Você está na página 1de 74

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

GEOMETRIA ANALÍTICA

GUARULHOS – SP
SUMÁRIO

1 A ORIGEM DA GEOMETRIA ANALÍTICA ............................................................ 4

1.1 O que é Geometria Analítica? ............................................................................... 4

1.2 Onde usá-la ou encontrá-la?................................................................................. 6

1.3 As bases da Geometria Analítica .......................................................................... 7

1.4 O que a Geometria Analítica estuda? ................................................................... 9

2 SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL NO PLANO E NO ESPAÇO ............... 11

3 COORDENADAS CARTESIANAS NA RETA ..................................................... 13

4 VETORES NO PLANO E NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL .............................. 16

4.1 Conceitos Básicos .............................................................................................. 16

5 OPERAÇÕES COM VETORES .......................................................................... 17

5.1 O Plano Cartesiano e o Espaço Tridimensional .................................................. 17

5.2 Adição de Vetores e Multiplicação por Escalar ................................................... 20

6 PRODUTO ESCALAR ........................................................................................ 24

6.1 Propriedades do produto escalar ........................................................................ 25

6.2 Ângulo entre dois vetores ................................................................................... 25

7 APLICAÇÃO DE VETORES NA FÍSICA ............................................................. 26

7.1 Soma de vetores ................................................................................................. 27

7.2 Diferença de vetores ........................................................................................... 27

7.3 Produto de um número escalar por um vetor ...................................................... 28

7.4 Produto escalar ................................................................................................... 30

7.5 Ângulo entre dois vetores ................................................................................... 31

8 ACELERAÇÃO E VELOCIDADE VETORIAIS .................................................... 32

8.1 Velocidade Vetorial ............................................................................................. 32

8.2 Aceleração Vetorial ............................................................................................. 34

9 EQUAÇÕES DA RETA ....................................................................................... 37

9.1 Equações fundamental da reta ........................................................................... 37


9.2 Equação geral da reta ......................................................................................... 38

9.3 Equação reduzida da reta ................................................................................... 39

9.4 Equação segmentária da reta ............................................................................. 39

10 CÍRCULOS NO PLANO ...................................................................................... 40

10.1 Circunferência ................................................................................................... 40

10.2 Equações da circunferência .............................................................................. 41

11 RETAS E ESFERAS NO PLANO TRIDIMENSIONAL ........................................ 42

11.1 Equação vetorial e paramétrica de uma reta no espaço ................................... 42

11.2 A equação da esfera ......................................................................................... 46

12 SEÇÕES CÔNICAS ............................................................................................ 47

12.1 Elipse ................................................................................................................ 48

12.2 Elementos ......................................................................................................... 49

12.3 Relação fundamental ........................................................................................ 50

12.4 Excentricidade .................................................................................................. 50

12.5 Equações da elipse........................................................................................... 50

12.6 Hipérbole .......................................................................................................... 51

12.7 Elementos ......................................................................................................... 53

12.8 Equações de hipérbole ..................................................................................... 54

12.9 Assíntotas da hipérbole .................................................................................... 56

12.10 Medida algébrica de um segmento ................................................................. 62

13 SUPERFÍCIES QUADRÁTICAS ......................................................................... 62

13.1 A história das superfícies quádricas ............................................................... 62

14 TIPOS DE SUPERFÍCIES QUÁDRICAS ............................................................ 63

15 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ..................................................................................... 74


1 A ORIGEM DA GEOMETRIA ANALÍTICA

Todas as ideias matemáticas relacionam-se entre si, num dado momento ou


em outro, porém o fato é que existe uma relação explícita ou implícita entre elas. Foi
dessa forma, que o matemático e filósofo francês René Descartes concebeu
a geometria analítica. Como à época álgebra e geometria eram cartas do mesmo
baralho, mas tratadas como disjuntas, Descartes se dedicou a união dessas duas
áreas do conhecimento matemático, para ele claramente correlacionáveis.
Em seu livro, o discurso do método, publicado em 1637, Descartes mostra que
as ciências deveriam ser guiadas pela matemática, isso devido a sua exatidão e
possibilidades de experimentação. Foi nesse mesmo livro que René demonstrou o
grande campo de aplicabilidades da geometria analítica. Porém, as indicações sobre
quem possivelmente seria o patrono da G.A. (Geometria Analítica) não formam um
senso comum. Muitos historiadores dão crédito também ao matemático Pierre de
Fermat, vistos os seus estudos no campo das equações que representavam curvas
no plano. Além disso, outros estudiosos apontam esse conhecimento como advindo,
ora dos egípcios, ora dos gregos ou romanos.

Fonte: www.infoescola.com

1.1 O que é Geometria Analítica?

A geometria analítica, veio do ideal de unir álgebra e geometria. Num plano


coordenado, podem ser localizadas retas, curvas, círculos, ou seja, todos os conceitos

4
fundamentados na ideia primitiva de ponto, afinal todas essas figuras nada mais são
que conjuntos de pontos.

Plano Cartesiano

O plano coordenado, mais conhecido como Plano Cartesiano, é formado por


dois eixos, um vertical, eixo y (eixo das ordenadas) e um horizontal, eixo x (eixo das
abcissas), que formam quatro quadrantes, como mostra a figura ao lado. Esses dois
eixos se coincidem num ponto comum chamado origem do plano, ou ponto (0,0). Um
ponto é, desta forma, representado por dois valores numéricos, sendo que o primeiro
corresponde a x e o segundo a y – (x,y) –. Esse par, ou par ordenado, ou ainda
coordenadas cartesianas, no plano, indica um ponto.
Perceba que, a partir da álgebra, poderemos chegar a uma representação
geométrica no plano, e vice-versa. No Plano de Descartes estão localizadas as
definições matemáticas, antes apenas embutidas na geometria euclidiana (plana).
Vejam na figura a seguir a representação de pontos no plano e entenda como ele
funciona.

5
1.2 Onde usá-la ou encontrá-la?

A geometria analítica é a base de grandes campos de estudos matemáticos em


dias atuais, mas também é muito utilizada em atividades não explicitamente
matemáticas. Seja na geometria algébrica, física, geometria diferencial, engenharia e
outras, ou ainda na vida prática como nos mapas, satélites e no moderno Sistema de
Posicionamento Global, GPS (sigla em inglês) ela está presente.
Podemos utilizar o sistema de coordenadas para nos localizar, localizar
pessoas ou imóveis, tendo por referência um ponto de origem (no qual estamos no
momento), os eixos (ruas, avenidas, etc.) e um ponto de chegada (local no qual
queremos chegar), como ilustra a imagem ao lado.

Fonte: www.infoescola.com

EXEMPLOS:

 Igreja (D, 9)
 Cinema (L, 5)

Não importa quem foi o criador da geometria analítica, embora todos os seus
contribuintes tenham muito mérito e mereçam a nossa admiração, gratidão e respeito,
o importante é que essa descoberta revolucionou as nossas vidas, tornando-as mais
práticas, convenientes e esclarecidas. Saber se deslocar num determinar espaço,
mesmo que ele ainda lhe seja desconhecido, nos permite conhecer novos mundos,
novos campos de conhecimentos, de conquistas, de descobertas.
A geometria analítica guia os nossos passos a cada instante das nossas vidas.
Em momentos ela é útil aos profissionais da matemática, da física, da engenharia, etc.
6
Em outros ela favorece aqueles que utilizam a matemática ou outras ciências
inconscientemente, os leigos dos aspectos técnicos, porém essenciais ao
funcionamento do mundo.
“A cada ponto, uma localização; a cada localização, um mundo que se revela”.1

Fonte: www.mundoeducacao.bol.uol.com.br

1.3 As bases da Geometria Analítica

A base da geometria analítica está em representar os pontos de uma reta


utilizando os números reais. Cada ponto de uma reta é representado por (ou
representa) um único número real. Esse número real é obtido pela distância entre o
referido ponto e a origem da reta, que é o ponto relacionado com o número zero.
O conceito de distância, portanto, é um dos mais importantes dentro
da Geometria Analítica. Por meio dele são definidos outros conceitos importantes,
como os de círculo e circunferência. Além disso, a maioria das definições algébricas
de figuras geométricas é obtida por intermédio do conceito de distância.

1 Texto extraído de https://www.infoescola.com/geometria-analitica/


7
Posteriormente, essa ideia foi expandida para a representação de pontos no
plano, de modo que cada ponto do plano é representado por um único par de números
reais conhecido como par ordenado.
A imagem abaixo ilustra como o par ordenado (2,1) representa o ponto A.

Já os pontos do espaço são representados por um conjunto de três números


reais, conhecidos como ternos ordenados. Cada terno ordenado representa apenas
um único ponto no espaço.

8
Se um ponto pertence a uma reta e é representado por um número real,
dizemos que o espaço onde esse ponto está localizado (a reta) possui apenas uma
dimensão e o número real é chamado de coordenada do ponto.
Caso o ponto pertença a um plano, é representado por um par de números
reais. O espaço onde está localizado (o plano) possui duas dimensões e esse ponto
possui duas coordenadas.
Desse modo, o número de coordenadas que um ponto possui é igual ao número
de dimensões que possui o espaço onde esse ponto está localizado. O ponto
pertencente ao espaço tridimensional, por exemplo, possuirá três dimensões e será
representado por três coordenadas. A figura acima retrata o ponto A, que pertence ao
espaço tridimensional e é representado pelo terno ordenado (x,y,z).

1.4 O que a Geometria Analítica estuda?

Qualquer objeto matemático, figura geométrica, forma, etc., que esteja no


espaço pode ser representado geometricamente por um desenho ou algebricamente
por uma fórmula matemática. Essa fórmula é o que materializa a Geometria
Analítica e conecta a geometria à álgebra.
O estudo de Geometria Analítica geralmente é dividido nos seguintes tópicos:

9
Estudo Analítico do Ponto
1 – O que é ponto e localização?
2 – Plano Cartesiano
3 – Distância entre dois pontos
4 – Conjuntos de pontos

Estudo Analítico da Reta


1 – Equação geral da reta
2 – Posições relativas entre retas
3 – Ângulo entre retas
4 – Paralelismo
5 – Perpendicularidade
6 – Distância entre ponto e reta

Estudo analítico da circunferência


1 – Equação da circunferência
2 – Posição relativa entre ponto e circunferência
3 – Posição relativa entre reta e circunferência
4 – Posição relativa entre circunferência e circunferência

Vetores
1 – O que são e representação de vetores
2 – Operações básicas envolvendo vetores
3 – Ângulo entre vetores

Cônicas

1 – Elipse
2 – Hipérbole
3 – Parábola2

2 Texto extraído de https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/geometria-analitica.htm


10
2 SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL NO PLANO E NO ESPAÇO

Sistema cartesiano ortogonal no plano: um sistema de eixos


ortogonais no plano é constituído de duas retas orientadas x e y, perpendiculares entre
si e de mesma origem O. Denominamos a reta orientada x de eixo das abcissas, eixo
x ou ainda eixo horizontal, enquanto a reta orientada y é o eixo das ordenadas, eixo y
ou ainda eixo vertical. Os eixos dividem o plano em quatro quadrantes, ordenados no
sentido horário. É uma mera convenção de sentido, não haveria nenhum ganho ou
prejuízo escolhendo-se o sentido anti-horário para ordenar os quadrantes.
Por um ponto qualquer do plano traçam-se perpendiculares sobre cada um dos
eixos, determinando neles os pontos Px e Py, de tal sorte que x = OPx e y = OPy. As
coordenadas x e y de um ponto são casos particulares de projeção ortogonal de um
ponto P sobre um eixo.
Desta forma, podemos associar a cada ponto P do plano um par de
coordenadas de números reais. Assim o ponto P fica determinado pelas suas
coordenadas cartesianas ou também chamadas de coordenadas retangulares:

P= (x, y)

11
Temos, respectivamente, a primeira (x) e a segunda (y) coordenadas de P.
Reciprocamente, dado um par de números reais, localiza-se no plano um único
ponto P. Observe que a correspondência biunívoca entre pontos e pares de
coordenadas no plano é uma função bijetora. No espaço de três ou mais dimensões
a mesma correspondência se repete. Cuidado com a confusão entre gráfico de função
e equações que representam figuras geométricas! As coordenadas de cada ponto de
uma função de uma ou mais variáveis sempre são únicas, independentemente da
função ser bijetora ou não. Mas o valor da função em um ponto não necessariamente
é calculado por apenas um valor ou valor (es) real (is). Ex: uma função par.
Observação: o sistema cartesiano pode não ser ortogonal, com eixos não
perpendiculares entre si. O fato dos eixos serem perpendiculares entre si nos oferece
algumas propriedades algébricas e geométricas que não seriam possíveis num
sistema não ortogonal. Neste site não são abordados sistemas de coordenadas não
ortogonais.

Sistema cartesiano ortogonal no espaço: no espaço tridimensional adiciona-


se um terceiro eixo, o eixo z ou eixo das cotas. Os três eixos: ordenada, abscissa e
cota, dividem o espaço em oito partes chamadas de octantes ou oitantes.
No espaço um ponto fica caracterizado por uma tripla, chamada de terna:

P= (x, y, z)

12
Dimensões maiores: para quatro ou mais dimensões o eixo adicional não tem
mais nomes, mas a propriedade deles serem ou não ortogonais para definirmos
sistemas de coordenadas ortogonais ou não continua válida. A função bijetora que
associa pontos no espaço e as suas respectivas coordenadas continua sendo válida.
Na grande maioria dos casos utiliza-se uma base ortonormal para encontrar
pontos no espaço. Adota-se um ponto O chamado de origem e uma
base E={e→x,e→y,e→z}. As coordenadas de qualquer ponto no espaço ficam
determinadas pela soma do ponto O com uma combinação linear dos vetores da base,
assim: P=O+ae→x+be→y+ce→z, de maneira que o vetor que desloca o ponto origem
até P é OP−→−=ae→x+be→y+ce→z. Note que se O=(0,0,0) teremos que a
terna (a,b,c) coincidirá, numericamente, tanto com as coordenadas do
vetor OP−→− quanto do ponto P.
Os vetores da base não precisariam ser dois a dois ortogonais, mas o fato de
termos uma base ortogonal permite utilizar as propriedades geométricas do produto
escalar, vetorial e misto. As normas dos vetores também poderiam ser diferentes entre
si, mas tendo todos os vetores norma 1 facilita muito na expressão das coordenadas
de um ponto.3

3 COORDENADAS CARTESIANAS NA RETA

Definições
I) Eixo cartesiano
Toda reta orientada, com uma base estável e com um segmento adotado como
unitário é denominado Eixo cartesiano

(o) = origem
(U) = unidade
(e) = eixo

3 Texto extraído de http://vectorsandgeometry.wikidot.com/1-2-coordenadas-no-plano


13
II) Medida Algébrica

A medida algébrica de um segmento orientado entre o eixo (e) é um número


verdadeiro, do qual o módulo representa o tamanho do segmento e cujo sinal seja
positivo ou negativo, assim como o sentido do segmento concorde ou discorde do
sentido de eixo:
Vejamos o exemplo:

III) Abscissa

(e) representa o eixo cartesiano.


A cada ponto P de e equivale a um único número verdadeiro xp e mutuamente.
Desta forma:
“Há uma aplicação bijetora entre o conjunto dos números reais e o conjunto dos
pontos de eixo cartesiano e”.
Circunstancialmente:
“A abscissa de um ponto P sobre um eixo cartesiano e é o número
verdadeiro xp que a ele corresponde.

14
Na representação:

P (Xp) ………. abscissa de P é XP.


A (XA)………. abscissa de A é XA.

Note que a abscissa de um ponto de um eixo é na verdade a medição algébrica


do segmento .
A base separa o eixo em dois grupos de pontos: Abscissas positivas e
negativas.

Medida algébrica de um segmento orientado

Sendo as abscissas de pontos A e B de e, determinaremos o cálculo algébrico


(AB) do segmento orientado .

Considerando A (XA) e B (XB), a Relação de Chasles, temos:


OA + AB + BO = 0 ⇔ OA + AB – OB = 0 AB = OB – OA
Assim: AB = XB – XA4

4Texto extraído de https://www.colegioweb.com.br/coordenadas-cartesianas-no-plano/coordenadas-


cartesianas-na-reta.html
15
4 VETORES NO PLANO E NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL

4.1 Conceitos Básicos

Definição: Um segmento orientado é um par ordenado (A, B) de pontos do


espaço Euclidiano, no qual o ponto A é a origem e o ponto B é a extremidade. Os
segmentos orientados (A, A) são ditos nulos. É importante observar que se A 6= B, o
segmento orientado (A, B) é diferente do segmento orientado (B, A).

Ilustração do segmento orientado (A, B), com origem no ponto A e extremidade no ponto B. A
utilização da flecha, indica que o foi fixada uma orientação.

Dizemos que os segmentos orientados (A, B) e (C, D) tem o mesmo


comprimento, módulo ou norma, se os segmentos geométricos AB e CD tem o mesmo
comprimento.

Considere os segmentos orientados (A, B) e (C, D) não–nulos. Dizemos que os


segmentos orientados (A, B) e (C, D) tem a mesma direção se os segmentos
geométricos AB e CD são paralelos, que indicamos AB k CD, incluindo o caso em que
as retas suportes são coincidentes. Assim, dizemos que os segmentos orientados (A,
B) e (C, D) são paralelos.
Considere os segmentos orientados (A, B) e (C, D) com a mesma direção, e as

16
retas suportes dos segmentos geométricos AB e CD distintas. Dizemos que os
segmentos orientados (A, B) e (C, D) tem o mesmo sentido se os segmentos
geométricos AC e BD tenham intersecção vazia. Caso contrário, dizemos que os
segmentos orientados (A, B) e (C, D) tem sentido contrário.

5 OPERAÇÕES COM VETORES

5.1 O Plano Cartesiano e o Espaço Tridimensional

O plano cartesiano IR2 = IR × IR é o exemplo mais importante de produto


cartesiano. Os elementos (x, y) ∈ IR2 são os pares ordenados de números reais. Os
pares ordenados, de certa forma, podem representar as coordenadas cartesianas de
um ponto P de um plano Π, onde x é a abscissa e y é a ordenada, quando fixamos
nesse plano um par de eixos ortogonais, que vamos indicar por OX e OY, denominado
eixo das abscissas e eixos das ordenadas, respectivamente, que se interceptam no
ponto O = (0, 0), chamado origem do sistema de coordenadas.
Dado o ponto P ∈ Π, a abscissa de P é o número x, coordenada do pé da
perpendicular baixada do P sobre o eixo OX, enquanto a ordenada de P é o número
y, coordenada do pé da perpendicular baixada de P sobre o eixo OY. Assim, dizemos
que (x, y) é o par de coordenadas do ponto P relativamente ao sistema de eixos
ortogonais.

17
Podemos observar que os eixos OX e OY dividem o plano em quatro regiões,
chamadas quadrantes, caracterizadas pelos sinais das coordenadas de seus pontos.
Desse modo, no primeiro quadrante, tem–se x ≥ 0 e y ≥ 0. No segundo quadrante,
tem–se x ≤ 0 e y ≥ 0. No terceiro quadrante, tem–se x ≤ 0 e y ≤ 0. No quarto quadrante,
tem–se x ≥ 0 e y ≤ 0.
A aplicação f: Π −→ IR2 que associa a cada ponto P do plano Π seu único par
de coordenadas f (P) = (x, y), relativamente ao sistema de eixos ortogonais, é uma
bijeção, isto é, uma correspondência biunívoca entre os elementos de IR2 e de Π.
Dessa maneira, temos que a aplicação f −1: IR2 −→ Π associa a cada par de
coordenadas (x, y) de IR2 um único ponto f −1 (x, y) = P do plano Π.

Portanto, a aplicação f permite traduzir conceitos e propriedades geométricas


para uma linguagem algébrica e, reciprocamente, permite interpretar
geometricamente relações entre números reais. Assim, podemos dizer que IR2 é o
modelo aritmético do plano Π, enquanto o plano Π é o modelo geométrico do plano
numérico IR2. Assim, com a identificação entre IR2 e um plano Π do espaço
Euclidiano, realizada pela bijeção f, podemos olhar para o IR2 como um plano, plano
numérico, e chamaremos seus elementos P = (x, y) de pontos. Utilizando essa nova
linguagem, que relaciona conceitos algébricos com conceitos geométricos, vamos
melhorar nosso entendimento sobre as propriedades das funções reais.
18
Igualmente aos vetores, cada ponto do plano é dado por duas coordenadas e
cada ponto do espaço tridimensional por três coordenadas. Assim, A = (2, −1) e Q =
(x, y) são os pontos marcados. Podemos entender que o vetor ~w = (x, y) representa
a classe de equivalência definida pelo segmento orientado (O, Q) que tem por origem
o ponto O = (0, 0) e por extremidade o ponto Q. O vetor ~v = (−1, 1) representa a
classe de equivalência associada ao segmento orientado (A, B) com origem no ponto
A = (2, −1) e com extremidade no ponto B = (1, 0).
De modo análogo, o espaço numérico tridimensional IR3 = IR×IR×IR ´e um
outro exemplo importante de produto cartesiano. Os elementos (x, y, z) ∈ IR3 são as
ternas ordenadas de números reais. As ternas ordenadas surgem como as
coordenadas cartesianas de um ponto P do espaço tridimensional IE3, quando
fixamos nesse espaço tridimensional um sistema de três eixos ortogonais, que vamos
indicar por OX, OY e OZ, que se interceptam no ponto O = (0, 0, 0), chamado origem
do sistema de coordenadas.

A aplicação f: IE3 −→ IR3 que associa a cada ponto P do espaço tridimensional


IE3 sua única terna de coordenadas f (P) = (x, y, z), relativas a um sistema de três

19
eixos ortogonais, é uma bijeção, isto é, uma correspondência biunívoca entre os
elementos de IR3 e de IE3. Desse modo, temos que a aplicação f −1: IR3 −→ IE3
associa a cada terna ordenada (x, y, z) de IR3 um único ponto f −1 (x, y, z) = P do
espaço tridimensional IE3
Assim, podemos dizer que o espaço numérico tridimensional IR3 é o modelo
aritmético do espaço tridimensional IE3, enquanto que o espaço tridimensional IE3 é
o modelo geométrico do espaço numérico IR3 . Desse modo, com a identificação entre
o espaço numérico IR3 e o espaço tridimensional IE3, da Geometria Euclidiana,
realizada pela bijeção f, podemos olhar para o IR3 como sendo o espaço numérico
tridimensional, e chamaremos seus elementos P = (x, y, z) de pontos.

5.2 Adição de Vetores e Multiplicação por Escalar

Podemos definir uma bijeção de IE3 em IR3, e uma bijeção de IR3 em V 3.


Assim, para cada ponto P = (x, y, z) do espaço tridimensional IE3, podemos associar
um único vetor ~v = (x, y, z) de V 3, onde (x, y, z) são as coordenadas do vetor ~v
com relação a um sistema de três eixos ortogonais, que estamos indicando por OX,
OY e OZ, que se interceptam no ponto O = (0, 0, 0), chamado origem do sistema de
coordenadas, como ilustra a Figura 2.13. Desse modo, o vetor ~v representa a classe
de equipolência associada ao segmento orientado (O, P).

Considere o espaço de vetores V 3. Definimos a operação de adição de vetores,


que a cada par de vetores ~u e ~v faz corresponder um novo vetor ~w = ~u + ~v de V
3. Chamando ~u = (x1, y1, z1) e ~v = (x2, y2, z2), definimos a operação de adição de
vetores da forma:
20
w = ~u + ~v = (x1 + x2, y1 + y2 , z1 + z2) .

Considera o espaço de vetores V 3. Definimos a operação de multiplicação de


vetor por escalar, que a cada vetor ~u e a cada escalar λ faz corresponder um novo
vetor ~w = λ~u de V 3. Chamando ~u = (x1, y1, z1) e λ um escalar qualquer, definimos
a operação de multiplicação por escalar da seguinte forma:

w = λ~u = (λx1 , λy1 , λz1) .

Neste texto consideramos que os escalares são números reais. Além disso, No
caso em que λ = 0IR ou ~v = ~0, definimos λ~v = ~0.

Note que para λ 6= 0IR e ~v 6= ~0, o vetor ~w = λ~v tem a mesma direção do
vetor ~v. Além disso, para λ > 0 o vetor ~w = λ~v tem o mesmo sentido do vetor ~v e
para λ < 0 o vetor ~w = λ~v tem sentido contrário do vetor ~v.

A operação de adição de vetores tem as seguintes propriedades:

21
O espaço de vetores V3 munido com a operação de adição de vetores e com
operação de multiplicação de vetor por escalar, e essas operações com as respectivas
propriedades, recebe o nome de Espaço Vetorial Real. O termo real vem do fato que
os escalares são números reais. Os espaços vetoriais são estudados de maneira
detalhada na disciplina de Álgebra Linear.
De maneira análoga, o conjunto IR3 = { (x1, x2, x3) / xi ∈ IR }, conjunto de todas
as ternas reais ordenadas, com a operação de adição de elementos definida por:

(x1, x2, x3) + (y1, y2, y3) = (x1 + y1 , x2 + y2 , x3 + y3)

É com a operação de multiplicação por escalar definida por:

λ(x1, x2, x3) = (λx1 , λx2 , λx3) , ∀ λ ∈ IR , é também um espaço vetorial real.

Podemos mostrar que a operação de adição de elementos e a operação de


multiplicação por escalar definidas em IR3, verificam as propriedades (A1) – (A4) e
(M1) – (M4) definidas acima. Para isso, basta utilizar as propriedades da adição e da
multiplicação de números reais.
É importante observar que pelo fato que podemos estabelecer uma
correspondência biunívoca entre os elementos do espaço de vetores V 3 e os
elementos de IR3, e que nos dois conjuntos definimos uma operação de adição de
elementos e uma operação de multiplicação por escalar que satisfazem as
propriedades (A1) – (A4) e (M1) – (M4), podemos chamar os elementos de IR3 de

22
vetores e utilizar a notação de flecha, isto ´e, indicando ~u = (x, y, z) ∈ IR3.
Temos a representação geométrica da soma dos vetores ~u e ~v. Para isso,
consideramos o segmento orientado (A, B) um representante do vetor ~u, e o
segmento orientado (B, C) um representante do vetor ~v. Assim, definimos o
segmento orientado (A, C) com sendo um representante do vetor ~u + ~v, que
indicamos −→AC = ~u + ~v.

É importante observar que a escolha do segmento orientado para representar


o vetor ~u é arbitrária, e que esse fato não altera o resultado da adição dos vetores
~u e ~v. De fato, escolhendo um outro segmento orientado (A′ , B′ ) para representar
o vetor ~u, e um outro segmento orientado (B′ , C′ ) como representante do vetor ~v,
teremos obrigatoriamente que os segmentos orientados (A, B) e (A′ , B′ ) são
equipolentes, (A, B) ≈ (A′ , B′ ), e que os segmentos orientados (B, C) e (B′ , C′ ) são
equipolentes, (B, C) ≈ (B′ , C′ ). Portanto, os segmentos orientados (A, C) e (A′, C′ )
são equipolentes, (A, C) ≈ (A′ , C′ ). Assim, temos −→AC = −−→ A′C ′ = ~u + ~v

A propriedade do elemento simétrico, ou elemento oposto, permite a definição


da operação de subtração de vetores. Assim, tem–se

Note que o elemento simétrico −~v tem a mesma direção, mas sentido
contrário, do vetor ~v.
23
Temos a representação geométrica da operação de subtração de vetores. Para
isso, consideramos os vetores ~u e ~v com o segmento orientado (0, A) um
representante do vetor ~u, e o segmento orientado (0, B) um representante do vetor
~v. Assim, definimos o segmento orientado (B, A) um representante do vetor ~u − ~v,
que indicamos −→BA = ~u − ~v., portanto, os segmentos orientados (0, C) e (B, A)
são equipolentes.5

6 PRODUTO ESCALAR

Dados os vetores u=(a,b) e v=(c,d), definimos o produto escalar entre os


vetores u e v, como o número real obtido por:
u.v = a.c + b.d

Exemplos:
O produto escalar entre u=(3,4) e v=(-2,5) é:
u.v = 3.(-2) + 4.(5) = -6+20 = 14

O produto escalar entre u=(1,7) e v=(2,-3) é:


u.v = 1.(2) + 7.(-3) = 2-21 = -19

5 Texto extraído de https://www.ime.unicamp.br/~pulino/GeometriaAnalitica/CapituloVetores.pdf


24
6.1 Propriedades do produto escalar

6.2 Ângulo entre dois vetores

O produto escalar entre os vetores u e v pode ser escrito na forma:

u.v = |u| |v| cos(x)

onde x é o ângulo formado entre u e v.

Através desta última definição de produto escalar, podemos obter o ângulo x


entre dois vetores genéricos u e v, como:

25
Desde que nenhum deles seja nulo.

Vetores ortogonais
Dois vetores u e v são ortogonais se:
u.v = 06

7 APLICAÇÃO DE VETORES NA FÍSICA

Determinado por um segmento orientado AB, é o conjunto de todos os


segmentos orientados equipolentes a AB.

Se indicarmos com este conjunto, simbolicamente poderemos escrever:

O vetor determinado por AB é indicado por ou B - A ou .

Um mesmo vetor é determinado por uma infinidade de segmentos


orientados, chamados representantes desse vetor, os quais são todos equipolentes
entre si. Assim, um segmento determina um conjunto que é o vetor, e qualquer um
destes representantes determina o mesmo vetor. Usando um pouco mais nossa
capacidade de abstração, se considerarmos todos os infinitos segmentos orientados
de origem comum, estaremos caracterizando, através de representantes, a totalidade

6 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/vetores/vetores6.php


26
dos vetores do espaço. Ora, cada um destes segmentos é um representante de um
só vetor. Consequentemente, todos os vetores se acham representados naquele
conjunto que imaginamos.

As características de um vetor são as mesmas de qualquer um de seus


representantes, isto é: o módulo, a direção e o sentido do vetor são o módulo, a
direção e o sentido de qualquer um de seus representantes.

O módulo de se indica por | | .

7.1 Soma de vetores

Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a soma de v e w, por:

7.2 Diferença de vetores

Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a diferença entre v e w, por:


v - w = (a-c,b-d)

27
7.3 Produto de um número escalar por um vetor

Se v=(a,b) é um vetor e c é um número real, definimos a multiplicação de c por


v como:
c.v = (ca,cb)

28
Observação:
Para construir um vetor u paralelo a um vetor v, basta tomar u=cv, onde c é um
escalar não nulo. Nesse caso, u e v serão paralelos:

Decomposição de vetores em Vetores Unitários


Para fazer cálculos de vetores em apenas um dos planos em que ele se
apresenta, pode-se decompor este vetor em vetores unitários em cada um dos planos
apresentados.

Sendo simbolizados, por convenção, î como vetor unitário do plano x e como


vetor unitário do plano y. Caso o problema a ser resolvido seja dado em três

dimensões, o vetor utilizado para o plano z é o vetor unitário .

Então, a projeção do vetor no eixo x do plano cartesiano será dado

por , e sua projeção no eixo y do plano será: . Este vetor pode ser escrito
como:
29
=( , ), respeitando que sempre o primeiro componente entre
parênteses é a projeção em x e o segundo é a projeção no eixo y. Caso apareça um
terceiro componente, será o componente do eixo z.

No caso onde o vetor não se encontra na origem, é possível redesenhá-lo, para


que esteja na origem, ou então descontar a parte do plano onde o vetor não é
projetado.

7.4 Produto escalar

Dados os vetores u=(a,b) e v=(c,d) definimos o produto escalar entre os vetores


u e v, como o número real obtido por:

u.v = a.c + b.d

30
7.5 Ângulo entre dois vetores

O produto escalar entre os vetores u e v pode ser escrito na forma:

u.v = |u| |v| cos(x)

Onde x é o ângulo formado entre u e v.

Através desta última definição de produto escalar, podemos obter o ângulo x


entre dois vetores genéricos u e v, como,

31
Desde que nenhum deles seja nulo.

8 ACELERAÇÃO E VELOCIDADE VETORIAIS

Vetor Posição

Imagine um móvel deslocando-se em uma trajetória aleatória, com uma origem


O. Se colocarmos um plano cartesiano situado nesta origem, então poderemos
localizar o móvel nesta trajetória por meio de um vetor.
O vetor é chamado vetor deslocamento e possui módulo, direção e sentido.

8.1 Velocidade Vetorial

Vetor Velocidade Média: Considere-se um móvel percorrendo a trajetória do

gráfico acima, ocupando posições e nos instantes e , respectivamente.

32
Sabendo que a velocidade média é igual ao quociente do vetor deslocamento
pelo intervalo de tempo:

Observação:
O vetor velocidade média tem a mesma direção e sentido do vetor

deslocamento, pois é obtido quando multiplicamos um número positivo pelo

vetor .

Vetor Velocidade Instantânea: Análogo à velocidade escalar instantânea,

quando o intervalo de tempo tender a zero ( ), a velocidade calculada será a


velocidade instantânea.

então:

33
8.2 Aceleração Vetorial

Vetor Aceleração Média: Considerando um móvel que percorre uma trajetória

qualquer com velocidade em um instante e velocidade em um instante

posterior , sua aceleração média será dada por:

Observação:

Assim como para o vetor velocidade, o vetor aceleração terá o mesmo sentido

e mesma direção do vetor velocidade, pois é resultado do produto deste vetor ( )

por um número escalar positivo, .

Vetor Aceleração Instantânea: A aceleração vetorial instantânea será dada

quando o intervalo de tempo tender a zero ( ).

34
Sabendo esses conceitos, podemos definir as funções de velocidade em
função do tempo, deslocamento em função do tempo e a equação de Torricelli para
notação vetorial:

Por exemplo:

Um corpo se desloca com velocidade , e aceleração

constante , da forma como está descrita abaixo:

(a) Qual o vetor velocidade após 10 segundos?


(b) Qual a posição do móvel neste instante?

(a) Para calcularmos a velocidade vetorial em função de um tempo, precisamos


decompor os vetores velocidade inicial e aceleração em suas projeções
em x e y:

Assim, podemos dividir o movimento em vertical (y) e horizontal (x):


35
Em x:

Em y:

A partir destes valores podemos calcular o vetor velocidade:

(b) Sabendo o vetor velocidade, podemos calcular o vetor posição pela equação
de Torricelli, ou pela função horária do deslocamento, ambas na forma de
vetores:

Por Torricelli:

36
Na mesma direção e sentido dos vetores aceleração e velocidade.
Pela Função horária da Posição:

Na mesma direção e sentido dos vetores aceleração e velocidade.7

9 EQUAÇÕES DA RETA

9.1 Equações fundamental da reta

Podemos representar uma reta r do plano cartesiano por meio de uma equação.
Essa equação pode ser obtida a partir de um ponto A(xA, yA) e do coeficiente angular
m dessa reta.
Considere uma reta r não-vertical, de coeficiente angular m, que passa pelo
ponto A(xA, yA). Vamos obter a equação dessa reta, tomando um ponto P(x, y) tal que
P ≠ A.

A equação fundamental da reta é:

7 Texto extraído de https://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Cinematica/vetores2.php


37
9.2 Equação geral da reta

Toda reta r do plano cartesiano pode ser expressa por uma equação do tipo:

ax+by+c=0

Em que:
• a, b, e c são números reais;
• a e b não são simultaneamente nulos.

Podemos obter a equação geral de uma reta r conhecendo dois pontos não
coincidentes de r:

A(xa,ya) e B(xb,yb)

Para isso, usa-se a condição de alinhamento de A e B com um ponto genérico


P(x,y) de r.

38
9.3 Equação reduzida da reta

Vamos determinar a equação da reta r que passa por Q (0,q), e tem coeficiente
angular m = tg(α):

Toda equação na forma y = mx + q é chamada equação reduzida da reta, em


que m é o coeficiente angular e q a ordenada do ponto n qual a reta cruza o eixo Oy.
A equação reduzida pode ser obtida diretamente da equação geral ax + by + c = 0:

ax+by+c=0→by=−ax−c

Onde:

9.4 Equação segmentária da reta

Considere uma reta r que cruza os eixos cartesianos nos pontos (0, q) e (p, 0).

39
Vamos escrever a equação da reta r:

Dividindo essa equação por pq, obtemos a equação segmentária da reta:8

10 CÍRCULOS NO PLANO

10.1 Circunferência

Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano equidistantes de


um ponto fixo desse mesmo plano, denominado centro da circunferência:

8 Texto extraído de https://www.infoescola.com/geometria-analitica/equacoes-da-reta/


40
10.2 Equações da circunferência

Equação reduzida

Sendo C(a, b) o centro e P(x, y) um ponto qualquer da circunferência, a


distância de C a P(dCP) é o raio dessa circunferência. Então:

Portanto, (x - a)2 + (y - b)2 =r2 é a equação reduzida da circunferência e permite


determinar os elementos essenciais para a construção da circunferência: as
coordenadas do centro e o raio.
Observação: Quando o centro da circunferência estiver na origem (C(0,0)), a equação
da circunferência será x2 + y2 = r2.

Equação geral

Desenvolvendo a equação reduzida, obtemos a equação geral da


circunferência:

41
Como exemplo, vamos determinar a equação geral da circunferência de
centro C(2, -3) e raio r = 4.
A equação reduzida da circunferência é:

Desenvolvendo os quadrados dos binômios, temos:9

11 RETAS E ESFERAS NO PLANO TRIDIMENSIONAL

11.1 Equação vetorial e paramétrica de uma reta no espaço

Observemos inicialmente que dada uma reta no espaço coordenado, fixando-


se dois pontos distintos P0 e P sobre a mesma, e tomando-se um vetor v na origem 0

do sistema de coordenadas, paralelo ao vetor e contido no plano determinado


por 0, P0 e P (conforme a Figura 1 a seguir), vê-se que de modo natural estão
associados à reta um ponto P0 , sobre ela, e uma direção dada por um vetor v, paralelo
a ela.

9 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/circunferencia/circunf.php


42
Reciprocamente, dado um vetor v, fixemos um ponto P0 fora da reta que contém
v e mostremos que existe uma única reta passando por P 0 e paralela a v. Para tanto,
vamos recorrer a argumentos de Geometria Espacial. Construamos o único plano que
contém P0 e v. Agora, tome, nesse plano, a única reta s que passa por P0 e é paralela
à reta que contém v. Desse modo, s é paralela a v e é a reta procurada. Siga esse
raciocínio observando a figura a seguir.

43
Note que quando t varia de menos infinito (- ∞) a mais infinito (+ ∞), o ponto P
descreve toda a reta.

Estas são chamadas de equações paramétricas da reta.

Compare essas equações com as equações paramétricas, encontradas entre


vetores no plano e no espaço tridimensional, para uma reta no plano. É conveniente

44
observar que o vetor v na direção da reta não é único, pois qualquer múltiplo escalar
desse vetor tem também a mesma direção de v.

Exemplo

Ache as equações paramétricas da reta que passa pelos pontos P 0 (1,3,2) e P1


(4,5,3).

Solução

No exemplo, se ao invés do ponto P0 tivéssemos escolhido o ponto P1 por onde


a reta deve passar, suas equações paramétricas seriam

45
As quais são diferentes das anteriores. Ocorre que esses dois sistemas de
equações paramétricas descrevem a mesma reta; só que com o mesmo valor de t,
obtemos pontos diferentes sobre a mesma reta. Por exemplo, para t = 0 no primeiro
sistema de equações, obtemos o ponto P0 e no segundo, o ponto P1; enquanto para t
= 1, obtemos no primeiro sistema o ponto (4,5,3) e no segundo, o ponto (7,7,4).

11.2 A equação da esfera

O análogo ao círculo no espaço é a esfera que é descrita como o conjunto dos


pontos do espaço cujas distâncias a um ponto fixo, chamado centro, é uma constante
chamada raio. Desse modo, se o centro é o ponto C (x0, y0, z0) e o raio r, então, um
ponto P(x, y, z) qualquer sobre a esfera satisfaz a equação.

Exemplo:

Ache a equação da esfera unitária que é a esfera de centro na origem e raio


110

10Texto extraído de http://professor.luzerna.ifc.edu.br/daniel-ecco/wp-


content/uploads/sites/42/2017/08/Aula-13-Geo.pdf
46
12 SEÇÕES CÔNICAS

Chamamos de cônicas as curvas geradas ou encontradas na intersecção de


um plano que atravessa um cone. Estudaremos as seguintes cônicas:

 Elipse: definida na interseção de um plano que atravessa a superfície


de um cone;

 Parábola: também definida na intersecção de um plano que penetra a


superfície de um cone;

 Hipérbole: definida na interseção de um plano que penetra num cone


em paralelo ao seu eixo.11

11 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas.php


47
12.1 Elipse

Considerando, num plano , dois pontos distintos, F1 e F2 e, sendo 2a um


número real maior que a distância entre F1 e F2,chamamos de elipse o conjunto dos
pontos do plano tais que a soma das distâncias desses pontos a F1 e F2 seja
sempre igual a 2a.
Por exemplo, sendo P, Q, R, S, F1 e F2pontos de um mesmo plano e F1F2 < 2a,
temos:

A figura obtida é uma elipse. Observações:

1ª) A Terra descreve uma trajetória elíptica em torno do sol, que é um dos focos
dessa trajetória. A lua em torno da terra e os demais satélites em relação a seus
respectivos planetas também apresentam esse comportamento.

2ª) O cometa de Halley segue uma órbita elíptica, tendo o Sol como um dos
48
focos.

3ª) As elipses são chamadas cônicas porque ficam configuradas pelo corte feito
em um cone circular reto por um plano oblíquo em relação à sua base.

12.2 Elementos

Observe a elipse a seguir. Nela, consideramos os seguintes elementos:

Focos: os pontos F1 e F2

centro: o ponto O, que é o ponto médio de


Semieixo maior: a
Semieixo menor: b
Semidistância focal: c
Vértices: os pontos A1, A2, B1, B2

eixo maior:

eixo menor:

distância focal:

49
12.3 Relação fundamental

Na figura acima, aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo OF 2B2,


retângulo em O, podemos escrever a seguinte relação fundamental:

a2 =b2 + c2

12.4 Excentricidade

Chamamos de excentricidade o número real e tal que:

𝑐
e=𝑎

Pela definição de elipse, 2c < 2a, então c < a e, consequentemente, 0 < e < 1.

Observação: quando os focos são muito próximos, ou seja, c é muito pequeno,


a elipse se aproxima de uma circunferência.

12.5 Equações da elipse

Vamos considerar os seguintes casos:


Elipse com centro na origem e eixo maior horizontal.

Sendo c a semidistância focal, os focos da elipse são F1(-c, 0) e F2(c, 0):

50
Aplicando a definição de elipse , obtemos a equação da elipse:

Elipse com centro na origem e eixo maior vertical

Nessas condições, a equação da elipse é:12

12.6 Hipérbole

Considerando, num plano , dois pontos distintos, F1 e F2 e, sendo 2a um


número real menor que a distância entre F1 e F2, chamamos de hipérbole o conjunto
dos pontos do plano tais que o módulo da diferença das distâncias desses pontos
a F1e F2 seja sempre igual a 2a.
Por exemplo, sendo P, Q, R, S, F1 e F2pontos de um mesmo plano e F1F2 =
2c, temos:

12 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas2.php


51
A figura obtida é uma hipérbole.

Observação: os dois ramos da hipérbole são determinados por um plano


paralelo ao eixo de simetria de dois cones circulares retos e opostos pelo vértice:

52
12.7 Elementos

Observe a hipérbole representada a seguir. Nela, temos os seguintes


elementos:

 Focos: os pontos F1 e F2
 Vértices: os pontos A1 e A2

 centro da hipérbole: o ponto O, que é o ponto médio de


 Semieixo real: a
 Semieixo imaginário: b
 Semidistância focal: c

 distância focal:

 eixo real:
 eixo imaginário:

Excentricidade

Chamamos de excentricidade o número real e tal que:

𝑐
e=𝑎

53
Como c > a, temos e > 1.13

12.8 Equações de hipérbole

Vamos considerar os seguintes casos:

hipérbole com centro na origem e focos no eixo Ox

13 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas3.php


54
Hipérbole com centro na origem e focos no eixo Ou

Nessas condições, a equação da hipérbole é:14

Hipérbole equilátera

Uma hipérbole é chamada equilátera quando as medidas dos semieixos real e


imaginário são iguais:

14 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas3_2.php


55
12.9 Assíntotas da hipérbole

Assíntotas são retas que contêm as diagonais do retângulo de lados 2a e 2b.

Equação

Vamos considerar os seguintes casos:

a) eixo real horizontal e C(0, 0)

As assíntotas passam pela origem e têm coeficiente angular ; logo,


suas equações são da forma:

Eixo vertical e C(0, 0)

b) As assíntotas passam pela origem e têm coeficiente angular ; logo,


suas equações são da forma:15

15 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas4_1.php


56
Parábola

Dados uma reta d e um ponto F , de um plano , chamamos


de parábola o conjunto de pontos do plano equidistantes de F e d.
Por exemplo, sendo F, P, Q e R pontos de um plano e d uma reta desse
mesmo plano, de modo que nenhum ponto pertença a d, temos:

Observações:

1ª) A parábola é obtida seccionando-se obliquamente um cone circular reto:

2ª) os telescópios refletores mais simples têm espelhos com secções planas
parabólicas.

57
3ª) As trajetórias de alguns cometas são parábolas, sendo que o Sol ocupa o
foco.

4ª) A superfície de um líquido contido em um cilindro que gira em torno de seu


eixo com velocidade constante é parabólica.

Elementos

Observe a parábola representada a seguir. Nela, temos os seguintes


elementos:

 Foco: o ponto F
 Diretriz: a reta d
 Vértice: o ponto V
 Parâmetro: p

Então, temos que:

 O vértice V e o foco F ficam numa mesma reta, o eixo de simetria e.

Assim, sempre temos .

58
 DF =p

 V é o ponto médio de 16

Equações de parábola

Vamos considerar os seguintes casos:

a) parábola com vértice na origem, concavidade para a direita e eixo de simetria


horizontal

Como a reta d tem equação e na parábola temos:

 ;
 P(x, y);
 dPF = dPd ( definição);

16 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas4.php


59
Obtemos, então, a equação da parábola:

y2 = 2px

b) parábola com vértice na origem, concavidade para a esquerda e eixo de


simetria horizontal

Nessas condições, a equação da parábola é:

y2 = -2px

c) parábola com vértice na origem, concavidade para cima e eixo de simetria


vertical

60
x2=2py

d) parábola com vértice na origem, concavidade para baixo e eixo de simetria


vertical

x2= - 2py17

Geometria Analítica

Entre os pontos de uma reta e os números reais existe uma correspondência


biunívoca, isto é, a cada ponto de reta corresponde um único número real e vice-versa.
Considerando uma reta horizontal x, orientada da esquerda para direita (eixo),
e determinando um ponto O dessa reta (origem) e um segmento u, unitário e não-
nulo, temos que dois números inteiros e consecutivos determinam sempre nesse eixo
um segmento de reta de comprimento u:

17 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/conicas/conicas5.php


61
12.10 Medida algébrica de um segmento

Fazendo corresponder a dois pontos, A e B, do eixo x os números


reais xA e xB , temos:

A medida algébrica de um segmento orientado é o número real que


corresponde à diferença entre as abscissas da extremidade e da origem desse
segmento.18

13 SUPERFÍCIES QUADRÁTICAS

13.1 A história das superfícies quádricas

No desenvolver da Álgebra na Europa, através da Introdução aos Lugares


Planos e Sólidos, manuscrito esse descrito por Pierre de Fermat em 1629, que é
reconhecido como o marco inicial da Geometria Análitica. Foi com a ajuda de Pierre
que os estudos da Geometria Analitica facilitaram o desenvolver da Geometria Plana
e Espacial, sendo considerado uma “estrada real”, causando assim, na perda de
inúmeras obras de Euclides, pelo fato de ele ter afirmado ao rei Ptolomeu: “não há
“estrada real” para aprender a Geometria”. Eis, que referencias que Euclides tenha
escrito um tratado sobre elipsoides, paraboloides, hiperboloides, esfera, cilindro e
cone. Pois, foi Euclides que fundou a Escola de Matemática na Biblioteca de
Alexandria, onde que alcançou 700.000 papiros e pergaminhos escritos.

18 Texto extraído de https://www.somatematica.com.br/emedio/retas/retas.php


62
Arquimedes, um dos discípulos de Euclides, apresentou estudos aprofundados
referente aos sólidos de revolução. Como é o caso dos:

 Conóides e Esferóides: descrição dos sólidos gerados pelas elipses,


parábolas e hipérboles em torno dos seus eixos. As demais descritas
por Arquimedes geram uma área de elipse.

 Esfera e Cilindro: contém demonstrações sobre áreas e volumes dos


referidos sólidos, estudos de áreas e volumes da esfera (calotas e
segmentos) e do cilindro.

Apolônio de Perga é outro matemático que desenvolveu estudos perante as


quádricas, foi o primeiro a mostrar que a elipse, a parábola e a hipérbole podem ser
obtidas variando a inclinação do plano de seção sobre um cone de duas folhas.
Foi Euler que deu uma das mais significativas contribuições a geometria no E³,
no seu livro Introdução à Análise Infinita, apresenta em esse livro as superfícies de
segundo grau no E³, também há representações de cones, paraboloides, elipsoides e
dos hiperboloides, feitos no sistema cartesiano E³. Durante o século XVIII, as
superfícies tem uma notável participação no surgimento da Geometria Diferencial,
com inter aplicações do Cálculo Diferencial e Integral e da Geometria Analítica.

14 TIPOS DE SUPERFÍCIES QUÁDRICAS

Entende-se que uma equação geral do segundo grau costuma possuir três
variáveis (x,y,z), sendo que um dos coeficientes da equação (a,b,c,d,e ou f) deve ser
diferente de zero, sendo assim obtém-se uma superfície quádrica. No momento em
que a quádrica for cortada em planos coordenados ou em planos paralelos a eles, a
curva que se formará é reconhecida como a cônica.

Superficie esférica
É uma superfície esférica S que possui um centro C e o raio r > 0, sendo
considerado o local geométrico dos pontos de espaço que mantém uma distância r de
C. Sendo assim descrita:
63
Superfície cilíndrica

Quando há uma curva C e uma reta r e a superfície é a união das retas paralelas
a r e que passam por C. E quando a curva C for uma quadrática plana, então pode-se
dizer que a superfície será uma quádrica no espaço.

Superfície cônica

No momento em que há a formação de uma curva C em um ponto V, que não


pertence a C, sendo assim S a união das retas VQ, na qual Q percorre C. Assim como
na superfície cilíndrica, no instante em que a curva C for uma quádrica plana, então a
sua superfície será uma quádrica no espaço.

Superfície de rotação

Havendo uma reta r e uma curva C sendo a superfície S uma união das
circunferências com centro em r e que acabam tangenciado em C, sendo r o eixo de
rotação de S. Na maioria dos casos, quando a curva C é uma quádrica disposta de
maneira plana, tendo uma superfície de grau maior que 2. E somete será quádrica
quando C, além de ser quádrica, possui r como eixo de simetria.

Superfícies centradas e não centradas

É possível por meio das alterações de coordenadas na rotação e/ou translação,


sendo a equação geral, disposta antes, transformada em uma das formas:

A partir dessa forma são denominadas as formas canônicas ou os padrões de


superfícies quádricas centradas. Com as combinações de sinais nesta equação,
conclui-se que existem apenas três possibilidades na formação de superfícies,

64
conforme o número de coeficientes positivos dos termos do 1º membro da equação.
Se os coeficientes estiverem todos negativos, não existirá lugar geométrico.

Elipsóide

A Elipsóide é uma superfície regular determinada pela rotação de uma elipse


em volta de seu eixo menor formando uma Superfície Elipsoidal. A mesma é
determinada pela equação:

Traçando nos planos as coordenadas geram elipses, bem como os traços em


planos paralelos aos planos coordenados, interceptando a superfície em mais de um
ponto. Mas para tal é necessária a equivalência de a>0,b>0 e c>0

65
66
Hiperboloide de uma folha

No hiperboloide de uma folha, dois coeficientes dos termos do primeiro membro


são positivos e um é negativo, determinando assim a hiperboloide de uma folha.
Seguem as equações que as determinam, de acordo com os eixos coordenados da
mesma:

67
De acordo com as imagens define-se assim a equação da hiperboloide de uma
folha em:

Os hiperboloides são superfícies quadricas que se caracterizam por apresentar


três tipos de seções planas, sendo as mesma hipérboles, elipses e retas. O hiperbolide
de uma folha é simétrico relativamente com cada um dos planos coordenados e com
a origem. Sua intersecção com o plano paralelo XOY é uma elipse, e sua intersecção
com o plano YOZ ou XOZ é uma hipérbole. Os traços nos planos perpendiculares a
dois dos eixos coordenados são hipérboles e nos planos perpendiculares ao outro
eixo coordenado são elipses ou círculos.
Um hiperboloide de uma folha pode-se obter girando uma hipérbole ao redor
de seu eixo transversal. Além disso, é uma superfície com regras duplas. Suas
utilizações são amplas na construção civil.

68
Hiperboloide de duas folhas

Um hiperboloide de duas folhas, com eixos AB é contraído como em conjunto


com os pontos P tais que AP-BP é constante, originando-se AP da distância entre A
e P, além disso A e B são titulados como focos do hiperboloide.
Um hiperboloide de duas folhas consegue ser adquirido por meio da rotação de
uma hipérbole ao redor do seu eixo focal. A partir disso, definida ela equação geral de
ordem:

69
Paraboloide

É uma superfície quádrica, que pode ser dividida em duas partes: Paraboloide
Elíptica tem molde como copo de forma oval e pode possuir ponto máximo ou mínimo,
em um sistema de coordenadas: x,y,x.

Na qual a e b são constantes que determinam o grau da curva nos planos x-z
e y-z, e é uma paraboloide com abertura para cima. Parabolóide Hiperbólico: é uma
superfície em forma de sela, e representado pela equação:

Onde que c > 0, na qual possui abertura para baixo ao longo do eixo x e ao
longo do eixo y.

70
71
Superfícies cilíndrica

Uma superfície cilíndrica, ou simplesmente cilindro é a superfície gerada por


uma reta que se move ao longo de uma curva plana, denominada diretriz,
paralelamente a uma reta, denominada geratriz. Quando a geratriz for perpendicular
ao plano que contem a curva diretriz o cilindro é denominado cilindro reto. Se o vetor
diretor da reta g, então o ponto P (x; y; z) est· sobre a superfície S se, e somente se,
a reta que passa por P, paralela ao vetor v intercepta a curva diretriz, os cilindros
quádricos são o lugar tridimensional das equações de segundo grau com duas
variáveis, todos os valores atribuídos satisfazem a função.

Por meio da exploração de conceitos da Geometria Analítica, foi possível


através do software Geogebra, demonstrar a disposição de superfícies quádricas no
espaço tridimensional. O estudo permitiu a aproximação da teoria para com a
aplicação visual de como são encontradas as formas no espaço das coordenadas
cartesianas. Denotada como um estudo antigo, as superfícies quádricas são
conteúdos práticos de inúmeras profissões, como é o caso de engenheiros e
arquitetos. Sua exploração em sala de aula, feita basicamente com estudos teóricos
deveria voltar-se para estudos complementares para a visualização da disposição de
cada superfície estudada no contexto espacial. Garantindo dessa forma uma
aproximação visual dos conteúdos programáticos vistos em sala de aula, com objetos

72
presentes em nosso meio visual. Além disso, pode-se destacar a importância do
estudo voltado a Matemática em sala de aula, com possibilidades de exploração
prática das mais diversas formas. Assim, pode-se afirmar que a Matemática surgira
da necessidade humana, evoluindo para estudos abstratos apenas a nossos olhos,
pois cada conteúdo e situação há uma razão matemática por existir. Garantindo dessa
maneira, a aproximação de conteúdos abstratos a nossos olhos com inúmeras
situações cotidianas, afinal, tudo isso surgira para explicar fenômenos práticos.19

19 Texto extraído de http://eventos.seifai.edu.br/eventosfai_dados/artigos/semic2016/524.pdf


73
15 BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ANTON, H; BIVENS, I; DAVIS, S. Cálculo V.1. Bookman, 2007.


CAMARGO, I.; BOULOS, P. Geometria Analítica. 3.ed. São Paulo: Prentice Hall,
2005.
CARMO, Manfredo Perdigão do; MORGADO, Augusto César; WAGNER,
Eduardo.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

CARVALHO, João Bosco Pitombeira de. Vetores, Geometria Analítica e Álgebra

Linear: um tratamento moderno. Ao Livro Técnico. Rio de Janeiro, 1975.

LIMA, Elon Lages. Coordenadas no Plano: com as soluções dos

exercícios.SBM. Rio de Janeiro, 2002.

LIMA, Elon Lages. Coordenadas no Espaço. SBM. Rio de Janeiro, 1998.

MEDEIROS, Luís Adauto; ANDRADE, Nirzi Gonçalves; WANDERLEY, Augusto

MAURÍCIO. Álgebra Vetorial e Geometria. Campus. Rio de Janeiro, 1980.

MURDOCK, David C. Geometria Analítica: uma introdução sobre Cálculo

Vetorial e Matrizes. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro, 1969.

SANTOS, Nathan Moreira dos. Vetores e Matrizes. Livros Técnicos e Científicos.

Rio de Janeiro, 1931.

STEWART, James. Cálculo Vol. I. Editora Pioneira. 4a. Edição. São Paulo, 2001.

WINTERLE, P. Vetores e Geometria Analítica. 1. ed. São Paulo: Pearson Makron

Books, 2000.

74

Você também pode gostar