militar que
se desloca de sua sede por motivo de serviço, nas condições fixadas pelo Poder Executivo.

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Parágrafo único. A fixação do valor das diárias atenderá ao mínimo de 1 (um) dia de vencimento, quando o desloca-
mento for no país, e de 2 (dois) dias de vencimento, quando for para o exterior.”
“Art. 22 - As diárias compreendem as parcelas de alimentação e de pousada.
Parágrafo único. O valor da parcela de pousada é igual ao valor atribuído à parcela de alimentação.”
▪ A concessão de diárias é regulamentada pelo Decreto nº 36.241, de 14/10/94.

Seção XIX
Da Hospitalização, Serviços Médicos e Congêneres

Art. 88. A hospitalização consiste na assistência médica continuada dia e noite ao militar da
ativa, da reserva ou reformado, bem como a pessoas de sua família, enfermas ou feridas, bai-
xadas a hospitais.
§ 1º (Revogado)
▪ O § 1º do Art. 81 foi revogado pelo Art. 51, XI, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

§ 2º O servidor hospitalizado em conseqüência de ferimento ou doença por motivo de aci-


dente em serviço ou em campanha, ou ainda acometido de enfermidades endêmicas ou epi-
dêmicas, nos locais em que se achar servindo, terá direito a tratamento integral, às expensas do
Estado, mediante pedido de indenização em folhas especiais acompanhadas dos respecti- vos
comprovantes.
▪ Embora caiba alguma discussão sobre o assunto, entende-se que as disposições dos §§ 2º a 7º do Art. 87 estão der-
rogadas pela Lei nº 10.366, de 28/12/90, alterada pela Lei nº 11.406, de 28/1/94, que, em relação à assistência à saúde do militar
e de seus dependentes, estabelece:
“Art 17. A assistência à saúde compreende os serviços de natureza médica, hospitalar, odontológica, farmacêutica,
psicológica e de aquisição de aparelhos de prótese e órtese.
§ 1º A assistência à saúde será prestada com a participação do beneficiário no seu custeio.
§ 2º Ao militar se dará gratuidade na assistência básica à saúde, excluídas as situações expressamente definidas no
Plano de Assistência à Saúde do Pessoal da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais.
§ 3º - A assistência básica de que trata o parágrafo anterior é o conjunto de procedimentos preventivos ou curativos
indispensáveis à manutenção da saúde, conforme o disposto no Plano de Assistência à Saúde do Pessoal da Polícia Militar do
Estado de Minas Gerais, aprovado pelo Conselho Administrativo e homologado pelo Governador do Estado.”
“Art 18. Observados os parâmetros atuariais, a assistência à saúde será prestada pelos órgãos de saúde da Polícia
Militar, ou através de entidade, empresa ou profissional, em virtude de convênio específico, com a amplitude que os recursos
financeiros e as condições locais permitirem.”

§ 3º No caso de enfermidade grave, que exija tratamento especializado, o policial-militar po-


derá baixar a organização de outras Corporações ou particulares, em qualquer Estado da Fe-
deração, correndo as despesas por conta do Estado de Minas Gerais, desde que a enfermida-
de tenha sido adquirida em serviço.
▪ Ver nota ao § 2º

§ 4º O internamento, na forma do parágrafo anterior, só se fará quando comprovada, pela


Junta Militar de Saúde, a inexistência de meios eficientes no Estado de Minas Gerais.
▪ Ver nota ao § 2º

§ 5º No interior, na localidade em que não houver órgão hospitalar no Estado, o policial- militar,
quando acidentado em serviço e em caso urgente, poderá ser hospitalizado em organi- zação
particular, por conta do Estado.
▪ Ver nota ao § 2º

§ 6º As pessoas da família citadas neste artigo são as mesmas do artigo 83 deste Estatuto.
▪ Ver nota ao § 2º

§ 7º Continuarão compreendidos nas disposições deste artigo a viuva do policial-militar e os


filhos menores, se dela dependentes.
▪ Ver nota ao § 2º

Seção XX
Do Quantitativo para Funeral

Art. 89. (Revogado)


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▪ O Art. 89 dispunha sobre o quantitativo para funeral. A matéria é hoje regulada na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, a-
través da seguinte disposição:
“Art. 39. Auxílio-funeral é o quantitativo em dinheiro destinado à indenização das despesas com sepultamento do mili-
tar.
§ 1º O auxílio-funeral equivale a 1 (um) mês de vencimento ou provento, calculado de acordo com a tabela vigente à
data do óbito e considerado o soldo integral do posto ou graduação, e será pago à pessoa da família, mediante a apresenta-
ção do atestado de óbito.
§ 2º A indenização poderá ser feita a quem tenha custeado o sepultamento, mediante comprovação da despesa reali-
zada e nos limites desta, desde que não ultrapassem 1 (um) mês de vencimento ou provento.”

Seção XXI
Das Disposições Especiais

Art. 90. A situação do militar no estrangeiro será regulada em decreto do Estado.


Art. 91. (Revogado)
▪ O Art. 91 relacionava as vantagens incorporáveis aos proventos, quando da passagem para a inatividade.
▪ A matéria é hoje regulada na Lei Delegada nº 43, de 7/6/00, através da seguinte disposição:
“Art. 1º A remuneração básica do pessoal da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, a partir de 1º de
junho de 2000, é a constante da tabela prevista no Anexo desta Lei.
§ 1º ...
§ 2º Sobre a remuneração básica prevista na tabela referida incidem exclusivamente o adicional de dez por cento (10%),
a que se refere o parágrafo único do artigo 31, o adicional sobre a remuneração de que trata o inciso VI deste artigo da
Constituição do Estado, neste caso para o militar que teve o direito adquirido, e o percentual previsto no artigo 204, da Lei nº
5.301, de 16 de outubro de 1969, e alterações posteriores.
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se ao provento do militar na reserva e reformado.”
▪ Conforme notas ao Art. 63, o adicional de tempo de serviço (qüinqüênio), antes previsto no Art. 31, parágrafo único, da
CE, foi suprimido, ressalvada a situação dos militares admitidos até a data de vigência da EC nº 57, de 15/7/03.

Art. 92. As disposições deste Título se aplicam ao pessoal da ativa, da reserva e reforma- dos
da Polícia Militar, ressalvado, para os atuais inativos, o direito de optar pela situação ante- rior
ao presente Estatuto.
Art. 93. A opção de que trata o artigo anterior terá natureza irreversível e será manifestada no
prazo de 6 (seis) meses, a partir da vigência do decreto que regulamentará esta lei, em re-
querimento do interessado ao Comandante-Geral da Polícia Militar.

Capítulo III
Dos Proventos da Inatividade

Art. 94. Os proventos da inatividade serão devidos a partir da data: I


- da transferência para a reserva remunerada;
II - da reforma.
"Art. 94-A. Os proventos dos militares da reserva remunerada e dos reformados corres-
ponderão aos mesmos vencimentos dos militares da ativa, do mesmo posto ou graduação,
respeitadas as vantagens provenientes de adicional de desempenho ou tempo de serviço, nos
termos da Constituição do Estado."
▪ Redação do Art. 94-A dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 95. (Revogado)


▪ O Art. 95 dispunha sobre a composição dos proventos do militar transferido para a reserva. A matéria é hoje regulada
na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através da seguinte disposição:
“Art. 43. O militar transferido para a reserva remunerada perceberá soldo:
I - integral:
a) se contar 30 (trinta) ou mais anos de serviço;
b) se atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo e contar mais de 20 (vinte) anos de serviço;
II - proporcional, à razão de tantas quotas de 1/30 (um trinta avos) do soldo quantos forem os anos de serviço, nos
demais casos.”

Art. 96. (Revogado)


▪ O Art. 96 e seus §§ 1º e 2º dispunham sobre a composição dos proventos do militar da ativa ao ser diretamente refor-
mado. A matéria é hoje regulada na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através da seguinte disposição:
“Art. 44. O militar da ativa, ao ser reformado, perceberá soldo:
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I - integral:
a) se contar 30 (trinta) ou mais anos de serviço;
b) se for julgado, mediante laudo da Junta Militar de Saúde, incapaz para o serviço em decorrência de acidente no serviço
ou moléstia profissional ou tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia, ozena, pênfigo
foliáceo, cardiopatia descompensada ou doença que o invalide inteiramente, qualquer que seja seu tempo de serviço;
II - proporcional, à razão de tantas quotas de 1/30 (um trinta avos) do soldo quantos forem os anos de serviço, nos demais
casos.”
▪ No âmbito da Previdência Social Nacional, por força da Portaria Interministerial nº 2.998, de 23/8/01, a doença de Par-
kinson, a espondiloartrose anquilosante, a nefropatia grave, o estado avançado da doença da Paget (osteíte deformante), a
síndrome da deficiência imunológica adquirida - AIDS, a contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina
especializada, e a hepatopatia grave figuram também dentre as doenças incapacitantes.

§§ 1º e 2º (Revogados)
▪ Ver nota ao caput do artigo

“§ 3º Enquadra-se nos proventos proporcionais o indivíduo julgado incapaz para funções


típicas de policial-militar, podendo, entretanto, manter sua subsistência pelo exercício de ati-
vidades civis.
§ 4º Considera-se inteiramente inválido o indivíduo total e permanentemente impossibili-
tado de exercer qualquer trabalho, na vida policial-militar ou civil, não podendo prover, por
forma alguma, os meios de subsistência.
§ 5º Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio mental ou neuromental grave
persistente, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneça alteração
completa ou considerável na personalidade, destruindo a autodeterminação do pragmatis- mo,
tornando o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 6º Ficam excluídas dos conceitos de alienação mental as epilepsias psíquicas e neuro-
lógicas, assim julgadas pela Junta Militar de Saúde.”
▪ Redação dos §§ 3º ao 6º do Art. 96 dada pela Lei nº 6.980, de 22/4/77

Art. 97. (Revogado)


▪ O Art. 97 tratava da reforma de militar da reserva, hoje regulada na Lei Delegada nº 37, de 13/1/89, através da seguinte
disposição:
“Art. 45. A reforma de militar da reserva não implicará em revisão de proventos.”
▪ A competência para promover tal reforma foi delegada ao Comandante-Geral pelo Art 1º, III, do Decreto nº 36.885, de
23/5/95.

Art. 98. Perderá direito à inatividade e às vantagens dela decorrentes o oficial que perder a
patente em face do artigo 16 e a praça quando excluída em face do disposto no art 27, deste
Estatuto.
▪ Ver notas ao Art. 16, I, e ao Art. 27

Art. 99. (Declarado inconstitucional)


▪ Declarada, pelo STF, a inconstitucionalidade e determinada a suspensão da eficácia do artigo (RE 86.175-MG, julgado
em 12/4/78 e publicado no DJ de 30/6/78).
▪ A matéria de que tratava o Art 99 (extensão aos inativos dos reajustes de vencimentos concedidos aos militares da ati-
va), antes inconstitucional, é hoje matéria constitucional, tratada no Art 40, § 8º, c/c Art 42, § 2º, e Art 142, § 3º, IX) da CF:
“§ 8º Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma pro-
porção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos
aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em ativi- dade,
inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que
serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei.” (A ressalva proíbe que os proventos, assim reajus- tados,
ultrapassem o subsídio de Ministro do STF, tomada como limite máximo de remuneração).
▪ Dispõe a CE (Art 36, § 4º, c/c Art 39, § 11):
“§ 4º Os proventos de aposentadoria, nunca inferiores ao salário mínimo, serão revistos, na mesma proporção e na
mesma data, sempre que se modificar a remuneração do servidor em atividade, e serão estendidos ao inativo os benefícios ou
vantagens posteriormente concedidos ao servidor em atividade, mesmo quando decorrentes de transformação ou reclassifica-
ção do cargo ou da função em que se tiver dado a aposentadoria, na forma da lei.”

TÍTULO III
DAS FÉRIAS, DISPENSAS DO SERVIÇO E TRÂNSITO
Capítulo I
Das Férias

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Art. 100. Férias são dispensas totais do serviço concedidas ao pessoal da Polícia Militar, nas
condições estabelecidas na presente lei.
Parágrafo único. As férias são concedidas anualmente e por decênio de serviço.
▪ A expressão “por decênio de serviço”, que se refere à concessão de férias-prêmio, deve hoje ser entendida como “por
qüinqüênio de serviço”, à vista do disposto no Art. 31, § 4º, da CE, c/c Art 39, § 11, que concedeu ao militar direito a “férias-
prêmio, com duração de três meses a cada cinco anos de efetivo exercício no serviço público do Estado de Minas Gerais”.
▪ Ver, a propósito, a nota ao Art. 107.

Seção I
Das Férias Anuais

"Art. 101. Os militares têm direito de gozar, por ano, vinte e cinco dias úteis de férias."
▪ Redação do Art. 101 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.
▪ A Lei nº 11.105, de 4/6/93, concede aos doadores de sangue um dia a mais de férias, até o máximo de dois dias por ano.

Art. 102. São autoridades competentes para conceder férias anuais:


I - o Comandante-Geral, aos oficiais de seu Gabinete, aos Coronéis e aos Comandantes de
Corpos e Chefes de Serviços e Estabelecimentos;
II - Comandantes de Corpos e Chefes de Serviços ou Estabelecimentos, aos seus oficiais e
praças.
Art. 103. O gozo de férias obedecerá às seguintes prescrições:
I - o Comandante do Corpo organizará um plano de férias anuais tendo em vista o interesse
do serviço e a obrigatoriedade de sua concessão a todos que a elas tenham direito;
II - o militar só não gozará anualmente o período de férias quando ocorrer absoluta necessi-
dade do serviço. Neste caso, poderá gozar cumulativamente as férias do ano corrente, com as
do ano imediatamente anterior;
III - o período de férias anuais poderá ser gozado onde interessar ao policial-militar, dentro do
País, mediante permissão do respectivo Comandante ou Chefe de Serviço e, no Exterior,
mediante autorização do Governador do Estado;
▪ Delegada ao Comandante-Geral competência para autorizar viagens ao exterior, sem ônus para o Estado: Art 1º, VI, do
Decreto nº 36.885, de 23/5/95

IV - o militar em férias anuais não perderá direito ao soldo e vantagens que esteja perce-
bendo ao iniciá-las, salvo se, durante o seu afastamento, cessar a situação que deu margem à
mesma percepção.
“Art. 104. As férias anuais que não puderem ser gozadas nos termos do inciso II do arti- go
anterior acrescerão o tempo de serviço do componente da Polícia Militar, computado em dobro
a pedido do interessado, para fins de inatividade, qüinqüênio e incorporação de grati-
ficações.”
▪ Redação do caput do Art. 104 dada pela Lei nº 9.266, de 18/9/86

“Parágrafo único. Para cada cinco dias de férias anuais cassadas e não gozadas, será
acrescido um dia, para efeito de contagem do tempo de serviço do militar."
▪ Redação do parágrafo único do Art. 104 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 105. As férias escolares serão concedidas de conformidade com o regulamento dos ór-
gãos de ensino da Polícia Militar, não podendo o militar gozá-las no mesmo exercício com as
anuais, exceto se não atingirem o limite estabelecido no artigo, caso em que terá direito à dife-
rença de dias entre uma e outra.
Art. 106. As autoridades que concederem férias anuais poderão cassá-las, quando ocorrer
absoluta necessidade do serviço.

Seção II
Das Férias Prêmio

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Art. 107. (Revogado)
▪ O Art. 107 dispunha sobre a concessão de férias-prêmio. A Constituição do Estado (Art 31, § 4º), passou a regular su-
periormente a matéria, através do seguinte dispositivo, estendido aos militares pelo seu Art. 39, § 11:
“§ 4° - Serão concedidas ao servidor ocupante de cargo de provimento efetivo e função pública férias-prêmio com du-
ração de três meses a cada cinco anos de efetivo exercício no serviço público do Estado de Minas Gerais.”

§ 1º Para esse fim, será computado como tempo de efetivo serviço o afastamento do militar
do exercício das funções por motivo de:
I - dispensa do serviço prevista no artigo 109;
II - férias anuais;
III - comissões a serviço do Governo do Estado ou da União.
§ 2º A concessão de férias-prêmio obedecerá às prescrições estabelecidas no Regulamento
Geral da Corporação.
“Art. 108. As férias-prêmio que não puderem ser gozadas acrescerão o tempo de serviço
do componente da Polícia Militar, computado em dobro a pedido do interessado, para fins de
inatividade, qüinqüênio e incorporação de gratificações.”
▪ Redação do caput do Art. 108 dada pela Lei nº 9.266, de 18/9/86.
▪ O caput do Art. 108 foi parcialmente revogado pela CE, que a partir da vigência da EC nº 57, de 15/7/03, não mais
admite a contagem em dobro de férias-prêmio para inatividade ou incorporação de gratificações..
▪ A CE, porém, ressalva (Art. 117 do ADCT, redação dada pela EC nº 57/03):
“Art. 114. É garantida a contagem em dobro das férias-prêmio não gozadas:
I - para fins de concessão de aposentadoria, as férias-prêmio adquiridas até a data da publicação da Emenda à Cons-
tituição da República n° 20, de 15 de dezembro de 1998;
II - para fins de percepção de adicionais por tempo de serviço, quando da aposentadoria, ao servidor que tenha cum-
prido os requisitos para a obtenção de tal benefício.”
▪ O Art. 117 da CE, redação dada pela EC nº 57/03, assegura ao militar, quando da transferência para a inatividade, o di-
reito de converter em espécie as férias-prêmio adquiridas até 29 de fevereiro de 2004 e não gozadas.
▪ O Decreto nº 30.586, de 5/12/89, alterado pelo Decreto nº 36.470, de 2/12/94, regula a conversão de férias-prêmio em
espécie.

“Parágrafo único. Serão devidos ao cônjuge sobrevivente e aos herdeiros necessários do


militar, em caso de falecimento deste, ocorrido quando na atividade, os vencimentos e van-
tagens correspondentes a período de férias-prêmio não gozadas e não aproveitadas para
efeito de obtenção de quaisquer vantagens.”
▪ Redação do parágrafo único do Art. 108 dada pela Lei nº 8.810, de 5/6/85

Capítulo II
Das Dispensas de Serviço

Art. 109. As dispensas do serviço são concedidas aos militares por motivo de núpcias ou lu-
to, dentro dos seguintes limites:
▪ A Lei nº 11.105, de 4/6/93, concede, ainda, um dia de dispensa aos doadores de sangue, até o máximo de dois dias
por ano.

I - por 8 (oito) dias, quando o militar contrair núpcias;


II - por 8 (oito) dias, quando ocorrer falecimento de pessoa da família assim considerados os
pais, esposa, filhos, irmãos e sogros.
Art. 110. À concessão das dispensas do serviço aplicam-se as disposições do artigo 102,
item I e II e artigo 103, itens III e IV, e artigo 106.
Art. 111. As dispensas do serviço não prejudicarão o direito às férias, podendo ser estas
concedidas em prorrogação àquelas, a juízo da autoridade competente.

Capítulo III
Do Trânsito e Instalação

Art. 112. Os militares que tenham de afastar-se, em caráter definitivo, da guarnição em que
servem, por motivo de transferência de Unidade, classificação, adição ou comissão de caráter
permanente, terão direito aos seguintes períodos de trânsito e instalação:
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I - oficiais e aspirantes a oficial: 20 (vinte) dias;
II - Subtenentes e sargentos: 16 (dezesseis) dias;
III - cabos e soldados: 10 (dez) dias.
§ 1º Conta-se o período, para efeito deste artigo, desde a data do desligamento do militar do
Corpo ou Repartição até sua apresentação no destino.
§ 2º Em casos especiais, a critério do Comandante-Geral, esses períodos poderão ser redu-
zidos ou ampliados.
§ 3º O militar movimentado por conveniência da disciplina entrará em trânsito após ter cum-
prido a punição imposta.

TÍTULO IV
DA LICENÇA E AGREGAÇÃO
Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 113. O oficial ou praça poderá ser licenciado:


▪ Duas outras licenças foram introduzidas pela Constituição Federal:
a) licença-maternidade de 20 dias, deferida à gestante (Art. 7º, XVII, c/c Art. 42, § 1º, e Art. 152, § 3º, VIII);
b) licença-paternidade de 8 dias, deferida ao pai (Art. 7º, XIX, c/c Art. 42, § 1º, Art. 142, § 3º, VIII, e Art. 10, § 1º/ADCT).
▪ Embora caiba discutir a sua aplicação aos militares, a Lei nº 9.266, de 18/9/86, instituiu licença para exercício de man-
dato em associações de classe, ao estabelecer:
“Art 18. Poderá ser concedida licença remunerada por 1 (um) ano, renovável, a servidor público estadual, da Adminis-
tração Direta e das autarquias, para o exercício de mandato eletivo em associação representativa das classes de servidores
estaduais.
Parágrafo único. A licença, de que trata este artigo, se regerá por regulamento baixado pelo Poder Executivo.”
▪ A Lei nº 11.050, de 19/1/93, instituiu a licença por adoção, ao dispor:
“Art. 105. Ao servidor público estadual que adotar ou obtiver guarda judicial de criança de até 1 (um ano) de idade se-
rão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. No caso de adoção ou de guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que
trata este artigo será de 30 (trinta) dias.”

I - para tratamento da própria saúde;


II - para tratar de interesse particular;
III - por motivo de doença em pessoa da família.
Art. 114. São autoridades competentes para conceder licença:
I - o Governador do Estado, até 24 (vinte e quatro) meses;
▪ Delegada ao Comandante-Geral a competência para conceder licença para tratar de interesse particular: Art 1º, I, do
Decreto nº 36.885, de 23/5/95

II - o Comandante-Geral, até 3 (três) meses.


Art. 115. A autoridade competente para conceder licença também poderá mandar cassá-la:
I - nos casos dos itens I e III do artigo 113, mediante inspeção de saúde ou parecer médico e
desde que cesse o motivo da concessão;
II - no caso do item II do mesmo artigo, quando as necessidades do serviço público assim o
exigirem.
Parágrafo único. Cassada a licença, terá o militar o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para
apresentar-se, se estiver no local onde o deva fazer; caso contrário, a autoridade que cassou a
licença arbitrará o prazo necessário.
Art. 116. O militar pode desistir da licença concedida ou do resto da licença em cujo gozo se
acha, dependendo do parecer da Junta Militar de Saúde, quando se tratar de licença para
tratamento de saúde.
Art. 117. A licença pode ser prorrogada "ex-officio" ou mediante solicitação do militar, não
excedendo o prazo de prorrogação, reunido ao da licença, o máximo de tempo previsto no arti-
go 114 deste Estatuto.
§ 1º O pedido de prorrogação deve ser apresentado e despachado antes de findar o prazo da
licença, de sorte a não interrompê-la, se deferido.

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§ 2º As licenças concedidas dentro de 60 (sessenta) dias da data do término da anterior são
consideradas como prorrogação.
Art. 118. O militar poderá gozar a licença onde lhe convier, ficando, no entanto, o oficial o-
brigado a participar por escrito à autoridade a que estiver subordinado e a praça a solicitar a
necessária permissão.

Capítulo II
Da Licença para Tratamento da Própria Saúde

Art. 119. A licença para tratamento de saúde é concedida "ex-officio" ou a pedido, mediante
inspeção de saúde, pelo prazo indicado na respectiva ata.
Parágrafo único. Se a natureza ou a gravidade da doença impossibilitar o militar de compa-
recer à Junta Militar de Saúde, ser-lhe-á concedida licença mediante atestado médico da Uni-
dade, ou de profissionais idôneos, se se encontrar fora da sede.
Art. 120. A licença terá início na data em que o militar for julgado doente pelo médico ou pe-
la Junta Militar de Saúde, ressalvados outros casos especiais previstos no Regulamento Geral
da Corporação.
Art. 121. O militar que, após 2 (dois) anos de licença continuada para tratamento de saúde,
for julgado carecedor de nova licença, será reformado ou excluído nos termos deste Estatuto,
ainda que sua incapacidade não seja definitiva.

Capítulo III
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 122. O Comandante-Geral poderá conceder licença, pelo prazo máximo de 3 (três) meses,
ao militar por motivo de doença na pessoa de seu pai, mãe, filhos ou cônjuge de que não esteja
legalmente separado, desde que prove ser indispensável sua assistência pessoal e esta não
possa ser prestada simultaneamente com o exercício de suas funções.
§ 1º Cabe à autoridade que conceder a licença verificar sua necessidade, através de sindi-
cância, e exercer fiscalização a respeito.
§ 2º Provar-se-á a necessidade da licença mediante atestado do médico da Unidade, ou de
profissionais idôneos, se o doente encontrar-se fora da localidade onde estiver sediado o mili-
tar, para a licença de que trata o artigo.
§ 3º A licença de que trata o artigo só será concedida quando não for possível movimentar- se
o servidor para a localidade onde se encontre o doente.

Capítulo IV
Da Licença para Tratar de Interesse Particular

Art. 123. O militar poderá obter licença para tratar de interesse particular:
I - quando a licença não contrariar o interesse do serviço;
“II - quando tenha, pelo menos, 10 (dez) anos de serviços prestados à Polícia Militar.”
▪ Redação do inciso II do Art. 123 dada pela Lei nº 5.641, de 14/12/70.

Art. 124. Só poderá ser concedida nova licença depois de decorridos 2 (dois) anos do tér-
mino da anterior.

Capítulo V
Da Agregação

Art. 125. A agregação é a situação temporária, durante a qual fica o militar afastado da ati-
vidade, por motivo de:

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I - incapacidade para o serviço militar verificada em inspeção de saúde, após um ano de
moléstia continuada, embora curável;
II - licença para tratamento de interesse particular, superior a 1 (um) ano;
III - cumprimento de sentença, passada em julgado, cuja pena seja maior de 1 (um) ano e
não superior a 2 (dois) anos;
IV - extravio;
V - licença para exercer atividade técnica de sua especialidade em organizações civis;
VI - desempenho de comissões de caráter civil;
VII - casos previstos no artigo 17 deste Estatuto;
▪ A menção atualmente cabível é ao Art 2º da Lei Complementar nº 28, de 16/7/93, que dispõe sobre a matéria de que
tratava o Art 17 do EPPM.

VIII - candidatura a cargo eletivo, quando tiver 5 (cinco) ou mais anos de serviço.
▪ A CF alterou parcialmente este inciso, ao estabelecer (Art 14, § 8º, c/c Art 42, § 1º) que a agregação só se dará se o
militar tiver mais de dez anos de serviço:
“§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - ...;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, eleito, passará automaticamente,
no ato da diplomação, para a inatividade.”
▪ A Lei Complementar nº 76, de 13/1/04, instituiu a agregação para exercício de cargo de direção em entidade associati-
va de militares da ativa da PMMG ou do CBMMG, ao dispor::
“Art. 1º A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar poderão colocar à disposição de entidades associativas de mi-
litares membros da ativa das respectivas corporações, se eleitos para exercer cargo de direção, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º A disponibilidade a que se refere o caput deste artigo ocorrerá sem prejuízo da remuneração e das demais van-
tagens do posto ou graduação do militar.
§ 2º O militar poderá permanecer em disponibilidade remunerada, nos termos desta Lei, pelo período máximo de três
anos, permitida uma recondução por igual período.
§ 3º O militar colocado à disposição de entidade associativa nos termos desta Lei ficará agregado ao seu quadro de
origem e, enquanto permanecer nessa situação, somente poderá ser promovido por antiguidade, contando-se o tempo de serviço
apenas para aquela promoção e para a transferência para a reserva.”

Art. 126. Cessada a causa determinante da agregação, voltará o militar ao serviço ativo, no
respectivo quadro, por ato do Comandante-Geral.
Art. 127. O nome do militar agregado continuará no almanaque, na classe e lugar até então
ocupados, com a abreviatura "ag" e com as anotações esclarecedoras de sua situação.
Parágrafo único. Não ocupará o agregado vaga no quadro ordinário, quando seu afasta- mento
for superior a 1 (um) ano.
Art. 128. Será agregado o oficial ou praça que, por qualquer motivo, figurar como excedente
no respectivo quadro.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o militar exercerá as mesmas atribuições e terá os
mesmos direitos do militar do quadro efetivo, salvo quando se tratar de promoção indevida, que
se regerá segundo as normas para promoções.
Art. 129. O militar, quando passar à situação de agregado, perceberá soldo e vantagens
especificadas neste Estatuto ou em Regulamentos próprios.

TÍTULO V
DA INATIVIDADE
Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 130. Os oficiais e praças da Polícia Militar passam à situação de inatividade:


I - pela transferência para a reserva;
II - pela reforma;
§ 1º A situação de inatividade será declarada por ato do Governador do Estado.
▪ Delegada ao Comandante-Geral a competência para transferir oficiais e praças para a inatividade: Art. 1º, III, do Decre-
to nº 36.885, de 23/5/95

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§ 2º A inatividade, no caso do item I, é remunerada ou não, de acordo com os dispositivos
estabelecidos neste Estatuto ou em lei e regulamentos especiais; no caso do item II, é remune-
rada.
Art. 131. O militar que estiver aguardando transferência para a reserva permanecerá no e-
xercício de suas funções até a publicação do decreto de transferência. Caso, porém, seja de-
tentor de cargo, poderá continuar nas funções por mais 30 (trinta) dias, no máximo, sendo nu-
los os atos que praticar no exercício da função após esse prazo.
▪ A primeira parte do artigo foi revogada pela CE (Art. 36, § 6º, c/c Art. 39, § 11):
“§ 6º É assegurado ao servidor afastar-se da atividade a partir da data do requerimento de aposentadoria, e sua não-
concessão importará o retorno do requerente para o cumprimento do tempo de serviço que, àquela data, faltava para a aquisi-
ção do direito.”

Art. 132. A passagem para a reserva, compulsória ou voluntária não isenta o militar de in-
denização de prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem das pensões decor-
rentes de sentença judicial.
Art. 133. A transferência para a inatividade interrompe toda e qualquer licença, cassando-a
automaticamente e será promovida sem nenhuma despesa para o oficial ou praça.
Art. 134. Não será transferido para a reserva, nem reformado, antes de transitar em julgado
sentença absolutória ou declarada definitivamente a impunibilidade, o militar que estiver indici-
ado em inquérito ou submetido a processo por crime contra o patrimônio particular ou público.
▪ Cabe alguma indagação sobre a constitucionalidade do Art 134, em face do disposto no Art. 36, § 6º, c/c Art. 39, § 11),
que assegura ao militar “afastar-se da atividade a partir da data do requerimento de aposentadoria”.
▪ O Art 152, II, proíbe também deferir a exclusão, a pedido, de militar em débito para com a Fazenda Estadual.

Parágrafo único. Ao alcançar qualquer das hipóteses deste Estatuto, previstas para transfe-
rência para a reserva ou para ser reformado o militar, impedido por força do disposto nesta lei,
sujeitar-se-á às seguintes condições:
I - ficará agregado;
II - não ocupará vaga no quadro respectivo;
III - não concorrerá a promoção;
IV - ficará afastado de função;
V - não terá acrescida vantagem de qualquer natureza por nenhum motivo.

Capítulo II
Da Transferência para a Reserva

Art. 135. A reserva pode ser remunerada e não remunerada.


Parágrafo único. Será organizado o Quadro Geral da Reserva da Polícia Militar, abrangen-
do o QOR e o QPR, estabelecendo seus deveres, direitos e emprego.
Art. 136. Será transferido para a reserva remunerada o oficial ou praça que:
I - completar 30 (trinta) anos de efetivo serviço;
II - atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo;
III - (Revogado)
▪ O inciso III do Art. 136 foi revogado pela Lei Complementar nº 28, de 16/7/93

IV - (Revogado)
▪ 0 inciso IV do Art. 136 estabelecia a transferência para a reserva do militar eleito para cargo, que tivesse cinco ou mais
anos de serviço. A CF passou a regular superiormente a matéria, ao estabelecer (Art 14, § 8º, c/c Art 42, § 2º):
“§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, eleito, passará automaticamente,
no ato da diplomação, para a inatividade.”

§ 1º O oficial ou praça atingido pelas disposições deste artigo passará a pertencer respecti-
vamente ao Quadro de Oficiais da Reserva (QOR) ou o Quadro de Praças da Reserva (QPR).

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“§ 2º O militar da reserva remunerada poderá ser designado para o serviço ativo, em ca-
ráter transitório e mediante aceitação voluntária, a juízo do Governador do Estado, para a-
tender a necessidade especial relacionada com as atividades da Polícia Militar do Estado de
Minas Gerais - PMMG -, segundo dispuser regulamentação específica.”
▪ Redação do § 2º do Art. 136 dada pela Lei Complementar nº 50, de 13/1/98.
▪ A competência para promover a designação de oficiais para o serviço ativo (por extensão, também de praças) fora de-
legada ao Comandante-Geral pelo Art 1º, VIII, do Decreto nº 36.885, de 23/5/95.

“§ 3º O militar designado nos termos do parágrafo anterior fará jus a gratificação mensal
pro labore correspondente a 1/3 (um terço) dos proventos da inatividade.
§ 4º Sem prejuízo para o pessoal da ativa quanto ao acesso na carreira, a designação das
praças será feita no limite das vagas correspondentes, observada a Lei nº 11.099, de 18 de
maio de 1993, que fixa o efetivo da PMMG.
§ 5º Os militares designados têm os mesmos direitos e obrigações dos militares da ativa e
estão sujeitos a todas as cominações legais.”
▪ Redação dos §§ 3º ao 5º do Art. 136 dada pela Lei Complementar nº 50, de 13/1/98

§ 6º A Polícia Militar deverá manter atualizado o Plano de Emprego da Reserva.


§ 7º Os oficiais e praças da reserva e reformados deverão fornecer à Diretoria de Pessoal da
Polícia Militar seus endereços e, sempre que mudarem de residência deverão, imediata- mente,
comunicar àquele órgão seus novos endereços.
§ 8º O oficial ou praça da reserva ou reformado, ao mudar para nova localidade, deverá, lo-
go que ali chegar, apresentar-se à maior autoridade da Polícia Militar, fornecendo-lhe seu novo
endereço. A apresentação será substituída pela comunicação, quando a autoridade local for
hierarquicamente inferior.
§ 9º O militar da reserva, que deixar de atender, no prazo estabelecido, à convocação, terá
seus proventos suspensos, sem prejuízo das cominações legais.
“§ 10 O oficial da Polícia Militar que tiver exercido o cargo de Comandante-Geral, quando
exonerado, ficará desobrigado de exercer cargo, encargo ou função na Corporação, exceto
em caso de mobilização geral.”
▪ Redação do § 10 do Art.136 dada pela Lei nº 5.641, de 14/12/70.

“§ 11 O Oficial da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais ocupante do cargo de Co-


mandante-Geral, de Chefe do Gabinete Militar do Governador ou de Chefe do Estado-Maior
que completar 30 (trinta) anos de efetivo exercício poderá permanecer em serviço ativo até o
final do mandato do Governador do Estado, respeitado o limite de idade previsto nesta Lei.
§ 12 Serão abertas vagas para promoção sempre que ocorrer a situação prevista no § 11.”
▪ Redação dos §§ 11 e 12 do Art. 136 dada pela Lei Complementar nº 31, de 14/1/94.

“§ 13. A policial militar e a bombeiro militar poderão requerer sua transferência para a re-
serva remunerada aos vinte e cinco anos de efetivo serviço, com proventos integrais, veda-
da a contagem de qualquer tempo fictício não prevista nesta Lei.
§ 14. A policial militar e a bombeiro militar, quando de sua transferência para a reserva, nos
termos do § 13 deste artigo, serão promovidas ao posto ou à graduação imediata, se ti- verem,
no mínimo, um ano de serviço no posto ou graduação, desde que satisfaçam os re- quisitos
estabelecidos nos incisos I e IV do caput do art. 186 e não se enquadrem nas situa- ções
previstas no art. 203 desta Lei."
▪ Redação dos §§ 13 e 14 do Art. 136 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 137. O limite de idade para a permanência do oficial no serviço ativo é de 60 (sessenta)
anos.
Parágrafo único. Quando se tratar de oficial dos Quadros de Serviço de Saúde, a idade- limite
de que trata este artigo será acrescida de 5 (cinco) anos.

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Art. 138. Será transferido para a reserva não remunerada o oficial que solicitar demissão do
serviço ativo e a praça que solicitar baixa do serviço, ou que se candidatar e for eleito para função
ou cargo público, se tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço.
▪ Na redação original do EPPM, como se infere do caput do Art. 138, o termo demissão designava a exoneração voluntá-
ria do oficial e o termo baixa do serviço, a da praça. A partir da vigência da Lei nº 14.310, de 19/6/02, o termo demissão, como
já o tinha na legislação estatutária civil, passou a ter conotação disciplinar. Dispõe a mencionada Lei:
“Art. 33. A demissão consiste no desligamento de militar da ativa dos quadros da IME, nos termos do EMEMG e deste
Código.
Parágrafo único. A demissão pune determinada transgressão ou decorre da incorrigibilidade do transgressor contu-
maz, cujo histórico e somatório de sanções indiquem sua inadaptabilidade ou incompatibilidade ao regime disciplinar da Insti-
tuição.”
▪ A parte final do Art 138, quanto à praça eleita, foi alterada pela CF (Art 14, § 8º, c/c Art 42, § 2º) , que estabeleceu, tan-
to para oficiais quanto para praças, que a transferência para a inatividade, de que cogita o artigo, se dará se o militar tiver menos
de dez anos de serviço:
“§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;”.

§ 1º Não será concedida a demissão ou baixa do serviço, a não ser que o militar indenize
todas as despesas de curso que tenha feito às expensas do Estado, inclusive vencimentos,
vantagens ou bolsas de estudo ou que permaneça na Corporação, após o curso;
I - durante 2 (dois) anos, se o curso for de duração até 6 (seis) meses letivos;
II - durante 3 (três) anos, se o curso for de duração de mais de 6 (seis) meses até 12 (doze)
meses letivos;
III - durante 5 (cinco) anos, se o curso for de duração superior a 12 (doze) meses letivos.
§ 2º Suspender-se-á a faculdade outorgada neste artigo:
I - durante a vigência de estado de guerra, de emergência ou de mobilização;
II - se o oficial estiver sujeito a inquérito ou processo em qualquer jurisdição, ainda cumprin-
do pena de qualquer natureza.

Capítulo III
Da Reforma

Art. 139. A reforma do oficial se verificará:


I - dos Quadros da Ativa:
a) por incapacidade física definitiva;
b) por incapacidade física declarada após 2 (dois) anos de afastamento do serviço ou de li-
cença continuada para tratamento de saúde, ainda que por moléstia curável, salvo quando a
incapacidade for decorrente do serviço, caso em que esse prazo será de 3 (três) anos;
c) por sentença judiciária, condenatória, à reforma passada em julgado;
d) na hipótese prevista no § 2º do artigo 16 deste Estatuto;
II - do Quadro de Oficiais da Reserva:
a) nos casos das letras "c" e "d" do item anterior;
b) quando atingir a idade-limite prevista no artigo 141 deste Estatuto;
c) quando, por determinação do Comandante-Geral, for submetido a inspeção de saúde e
julgado incapaz fisicamente;
d) (Revogado)
▪ A alínea d do inciso II do Art. 139 foi revogada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Art. 140. A reforma da praça se verificará:


I - por incapacidade física definitiva;
II - por incapacidade física declarada após 2 (dois) anos de afastamento do serviço ou de li-
cença continuada para tratamento de saúde, ainda que por moléstia curável, salvo quando a
incapacidade for decorrente do serviço em que esse prazo será de 3 (três) anos;
III - quando se enquadrar nos casos de reforma compulsória, por incapacidade moral ou
profissional, previstos no Regulamento Disciplinar da Corporação;
IV - (Revogado)
▪ O inciso IV do Art. 140 foi revogado pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

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V - quando atingir a idade-limite de permanência na reserva.
Art. 141. O limite de idade para permanência do oficial ou praça na reserva é de 65 (ses-
senta e cinco) anos.
Parágrafo único. Quando se tratar de oficial de polícia, a idade-limite de que trata este arti-
go será acrescida de 5 (cinco) anos.
Art. 142. A idade-limite de permanência da praça no serviço ativo é de 60 (sessenta) anos.
Art. 143. O oficial ou praça que estiver fisicamente impossibilitado de continuar no serviço ativo
será, a pedido ou "ex officio", submetido a impeço de saúde; se for julgado incapaz para o serviço
e tiver direito à reforma deverá apresentar os documentos respectivos dentro de 60 (sessenta)
dias: se o fizer, será reformado compulsoriamente.
Parágrafo único. Durante esse prazo, será o militar considerado afastado do serviço para
efeito de reforma.
Art. 144. O militar que, em inspeção de saúde, for declarado portador de moléstia ou lesão
incompatíveis com o serviço policial-militar, mas curáveis mediante intervenção cirúrgica, e não
quiser submeter-se a esta, será julgado definitivamente incapaz e excluído ou reformado, con-
forme o tempo de serviço.
Parágrafo único. O militar reformado de conformidade com este artigo não poderá valer-se, no
futuro, dos Serviços de Saúde para efeito do tratamento recusado, nem reverter à ativa, mesmo
quando operado com êxito.
Art. 145. A petição do oficial ou praça que se julgar com direito à reforma por incapacidade
física deverá ser instruída com os seguintes documentos:
I - liquidação do tempo de serviço, processado pela repartição competente da Polícia Militar;
II - cópia do parecer da Junta Militar de Saúde.
“§ 1º O militar estável e interditado judicialmente por mais de dois anos será reformado com
proventos proporcionais, salvo na situação prevista no inciso III do art. 96, comprovada
mediante laudo da Junta Militar de Saúde.”
▪ Redação do § 1º do Art. 145 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

§ 2º Se a doença de que sofre o militar o impossibilitar de vir à Capital, para ser examinado
pela Junta Militar de Saúde, o exame só poderá ser feito onde o mesmo se achar por uma jun-
ta médica designada pelo Comandante-Geral.

Capítulo IV
Da Exclusão da Praça

Art. 146. A praça será excluída do serviço ativo da Polícia Militar nos casos seguintes:
I - em face de transferência para a inatividade, nos termos deste Estatuto;
II - em virtude de incapacidade moral, mediante indicação do Conselho de Disciplina, nos
termos do Regulamento Disciplinar da Corporação;
▪ O Conselho de Disciplina, mencionado no inciso I, foi substituído pelo Processo Administrativo-Disciplinar, regulado pe-
la Lei nº 14.310, de 19/6/02.
A partir da vigência da Lei nº 14.310/02, foi suprimida a pena disciplinar de “exclusão por incapacidade moral”, apli-
cando-se, se for o caso, a de demissão.

III - quando julgada incapaz definitivamente pela Junta Militar de Saúde e o tempo de servi-
ço for igual ou inferior a 5 (cinco) anos;
▪ A Lei Complementar nº 55, de 10/1/00, estabeleceu, a respeito da matéria de que trata o inciso III:
“Art. 1º O militar excluído da corporação por incapacidade física definitiva antes da edição da Lei nº 5.301, de 16 de
outubro de 1969, que contém o Estatuto do Pessoal da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, fará jus, a partir da vigência
desta lei, a estipêndio mensal vitalício correspondente ao do posto que ocupava na época da exclusão.”.

IV - quando incorrer na pena de exclusão disciplinar, prevista no Regulamento Disciplinar da


Corporação.
▪ A partir da vigência da Lei nº 14.310, de 19/6/02, a pena de “exclusão disciplinar” foi substituída pela de demissão.
▪ Dispõe a Lei 14.310/02:
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“Art. 33. A demissão consiste no desligamento de militar da ativa dos quadros da IME, nos termos do EMEMG e deste
Código.
Parágrafo único. A demissão pune determinada transgressão ou decorre da incorrigibilidade do transgressor contu-
maz, cujo histórico e somatório de sanções indiquem sua inadaptabilidade ou incompatibilidade ao regime disciplinar da Insti-
tuição.”

V - com baixa do serviço, na forma da lei:


a) "ex officio";
b) a pedido.
Art. 147. A exclusão "ex officio" é aplicável somente no período de formação ou no de in-
corporação por conveniência ou interesse da Polícia Militar, ou para atender a circunstâncias
especiais.
▪ Dispõe a Lei nº 14.310, de 19/6/02:
“Art. 34. Ressalvado o disposto no § 1° do art. 42 da Constituição da República, a demissão de militar da ativa com menos
de três anos de efetivo serviço, assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório, será precedida de Processo
Administrativo-Disciplinar Sumário - PADS, instaurado quando da ocorrência das situações a seguir relacionadas:
I - reincidência em falta disciplinar de natureza grave, para o militar classificado no conceito “C”;
II - prática de ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, independentemente do conceito do militar.”

Parágrafo único. Será também excluída do serviço ativo a praça com menos de 5 (cinco)
anos de serviço que ser candidatar a cargo eletivo.
▪ A exclusão de que cogita o parágrafo único do Art. 147, nos termos do Art. 138, se dará por transferência para a reser-
va não remunerada.
▪ A CF estabeleceu (Art 14, § 8º, c/c Art 42, § 2º) que ela só se dará se o militar tiver menos de dez anos de serviço:
“§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;”

Art. 148. A exclusão com baixa do serviço, a pedido, será concedida, observando-se o
prescrito no § 2º do artigo 138:
I - por conclusão do período de incorporação, engajamento ou reengajamento.
II - para tomar posse em cargo público, quando a praça tenha sido aprovada por concurso.
Parágrafo único. Não será concedida baixa do serviço prevista no item II do artigo, quando:
I - encontrar-se a Unidade do requerente ou a Corporação empenhada em prevenção, ma-
nutenção ou restabelecimento da ordem;
II - a baixa do serviço for requerida com o fim de deixar a praça de cumprir nova missão ou
movimentação acometida a si ou à sua Unidade.
Art. 149. Período de incorporação, para os efeitos deste Estatuto, é aquele que perdura por 2
(dois) anos, a contar da assinatura do "termo de incorporação", após a aprovação no Curso de
Formação Policial-Militar.
“§ 1º O ingresso no quadro de praça, satisfeitos os requisitos do inciso III, do artigo 5º deste
estatuto, será feito na situação de soldado de 2ª classe, o qual será matriculado no Curso de
Formação Policial Militar, com duração mínima de 6 (seis) meses.
§ 2º Somente o soldado de 2ª classe, aprovado no Curso de Formação Policial Militar,
poderá assinar o "termo de incorporação", e que terá efeito de acesso a soldado de 1ª clas-
se.”
▪ Redação dos §§ 1º e 2º do Art. 149 dada pela Lei nº 5.946, de 11/7/71

Art. 150. Terminado o período de incorporação, a praça deverá solicitar engajamento, por
dois anos, nas fileiras da Polícia Militar, ou baixa do serviço.
§ 1º Será excluída "ex officio" a praça que não apresentar pedido de engajamento, após de-
corridos 30 (trinta) dias do término do período de incorporação ou de engajamento.
§ 2º A praça engajada será submetida a exames médicos, na Seção de Saúde de Unidade,
de 2 (dois) em 2 (dois) anos.
§ 3º A praça, para engajar-se ou reengajar-se, fica sujeita:
I - à aprovação em exame de aptidão profissional;
II - ao atendimento à conveniência ou interesse da Corporação.
Art. 151. Os alunos do Curso de Formação de Oficiais e do Curso de Formação de Sargen-
tos estão sujeitos aos casos de exclusão previstos nos itens I e IV e letra "b" do item V do arti-
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go 146 deste Estatuto e aos que forem previstos no Regulamento do Departamento de Instru-
ção (RDI).
§ 1º Ao aluno do Curso de Formação de Oficiais que ingressou na Polícia Militar nessa con-
dição, não se aplica o disposto nos artigos 147, 148, 149 e 150 deste Estatuto.
§ 2º O Regulamento do Departamento de Instrução poderá prever o aproveitamento do alu-
no do CFO, na categoria de praça de polícia, desde que o cancelamento da matrícula não se dê
em face do disposto no item III do artigo 146 deste Estatuto, ou por incapacidade moral ou
inaptidão profissional, nos termos do RDI.
Art. 152. Não poderá ser excluída, ainda que tenha concluído o tempo de serviço, a praça que:
I - não apresentar o armamento e demais objetos a seu cargo, em perfeita conservação;
II - tiver dívida para com a Fazenda Estadual ou a Polícia Militar;
III - estiver em diligência, campanha, ou outros serviços que a impossibilitem de ser excluí- da.
Art. 153. A praça reclamada como desertora de outra Corporação será excluída e posta à
disposição da autoridade competente.
Art. 154. Serão excluídos da Polícia Militar aqueles que nela ingressarem com infração do
disposto no artigo 5º deste Estatuto, e os viciosos, os que já houverem cumprido sentença por
crimes aviltantes, os que tiverem sido exonerados a bem do serviço público, os expulsos ou
excluídos disciplinarmente de outras Corporações, por mau comportamento e que, iludindo as
autoridades da Corporação, conseguiram ingressar em suas fileiras, sem prejuízos de ação
disciplinar, administrativa ou penal contra o infrator.
Art. 155. São proibidas as baixas sem declaração de motivo legal ou fora dos casos previs-
tos neste Estatuto.

Capítulo V
Da Reintegração e Readmissão

Art. 156. Não será readmitida a praça excluída disciplinarmente da Polícia Militar.
§ 1º (Revogado)
▪ O § 1º permitia, sob determinadas condições, a readmissão de militar excluído com baixa do serviço. A CF, à época,
exigia concurso público apenas para a primeira investidura no serviço público, o que facultava a readmissão nos termos em que
estava regulada. A CF, porém (Art. 37, II), exige concurso público para qualquer investidura em cargo ou emprego públi- co,
ressalvadas apenas “as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. Assim sendo,
o candidato à readmissão deve, em qualquer hipótese, submeter-se a novo concurso público.
▪ Ver, a respeito, o Parecer nº 8.086/PGE, de 27/8/91

§ 2º (Revogado)
▪ O § 2º dispunha sobre a readmissão com rematrícula em curso na APM. A CF, à época, exigia concurso público ape- nas
para a primeira investidura no serviço público, o que facultava a readmissão nos termos em que estava regulada. A atual CF,
porém (Art. 37, II), exige concurso público para qualquer investidura em cargo ou emprego público, ressalvadas apenas “as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. Assim sendo, o candidato à readmissão
deve, em qualquer hipótese, submeter-se a novo concurso público.
▪ Ver, a respeito, o Parecer nº 8.086/PGE, de 27/8/91

§ 3º Nos casos de atos nulos ou anuláveis, o Comandante-Geral poderá fazer a reintegra- ção
do excluído, na forma do direito.
§ 4º A praça graduada, portadora de curso da Corporação, ao ser reincluído na Polícia Mili-
tar, terá direito a todas as vantagens do curso, inclusive concorrer a promoção, desde que o
período de afastamento não tenha sido superior a 5 (cinco) anos.
Art. 157 e 158. (Revogados)
▪ O Art 157 dispunha sobre a readmissão de oficiais. A CF, à época, exigia concurso público apenas para a primeira in-
vestidura no serviço público, o que facultava a readmissão nos termos em que estava regulada. A CF, porém (Art. 37, II), exige
concurso público para qualquer investidura em cargo ou emprego público, ressalvadas apenas “as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. Assim sendo, o candidato à readmissão, ainda que oficial, deve
submeter-se a novo concurso público.

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▪ Existe uma lacuna, a ser preenchida pela legislação ou pela jurisprudência, quanto à regulamentação desse dispositi- vo,
em especial quanto ao reconhecimento do curso de formação antes concluído pelo candidato, uma vez que o Art 156, § 4º,
refere-se apenas à praça.
▪ Ver, a respeito, o Parecer nº 8.086/PGE, de 27/8/91

TÍTULO VI
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 159. A partir da data da inclusão na Polícia Militar, começam os servidores a contar o
tempo de serviço.
§ 1º Na apuração do tempo de serviço dos servidores, são usadas as seguintes expressões:
I - tempo de efetivo serviço;
II - anos de serviço.
§ 2º Essas expressões são definidas do seguinte modo:
I - tempo de efetivo serviço: - espaço de tempo contado dia a dia, entre a data inicial da pra-
ça ou inclusão e a data de exclusão, transferência para a reserva ou reforma, deduzindo-se, na
apuração, os períodos não computáveis e desprezados os acréscimos previstos na legislação
vigente, exceto o tempo dobrado de serviço em campanha, que é considerado efetivo serviço;
II - anos de serviço (computáveis para fins de inatividade cálculo de tempo para efeito de in-
corporação de gratificações): - soma do tempo de efetivo serviço e dos acréscimos legais.
§ 3º O número de dias será convertido em anos, considerados sempre esses como 365 (tre-
zentos e sessenta e cinco) dias.
§ 4º Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os dias restantes até 182 (cento e
oitenta e dois) não serão computados, arredondando-se para 1 (um) ano, quando excederem
esse número.
Art. 160. Serão considerados de efetivo serviço os dias em que o militar estiver afastado por
motivo de:
I - férias anuais, escolares e férias-prêmio;
II - licenças especiais ou previstas no artigo 109 deste Estatuto;
III - exercício de outro cargo público em comissão;
IV - (Revogado)
▪ O inciso IV permitia contar como de efetivo serviço o tempo de “desempenho de mandato legislativo, federal ou esta-
dual”, admitindo - embora contraditoriamente em relação a outras disposições do próprio EPPM - a possibilidade de retorno do
militar à carreira, após o exercício do mandato. A CF, porém, revogou essa disposição, ao dispor (Art 14, § 8º, c/c Art 42, § 2º):
“§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, eleito, passará automaticamente,
no ato da diplomação, para a inatividade.”

V - tempo de serviço público federal, estadual e municipal, comprovado mediante certidão;


VI - licença do militar acidentado em serviço ou acometido de moléstia profissional.
▪ A CE estabelece ainda, em relação aos oficiais do QOS, para cada cinco anos de efetivo serviço, o cômputo adicional de
um ano de freqüência ao respectivo curso de graduação:
“Art. 282. O oficial do corpo, quadro ou serviço de saúde ou veterinário que possua curso universitário terá contado, como
tempo de efetivo serviço, um ano para cada cinco anos de efetivo serviço prestado, até que esse acréscimo perfaça o total de
anos de duração do mencionado curso.”

Art. 161. Na contagem de tempo para o efeito de inatividade, computar-se-á o de licença para
tratamento de saúde ou baixa hospitalar que não exceda a 90 (noventa) dias, no decurso de 12
(doze) meses.
Art. 162. Na contagem do tempo de serviço, para efeito de inatividade e qüinqüênios, com-
putar-se-á, integralmente, o tempo de serviço público prestado à União, aos Estados, aos Mu-
nicípios, às entidades autárquicas e paraestatais da União e dos Estados, bem como em ou- tras
repartições estaduais.
▪ O Art 162 está revogado, quanto à contagem de tempo para efeito de qüinqüênios, por disposições supervenientes re-
lativas à contagem de tempo de serviço público, bem como quanto à contagem recíproca.
▪ A respeito da contagem de tempo de serviço público:

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a) Dispõe a CF (Art 40, § 9º, c/c Art 42, § 1º):
“§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de
serviço correspondente para efeito de disponibilidade.”
b) Dispõe a CE (Art. 36, § 3º):
“§ 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será computado integralmente para os efeitos de apo-
sentadoria e disponibilidade.”
▪ A respeito da contagem recíproca de tempo de serviço, privado ou público:
a) A CF (Art 201, § 9º), referindo-se ao regime geral de previdência social, estabelece:
“§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração
pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão
financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.”
b) No âmbito federal, a matéria é regulamentada nas seguintes disposições da Lei nº 8.213, de 24/7/91:
“Art 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral da Previdência Social ou no serviço público é assegu- rada
a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição ou ser- viço na
administração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência social se compensarão financeiramen- te.”
“Art 95. ....
Parágrafo único. Poderá ser contado o tempo de serviço prestado à administração pública direta, autárquica e funda-
cional dos Estados, do Distrito federal e dos Municípios, desde que estes assegurem aos seus servidores a contagem de tempo
de serviço em atividade vinculada ao regime Geral de Previdência Social.”
c) No âmbito estadual, em relação aos servidores públicos, dispõe a CE (Art 36, § 7º, c/c Art 39, § 11):
“§ 7º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de serviço nas atividades públicas ou
privadas, nos termos do § 2º do art. 202 da Constituição da República.”
d) Dispõe ainda a Lei nº 8.079, de 3/11/81:
“Art 1º O tempo de serviço prestado em atividade vinculada ao regime da Lei Federal nº 3.807, de 26 de agosto de 1960,
é contado pelo Estado de Minas Gerais e por suas autarquias apenas para efeito de aposentadoria de seus servidores de regime
estatutário, civis e militares, que, na data da aposentadoria, estejam em efetivo exercício há mais de 5 (cinco) a- nos.” (A lei
citada corresponde à atual Lei nº 8.213, de 24/7/91)
▪ Nos termos do Av 316/CG, de 4/1/90, o tempo de serviço, uma vez averbado, não se desaverba se tiver produzido al-
gum efeito pecuniário

Art. 163. Não se computará como tempo de serviço:


I - o de licença para tratamento de saúde que exceda de 90 (noventa) dias no decurso de 12
(doze) meses;
▪ O disposto no inciso I, nos termos do Art 160, VI, não se aplica se a licença provier de acidente de serviço ou moléstia
profissional.

II - o de licença concedida por qualquer outro motivo;


III - o de deserção e o de ausência do quartel por mais de quarenta e oito horas;
IV - prisão disciplinar, com prejuízo do serviço;
V - o de prisão preventiva em processo de que resulte condenação, e o de cumprimento de
pena criminal, transitada em julgado.
Art. 164. Entende-se por tempo de serviço em campanha o período em que o militar estiver
em operações de guerra ou em serviço dela dependente ou decorrente, ou em que o militar tomar
parte, nas mesmas condições, em expedição tendente a restabelecer a ordem interna.

TÍTULO VII
DA MOVIMENTAÇÃO DO PESSOAL
CAPÍTULO I
Dos Princípios Gerais e Definições

Art. 165. A movimentação do pessoal tem por fim regular a passagem dos oficiais e praças
pelas diferentes funções policiais-militares, de modo a satisfazer as necessidades do serviço e
distribuir eqüitativamente os ônus e vantagens dele decorrentes:
I - proporcionando a todos os indispensável e perfeito conhecimento da tropa e do serviço
policial-militar e completo desenvolvimento do hábito de comandar e ser comandado e da ca-
pacidade de instruir e administrar;
II - assegurando a presença constante, nos Corpos de Tropa, Serviços e Estabelecimentos,
de um quadro mínimo indispensável à manutenção de sua continuidade administrativa, da ati-
vidade de diferentes órgãos e da eficiência do serviço policial-militar.
Art. 166. Entende-se por movimentação:

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I - classificação: movimentação para o Corpo de Tropa, Estabelecimento ou Serviço do ofi-
cial recém promovido;
II - transferência: movimentação do oficial ou praça, de um para outro Corpo de Tropa, Es-
tabelecimento ou Serviço;
III - nomeação: movimentação do oficial para comissão prevista nos quadros de efetivo ou
nos regulamentos;
IV - designação: movimentação do oficial ou praça, dentro de um Corpo de Tropa, Estabele-
cimento ou Serviço, de uma para outra Repartição e de uma para outra Seção.

Capítulo II
Da Movimentação dos Oficiais

Art. 167. A movimentação dos oficiais tem por finalidade:


I - completar os efetivos dos Corpos de Tropa, Estabelecimentos e Serviços;
II - regularizar a situação do oficial, tendo em vista as condições impostas pelas leis e regu-
lamentos;
III - atender aos interesses da disciplina;
IV - atender aos interesses individuais ou da saúde do oficial ou de pessoa de sua família.
Art. 168. Para atender às prescrições do artigo anterior, os oficiais serão movimentados por:
I - necessidade do serviço;
II - conveniência da disciplina;
III - interesse próprio.
§ 1º A movimentação "por necessidade do serviço" será feita quando se tratar dos casos
previstos nos itens I e II do artigo anterior.
§ 2º A movimentação "por conveniência da disciplina" será feita por solicitação documenta-
da, do Comandante ou Chefe do Serviço ao Comandante-Geral, e, em princípio, quando o ofi-
cial por punido com prisão.
▪ Dispõe a Lei nº 14.310, de 19/6/02, relativamente às sanções disciplinares aplicáveis ao militar:
“Art. 25. Poderão ser aplicadas, independentemente das demais sanções ou cumulativamente com elas, as seguintes
medidas:
I - ...
III - movimentação de unidade ou fração.”

§ 3º A movimentação "por interesse próprio" só será efetuada quando motivada por solicita-
ção do interessado, em requerimento dirigido à autoridade competente para fazê-la; no caso de
o motivo alegado ser o de sua saúde ou de pessoa de sua família, deverá instruir o reque- rimento
com parecer médico.
Art. 169. O oficial não permanecerá por mais de 3 (três) anos consecutivos afastado dos
Corpos de Tropa ou Serviço da Polícia Militar.
Art. 170. Atingindo o prazo fixado no artigo anterior, deve o oficial ser movimentado para servir
no Corpo de Tropa, ou Serviço, durante o prazo mínimo de 1 (um) ano.
Art. 171. Nenhum oficial dos quadros técnicos ou dos Serviços de Saúde ou Engenharia
poderá servir em função estranha à sua especialidade.
Art. 172. Não poderão servir adidos aos Corpos de Tropa, Estabelecimentos e Serviços, pa-
ra efeito de arregimentação, os oficiais agre gados ou em comissão fora da Corporação.
Art. 173. Ao oficial que, por qualquer circunstâncias, não tenha ainda satisfeito as exigên- cias
de arregimentação, cabe solicitar a movimentação, na forma prevista no item II do artigo 167
deste Estatuto.
Parágrafo único. Nenhuma reclamação poderá ser feita pelo oficial que, não tendo cumpri- do
a obrigação imposta por este artigo, venha a sofrer restrições em seu acesso hierárquico.

Capítulo III
Da Movimentação de Praças
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Art. 174. A movimentação de praças tem por finalidade:
I - completar ou nivelar os efetivos dos Corpos de Tropa, Estabelecimentos, Serviços e Des-
tacamentos;
II - promover o desenvolvimento da instrução, através da matrícula em escolas e cursos de
formação ou de aperfeiçoamento;
III - atender aos interesses do serviço;
IV - beneficiar a saúde da praça ou de pessoa de sua família.
Art. 175. Para atender às prescrições contidas no artigo anterior, as praças serão movimen-
tadas por:
I - necessidade do serviço;
II - conveniência da disciplina;
III - interesse próprio.
§ 1º A movimentação "por necessidade do serviço" será feita quando se tratar dos casos
previstos nos itens I e II do artigo anterior.
§ 2º A movimentação "por conveniência da disciplina" será feita por solicitação do Coman-
dante ou Chefe de Serviço da praça.
▪ Dispõe a Lei nº 14.310, de 19/6/02, relativamente às sanções disciplinares aplicáveis ao militar:
“Art. 25. Poderão ser aplicadas, independentemente das demais sanções ou cumulativamente com elas, as seguintes
medidas:
I - ...
III - movimentação de unidade ou fração.”

§ 3º A movimentação "por interesse próprio" só será efetuada mediante requerimento moti-


vado do interessado, devidamente informado e instruído pelo Comandante ou Chefe com to- dos
os dados que motivaram o pedido e quando não ocorrer prejuízo para o serviço e a disci- plina.
No caso de o motivo alegado ser o de sua saúde ou de pessoa de sua família, deverá o
requerente instruir o pedido com parecer médico.
Art. 176. Nenhuma praça especialista ou artífice poderá ser designada para função estra- nha
à sua especialidade.
Art. 177. Compete ao Comandante do Corpo de Tropa ou Chefe de Serviço ou de Estabe-
lecimento designar a função correspondente às graduações e especialidades da praça movi-
mentada, de acordo com os regulamentos e quadros de efetivo.
Art. 178. A praça promovida terá sua movimentação feita no mesmo boletim que publicar sua
promoção.
Parágrafo único. Se a praça for promovida e transferida para outra Unidade, ficará adida à
Unidade de origem, no exercício de função compatível com a nova graduação, até a data do
desligamento.
Art. 179. A praça movimentada para outra Unidade será excluída do estado efetivo da Uni-
dade de origem, no mesmo boletim que publicar sua movimentação, passando à situação de
adida, até o seu desligamento para o novo destino.

Capítulo IV
Da Competência para Movimentação

Art. 180. A movimentação na Polícia Militar será feita:


I - pelo Governador do Estado:
a) classificação e transferência de oficiais;
▪ Delegada ao Comandante-Geral, exceto para os cargos de Chefe do Estado-Maior e do Gabinete Militar: Art. 1º, II, do
Decreto nº 36.885, de 23/5/95

b) designação de Coronéis para os cargos do Quartel General;


▪ Delegada ao Comandante-Geral, exceto para os cargos de Chefe do Estado-Maior e do Gabinete Militar: Art. 1º, II, do
Decreto nº 36.885, de 23/5/95

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II - pelo Comandante-Geral;
a) designação de oficiais;
b) transferência de praças;
III - pelos Comandantes de Corpos e Chefes de Serviços Autônomos:
- designação de praças nas respectivas Unidades.

TÍTULO VII
DAS PROMOÇÕES
Capítulo I
Das Promoções de Oficiais

Art. 181. O acesso aos diferentes postos da Polícia Militar, nos quadros de oficiais de Polí- cia
e no que for aplicável, aos oficiais de Polícia-Saúde, Engenharia e Técnicos, obedecerá aos
princípios estabelecidos neste Capítulo.
Art. 182. Excetuando-se a declaração de aspirante a oficial o acesso na hierarquia militar será
gradual e sucessivo.
"Art. 183. Os Oficiais da ativa serão organizados em turmas, fixando-se o ano-base para
fins de cômputo do tempo e percentuais para promoção por merecimento e por antiguidade.
Parágrafo único. O ano-base dos:
I - Oficiais do Quadro previsto no inciso I do § 1º do art. 13 será o ano de declaração de
Aspirante-a-Oficial;
II - Oficiais do Quadro previsto no inciso II do § 1º do art. 13 será o segundo ano após o
da nomeação para o posto de 2º-Tenente;
III - Oficiais dos demais Quadros será o ano da promoção a 2º-Tenente.”
▪ Redação do Art. 183 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

“Art. 184. As promoções serão feitas anualmente no dia 25 de dezembro.


§ 1º A promoção, pelo critério de merecimento, para os Oficiais do QO-PM/BM e QOS-
PM/BM será realizada da seguinte forma:
I - ao posto de Tenente-Coronel, sucessivamente, a partir do décimo nono ano a contar
do ano-base, 1/5 (um quinto) dos Majores existentes na turma;
II - ao posto de Major, no:
a) décimo quinto ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos Capitães existentes na turma;
b) décimo sexto ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos Capitães existentes na turma;
c) décimo sétimo ano após o ano-base, 1/5 (um quinto) dos Capitães existentes na turma;
d) décimo oitavo ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos Capitães existentes na turma;
e) décimo nono ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos Capitães existentes na turma;
f) vigésimo ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos Capitães existentes na turma;
III - ao posto de Capitão, no:
a) nono ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 1ºs-Tenentes existentes na turma;
b) décimo ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 1ºs-Tenentes existentes na turma;
IV - ao posto de 1º-Tenente, no:
a) terceiro ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Tenentes existentes na turma;
b) quarto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Tenentes existentes na turma;
V - ao posto de 2º-Tenente, de acordo com a ordem de classificação intelectual, observa-
da a nota final de classificação no:
a) Curso de Formação de Oficiais;
b) concurso público para o ingresso no Quadro de Oficiais de Saúde.
§ 2º A promoção, pelo critério de merecimento, para os Oficiais do QOC-PM/BM e QOE-
PM/BM será realizada da seguinte forma:
I - ao posto de Capitão, sucessivamente, a partir do nono ano a contar do ano-base, 1/5
(um quinto) dos 1ºs-Tenentes existentes na turma;
II - ao posto de 1º-Tenente, no:
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a) terceiro ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Tenentes existentes na turma;
b) quarto ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 2ºs-Tenentes existentes na turma;
c) quinto ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 2ºs-Tenentes existentes na turma;
d) sexto ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Tenentes existentes na turma;
e) sétimo ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Tenentes existentes na turma.
§ 3º Os Oficiais serão promovidos por antiguidade, no QO-PM/BM e QOS-PM/BM, da
seguinte forma:
I - ao posto de Major, no vigésimo primeiro ano após o ano-base, os Capitães remanes-
centes da turma;
II - ao posto de Capitão, no décimo primeiro ano após o ano-base, os 1ºs-Tenentes re-
manescentes da turma;
III - ao posto de 1º-Tenente, no quinto ano após o ano-base, os 2ºs-Tenentes remanes-
centes da turma.
§ 4º Os 2ºs-Tenentes do QOC-PM/BM e QOE-PM/BM remanescentes da turma serão
promovidos por antiguidade ao posto de 1º-Tenente, no oitavo ano após o ano-base.
§ 5º Na apuração do número de promoções previsto neste artigo, será feito o arredon-
damento para o número inteiro posterior, sempre que houver fracionamento.
§ 6º As promoções por necessidade do serviço, por ato de bravura e post-mortem pode-
rão ser feitas fora da data prevista no caput, aplicando-se aos Oficiais o previsto no art. 217
desta Lei.
§ 7º Na hipótese de haver necessidade, o Alto-Comando, órgão colegiado composto por
Oficiais do último posto da ativa, poderá alterar o período e as frações previstas neste artigo,
com vistas à adequação do efetivo existente ao previsto em lei.”
▪ Redação do caput e §§ 1º a 8º do Art. 184 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07
▪ A promoção post mortem, a que se refere o § 5º, é regulada, nos casos de falecimento em serviço, pela Lei nº 7.019,
de 01/07/77.

“§ 8º Para a definição da quantidade de militares existentes nas turmas, serão computa-


dos os Oficiais que preencherem o requisito previsto no inciso III do caput do art. 186.”
▪ Redação do § 8º do Art. 184 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 185. As promoções de oficiais são de competência exclusiva do Governador do Estado.


▪ Delegada ao Comandante-Geral competência para a promoção trintenária de militar: Art. 1º, VII, do Decreto nº 36.885,
de 23/5/94

“Art. 186. Constituem requisitos para concorrer à promoção:


I - idoneidade moral;
II - aptidão física;
III - interstício no posto;
IV - comportamento disciplinar satisfatório;
V - aprovação no exame de aptidão profissional;”
▪ Redação do caput e incisos I a V do Art. 186 pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

“VI - resultado igual ou superior a 60% (sessenta por cento) na AADP”


▪ Redação do inciso VI do Art. 186 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

“VII - possuir os seguintes cursos, realizados em instituição militar estadual ou em outra


corporação militar, mediante convênio ou autorização:
a) Curso de Formação de Oficiais - CFO -, para promoção ao posto de 2º-Tenente do QO-
PM/BM;
b) Curso de Especialização em Segurança Pública - Cesp - ou equivalente no Corpo de
Bombeiros Militar, para promoção ao posto de Major do QO-PM/BM;
c) Curso de Especialização em Gestão Estratégica de Segurança Pública - Cegesp - ou
equivalente no Corpo de Bombeiros Militar, para promoção ao posto de Coronel do QO-
PM/BM.

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§ 1º Aos Oficiais do QOC e do QOE será exigido o Curso de Habilitação de Oficiais para
promoção a 2º-Tenente.
§ 2º O Oficial punido em decorrência de sua submissão a processo administrativo disci-
plinar de natureza demissionária pela prática de ato que afete a honra pessoal ou o decoro da
classe será considerado possuidor do requisito de idoneidade moral dois anos após o término
do cumprimento da sanção disciplinar.
§ 3º Os casos de inaptidão física serão atestados por Junta Militar de Saúde.
§ 4º Interstício é o período mínimo, contado dia-a-dia, em que o Oficial deverá permane-
cer no posto para que possa ser cogitado para a promoção pelos critérios de merecimento ou
de antiguidade, assim compreendido:
I - 2º-Tenente: dois anos;
II - 1º-Tenente: quatro anos;
III - Capitão: quatro anos;
IV - Major: dois anos;
V - Tenente-Coronel: um ano.
§ 5º O interstício do Aspirante-a-Oficial será de seis meses, findo o qual será promovido ao
posto de 2º-Tenente, independentemente da data prevista no caput do art. 184 desta Lei.
§ 6º Não preencherá o requisito comportamento disciplinar satisfatório o Oficial classifi-
cado no conceito "C" ou "B", com pontuação igual ou inferior a vinte e cinco pontos negati-
vos.
§ 7º O exame de aptidão profissional será aplicado a todos os 1ºs-Tenentes, indepen-
dentemente do Quadro, versará sobre matéria de interesse das instituições militares esta-
duais e será definido por ato do respectivo Comandante-Geral.
§ 8º O resultado do exame de aptidão profissional não alterará a ordem de classificação por
antiguidade.
§ 9º O Comandante-Geral definirá os requisitos para acesso aos cursos internos da res-
pectiva instituição militar estadual.”
▪ Redação do inciso VII e §§ 1º a 9º do Art. 186 pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

“Art. 187. Não é computado, para fins de promoção, o tempo de:


I - licença para tratar de interesse particular, sem vencimento;
II - ausência, extravio e deserção;
III - privação ou suspensão de exercício de cargo ou função, nos casos previstos em lei;
IV - cumprimento de sentença penal ou de prisão judicial;
V - interdição judicial;
VI - exercício de cargo público civil temporário, salvo para promoção por antiguidade.
§ 1º O Oficial que se encontrar em qualquer das situações previstas neste artigo, por pe-
ríodos contínuos ou não, a cada ano completado, contado o tempo de arredondamento, se-
rá remanejado para turma posterior e terá seu ano-base alterado.
§ 2º Para fins de arredondamento, considerar-se-á o período superior a cento e oitenta e
dois dias igual a um ano.”
▪ Redação do Art. 187dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

Art. 188 e 189. (Revogados)


▪ Os Art. 188 e 189 foram revogados pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Art. 190. A promoção por ato de bravura dispensa outras exigências legais, sendo facultada
a partir da data do evento.
Parágrafo único. Em caso de falecimento, será o oficial promovido "post mortem".
▪ A promoção post mortem, nos casos de falecimento em serviço, é regulada pela Lei nº 7.019, de 01/07/77.

“Art. 191. Aos militares dispensados definitivamente, pela Junta Central de Saúde, de a-
tividade incluída no conjunto de serviços de natureza policial ou bombeiro-militar e que man-
tenham capacidade laborativa residual serão asseguradas condições especiais para treina-
mentos ou cursos, para fins de promoção dentro do respectivo quadro.
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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos discentes de cursos de for-
mação ou de habilitação para provimento inicial no respectivo quadro.”
▪ Redação do Art. 191 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

"Art. 191-A. Ao militar licenciado ou dispensado em caráter temporário, em decorrência de


acidente de serviço ou moléstia profissional, cuja falta de capacidade laborativa não seja
definitiva e que não tenha participado de curso ou treinamento exigido nos termos deste Es-
tatuto, em decorrência do mesmo acidente ou moléstia, será assegurada a convocação para
o treinamento ou curso subsequente, de mesma natureza, tão logo cesse sua licença ou
dispensa e, se aprovado, ser-lhe-á garantida, para fins de promoção dentro do respectivo
quadro, a contagem de tempo retroativa à data de conclusão do curso ou treinamento de que
não tenha participado, observado o disposto no parágrafo único do art. 191."
▪ Redação do Art. 191-A dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 192. A promoção de aspirante a segundo tenente só se dará se o candidato, além de


satisfazer as condições gerais, tiver comprovada vocação para o oficialato, reconhecida pela
maioria dos oficiais da Unidade em que servir.
Art. 193. (Revogado)
▪ O Art. 193 foi revogado pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Art. 194. Os candidatos incluídos nos quadros de acesso só poderão ser promovidos se fo-
rem julgados aptos em exame de saúde, conforme dispuser o RPO.
Art. 195. Os quadros de acesso são relações de oficiais e aspirantes a oficial que preen-
cham as condições de promoção pelos critérios de antiguidade e merecimento.
§ 1º Serão organizados, anualmente, por postos separados, os quadros de acesso relativos
às promoções até Coronel, inclusive.
§ 2º No quadro de acesso por antiguidade, os oficiais serão grupados segundo seus postos
e nos quadros a que pertençam, por ordem de antiguidade.
“§ 3º No quadro de acesso por merecimento, os oficiais, até o posto de Major, serão a-
grupados segundo os respectivos postos e quadros e relacionados conforme a ordem de-
crescente de pontos apurados através das fichas de promoção, os quais deverão constar
expressamente de publicação em boletim da Polícia Militar.
§ 4º Os Tenentes-Coronéis, incluídos pela Comissão de Promoção de Oficiais, figurarão no
quadro de acesso em ordem alfabética."
▪ Redação dos §§ 3º e 4º do Art. 195 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

Art. 196. (Revogado)


▪ O Art. 196 foi revogado pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Art. 197. As promoções por antiguidade e merecimento só poderão recair em oficiais incluí-
dos nos quadros de acesso, excetuando-se a situação prevista no parágrafo 1º do artigo 378 da
Lei nº 3.344, de 14 de janeiro de 1985 (Lei de Organização Judiciária).
§ 1º A promoção ao posto de Coronel será de livre escolha do Governador do Estado, pelo
critério exclusivo de merecimento, dentre os candidatos incluídos no Quadro de Acesso.
§ 2º (Revogado)
▪ O § 2º do Art. 197 foi revogado pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Art. 198. O oficial incluído no quadro de Acesso não poderá dele ser retirado, senão em ca-
so de morte, incapacidade física ou moral, condenação a 1 (um) ano, ou mais, à pena privativa
da liberdade, ocasionada ou verificada anteriormente à sua inclusão no Quadro de Acesso, ou
se houver atingido a idade-limite de permanência no serviço ativo.
Art. 199. À Comissão de Promoções de Oficiais da Polícia Militar compete organizar os
Quadros de Acesso e emitir parecer sobre assuntos concernentes às promoções em geral.

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"Art. 200. A Comissão de Promoção de Oficiais - CPO - será constituída por Coronéis do
QO-PM/BM da ativa, tendo como membros natos o Comandante-Geral, o Chefe do Estado-
Maior e o Chefe do Gabinete Militar do Governador.”
▪ Redação do caput do Art. 200 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

§ 1º A presidência da Comissão de Promoções de Oficiais será exercida pelo Comandante-


Geral.
“§ 2º O número de membros efetivos e suplentes da CPO será definido em decreto."
▪ Redação do § 2º do Art. 200 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

“§ 3º À exceção dos membros natos, não poderão funcionar na Comissão de Promoções


os membros que tenham, como candidatos ao Quadro de Acesso, parentes até o 4º (quarto)
grau, inclusive, e os afins na mesma situação.
§ 4º Nas deliberações da Comissão de Promoções de Oficiais (CPO), cada membro nato
que a integra terá direito a voto duplo, tendo ainda seu presidente, voto de qualidade.”
▪ Redação dos §§ 3º e 4º do Art. 200 dada pela Lei nº 9.597, de 30/6/88

Art. 201. Fará parte da Comissão de Promoções, como Secretário, o Chefe do Gabinete do
Comandante-Geral, ou outro oficial superior do Quartel General, na impossibilidade ou impe-
dimento da atuação daquele.
Art. 202. Ao oficial é garantido, dentro dos princípios disciplinares, o direito de recorrer das
decisões emitidas pela Comissão de Promoções.
§ 1º Das decisões finais da Comissão de Promoções de Oficiais cabe recurso ao Governa-
dor do Estado.
§ 2º Para defesa de direito, serão fornecidos, por certidão, pareceres, fichas, conceitos, da-
dos lançados em quaisquer documentos emitidos pela CPO ou qualquer outra autoridade refe-
rida neste Capítulo ou no RPO.
▪ A Lei nº 9.051, de 18/5/95, regula, em âmbito nacional, a expedição de certidões para defesa de direitos.

“Art. 203. Não concorrerá à promoção nem será promovido, embora incluído no quadro de
acesso, o Oficial que:”
▪ Redação do caput do Art. 203 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

“I - estiver cumprindo sentença penal;”


▪ Redação do inciso I do Art. 203 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

“II - estiver em deserção, extravio ou ausência;


III - for submetido a processo administrativo de caráter demissionário ou exoneratório;
IV - estiver em licença para tratar de interesse particular, sem vencimento;
V - estiver no exercício de cargo público civil temporário, salvo para promoção por anti-
guidade;
VI - for privado ou suspenso do exercício de cargo ou função, nos casos previstos em lei;
VII - estiver em caso de interdição judicial;
▪ Redação dos incisos II a VII do Art. 203 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

VIII - (Revogado)
▪ O inciso VIII do Art. 203 foi revogado pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

“IX - estiver preso à disposição da justiça ou sendo processado por crime doloso previs-
to:”
▪ Redação do caput do inciso IX do Art. 203 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

“a) em lei que comine pena máxima de reclusão superior a dois anos, desconsideradas
as situações de aumento ou diminuição de pena;
b) nos Títulos I e II, nos Capítulos II e III do Título III e nos Títulos IV, V, VII e VIII do Livro
I da Parte Especial do Código Penal Militar;
c) no Livro II da Parte Especial do Código Penal Militar;
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d) no Capítulo I do Título I e nos Títulos II, VI e XI da Parte Especial do Código Penal;
e) na Lei de Segurança Nacional.
§ 1º O Oficial incluído no quadro de acesso que for alcançado pelas restrições dos inci- sos
III e IX e, posteriormente, for declarado sem culpa ou absolvido por sentença penal tran- sitada
em julgado será promovido, a seu requerimento, com direito a retroação.
§ 2º O Oficial enquadrado nas restrições previstas nos incisos III e IX concorrerá à pro-
moção, podendo ser incluído no quadro de acesso, sendo promovido se for declarado sem
culpa ou absolvido por sentença transitada em julgado, que produzirá efeitos retroativos.
§ 3º Não ocorrerá a retroação prevista no § 1º, salvo na promoção pelo critério de anti-
guidade, quando a declaração de ausência de culpa ou a absolvição ocorrer por inexistência
de prova suficiente para a aplicação de sanção ou para condenação ou por prescrição.”
▪ Redação das alíneas a e b do inciso IX e dos §§ 1º a 3º do Art. 203 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

“§ 4º As restrições previstas no inciso IX não se aplicam a militar quando decorrentes de


ação militar legítima, verificada em inquérito ou auto de prisão em flagrante.”
▪ Redação do § 4º do Art. 203 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

“Art. 204. O Oficial da ativa, ao completar trinta anos de serviço, quando de sua transfe-
rência para a reserva, será promovido ao posto imediato, se contar, pelo menos, um ano de
efetivo serviço no posto e vinte anos de efetivo serviço na instituição militar estadual, veda-
da, neste último caso, a contagem de qualquer tempo fictício não prevista nesta Lei, desde
que satisfaça os requisitos estabelecidos nos incisos I e IV do caput do art. 186 e não se
enquadre nas situações previstas no art. 203 desta Lei.”
▪ Redação do caput do Art. 204 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.
▪ Delegada ao Comandante-Geral competência para essa promoção: Art. 1º, VII, do Decreto nº 36.885, de 23/5/94

“Parágrafo único. Sendo do último posto, e satisfeitos os requisitos deste artigo, terá seu
soldo acrescido de 10% (dez por cento)."
▪ Redação do parágrafo único do Art. 204 dada pela Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.
▪ Dispôs a Lei nº 11.432, de 19/4/94:
”Art. 7º O percentual a que se refere o parágrafo único do art. 204 da Lei nº 5.301, de 16 de outubro de 1969, com
a redação dada pelo art 49 da Lei Delegada nº 37, de 13 de janeiro de 1989, passa a incidir sobre a remuneração.”
▪ Dispõe a Lei Delegada nº 43, de 7/6/00:
“Art. 1º A remuneração básica do pessoal da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, a partir de 1º
de junho de 2000, é a constante da tabela prevista no Anexo desta Lei.
§ 1º ...
§ 2º Sobre a remuneração básica prevista na tabela referida incidem exclusivamente (...) e o percentual previsto no ar-
tigo 204, da Lei nº 5.301, de 16 de outubro de 1969, e alterações posteriores.”
▪ Portanto, ressalvado o direito adquirido, o acréscimo incide hoje sobre a remuneração básica do posto de Coronel.

Art. 205. O Poder Executivo baixará decreto regulamentando o disposto neste Capítulo.

Capítulo II
Das Promoções de Praças
Seção I
Das Disposições Gerais

▪ Art. 206. (Revogado)


▪ O Art. 206 foi revogado pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

"Art. 207. Promoção é o acesso gradual e sucessivo das praças das instituições militares
estaduais à graduação superior e será concedida por ato do Comandante-Geral, em 25 de
dezembro.”
▪ Redação do caput do Art. 207 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

“§ 1º A promoção por tempo de serviço é exclusiva de cabos e soldados da ativa.


§ 2º A promoção por necessidade do serviço, ato de bravura ou post mortem poderá ser
concedida em qualquer época.
▪ Redação dos §§ 1º e 2º do Art. 207 dada pela Lei Complementar nº 74, de 8/1/04.
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▪ A promoção post mortem, nos casos de falecimento em serviço, é regulada pela Lei nº 7.019, de 01/07/77.

“§ 3º A promoção à graduação de 3º-Sargento será realizada de acordo com a ordem de


classificação intelectual, obtida ao final do Curso de Formação de Sargentos.
§ 4º A promoção por tempo de serviço à graduação de Cabo poderá ser concedida em
qualquer data e seus efeitos retroagem, para todos os fins de direito, à data em que o militar
completou dez anos de efetivo serviço."
▪ Redação dos §§ 3º e 4º do Art. 207 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

Seção II
Dos Quadros de Acesso

Art. 208. Quadros de Acesso são relações de praças que preencham as condições de pro-
moção, pelos critérios de antiguidade e merecimento, na forma que for estabelecida pelo Re-
gulamento de Promoção de Praças.

Seção III
Das Restrições

“Art. 209. Aplica-se às promoções de praças por merecimento e por antiguidade o previs-
to nos incisos I a VI do caput e nos §§ 2º, 3º e 6º do art. 186, bem como nos arts. 187, 194,
198 e 203 desta Lei.
§ 1º O exame de aptidão profissional será aplicado a todos os 3ºs-Sargentos e 1ºs-
Sargentos, independentemente do Quadro, versará sobre matéria de interesse das institui-
ções militares estaduais e será definido por ato do respectivo Comandante-Geral.
§ 2º O resultado do exame de aptidão profissional não alterará a ordem de classificação por
antiguidade.
§ 3º Para promoção a 1º-Sargento é exigido o Curso de Atualização em Segurança Pú-
blica - Casp.”
▪ Redação do Art. 209 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

Seção IV
Dos Períodos de Interstício e Arregimentação

Art. 210. São os seguintes os períodos obrigatórios de interstício na graduação para pro-
moção por antiguidade ou merecimento, à graduação seguinte:
“I - cinco anos na graduação de 3º-Sargento;
II - seis anos na graduação de 2º-Sargento;
III - quatro anos na graduação de 1º-Sargento."
▪ Redação dos incisos I a III do Art. 210 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

Art. 211 e 212. (Revogados)


▪ Os Art. 211 e 212 foram revogados pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07.

“Art. 213. A promoção por merecimento e por antiguidade é devida às praças da ativa a
partir do acesso à graduação de 2º-Sargento.
§ 1º As praças serão organizadas em turmas, fixando-se o ano-base a partir da promo- ção
a 3º-Sargento para fins de cômputo do tempo e percentuais para promoção por mereci- mento
e por antiguidade.
§ 2º As praças serão promovidas por merecimento:
I - à graduação de Subtenente, sucessivamente, a partir do décimo nono ano a contar do
ano-base, 1/5 (um quinto) dos 1ºs-Sargentos existentes na turma;
II - à graduação de 1º-Sargento, no:
a) décimo terceiro ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Sargentos existentes na
turma;
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b) décimo quarto ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 2ºs-Sargentos existentes na
turma;
c) décimo quinto ano após o ano-base, 1/5 (um quinto) dos 2ºs-Sargentos existentes na
turma;
d) décimo sexto ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 2ºs-Sargentos existentes na
turma;
e) décimo sétimo ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Sargentos existentes na
turma;
f) décimo oitavo ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Sargentos existentes na
turma.
III - à graduação de 2º-Sargento, no:
a) quinto ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 3ºs-Sargentos existentes na turma;
b) sexto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 3ºs-Sargentos existentes na turma.
§ 3º As praças serão promovidas por antiguidade:
I - à graduação de 1º-Sargento, no décimo nono ano após o ano-base, os 2ºs-Sargentos
remanescentes da turma;
II - à graduação de 2º-Sargento, no sétimo ano após o ano-base, os 3ºs-Sargentos rema-
nescentes da turma.
§ 4º Na apuração do número de promoções previsto neste artigo, será feito o arredon-
damento para o número inteiro posterior, sempre que houver fracionamento.
§ 5º Na hipótese de haver necessidade, o Alto-Comando, órgão colegiado composto por
Oficiais do último posto da ativa poderá alterar o período e as frações previstas neste artigo,
com vistas à adequação do efetivo existente ao previsto em lei.”
▪ Redação do caput e §§ 1º a 5º do Art. 213 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

“§ 6º Para a definição da quantidade de militares existentes nas turmas, serão computa-


das as praças que preencherem o requisito previsto no art. 210.”
▪ Redação do § 6º do Art. 213 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Seção V
“Da Promoção por Tempo de Serviço e por Antiguidade”
▪ Denominação da Seção V dada pela Lei Complementar nº 74, de 8/1/04.

“Art. 214. A promoção por tempo de serviço é devida ao Soldado de 1ª Classe que te- nha,
no mínimo, dez anos de efetivo serviço e ao Cabo que tenha, no mínimo, dez anos de efetivo
serviço na mesma graduação, observado o previsto nos incisos I, II e IV do caput do art. 186,
nos arts. 187, 194, 198 e nos incisos I a VII e IX do caput e nos parágrafos do art. 203.”
▪ Redação do caput do Art. 214 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

“§ 1º Poderão ter acesso ao Curso de Formação de Sargentos os Cabos e Soldados de 1ª


Classe que se candidatarem e forem aprovados em processo seletivo interno nas institui- ções
militares estaduais, bem como os Cabos alcançados pela promoção por tempo de ser- viço.
§ 2º A promoção por tempo de serviço à graduação de Cabo independe de curso de for-
mação específico.
§ 3º Os Cabos, para promoção por tempo de serviço, serão convocados para o curso de
formação específico, observada a antiguidade, o número de vagas ofertadas para o curso, a
necessidade e o interesse da instituição militar, ficando sua promoção condicionada ao a-
proveitamento no curso, sem direito a retroação.
§ 4º O Cabo que não obtiver aproveitamento satisfatório ou desistir do curso após seu i-
nício, sem motivo justificado, somente poderá ser convocado para novo curso dois anos a-
pós o término do primeiro.

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§ 5º O Soldado de 1ª Classe ou o Cabo colocado à disposição de entidade associativa de
militares, enquanto permanecer nesta situação, terá o seu tempo de serviço computado para
os fins previstos no caput deste artigo."
▪ Redação dos §§ 1º a 5º do Art. 214 dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

Seção VI
Da Promoção por Merecimento

Art. 215. A promoção por merecimento far-se-á segundo critérios e formas a serem estabe-
lecidos pelo Regulamento de Promoção de Praças.

Seção VII
Da Promoção por Ato de Bravura ou por Incapacidade

Art. 216. A promoção por ato de bravura dispensa outras exigências legais, sendo facultada a
partir da data do evento.
▪ A Lei nº 8.070, de 3/10/81, considerou como de bravura, para efeito da promoção de que trata este artigo, a efetiva par-
ticipação dos integrantes da PMMG nas revoluções de 1924, 1930 ou de 1932.

Parágrafo único. Em caso de falecimento será a praça promovida "post-mortem".


Art. 217. A praça que se encontrar no Quadro de Acesso, no qual ingressou por estar apta em
exame de saúde, e for posteriormente julgada incapaz definitivamente para o serviço, será
promovida à graduação imediata independentemente de vaga e data própria.

Seção VIII
Da Comissão de Promoção de Praças

Art. 218. A Comissão de Promoções de Praças (CPP) é o órgão do Quartel General, con-
sultivo, decisório ou instrutivo das questões relacionadas com as promoções de praças, cuja
composição e competência serão previstas no Regulamento de Promoções de Praças.

Seção IX
Das Disposições Finais

Art. 219. Às praças aplica-se o disposto no artigo 187 deste Estatuto.


"Art. 220. Ao completarem trinta anos de serviço, quando de sua transferência para a re-
serva, a praça da ativa será promovida à graduação imediata, e o Subtenente, ao posto de 2º
Tenente, desde que:
I - contem pelo menos um ano de exercício na graduação;
II - contem vinte anos de efetivo serviço na instituição militar estadual, vedada a conta- gem
de qualquer tempo fictício não previsto nesta Lei;
III - satisfaçam os requisitos estabelecidos nos incisos I e IV do caput do art. 186;
IV - não se enquadrem nas situações previstas no art. 203 desta Lei."
▪ Redação do Art. 220 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 221. Será exigida a aprovação no Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), para
promoção à graduação de 1º-Sargento, após o prazo de 1 (um) ano, contado a partir da vigên-
cia desta Lei.
"Art. 221-A. Os conceitos emitidos pela Comissão de Promoções dos Oficiais - CPO - e pela
Comissão de Promoções das Praças - CPP - serão fundamentados."
▪ Redação do Art. 221-A dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

TÍTULO IX
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DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 222. Os militares da ativa podem contrair matrimônio, satisfeitas os requisitos da legis-
lação civil, obedecendo o seguinte:
I - o oficial fará, previamente, comunicação ao seu comandante;
II - a praça requererá permissão à autoridade referida no item anterior.
Art. 223. É assegurado ao servidor da Polícia Militar o direito de requerer, apresentar ou re-
correr, na forma da legislação vigente.
§ 1º O direito a que se refere o artigo decai, na esfera administrativa, no prazo de 60 (ses-
senta) dias, contado da publicação do ato ou do conhecimento do fato.
§ 2º O recurso só terá efeito devolutivo.
§ 3º É vedado o reexame de recurso que já tenha sido solucionado pela administração.
“§ 4º Das decisões do Comandante-Geral caberá recurso ao Governador do Estado, cuja
decisão poderá ser precedida de parecer da Advocacia-Geral do Estado."
▪ Redação do § 4º do Art. 223 dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 224. (Revogado)


▪ O Art. 224 obrigava à declaração de bens apenas os servidores designados para determinados cargos na Polícia Mili-
tar. A matéria é atualmente regulada pela Constituição do Estado, que dispõe:
“Art 258. Todo agente político ou agente público, qualquer que seja sua categoria ou a natureza do cargo, e o dirigen- te,
a qualquer título, de entidade da administração indireta, obrigam-se, ao se empossarem e ao serem exonerados, a declarar seus
bens, sob pena de nulidade, de pleno direito, do ato de posse.
Parágrafo único. Obrigam-se a declaração de bens, registrada no Cartório de Títulos e Documentos, os ocupantes de
cargos eletivos nos Poderes Legislativo e Executivo, os membros do Poder Judiciário, os Secretários de Estado e os dirigen- tes
de entidades da administração indireta, no ato de posse e no término de seu exercício, sob pena de responsabilidade.”
▪ Ver também, sobre a matéria, a Lei nº 1.515, de 15/12/56, alterada pelas Leis nº 10.048, de 26/12/89, e nº 13.164, de
20/1/99.

Art. 225. Ocorrendo modificações que importem em aumento ou diminuição do patrimônio do


declarante, ou em qualquer caso, alienação, aquisição ou permuta de bens, será a declara- ção
renovada, pelo menos de 2 (dois) em 2 (dois) anos.
Parágrafo único. No caso de transferência para a reserva, reforma ou dispensa do cargo, será
exigida, previamente, nova declaração de bens.
Art. 226. A declaração de bens compreende imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, jóias,
títulos, ações e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais.
Art. 227. Para entrar em exercício no cargo ou dele ser dispensado, o servidor deverá pro- var
que fez a declaração de bens, através de certidão que será publicada no boletim do órgão em
que servir.
Art. 228. Os atuais ocupantes dos cargos referidos no artigo 224 deste Estatuto terão o prazo
de 60 (sessenta) dias, contados da publicação desta lei, para fazerem declarações de bens,
ficando o servidor, na falta de declaração, impedido do exercício do cargo sem prejuízo das
sanções disciplinares.
Art. 229. Os professores do Departamento de Instrução, com honras de oficial, que tenham
completado ou venham a completar sucessivamente 20 (vinte) e 25 (vinte e cinco) anos de efetivo
serviço, serão promovidos a posto imediato, com os respectivos vencimentos e vanta- gens, sem
retroação de benefícios.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto no artigo, observar-se-á para as promoções, o con-
tido neste Estatuto, no Capítulo I do Título VIII, no que for aplicável.
Art. 230. Os professores do Colégio Estadual Tiradentes e seus Anexos são professores de
Ensino Médio, nível XV, do Estado.
§ 1º Os atuais professores do Colégio Estadual Tiradentes e Anexos, contratados e com es-
tabilidade assegurada, nos termos do artigo 200 da Constituição do Estado de Minas Gerais, são
professores de Ensino Médio.
§ 2º Os professores contratados, não estáveis, até que sejam aprovados em concurso, são
considerados professores auxiliares do Ensino Médio.
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§ 3º Os servidores civis do Colégio Estadual Tiradentes serão regidos pelo Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado, no que for aplicável e demais normas relativas ao pes-
soal de ensino do Estado.
Art. 231. (Revogado)
▪ O Art. 231 fixava em 20%, até que se regulamentasse o seu pagamento, o valor da gratificação de função militar, revo-
gada pelo Art 51, I, da Lei Delegada nº 37, de 13/1/89.

Art. 232. Os assemelhados previstos na Lei nº 4.775, de 23 de maio de 1986, passam a in-
tegrar o Quadro do Pessoal Civil da Polícia Militar, a ser reestruturado em lei especial.
Parágrafo único. Os integrantes do Quadro de Pessoal Civil, até que seja aprovada a lei a que
se refere o artigo, terão seus direitos e deveres regulados pelo Estatuto dos Funcionários Civis
do Estado.
Art. 233. Ficam mantidas as honras militares conferidas aos atuais professores do Depar-
tamento de Instrução.
Art. 234. A Polícia Militar fica autorizada a movimentar suas dotações orçamentárias, atra- vés
de seus órgãos provedores, nos termos da legislação específica.
Art. 235. Atendidas as disposições previstas em leis vigentes, as comissões de concorrên- cia
serão compostas e terão suas competências conforme dispuser o Comandante-Geral, em
portaria.
“Art. 236. São vedadas consignações a favor de entidades particulares em folhas de
vencimentos de componentes da Polícia Militar.
§ 1º Excetuam-se da proibição do artigo, os descontos:
1) a favor dos Clubes dos Oficiais e dos Sargentos da Polícia Militar;
2) a favor de entidades previdenciais, Companhias de seguro em Grupo e Caixas de Pe-
cúlio, para as quais já se descontava até 16 de outubro de 1969;
3) para pagamento de dívida contraída e não saldada por servidor contra quem já tenha
sido aplicada medida disciplinar;
4) a favor da Fundação Tiradentes e Cooperativas Habitacionais vinculadas ao Plano Na-
cional de Habitação.
§ 2º Para se proceder aos descontos mencionados, as entidades referidas nas alíneas "1"
e "2" do artigo, deverão firmar convênio com a Polícia Militar, obrigando-se ao pagamen- to de
uma taxa, destinada ao custo de operação, conforme dispuser o Comandante-Geral, em
Resolução.
§ 3º O Comandante-Geral poderá deixar de firmar convênio ou, já tendo sido firmado, de-
nunciá-lo, nas seguintes hipóteses:
1) quando a entidade não estiver atendendo às finalidades estatutárias, a critério do Co-
mandante-Geral;
2) quando a entidade estiver "sub judice" ou for considerada inidônea pela Administração;
3) quando algum dos responsáveis pela entidade estiver "sub judice.”
▪ Redação do Art. 236 dada pela Lei nº 5.641, de 14/12/70.

Art. 237. (Revogado)


▪ O Art. 237 considerava de efetivo exercício o tempo de serviço dos oficiais no cargo de Delegado Especial de Polícia
junto à Polícia Civil. Foi revogado pelo Art 140, § 2º, da CE, que dispõe:
“§ 2º O exercício de cargo policial civil é privativo de integrantes das respectivas carreiras.”
▪ Dispõe, no mesmo sentido, a CF (Art 144, § 4º):
“§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.”

Art. 238. Ao Capelão Militar, respeitada a peculiaridade da função, serão atribuídos direitos e
deveres, inclusive vencimentos e vantagens, do posto de Capitão da Polícia Militar.
Art. 239. No caso de incorrer a praça em ato delituoso, ser-lhe-á aplicada, na esfera admi-
nistrativa, a medida disciplinar cabível, quando ocorrer, na prática do ato, transgressão discipli-
nar, ou dele de correr grave prejuízo moral para a Corporação.
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Art. 240. O valor da aula extranumerária ou suplementar dos estabelecimentos de ensino da
Polícia Militar, inclusive o Batalhão Escola, bem como as normas para o respectivo paga- mento,
serão definidos em decreto do Poder Executivo.
Parágrafo único. (Revogado)
▪ O parágrafo único do Art. 240 foi revogado pela Lei nº 6.980, de 22/4/77.

"Art. 240-A. O desertor comete ato atentatório à honra pessoal e ao decoro da classe.
Parágrafo único. O prazo para submissão do militar a processo administrativo-disciplinar
é de, no máximo, cinco anos, contado da data em que ele foi capturado ou se apresentar.
Art. 240-B. Nos casos em que couber a exoneração, o militar será submetido a processo
administrativo próprio, sendo-lhe asseguradas as garantias constitucionais."
▪ Redação dos Art. 240-A e 240-B dada pela Lei Complementar nº 95, de 17/1/07

"Art. 240-C. Considera-se consumada a deserção prevista no art. 240-A no nono dia de
ausência do militar, sem licença, da unidade em que serve ou do lugar em que deve perma-
necer.
Art. 240-D. Fica o Poder Executivo autorizado a reduzir para vinte horas semanais a jor-
nada de trabalho do militar legalmente responsável por pessoa com deficiência.
Art. 240-E. Considera-se em serviço o militar do Estado que, intimado, for prestar, no pe-
ríodo de folga ou descanso, esclarecimentos em procedimento ou processo administrativo ou
judicial acerca de fato em que se tenha envolvido em razão do exercício de sua função."
▪ Redação dos Art. 240-C a 240-E dada pela Lei Complementar nº 109, de 22/12/09.

Art. 241. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 1.803, de 14 de


agosto de 1958.
Art. 242. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

ISRAEL PINHEIRO DA SILVA

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